Programa - Pôster Eletrônico - PE05 - Atenção Primaria em saúde
ÍNDICES CEO-D E CPO-D EM ESCOLARES DE JUAZEIRO DO NORTE CE EM 2024
Pôster Eletrônico
1 Faculdade CECAPE
2 Prefeitura Municipal de Juazeiro do Norte
3 UNILEÃO
Apresentação/Introdução
Para qualquer planejamento de ações das equipes de saúde bucal da Estratégia Saúde da Família, é imprescindível o prévio estudo epidemiológico de sua população adscrita (SILVA et al., 2019). O índice CPOD, criado por Klein e Palmer, é usado pela OMS para avaliar a prevalência da cárie dentária e mantém-se como referência para programação e avaliação de programas de saúde bucal.
Objetivos
Realizar uma pesquisa sobre levantamento epidemiológico, para conhecimento científico dos índices CPO-D e ceo-d, em escolares de 15 estabelecimentos de ensino da rede de ensino público municipal da cidade de Juazeiro do Norte – CE.
Metodologia
Os participantes do estudo foram crianças de 15 escolas da rede pública de Juazeiro do Norte CE. Ao todo foram examinados 915 alunos, em ambiente escolar, por 15 cirurgiões-dentistas da Estratégia Saúde da Família de Juazeiro do Norte, auxiliados por alunos de Odontologia da Fac. CECAPE. A participação do escolar foi voluntária após sua concordância e de seu responsável. Os exames clínicos, executados com uso de espátula de madeira, consistiram no preenchimento do odontograma para obtenção do CPO-D (faixa etária de 11 e 12 anos) e ceo-d (faixa etária de 05 a 06 anos). Os dados obtidos foram comparados com os resultados do SB Brasil 2022. A pesquisa foi aprovada com CAE 78480124.1.0000.0322.
Resultados
Com 502 escolares da faixa etária de 05 a 06 anos examinados, o índice ceo-d (dentes decíduos cariados, indicados para exodontia e obturados) obtido foi 2,6. Este índice se assemelha ao índice ceo-d obtido no levantamento odontológico nacional SB Brasil realizado em 2022, que obteve resultado 2,56 para a Região Nordeste. Com 413 escolares da faixa etária de 11 a 12 anos examinados, o índice CPO-D (dentes permanentes cariados, perdidos e obturados) obtido foi 0,95. Este índice está abaixo do valor 1,83 obtido pelo SB Brasil em 2022 para a Região Nordeste.
Conclusões/Considerações
Os índices ceo-d e CPO-D para os escolares de Juazeiro do Norte CE foram correspondentes aos obtidos pelo SB Brasil em 2022 para a Região Nordeste, com queda dos índices de cáries em comparação ao resultado de 2010, o que pode refletir o melhor acesso da população à saúde bucal no SUS. Os dados obtidos nortearão o planejamento das ações das equipes de saúde bucal do município, principalmente na faixa etária de 5 a 6 anos, mais vulnerável.
APLICAÇÃO DE APRENDIZADO DE MÁQUINA NO RASTREAMENTO DE DEPRESSÃO EM PESSOAS IDOSAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UEFS
2 UFRB
3 UFBA
4 FEPECS
Apresentação/Introdução
A depressão em pessoas idosas é frequentemente subdiagnosticada na Atenção Primária à Saúde (APS), devido à apresentação atípica dos sintomas e às limitações estruturais dos serviços. Técnicas de aprendizado de máquina despontam como estratégias inovadoras para rastreamento precoce de agravos mentais, ampliando a capacidade analítica e preditiva da APS.
Objetivos
Aplicar técnica de aprendizado de máquina para estimar a probabilidade de depressão em pessoas idosas atendidas na APS e construir modelo preditivo baseado em árvore de decisão, com foco em fatores sociais e comportamentais.
Metodologia
Estudo observacional de base populacional com 236 pessoas idosas cadastradas na APS de Santo Antônio de Jesus (BA). Utilizou-se a escala GDS-15 para triagem de sintomas depressivos. Após tratamento dos dados, aplicou-se o algoritmo de árvore de decisão (rpart, índice de Gini) em R, com validação cruzada e separação em conjuntos de treinamento (70%) e teste (30%). Variáveis incluídas: idade, raça/cor/etnia, estado civil, participação social e consumo de álcool. Avaliaram-se acurácia, sensibilidade, especificidade e valores preditivos. Com base nos resultados e fundamentos teóricos, foi desenvolvido instrumento de priorização para confirmação diagnóstica e cuidado em saúde mental.
Resultados
Os principais preditores identificados foram ausência de parceiro, idade >65 anos, não participação em grupos sociais e pertencimento racial negro. A árvore de decisão revelou que pessoas idosas sem parceiro e com mais de 65 anos apresentaram probabilidade de depressão de até 42%. O modelo alcançou alta sensibilidade (95,1%) e baixa especificidade (13,6%), sendo adequado para triagem. A partir da hierarquia dos nós, foi desenvolvido instrumento de priorização com maior peso para estado civil (38,5%) e idade (30,8%). A análise reforça o papel dos determinantes sociais na saúde mental e a aplicabilidade de modelos preditivos na APS.
Conclusões/Considerações
O uso responsável de aprendizado de máquina na APS pode qualificar o rastreamento de sintomas depressivos em pessoas idosas, contribuindo para a detecção precoce e intervenções equitativas. A árvore de decisão demonstrou potencial como ferramenta interpretável, útil à clínica e à gestão, ao estruturar perfis de risco a partir de dados sociodemográficos, orientando práticas mais resolutivas em saúde mental.
A APLICAÇÃO DA MATRIZ GUT NA IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS DE ACESSO AOS SERVIÇOS DE FISIOTERAPIA AMBULATORIAL E REABILITAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde de Arapiraca
2 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Apresentação/Introdução
A APS constitui a base organizacional do SUS, sendo responsável pela coordenação do cuidado. A inserção de profissionais da fisioterapia na APS tem avançado, mas ainda é marcada por desigualdades regionais, e barreiras organizacionais. A identificação sistemática desses problemas é fundamental para a formulação de políticas públicas que promovam o acesso equânime aos serviços de reabilitação.
Objetivos
Aplicar a Matriz Gravidade, Urgência e Tendência (GUT) para identificar e priorizar problemas relacionados ao acesso aos serviços de fisioterapia ambulatorial e reabilitação na APS.
Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo com base em revisão de literatura nas bases SciELO, LILACS e PubMed, utilizando os descritores: fisioterapia ambulatorial, atenção primária à saúde, reabilitação, Matriz GUT e acesso aos serviços de saúde. Foram incluídos artigos publicados entre 2010 e 2024, além de documentos oficiais do Ministério da Saúde. A aplicação da Matriz GUT seguiu a atribuição de notas de 1 a 5 para cada critério, conforme a gravidade, urgência e tendência de agravamento.
Resultados
A aplicação da Matriz GUT permitiu organizar e priorizar ações com base em objetivos objetivos a partir dos seguintes problemas:
Distribuição desigual de fisioterapeutas no território nacional (G=5; U=4; T=5; Total=100);
Barreiras burocráticas no encaminhamento e acesso (G=4; U=5; T=4; Total=80);
Infraestrutura inadequada (G=4; U=4; T=4; Total=64);
Baixa integração entre os níveis de atenção (G=3; U=3; T=4; Total=36);
Desconhecimento do papel do fisioterapeuta na APS (G=3; U=3; T=3; Total=27).
Conclusões/Considerações
A Matriz GUT demonstrou ser uma ferramenta eficaz para identificar e priorizar problemas de acesso aos serviços de fisioterapia na APS. A desigualdade na distribuição de profissionais e as barreiras burocráticas são os principais entraves, demandando ações imediatas de gestão e formulação de políticas. Reforça-se a necessidade de fortalecer a integração entre os níveis de atenção e de promover a valorização do papel da fisioterapia na APS.
SÍFILIS EM GESTANTES: PROJETO DE INTERVENÇÃO EM POPULAÇÃO DE UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE NO DISTRITO FEDERAL EDUCAÇÃO POPULAR EM SÍFILIS
Pôster Eletrônico
1 UFMG
Apresentação/Introdução
A sífilis é um problema significativo de saúde pública, especialmente em áreas vulneráveis, influenciando nos níveis de morbimortalidade. pode causar sérios impactos na saúde, incluindo cegueira, paralisia, doença cerebral, problemas cardíacos, podendo inclusive levar à morte.
Objetivos
Realizar a conscientização da população do território sobre a sífilis.Propor processo de educação popular em saúde sobre a doença. Propor processo de educação permanente para a equipe.
Metodologia
O projeto foi desenvolvido com base no diagnóstico comunitário realizado na área de abrangência da USF nº 02 Estrutural com identificação de muitos casos de sífilis e a necessidade da realização de um trabalho em educação popular em saúde.Além disso, foi realizada uma revisão bibliográfica consultando a Biblioteca Virtual em Saúde do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon), bem como documentos de órgãos públicos como o Ministério da Saúde e secretarias estaduais e municipais de saúde para embasamento teórico.
Resultados
O projeto foi elaborado com base no diagnóstico da comunidade atendida pela USF nº02 Estrutural, que elencou a carência de educação em saúde para a prevenção e tratamento em sífilis.
Os fatores de risco identificados foram vários, principalmente baixa escolaridade, baixo nível socioeconômico, multiparidade, múltiplos parceiros, uso de drogas ilícitas, baixa adesão ao pré-natal e história anterior de infecção sexualmente transmissível.As ações incluíram toda a população e os profissionais de saúde.O projeto incluiu a capacitação da equipe de saúde e da comunidade, a identificação precoce das patologias e estratégias de enfrentamento, afim de reduzir a incidência das doenças e prevenir complicações.
Conclusões/Considerações
As ações deste projeto de intervenção buscam demonstrar a importância da educação em saúde para a prevenção de sífilis. A capacitação da equipe de saúde e a participação ativa da comunidade são essenciais para o sucesso e sustentabilidade das intervenções, fortalecendo a colaboração entre as escolas e as unidades de saúde.
O PAPEL DAS CRENÇAS PARENTAIS FRENTE A VACINAÇÃO INFANTIL E SUAS REPERCUSSÕES
Pôster Eletrônico
1 SES-DF
2 UnB
Apresentação/Introdução
A vacinação infantil é crucial para a saúde pública ao prevenir doenças e reduzir mortalidade. Contudo, a pandemia de covid-19 acentuou a queda da cobertura de vacinas como a DTP (difteria, tétano e coqueluche), de 86% para 83%. Este cenário é influenciado pela hesitação vacinal: fenômeno complexo envolvido em desinformação e desconfiança, especialmente entre pais de crianças e adolescentes.
Objetivos
Identificar e descrever as crenças parentais que limitam ou facilitam o processo de vacinação em crianças menores de 5 anos e suas influências na tomada de decisão e na situação vacinal da criança em relação à vacinação de rotina.
Metodologia
Trata-se de um recorte da dissertação de mestrado intitulada “Crenças, sentimentos e atitudes parentais frente à vacinação infantil e suas implicações”. Estudo qualitativo, descritivo e transversal, baseado no Modelo Calgary de Avaliação Familiar. A coleta de dados deu-se com 14 pais atendidos em serviço público do Distrito Federal, por meio de construção do genograma familiar, entrevista aberta semiestruturada e observação participante. Foi orientada pelo método da amostragem por saturação teórica e submetida ao método de análise de conteúdo temática. Obteve aprovação ética da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília e da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde.
Resultados
A análise temática revelou crenças limitadoras e facilitadoras da vacinação infantil, agrupadas em duas amplas categorias: crenças sobre vacinas e o processo de vacinação, e crenças sobre funções e deveres parentais. Ambas são influenciadas pela interação com profissionais de saúde. Os pais consideraram a vacinação como prática segura e essencial, mas apresentaram preocupações sobre a vacinação simultânea, a qual consideram estressante. Falsas contraindicações e orientações conflitantes por parte dos profissionais contribuíram para adiamentos. Apesar de considerarem a vacinação um dever parental, a falta de lembretes e acompanhamento da atenção primária favoreceram os atrasos vacinais.
Conclusões/Considerações
A hesitação vacinal é um fenômeno complexo que exige investigação dos fatores intervenientes locais. O sistema de crenças parentais é fundamental no processo decisório sobre a vacinação infantil. O profissional de saúde atua como comunicador, promovendo mudanças que incentivem a adesão vacinal. Recomenda-se a ampliação da cobertura da atenção primária, atingindo usuários do sistema de saúde suplementar, visando sensibilização e educação em saúde.
DESAFIOS DO ANTITABAGISMO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE POR MEIO DO MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA
Pôster Eletrônico
1 Fundação Universidade Federal de Rondônia/ UNIR
2 UNIR
Apresentação/Introdução
O tabagismo é um grave problema de saúde pública com início precoce e efeitos duradouros. O tratamento deve ocorrer na Atenção Primária à Saúde, conforme o Protocolo Clínico de Diretrizes. Associar o tratamento ao Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) corrobora para compreender o usuário em sua totalidade, promovendo vínculo, escuta qualificada, autonomia e mudanças no estilo de vida.
Objetivos
Analisar as percepções dos profissionais de saúde sobre o uso do método clínico Centrado na Pessoa no tratamento de tabagismo em uma unidade de saúde da família (USF) da Zona Leste de Porto Velho, Rondônia.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa exploratório-descritiva com abordagem qualitativa, realizada entre agosto e setembro de 2024, com uso de gravador de voz para a captação das respostas do roteiro de entrevista semiestruturado adaptado, com 17 profissionais de uma USF. O corpus textual foi processado no software Maxqda, e analisado por triangulação de métodos: campo empírico, referencial teórico e análise de conjuntura, considerando o contexto amplo da realidade. A análise de conteúdo de Bardin se deu em sua vertente temática. Das entrevistas, emergiram duas categorias: limitações assistenciais e formativas no tratamento do tabagismo e a utilização de práticas de cuidado centradas na pessoa.
Resultados
O estudo com 17 profissionais da APS revelou predominância de enfermeiros e técnicos, com maioria casada e atuação superior a 5 anos. Nos trechos das falas, destacaram-se limitações assistenciais e formativas no tratamento do tabagismo, com prevalência da visão biomédica e falta de capacitação. Apesar disso, foram identificadas tentativas de práticas centradas na pessoa, como vínculo terapêutico, escuta qualificada, uso de grupos e abordagem individualizada, reforçando o potencial do MCCP para a promoção da autonomia e adesão ao tratamento antitabagista.
Conclusões/Considerações
Conclui-se que há uma tentativa de aprimoramento de práticas centradas na
pessoa em tratamento tabagista. Contudo, essas práticas ainda são minoritárias e difusas. Percebese, ainda, a presença de discursos alinhados à ótica biomédica, que desconsidera a integralidade, o protagonismo e as práticas colaborativas interprofissionais.
DESIGUALDADES INTRAURBANAS NAS INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA SEGUNDO A DISTRIBUIÇÃO DAS ÁREAS DE ABRANGÊNCIA DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 NESPE - Instituto René Rachou/FIOCRUZ MINAS
2 OSUBH - UFMG
Apresentação/Introdução
Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) incluem doenças infecciosas e crônicas que deveriam ser tratadas de forma oportuna na atenção primária, evitando hospitalizações. Apesar da sua análise ser importante na avaliação do sistema de saúde. Há poucos estudos sobre a distribuição intraurbana, especialmente no nível de Área de Abrangência dos Centros de Saúde.
Objetivos
Analisar, no nível intraurbano, o indicador de ICSAP, segundo a distribuição das Áreas de Abrangência dos Centros de Saúde de Belo Horizonte, em 2021.
Metodologia
Estudo ecológico, vinculado ao projeto “Mapa das Desigualdades e Oportunidades de Belo Horizonte” (MapIO-BH). Utilizaram-se dados de internação do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS), de 2021. As ICSAP foram selecionadas conforme a Portaria n.º 221/2008 do Ministério da Saúde. Calculou-se então o indicador de ICSAP por meio da proporção de internações pelas causas definidas na portaria dentre todas as internações. Realizou-se análise descritiva e aplicou-se o Índice de Moran para avaliar a autocorrelação global e o Indice de Moran Local (LISA) para identificar padrões locais de autocorrelação espacial, pelo R (Versão 4.5.0).
Resultados
A taxa média de ICSAP na cidade foi de 10,1%, variando de 5,96% na na Área de Abrangência do Centro de Saúde Carlos Chagas, a 15,1% na Área de Abrangência do Centro de Saúde Pedreira Prado Lopes.. Após aplicação dos testes estatísticos, não foi possível estabelecer uma correlação espacial significativa no nível global (p = 0,178) por meio do Índice de Moran e, no nível local, por meio do LISA, não foram encontrados agrupamentos. Ao se analisar o indicador no nível de bairro, foi encontrada maior variação.
Conclusões/Considerações
O indicador de ICSAP pode ser uma importante ferramenta para o planejamento da APS no Brasil. Em BH mostrou grande variação no nível de bairro, emergindo a necessidade de investigar sobre perfis populacionais, condição de acesso à unidade básica e coordenação do cuidado. Ao monitorar internações por causas que podem ser tratadas na atenção básica, pode-se identificar áreas de vulnerabilidade, e intervir em cada uma de acordo com sua necessidade.
DESAFIOS À COLABORAÇÃO INTERPROFISSIONAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO CONTEXTO DA EXPANSÃO DAS PRÁTICAS DAS ENFERMEIRAS: ESTUDO QUALITATIVO COMPARADO BRASIL-ALEMANHA
Pôster Eletrônico
1 Faculdade de Medicina, UFRJ
2 Escola de Saúde Pública, Universidade de Bielefeld
3 Universidade Estadual do Oeste do Paraná
4 Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fiocruz
5 Departamento de Ciências de Enfermagem, Faculdade de Ciências Sociais, Universidade de Viena
Apresentação/Introdução
A crescente complexidade das necessidades de saúde tem impulsionado a expansão das práticas das enfermeiras na Atenção Primária à Saúde (APS) globalmente. Tal expansão implica em reorganização do processo de trabalho, sobretudo da colaboração interprofissional entre enfermeiras e médicos. Discute-se desafios para essa colaboração a partir de um estudo qualitativo comparado no Brasil e Alemanha.
Objetivos
Analisar desafios da colaboração entre enfermeiras e médicos no contexto da expansão da prática de enfermeiras na APS no Brasil e Alemanha na perspectiva de profissionais de saúde e representantes de instituições-chave.
Metodologia
Foram feitos 9 grupos focais (4 no Brasil, 5 na Alemanha), tanto com profissionais da APS (enfermeira/os e médica/os) quanto com representantes de instituições-chave. As instituições-chaves envolveram órgãos de gestão, de financiamento e associações profissionais. Foram recrutados no total 25 profissionais de saúde e 23 representantes institucionais. As gravações dos grupos focais de ambos os países foram transcritas em inglês e analisadas comparativamente por meio da codificação temática, baseada na proposta de Flick.
Resultados
Os participantes dos grupos focais identificaram desafios à colaboração entre enfermeiras e médicos na APS em função das estruturas de seus respectivos sistemas de saúde. Questões como a comunicação e a sobrecarga de trabalho variaram conforme cada contexto. Alguns problemas se mostraram mais pronunciados na Alemanha, em razão de um caráter fragmentado do modelo de atenção, enquanto outros se destacaram no Brasil, devido a uma precária oferta de trabalhadores e de condições de trabalho. A baixa compreensão sobre o papel da enfermagem na APS e a dominância dos médicos nas políticas e práticas de saúde foram desafios cruciais em ambos os países.
Conclusões/Considerações
O estudo reflete sobre desafios à colaboração interprofissional de enfermeiras e médicos no contexto de expansão das práticas de enfermeira/os na APS. A comparação entre Brasil e Alemanha permite contrastar fortalezas e problemas de modelos distintos de APS sobre a colaboração interprofissional. As relações de poder entre as duas profissões, tanto no nível micro quanto macro, prejudicam a autonomia das enfermeiras e o equilíbrio com os médicos.
FATORES SOCIODEMOGRÁFICOS E DE SAÚDE ASSOCIADOS À PRONTIDÃO DE MUDANÇA PARA O TRATAMENTO COLETIVO DA OBESIDADE NO PROGRAMA ACADEMIA DA SAÚDE (PAS) DE BELO HORIZONTE, MG
Pôster Eletrônico
1 UFMG
Apresentação/Introdução
Identificar a prontidão para o tratamento da obesidade pode ampliar a resolutividade e a adesão, sobretudo do tratamento coletivo. Nesse sentido, a Estratégia Para o Cuidado da Pessoa com Obesidade no SUS propõe abordagens terapêuticas conforme a prontidão. Entretanto, dada a complexidade da obesidade também é importante identificar os fatores sociodemográficos e de saúde associados à prontidão.
Objetivos
Analisar os fatores sociodemográficos e de saúde associados à prontidão para o tratamento coletivo da obesidade entre participantes do Programa Academia da Saúde (PAS) de Belo Horizonte-MG, um serviço da Atenção Primária brasileira.
Metodologia
Estudo transversal com amostra representativa do PAS do município, incluindo adultos (≥20 anos) e idosos (≥60 anos) com obesidade (IMC≥30Kg/m²). Definiu-se a prontidão para o tratamento coletivo pela disponibilidade para participar de grupos durante 6 meses ou mais e pelos estágios de mudança ação, manutenção ou preparação com autoeficácia elevada, segundo o Modelo Transteórico. Analisou-se associação dos dados sociodemográficos (sexo, fase da vida, escolaridade, estado civil, ocupação e renda per capita) e de saúde (IMC e comorbidades) com o desfecho por regressão logística multivariada, ajustada por tempo de participação no PAS. A pesquisa foi aprovada e seguiu as orientações dos comitês de ética.
Resultados
Dos 5.652 participantes de 59 unidades do PAS investigadas, 1.688 (29,7%) apresentaram obesidade. Desses, 69,5% relataram prontidão para o tratamento coletivo da obesidade, sendo 90,1% mulheres e 65,7% adultos. A análise multivariada ajustada mostrou menor prontidão entre os indivíduos idosos (OR=0,5; IC95%: 0,4–0,7; p<0,001) e maior entre aqueles com menor renda (OR=2,1; IC95%: 1,2-2,2; p<0,001). Já o aumento do IMC elevou gradualmente as chances de se ter prontidão, especialmente no maior quartil de IMC (OR=2,1; IC95%: 1,5-2,9; p<0,001), sendo a dislipidemia a única comorbidade associada (OR=1,6; IC95%: 1,2–1,8; p<0,001).
Conclusões/Considerações
Fatores sociodemográficos e de saúde foram associados à prontidão para o tratamento coletivo da obesidade. Esses resultados sugerem a necessidade de intervenções precoces em indivíduos adultos dada à menor prontidão entre os idosos, bem como personalizadas visando promover o cuidado integral e longitudinal, e a prevenção do agravamento da condição. Ademais, mostra a relevância do PAS para o manejo da obesidade na Atenção Primária.
DESAFIOS PARA PROMOÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA NO ENVELHECIMENTO E DO TRABALHO INTERPROFISSIONAL EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Pôster Eletrônico
1 UNIFESP
2 UEM
Apresentação/Introdução
Sabe-se atualmente que o exercício físico é um importante aliado na prevenção e tratamento de doenças crônicas e outras alterações decorrentes do processo de envelhecimento, tornando fundamental sua oferta nos serviços públicos de saúde, entretanto, desafios no cotidiano de trabalho desses serviços dificultam sua implementação. A interprofissionalidade parece ser peça chave para essa compreensão.
Objetivos
Investigar sobre os desafios para a promoção da atividade física no envelhecimento e sua relação com o trabalho interprofissional e conhecimento da equipe no âmbito de uma Unidade de Saúde da Família
Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo, que realizou entrevistas semi estruturadas com 17 profissionais de uma unidade de saúde da família e da equipe NASF no município de Guarujá/SP. A pesquisa somente foi iniciada após sua aprovação no Comitê de ética da instituição de pesquisa, e a entrevista realizada após aceite de participação e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As entrevistas foram realizadas presencialmente utilizando-se de um roteiro semi estruturado elaborado pela pesquisadora, gravadas e transcritas na íntegra, e posteriormente submetidas à análise por meio do método de Análise de Conteúdo de Laurence Bardin, modalidade análise temática.
Resultados
Foram criadas 4 categorias temáticas onde observou-se que as equipes tiveram boa compreensão sobre a importância da atividade física para o envelhecimento, citando aspectos fisiológicos e psicossociais, no entanto, a pesquisa mostrou que desafios como a pouca clareza sobre o papel e objetivos dos profissionais de educação física nos serviços de saúde apesar de sua importância, o prejuízo no trabalho colaborativo e interprofissional, a descaracterização da estratégia de saúde da família, a fragmentação do cuidado, a falta de incentivo da equipe para as atividades físicas dos idosos e a ausência de espaço físico adequado dificultam a promoção das ações e programas com este objetivo.
Conclusões/Considerações
Apesar dos avanços, ainda encontramos muitos desafios na promoção da atividade física para idosos, que refletem a necessidade de planejamento, fortalecimento e educação permanente dos profissionais dos serviços de saúde, que ainda seguem centralizados na medicina tradicional fragmentada e no processo saúde-doença. Fica evidente a necessidade de fomentar a construção de um ambiente de trabalho colaborativo e interprofissional.
HESITAÇÃO VACINAL E O RISCO DE REEMERGÊNCIA DE DOENÇAS ERRADICADAS: UM ESTUDO SOBRE A COBERTURA VACINAL EM FORTALEZA
Pôster Eletrônico
1 UFC
Apresentação/Introdução
A hesitação vacinal compromete coberturas vacinais e favorece a reemergência de doenças imunopreveníveis. O Brasil possui um dos mais reconhecidos Programas Nacionais de Imunização, no entanto, desde 2016, observa-se uma queda significativa nas coberturas vacinais. Fortaleza também enfrenta quedas nos índices de vacinação infantil, agravadas pela desinformação e influência do movimento antivacina.
Objetivos
Investigar a relação entre hesitação vacinal e queda na cobertura vacinal em Fortaleza, identificando vacinas com menor adesão e analisando fatores sociodemográficos associados.
Metodologia
Estudo descritivo e analítico, transversal, com abordagem quantitativa, realizado em quatro UAPS de Fortaleza. A amostra incluiu o registro de vacinação de 2.344 crianças de zero a quatro anos, que não tomaram ao menos uma vacina do calendário infantil. Os dados foram coletados através da análise do sistema de informação FastMedic, utilizado para registrar as vacinas aplicadas nas UAPS no período de 2020 a 2023. Os dados foram organizados em tabelas no software Excel e analisados por meio de estatística descritiva através do Stata. Pesquisa aprovada no Comitê de Ética com CAAE: 82782324.3.0000.5054.
Resultados
Os achados indicam que nenhuma vacina do PNI atingiu a meta de 95% de cobertura em Fortaleza em 2023. O estudo analisou 2.344 crianças com média de idade de 2,5 anos, predominando o sexo masculino (51,5%) e raça parda (70,2%). O número médio de vacinas em atraso por criança foi de 5,44, sendo Hepatite B (22,3%), BCG (19,1%) e Febre Amarela (19,9%) as mais afetadas. As primeiras doses apresentaram maior atraso (36,1%). Curiosamente, as regiões de menor vulnerabilidade social (Regional de Saúde 2 e 6) tiveram maiores índices de atraso, sugerindo que outros fatores, como percepção de risco reduzida e desinformação, influenciam mais a adesão vacinal do que apenas condições socioeconômicas.
Conclusões/Considerações
A hesitação vacinal e a desinformação comprometem a cobertura vacinal infantil, aumentando o risco de reintrodução de doenças, esse cenário reforça a necessidade de estratégias direcionadas para ampliar a conscientização e acesso à imunização em todas as regiões. É essencial fortalecer campanhas educativas e contranarrativas nas redes sociais para combater mitos sobre imunização.
