Programa - Comunicação Coordenada - CC1.16 - Morbidade e mortalidade de crianças e adolescentes
25 DE NOVEMBRO | SEGUNDA-FEIRA
17:00 - 18:20
MIND THE GAP PERFIS E CENÁRIOS PARA SUPERAÇÃO DO HIATO DE POBREZA INFANTIL NO PÓS-PANDEMIA
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Ramos, DO1, Pita, RD2, Fiaccone, RL3, Bispo, NS3, Ara, A4, Rasella, D1
1 ISC-UFBA
2 IC-UFBA
3 IME-UFBA
4 UFPR
Objetivos:
Identificar perfis de pobreza infantil com base em características familiares e contextuais, avaliando as desigualdades no perfil de mortalidade infantil por grupos de causas.
Métodos:
Utilizamos dados da Coorte de 100 Milhões de Brasileiros (Cidacs-Fiocruz Bahia) e selecionamos famílias de crianças menores de cinco anos cadastradas até 2018. Na etapa 1, técnicas de agrupamento categórico (k-facts) identificaram grupos de famílias com características internas de pobreza. Na etapa 2, algoritmos de agrupamento multinível (distância de Hellinger) analisaram dados censitários de 2010 para obter agrupamentos locais (famílias) e globais (municípios).
Resultados:
A etapa 1 identificou cinco grupos com perfis distintos de pobreza infantil baseados em ruralidade, educação, renda e moradia. A etapa 2 identificou cinco perfis de aglomerados municipais, diferenciados por taxa de urbanização, acesso à água encanada, esgoto inadequado e taxa de alfabetismo. Encontramos desigualdades significativas nas causas de mortalidade infantil entre esses grupos, com uma alta proporção de mortes evitáveis, especialmente por causas infecciosas e preveníveis por ações de promoção da saúde nos grupos de pobreza rural.
Conclusões:
Há diferentes experiências de pobreza infantil, definidas por condições familiares e locais, em diversas intensidades. Esta classificação pode informar com maior precisão políticas de saúde e estudos epidemiológicos voltados para crianças pequenas.
BREASTFEEDING PRACTICES AND PAIN BETWEEN AGES 7, 10, AND 13: A POPULATION-BASED COHORT
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Cherubini, KA1, Drehmer, M1, Lucas, R2, Hanchar, V2, Talih, M2, Barros, H2
1 UFRGS
2 ISPUP
Objectives: To investigate the association between breastfeeding practices and pain history at ages 7, 10, and 13. Methods: Prospective study involving 5,925 participants from the Generation XXI birth cohort in Porto, Portugal. Perinatal, sociodemographic, and breastfeeding (any and exclusive) characteristics were obtained by trained interviewers during recruitment (2005-06) and follow-up visits. Pain history was collected at ages 7,10, and 13 using the Luebeck pain screening questionnaire. Adjusted odds ratios (OR) and 95% confidence intervals (CI) were obtained from multinomial logistic regression and imputation techniques to estimate the associations between breastfeeding practices and pain features (frequency plus daily living restrictions). Results: Higher prevalences of pain were observed in children of primiparous mothers (60%) and female sex (51%). Between ages 7 and 13, prevalences of low-frequency pain (LFP) with no daily living restrictions (DLR) changed from 5% to 9%; medium/high-frequency pain (MHFP) with no (DLR) from 9% to 18%; LFP and MHFP with DLR from 5% to 3% and 9% to 6%, respectively. Children who were breastfed for ≥ 6 and <12 months had a significant reduction in the chance of reporting LF pain with DLR at the age of 7 compared to those who were breastfed for <6 months (OR 0.75; CI95% 0.58-0.98), adjusted for confounders. No other significant associations were found. Conclusion: Breastfed between 6 to 12 months might have a protective effect on LFP with DLR at age 7. However, no other relations between BF and pain were found. More studies are needed to explore the topic.