EFEITOS DA DEPENDÊNCIA À NICOTINA, ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM PACIENTES INSERIDOS NO PROGRAMA DE CESSAÇÃO DO TABAGISMO EM UM MUNICÍPIO DO SUL DE SANTA CATARINA
Pôster Eletrônico
1 UNISUL (Tubarão-SC)
2 Secretaria de Saúde do Município de Tubarão - SC
Apresentação/Introdução
O tabagismo é uma grave questão de saúde pública, com alta morbidade e mortalidade. Fatores psicossociais e econômicos influenciam a cessação, que é afetada por variáveis psíquicas e motivacionais. A associação entre dependência de nicotina, ansiedade e depressão, e seu impacto no sucesso do tratamento é crucial para otimizar a assistência e reduzir recaídas.
Objetivos
Analisar a influência da dependência à nicotina, ansiedade e depressão no sucesso do tratamento em pacientes inseridos no Programa de Cessação do Tabagismo de um município do Sul de Santa Catarina.
Metodologia
Estudo de coorte prospectiva que acompanhou pacientes do Programa de Cessação do Tabagismo no Sul de Santa Catarina, entre novembro de 2024 e maio de 2025. O seguimento de 90 dias incluiu encontros semanais e quinzenais, com abordagens comportamentais e medicamentosas (INCA/Ministério da Saúde). As variáveis de pesquisa coletadas foram idade, sexo, comorbidades, carga tabágica e o desfecho da cessação (sim, não ou desistência). O nível de dependência à nicotina (questionário de Fagerström), traços de ansiedade (Inventário de Ansiedade de Beck - BAI) e depressão (Inventário de Depressão de Beck - BDI) foram avaliados em três momentos: no início do programa, após 1 mês e após 3 meses.
Resultados
Foram avaliados 56 pacientes (64,3% mulheres, média de idade de 52,3 anos) com carga tabágica média foi de 37,8 anos-maço. As comorbidades prevalentes foram psiquiátricas (44,6%) e cardiovasculares (33,9%). Taxa de cessação: 41,1%; 16,1% desistiram; 42,9% não cessaram. Pacientes que não cessaram eram mais velhos (58,25 anos, p=0,005) e tinham maior carga tabágica (46,79 anos/maço, p=0,026). A dependência à nicotina (Fagerström) diminuiu significativamente em quem cessou (Mês 1: 1,44 vs. 3,55, p=0,012; Mês 3: 0,08 vs. 2,00, p=0,007). O grupo que não cessou apresentou mais ansiedade (BAI Mês 3: 9,17 vs. 1,68, p=0,010) e depressão (BDI Mês 3: 11,80 vs. 3,43, p=0,046).
Conclusões/Considerações
Este estudo demonstra que a idade avançada, maior carga tabágica e níveis elevados de dependência à nicotina, ansiedade e depressão estão associados a uma menor taxa de sucesso na cessação do tabagismo. Esses achados reforçam a necessidade de abordagens terapêuticas individualizadas e mais intensivas, especialmente para pacientes com transtornos mentais e alta dependência, visando otimizar os resultados dos programas de cessação.
OPERACIONALIZAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE: AÇÕES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM MUNICÍPIOS DO QUALIGUIA APS
Pôster Eletrônico
1 BP-A Beneficência Portuguesa de São Paulo
2 Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (NUPENS/USP)
Apresentação/Introdução
O QualiGuia APS é um projeto de intervenção para qualificação da Atenção Primária à Saúde (APS) em 120 municípios, na Vigilância Alimentar e Nutricional e Promoção da Alimentação Saudável. As Recomendações para a Operacionalização da Política Nacional de Promoção da Saúde na Atenção Primária à Saúde são o documento do Ministério da Saúde que orienta a implementação de ações alinhadas à política.
Objetivos
Analisar as ações de alimentação e nutrição presentes em planos de ação municipais elaborados por profissionais de saúde participantes do projeto QualiGuia APS.
Metodologia
Os planos de ação municipais, elaborados no âmbito do projeto QualiGuia APS por profissionais de saúde da atenção primária de 45 municípios brasileiros de pequeno porte, foram analisados com base nas Recomendações para a Operacionalização da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS). As ações de alimentação e nutrição foram quantificadas e classificadas de acordo com o eixo temático principal (governança, equidade, organização do cuidado, educação permanente e educação em saúde) e pelo ator responsável (equipe da atenção primária, gestão da atenção primária à saúde e comitê gestor intersetorial de promoção de saúde).
Resultados
Todos os municípios do projeto desenvolveram planos de ação municipais, contabilizando-se 436 ações de alimentação e nutrição. Cerca de metade das ações (52%) foram classificadas como Organização do Cuidado, seguidas por Educação em Saúde (29%), Educação Permanente (13%), Governança (6%) e Equidade (0%). Quanto ao ator responsável, 63% eram equipes da atenção primária e 15% profissionais da gestão. Em corresponsabilidade, os dois atores foram responsáveis por 14% das ações. Nenhuma ação foi associada ao comitê gestor. Observou-se, ainda, pequena participação de atores externos, como facilitadores do projeto, totalizando 8%, sendo 2% em corresponsabilidade com equipes e 2% com gestão.
Conclusões/Considerações
As ações de alimentação e nutrição desenvolvidas no QualiGuia APS estão em consonância com às Recomendações para Operacionalização da PNPS na APS. As principais temáticas identificadas foram a Organização do Cuidado e a Educação em Saúde. A ausência de ações com intencionalidade voltada à equidade e a falta de participação do comitê gestor intersetorial evidencia lacunas para promoção da saúde.
SAÚDE MENTAL E EQUIPES MULTIPROFISSIONAIS: CONHECENDO OS CAMINHOS INTERPROFISSIONAIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Universidade de Brasília
Apresentação/Introdução
As equipes multiprofissionais no âmbito da Atenção Primária à Saúde (eMulti) possuem histórico e percurso de constituição no país desde 2008. A atuação interprofissional configura-se como uma das tecnologias de trabalho utilizadas por essas equipes no cuidado em território. Ao longo do processo de consolidação, a eMulti oferece espaços para concretizar o cuidado interprofissional em saúde mental.
Objetivos
Esse estudo tem como objetivo analisar como a interprofissionalidade tem sido operacionalizada no cuidado em saúde mental realizado pelas equipes multiprofissionais na Atenção Primária à Saúde (APS) do Distrito Federal (DF).
Metodologia
O estudo foi conduzido por meio de grupos focais com cinco eMultis de uma Região de Saúde do DF. A Região de Saúde escolhida para a pesquisa apresenta uma das menores taxas de cobertura de eMulti. Como critério de inclusão para a participação deste estudo, os participantes deveriam ser servidores(as) da saúde do DF e estar lotados(as) nas equipes multiprofissionais na APS da Região de Saúde selecionada por pelo menos seis meses. Foi prevista também a inclusão de residentes como parte da amostra. Participaram deste estudo 23 profissionais que compõem o cenário de profissionais das eMultis. Os dados do estudo foram analisados pela Análise Temática (AT) de Braun e Clarke.
Resultados
A partir dessa análise, emergiram quatro temas: (1) O cuidado interprofissional em saúde mental, que aborda as principais estratégias de cuidado interprofissional identificadas pelas participantes; (2) Saúde mental no território da APS, que expressa os múltiplos entendimentos sobre saúde mental no território; (3) A precarização da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que evidencia os desafios enfrentados na condução das demandas de saúde mental no âmbito da APS; e (4) O compromisso ético-político das eMultis com os territórios, que reúne os dispositivos mobilizados para enfrentar e tensionar o contexto desafiador da RAPS no DF.
Conclusões/Considerações
Evidencia-se que as profissionais entrevistadas representam a consolidação dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), ao contribuírem para que o cuidado em saúde mental seja conduzido sob a perspectiva interprofissional e da atenção psicossocial. Mesmo inseridas em cenários contraditórios, este estudo apontou que as eMultis mobilizam e resgatam práxis transformadoras na Estratégia Saúde da Família (ESF) por meio de ações interprofissionais.
ENTRE NORMAS E PRÁTICAS: IMPLEMENTAÇÃO E REPERCUSSÕES REGIONAIS DE MUDANÇAS NAS POLÍTICAS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 ENSP/Fiocruz
2 DSC/UEL
Apresentação/Introdução
A Estratégia Saúde da Família (ESF) consolidou-se como referência da Atenção Primária à Saúde (APS) no SUS, com impactos positivos sobre o acesso e indicadores de saúde. A partir de 2017, mudanças normativas e no financiamento federal geraram riscos à continuidade desse modelo. Este estudo analisa como tais diretrizes foram implementadas em contextos regionais específicos.
Objetivos
Analisar os efeitos da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)/2017 e do Programa Previne Brasil (PPB)/2019 sobre o modelo de APS em duas regiões de saúde, considerando fatores contextuais, institucionais e as decisões dos gestores locais.
Metodologia
Trata-se de estudo multicêntrico, comparativo e de métodos mistos, realizado em 14 municípios de duas regiões contrastantes: Metropolitana I/RJ e Macrorregião Norte/PR. O referencial analítico baseou-se em interações federativas e no papel dos atores locais na implementação de políticas nacionais, considerando capacidades institucionais e influências contextuais. A pesquisa envolveu 44 entrevistas com gestores da APS (municipais e estaduais) e análise descritiva de dados secundários (SISAB, CNES, IBGE e SIOPS), abordando três eixos: concepções e perfis institucionais; decisões organizacionais, e; dados de cobertura e composição das equipes da APS, no período de 2017 a 2022.
Resultados
Ambas as regiões adotaram estratégias para atender ao PPB/2019, com aumento do cadastramento populacional e reorganização do processo de trabalho. No RJ, o apoio técnico e financeiro estadual contribuiu para preservar o NASF e fortalecer a qualificação da informação via e-SUS. No PR, os municípios usaram prontuários privados e recursos próprios, enfrentando dificuldades técnicas. Em ambas as regiões, observou-se crescimento das eSF e redução de ACS por equipe, com impacto desigual na organização da APS. As decisões refletiram a capacidade institucional e o suporte estadual, revelando diferentes formas de operacionalizar diretrizes federais em contextos locais diversos.
Conclusões/Considerações
O estudo sugere que a implementação das diretrizes da APS e suas repercussões são influenciadas por fatores complexos e interdependentes, como capacidades municipais, relações intergovernamentais e atuação estadual no contexto regional. Por sua vez, a adesão dos gestores municipais, sob uma lógica gerencialista, impõe desafios à integralidade e qualidade do cuidado no SUS.
QUALIDADE DA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE (APS) SOB A ÓTICA DOS USUÁRIOS: PROTOCOLO DE PESQUISA EM SERVIÇOS DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UCPEL
Apresentação/Introdução
Para assegurar a efetividade, além da melhoria da estrutura e acesso, é necessário garantir que o cuidado de saúde oferecido tenha suficiente qualidade. Assim, a estrutura física e os recursos humanos disponíveis, bem como a satisfação dos usuários precisam ser analisados na avaliação dos serviços de saúde.
Objetivos
Este estudo tem como objetivo descrever um protocolo de pesquisa para avaliar a qualidade do cuidado oferecido na rede de Atenção Primária a Saúde e feedback aos gestores e profissionais sobre o desempenho.
Metodologia
Estudo transversal nas 50 UBS do município de Pelotas-RS (38 urbanas, 12 rurais), baseado no modelo teórico de Avedis Donabedian. O cálculo amostral estimou a necessidade de entrevistar 41 pacientes na sala de espera e 15 pacientes de cada grupo prioritário em cada UBS. Os chefes e médicos das UBS responderam sobre estrutura, organização, formação e carga horária. Os usuários na sala de espera responderam sobre características sociodemográficas, comportamentos e condições de saúde. Foram entrevistados após a consulta sobre procedimentos e orientações recebidas, as gestantes, crianças menores de 3 anos, diabéticos e/ou hipertensos, mulheres de 15 a 64 anos e os que consultaram com dentista.
Resultados
A coleta iniciou em novembro de 2024, com entrevistadores abordando chefias das UBS e aplicando questionários. Entrevistas foram feitas na sala de espera e após a consulta (exit interview), conforme o grupo prioritário. O trabalho de campo foi realizado por 26 bolsistas calibrados e treinados por 40 horas. As entrevistas foram registradas no programa REDCap, com envio diário à base central. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UCPEL parecer 7.034.604. A análise dos dados consistirá na descrição da estrutura e recursos humanos das UBS e das características dos usuários. Posteriormente, serão calculadas as prevalências dos desfechos, com intervalo de confiança de 95% (IC95%).
Conclusões/Considerações
O estudo possui limitações, como possível viés de informação por autorrelato, especialmente sobre comportamentos de saúde, e viés de cortesia nas respostas de satisfação. A avaliação de processos pode ser influenciada pela continuidade do cuidado na APS. Entre os pontos positivos, destaca-se a amostragem universal, incluindo todas as UBS e médicos do município. A coleta de dados sobre estrutura, organização e usuários permitirá avaliar fatores associados aos desfechos. Ao final, os resultados serão apresentados à rede, com entrega de folder explicativo e discussão coletiva para aprimoramento da qualidade da APS.
O DESENVOLVIMENTO DE PRÁTICAS COLABORATIVAS INTERPROFISSIONAIS EM ESPAÇOS COLETIVOS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Pôster Eletrônico
1 FORP/USP
2 UFR
3 EERP/USP
Apresentação/Introdução
A estratégia de saúde da família é cenário favorável para o desenvolvimento das práticas colaborativas interprofissionais, pois possui processos de trabalho que facilitam a integração e construção coletiva. Essa prática auxilia a melhorar os resultados das práticas de saúde, além de contribuir para a percepção, compreensão e eficácia das relações profissionais.
Objetivos
Nosso objetivo foi entender como se dá a construção de práticas colaborativas no processo de trabalho interprofissional de unidades de saúde da família do Departamento Regional de Saúde XIII.
Metodologia
Investigação exploratória, descritiva, de abordagem quantitativa e qualitativa. Realizado em unidades de saúde da família do Departamento Regional de Saúde Ribeirão Preto, que conta com 26 municípios. Utilizou-se as informações referentes à terceira fase do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica, para caracterização da amostra. Posteriormente foi selecionada uma equipe por município e um integrante da equipe foi convidado a colaborar com uma entrevista. Foi realizada análise estatística descritiva da caracterização dos municípios e análise de conteúdo das entrevistas, com embasamento teórico do trabalho interprofissional e práticas colaborativas.
Resultados
Os resultados foram divididos em três categorias: Desenvolvimento do trabalho interprofissional, Aspectos relacionados à equipe e Pandemia como modificadora da prática. Foi possível identificar os espaços coletivos que fazem parte das estratégias de saúde da família e compreender que a construção das práticas colaborativas interprofissionais perpassa esses espaços, em momentos de encontro e integração dos profissionais. Porém, existem fragilidades referentes à fragmentação do cuidado e a não centralidade do usuário, que podem ser trabalhadas por meio de atividades de educação permanente em saúde e de atuação de equipes de apoio matricial e institucional junto às equipes locais.
Conclusões/Considerações
Em sua rotina de trabalho as equipes realizam reuniões de equipe, visitas domiciliares, programa saúde na escola, recebem apoio de outros profissionais e instituições. Porém, apesar da grande variedade de possibilidades para a colaboração, muitas vezes sua prática está pautada na uniprofissionalidade, com exercício de ações fragmentadas, com pouca articulação dos profissionais.
ACESSO, ACEITABILIDADE E ELEMENTOS PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE DE ADOLESCENTES E JOVENS NA ATENÇÃO BÁSICA
Pôster Eletrônico
1 UFMG
2 USP
Apresentação/Introdução
A atenção integral à saúde a esse público ainda se defronta com importantes barreiras e desafios. Na assistência, perduram práticas profissionais verticais, baseadas na concepção de adolescência/juventude como fases “de risco”, associadas a problemas sociais. As ações em saúde seguem pouco contextualizadas e limitadas à contracepção, gravidez, violência intrafamiliar e prevenção às IST/HIV.
Objetivos
O objetivo é identificar a significação atribuída por adolescentes e jovens às experiências de acesso aos serviços para caracterizar critérios de aceitabilidade das práticas produzidas, traçando elementos fundamentais para a promoção da saúde.
Metodologia
Trata-se de um recorte temático de um projeto de intervenção multissituado sobre prevenção de IST/HIV, Covid e sofrimentos psicossociais, voltado à compreensão e produção de ações integradas entre escolas e unidades básicas de saúde. Esse trabalho versa sobre o acesso de adolescentes e jovens a serviços públicos de saúde. O trabalho de campo foi realizado em 2023, em 4 UBS de São Paulo, 1 em Santos e 1 em Sorocaba, com a observação do trabalho nessas Unidades (espaços de circulação de usuários, consultas, visitas domiciliares, reuniões de equipe e de grupos) e 34 entrevistas semiestruturadas com jovens dos territórios, entre 15 e 24 anos.
Resultados
Os/As jovens conferem centralidade ao cuidado integral, desenvolvido como projeto de saúde a partir do encontro entre sujeitos (usuário-profissionais). Saúde é entendida como bem-estar e aprender a ser/viver e, constitui-se também no “apoio” a questões existenciais e sofrimentos. A necessidade em saúde fundamental é o fomento de competências para uma produção de si que promova a melhora da vida cotidiana. Para tal, eles/as almejam um cuidado alicerçado no acolhimento, no diálogo e na empatia. O atendimento satisfatório deve promover sua participação no processo terapêutico, dispor informações e orientações para decisões dialogadas e, em dimensão ampliada, o desenvolvimento da autonomia.
Conclusões/Considerações
Mais do que uma demanda por qualificação profissional direcionada às questões de adolescentes e jovens, aponta-se à concepção de práticas de atenção à saúde imbricadas com a constituição da identidade, do autoconhecimento e de novas formas de atuar em sociedade. Os critérios de aceitabilidade podem instruir a reorientação de práticas de atenção, balizando processos de monitoramento e avaliação de ações em saúde para esse segmento populacional.
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL DE DISPOSITIVOS PSICOSSOCIAIS NA APS DO RIO DE JANEIRO: 20 ANOS DA PNAB
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
Ao longo dos 20 anos da PNAB, a APS se consolidou como porta de entrada preferencial no SUS. Na saúde mental, destaca-se a articulação com a RAPS, por meio das e-Multi e CAPS. Persistem, no entanto, desigualdades regionais na oferta desses dispositivos, especialmente em territórios vulneráveis.
Objetivos
Analisar a distribuição espacial e temporal de e-Multi e CAPS no Rio de Janeiro entre 2007 e 2024, identificando desigualdades regionais e sua relação com o IDH-M.
Metodologia
Estudo descritivo com análise espacial e temporal, com dados secundários do CNES, DATASUS e IBGE. Foram mapeados e-Multi e CAPS por áreas programáticas e bairros do Rio de Janeiro. Usou-se QGIS para associar IDH-M aos dispositivos, categorizando os territórios em quartis de vulnerabilidade. A coleta foi realizada em janeiro de 2025, com análise de dados de 2007 a 2024, incluindo composição das e-Multi, modalidades de CAPS e sua distribuição geográfica.
Resultados
As eSF cresceram de forma expressiva até 2024, enquanto as e-Multi apresentaram expansão lenta. A cobertura é desigual: APs 3.3 e 5.3 concentram déficit de CAPS e de e-Multi sem profissionais de saúde mental. Em 25% das e-Multi da AP 3.3 não há psicólogo, assistente social ou psiquiatra. Já a AP 2.1, com alto IDH-M, tem ampla cobertura e boa composição profissional. Essa distribuição contraria os princípios da equidade e revela maior carência exatamente onde há mais necessidade.
Conclusões/Considerações
Evidenciou-se desigualdade na oferta de cuidado psicossocial. É urgente ampliar os CAPS, recompor e-Multi e priorizar regiões vulneráveis. A marca de 20 anos da PNAB deve fortalecer a APS e a RAPS. Estudos futuros devem analisar o trabalho e a efetividade das equipes.
A ESTRUTURA DAS UBS BRASILEIRAS: O QUE MUDOU ENTRE 2012 E 2024?
Pôster Eletrônico
1 FSP/USP
2 ISC, UFF
3 ENSP, Fiocruz
Apresentação/Introdução
A provisão de adequada estrutura nas UBS incluindo a ambiência, disponibilidade de espaços, equipamentos e insumos constituem condições básicas e essenciais para a prestação das diversas ações individuais e coletivas preconizadas para APS, fundamentais para tornar os serviços de saúde acessíveis e proporcionar condições apropriadas ao trabalho dos profissionais para oferta de atenção de qualidade.
Objetivos
Identificar e analisar as mudanças da estrutura das UBS brasileiras entre 2012 e 2024, associadas aos efeitos das políticas neste intervalo. Orientar políticas que contribuam na melhoria da qualidade do cuidado, satisfação de usuários e profissionais.
Metodologia
A tipologia estrutural das UBS foi elaborada com base nos resultados do Censo Nacional das UBS-2024, comparados aos de 2012. Tipo de equipe, diversidade de profissionais, turnos de funcionamento, serviços disponíveis e instalações/insumos foram as subdimensões utilizadas, com padrão de referência definido e calculado escore padronizado, sendo 1 o melhor. Das 44.937 UBS que participaram do Censo, 43.209 apresentavam informações completas e foram analisadas. O escore médio final foi de 0,878, 20% maior que o de 2012. A subdimensão com pior escore foi tipos de equipe e a melhor, turnos de funcionamento. As unidades foram agrupadas de acordo com o seu escore final da melhor para a pior.
Resultados
Todas as regiões aumentaram os percentuais de UBS nos grupos A e B, especialmente Norte e Nordeste. O tipo A foi observado em 21,3% das UBS, crescimento de 4,4 vezes comparando com 2012. Avanços nas condições de infraestrutura, nos turnos de funcionamento, bem como no aumento da presença de médicos indicam efeitos de políticas destinadas à ampliação do acesso à APS, com importante redução das desigualdades regionais No entanto, ainda merecem atenção os componentes essenciais para a oferta de APS abrangente, como a presença de ACS em número suficiente, dispensação universal de medicamentos e equiparação entre equipes de saúde bucal e equipes de saúde da família.
Conclusões/Considerações
A presença de estrutura adequada não é por si só suficiente para garantir cuidados em saúde de qualidade. Evidenciamos a necessidade da construção de novos modelos de análise que agreguem aspectos de governança, alocação equitativa de recursos e da organização dos serviços. Componentes adicionais são sugeridos: qualificação dos profissionais; abordagem comunitária; organização do cuidado/integração com a rede; participação social e acessibilidade.
ATENÇÃO PRIMÁRIA EM FOCO: RELAÇÃO ENTRE O CLIMA ÉTICO ORGANIZACIONAL E O RECONHECIMENTO PROFISSIONAL
Pôster Eletrônico
1 Universidade do Vale do Rios dos Sinos - UNISINOS. Escola de Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva.
Apresentação/Introdução
O trabalho na Atenção Primária à Saúde é caracterizado pela atuação em equipe e proximidade com a comunidade. Nesse contexto, o clima ético organizacional, definido pela percepção dos dilemas éticos e relacionais no cotidiano, pode influenciar o bem-estar dos profissionais. Um ambiente com valorização profissional pode contribuir para a saúde do trabalhador e na qualidade do cuidado ofertado.
Objetivos
Descrever as características sociodemográficas e laborais de profissionais da Atenção Primária à Saúde e analisar a associação entre a percepção do clima ético organizacional e o reconhecimento profissional.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal realizado com profissionais de saúde de 24 unidades básicas de saúde de um município do Rio Grande do Sul, Brasil. A amostra foi selecionada por conveniência, presencialmente, entre abril e maio de 2023. Os dados foram coletados através de um questionário que incluía variáveis sociodemográficas, de saúde e de trabalho, no qual havia uma questão sobre o reconhecimento profissional. Para avaliação do clima ético organizacional foi utilizada a versão traduzida e validada da escala Hospital Ethical Climate Survey. Os dados foram avaliados por análises descritivas e a associação das variáveis foi investigada pelo teste Qui-Quadrado.
Resultados
Participaram do estudo 217 profissionais, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, agentes comunitários, dentistas, entre outros. A amostra apresentou mediana de idade de 40,0 anos (IQ 33,0-50,0) e foi composta, majoritariamente, por mulheres 83,4 % (n=181) de cor da pele branca 74,1% (n=160). Em sua maioria, os profissionais não possuíam intenção de deixar o emprego (78,6%; n=165), sentiam-se satisfeitos profissionalmente (53,0%; n=115) e percebiam a qualidade do cuidado como boa (58,1%; n=125). Quanto maior a percepção do clima ético organizacional, maior a proporção de profissionais que se sentiam reconhecidos profissionalmente (p=<0,001).
Conclusões/Considerações
Os achados evidenciam a relação entre o clima ético organizacional e o sentir-se reconhecido profissionalmente na atenção primária. Além disso, os resultados reforçam a importância de implementar ações que fortaleçam o clima ético organizacional, garantindo um ambiente de trabalho saudável, a fim de promover a saúde e o bem-estar dos profissionais e contribuir para a excelência do cuidado oferecido à comunidade.
REPERCUSSÕES DO PROGRAMA PREVINE BRASIL NAS DESPESAS CUSTEADAS COM RECURSOS FEDERAIS NOS MUNICÍPIOS PERNAMBUCANOS
Pôster Eletrônico
1 IAM/Fiocruz PE
2 UFPE
Apresentação/Introdução
O Programa Previne Brasil estabeleceu um modelo inédito de cofinanciamento federal da Atenção Primária à Saúde (APS) no país. Entre as mudanças incorporadas está a extinção do financiamento universal da APS e focalização da atenção à saúde. O Previne institucionaliza o operacionalismo no SUS, induzido pela lógica neoliberal e se distanciando da saúde como direito e do princípio da universalidade.
Objetivos
Analisar os impactos do Programa Previne Brasil nos indicadores de desempenho da APS e no custeio das despesas com APS de financiamento federal nos municípios de Pernambuco no período de 2018 a 2023.
Metodologia
Trata-se de um estudo do tipo quantitativo, descritivo e de corte transversal e com análise de tendência temporal. A abrangência foi o estado de Pernambuco, seus 184 municípios. O período de análise dos dados foi entre 2018 à 2023. Foram considerados como variáveis os cadastros individuais nos serviços de APS, os indicadores de desempenho do Previne Brasil e o cofinanciamento federal repassado aos municípios para custeio das despesas com APS. Os dados foram coletados no (1) Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica e Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde e classificados segundo porte populacional dos municípios e Macrorregião de saúde.
Resultados
Os resultados demonstraram tendência crescente do quantitativo de cadastros individuais e de seis indicadores de desempenho. As despesas com APS provenientes de custeio do Governo Federal sofreu uma variação proporcional com acréscimo de 43,19% entre 2018 a 2023. Mas, no ano de 2021 a variação proporcional anual foi negativa e apresentou declínio de -18,63% em relação a 2020. O Programa Previne Brasil teve impacto negativo no custeio das despesas com APS através de recursos federais em 2021, nos municípios de pernambucanos. Neste ano, as despesas federais com APS foi menor do que antes da implantação do programa, ou seja, aconteceu perca de recurso financeiro Federal.
Conclusões/Considerações
Devido ao aumento contínuo nos cadastros individuais dos serviços de APS e melhoria crescente nos indicadores de desempenho, os municípios conseguiram consolidar ganhos nas despesas com APS de recursos federais após 2021. No entanto, o aumento dos cadastros individuais não garante o acompanhamento dos usuários e a melhoria no alcance dos indicadores de desempenho não refletem a totalidade da qualidade da assistência em saúde.
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA EM TEMPOS DE CRISE SANITÁRIA: OS IMPACTOS DE UMA PANDEMIA SOB O OLHAR DE TUTORES
Pôster Eletrônico
1 ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA VISCONDE DE SABOIA
2 UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ
Apresentação/Introdução
A pandemia da COVID-19 impôs severos impactos à Atenção Primária à Saúde (APS), exigindo adaptações rápidas dos serviços, profissionais e residentes. Nesse cenário, a Residência Multiprofissional em Saúde da Família (RMSF) enfrentou desafios relevantes na manutenção do cuidado integral e na formação em serviço, especialmente frente ao sofrimento psíquico ampliado da população.
Objetivos
Analisar a percepção de tutores da Residência Multiprofissional em Saúde da Família acerca das repercussões da pandemia da COVID-19 no processo de trabalho da APS e na formação dos residentes, entre os anos de 2019 a 2021.
Metodologia
Estudo exploratório, descritivo e qualitativo, recorte da tese de doutorado “Competências para Residência Multiprofissional em Saúde da Família diante das repercussões da pandemia da COVID-19”, desenvolvida no Programa RENASF/FIOCRUZ. Realizou-se entrevistas semiestruturadas com 10 tutores atuantes entre 2019 e 2021, em Sobral-CE. A análise seguiu a técnica de análise temática de Bardin. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual Vale do Acaraú, sob o parecer nº: 7.117.107, conforme as diretrizes da Resolução nº 466/2012 CNS/CONEP.
Resultados
A análise revelou cinco categorias: aumento do sofrimento psíquico entre usuários e profissionais; fragilidade do cuidado integral e longitudinal; desafios na reorganização dos fluxos assistenciais e retomada de práticas coletivas; ausência de preparo em biossegurança e gestão de crises; e enfraquecimento das práticas da Estratégia Saúde da Família.
Apontam-se a atuação de residentes em cenários complexos e instáveis, como o vivido na pandemia, evidenciando-se a necessidade de desenvolver competências interprofissionais como escuta qualificada, cuidado em saúde mental, gestão de crises, trabalho em rede e resiliência emocional, essenciais diante das complexidades do contexto pós-pandêmico.
Conclusões/Considerações
Os impactos da pandemia na APS evidenciaram a necessidade urgente de fortalecer competências interprofissionais, reorganizar o processo de trabalho e ampliar a formação em contextos de crise. No cenário pós-pandêmico, é essencial fortalecer competências interprofissionais e reestruturar processos formativos, garantindo cuidado integral, contínuo e adaptado às realidades dos territórios e às crises emergentes.
IMPLEMENTATION OF ADVANCED PRACTICE NURSING IN PRIMARY HEALTH CARE IN BRAZIL AND GERMANY. A COMPARATIVE QUALITATIVE STUDY
Pôster Eletrônico
1 Departamento de Ciências de Enfermagem, Faculdade de Ciências Sociais, Universidade de Viena
2 Escola de Saúde Pública, Universidade de Bielefeld
3 Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fiocruz
4 Universidade Estadual do Oeste do Paraná
5 Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Apresentação/Introdução
In recent decades the concept of advanced practice nursing (APN) has become more widely adopted in primary health care (PHC) across health systems worldwide. The implementation of APN is a multifaceted process that relies on the commitment of policymakers and practitioners. Initiatives to launch APN in PHC in Brazil and Germany are still in the preliminary stages.
Objetivos
To explore enablers and barriers to the implementation of APN in PHC shared between Brazil and Germany at both policy and practice level.
Metodologia
We employed a qualitative cross-country study based on focus groups at both policy and practitioner level (4 in Brazil, 5 in Germany). In total, 25 nurses and physicians practicing in PHC (16 in Brazil, 9 in Germany) and 23 stakeholders (13 in Brazil, 10 in Germany) participated. Policy stakeholders were leaders representing key organizations for PHC and APN development such as health councils, funding bodies, and professional associations at both the national and regional levels. The focus groups were analyzed by content analysis using a deductive-inductive approach.
Resultados
Participants viewed APN as a promising strategy for improving population health and strengthening nursing in PHC. However, concerns were raised about nurses being used as stopgaps to address shortages of PHC physicians. The APN role was primarily associated with advanced clinical tasks with less emphasis placed on research, education and leadership. Participants recognized the need for APN being regulated by legislation and, in Brazil, for proper guidelines to be implemented to enable the expansion of nursing practice. They emphasized the importance of nurses’ participation in health policy and called for greater dialogue between nurses, physicians and patients about the possibilities of APN.
Conclusões/Considerações
Despite the significant differences in health systems, nursing roles and PHC models between Brazil and Germany, we identified similar enablers and barriers to the implementation of APN in PHC. Our results highlight the need for greater involvement in dialogue between actors to develop a joint understanding of APN that is tailored to the specific situation of each health system.
DETERMINANTES SOCIAIS NO TERRITÓRIO E SEUS IMPACTOS NA SAÚDE PÚBLICA: EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA ESCOLA DA FAMÍLIA EM NITERÓI-RJ
Pôster Eletrônico
1 Universidade de Brasília
2 Universidade Federal Fluminense
Apresentação/Introdução
As desigualdades sociais e a violência urbana impactam diretamente os indicadores de saúde pública. O Programa “Escola da Família” nasceu aliado à política pública em segurança “ Pacto Niterói contra a violência”, consistindo em uma formação continuada voltada para os profissionais da saúde da atenção primária e em intervenções coparticipativas com as gestantes e familiares.
Objetivos
O presente trabalho coloca em discussão as questões interseccionais da vulnerabilidade econômica e da violência comunitária, que repercutem nos desafios de cuidado oferecidos pelos profissionais da saúde perinatal.
Metodologia
Foram realizadas 04 oficinas distintas com 08 turmas, totalizando 32 encontros que formaram 428 profissionais entre 2022 a 2024. As oficinas foram construídas com base na perspectiva dialógica em educação e com utilização de metodologias ativas. Os dados foram registrados em diários de campo e, posteriormente, analisados por meio da técnica de Análise do Discurso, de Michel Pêcheux, identificando os sentidos atribuídos pelos participantes às suas vivências e às práticas de cuidado em territórios vulneráveis, considerando os determinantes sociais da saúde.
Resultados
A análise evidenciou duas dimensões principais: I. violência comunitária e suas implicações na saúde pública, destacando a destruição de vínculos sociais e o impacto no sofrimento psíquico coletivo; II. vulnerabilidade econômica e agravamento da exclusão social, com reflexos diretos na precarização das condições de vida e no acesso aos serviços de saúde. A formação transmitiu práticas de escuta, compromisso ético-social e articulação intersetorial em saúde pública. Destacou-se o fortalecimento de estratégias coletivas e de redes de apoio territorializadas no enfrentamento das desigualdades, como, por exemplo, recebimento de um auxílio financeiro para as gestantes participantes do Programa.
Conclusões/Considerações
Constatou-se que a formação promoveu entre os profissionais, uma posição de compromisso social e político nos seus atendimentos, ao passo que potencializou o fortalecimento dos cuidados intersetoriais. Portanto, promoveu um posicionamento reflexivo e crítico, diante das complexidades sociais do cotidiano de trabalho, que refletem os elementos da violência comunitária, falta de seguridade social, precariedade do trabalho e insegurança alimentar.
GESTÃO DA APS POR ORGANIZAÇÕES SOCIAIS: ANÁLISE COMPARATIVA DAS RELAÇÕES DE TRABALHO EM TERRITÓRIO VULNERÁVEL NO RIO DE JANEIRO (2017-2024)
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz
Apresentação/Introdução
A gestão da Atenção Primária à Saúde (APS) por Organizações Sociais (OS) no Rio de Janeiro, embora tenha expandido a cobertura, intensificou a precarização das relações de trabalho, reflexo de políticas neoliberais. Este estudo de caso analisa a gestão no território de Manguinhos, campo de tensões entre diferentes modelos gerenciais e ciclos políticos.
Objetivos
Analisar comparativamente as relações de trabalho na APS de Manguinhos (AP 3.1) sob a gestão das OS Fiotec e Viva Rio, durante os ciclos político-administrativos de 2017-2020 e 2021-2024, identificando desafios, potencialidades e a influência do contexto.
Metodologia
Estudo de caso exploratório, qualitativo, baseado em análise documental e revisão de literatura. Foram analisados estatutos sociais (Fiotec, Viva Rio), contratos de gestão, editais de seleção e dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) entre 2017 e 2024. A análise focou na heterogeneidade institucional, nas políticas de gestão de pessoas, nos mecanismos de participação e nos reflexos das diferentes conjunturas políticas municipais sobre o trabalho na APS no território de Manguinhos.
Resultados
Os resultados apontam a heterogeneidade entre as OS. A Fiotec, fundação de apoio com maior capacidade financeira, apresentou desalinhamento estatutário com a lei municipal, mas garantiu estabilidade de pagamentos durante crises de repasse. A Viva Rio, associação civil, demonstrou perfil de OS convencional, com governança alinhada à lei. Identificaram-se fragilidades nos mecanismos de participação dos trabalhadores em ambas e indícios de precarização, como a permissão para quarteirização no contrato da Viva Rio e a falta de detalhamento sobre planos de cargos e salários.
Conclusões/Considerações
As relações de trabalho na APS de Manguinhos são complexas, moldadas pela interação entre o modelo da OS, os ciclos políticos e as características institucionais. Os achados, ao mesmo tempo que corroboram a precarização, revelam que a heterogeneidade das OS gera impactos distintos. A garantia de trabalho digno e participação efetiva são desafios centrais para o fortalecimento da APS em territórios vulnerabilizados.
INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA (ICSAP) ENTRE RESIDENTES DO MUNICÍPIO DE NITERÓI/RJ: ANÁLISE DESCRITIVA POR SEXO, IDADE E RAÇA/COR, 2024.
Pôster Eletrônico
1 Fundação Municipal de Saúde de Niterói (FMS)
2 Universidade Federal Fluminense (UFF)
Apresentação/Introdução
A Lista Brasileira de Condições Sensíveis à Atenção Primária é um instrumento de avaliação da atenção primária e da utilização da atenção hospitalar, sendo importante para avaliar o desempenho do sistema de saúde. Conhecer as principais características dessas internações é relevante para identificar lacunas e desigualdades assistenciais e subsidiar políticas públicas equitativas.
Objetivos
Analisar o perfil das internações por CSAP de residentes de Niterói/RJ em 2024, com foco nas distribuições por sexo, raça/cor, faixa etária e grupos de causas sensíveis à atenção primária.
Metodologia
Estudo descritivo com base nos dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) referentes às internações hospitalares de residentes do município de Niterói no ano de 2024. Foram analisadas as internações com CID principal indicado compatível com a Lista Brasileira de CSAP disposta na Portaria MS nº 221/2008 em relação aos registros de sexo, raça/cor, faixas etárias e grupo de CSAP. As análises desagregadas foram realizadas por frequências absolutas e relativas em relação ao total de internações por CSAP, permitindo compreensão da carga de diferentes determinantes no cenário de assistência hospitalar por condições evitáveis estabelecido no ano.
Resultados
Em 2024 foram realizadas 23.172 internações hospitalares entre residentes de Niterói/RJ, dentre as quais 3.116 (13,4%) foram por CSAP. A distribuição por sexo foi similar (50,4% homens e 49,6% mulheres), distintivamente da análise por raça/cor em que 71,5% das internações ocorreram entre pessoas negras (45,2% pardas e 26,3% pretas), frente a 27,9% entre brancas. Na análise por idade, destacam-se os extremos das faixas etárias com crianças de 0 a 4 anos (18,2%) e idosos de 80 anos ou mais (12,8%). Os principais grupos de causas foram doenças cerebrovasculares (17,4%), infecções urinárias (14%) e infecções da pele (10,7%).
Conclusões/Considerações
O perfil de ICSAP em Niterói revela desigualdades significativas quanto à raça/cor com predomínio da população negra, ainda que a mesma não seja maioria no município. Os resultados indicam a necessidade de compreensão do racismo enquanto determinante estrutural e institucional e reafirmam a necessidade de fortalecimento de políticas públicas e linhas de cuidado para estruturação de ações preventivas e diagnósticas contínuas equitativas na APS.
DESIGUALDADES SOCIAIS NA NÃO REALIZAÇÃO DOS EXAMES PAPANICOLAU E MAMOGRAFIA DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19 EM VITÓRIA-ES
Pôster Eletrônico
1 UFES
Apresentação/Introdução
O câncer de mama e o câncer do colo do útero configuram importantes desafios para a saúde coletiva global. A análise das disparidades na cobertura de exames preventivos, como mamografia e citopatológico do colo do útero, no contexto brasileiro, permite identificar grupos com acesso desigual aos serviços de saúde, especialmente em contextos de crise sanitária, como a pandemia de Covid-19.
Objetivos
Analisar a prevalência da não realização dos exames Papanicolau e mamografia durante a pandemia de Covid-19 e a associação com as características sociodemográficas.
Metodologia
Estudo de base populacional, realizado com mulheres com 18 anos ou mais, residentes no município de Vitória - ES. A variável desfecho — não realização dos exames — foi aferida pelas perguntas: “A senhora deixou de fazer o exame preventivo para câncer do colo do útero/mamografia por causa da pandemia de Covid-19?”. As variáveis independentes incluíram características sociodemográficas, como raça/cor, escolaridade e renda. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da UFES (parecer nº 4.753.378).
Resultados
Durante a pandemia, 34,1% (IC95%: 31,3–37,0) das mulheres deixaram de realizar o exame citopatológico. A prevalência foi mais elevada entre mulheres pretas (40,4% - IC95%: 33,7–47,3); com pós-graduação (36,2% - IC95%: 30,2–42,5); e da classe econômica C (35,6% - IC95%: 31,1–40,4). Na mamografia, 24,8% (IC95%: 22,0–27,8) das mulheres relataram não ter realizado o exame em função da pandemia. Maior prevalência foi observada entre mulheres brancas (25,7% - IC95%: 21,4–30,5); com até o ensino primário (27,8% - IC95%: 18,0–40,3); e mulheres da classe B (26,4% - IC95%: 21,8–31,7), sem diferença entre as classes.
Conclusões/Considerações
Observa-se que a pandemia de Covid-19 não impactou a realização de exames Papanicolau e mamografia independente das características sociodemográficas.
DESAFIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NO DISTRITO FEDERAL: AVANÇOS, RETROCESSOS E CONTRADIÇÕES
Pôster Eletrônico
1 UnB / SES-DF / ESP-DF
2 SES-DF / ESP-DF
3 UNICAMP
Apresentação/Introdução
A Estratégia Saúde da Família (ESF) é modelo estruturante da APS no SUS, mas sua implementação no Distrito Federal enfrenta tensões entre modelos, disputas políticas e entraves estruturais. Entre 2017 e 2018, a iniciativa “Converte-APS”, da gestão local, gerou inovações e conflitos, provocando mudanças significativas na organização da APS no DF.
Objetivos
Analisar os desafios, contradições e avanços na implementação da ESF no Distrito Federal, considerando os contextos político-institucionais e suas implicações na consolidação da APS.
Metodologia
Estudo qualitativo, com revisão bibliográfica, análise documental e 22 entrevistas semiestruturadas com gestores e profissionais da Secretaria de Saúde do DF, selecionados por amostragem “bola de neve”. Foram analisadas portarias e políticas da APS entre 2010 e 2021. A análise de conteúdo estruturou a síntese dos resultados, que foram discutidos à luz de teorias da implementação de políticas públicas, como as abordagens top-down, bottom-up, múltiplos fluxos e path dependence.
Resultados
Observou-se coexistência conflitiva entre modelos tradicionais e a ESF, agravada por subfinanciamento, déficit de equipes e presença de soluções de caráter neoliberal dos modelos de gestão da saúde do DF. O Converte-APS buscou padronizar a rede sob a lógica da ESF, mas enfrentou forte resistência de profissionais e entidades corporativas. Avanços como a ampliação da cobertura e incentivos à residência em MFC contrastam com a escassez de ACS e fragmentação gerencial. Os achados evidenciam um processo de mudança híbrido, permeado por imposição normativa e adesão parcial.
Conclusões/Considerações
Avanços inegáveis na implementação da ESF no DF ocorreram no período analisado, entretanto, a consolidação da ESF no DF exige mais do que diretrizes formais: demanda financiamento adequado, valorização profissional e superação de resistências políticas e culturais. A defesa do “óbvio” — uma APS resolutiva e centrada na comunidade — torna-se imperativa frente a retrocessos institucionais e modelos privatizantes.
VOZES QUE VÊM DA RUA: PRODUÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE DE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA (PSR) EM SÃO SEBASTIÃO, DISTRITO FEDERAL
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ Brasília
Apresentação/Introdução
Introdução: A presença cada vez mais visível da PSR em São Sebastião-DF e as barreiras no acesso à saúde evidenciam a urgência de compreender como se dá o cuidado nesse território. A pesquisa parte da escuta das vozes da rua, analisando os obstáculos no acesso à Atenção Primaria a Saúde (APS) e as práticas de cuidado adotadas, sobretudo onde há pouca cobertura da equipe itinerante.
Objetivos
Objetivos: Compreender, a partir das percepções da PSR, como se dá o acesso aos serviços de saúde no território de São Sebastião-DF, identificando possíveis barreiras e propondo estratégias de cuidado no âmbito da APS.
Metodologia
Metodologia: Estudo de abordagem qualitativa, com grupo focal formado por cinco PSR vivendo no território de São Sebastião-DF. A coleta será guiada por roteiro semiestruturado e ocorrerá em espaço público. A proposta da análise de conteúdo dos dados, seguirá em três etapas: pré-análise, exploração e interpretação. Complementarmente, será utilizada a análise temática, permitindo a identificação de padrões de sentido nas narrativas, com vistas à compreensão das experiências de cuidado e acesso à APS.
Resultados
Resultados esperados: Busca-se identificar barreiras no acesso à APS encontradas pela PSR, bem como estratégias de enfrentamento construídas no cotidiano. As análises permitirão revelar percepções sobre acolhimento, vínculos e práticas de cuidado no território. Pretende-se ainda, propor ações que fortaleçam a escuta qualificada, o reconhecimento das singularidades da rua e a ampliação do acesso às UBSs, contribuindo para um modelo de cuidado mais equitativo e sensível à realidade da PSR.
Conclusões/Considerações
Conclusões: Espera-se que os achados contribuam para orientar ações locais, qualificar o cuidado em saúde e fortalecer práticas sensíveis às necessidades da PSR no contexto da APS em São Sebastião-DF, promovendo acesso e equidade.
AVALIAÇÃO DA RESPOSTA À COVID-19 EM SERVIÇOS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO APÓS DOIS ANOS DE SINDEMIA
Pôster Eletrônico
1 UNESP
Apresentação/Introdução
A sindemia de covid-19 impôs desafios à Atenção Primária à Saúde (APS), exigindo reorganização dos serviços. Pode-se evidenciar a importância dos serviços de APS na prevenção, atenção e acompanhamento de casos leves e moderados. A perspectiva de novos períodos pandêmicos por diferentes agentes, torna importante avaliar a resposta das unidades em 2022, período de reorganização dos serviços de APS.
Objetivos
Avaliar a organização das ações de enfrentamento da covid-19 em serviços de APS do Estado de São Paulo após dois anos de sindemia, em relação à vigilância, reorganização do cuidado, vacinação, detecção, monitoramento e efeitos sobre o quadro técnico.
Metodologia
Inquérito censitário de avaliação de serviços de APS realizado pelo sistema QualiAB no estado de São Paulo em 2022, por meio de questionário digital. Participaram 2.270 unidades de saúde de APS localizadas em 356 municípios. Os serviços foram avaliados por 15 indicadores relativos às ações frente a casos suspeitos e confirmados de covid-19, às estratégias de vacinação, reorganização dos fluxos assistenciais, incorporação de tecnologias de cuidado remoto e impacto no quadro técnico. São descritas frequências absolutas e relativas. A análise concentrou-se na descrição das práticas predominantes e sua distribuição entre os diferentes tipos de unidades (USF, UBS e Mistas).
Resultados
A maioria das unidades notificava casos suspeitos (69,4%) e confirmados (76,6%), realizava testes rápidos de antígeno (70%) e orientações sobre isolamento (85,4%), uso de máscara (88,8%) e higienização das mãos (87,1%). Estratégias como telemonitoramento (43%), agendamento por telefone (35,7%) e “WhatsApp” (20,2%) foram inseridas nos serviços, assim como fluxo separado para sintomáticos (54,5%). Cerca de 75% não utilizavam medicamentos sem evidência para casos confirmados. A vacinação foi realizada na própria unidade (68,9%) e em domicílio (77,2%). Profissionais relataram licenças por saúde mental (25,5%), redução do quadro técnico (35,6%) e insegurança frente ao risco de infecção (43,2%).
Conclusões/Considerações
Os serviços avaliados responderam de forma ampla à covid-19, com avanços na vacinação e reorganização do cuidado. No entanto, observou desafios como uso de medicamentos sem eficácia em parte considerável diante do reforço anticientífico de autoridades e impacto sobre a saúde dos trabalhadores. Destacar a pronta resposta de forma majoritária com base em evidências é essencial para fortalecer o SUS e para enfrentar futuras emergências sanitárias.
INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA EM PERNAMBUCO: ANÁLISE DESCRITIVA ENTRE 2018 E 2023
Pôster Eletrônico
1 UFPE
2 UPE Arcoverde
Apresentação/Introdução
As condições sensíveis à atenção primária (CSAP) são indicadores indiretos da efetividade da APS em evitar internações por agravos controláveis nesse nível de atenção. Este estudo analisa a evolução dessas internações no estado de Pernambuco entre 2018 e 2023, comparando sua distribuição com os percentuais de cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF).
Objetivos
Analisar o perfil e a distribuição das internações por condições sensíveis à atenção primária (CSAP) no estado de Pernambuco entre 2018 e 2023, e investigar sua relação com a cobertura da Estratégia Saúde da Família no mesmo período.
Metodologia
Estudo ecológico, descritivo e retrospectivo, com base em dados secundários do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS). Foram analisadas as internações por CSAP no estado de Pernambuco entre 2018 e 2023, conforme a Lista Brasileira de CSAP (Portaria MS nº 221/2008). As taxas foram padronizadas por 1.000 habitantes. A análise foi descritiva, com observação de variações anuais e comparação entre tendências de internação e cobertura obtida através de dados disponibilizados pelo Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde. A pesquisa foi desenvolvida como produto do Mestrado PROFSAÚDE da Fiocruz Pernambuco.
Resultados
Entre 2018 e 2023, Pernambuco registrou 621.146 internações por CSAP, correspondendo a 18,44% do total de internações hospitalares. A proporção anual manteve-se estável, variando entre 15,7% e 20,1%, com queda nos anos de 2020 e 2021, possivelmente associada à pandemia de COVID-19. A taxa de ICSAP por 1.000 habitantes oscilou de 7,9 (2020) a 12,3 (2019). A cobertura da ESF permaneceu elevada, entre 72,5% e 81,9%, mas não demonstrou correlação direta com a taxa de ICSAP. Os achados sugerem estabilidade no indicador e reforçam a necessidade de qualificar a efetividade da atenção primária no estado.
Conclusões/Considerações
A taxa de internações por CSAP em Pernambuco manteve-se estável entre 2018 e 2023, com redução apenas nos anos críticos da pandemia. Não foi observada associação direta entre a cobertura da ESF e a frequência de CSAP no estado. Os achados reforçam a necessidade de qualificar a atenção primária e analisar fatores estruturais e organizativos que impactam a efetividade da ESF.
ATENÇÃO ODONTOLÓGICO Á GESTANTE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE: O DESAFIO DA QUALIFICAÇÃO DO CUIDADO ENTRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (MG) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
2 Prefeitura Municipal de Mariana (MG) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
3 Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
4 Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP-UNICAMP)
Apresentação/Introdução
A gestante é reconhecida como uma paciente com risco temporário para problemas bucais. As políticas públicas nacionais recomendam que o cuidado em saúde bucal durante a gestação deve ser contemplado como parte do pré-natal, e toda gestante deve ser acompanhada pela equipe de saúde bucal, no escopo da Atenção Primária em Saúde (APS). Contudo, diversos entraves dificultam a efetivação do PNO no SUS.
Objetivos
O objetivo deste trabalho foi analisar a oferta do Pré-Natal Odontológico (PNO) através da percepção dos profissionais que compõem as equipes de saúde na APS envolvidos com o cuidado da gestante.
Metodologia
Trata-se de estudo de método-misto sequencial conduzido com uma amostra representativa de cirurgiões-dentistas (n=28), enfermeiras (n=14), médicos (n=11) vinculados ao serviço público de saúde de Mariana/MG. Tais profissionais compõem as Equipes de Saúde da Família e Saúde Bucal da APS no município. Na primeira etapa quantitativa foi aplicado questionário online semiestruturado previamente testado; na segunda etapa qualitativa foram conduzidas entrevistas face-a-face semiestruturadas, gravadas e transcritas, com 5 profissionais de cada categoria. Fez-se análise estatística descritiva (dados quantitativos - software SPSS) e análise de conteúdo (dados qualitativos). COEP 74191023.5.0000.5149
Resultados
Todos os profissionais consideram o PNO seguro. Para CD (60,7%), a urgência é a via de acesso mais frequente ao atendimento odontológico da gestante, enquanto médicos (45,5%) e enfermeiras (57,1%) destacam encaminhamento pela equipe de saúde. O trabalho colaborativo no pré-natal é mais frequente entre enfermeiras (50,0%), do que CD (14,3%) e médicos (0%). Dois temas emergiram: barreiras e facilitadores para o PNO. Dentre as barreiras, destacam-se problemas organizacionais dos serviços de saúde, mitos e crendices e falta de capacitação para PNO. Entre aspectos facilitadores, sobressaem-se estratégias para agendamento da consulta odontológica, educação em saúde e trabalho interprofissional.
Conclusões/Considerações
A oferta do PNO é garantida pelo envolvimento dos profissionais da saúde. Contudo, há visões diferentes entre CD, médicos e enfermeiras acerca da organização dos serviços, prevalecendo dificuldades culturais, de formação profissional e efetivação do trabalho interprofissional. São necessários esforços para padronizar processos de trabalho e assim qualificar a oferta do cuidado odontológico à gestante.
DESIGUALDADES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE: DESAFIOS HISTÓRICOS E ESTRUTURAIS DAS CLASSES POPULARES NO BRASIL E NA AMÉRICA LATINA EM TEMPOS DE PANDEMIA
Pôster Eletrônico
1 UFMA
Apresentação/Introdução
As desigualdades sociais em saúde na América Latina têm raízes históricas, agravadas por colonização, racismo estrutural e exclusão. No Maranhão, a APS enfrentou precarização dos serviços e priorização de medidas emergenciais, em detrimento da atenção básica. Este trabalho analisa como as desigualdades impactaram a APS durante a pandemia, a partir da experiência de São Luís-MA.
Objetivos
Analisar os impactos das desigualdades sociais na prestação de serviços da APS durante a pandemia da COVID-19, discutindo como as desigualdades estruturais interferem na oferta e na organização do cuidado nos contextos do Brasil e da América Latina.
Metodologia
A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, de base crítico-dialética, com fundamentação no materialismo histórico. O estudo de caso foi realizado na Unidade Básica de Saúde da Vila Bacanga (São Luís–MA), envolvendo análise documental, entrevistas semiestruturadas com profissionais de saúde e usuários do SUS, e dados secundários extraídos dos sistemas oficiais do Ministério da Saúde. O trabalho articula os dados empíricos com literatura crítica sobre desigualdades em saúde. A escolha metodológica busca articular as dimensões históricas, estruturais e institucionais da desigualdade com os efeitos concretos nos territórios periféricos.