FATORES ASSOCIADOS À MORTALIDADE MATERNA POR COVID-19 EM ADOLESCENTES NO BRASIL, 2020-2022
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Galvão, L. R.1, Costa, M. C. O.1, Amaral, M. T. R.1, Gama, S. G. N.2, Santos, D. B.3, Coelho, J. M. F.4
1 UEFS
2 FIOCRUZ
3 UFRB
4 UNEB
Objetivos: Analisar os fatores associados à mortalidade materna por Covid-19 entre adolescentes brasileiras. Métodos: Estudo transversal dos óbitos de gestantes e puérperas adolescentes, causados por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), consequente à Covid-19, registrados no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), no período 2020-2022. A variável dependente foi o óbito materno por Covid-19 em adolescentes. Realizou-se análise descritiva e bivariada, utilizando teste qui-quadrado de Pearson, com nível de significância de 5%. Para análise multivariada utilizou-se regressão logística binária, com resultados expressos em Razão de Odds (OR) e intervalos de confiança (IC) de 95%. Resultados: No período de 2020-2022, foram notificados 566 casos de SRAG por Covid-19 em adolescentes brasileiras. Desses, 108 evoluíram para óbito materno, correspondendo à RMM de 10,2 óbitos por 100 mil nascidos vivos. As regiões Norte (OR= 3,8; IC95%=1,2-11,4), Nordeste (OR= 5,7; IC95%=2,0-16,7) e Sudeste (OR= 5,4; IC95%=1,8-15,8) apresentaram associação significante com óbito materno por Covid-19. Os fatores de risco que mostraram associação significante com o óbito foram: dispneia (OR= 3,7; IC95%= 2,2-6,0); desconforto respiratório (OR= 2,7; IC95%=1,6-4,4): saturação de O2<95% (OR= 5,0; IC95%=3,0-8,4); internação em UTI (OR= 3,8; IC95%=2,3-6,0) e suporte ventilatório (OR= 4,6; IC95%=2,8-7,5). O tempo de internação superior a 7 dias representou o principal fator de exposição (OR= 6,1; IC95%=3,3-11,3). Conclusões: A mortalidade materna entre adolescentes brasileiras mostrou-se elevada e significantemente associada a fatores socioeconômicos, clínicos e regionais, durante a pandemia Covid-19.
TENDÊNCIA TEMPORAL DA MORTALIDADE MATERNA ENTRE ADOLESCENTES NO BRASIL, 2010-2021
Comunicação coordenada (apresentação oral)
Galvão, L. R.1, Costa, M. C. O.1, Gama, S. G. N.2, Amaral, M. T. R.1, Santos, D. B.1, Coelho, J. M. F.3
1 UEFS
2 FIOCRUZ
3 UNEB
Objetivos: Analisar a tendência temporal da mortalidade materna de adolescentes brasileiras, no período entre 2010 e 2021. Métodos: Estudo de série temporal da Razão de Mortalidade Materna (RMM) de adolescentes (10-19 anos), com amostragem nacional de óbitos, segundo registros do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Para a análise de tendência, utilizou-se regressão segmentada por pontos de inflexão (Joinpoint Regression), estimando-se as variações percentuais anuais (VPA) e respectivos intervalos de confiança (IC) 95%. Foi realizada comparação entre mortalidade materna do período pré-pandemia (2018-2019) e durante a pandemia Covid-19 (2020-2021), utilizando-se o teste de comparação de médias, com significância de 5%. Resultados: No período estudado, registraram-se 2.679 mortes maternas de adolescentes brasileiras, que corresponde à RMM de 46,3 óbitos por 100 mil nascidos vivos. As regiões Norte (VPA: 2,10%; IC-95%: 0,24; 3,90) e Sudeste (VPA: 2,57%; IC95%: 0,82; 4,36) apresentaram tendência crescente da RMM e as adolescentes pretas, indígenas, sem companheiro e com escolaridade inadequada para idade cronológica obtiveram maior RMM. As mortes obstétricas diretas (distúrbios hipertensivos e infecções), destacaram-se como principais causas de óbito, assim como óbitos ocorridos no puerpério, os quais mostraram tendência de crescimento significante (VPA: 3,36%; IC95%: 2,15; 5,13). Na comparação das médias da RMM nos períodos pré e durante a pandemia de Covid-19, verificou-se diferença significante entre as regiões Nordeste e Sudeste. Conclusões: A mortalidade materna de adolescentes brasileiras permanece elevada, com piora significante dos indicadores durante a pandemia, apresentando valores de RMM superiores àqueles estabelecidos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, pelas Nações Unidas.