Resultados
A reconfiguração da APS para enfrentamento da COVID-19 resultou na suspensão de atividades essenciais, como visitas domiciliares de agentes comunitários, acompanhamento de doenças crônicas e programas de tuberculose e hanseníase. Isso afetou majoritariamente a população residente em territórios com infraestrutura precária. A gestão municipal em São Luís enfrentou desafios para reorganizar o trabalho das equipes diante da falta de EPIs e sobrecarga dos profissionais. A análise revelou também que as medidas emergenciais não consideraram as particularidades territoriais, reproduzindo padrões de exclusão
constatou-se que a pandemia aprofundou a concentração de vulnerabilidades
Conclusões/Considerações
No Brasil e em outros países da América Latina, a negligência histórica com territórios periféricos resultou em uma resposta desigual à crise sanitária. A reconfiguração dos serviços, embora necessária diante da emergência sanitária, ocorreu sem o devido planejamento e suporte estrutural, provocando o enfraquecimento de ações essenciais
Conclui-se que o enfrentamento das desigualdades em saúde exige uma abordagem decolonial e interseccional
PERSPECTIVAS PRELIMINARES SOBRE OS DESAFIOS E POSSIBILIDADES DO TRABALHO EM EQUIPE NA PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DE UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DE BLUMENAU, SC
Pôster Eletrônico
1 Universidade Regional de Blumenau (FURB)
2 Universidade Regional de Blumenau (FURB)
3 Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC)
Apresentação/Introdução
As equipes multiprofissionais no contexto da Atenção Primária à Saúde (APS) têm como objetivos suprir e integrar todos os pilares associados à saúde de um determinado território e população, fortalecendo a articulação com outros setores relacionados com o cuidado. Sendo assim, uma equipe integrada e completa fornece uma melhoria na assistência, prevenção, promoção, acesso e vigilância na saúde coletiva.
Objetivos
Descrever o contexto para análise dos desafios e possibilidades do trabalho em equipe multiprofissional em Unidades Básicas de Saúde de Blumenau, SC.
Metodologia
Trata-se de uma análise preliminar local de um estudo multicêntrico, realizado em 6 municípios de Santa Catarina. Estudo qualitativo, desenvolvido a partir de revisão de literatura, seguida do desenho do diagnóstico da APS em Blumenau, SC, incluindo contexto político, institucional e social. Posteriormente será realizada a seleção de 4 equipes de Saúde de Família para entrevistas com médicos, enfermeiros, técnicos ou auxiliares de enfermagem, dentistas, técnicos ou auxiliares de saúde bucal e agentes comunitários de saúde. A entrevista será complementada pela observação indireta em campo. As evidências serão posteriormente analisadas e todos os preceitos éticos respeitados.
Resultados
A APS em Blumenau é composta por mais de 50 Unidades Básicas de Saúde e 07 Ambulatórios Gerais da Família, onde atuam 116 equipes de Estratégia Saúde da Família. Com ampla distribuição ao longo do território municipal, essa Rede de Atenção à Saúde permite o maior acesso e cuidado com os usuários no âmbito da saúde pública, com equipes multidisciplinares com responsabilidades compartilhadas e em constante inovação. No entanto, esse modelo também impõe desafios na integração e comunicação das equipes, com falta de cooperatividade e uma organização muito hierarquizada, afetando a efetivação do cuidado colaborativo e gestão dos processos de trabalho.
Conclusões/Considerações
Blumenau é um dos maiores municípios de Santa Catarina, tem uma rede de APS grande e com 100% de cobertura do território, com múltiplas equipes e forte inserção comunitária. Nesse contexto, compreender a perspectiva dos profissionais é fundamental para identificar potências e desafios do trabalho em equipe, contribuindo para aprimorar as práticas colaborativas e fortalecimento dos princípios do SUS.
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO ENFRENTAMENTO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO E PAPILOMAVÍRUS HUMANO: HISTÓRICO DAS AÇÕES DO MINISTÉRIO DA SAÚDE E A IMPORTÂNCIA DA APS BRASILEIRA
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de Juiz de Fora
Apresentação/Introdução
O câncer de colo do útero é uma das principais causas de morte por câncer em mulheres no Brasil, projetando-se mais de 550 mil novos casos no período de 2026 a 2030. A principal causa das neoplasias cervicais é a contaminação pelo Papilomavírus Humano (HPV), cerca de 99% dos casos. O Ministério da Saúde (MS), ao longo dos anos, publicou medidas para a prevenção do câncer cervical e do vírus HPV.
Objetivos
Análise documental descritiva das leis, portarias e planos de ações publicados e implementadas pelo MS entre 1984 e 2025, os quais tiveram como objetivo: saúde da mulher, prevenção e eliminação da infecção pelo vírus do HPV e do câncer colo do útero.
Metodologia
A análise documental objetivou identificar o ano da publicação/implementação, o número da lei/portaria e as medidas propostas para o alcance dos objetivos. Foram localizados 30 documentos (1984 a 2025), salvos no Google Drive®. Após análise criteriosa, os documentos foram organizados em planilha Excel® e subdivididos por categorias: portarias, planos de ação, programas, atualizações de diretrizes, criação de sistemas de informação, políticas, lei e parecer técnico. Estes documentos estão disponíveis em sites de domínio público do MS (MS-HPV), Instituto Nacional do Câncer (INCA) e Fundação Osvaldo Crus (Fiocruz). Documentos que não abordavam o câncer do colo de útero não foram incluídos.
Resultados
A análise documental evidenciou as principais ações realizadas pelo MS para o controle da infecção pelo HPV e do câncer de colo do útero, objetivando a diminuição da morbimortalidade, aumento da oferta de serviços e de tratamentos, humanização do atendimento à mulher, fortalecimento da APS e das redes de atenção. Os documentos passaram por revisões ao longo dos anos, e através das portarias publicadas, programas importantes para a melhora nos indicadores de saúde da mulher foram implementados. O Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, Programa Nacional de Combate ao Câncer de Colo do Útero, Sistemas SISCOLO e SISCAN e a inclusão da vacina no SUS em 2014 são exemplos importantes.
Conclusões/Considerações
Apesar de políticas robustas e com o SUS presente em todo país, as projeções para os próximos anos são desafiadoras. A baixa adesão à vacina contra o HPV eleva o risco de contrair o vírus e desenvolver o câncer. Desde a sua inclusão no SUS, apenas em 2015 o Brasil atingiu o índice desejado de imunização (97,26%). O financiamento adequado da APS e ações para aumentar a vacinação e os exames preventivos, podem atenuar as projeções para o futuro.
INTERPROFISSIONALIDADE NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: PERCEPÇÕES, POTENCIALIDADES E DESAFIOS PARA A ODONTOLOGIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFRN
Apresentação/Introdução
A interprofissionalidade fortalece a integralidade do cuidado na Atenção Primária à Saúde. Na Estratégia Saúde da Família, sua efetivação depende do envolvimento de todos os profissionais, incluindo os cirurgiões-dentistas, cuja atuação ainda enfrenta entraves históricos, estruturais e formativos.
Objetivos
Analisar a compreensão de cirurgiões-dentistas sobre o trabalho interprofissional na ESF, identificando potencialidades, dificuldades e impactos da pandemia da COVID-19.
Metodologia
Estudo transversal, qualitativo, realizado com 33 cirurgiões-dentistas atuantes na ESF de um município da região Nordeste do Brasil. A coleta de dados ocorreu entre fevereiro e março de 2022, via entrevistas semiestruturadas conduzidas por chamadas de vídeo no WhatsApp. O roteiro abordou perfil profissional, compreensão e práticas interprofissionais. A análise de conteúdo foi conduzida conforme Bardin, com categorização por áreas temáticas: concepções, potencialidades, dificuldades e impactos da pandemia. O estudo foi aprovado por Comitê de Ética (parecer nº 5.197.745).
Resultados
As compreensões sobre interprofissionalidade oscilaram entre visões integradas e concepções restritas, frequentemente confundidas com práticas multiprofissionais. As potencialidades apontadas incluíram a integralidade do cuidado, o compartilhamento de saberes e o perfil proativo dos profissionais. Dificuldades envolvem o modelo uniprofissional, falhas de gestão e carência de formação colaborativa. A pandemia teve impactos ambivalentes: intensificou a atuação interprofissional emergencial, mas também agravou o sucateamento da odontologia e enfraqueceu práticas coletivas.
Conclusões/Considerações
Os achados indicam avanços conceituais, mas também revelam barreiras estruturais e formativas à interprofissionalidade na ESF. A qualificação profissional, o fortalecimento da gestão e a valorização da odontologia são fundamentais para superar a fragmentação do cuidado e consolidar práticas colaborativas.
OS PROCESSOS DE GERENCIALISMO NA SAÚDE E A PRODUÇÃO DO CUIDADO NA ATENÇÃO BÁSICA
Pôster Eletrônico
1 UFRJ/USP
2 SMS/RJ
Apresentação/Introdução
A proposta tem por base problematizar sobre como tem acontecido a produção do cuidado na atenção básica, com a entrada do modelo gerencial. Em tempo de gerencialismo nas políticas sociais, interferindo na dinâmica do mundo do trabalho nas instituições de saúde e na oferta do cuidado.
Objetivos
O objetivo do trabalho está em analisar o gerencialismo e os rebatimentos na produção do cuidado na atenção básica.
Metodologia
O método de análise da pesquisa baseia-se em uma pesquisa quantitativa e qualitativa como base no acompanhamento dos novos modelos gerenciais na operacionalização da política de saúde, a partir a experiência no Rio de Janeiro, com base nos contratos de gestão em curso na política de saúde. Além disso, com o estudo de uma revisão bibliográfica, baseada em um levantamento na plataforma da Scielo, com base nos descritores de saúde: gerencialismo na saúde, precarização do trabalho em saúde e novos modelos de gestão no Sistema Único de Saúde (SUS) e cuidado na atenção básica. Identificou-se 32 artigos, com destaque para os textos sobre com destaque para problemas do cotidiano da unidade.
Resultados
Com base nas buscas realizadas e na análise dos artigos identifica-se que o gerencialismo na saúde tem refletido de forma perversa nos processos de precarização do trabalho em saúde e que os novos modelos de gestão no Sistema Único de Saúde (SUS), são processos temerários a dinâmica do SUS e produção do cuidado em saúde, porque justamente se distancia de princípio da Política Nacional de Atenção Básica. Sabe-se que as ondas de privatização tem colocado os serviços de saúde na lógica do mercado. Destarte, nota-se se que o produtivismo do cuidado tem impactado diretamente na qualidade dos serviços prestados pelos profissionais de saúde.
Conclusões/Considerações
O modelo gerencial, reforça uma pauta de cumprimento de metas, resultados e produtividade, o que pode impacta diretamente na qualidade dos serviços prestados para a população, abrindo espaço para uma ofensiva neoliberal de privatização dos serviços de saúde, prejudicando de forma significativa a produção do cuidado em saúde;
DESAFIOS PARA SEGURANÇA DO PACIENTE NAS SALAS DE VACINAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE MINAS GERAIS
Pôster Eletrônico
1 Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP)
2 Universidade Federal de São João del Rei – Campus Centro-Oeste
3 Universidade de São Paulo (USP)
Apresentação/Introdução
Embora sejam realizados diversos esforços para garantir o cuidado seguro, estudos apontam para fragilidades no clima de segurança do paciente em todo mundo. Fatores como a satisfação no trabalho, apoio da gestão e trabalho em equipe são considerados características primordiais para a solidificação de uma cultura positiva de segurança do paciente em qualquer tipo de assistência à saúde.
Objetivos
Identificar fragilidades na análise dos domínios do Safety Attitudes Questionnaire - Short Form, aplicados aos profissionais das salas de vacinação de Minas Gerais.
Metodologia
Estudo transversal analítico realizado em 93 municípios de Minas Gerais, selecionados por amostragem aleatória simples, para analisar o clima de seguraça do paciente em salas de vacinação utilizando o Safety Attitudes Questionnaire - Short Form adaptado e validado para o Brasil. Participaram do estudo enfermeiros e técnicos em enfermagem com mais de 06 meses de experiência em sala de vacinação. A coleta foi realizada entre 2024 e 2025 por meio de questionário online (Google Forms®), os dados analisados por software R integrado ao ambiente RStudio, realizada análise descritiva, univariada e multivariada das variáveis do estudo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da UFSJ.
Resultados
O estudo envolveu 647 vacinadores, dos quais 57,7% relataram uma percepção positiva do clima de segurança, enquanto 39,7% consideraram-no neutro, indicando a necessidade de melhorias. O estresse foi o domínio mais crítico, com destaque para a sobrecarga de trabalho e a probabilidade de erros devido ao cansaço. A gestão também gerou preocupações, especialmente sobre a coordenação com a segurança do paciente, tratamento de profissionais problemáticos e adequação do quadro de pessoal. No clima de segurança, embora a sensação de segurança pessoal seja predominante, há barreiras na comunicação sobre erros e no feedback de desempenho. Além disso, nas condições de trabalho, a supervisão de estagiários e o treinamento de novos membros foram identificados como áreas problemáticas.
Conclusões/Considerações
Existem desafios importantes relacionados ao estresse ocupacional, aspectos da gestão, comunicação sobre erros e condições de trabalho específicas (treinamento/supervisão). Fatores como cargo, formação, idade e a macrorregião de atuação parecem influenciar a percepção desse clima. Estes achados fornecem um diagnóstico valioso para direcionar intervenções focadas na melhoria contínua da segurança do paciente nas salas de vacinação em Minas Gerais.
PERCEPÇÃO DE MULHERES URBANAS E RURAIS SOBRE O EXAME PAPANICOLAU
Pôster Eletrônico
1 UNIFAL
2 UNIVÁS
Apresentação/Introdução
O exame Papanicolau é um método eficaz e acessível para a detecção precoce de lesões cervicais, essencial em programas de controle do câncer do colo do útero. No Brasil, a neoplasia cervical continua sendo um grave problema de saúde pública, destacando a importância do papel dos enfermeiros na promoção do exame e na superação das barreiras de acesso para ampliar a adesão.
Objetivos
Descrever a percepção das mulheres residentes em áreas urbanas e rurais em relação ao exame Papanicolau, bem como analisar as condições de saúde dessas mulheres, a fim de identificar possíveis diferenças e similaridades entre os dois contextos.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa. Para atingir o objetivo, foram entrevistadas 20 mulheres residentes em áreas urbanas e 20 moradoras de áreas rurais da cidade de Pouso Alegre, Minas Gerais, Brasil, totalizando 40 usuárias dos serviços de saúde. As entrevistas foram conduzidas por meio de um questionário abrangendo informações sociodemográficas, saúde, sexualidade e sobre o exame Papanicolau, além de uma pergunta disparadora relacionada ao objetivo da pesquisa: “Qual a sua percepção sobre o exame Papanicolau?”. A coleta de dados foi realizada durante os atendimentos nas Estratégias de Saúde da Família.
Resultados
Das 40 mulheres entrevistadas, a maioria tinha entre 51 e 65 anos (55% urbana, 35% rural), era casada (65% urbana, 80% rural), com filhos (80% urbana, 95% rural) e morava próxima à unidade de saúde (85% urbana, 50% rural). A maioria iniciou a vida sexual entre 14 e 18 anos. Todas já realizaram o exame Papanicolau, sabem como é feito e reconhecem sua importância. Do total, 70% das urbanas e 50% das rurais fazem o exame anualmente. A principal queixa, segundo a pergunta disparadora, foi a demora na entrega dos resultados, o que compromete a continuidade do cuidado e a confiança no serviço de saúde.
Conclusões/Considerações
O estudo evidenciou a efetividade das estratégias das equipes de saúde na promoção da adesão ao exame Papanicolau, refletida na realização periódica pelas participantes. Contudo, a demora na entrega dos resultados constitui um entrave significativo, gerando impactos financeiros e emocionais, comprometendo a continuidade do cuidado e a confiança das pacientes no sistema de saúde, demandando aprimoramento na gestão desse processo.
COLABORAÇÃO INTERPROFISSIONAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: UMA ANÁLISE DO TRABALHO EM EQUIPE EM TRÊS CAPITAIS DO NORDESTE
Pôster Eletrônico
1 UFAL/IHMT/U.NOVA DE LISBOA
2 UFRN
3 UPE
4 UFPE
5 UNCISAL
Apresentação/Introdução
Estudo desenvolvido sobre o trabalho em equipe na APS de Maceió, Recife e Natal, focando na colaboração interprofissional (CI) entre as equipes da ESF e eMulti. Estudo qualitativo, analisou a organização do trabalho, as percepções dos profissionais e as práticas colaborativas. Os resultados destacam desafios para a efetivação da CI e possibilidades para fortalecer o cuidado integrado e resolutivo
Objetivos
Analisar a organização do trabalho em saúde desenvolvido por equipes da ESF e eMulti, sob a ótica da Colaboração Interprofissional, em três capitais do Nordeste do Brasil.
Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório-descritivo, desenvolvido nas redes de APS de Maceió/AL, Recife/PE e Natal/RN. A coleta de dados foi realizada com profissionais da ESF, da eMulti e gestores da APS, por meio de entrevistas semiestruturadas, grupos focais e aplicação das escalas JeffSATIC e AITCS II-BR. A análise dos dados orienta-se pela Teoria do Processo de Trabalho em Saúde e pelo modelo conceitual de Colaboração Interprofissional de D’Amour et al., que compreende as dimensões de visão e objetivos compartilhados, internalização, formalização e governança. Busca-se captar as interações profissionais e as condições institucionais que favorecem ou dificultam o trabalho colaborativo.
Resultados
Considerando as diferenças organizacionais e as diretrizes locais de cada campo da pesquisa, o estudo identificou que a CI ainda é incipiente, com fragmentação nas práticas e pouca integração entre equipes. Barreiras incluem falta de espaços para discussão coletiva e sobrecarga de trabalho, bem como parâmetros orientadores sobre o processo de trabalho em saúde. Entretanto, destacaram-se iniciativas locais de compartilhamento de informações e educação permanente como facilitadoras. As escalas revelaram atitudes positivas em relação à CI, mas baixa efetividade na prática.
Conclusões/Considerações
Apesar dos avanços, a colaboração interprofissional na APS enfrenta desafios estruturais e organizacionais. Fazendo-se necessário o fortalecimento dos espaços de diálogo, formação em CI e revisão dos processos de trabalho para promover integração e melhorar a qualidade do cuidado. O estudo contribui para o debate sobre práticas colaborativas e políticas públicas em saúde.
ANÁLISE DOS ATRIBUTOS ACESSO DE 1º CONTATO E ORIENTAÇÃO COMUNITÁRIA NA PERSPECTIVA DA POPULAÇÃO DOS TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS DO PIAUÍ, SEGUNDO MACRORREGIÃO DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFPI
2 FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
A qualidade da Atenção Primária à Saúde pode ser medida através da extensão de atributos como o Acesso de 1º Contato, que garante atendimento inicial, e a Orientação Comunitária, voltada às demandas locais. A avaliação da extensão desses atributos segundo os usuários é essencial, especialmente em comunidades quilombolas que enfrentam barreiras históricas ao acesso à saúde.
Objetivos
Comparar a extensão dos atributos Acesso de 1º contato e Orientação Comunitária entre as macrorregiões de saúde do Piauí segundo a perspectiva de usuários quilombolas.
Metodologia
Estudo transversal de abordagem quantitativa realizado em 8 comunidades quilombolas piauienses, de 2023 a 2025, com indivíduos de ≥18 anos de idade. Aplicou-se o instrumento Primary Care Assessment Tool versão adulto reduzida e um questionário sociodemográfico em uma amostra por conveniência de 280 pessoas. Através do instrumento, obtiveram-se os escores médios dos atributos Acesso de 1º Contato e Orientação Comunitária. Escores ≥ 6,6 indicam alta qualidade da APS. Utilizou-se o software SPSS para aplicação dos testes estatísticos: ANOVA de Welch, Games Howell e Correlação de Spearman. O estudo seguiu normas éticas e foi aprovado pelo CEP. CAAE: 78510124.5.0000.5214
Resultados
Dos 280 moradores entrevistados, 260 foram válidos. Os escores médios de "Acesso de 1º contato" (5,74) e "Orientação Comunitária" (2,19) foram baixos. Apenas o Semiárido teve escore alto (7,37 - Acesso). O menor escore para Acesso foi no Meio Norte (5,29) e para Orientação Comunitária no Semiárido (1,40). A ANOVA de Welch indicou efeito da macrorregião sobre o Acesso [F(3, 73,953)=5,910; p=0,001]. Post-hoc de Games-Howell indicou escore maior no Cerrado vs. Meio Norte e menor no Litoral e Meio Norte vs. Semiárido. Não houve diferença significativa entre macrorregiões para Orientação Comunitária. A Correlação de Spearman entre os atributos foi fraca e não significativa (r=0,112; p=0,071).
Conclusões/Considerações
A APS não é orientada pelos atributos Acesso de 1º Contato e Orientação Comunitária nas comunidades estudadas, exceto no Semiárido para o Acesso. Houve diferença significativa entre macrorregiões apenas para o Acesso, evidenciando desigualdades regionais. Destaca-se a necessidade de facilitar o primeiro acesso ao SUS e fortalecer a atuação comunitária, especialmente no Litoral e Meio Norte, a fim de garantir acesso integral à saúde.
VALORES E CRENÇAS SOBRE AS EQUIPES MULTIPROFISSIONAIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (EMULTI): PERSPECTIVAS DE GESTORES, GERENTES DE UBS, PROFISSIONAIS APS E EMULTI
Pôster Eletrônico
1 Instituto de Saúde SP
2 Instituto de Saúde SP (SES-SP)
3 Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP)
4 Bolsista
Apresentação/Introdução
A publicação da Portaria GM/MS nº 635/2023, que dispõe sobre as eMulti, caracteriza importante retomada de agendas estratégicas e tende a contribuir para os atributos da APS abrangente, além de reparar o desfinanciamento dos NASF. Nesse contexto, importa analisar valores e crenças dos atores envolvidos, pois esses aspectos agem como mediadores entre as intenções expressas no plano e sua aplicação.
Objetivos
- Identificar a analisar valores e crenças de gestores, gerentes de UBS, profissionais APS e profissionais eMulti sobre o papel das eMulti.
- Compreender a relação entre valores e crenças e a organização do trabalho, na perspectiva dos profissionais.
Metodologia
Trata-se de pesquisa qualitativa, descritiva, ancorada no referencial de estudos de casos múltiplos. Foram selecionados como casos os 15 municípios do estado de São Paulo com equipes eMulti com maior tempo de homologação junto ao Ministério da Saúde. Destes, 14 concordaram em participar. Em cada município, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com: um gestor municipal, um gerente de UBS, um profissional APS e um profissional eMulti, indicados pela técnica de bola de neve. Os dados foram submetidos à técnica de análise de conteúdo, pela análise temática. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 77812024.3.0000.5469, sob parecer 7.238.648).
Resultados
Gestores, gerentes de UBS e profissionais da APS são favoráveis às eMulti. Compreendem que ajudam a resolver a demanda reprimida de consultas com especialistas, mas percebem frágil integração com a eMulti. Associam a eMulti a valores como integralidade e troca de saberes, mas num contexto de práticas de cuidado fragmentado e isolamento dos profissionais. Destacam a oferta de consultas como prioridade. Em contrapartida, profissionais da eMulti sentem orgulho por alinharem-se aos princípios do SUS e à APS abrangente, mas apontam falta de apoio da gestão, colegas e usuários para a concretização de tais princípios. Como defesa, apostam na união entre si para fortalecer seu papel nas equipes.
Conclusões/Considerações
A demanda tem sido o principal valor organizativo do trabalho das eMulti, mas com pouco avanço em valores como comunicação, integralidade e integração. Aponta-se para a contradição entre o prescrito e o real, e os valores mais associados à satisfação com o trabalho são pouco efetivados. Esse tipo de cisão justifica a busca por recursos defensivos como a proximidade entre pares. Contudo, é importante que se construam mecanismos mais abrangentes.
OS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE E O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS: CARACTERIZAÇÃO E CONHECIMENTO
Pôster Eletrônico
1 Unicamp
2 Prefeitura de Campinas - SP
Apresentação/Introdução
A Estratégia Saúde da Família (ESF), promove a saúde de forma integral e contínua. Nesse contexto, o Agente Comunitário de Saúde (ACS) é essencial para conectar o serviço de saúde à comunidade, orientando a população sobre diversos temas, incluindo o Uso Racional de Medicamentos (URM). O ACS esclarece dúvidas sobre URM e contribui para a adesão ao tratamento dentre outras orientações.
Objetivos
Caracterizar os Agentes Comunitários de Saúde dos Centros de Saúde do município de Campinas/SP, a respeito do conhecimento e promoção do Uso Racional de Medicamentos.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo transversal, realizado entre Março e Dezembro de 2024 nos 67 Centros de Saúde de Campinas – SP, para caracterizar os ACS a respeito do conhecimento e promoção do uso racional de medicamentos. Para tanto foram utilizados instrumentos do tipo Google Formulário de acordo com os estudos de ARAUJO, 2016 que verificou os dados sociodemográficos e o nível de conhecimento do ACS sobre o uso racional de medicamentos considerando as seguintes variáveis: posologia, reações adversas, indicações dos medicamentos e automedicação. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Campinas sob o número CAAE: 79467424.7.0000.5404.
Resultados
Foram obtidas 120 respostas, a maioria dos ACS é composta por mulheres (87%), com média de idade 44,5 anos e nível de escolaridade superior ao exigido. Foi observado que 84,4% dos ACS não realizaram cursos relacionados ao uso de medicamentos. No entanto, 90,9% expressaram necessidade de capacitações para fornecer informações adequadas e orientar corretamente as famílias. Os pacientes que mais buscam orientações sobre medicamentos são os idosos, pessoas com doenças crônicas e saúde mental, com questões envolvendo indicações terapêuticas, modo de uso e reações adversas 43,0%. Entre as situações de risco identificadas pelos ACS, destacam-se a automedicação e o uso inadequado de medicamentos.
Conclusões/Considerações
o perfil dos ACS demonstrou avanços em escolaridade, diversidade de formação, carência de capacitação na área do URM, comprometendo a eficácia da orientação às famílias e a segurança dos pacientes. Os ACS reconhecem a importância de orientar corretamente às famílias essa disposição evidencia o anseio desses profissionais em atuar como promotores do uso correto de medicamentos, apesar das limitações formativas que afetam sua confiança.
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE, A ATENÇÃO À SAÚDE RURAL E OS TRANSTORNOS TRAUMÁTICOS CUMULATIVOS
Pôster Eletrônico
1 Faculdade São Leopoldo Mandic de Araras
Apresentação/Introdução
A abordagem das especificidades e necessidades de atenção à saúde da população rural representa um desafio no Brasil. Neste sentido, faz-se necessário compreender melhor quais são as demandas para qualificar o atendimento com foco nessa população. Entre essas, nota-se uma condição muito recorrente, em especial, nos trabalhadores rurais, que consiste nos Transtornos Traumáticos Cumulativos.
Objetivos
Este estudo objetiva apurar os casos de transtornos traumáticos cumulativos junto a população rural assistida pela Atenção Primária à Saúde (APS) e analisar a contribuição da APS no cuidado a essa população.
Metodologia
Trata-se de estudo qualitativo atualmente na etapa de revisão de literatura. O levantamento foi feito nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), usando como descritores DeCS/MesH os termos Saúde Rural, Atenção Primária à Saúde e Transtornos Traumáticos Cumulativos. Utilizou-se como instrumento de síntese uma planilha com os seguintes dados: autor, ano, país, tipo de estudo e principais contribuições. Os critérios de inclusão adotados foram artigos publicados no período de 2014 a 2024, nos idiomas inglês, português ou espanhol e com texto completo. Os critérios de exclusão foram: editoriais, teses, dissertações, artigos repetidos e não correspondentes à questão da pesquisa.
Resultados
Neste levantamento, as principais contribuições apresentaram temas como os graus de capacidade funcional ou de trabalho, níveis de dor, número de afastamentos, bem como sintomas de ansiedade, estresse e/ou depressão. Esses temas aparecem principalmente em estudos relacionados à qualidade de vida do trabalhador e trabalhadora rural. Outros apontam a necessidade de maiores investimentos por parte da Atenção Primária à Saúde nos cuidados a essa população.
Conclusões/Considerações
A partir deste estudo infere-se que é necessário construir estratégias para ampliar a capacidade da Atenção Primária à Saúde identificar os agravos, necessidades e formas de tratamento dos transtornos traumáticos cumulativos junto a população rural. Acredita-se que seria também de grande relevância realizar mais estudos sobre esse tema junto à população para compreender melhor suas necessidades e realidades visando auxiliar a APS em sua missão.
IMPACTO DAS AÇÕES EDUCATIVAS NO PRÉ-NATAL SOBRE A ELABORAÇÃO DO PLANO DE PARTO: UM ESTUDO DE ASSOCIAÇÃO E PROTAGONISMO DA PESSOA QUE GESTA
Pôster Eletrônico
1 UFPB
2 ISD
3 UNIPE
Apresentação/Introdução
A Atenção Primária à Saúde exerce papel central na garantia de direitos reprodutivos e na promoção da humanização do parto. A participação de pessoas que gestam em ações educativas durante o pré-natal favorece o protagonismo no processo de parto, especialmente por meio da elaboração do plano de parto, que orienta escolhas, fortalece a autonomia e amplia a capacidade de tomada de decisões em saúde.
Objetivos
Analisar a associação entre a participação de pessoas que gestam em ações de educação em saúde durante o pré-natal e a elaboração do plano de parto, considerando seus efeitos no fortalecimento da autonomia e no protagonismo no processo de parto.
Metodologia
Trata-se de um estudo observacional, transversal e quantitativo, recorte da pesquisa “Efetividade da Auriculoterapia na Dor e Ansiedade de Parturientes”. A amostra foi composta por 171 parturientes internadas em uma maternidade referência no estado da Paraíba. As variáveis foram: participação em ações educativas no pré-natal e elaboração do plano de parto. Para análise da associação entre as variáveis, utilizou-se o teste exato de Fisher, com nível de significância (p < 0,05), V de Cramér para medir a força da associação e a odds ratio para estimar a magnitude da relação entre as variáveis. Utilizou-se o software Jamovi para análise dos dados. Estudo aprovado CEP/UFPB Parecer nº 5.722.961.
Resultados
A análise dos dados revelou, ao nível de 95% de confiança, evidência de associação entre a participação em ações de educação em saúde no pré-natal e a elaboração do plano de parto (p < 0,001) e Odds ratio estimada de 36,25, indicando que gestantes que participaram dessas ações apresentaram aproximadamente 36 vezes mais chances de elaborarem o plano de parto em comparação àquelas que não participaram. Observou-se um V de Cramér de 0,371, indicando associação moderada entre as variáveis nominais. Esses achados reforçam a hipótese de que estratégias educativas no pré-natal, desempenham um papel fundamental no fortalecimento do protagonismo da pessoa que gesta, durante a gestação e parto.
Conclusões/Considerações
Os achados evidenciam que ações educativas no pré-natal fortalecem o protagonismo da pessoa que gesta e promovem equidade no cuidado obstétrico, especialmente no que se refere à elaboração do plano de parto. Os resultados desta associação podem subsidiar a tomada de decisão em saúde, orientando políticas públicas e estratégias que valorizem a educação em saúde como ferramenta de garantia de direitos, principalmente em espaços emancipadores.
O CUIDADO EM SAÚDE OFERTADO PELAS UBSF À POPULAÇÃO DO CAMPO, DA FLORESTA E DAS ÁGUAS, NA REGIÃO DO ALTO SOLIMÕES NO AMAZONAS.
Pôster Eletrônico
1 Instituto Leônidas & Maria Deane-ILMD/Fiocruz Amazônia
2 Universidade do Estado do Amazonas - UEA
Apresentação/Introdução
A produção de saúde na região Amazônica se torna um desafio para a implantação de políticas públicas, especialmente por se tratar de um território líquido, onde a sazonalidade marcada pela cheia e seca dos rios refletem na periodicidade de assistência pelas Unidades Básicas de Saúde Fluvial (UBSF). Diante dos muitos desafios, como ofertar cuidado regular em áreas rurais e remotas na Amazônia?
Objetivos
Objetivamos discutir sobre a oferta do cuidado em saúde realizado pelas unidades básicas de saúde fluvial, na região do alto Rio Solimões no Amazonas, apontando algumas lacunas no serviço, relatadas pelos usuários.
Metodologia
Trata-se de um recorte da pesquisa intitulada “Diagnóstico situacional das UBS's Fluviais”, sob coordenação de pesquisadores do Instituto Leônidas & Maria Deane/Fiocruz Amazônia. O levantamento de dados foi realizado no período de março a maio de 2025, em seis municípios da região da calha do alto rio Solimões: Tabatinga, Benjamin Constant, Santo Antônio do Içá, Tonantins, Fonte Boa e Jutaí. Foram realizadas entrevistas com os usuários do SUS, a partir de um questionário semiestruturado, com perguntas abertas e fechadas, aplicadas com auxílio do REDCap. As categorias analisadas se deram a partir da unidade “processo de cuidado”, e análise temática de conteúdo de Bardin.
Resultados
Usuários relataram que nem sempre o medicamento prescrito está disponível em todas as visitas da UBSF e os exames laboratoriais ofertados são insuficientes para fechar um diagnóstico, que deveria ser dado por um especialista como cardiologista, pediatra e ginecologista, implicando no deslocamento dos usuários para sede em busca desses serviços. Embora o tempo de permanência da UBSF em cada comunidade tenha sido suficiente para atendimentos previamente organizados, não há uma periodicidade estabelecida e a itinerância da UBSF ocorre apenas no período de cheia dos rios, que se dá nos meses de março a julho na maioria dos municípios da região, desassistindo as comunidades no período de seca.
Conclusões/Considerações
Coordenar o cuidado organizando o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS, da APS aos outros níveis em áreas rurais na Amazônia ainda é um grande desafio. A Telemedicina aliada a Telefarmácia podem ser ferramentas potentes, preenchendo a lacuna de oferta de especialidades, conectando usuários e profissionais de saúde à distância, otimizando o tempo e reduzindo custos, especialmente em regiões com dificuldades de acesso à saúde.
TRANSFORMAÇÕES NO PROCESSO DE TRABALHO DA ENFERMAGEM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO PÓS-PANDEMIA
Pôster Eletrônico
1 SMS - Município de Santos
2 UFCAT
Apresentação/Introdução
A pandemia de Covid-19 provocou profundas transformações na Atenção Primária à Saúde (APS), exigindo a reconfiguração dos processos de trabalho e das práticas profissionais nas Unidades Básicas de Saúde. Este estudo busca compreender essas mudanças para fortalecer a APS, especialmente em contextos de crise sanitária e vulnerabilidade social.
Objetivos
Analisar as alterações nos processos de trabalho e práticas profissionais das equipes da APS no contexto pré, durante e pós-pandemia, com ênfase na atuação de enfermeiros e equipes multiprofissionais em um município do sudeste goiano.
Metodologia
Estudo descritivo, transversal e quantitativo, realizado com 52 profissionais da saúde atuantes em 11 UBS, entre novembro de 2023 e janeiro de 2024. As entrevistas estruturadas abordaram dados sociodemográficos, profissionais e mudanças nas práticas antes, durante e após a pandemia. As informações foram organizadas em planilhas Excel e Forms, e submetidas à análise estatística descritiva e categorização temática. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa CAAE: 50003721.1.0000.5282, parecer: 4.975.265
Resultados
Foram entrevistados 52 profissionais de saúde em 11 UBS. Durante a pandemia, houve queda nas visitas domiciliares por enfermeiras (de 8 para 1), com retomada parcial (6); os ACS ampliaram sua atuação. Evidenciaram-se ainda o aumento do uso de EPIs, suspensão de atividades em grupo, sobrecarga de trabalho, remanejamento de funções e exaustão física e emocional. No período pós-pandemia, as práticas como consultas, supervisão, educação em saúde e discussões clínicas foram gradualmente retomadas. Relatos apontam impactos mentais, medo, desgaste e dificuldade de reinserção da população nas rotinas da UBS, exigindo ações contínuas.
Conclusões/Considerações
Os resultados evidenciam a capacidade adaptativa das equipes da APS diante dos desafios impostos pela pandemia, ressaltando a importância de estratégias permanentes de reorganização do trabalho, apoio institucional e valorização dos profissionais. Além disso, reforça-se a importância de planejamento e preparação para futuras emergências sanitárias, assegurando a sustentabilidade e a efetividade das práticas assistenciais no âmbito da APS.
ESTRATÉGIAS E DESAFIOS PARA A INTEGRAÇÃO DAS AÇÕES DE IMUNIZAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM PAÍSES COM SISTEMAS DE SAÚDE PÚBLICOS: REVISÃO DE ESCOPO
Pôster Eletrônico
1 UFBA
Apresentação/Introdução
A imunização é reconhecida mundialmente como principal estratégia para o controle de doenças imunopreveníveis. Todavia, nas últimas décadas, uma série de fatores têm contribuído para o declínio nas coberturas vacinais ao redor do mundo, demonstrando a necessidade fortalecimento da APS e implementação de estratégias adequadas aos territórios para melhoria das coberturas vacinais.
Objetivos
Identificar as estratégias dos programas nacionais de imunização na Atenção Primária à Saúde, assim como os desafios para viabilizar a integração de novas ações para a manutenção e aumento das coberturas vacinais em crianças em distintos países.
Metodologia
Revisão de escopo, que seguiu as recomendações da PRISMA Extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR): Checklist and Explanation. O estudo foi registrado na plataforma OSF (protocolo: https://osf.io/rmepu/). Foram consultadas as bases PubMed, BVS (SciELO), Science Direct e Embase. Não houve restrição quanto à localização geográfica ou país da realização do estudo. Utilizou-se o recorte temporal de 2014 a 2022. Foram incluídos estudos qualitativos e quantitativos, de métodos mistos, que discutiam as relações entre a Atenção Primária à Saúde e seu papel desempenhado na cobertura vacinal infantil e nos programas nacionais de imunização. Após a busca foram selecionados 52 artigos.
Resultados
Os países com sistemas públicos, como: Brasil, Espanha, Portugal, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, França e Angola, apontam estratégias de imunização que incluem vacinação de rotina em unidades básicas de saúde, sistemas de recall para cumprimento dos prazos de vacinação, dia D e campanhas de vacinação. Por outro lado destacam-se barreiras para aceitação da vacina de influenza na Austrália, vínculo limitado de comunidades aborígenes com a APS no Reino Unido, barreiras geográficas, como percorrer longas distâncias para acesso ao serviço de vacinação no Brasil e em Angola foram apontadas, além da falta de vacina reportada em alguns estudos do Brasil.
Conclusões/Considerações
A análise dos estudos mostrou que apesar de todos os países possuírem um calendário infantil de vacinação recomendado, verificou-se disparidades de recomendação e acesso à vacinação entre os países e os sistemas de saúde analisados, além da falta de integração da imunização com os serviços de APS em alguns contextos
ENTRE O DISCURSO E A PRÁTICA: O ACOLHIMENTO NA APS SOB A PERSPECTIVA DE USUÁRIOS E PROFISSIONAIS
Pôster Eletrônico
1 UFVJM
Apresentação/Introdução
A Atenção Primária à Saúde (APS) é responsável pela resolução da maioria dos problemas de saúde e pelo encaminhamento adequado aos demais níveis de atenção. Com o intuito de organizar o fluxo assistencial e facilitar o acesso, o Ministério da Saúde (MS) instituiu o acolhimento como uma diretriz da APS, sendo essencial para a construção de uma assistência ética, humanizada e efetiva.
Objetivos
Este estudo teve como objetivo analisar criticamente a literatura científica sobre o acolhimento na APS, sob as perspectivas dos usuários e dos profissionais de saúde.
Metodologia
Foi realizada uma revisão narrativa da literatura, com buscas nas bases LILACS, Medline, SciELO e em documentos oficiais do MS. Foram incluídos 39 materiais, entre artigos científicos, revisões bibliográficas e publicações institucionais, que abordavam o acolhimento na APS.
Resultados
Destaca-se o acolhimento como estratégia essencial para fortalecer o vínculo entre usuários e profissionais, promovendo uma prática ética e humanizada. Contudo, apontaram limitações como a falta de compreensão sobre seus objetivos, infraestrutura precária das UBS, escassez de profissionais, sobrecarga de trabalho, escuta pouco resolutiva e baixa acessibilidade. Entre os facilitadores, destacaram-se a valorização da humanização, o vínculo usuário/profissional, a melhoria do acesso, a redução do tempo de espera, a organização da UBS e a integração dos serviços.
Conclusões/Considerações
Conclui-se que o acolhimento é um componente essencial da APS, com potencial de qualificar o cuidado e garantir o acesso. Contudo, sua efetividade ainda é limitada por barreiras estruturais e organizacionais, exigindo investimentos contínuos em formação profissional, gestão e infraestrutura para sua consolidação como prática resolutiva e humanizada no SUS.
VIABILIDADE E DESAFIOS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: REVISÃO SISTEMÁTICA DE IMPLEMENTAÇÕES
Pôster Eletrônico
1 UFAL
2 CESMAC
Apresentação/Introdução
A integração da inteligência artificial (IA) na atenção primária à saúde (APS) tem sido proposta como uma estratégia promissora para aprimorar a qualidade dos serviços de saúde. Todavia, a transição da teoria para a prática encontra inúmeros desafios técnicos, éticos e organizacionais. Esta revisão sistemática tem como objetivo sintetizar evidências sobre a implementação de tecnologias na APS.
Objetivos
Analisar as evidências sobre a viabilidade e os desafios da implementação de sistemas de inteligência artificial na atenção primária à saúde.
Metodologia
Revisão sistemática conduzida conforme as diretrizes do MOOSE. As buscas foram realizadas nas bases PubMed, Scopus, Web of Science e Google Acadêmico, abrangendo estudos publicados entre 2010 e 2025. Dois revisores realizaram triagem e seleção independente, utilizando o Rayyan. Foram incluídos estudos observacionais que relataram a implementação prática de IA na atenção primária. A extração de dados seguiu roteiro padronizado. O risco de viés foi avaliado com os checklists do CASP e JBI, conforme o desenho dos estudos.
Resultados
Foram incluídos oito estudos, a maioria foi conduzida em países de alta renda e contextos urbanos, com aplicações de IA voltadas ao suporte à decisão clínica, triagem, gestão de medicamentos e ampliação do acesso em áreas remotas. Os principais facilitadores foram o envolvimento das equipes de saúde, treinamento adequado e integração com sistemas existentes. As barreiras mais comuns incluíram infraestrutura precária, resistência dos profissionais, baixa explicabilidade dos algoritmos e ausência de regulamentação. A síntese revelou que a adoção da IA na APS é viável, mas depende de fatores técnicos, organizacionais e contextuais para seu sucesso.
Conclusões/Considerações
A implementação da inteligência artificial na atenção primária à saúde é promissora, mas ainda limitada a contextos específicos. Barreiras técnicas, organizacionais e regulatórias dificultam sua adoção ampla. A participação das equipes, capacitação e adaptação local são fatores chave para o sucesso. São necessárias pesquisas aplicadas a contextos locais, especialmente em países como o Brasil, para consolidar evidências em contextos diversos.
MODELOS DE FINANCIAMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E AS IMPLICAÇÕES NOS RESULTADOS DAS EQUIPES: ANÁLISE DOS INDICADORES DE ACOMPANHAMENTO E VÍNCULO
Pôster Eletrônico
1 Instituto Multidisciplinar em Saúde/Universidade Federal da Bahia (IMS/UFBA).
2 Instituto Multidisciplinar em Saúde/Universidade Federal da Bahia (IMS/UFBA). Centro de Estudos Sociais/Universidade de Coimbra (CES.UC)
Apresentação/Introdução
O financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) é historicamente insuficiente, sobretudo na Atenção Primária à Saúde (APS), o mais abrangente nível de atuação. Nos últimos cinco anos o SUS vivenciou consideráveis mudanças nas políticas de financiamento da APS, refletindo nos mecanismos de repasses e evidenciando lacunas relacionadas às práticas dos profissionais de saúde.
Objetivos
Analisar a influência dos modelos de financiamento da APS nos resultados das equipes de saúde do Brasil. Busca-se identificar as variações dos indicadores da APS a partir das mudanças do modelo de financiamento instituído em 2024.
Metodologia
Estudo quantitativo e longitudinal dos indicadores da APS no Brasil. Utilizaram-se dados do Sistema de Informação em Saúde na Atenção Básica (SISAB) dos indicadores de acompanhamento – hipertensão; diabetes; vacinação; citopatológico; e gestantes – e de vinculo territorial (cadastro individual e domiciliar). Coletaram-se os indicadores quadrimestrais, anos de 2022 a 2025. Para os indicadores de acompanhamento, utilizou-se filtro por grandes regiões e período: quadrimestre avaliado e equipes homologadas. Para os cadastros, utilizou-se filtro por região e produção aprovada. Realizou-se análise estatística descritiva com o cálculo da variação percentual dos respectivos indicadores no período.
Resultados
Destaca-se a elevação progressiva dos indicadores de acompanhamento nos anos subsequentes à publicação do Previne Brasil, com posterior queda após a Portaria 3.493/2024. Em nível nacional, entre 2022 e 2024, observou-se o crescimento dos indicadores de diabetes (13% para 31%), hipertensão (18% para 32%) e vacinação (65% para 81%). No último quadrimestre de 2024, os mesmos indicadores apresentaram redução: diabetes (23%), hipertensão (28%) e vacinação (76%). O indicador de vínculo apresentou aumento do número de cadastros individuais (58%) e domiciliares (53%) no mesmo período, seguido de alta expressiva após a portaria 3.493/2024: individuais (106%) e domiciliares (122%), entre 2024 e 2025.
Conclusões/Considerações
As políticas de financiamento demonstraram exercer forte influência nos resultados da APS. Percebe-se pelas variações percentuais ocorridas de forma paralela as mudanças nos mecanismos de financiamento. Deste modo, as políticas de financiamento devem ser cautelosamente criadas e reavaliadas em prol de garantir influências positivas, planejadas e sólidas nos resultados em saúde.
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: CAMINHOS PARA COORDENAÇÃO, INTEGRALIDADE DO CUIDADO E PROMOÇÃO DA SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFRJ
Apresentação/Introdução
A promoção da saúde é uma estratégia que visa mitigar os riscos à saúde da população com base nos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) visa ampliar e qualificar ações nos serviços e na gestão pública, sendo a atenção primária à saúde (APS), normalmente, o primeiro ponto de contato do paciente com o SUS.
Objetivos
O objetivo deste trabalho é analisar as atualizações das ações estratégicas de promoção à saúde estabelecidas na Política Nacional de Promoção à Saúde de 2006 e 2017 com foco na APS.
Metodologia
Realizou-se uma pesquisa qualitativa, a partir da análise documental. Tendo como fonte de pesquisa a Política Nacional de Promoção da Saúde dos anos de 2006 e 2017. Observou-se de forma comparativa as duas políticas em relação ao tema prioritário: alimentação adequada e saudável. Dessa forma, é analisada a temática no contexto inicial em 2006 e com a atualização em 2017. O objetivo é compreender os avanços e as limitações na última versão da PNPS com foco no contexto da APS. A relevância desse tema se mostra imprescindível diante do aumento da prevalência das doenças crônicas não transmissíveis no país e pelo seu papel na atenção primária para prevenção e tratamento de diferentes comorbidades.
Resultados
A análise comparativa da PNPS de 2006 e 2017 revela avanços significativos, com destaque para o tema prioritário: alimentação adequada e saudável. A referência ao Guia Alimentar, antes genérica, tornou-se uma referência central, orientando práticas de cuidado na APS. O foco, que era na prevenção de doenças crônicas, ampliou-se para incluir aspectos como ambiente alimentar, ações intersetoriais (articulação com educação, agricultura, entre outros) e participação social, especialmente por meio da educação alimentar e nutricional. Além disso, a segurança alimentar, pouco abordada em 2006, passou a ser promovida de forma mais consistente na versão atualizada e de forma mais efetiva nos territórios.
Conclusões/Considerações
A atualização da política ratifica a promoção da saúde como estratégia indispensável, com atuação para além do enfoque biológico. Os determinantes sociais em saúde, o fortalecimento da intersetorialidade e da participação social, torna a política mais eficaz na realidade dos territórios. A APS, como principal porta de entrada do SUS, ganha destaque, contribuindo para o cuidado integral, a equidade e a melhoria da qualidade de vida da população.
O PAPEL DO MATRICIAMENTO NA ARTICULAÇÃO DAS AÇÕES DE SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Pôster Eletrônico
1 UFRB
Apresentação/Introdução
A Atenção Primária à Saúde (APS), reconhecida em Alma-Ata (1978), nasceu de lutas sociais e políticas em defesa da saúde como direito de todos. No Brasil, influenciou as reformas que estruturaram o SUS. O matriciamento, alinhado a esses princípios, visa integrar os cuidados, mas enfrenta entraves políticos e estruturais para se consolidar de forma efetiva.
Objetivos
Analisar como o matriciamento tem sido utilizado como ferramenta de articulação entre os serviços integrantes da rede de atenção à saúde mental e os demais dispositivos no território.
Metodologia
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com enfoque qualitativo e exploratório, cujo objetivo é reunir diferentes estudos e aprofundar o entendimento sobre o tema. O processo seguiu seis etapas: delimitação do tema, definição dos critérios, seleção, análise, interpretação e síntese dos achados. Foram considerados artigos originais publicados no Brasil entre 2014 e 2024. As buscas foram realizadas nas bases BVS, SciELO e PubMed, utilizando descritores combinados com operadores booleanos. Após a seleção, os dados foram organizados em tabela para descrever os estudos e construir a síntese final.
Resultados
A capacitação das equipes de Saúde da Família para a atuação em saúde mental encontra obstáculos como a má organização do processo de trabalho, pouca integração com as redes de atenção, oferta limitada de atendimentos coletivos e uma formação ainda centrada no modelo biologicista. A educação permanente e o apoio matricial são essenciais para fomentar práticas colaborativas, fortalecer a rede de atenção, diminuir internações psiquiátricas e ampliar ações de promoção da saúde. No entanto, desafios como falhas na gestão, resistência às mudanças, cuidado fragmentado e comunicação deficiente entre os profissionais continuam a comprometer a efetividade do matriciamento.
Conclusões/Considerações
Para além da constatação das fragilidades e desafios cotidianos na implementação do apoio matricial, é fundamental o debate científico e seus desdobramentos concretos na construção de saídas coletivas que enfrentem tais desafios a partir da articulação de aspectos singulares, particulares e estruturais que caracterizam a política pública no Brasil.
INTENÇÃO MATERNA DE AMAMENTAR: RELATO DE PESQUISA DE GESTANTES EM UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA DA CIDADE DE RECIFE
Pôster Eletrônico
1 SESAU
2 UFPE
Apresentação/Introdução
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo (AME) até os seis meses de vida devido aos inúmeros benefícios para a saúde da mãe e do bebê. Entretanto, diversos fatores podem dificultar sua prática, como falta de informação, condições socioeconômicas desfavoráveis, aspectos culturais, uso de chupetas e mamadeiras, além da presença de anquiloglossia.
Objetivos
Com base nesse contexto, este estudo teve como finalidade investigar o nível de conhecimento sobre amamentação e a intenção de amamentar entre gestantes atendidas em duas Unidades de Saúde da Família (USFs) localizadas no Recife/PE.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, aprovado pelo comitê de ética, realizado entre setembro e novembro de 2024 nas USFs Sítio das Palmeiras e Vietnã. As informações foram obtidas por meio de um formulário semiestruturado, que abrangeu dados sociodemográficos, conhecimentos sobre amamentação e a Escala de Intenção de Alimentação Infantil (IFI), validada em português a partir da versão original.
Resultados
Participaram 32 gestantes entre 14 e 30 anos, a maioria com ensino médio completo, solteiras ou em união estável, com rede de apoio limitada. Embora 96,9% estivessem em acompanhamento pré-natal, 62,5% não haviam recebido orientações sobre amamentação. Cerca de 37,5% já haviam amamentado anteriormente. Apesar da predisposição positiva ao aleitamento, muitas demonstraram insegurança quanto à manutenção do AME até os seis meses. Metade pretendia oferecer mamadeira e 59,4%, chupeta. Pela Escala IFI, 68,8% apresentaram alta intenção de amamentar exclusivamente, e 9,3%, baixa.
Conclusões/Considerações
Mesmo com uma boa adesão ao pré-natal e intenção positiva de amamentar, a ausência de orientações adequadas e a intenção de introduzir bicos artificiais evidenciam obstáculos à prática do AME. Destaca-se a necessidade da inclusão sistemática da triagem neonatal para anquiloglossia nas USFs e de ações educativas que aumentem o conhecimento das gestantes, reforçando a decisão pelo aleitamento materno exclusivo.
O NASF COMO APOIO À ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE DE QUINZE ANOS DE EXISTÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 UERJ
Apresentação/Introdução
A Estratégia de Saúde da Família (ESF) ganha reforço com a criação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), equipes multiprofissionais de especialistas normalmente lotados em níveis ambulatoriais e hospitalares, com uma formação de caráter fragmentado. Desenvolvem atividades conjuntas seguindo uma lógica de apoio que deve transcender a fragmentação do sistema mirando a integralidade.
Objetivos
Realizar uma revisão bibliográfica sobre o NASF nos quinze anos de sua criação, compreendendo os caminhos de sua efetivação como política, identificando dificuldades processuais e estruturais de sua inserção, bem como os avanços alcançados.
Metodologia
Revisão bibliográfica com a questão norteadora: após analisar a literatura acadêmica e as normativas produzidas sobre o NASF, quais os avanços e impasses no apoio à integralidade da ESF? A busca foi feita na base SciELO Brasil, entre 10 e 20 de agosto de 2023. O recorte analisado foi produzido entre 2017 e junho de 2023. Para compreensão dos primeiros anos de implantação até 2017 utilizaram-se revisões bibliográficas que abordam este período. O estudo buscou identificar e analisar categorias discursivas sobre esta construção, seus desafios e potencialidades na efetivação da ESF e do princípio da integralidade.
Resultados
O percurso do NASF é marcado por avanços na ampliação do acesso e escopo das ações na APS, mas também por desafios significativos. A gestão do apoio matricial, tensões do modelo biomédico com a lógica da integralidade, subfinanciamento (em especial após o Programa Previne Brasil), desarticulação entre equipes e a formação profissional são barreiras persistentes. A PNAB/17 e mudanças no financiamento impactaram a sustentabilidade do NASF. A reconfiguração como eMulti sinaliza uma retomada do investimento, mas as tensões sobre os processos de trabalho permanecem. O NASF potencializa o cuidado integral, mas é preciso superar limites estruturais e políticos para sua efetivação.
Conclusões/Considerações
O NASF pode ser uma política efetiva para a consolidação da ESF e da integralidade no SUS. Mas depende da superação de desafios históricos e conjunturais, como a disputa de modelos de atenção, um financiamento adequado e a construção de processos de trabalho colaborativos e interprofissionais. Compreender esses limites, com a produção científica acumulada, fortalece a aposta no NASF e, portanto, na ESF como ordenadora do cuidado.
SAÚDE DE MULHERES EM ZONAS RURAIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Pôster Eletrônico
1 UnB
Apresentação/Introdução
A saúde das mulheres em zonas rurais é impactada pelas condições de vida e trabalho desse meio, acrescidas das consequências da desigualdade de gênero e da limitação no acesso aos equipamentos públicos. Nesse sentido, a atuação da Atenção Primária em Saúde é fundamental para a promoção e proteção da saúde dessa população.
Objetivos
Identificar na literatura as intervenções em saúde direcionadas a mulheres que vivem em contextos rurais realizadas no âmbito da Atenção Primária à Saúde brasileira.
Metodologia
Foi realizada uma revisão integrativa da literatura conduzida nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde, Periódicos CAPES e SciELO, que resultou em uma amostra final de 24 artigos científicos. A revisão seguiu as etapas de elaboração da pergunta de pesquisa, definição de critérios de inclusão e exclusão, seleção das bases de dados, delimitação de descritores, determinação da estratégia de busca, seleção dos artigos, extração e análise de dados. A pergunta de pesquisa foi formulada a partir da estratégia PICo, resultando na pergunta norteadora: “Que intervenções direcionadas a mulheres de zonas rurais estão sendo realizadas na Atenção Primária à Saúde no Brasil?”.
Resultados
Quatro eixos temáticos foram identificados: Atenção ginecológica; Violência contra a mulher rural; Elementos psicossociais e Perspectivas das usuárias. As mulheres em contextos rurais estão especialmente suscetíveis a situações de violência e enfrentam barreiras significativas no acesso à saúde, principalmente quanto ao deslocamento, distância e desarticulação das redes de saúde. Há uma lacuna na literatura sobre intervenções, e no cuidado em saúde faz-se necessária a qualificação profissional, integração dos serviços e valorização das práticas locais.
Conclusões/Considerações
A implementação de políticas públicas mais eficazes e a adaptação das práticas de saúde às particularidades do contexto rural se mostram essenciais para o bem-estar das mulheres que vivem nesse cenário. A falta de continuidade no cuidado, a invisibilidade da violência e as dificuldades no acesso à saúde requerem atenção urgente e ações direcionadas para a melhoria da qualidade de vida dessa população.
ESTRATÉGIAS DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: CONSULTA COMO FERRAMENTA PARA O AUTOCUIDADO EM HIPERTENSÃO E DIABETES
Pôster Eletrônico
1 UFF
Apresentação/Introdução
As doenças crônicas não transmissíveis, como a hipertensão arterial sistêmica e o diabetes mellitus, afetam a qualidade de vida e são desafios para a saúde pública. Sua alta prevalência exige cuidado contínuo. A consulta de enfermagem na atenção básica, permite monitoramento clínico, educação em saúde e estímulo ao autocuidado, fortalecendo a autonomia das pessoas e o controle dessas doenças.
Objetivos
Analisar a dinâmica micropolítica na produção do autocuidado em pessoas com diagnóstico de Hipertensão e Diabetes, durante consulta de enfermagem na atenção básica
Metodologia
Pesquisa de abordagem qualitativa, de natureza exploratória e descritiva, com eixo central a consulta de enfermagem na Estratégia Saúde da Família. Ferramentas: diário institucional; observação direta e roteiro estruturado, com foco nas interações micropolíticas produzidas durante os encontros. Esses instrumentos permitiram captar aspectos subjetivos e relacionais que permeiam o cuidado, bem como identificar estratégias que favorecem o fortalecimento do autocuidado e o vínculo entre usuário e equipe de saúde. A análise dos dados está sendo conduzida à luz dos referenciais da Análise Institucional e da Micropolitica do Trabalho em Saúde.
Resultados
Resultado preliminar, destaca-se a presença de importantes desafios micropolíticos e institucionais para a efetivação do autocuidado entre os participantes da pesquisa. As dificuldades estão atravessadas por instituições sociais e políticas, que influenciam o modo como os sujeitos compreendem e exercem o cuidado de si. Além disso, emergiram de forma significativa as dinâmicas subjetivas presentes nas relações familiares, marcadas por valores e padrões de comportamento que refletem a lógica capitalista — como a valorização da produtividade em detrimento do tempo para o descanso, lazer e cuidado com a saúde mental.
Conclusões/Considerações
O autocuidado não depende apenas da informação ou da orientação profissional, mas é construído em um campo complexo, no qual se entrelaçam condições sociais, culturais, econômicas e afetivas. A micropolítica do cuidado, revela-se como espaço de tensão e potência, onde a enfermeira articula práticas que incentivem a autonomia dos sujeitos, mesmo diante das limitações impostas pelas instituições normativas e pela lógica do cotidiano capitalista.
O PAPEL DA FISIOTERAPIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM DIFERENTES SISTEMAS DE SAÚDE: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Pôster Eletrônico
1 USP
Apresentação/Introdução
Diante da tríplice carga de agravos e do envelhecimento populacional, a Atenção Primária à Saúde (APS) ganha destaque como espaço estratégico para ações de reabilitação, promoção e prevenção(W H O 2018, Peixoto 2020). A fisioterapia, originada no modelo biomédico e curativo, e que vem experimentando a expansão de seu escopo de prática(EP), tem papel essencial nesse contexto(Prince et al. 2007)
Objetivos
Analisar a organização e os modelos do EP da fisioterapia na APS e evidenciar os elementos responsáveis por provocar modificações na composição do EP da Fisioterapia na APS.
Metodologia
Trata-se de uma revisão de escopo realizada a partir das diretrizes PRISMA-ScR(Tricco et al. 2018). Foram incluídos estudos publicados entre 2004 e 2024, nos idiomas inglês, português e espanhol. A busca foi realizada quatro bases de dados, utilizou-se como descritores ("Physical Therapy” OR “Physiotherapy”) AND "Primary Health Care" e "Fisioterapia" AND ("Atenção Primária à Saúde" OR "Atenção Básica") em português. Utilizou-se o Rayyan para triagem, com dois revisores independentes e terceiro avaliador em caso de divergência. A extração de dados considerou autores, país, ano, objetivos, métodos, técnicas utilizadas e o EP.
Resultados
Foram incluídos 28 estudos com dados de oito países para identificar os diferentes modelos de EP da fisioterapia. A atuação na APS ocorre, majoritariamente, com foco no atendimento individual, centrado em condições musculoesqueléticas. Contudo, esse modelo vem sendo tensionado por abordagens como Fisioterapia de Práticas Avançadas(FPA) e Fisioterapia de Primeiro Contato(FPC), que ampliam o EP e o acesso direto. Embora ainda focados no cuidado individual, esses modelos se alinham aos princípios da APS ao promoverem cuidado oportuno, resolutivo e coordenado. No Brasil, iniciativas como a eMulti promovem a atuação integrada de fisioterapeutas, ampliando o EP e fortalecendo o trabalho em equipe.
Conclusões/Considerações
Frente aos desafios em saúde, diferentes países têm ampliado o EP da fisioterapia na APS por meio de modelos como FPA, FPC e eMulti. Essas experiências mostram que políticas, formação e organização dos serviços influenciam o EP, da mesma forma os estudos mostraram que a ampliação do EP pode provocar modificações nos aspectos políticos, de formação e organização dos serviços.
IMPACTO DO NOVO MODELO DE CONTRATO DE GESTÃO EM SAÚDE NOS INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS DE DESEMPENHO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE, EM UM MUNICÍPIO DO ESTADO DE SÃO PAULO.
Pôster Eletrônico
1 Organização Social em Saúde Sociedade Brasileira Caminho de Damasco.
2 Secretaria Municipal de Saúde de Cubatão.
Apresentação/Introdução
Com foco na Atenção Básica, teve início em 2023 o novo modelo de Contrato de Gestão em Saúde entre a Organização Social de Saúde (OSS) Sociedade Brasileira Caminho de Damasco (SBCD) e a Secretaria Municipal de Saúde, no âmbito do município de Cubatão, para a gestão e execução das unidades da rede assistencial da Atenção Primária em Saúde (APS) deste município.
Objetivos
Avaliar os indicadores epidemiológicos da Atenção Primária em Saúde, antes e durante o novo modelo de Contrato de Gestão em Saúde, em um município do estado de São Paulo, no período 2018-2024.
Metodologia
Estudo de séries temporais, utilizando os indicadores do Programa Previne Brasil, a saber: (I1) proporção de gestantes com pelo menos seis consultas pré-natal realizadas, (I2) proporção de gestantes com realização de exames para sífilis e HIV, (I3) proporção de gestantes com atendimento odontológico realizado, (I4) realização do exame Papanicolaou, (I5) proporção de crianças de um ano vacinadas para um grupo de seis imunizantes, (I6) proporção de pessoas com hipertensão com consulta e pressão arterial aferida e (I7) proporção de pessoas com diabetes com hemoglobina glicada solicitada. Para análise dos dados, utilizou-se modelo de regressão de Prais-Winsten, no Software Stata 19.5.
Resultados
Todos os indicadores aumentaram no período 2018-2024. Entretanto, no período anterior ao novo modelo de Contrato de Gestão, esses indicadores apresentaram estabilidade. Durante o período 2023-2024, observou-se aumento estatisticamente significante nos indicadores I1, I4 e I5, com APC de +9%, +7% e +4%, respectivamente, resultando no aumento de 14% no desempenho dos indicadores do Programa Previne Brasil. O novo modelo de Contrato de Gestão integral possibilitou ampliação do cuidado ao munícipe de forma qualificada, contratação de profissionais de saúde qualificados para o serviço prestado, aumentando o acesso às consultas e tecnologias de informação para tomada de decisão e ação.
Conclusões/Considerações
O monitoramento dos indicadores do Programa Previne Brasil permitiu promover o reconhecimento dos resultados e a efetividade das estratégias de ações realizadas durante o novo modelo de Contrato de Gestão em Saúde. Ademais, os serviços de saúde do SUS, sob a gestão da OSS SBCD, foram capazes de incentivar o município a atingir as metas predefinidas, além de garantir maior incentivo financeiro e ampliar o acesso a cuidados básicos e preventivos.
A PERCEPÇÃO DE CUIDADORES DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA A RESPEITO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA: REFLEXÕES INICIAIS
Pôster Eletrônico
1 UFPB
Apresentação/Introdução
O aumento do número de casos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem demandado reflexões a respeito do cuidado prestado a estes sujeitos nos diferentes níveis de atenção à saúde. Atenção Primária à Saúde (APS) pode ser fundamental para o cuidado às crianças com esta condição, uma vez que pode possibilitar ações de cuidado que podem contribuir significativamente com sua inclusão social.
Objetivos
Investigar a percepção de cuidadores de crianças diagnosticadas com TEA a respeito do cuidado na Atenção Primária à Saúde.
Metodologia
Pesquisa descritiva, de abordagem qualitativa, realizada entre os meses de maio e junho de 2025, em 14 Unidades Básicas de Saúde de um município de grande porte do interior paraibano. Os dados foram coletados a partir de entrevistas semiestruturadas com 14 cuidadores de crianças diagnosticadas com TEA e usuárias da APS, indicados por Agentes Comunitárias de Saúde (ACS). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da UFPB sob parecer 7.240.807 e CAEE 74084023.9.0000.5188.
Resultados
Existe uma lacuna entre as diretrizes e leis que preconizam o cuidado na APS e a realidade. A percepção dos participantes expõe a falta de conhecimento dos profissionais a respeito do TEA e sua consequência na oferta de um cuidado integral. A individualidade do cuidado é indicada como fator comum e que gera prejuízos para a logitudinalidade do cuidado. A ausência de plano de cuidado estruturado e multidisciplinar, compromete a continuidade do acompanhamento e a articulação entre os diferentes níveis de atenção à saúde. A falta de conhecimento provocam a visão negativa e a desconfiança, contribuindo para o distanciamento desses sujeitos da APS.
Conclusões/Considerações
Os dados iniciais revelam a urgência da elaboração de estratégias para a construção de habilidades e a capacitação dos profissionais quanto às nuances que envolvem o TEA. Os serviços dispõem de vasto potencial para o cuidado longitudinal, multidisciplinar e integral, mas é necessário investir na qualificação e preparo dos profissionais. O despreparo dos profissionais cria barreiras para o atendimento.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE E EXERCÍCIOS FÍSICOS EM GRUPO PARA INDIVÍDUOS COM OSTEOARTRITE DO JOELHO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO BRASIL: ESTUDO DE MÉTODOS MISTOS.
Pôster Eletrônico
1 UFSCar
2 UFRN
3 UTS
Apresentação/Introdução
A osteoartrite de joelho (OAJ) é uma condição crônica prevalente em todo o mundo, podendo resultar em dor, incapacidade, comprometimento psicológico, limitação e restrição de participação. As diretrizes clínicas recomendam o exercício físico e a educação em saúde como tratamento da OAJ. O curso PEAK-português visa capacitar fisioterapeutas a implementar as melhores práticas para o manejo da OAJ.
Objetivos
Avaliar a satisfação, barreiras e facilitadores da implementação de exercício físico e educação em saúde com fisioterapeutas capacitados na atenção primária à saúde, além dos sintomas clínicos e consumo de medicamentos de indivíduos com OAJ.
Metodologia
Estudo quantitativo e qualitativo, aprovado pelo comitê de ética: 60443422.0.0000.5504. Participantes: Indivíduos com OAJ do nordeste e sudeste do Brasil. Intervenção: atendimento em grupo por 12 semanas, combinando educação em saúde e exercícios físicos, uma vez por semana, com fisioterapeutas capacitados com o PEAK em ambientes de atenção primária. Desfechos: Avaliações coletadas no antes do tratamento e após 3 meses, incluindo intensidade da dor (escala de 0 a 10), função física (sentar e levantar em 30 segundos, caminhada de 40 metros), satisfação e uso de medicamentos. Dados qualitativos exploraram barreiras e facilitadores percebidos pelos participantes por análise de conteúdo.
Resultados
Oito fisioterapeutas atenderam 70 participantes com idade entre 60 e 69 anos. Após 12 semanas de intervenção, observou-se redução significativa da dor (-3,54; IC95%: -4,19 a -2,89), melhora no desempenho funcional, com aumento nas repetições do teste da cadeira (+2,89; IC95%: 2,38 a 3,40) e maior velocidade no teste de caminhada de 40 metros (-5,31 m/s; IC95%: - 6,70 a -3,93). Houve redução de 54% no uso de medicamentos para dor. Todos os participantes relataram satisfação com o tratamento. Os principais facilitadores identificados foram: gratuidade do serviço, proximidade da unidade, apoio social e profissional, além da qualidade do material educativo. Nenhuma barreira foi relatada.
Conclusões/Considerações
A implementação desse programa na atenção primária brasileira é pioneira, e mostrou-se viável, aceitável e eficaz. A implementação contribuiu para a formação profissional e educação em saúde de indivíduos com OAJ. Fortes facilitadores apoiam sua escalabilidade dentro do sistema público de saúde. Seus resultados podem auxiliar na implementação de políticas públicas eficientes no cuidado dessa população.
PRÁTICAS DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NO CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO: INIQUIDADES, ESTRATÉGIAS E DESAFIOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM UMA REGIÃO DE SAÚDE DA BAHIA
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal da Bahia - Instituto Multidisciplinar em Saúde (IMS/UFBA)
2 Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)
3 Secretaria da Saúde do Estado da Bahia – Sesab
Apresentação/Introdução
O câncer de colo do útero (CCU) é um desafio global, com impactos mais severos em países de baixa renda. No Brasil, desigualdades regionais agravam a morbimortalidade. O enfrentamento do CCU exige abordagem integrada nas redes de atenção à saúde (RAS), com papel estratégico da atenção primária à saúde (APS) e análise qualificada das práticas no cuidado às mulheres.
Objetivos
Analisar as percepções e práticas de agentes comunitários de saúde (ACS) na abordagem ao CCU na APS, com foco nas estratégias para rastreio e continuidade do cuidado na região de saúde de Juazeiro, Bahia.
Metodologia
Estudo de caso qualitativo, realizado com base na análise de dados na região de saúde de Juazeiro (Bahia), no âmbito de pesquisa multicêntrica. Participaram 13 agentes comunitários de saúde (ACS) de três municípios (Juazeiro, Casa Nova e Canudos), organizados em quatro grupos focais (GF), com representação de zonas rural e urbana. A seleção dos participantes foi intencional. A análise de conteúdo temática, conforme Bardin, foi conduzida a partir de matriz analítica construída para a pesquisa, composta por cinco dimensões: acesso aos serviços, barreiras enfrentadas, soluções propostas, percepções sobre o atendimento e ações educativas.
Resultados
Os agentes comunitários de saúde (ACS) demonstraram protagonismo no cuidado ao câncer de colo do útero (CCU), por meio de visitas domiciliares, campanhas educativas, vínculo com as mulheres e escuta qualificada. Apesar dos esforços, relataram sobrecarga, escassez de insumos e fragilidades na educação permanente. Barreiras culturais, como vergonha e desinformação, limitaram a adesão ao rastreamento. Dificuldades específicas emergiram em áreas rurais, marcadas por longas distâncias e ausência de transporte. As desigualdades entre territórios comprometeram a continuidade da linha de cuidado, exigindo ações estruturantes.
Conclusões/Considerações
O estudo reafirma a APS como eixo estratégico para a equidade no cuidado ao câncer de colo do útero. A partir das práticas e percepções dos ACS, emergiram barreiras estruturais, culturais e invisibilizações, mas também estratégias potentes. Reforça-se a importância de ações educativas contínuas, redes articuladas e inclusão de grupos historicamente marginalizados.
O DESAFIO DAS REINTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA NAS CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS: AVALIAÇÃO DE UMA COORTE RETROSPECTIVA DE DADOS POPULACIONAIS
Pôster Eletrônico
1 IFMG/UFMG
2 UFMG
Apresentação/Introdução
A ocorrência de hospitalizações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (CSAP) se dá pela falha no atendimento oportuno ou efetivo da Atenção Primária à Saúde (APS), e quando este desfecho ocorre pela mesma causa em um período específico de tempo, configura-se uma reinternação. Em populações vulneráveis, como as crianças menores de 5 anos, esse desfecho tem impactos ainda mais nocivos.
Objetivos
Avaliar a incidência do desfecho por meio das Taxas de Reinternação Hospitalar (TRH) por CSAP nas crianças menores de 5 anos, entre 2009 e 2014, no Sistema único de Saúde.
Metodologia
Coorte retrospectiva da Base Nacional de Saúde, banco de dados centrado no indivíduo, construído a partir de pareamento determinístico-probabilístico dos sistemas de informação do SUS, o que permite a identificação do itinerário individual. Foram incluídas crianças <5 anos hospitalizadas com diagnóstico da Lista Brasileira de CSAP, entre 2009 e 2014. Para taxa de internação utilizou-se: ocorrência do evento/população nacional de crianças <5 anos do ano, multiplicado por 1000. Para TRH: crianças reinternadas no ano/crianças <5 anos internadas por CSAP no último ano, multiplicado por 1000. As taxas foram padronizadas por sexo e idade. A pesquisa foi aprovada no CAAE nº44121315.2.0000.5149.
Resultados
Fizeram parte do estudo 1.559.880 crianças, das quais 12,5% (194.788) apresentaram o desfecho de reinternação por causas evitáveis definidas pelas CSAP. As TRH se mantiveram crescentes em todo o período, sendo a menor e a maior taxas aquelas referentes ao primeiro e último ano de acompanhamento, respectivamente (94,3/1000 internados em 2009 e 297,5/1000 internados em 2014). As crianças do sexo masculino apresentaram TRH mais elevadas do que as do sexo feminino, e as principais doenças que causaram as reinternação foram as gastroenterites infecciosas (33,8%), doenças pulmonares (17,9%), pneumonias bacterianas (16,1%) e asma (15,7%).
Conclusões/Considerações
As taxas de internação reduziram-se gradualmente, enquanto as reinternações mantiveram-se elevadas. Isto indica que, apesar da redução global do número de internados por CSAP, uma vez que a criança é hospitalizada, ela se mantém mais suscetível à reinternação, e este grupo pode ser mais vulnerável aos cuidados da APS. O estudo avança na utilização do indicador de CSAP, ampliando o uso para analisar reinternações e seus padrões ao longo do tempo.
DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DA REGIÃO ADMINISTRATIVA DO PARANOÁ-DF: SUBSÍDIOS PARA O PLANEJAMENTO EM SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Pôster Eletrônico
1 HUB-UnB
2 SES/DF
3 UnB
Apresentação/Introdução
O Distrito Federal é composto por 35 Regiões Administrativas organizadas em sete Regiões de Saúde. A Região Leste inclui o Paranoá, território com fatores determinantes sociais desafiadores. A análise situacional é instrumento essencial para o planejamento em saúde, subsidiando estratégias de cuidado alinhadas ao perfil demográfico, social e epidemiológico.
Objetivos
Identificar características sociodemográficas e de saúde da Região Administrativa do Paranoá-DF, subsidiando o planejamento territorializado de ações e serviços em saúde no âmbito da Atenção Primária.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, baseado em diagnóstico situacional do Paranoá-DF. O estudo abrange o período de 2023 a 2025, para análise temporal. Foram utilizados dados secundários da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD/IPEDF), do InfoSaúde/SES-DF e dos sistemas nacionais de informação em saúde (SINAN, SIVEP-Gripe e e-SUS APS). As variáveis analisadas contemplaram perfil demográfico, cor/raça, escolaridade, situação de saúde e equipamentos disponíveis na APS. Os dados foram sistematizados em planilhas eletrônicas.
Resultados
O Paranoá possui 55.551 habitantes, com maioria feminina (52%) e idade média de 31,7 anos. A população negra representa 71% do total. Observa-se que 10% da população com 25 anos ou mais têm ensino superior e 87% são SUS dependentes. Entre os cadastrados na APS, 12% têm hipertensão e 5% diabetes. A hanseníase apresentou prevalência de 1,62/10 mil em 2024 com taxa de detecção alta (10,8/10 mil). Registrou as maiores incidências por Síndrome Respiratória Aguda Grave do DF em 2023 (473,38/100 mil) e 2024 (454,03/100 mil). A estrutura de saúde inclui 8 UBS (23 eSF, 15 eSB, 3 e-MULTI, 1 Equipe Consultório na Rua), 1 CAPS, Policlínica, CADH/CADHIN, CEPAV Girassol, 1 UPA e o Hospital Regional Leste.
Conclusões/Considerações
O Paranoá é um território marcado por vulnerabilidades sociais e sanitárias, refletidas na elevada dependência do SUS, condições crônicas e baixa escolaridade. A alta taxa de detecção da hanseníase e as incidências por SRAG no DF reforçam a relevância da APS. Ainda é necessário fortalecer os processos de trabalho e a territorialização, como estratégia para qualificar a resposta às demandas locais, enfrentar iniquidades e promover cuidado integral.
MOTIVAÇÕES PROFISSIONAIS PARA INGRESSO NO MAIS MÉDICOS EM 2024: ESTUDO NAS REGIÕES NORDESTE E CENTRO-OESTE
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Ceará
2 Universidade de Brasília
3 Secretaria de Saúde do Estado do Ceará
4 Universidade Federal da Paraíba
5 Universidade de Lanus
Apresentação/Introdução
O perfil motivacional dos médicos que aderem ao Programa Mais Médicos (PMM) é peça-chave para o aprimoramento das políticas de provimento e gestão do trabalho na Atenção Primária à Saúde (APS). Analisar essas motivações contribui para o planejamento e gestão de estratégias mais eficazes de fixação e qualificação do cuidado, com impacto na sustentabilidade das ações em saúde.
Objetivos
Compreender as motivações que levaram aos médicos do PMM a aderir ao programa em 2023 e os fatores que influenciam sua permanência, em municípios do Nordeste e Centro-Oeste
Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo, realizado em 12 unidades básicas (UBS), sendo uma por município, em quatro municípios do interior dos Estados de Goiás,Ceará e da Paraíba. Foram realizadas entrevistas em profundidade com 12 médicos do Programa Mais Médicos de agosto a outubro de 2024, nas quais se indagou sobre as motivações para participar e permanecer no programa e na APS, sua relação com a gestão municipal, com os colegas de equipe e os usuários. As entrevistas foram gravadas, transcritas e, posteriormente, analisadas em base à análise de conteúdo e utilizando o software Atlas.ti. O Projeto foi aprovado no Comitê de Ética/ FS UNB com o parecer de no. 6.920.832.
Resultados
As histórias dos médicos entrevistados nessas regiões revelam motivações vocacionais, afetivas e pragmáticas para aderir ao programa. Destacam-se a afinidade com a Atenção Primária, o desejo de exercer a medicina com propósito social e o vínculo com as comunidades. Motivos afetivos envolvem acolhimento e construção de sensação de pertencimento ao território. Entre os pragmáticos, sobressaem a inserção legal de médicos formados no exterior, critérios logísticos e a busca por estabilidade. A permanência é valorizada como condição para a longitudinalidade do cuidado. A capacidade dos gestores de escutar às equipes e cumprir com as obrigações do PMM foram aspectos valorizados pelos médicos.
Conclusões/Considerações
A permanência de médicos no PMM depende de condições pessoais e institucionais que vão além do vínculo contratual, incluindo ambiente de trabalho qualificado na UBS, construção de vínculo com as equipes e reconhecimento profissional. A gestão que promove acolhimento, escuta e vínculo com os médicos, contribui para sua fixação no território, favorecendo a continuidade do cuidado e fortalecendo a APS como estratégia de ordenamento do sistema.
EVOLUÇÃO DA COBERURA POPULACIONAL DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM UM MUNICÍPIO DE GRANDE PORTE DA BAHIA: DA PNAB 2017 E AO PREVINE BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UEFS
2
Apresentação/Introdução
Ao longo dos anos, a APS no Brasil vem passando por transformações direcionadas pelas diversas versões da Política Nacional de Atenção Básica. A implantação da ESF propiciou avanços no aumento da cobertura da APS e no acesso da população aos cuidados em saúde no Brasil. De 1998 a 2024, a ESF foi adotada por mais de 95% dos municípios brasileiros, e o número de equipes passou de 61 mil.
Objetivos
Analisar a evolução da cobertura populacional da ESF em um município de grande porte do interior da Bahia no período de 2016 a 2023.
Metodologia
Estudo de natureza qualitativa, realizado em um município de grande porte do interior da Bahia. Foram analisados indicadores da Atenção Primária à Saúde retirados da base do Ministério da Saúde E-gestor e do Caderno de Avaliação e Monitoramento da Atenção Básica – CAMAB/SESAB do período histórico de 2016 a 2023. O método de análise de dados foi a estatística descritiva. Por se tratar de uma pesquisa com dados secundários de domínio público, não foi necessária submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).
Resultados
A cobertura populacional da Estratégia Saúde da Família - ESF no município estudado apresentou crescimento tímido de 2016 a 2018, apenas 5,1%, estagnou nos anos de 2019 e 2020 (Pandemia de Covid-19 e Previne Brasil), voltando a crescer 12% em 2021. Da mesma forma, o número absoluto de equipes de ESF estagnou nos anos de 2016 e 2017, em 2018 cresceu 12%, voltando a estabilizar de 2019 a 2021, voltando a crescer 11% em 2022. Já o número absoluto de agentes comunitários de saúde (ACS) vem apresentando queda desde 2017, acumulou queda de quase 30% no ano de 2020, e a partir de 2021 apresentou crescimento, porém nunca alcançou o número do ano de 2016, início da série histórica analisada.
Conclusões/Considerações
Após a PNAB de 2017, outros tipos de equipe sem a presença do ACS, antes obrigatória, enfraqueceram a cobertura populacional com redução do número de ACS no município estudado. Durante a pandemia a cobertura ficou estagnada provavelmente pelo direcionamento dos investimentos em saúde para a alta complexidade. O crescimento da cobertura a partir de 2021 pode ter sido induzido pelo pagamento por cadastramento da população adscrita do Previne.
FATORES ASSOCIADOS AO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO ATÉ OS PRIMEIROS 15 DIAS DE VIDA DE VIDA: UM ESTUDO DE COORTE NA REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO
Pôster Eletrônico
1 Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas
Apresentação/Introdução
O aleitamento materno exclusivo (AME) é recomendado até os seis primeiros meses de vida e está associado a vários benefícios para a mãe e o bebê, a curto e longo prazos. No entanto, sua prevalência no Brasil é de aproximadamente 40 a 45%. Conhecer os fatores associados ao AME é essencial para enfrentar os desafios que dificultam sua prática e promover estratégias mais eficazes de incentivo.
Objetivos
Verificar a associação entre o aleitamento materno exclusivo aos 15 dias de vida e características sociodemográficas, gestacionais, de pré-natal e relacionadas à amamentação.
Metodologia
Estudo epidemiológico de coorte prospectiva, realizada entre 2024 e 2025, com mulheres que tiveram o parto realizado em um Hospital Geral da rede pública na região metropolitana de São Paulo. Foram entrevistadas 260 puérperas entre 15 e 22 dias após o parto e considerado o aleitamento materno exclusivo até 15 dias pós nascimento (recebendo exclusivamente o leite humano). As associações entre o AME e as características sociodemográficas e relacionadas à gestação, pré-natal e amamentação forma verificadas pelos testes Qui-Quadrado de Pearson e exato de Fisher, considerando-se um nível de significância de 5%.
Resultados
Entre as participantes, 252 responderam a entrevista 15 dias após o parto. Destas, 213 (84,9%) referiram estar amamentando exclusivamente com leite humano. Não houve associação entre AME e características sociodemográficas das mães (p > 0,05). No entanto, o aleitamento materno exclusivo foi maior entre as crianças cujos domicílios estavam cadastrados na Unidade de Saúde da Família (p = 0,022) e para aquelas cujas mães amamentaram outros filhos previamente (92,2% versus 61,5%; p = 0,007).
Conclusões/Considerações
A prática do aleitamento materno exclusivo aos 15 dias foi cerca de 85% e fatores relacionados ao registro na unidade de saúde e à experiência prévia com amamentação mostraram-se significativamente associados à prática. Os resultados reforçam a importância do fortalecimento das ações de apoio à amamentação, especialmente na atenção primária, e da valorização da experiência materna como estratégia para promover e manter o aleitamento materno exclusivo.
PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA: ANÁLISE DA COBERTURA E AÇÕES NO CICLO 2023-2024
Pôster Eletrônico
1 UFG
2 UFSB
3 UFSC
Apresentação/Introdução
O Programa Saúde na Escola (PSE) visa reorientar as práticas da Atenção Primária à Saúde, no ambiente escolar, para ações intersetoriais voltadas à prevenção e promoção da saúde integral dos estudantes. Para qualificar sua implementação, o Ministério da Saúde definiu regras de adesão, pactuação temática e indicadores de monitoramento que subsidiam a gestão, avaliação e o financiamento do programa.
Objetivos
Analisar os indicadores de monitoramento das ações de promoção da saúde e prevenção de agravos desenvolvidas no âmbito do PSE nos estados brasileiros e no Distrito Federal, no ano de 2023.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa documental de abordagem quantitativa, fundamentada na análise dos Relatórios Estaduais de Monitoramento do PSE referentes ao Ciclo 2023-2024. Foram sistematizados dados do ano de 2023 sobre número de municípios aderidos, ações executadas, temáticas prioritárias e cobertura das escolas pactuadas com ações. Os dados foram organizados em planilhas eletrônicas e tratados com estatística descritiva, permitindo identificar padrões de desempenho entre os estados, com foco na avaliação da cobertura das ações do PSE nas escolas pactuadas, conforme parâmetros definidos pelo Ministério da Saúde.
Resultados
A maior cobertura estadual de ações do PSE em escolas pactuadas foi observada em Alagoas (83,3%) e a menor em Roraima (28,9%). Ao todo, 78,7% dos municípios com ações registradas atingiram 100% de cobertura, enquanto 13,7% ficaram na faixa de 50% e 7,6% na faixa de 25%. Das 1.475.086 ações registradas, 34,7% corresponderam a ações prioritárias para o Ministério da Saúde. Entre os eixos temáticos e ações prioritárias, o de maior quantitativo foi alimentação saudável (167.125 ações), seguido de antropometria (115.222). As menores execuções foram observadas em saúde sexual e reprodutiva (35.693) e cidadania e direitos humanos (28.454 ações), evidenciando desigualdade na priorização temática.
Conclusões/Considerações
Os resultados evidenciam importante adesão e execução do PSE nos territórios, com consolidação de ações sobre alimentação e avaliação nutricional. Contudo, a baixa execução de temas como direitos humanos e saúde sexual e reprodutiva indica fragilidades estruturais e possível influência política e moral na implementação de determinadas temáticas. O monitoramento contínuo é estratégico para o fortalecimento da equidade e da intersetorialidade.
COORDENAÇÃO DO CUIDADO, INTEGRAÇÃO À REDE E MECANISMOS DE REGULAÇÃO ASSISTENCIAL PARA ACESSO À ATENÇÃO ESPECIALIZADA NAS UBS BRASILEIRAS
Pôster Eletrônico
1 ENSP/FIOCRUZ
2 ISC/UFF
3 FSP/USP
4 SAPS/MS
Apresentação/Introdução
A coordenação do cuidado e a integração dos serviços de atenção primária à saúde (APS) à rede regionalizada, mediadas por estratégias de regulação assistencial com organização da rede a partir da APS e a responsabilização entre serviços para o cuidado compartilhado são desafios ainda não superados para promover o acesso equitativo no SUS conforme necessidades
Objetivos
Analisar as ações voltadas à coordenação do cuidado, integração da APS à rede e estratégias de regulação assistencial para acesso à atenção especializada nas Unidades Básicas de Saúde-UBS brasileiras, a partir dos dados do Censo Nacional das UBS
Metodologia
Em 2024, realizou-se o Censo Nacional das UBS, fundamentado em abordagem da APS integral, resolutiva, comunitária, territorial e integrada à rede de serviços, conforme o modelo assistencial da Estratégia Saúde da Família. Esta concepção orientou a definição de dimensões e componentes do instrumento de coleta de dados ancorado no sistema e-Gestor APS. Neste trabalho analisam-se as dimensões coordenação do cuidado e integração da APS nos componentes: organização da agenda, integração da APS com outros pontos da rede e regulação assistencial na UBS. Os resultados são apresentados para o universo de 44.938 UBS do país e por regiões: (N=4.096; NE=17.737; SE=13.375; S=6.607; e CO=3.123).
Resultados
Na coordenação do cuidado observam-se avanços, mas ainda com importantes limitações: prontuário eletrônico compartilhado em 50% das UBS, 41% com troca frequente de informações com especialistas e 28% com recebimento do resumo da alta hospitalar. As estratégias de regulação/integração incluíram: protocolos para acesso às especialidades-67%, profissional responsável pela regulação assistencial nas UBS-35%, lista de usuários encaminhados-57%, monitoramento dos tempos de espera- 34%; possibilidade de consulta com especialista marcada pela UBS no sistema de regulação-68%, insuficiência de serviços de referência para síndrome coronariana aguda-57,4% e para acidente vascular encefálico, 61%.
Conclusões/Considerações
Os resultados podem informar políticas para melhorar a coordenação do cuidado com prontuários eletrônicos compartilhados, responsabilização da UBS por agendamento de consultas especializadas e monitoramento, boa comunicação entre profissionais da rede, serviços de referência suficientes, associados à capacidade resolutiva, funções de coordenação bem atribuídas e redução de barreiras burocráticas na regulação, que ocasionam perda de oportunidade
CORPOS-TERRITÓRIOS E FEMINISMOS NEGROS NO CUIDADO: IDENTIDADE, RESISTÊNCIA E PROTAGONISMO DE ACS E ACE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A PARTIR DO PROGRAMA MAIS SAÚDE COM AGENTE
Pôster Eletrônico
1 UFRGS
Apresentação/Introdução
Este estudo qualitativo analisa as trajetórias formativas e identitárias dos ACS e ACE no âmbito do Programa Saúde com Agente, buscando identificar seu protagonismo na promoção da equidade, da democracia e da justiça social nos territórios (Werneck, 2010; Carneiro, 2011).
Objetivos
Analisar como a formação técnica pelo Programa Saúde com Agente contribui para a construção identitária, o reconhecimento profissional e o fortalecimento do papel dos ACS e ACE na Atenção Primária, com foco em equidade e território.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, baseada em 106 entrevistas semiestruturadas com ACS e ACE matriculados nos cursos técnicos do Programa Saúde com Agente. As entrevistas foram conduzidas entre 2022 e 2023 nas cinco regiões do Brasil. Os dados foram organizados e analisados no software NVivo 15, com codificação temática fundamentada em referenciais da Saúde Coletiva, dos feminismos negros (Collins, 2017; Gomes, 2017) e do conceito de corpo-território. As categorias de análise incluíram identidade profissional, condições de trabalho, racismo institucional e práticas de cuidado nos territórios. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da UFRGS (CAAE: 60867922.6.0000.5347).
Resultados
Os dados revelam um perfil predominantemente feminino (81,3%) e negro (66%), com nível superior concluído. As entrevistas evidenciam o protagonismo dessas trabalhadoras como mediadoras do cuidado e produtoras de conhecimento situado (Haraway, 1995; Simas & Pinto, 2023). Ao viverem e trabalharem nos mesmos territórios, constroem uma identidade profissional ancorada na experiência, no pertencimento e na resistência cotidiana. As categorias corpo, território e empoderamento emergem como centrais para compreender o papel desses profissionais nas comunidades, no que tange à promoção da equidade e na efetivação de estratégias de cuidado (Davis, 2016).
Conclusões/Considerações
A pesquisa mostra que os ACS e ACE, majoritariamente mulheres negras, são protagonistas de práticas de cuidado que articulam saberes técnicos e populares nas comunidades (Collins, 2017; Werneck, 2010). Sua atuação territorializada fortalece o SUS, promove a equidade e reforça o direito à saúde como dimensão da justiça social e climática. Valorizar suas vozes e experiências é fundamental para uma APS antirracista, popular e democrática.
ATUAÇÃO INTERPROFISSIONAL NA DETECÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUEDOESTE DA BAHIA
2 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
Apresentação/Introdução
A violência doméstica é um fenômeno presente em muitas famílias brasileiras, afetando a saúde física e mental das vítimas. A Atenção Primária à Saúde, próxima da comunidade, tem papel essencial na identificação e acolhimento. A atuação interprofissional assegura cuidado e articulação com a rede de proteção, rompendo o ciclo da violência.
Objetivos
Identificar na literatura científica a atuação interprofissional na Atenção Primária em Saúde no enfrentamento da violência doméstica, focada nas práticas de identificação, acolhimento e encaminhamento das vítimas à rede de proteção.
Metodologia
Este trabalho é uma revisão de literatura realizada nas bases SciELO, PubMed e Google Acadêmico. Foram selecionados seis artigos que tratam da atuação da equipe de saúde frente à violência doméstica na Atenção Primária. A escolha dos textos considerou publicações entre 2013 e 2023, com foco em experiências de trabalho interprofissionais e em ações integradas com a rede de apoio às vítimas.
Resultados
A análise dos estudos indicou que a abordagem interprofissional no enfrentamento da violência doméstica na Atenção Primária à Saúde apresenta avanços relevantes, apesar dos desafios. A atuação conjunta de profissionais como enfermagem, medicina, serviço social e psicologia facilita a identificação precoce e o acolhimento das vítimas. Contudo, persistem fragilidades, como a falta de formação específica, dificuldades na articulação com a rede intersetorial e limitações para registro e encaminhamento. As experiências mais exitosas ressaltam a importância do trabalho em equipe, escuta qualificada e continuidade do cuidado para estratégias eficazes de proteção e enfrentamento.
Conclusões/Considerações
A superação dos desafios no enfrentamento da violência doméstica na Atenção Primária à Saúde depende do fortalecimento da atuação interprofissional articulada com a rede de proteção social. Políticas que promovam formação contínua, apoio institucional e integração intersetorial são essenciais para garantir acolhimento qualificado, cuidado integral e a efetiva proteção das vítimas, contribuindo para a interrupção do ciclo da violência.
OFERTA DE PRÁTICAS POR CICLO DE VIDA E DOENÇAS CRÔNICAS E OUTROS AGRAVOS NAS UBS SEGUNDO REGIÕES DO BRASIL: DADOS DO CENSO NACIONAL DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DE 2024
Pôster Eletrônico
1 UFPEL
2 CIDACS
3 SAPS/MS
4 UFMG
5 ISC/UFBA
Apresentação/Introdução
De acordo com a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), em suas edições (2006, 2011 e 2017), os profissionais devem atuar prestando cuidado integral e contínuo, garantindo o acompanhamento da saúde das pessoas em todas as fases da vida, o que inclui a promoção de hábitos saudáveis, a realização de cuidados preventivos e o acompanhamento de doenças crônicas.
Objetivos
Caracterizar a oferta de práticas na APS do Brasil para variáveis relacionadas ao ciclo de vida e doenças crônicas e outros agravos, apresentando diferenças segundo a região geopolítica.
Metodologia
O Censo Nacional das UBS de 2024 foi aplicado por meio de instrumento eletrônico na plataforma e-Gestor. Selecionou-se variáveis sobre ciclo de vida - pré-natal e ao puerpério, atenção à criança desde o nascimento até os dois anos de vida, saúde sexual e reprodutiva, detecção, prevenção e rastreio de câncer de colo do útero e da mama, saúde do homem e saúde do idoso - e doenças crônicas e outros agravos - hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, sobrepeso/obesidade, tuberculose, hanseníase, saúde mental e situações de violência. Construiu-se escores de respostas positivas a cada bloco e o percentil 75% da distribuição foi ponto de corte para análise.
Resultados
Foram incluídas 44.937 UBS, assim distribuídas: Norte (n=4.096; 9,1%), Nordeste (n=17.737; 39,5%), Sudeste (n=13.374; 29,8%), Sul (n=6.607; 14,7%) e Centro-Oeste (n=3.123; 7,0%). Para ciclo de vida 43% das UBS superaram o ponto de corte, sendo menor no Centro-Oeste e no Norte e para doenças crônicas e outros agravos, 34%, sendo menor também no Sul. Para ciclo de vida, destaques para oferta de teste rápido para sífilis durante o pré-natal (93,9%) e inserção de DIU (19,7%); para doenças crônicas e outros agravos, o registro da pressão arterial para controle da hipertensão (97,2) exame de fundo de olho/ retinografia (22,9%).
Conclusões/Considerações
O estudo evidenciou avanços importantes na oferta de práticas da APS do SUS, no que se refere ao escopo de ações e serviços das Unidades Básicas de Saúde. Considerando a persistência de marcadas desigualdades regionais, é preciso buscar a universalização da oferta de ações voltadas a grupos prioritários na APS.
PROTAGONISMO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DURANTE A PANDEMIA POR COVID-19
Pôster Eletrônico
1 UESB
Apresentação/Introdução
O Agente Comunitário de Saúde atua como protagonista no Sistema Único de Saúde, sendo o profissional que fomenta o elo entre a comunidade e a Atenção Primária à Saúde, desenvolvendo ações preventivas e educativas que contribuem diretamente para o acesso e a resolutividade dos serviços de saúde. Durante a pandemia de COVID-19, essas ações precisaram ser intensificadas.
Objetivos
Discutir a relevância e o impacto do trabalho do Agente Comunitário de Saúde durante a pandemia por COVID-19.
Metodologia
Estudo qualitativo realizado com profissionais da Atenção Primária à Saúde de um município do interior baiano que atuaram durante a pandemia por COVID-19. A coleta de dados ocorreu entre junho e dezembro de 2023, por meio de entrevista semiestruturada, com duração média de 30 minutos. Os dados foram analisados à luz da Hermenêutica Filosófica. A amostra do estudo foi composta por 31 profissionais de saúde com pelo menos três meses de atuação na Atenção Primária à Saúde. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, sob parecer n° 4.984.264 e CAAE 51139421.4.0000.0055.
Resultados
Durante a pandemia por COVID-19, os Agentes Comunitários de Saúde relataram o aumento expressivo das demandas na comunidade, intensificando orientações sobre medidas preventivas e visitas domiciliares, ainda que não adentrassem nas casas. Suas ações foram fundamentais para garantir o cuidado a grupos vulneráveis, como pessoas idosas e com sequelas de doenças crônicas, através de estratégias tecnológicas como o uso de grupos de whatsapp para a transmissão das informações e atualizações. Entretanto, foi evidenciado que, por vezes faltou apoio institucional, principalmente na disposição de equipamentos adequados, gerando sentimentos de sobrecarga e frustração.
Conclusões/Considerações
O Agente Comunitário de Saúde continua sendo essencial para o Sistema Único de Saúde, sobretudo em cenários de crise sanitária como a pandemia por COVID-19, em que seu trabalho foi fundamental para aproximar a população dos serviços de saúde e garantir acesso a informações seguras. Assim, sua atuação destaca a necessidade de políticas públicas que reconheçam e fortaleçam seu potencial, assegurando condições adequadas de trabalho.
COBERTURA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E HANSENÍASE: ANÁLISE DE TENDÊNCIAS E DESAFIOS NA PREVENÇÃO DO DIAGNÓSTICO TARDIO
Pôster Eletrônico
1 UFMG; SES-MG
2 UFMG
3 SES-MG
Apresentação/Introdução
O controle da hanseníase exige diagnóstico precoce, vinculado ao acesso qualificado aos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS). Embora a cobertura da APS tenha crescido em Minas Gerais na última década, persistem desafios no enfrentamento da hanseníase, refletidos na manutenção de casos diagnosticados com grau 2 de incapacidade, indicador de diagnóstico tardio.
Objetivos
Analisar a tendência da cobertura da APS e da ESF em Minas Gerais e sua relação com as taxas de detecção geral de hanseníase e de casos com grau 2 de incapacidade, nas microrregiões de saúde do estado.
Metodologia
Estudo ecológico do tipo analítico, com dados secundários de 2010 a 2020. Foram analisados os casos novos de hanseníase do SINAN e dados de cobertura da APS e ESF do e-Gestor AB/DATASUS. Calculou-se a taxa geral de detecção de hanseníase e a taxa de detecção de casos com grau 2 de incapacidade (G2D). Aplicaram-se a correlação de Pearson para medir a associação entre cobertura e indicadores e a regressão linear de Prais-Winsten para análise de tendências. Foram consideradas 89 microrregiões do estado. As tendências foram classificadas como crescente, decrescente ou estacionária, permitindo avaliar a evolução dos indicadores e sua relação com a expansão da cobertura.
Resultados
Houve tendência de crescimento na cobertura da APS (1,97% ao ano) e da ESF (2,21% ao ano). Paralelamente, observou-se queda na taxa geral de detecção de hanseníase (-7,62% ao ano) e na taxa de G2D (-6,38%), embora esta última tenha permanecido estável em diversas microrregiões. A correlação foi majoritariamente negativa entre cobertura e detecção, sugerindo que maior cobertura se associa à redução da hanseníase. Contudo, a heterogeneidade microrregional foi marcante: em algumas microrregiões, as correlações foram fracas, inexistentes ou até positivas, indicando que apenas ampliar a cobertura não garante, isoladamente, a detecção precoce e o controle efetivo da doença.
Conclusões/Considerações
A expansão da APS e da ESF em Minas Gerais associou-se à redução da detecção geral da hanseníase, mas não impactou uniformemente os diagnósticos tardios. Persistem barreiras estruturais que limitam a detecção precoce. A cobertura deve ser acompanhada de investimentos em capacitação, vigilância ativa e ações regionalizadas para ampliar o impacto.
FINANCIAMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO BRASIL (2020–2023): DESIGUALDADES AMPLIADAS E RETROCESSOS SOB O MODELO DO PREVINE BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UFMS
2 Hospital Alemão Osvaldo Cruz - SP
3 Centro de Estudos Estratégico da Fiocruz - RJ
4 Centro de Estudos Estratégico da Fiocruz RJ
5 SESAU - Campo Grande
6 Escola de Saúde Pública - Secretaria estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul
Apresentação/Introdução
O financiamento de sistemas de saúde é tema central no debate global, especialmente quanto ao subfinanciamento da Atenção Primária à Saúde (APS) em países em desenvolvimento. No Brasil, o modelo do Previne Brasil alterou a lógica de repasses federais, substituindo critérios universais por parâmetros de desempenho e registros cadastrais, com potenciais impactos na equidade.
Objetivos
O objetivo foi analisar os impactos do Previne Brasil na distribuição dos recursos federais da APS, segundo o porte populacional dos municípios e a cobertura da ESF.
Metodologia
Estudo quantitativo, analítico e longitudinal com base em dados secundários nacionais. Foram incluídos todos os 5.565 municípios brasileiros. Os dados de financiamento da APS foram obtidos junto ao sistema do Fundo Nacional de Saúde (FNS), de 2020 a 2023. As análises estatísticas foram realizadas no software R, com significância de 5%. A análise foi dividida em dois blocos: o Bloco 1 compreendeu 2020–2023; o Bloco 2 focou apenas em 2023, ano em que os critérios de financiamento foram plenamente implementados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMS (CAAE: 63214422.0.0000.0021; Parecer nº 5.768.371).
Resultados
Em 2020 foram alocados R$ 9,95 bilhões, e em 2023, R$ 11,18 bilhões. O porte populacional foi determinante: 99,6% dos municípios de grande porte receberam valores acima da mediana. Municípios com menor cobertura da ESF também foram mais beneficiados, evidenciando uma inversão da lógica distributiva anterior.
Conclusões/Considerações
O modelo do Previne Brasil, centrado em desempenho e cadastros individuais, favoreceu municípios com maior capacidade técnica e informacional, penalizando os que mais dependiam do financiamento federal. A lógica meritocrática aprofundou desigualdades regionais. O modelo comprometeu a equidade no financiamento da APS, contrariando os princípios do SUS.
FINANCIAMENTO DA APS NO PREVINE BRASIL: FAVORECIMENTO DESIGUAL E REFLEXOS SOBRE MUNICÍPIOS VULNERÁVEIS
Pôster Eletrônico
1 UFMS
2 Centro de Estudos Estratégico da Fiocruz -RJ
3 Escola de Saúde Pública- Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul
4 Hospital Alemão Osvaldo Cruz - SP
Apresentação/Introdução
A Atenção Primária à Saúde (APS) sofre com o subfinanciamento global, o que compromete sua efetividade, sobretudo em países em desenvolvimento. No Brasil, o Programa Previne Brasil foi implementado em 2020, em um contexto de neoliberalismo radical, provocando intensas controvérsias técnicas e políticas quanto à alocação de recursos.
Objetivos
Analisar a relação entre a distribuição do financiamento da APS no Brasil e variáveis como o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) e a dependência do repasse federal nos quatro primeiros anos de implementação do Programa Previne Brasil.
Metodologia
Estudo quantitativo, analítico e longitudinal, com base em dados secundários nacionais de 5.565 municípios. Os dados de financiamento da APS foram obtidos do Fundo Nacional de Saúde (2020–2023). As análises foram realizadas no software R, com nível de significância de 5%. Compararam-se os repasses da APS em 2019 (PAB) e 2020 (Previne Brasil), com estratificação por região e IDH-M. Foram aplicadas análises descritivas e interpretação crítica dos padrões identificados, com foco na equidade da distribuição de recursos. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMS (CAAE: 63214422.0.0000.0021; Parecer nº 5.768.371).
Resultados
Observou-se que municípios com maiores IDH-M foram favorecidos com o aumento de recursos após a adoção do Previne Brasil. Em contrapartida, municípios com menor IDH-M, alta dependência do financiamento federal e menor capacidade de registro informacional foram desproporcionalmente prejudicados. O novo modelo acentuou disparidades regionais e sociais, contrariando o princípio de equidade e penalizando os territórios mais vulneráveis.
Conclusões/Considerações
O modelo Previne Brasil contribuiu para o aprofundamento de desigualdades regionais e sociais no financiamento da APS, contrariando os princípios da equidade e da justiça social do SUS. Critérios meritocráticos e tecnocráticos, descolados das realidades locais, penalizaram justamente os municípios e populações em maior situação de vulnerabilidade.
COMPETÊNCIA CULTURAL DE AGENTES DE SAÚDE: COMPREENSÕES A PARTIR DO PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Apresentação/Introdução
O Programa Saúde com Agente (PSA) destina-se à formação técnica de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE), que atuam em espaços de grande expressão de diversidade cultural no território brasileiro. A competência cultural envolve o reconhecimento das necessidades especiais das subpopulações, e com essas deveriam ser abordadas na variedade de serviços.
Objetivos
A partir do arcabouço teórico de competência cultural, o estudo buscou compreender como os agentes de saúde identificam os problemas sociais que influenciam na saúde e adoecimento de usuários, considerando os territórios e o modo de viver nestes.
Metodologia
Este estudo possui abordagem qualitativa e abrange todo o território brasileiro. Os participantes da pesquisa foram os agentes de saúde cursistas da formação técnica no escopo do PSA no período do estudo (2022 a 2023). Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com ACS/ACE, nas cinco regiões do país. Os dados foram organizados a partir da matriz de códigos estabelecida de acordo com o roteiro de entrevistas. O código “Competências culturais” contemplou questões relativas aos aspectos culturais na atuação dos agentes de saúde. Este estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CAAE: 60867922.6.0000.5347).
Resultados
Foram consideradas 106 entrevistas, sendo a maioria com mulheres, que atuam como ACS. Os problemas culturais/sociais foram identificados nas abordagens cotidianas dos ACS e ACE, tais como: violência contra a mulheres e crianças; criminalidade, derivada dos conflitos relacionados ao tráfico de drogas; abuso de álcool e outras drogas; lixo e falta de saneamento (periferias). À saúde mental da população (casos de ansiedade e depressão) foram relatadas e associadas ao período pós pandemia de Covid-19. Estas situações afetam a saúde das populações, e se agravam, na visão dos entrevistados, pela falta de infraestrutura social nestas regiões e desigualdades sociais, implicando no cuidado ofertado.
Conclusões/Considerações
Os ACS e ACE identificam os problemas de saúde no território a partir de discrepâncias sociais e econômicas estruturais no Brasil. A partir de cenários específicos percebem como os aspectos culturais podem mediar o acesso ao cuidado em saúde. Essas percepções influem nas abordagens em saúde, por aproximarem os agentes da realidade dos sujeitos, permitindo orientações que efetivamente possam ser seguidas nas diferentes realidades nos territórios.
FATORES DE RISCO ASSOCIADOS AO NASCIMENTO PREMATURO: ANÁLISE EM DUAS MATERNIDADES CEARENSES
Pôster Eletrônico
1 UFC
Apresentação/Introdução
A prematuridade está diretamente relacionada à morte de crianças menores de cinco anos. Em todo o mundo, 10% dos nascimentos são prematuros. No Brasil essa taxa é maior, cerca de 12%. Tais dados são alarmantes, visto que as consequências da prematuridade variam desde o risco aumentado para problemas de saúde e de desenvolvimento até incapacidades permanentes.
Objetivos
Analisar a associação entre fatores maternos de vulnerabilidade social e clínica e a ocorrência de nascimento prematuro.
Metodologia
Estudo transversal, desenvolvido em duas maternidades de Fortaleza, Ceará. A amostra foi constituída por 403 puérperas, selecionadas por amostragem não probabilística, do tipo conveniência. A coleta de dados ocorreu entre novembro de 2023 e julho de 2024, no alojamento conjunto, por meio de entrevistas. As variáveis estudadas foram alocadas nas seguintes categorias: variáveis sociodemográficas, de hábitos de vida e assistenciais. Os dados foram analisados com o software Statistical Package for Social Science®, versão 20.0. Foi realizada a regressão logística binomial com as variáveis cujo p foi menor que 0,2.. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o Parecer nº 6.527.091.
Resultados
Os resultados da regressão logística binomial evidenciaram associações estatisticamente significativas entre três variáveis maternas: uma sociodemográfica, uma assistencial e uma clínica; e o desfecho de nascimento prematuro. Verificou-se associação entre a prematuridade e a procedência do interior (p=0,002), a assistência em maternidade terciária (p=0,033) e o uso de substâncias psicoativas (p=0,005). Corroborando com um estudo caso-controle realizado no Brasil, que analisou 3121 prontuários e verificou que a prematuridade ocorreu com maior frequência entre recém-nascidos de mulheres com morbidades maternas graves.
Conclusões/Considerações
A prematuridade esteve associada a fatores sociodemográficos, de hábitos de vida e clínicos. Este estudo ressalta a necessidade do fortalecimento de políticas públicas que promovam suporte social e clínico às gestantes, visando reduzir partos prematuros e suas complicações, o uso de substâncias psicoativas e garantir a vinculação dessas gestantes à maternidade de referência.
LONGITUDINALIDADE DO CUIDADO MATERNO-INFANTIL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: PERCEPÇÕES DE USUÁRIAS, PROFISSIONAIS E RESIDENTES
Pôster Eletrônico
1 Renasf/UFPB
2 UFPB
3 ESP/PB
4 HUAC/Ebserh
5 Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade De Medicina/USP
6 EMCM/UFRN
Apresentação/Introdução
A Rede Cegonha foi instituída no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) para operacionalizar e concretizar a articulação dos pontos de atenção de uma rede de cuidados integrais. Os cuidados desenvolvidos na Atenção Primária à Saúde (APS) são operacionalizados principalmente através da Estratégia Saúde da Família (ESF) e orientados por atributos essenciais como a longitudinalidade do cuidado.
Objetivos
Este trabalho objetivou compreender como se apresenta a longitudinalidade das ações de cuidado materno-infantil na APS a partir das percepções de usuários, profissionais e residentes.
Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo, analítico-descritivo, desenvolvido na APS de um município do nordeste brasileiro, com profissionais e usuários de 5 equipes da ESF, e residentes multiprofissionais em atenção básica, que participaram regularmente de ações de cuidado materno-infantil nos serviços da APS. A coleta de dados aconteceu nos equipamentos da APS, entre janeiro e agosto de 2020, através de entrevistas individuais com 33 participantes, sendo 10 residentes, 17 profissionais das equipes e 6 usuárias. As entrevistas foram gravadas, transcritas e posteriormente analisadas na modalidade temática seguindo a proposta de Braun e Clarke (2006) e orientada pelo conceito de longitudinalidade.
Resultados
A análise dos dados originou núcleos de sentidos e categorias temáticas que representaram os seguintes resultados: houve uma oferta regular de diversas ações de cuidado materno-infantil na APS; o acesso a essas ações foi satisfatório para as usuárias; o vínculo foi uma ferramenta terapêutica incorporada nas ações e contribuiu para um maior engajamento das usuárias – embora não tenha alcançado os seus parceiros e familiares; foi reconhecida a importância de fortalecer a APS como fonte habitual de cuidado materno-infantil; algumas dificuldades e insatisfações foram relatadas, porém estratégias potentes de garantia do acompanhamento longitudinal foram implementadas ao longo das ações estudadas.
Conclusões/Considerações
Conclui-se que, mesmo diante de alguns desafios, no cenário pesquisado, o processo de cuidado materno-infantil ofertado na APS foi percebido pelos participantes como acessível, regular e potente para a saúde e o bem-estar da população adscrita. As ações foram consideradas importantes também para a formação no âmbito do programa de residência e atenderam as dimensões que envolvem o conceito do atributo da longitudinalidade do cuidado na APS.
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E AS PRINCIPAIS NECESSIDADES DA POPULAÇÃO RURAL
Pôster Eletrônico
1 SLM
Apresentação/Introdução
O projeto busca compreender as principais demandas em saúde da população rural, investigando como a Atenção Primária pode atender às necessidades específicas dessa comunidade, marcada por desigualdades de acesso e vulnerabilidades sociais e por estar localizada em áreas de difícil acesso geográfico e estrutural.
Objetivos
Objetiva-se analisar as principais necessidades em saúde da população rural, descrever suas especificidades e propor estratégias de cuidado na APS baseadas nas diretrizes do SUS.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa qualitativa com revisão bibliográfica narrativa realizada nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde durante o período de 2014–2024, com uso de descritores DeCS/MeSH, utilizando os termos necessidades de saúde, atenção primária à saúde e população rural. Adotou-se como instrumento uma planilha com os seguintes dados: autor, ano, país, tipo de estudo e principais contribuições. Os critérios de inclusão foram artigos completos publicados nos idiomas inglês, português ou espanhol, excluíram-se livros, guias, teses, dissertações e duplicatas. A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética, respeitando a LGPD para garantir o anonimato dos participantes.
Resultados
A revisão realizada identificou algumas demandas mais frequentes da população rural atendida, obstáculos no acesso à saúde e percepções sobre a qualidade do atendimento na APS. Entre os estudos levantados destacam-se fragilidades e potencialidades do atendimento à população rural na Atenção Primária à Saúde. Nesse sentido, os resultados do levantamento apontam a necessidade de melhorias na organização da APS rural, visando qualificar o atendimento para garantir o princípio da equidade, bem como a proposição de estratégias que considerem as especificidades socioculturais do campo.
Conclusões/Considerações
A pesquisa visa fortalecer o papel da APS no cuidado à população rural, promovendo um olhar singularizado e humanizado. Os achados recomendam a importância de incentivo e fomento às práticas em saúde adaptadas ao campo e as especificidades da população rural, sendo necessários o aprimoramento das políticas públicas voltadas para a equidade e integralidade da saúde rural.
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DERMATOLÓGICO NA APS: IMPLICAÇÕES PARA UM CUIDADO RESOLUTIVO
Pôster Eletrônico
1 UEFS
2 UFBA
Apresentação/Introdução
A pele é considerada o maior órgão do corpo humano, responsável por diversas funções essenciais à sobrevivência do indivíduo. Esta pesquisa trata da importância do cuidado dermatológico na Atenção Primária à Saúde, destacando o conhecimento dos médicos no manejo das afecções dermatológicas. Os resultados podem subsidiar ações para fortalecer o cuidado e melhorar o fluxo nas Redes de Atenção à Saúde.
Objetivos
Avaliar o desempenho médico na identificação e manejo das condições dermatológicas mais prevalentes e comuns no âmbito da APS.
Metodologia
Trata-se de pesquisa original, fruto de uma dissertação do Programa de Mestrado Profissional em Saúde Coletiva, quantitativa, descritiva e de corte transversal, realizada em três municípios do semiárido baiano, no ano de 2024. Participaram do estudo 25 médicos da APS. Para coletar os dados, utilizou-se um questionário de conhecimentos em dermatologia, com questões sobre diagnóstico e tratamento das condições dermatológicas mais prevalentes no contexto da APS. A análise ocorreu por estatística descritiva, com apoio do software Jamovi, versão 2.3.28.0. A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética da instituição, sob o parecer nº 6.577.374.
Resultados
Os resultados mostraram uma média geral de acertos de 4,8 (DP ± 2,1), revelando uma baixa acuidade diagnóstica e terapêutica dos médicos em temas que envolvem condições dermatológicas comuns. Destacou-se o potencial de subestimação de lesões malignas, confundidos com lesões benignas; assim como a superestimação de lesões benignas. Tais equívocos têm implicações diretas na saúde individual e coletiva, incluindo encaminhamentos desnecessários, com sobrecarga dos ambulatórios de especialidades, assim como diagnósticos tardios e tratamento inadequado ou inoportuno.
Conclusões/Considerações
Os achados alertam para a necessidade de implementação de ações de educação permanente para profissionais já em atuação, com ênfase no manejo das condições dermatológicas mais prevalentes na APS. Sublinha ainda a necessidade de adoção de estratégias formativas em dermatologia desde a graduação, para que sejam desenvolvidas competências e habilidades, na perspectiva de ampliar a resolubilidade relacionada às demandas dermatológicas.
ARTICULAÇÃO DE UM SERVIÇO DE HEMOTERAPIA COM A REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE PARA CAPTAÇÃO DE DOADORES: UTOPIA OU REALIDADE?
Pôster Eletrônico
1 UEFS
Apresentação/Introdução
A Constituição Federal inseriu o sangue no rol de competências do SUS, mais tarde a criação da Política Nacional de Sangue teve objetivo de garantir acesso de quantidade e qualidade de sangue a todos. A tarefa de captar doadores de sangue na realidade brasileira não é fácil e requer conhecimento de aspectos sociais, econômicos, culturais e políticos que influenciam a doação espontânea de sangue.
Objetivos
Analisar a articulação de um Serviço de Hemoterapia do interior da Bahia com a Rede de Atenção à Saúde para captação de doadores.
Metodologia
Estudo de natureza qualitativa, realizado em uma Unidade de Coleta e Transfusão de sangue do interior da Bahia, assim como nos municípios adstrictos que mais demandaram sangue e derivados no ano de 2023. Participaram 12 pessoas, entre elas secretários de saúde e coordenadores dos serviços (Hospitais/UPA) dos três municípios que mais consumiram hemocomponentes no ano de 2023 e trabalhadores da UCT ligados à captação de doadores. Os dados foram coletados por entrevista semiestruturada e análise de documentos e foram analisados por meio da análise de conteúdo temática. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UEFS sob o CAE nº 83444224.7.0000.0053.
Resultados
Os dados analisados evidenciam a invisibilidade da Política Nacional de Sangue nos planos municipais e serviços de saúde estudados e o desconhecimento por parte dos gestores municipais do papel dos municípios na captação de doadores, apesar do reconhecimento da importância da manutenção dos estoques de sangue para a segurança da saúde da população. Não existe diálogo entre estado e municípios sobre o tema, na perspectiva de integração da rede. Nos serviços estudados não foram encontrados procedimentos direcionados para a captação de doadores, revelando um descompasso entre a demanda crescente por hemocomponentes e a ausência de estratégias locais robustas para fomentar a captação de doadores.
Conclusões/Considerações
As estratégias para captação de doadores mostram-se insuficientes para assegurar estoques satisfatórios, especialmente considerando a curta validade de alguns hemocomponentes e a alta frequência de solicitações. Diante deste cenário é necessária a construção de um trabalho em rede, envolvendo os municípios e estado para a elaboração de estratégias de fomento à captação de doadores de sangue.
A PEDAGOGIA DA PRÁXIS DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: PRODUZINDO SINGULARIDADES FREIREANAS EM CARTAS NARRATIVAS
Pôster Eletrônico
1 CM UFRJ-Macaé
2 EEAAC/ UFF
3 UNIFAP
4 EEAAC/UFF
5 EEAN/ UFRJ
6 IFES
7 UFES
Apresentação/Introdução
Introdução: Na Atenção Primária, partindo de uma perspectiva freireana, coexistem o diálogo, a busca por autonomia e um persistente esperançar por qualidade na assistência, movimento, que se constrói e reconstrói cotidianamente. Neste a práxis dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), se institui em constantes desafios, em tessituras vivas e operantes, imprimindo uma Pedagogia singular no fazer saúde.
Objetivos
Objetivo: Narrar modos de conceber e fazer de ACS que produz uma Pedagogia da Práxis, a partir de uma perspectiva freireana, por meio de Cartas Narrativas.
Metodologia
Metodologia: Pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória apoiada na abordagem da Pesquisa-ação Participativa em Saúde (PaPS), realizada em 2023/2024. Os cenários foram quatro Unidades de ESF do município de Macaé-RJ. Os participantes foram 23 ACS, que atuam há mais de 1 ano nos cenários e que aceitaram participar assinando o TCLE. Projeto aprovado no CEP UFRJ-Macaé/CAAE com nº: 65479522.9.0000.5699. Coleta de dados realizada por meio de um roteiro norteador criado pela autora e que guiou a produção de narrativas individuais em Cartas. Para o anonimato e sigilo dos ACS, estes foram identificadas por CN1, CN2, CN3 e etc. Os conteúdos das Cartas produzidas perpassaram pela análise do tipo narrativa.
Resultados
Resultados: A análise das narrativas contidas nas Cartas geraram duas (2) categorias: 1 - Partilhas e Memórias - onde expuseram: “Tenho sentimento de liberdade, pois a partir das minhas vivências, venho construindo minha autonomia com partilhas, cuidando e educando ao mesmo tempo” (CN1). 2 - O Esperançar por Mudanças - em que revelaram: “Com poucas reuniões e trocas de experiências, trabalha-se muito sozinho, mas luto para trazer para a equipe e usuário tudo o que penso, pois tenho esperança e não gosto de trabalhar sem trocar” (CN9).
Conclusões/Considerações
Considerações Finais: Considera-se que os atos de cuidar e de mediar dos ACS que realizam constantes interconexões com profissionais de saúde, usuários e estudantes de diferentes áreas de saúde produzem, também, atos de educação. Assim o ato de cuidar, interconectar, atender demandas locais e escutar sensivelmente podem se configurar como uma Pedagogia da Práxis, que se estrutura no trinômio: cuidar-mediar-educar.
ESTUDO DESCRITIVO SOBRE INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA (ICSAP) NO BRASIL NO PERÍODO PRÉ PANDEMIA DA COVID
Pôster Eletrônico
1 UFSC
2 UFMG
3 UERJ
4 UFG
5 UFPEL
6 UNIFENAS
Apresentação/Introdução
O indicador ICSAP mede a efetividade do primeiro nível de atenção à saúde, sendo que o elevado número de ICSAP indica limitações do sistema de saúde.A pandemia de covid-19 representou um marco para os sistemas de saúde e obrigou os mesmos a se reorganizarem.Documentar a situação das ICSAP imediatamente antes da pandemia nos permite saber se voltamos ao estado anterior a um evento desta magnitude.
Objetivos
O objetivo deste artigo foi descrever as ICSAP realizadas pelo SUS no Brasil no período imediatamente anterior à pandemia de Covid-19, por município, estado, região, sexo, faixa etária, e porte populacional do município.
Metodologia
Estudo ecológico sobre as internações hospitalares realizadas pelo SUS no Brasil entre 01/01/2017 e 31/12/2019, por município de residência do paciente. Utilizou-se registros de internação hospitalar extraídos dos “arquivos reduzidos” da Autorização de Internação Hospitalar (AIH), armazenados nas Bases de Dados do Sistema de Informação Hospitalar do SUS (BD-SIH/SUS). As estimativas populacionais foram obtidas pela leitura dos arquivos do Estudo de estimativas populacionais para os municípios, desagregadas por sexo e idade.
Resultados
Nacionalmente, 22,1% das internações foram por ICSAP. A Região Sudeste apresentou as menores taxas, enquanto o Norte teve as mais altas. A distribuição por faixa etária apresentou um padrão em "J", com taxas elevadas entre menores de 5 anos e acima dos 65 anos. As taxas foram mais altas no Norte e Nordeste entre as crianças e no Norte e Sul entre os idosos. Também foi observada uma variação nas taxas entre os sexos, com maior aumento de ICSAP no sexo feminino após os 10-14 anos, invertendo-se após os 45 anos. O estudo revelou uma relação entre o porte populacional e a variabilidade das taxas de ICSAP.
Conclusões/Considerações
O estudo revelou uma relação entre o porte populacional e a variabilidade das taxas de ICSAP, além de padrões regionais que refletem desigualdades nos determinantes sociais e na organização dos serviços de saúde.
A OUVIDORIA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO DOS PROCESSOS DE TRABALHO NAS UNIDADES DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO NA ÁREA PROGRAMÁTICA 3.2
Pôster Eletrônico
1 ENSP
Apresentação/Introdução
A Ouvidoria é instrumento de escuta e participação social no SUS. Na APS, pode qualificar a gestão ao captar percepções dos usuários. Este estudo analisa seu uso na AP 3.2 do Rio, frente à baixa incorporação nas rotinas gerenciais. Valorizar esses dados é essencial para fortalecer o cuidado, a gestão participativa e a cultura da escuta qualificada.
Objetivos
Avaliar o uso da ouvidoria como apoio à gestão na APS do Rio de Janeiro (AP 3.2), a partir da percepção de gestores, identificando potencialidades, fragilidades e contribuições para o aprimoramento dos processos de trabalho.
Metodologia
Estudo qualitativo, descritivo e colaborativo com gestores da APS na AP 3.2 do Rio de Janeiro. Utilizou análise documental e modelagem lógica da Ouvidoria como intervenção. Aplicou-se questionário anônimo semiestruturado via REDCap para captar percepções sobre a Ouvidoria na gestão. Os dados foram analisados por análise de conteúdo temática. Respeitou-se rigor ético, com aprovação do CEP e garantia de anonimato aos participantes.
Resultados
A ouvidoria é reconhecida como canal legítimo de escuta na APS, mediando relações entre usuários, profissionais e gestores. Quando integrada à gestão, contribui para o planejamento, qualificação do cuidado e fortalecimento da participação social. Os resultados revelam potencial para gerar mudanças e apoiar decisões, mas também apontam fragilidades, como subutilização das informações, desconhecimento de seu papel estratégico e baixa integração entre os níveis de gestão. Seu uso qualificado pode fortalecer a gestão democrática e aprimorar os serviços.
Conclusões/Considerações
A Ouvidoria, prevista na Lei 13.460/2017, é estratégica na gestão da APS, promovendo participação social e qualificação dos serviços. Enfrenta desafios como baixa divulgação e estrutura frágil. Recomenda-se fortalecer sua autonomia, capacitar profissionais, criar protocolos claros, integrar com conselhos de saúde e ampliar a comunicação para garantir seu papel democrático e transformador no SUS.
ANÁLISE DAS DIMENSÕES DE ACESSO DOS USUÁRIOS HOMENS ÀS PRÁTICAS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Pôster Eletrônico
1 UNEB
Apresentação/Introdução
O acesso pode ser definido, segundo Assis e Abreu-de-Jesus (2012) como a liberdade de utilizar serviços de saúde e como estratégia que possibilita indivíduos inadequadamente assistidos e culturalmente equivocados oportunizarem que a oferta de cuidados com a sua saúde sejam assegurados e pode ser estratificado nas dimensões: política, econômica, organizacional, técnica e simbólica.
Objetivos
Analisar as dimensões de acesso dos usuários homens na Estratégia Saúde da Família de Salvador-Ba.
Metodologia
Trata-se de pesquisa qualitativa exploratória aprovada por CEP, de cunho observacional e exploratório, em que foram realizadas entrevistas semiestruturadas e observações sistemáticas das práticas de 49 trabalhadores de oito Unidades de Estratégia Saúde da Família (ESF) sistematicamente recrutadas e 38 usuários homens destas unidades, de cinco Distritos Sanitários do município de Salvador, nos meses de abril a julho de 2023, no horário de funcionamento das unidades, de segunda a sexta, e aos sábados, quando tiveram ações voltadas aos homens. Os dados foram transcritos e organizados com utilização do software Nvivo11, de acordo com Análise de Conteúdo de Bardin.
Resultados
A cultura patriarcal, as definições de papéis sociais entre homens e mulheres o sentimento de invulnerabilidade do homem tem criado barreiras de acesso em que a busca pela ESF foi maior entre homens idosos. A escolaridade tem uma relação de proporcionalidade direta com a motivação do homem pela busca do cuidado e a violência associada à criminalidade influencia negativamente o acesso dos homens, pois muitas vezes impede a livre circulação dos homens entre as ruas até chegar às Unidades de Saúde. O enfoque na tecnologia dura desmotiva o homem de manter o vínculo e os fazem entender que devem buscar a ESF em caso de queixas agudas.
Conclusões/Considerações
As barreiras de acesso, especialmente para homens jovens e em situação de vulnerabilidade, evidenciam a necessidade de intervenções que considerem a educação, a violência urbana e a promoção de um ambiente acolhedor nas unidades. É fundamental repensar estratégias que incentivem a participação dos homens na busca por cuidados de saúde, pela construção de um acesso equitativo e eficaz.
ANÁLISE ESPACIAL DA MORTALIDADE MATERNA NO BRASIL DE 2019 A 2021 EM RELAÇÃO A FATORES SOCIAIS, ECONÔMICOS E DE COBERTURA ASSISTENCIAL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFRN/UFCG
2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN
3 Professora Titular do Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN
Apresentação/Introdução
A Mortalidade Materna é um grave problema de saúde pública, que apesar da implementação de estratégias eficazes para sua redução nas últimas décadas, ainda apresenta taxas abaixo das metas estabelecidas mundialmente. Entender a sua distribuição no contexto brasileiro, correlacionando com fatores de ordem social, econômica e assistencial é essencial para identificar oportunidades de melhoria.
Objetivos
Analisar a distribuição espacial da mortalidade materna no território nacional de 2019 a 2021 em relação a fatores sociais, econômicos e de cobertura assistencial na Atenção Primária à Saúde.
Metodologia
Trata-se de estudo ecológico, cuja unidade de análise de área foi constituída a partir das 379 Regiões IMEDIATAS de Articulação Urbanas (RIAU) definidas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A variável dependente foi Taxa de Mortalidade Materna (TMM), utilizando-se os dados demográficos do DATASUS do SIM e SINASC, no período de 2019-2021. As variáveis independentes foram o Índice de desenvolvimento Humano – IDH, Índice de GINI, provenientes do PNUD; Cobertura da Atenção Básica e Proporção de Gestantes com número mínimo de Consulta do e-GESTOR. Utilizou-se o software GeoDa 0.9.9.10 e a técnica de análise espacial de dados de área a partir de malhas digitais das RIAU.
Resultados
A distribuição espacial de TMM por RIAU no Brasil evidenciou um grande aglomerado de regiões intermediárias com altos coeficientes nas regiões norte, nordeste e parte do Centro Oeste do país, e outros de baixas taxas, localizadas nas regiões Sul e Sudeste do país. O Índice de Moran confirmou um padrão de dependência espacial positiva de 0,25. Na análise bivarida, observou-se uma correlação direta e positiva entre TMM e Índice de Gini (0,24) e inversa com relação ao IDH (-0,28). Foi inconclusiva para cobertura da Atenção Básica (0,136) e a proporção de gestantes com quantitativo mínimo de consultas no pré-natal iniciado em tempo oportuno (-0,009).
Conclusões/Considerações
As regiões Norte e Nordeste possuem as maiores taxas de Mortalidade Materna, enquanto o Sul e Sudeste as menores, formando um padrão espacial bem determinado. A análise bivariada demonstrou que determinantes sociais desfavoráveis têm impacto negativo na mortalidade materna, enquanto as variáveis assistenciais referentes ao pré-natal não apresentaram uma correlação bem definida.
VISÃO DE GESTORES E PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE SOBRE A ASSISTÊNCIA CLÍNICO-GINECOLÓGICA EM UM MUNICÍPIO BAIANO
Pôster Eletrônico
1 UEFS
2 UFRB
3 UNIFACS
Apresentação/Introdução
Cabe aos gestores e profissionais, alocados nos serviços de ginecologia, a prevenção dos cânceres ginecológico e de mama na Atenção Primária, a partir de serviços com ações que possam impactar positivamente a saúde das mulheres em suas diferentes fases da vida. Tais ações incluem promoção, prevenção, tratamento e seguimento das mulheres com exames alterados.
Objetivos
Discutir as percepções de gestores e profissionais de saúde quanto a assistência para prevenção dos cânceres ginecológico e de mama, na Atenção Primária.
Metodologia
Estudo qualitativo, exploratório, realizado em um município baiano. Escutou gestores e profissionais de saúde (médicos e enfermeiros), totalizando 11 participantes, os quais atuavam há mais de 6 meses nas organizações de saúde, e que aceitaram participar da pesquisa. Em razão da pandemia, os dados foram produzidos em dois momentos, segundo semestre de 2019, e primeiro semestre de 2021. Utilizou-se entrevista com roteiros semiestruturados para cada grupo específico, e posteriormente foram transcritas na íntegra e submetidas a análise de conteúdo temática. Os princípios éticos foram respeitados em todas as fases da pesquisa, parecer 4.590.148 do comitê de ética.
Resultados
Os participantes indicam que apesar da importância dos serviços oferecidos e dos avanços observados, o sistema possui falhas no seguimento das mulheres pós exames devido a descontinuidade na oferta de insumos, interrupções no fluxo de referência e contrarreferência, bem como a baixa procura das mulheres pelos exames preventivos por desconhecimento e temores. Sugerem investimentos para melhorar o acesso às medidas de prevenção dos cânceres, dentre estas: avaliação e correção das rupturas no fluxo das mulheres na rede, capacitações e qualificações de gestores para compreensão das políticas de proteção à saúde da mulher, e dos profissionais para a consideração das especificidades das usuárias.
Conclusões/Considerações
A escuta de todos os atores envolvidos na Atenção Primária é essencial para avaliar em que pontos a rede de assistência precisa investir. Dessa maneira, pode-se avançar em direção ao alcance dos objetivos das políticas de saúde da mulher no município.
PESQUISA EM SITUAÇÃO DE RUA: ARTICULAÇÕES ENTRE CAMPO E METODOLOGIA PARA A CONSTRUÇÃO DE UM TERRRITÓRIO DE INVESTIGAÇÃO SOBRE A SAÚDE DE PESSOAS EM VULNERABILIDADE
Pôster Eletrônico
1 UFF
2 SES/RJ
3 UERJ
Apresentação/Introdução
Esta pesquisa é parte de um estudo multicêntrico coordenado pela Unicamp, desenvolvida pela UFF no interior do estado do RJ. Busca conhecer o cuidado produzido por/pelas pessoas em situação de rua, analisando se as equipes e a formação em saúde o valorizam. Parte da hipótese de que essas pessoas elaboram práticas singulares de cuidado porque têm dificuldades para acessar os serviços de saúde.
Objetivos
Analisar a produção de cuidado na Atenção Básica (AB) às pessoas que vivem nas ruas; Mapear as práticas de cuidado desenvolvidas por essas pessoas; Analisar a interferência destas práticas nos processos de cuidado na AB e na formação em saúde.
Metodologia
Adotamos a pesquisa-interferência para tornar visíveis os diferentes modos de expressão do cuidado de/e sobre si praticados pelas pessoas que vivem nas ruas. Defendemos que os pesquisadores não estão apenas na academia, mas também são trabalhadores da saúde, assim como pessoas vivendo em situação de rua. A pesquisa tem a duração de 36 meses e, neste momento, os registros se dão através de diários de campo nas rodas de conversa junto aos trabalhadores e usuários dos serviços em diferentes espaços. A análise dos materiais se dará através da transformação desses registros em narrativas, as quais constituirão uma memória coletiva das tramas políticas de conformação dos territórios.
Resultados
Junto ao Comitê Intersetorial de Avaliação e Monitoramento da Política da População em Situação de Rua, debatemos localmente sobre educação, renda, saúde, moradia, violação de direitos humanos e participação de quem vive nas ruas na elaboração de políticas públicas. Identificamos a Redução de Danos como estratégia para a organização de redes de cuidado à saúde, construindo um seminário que atrelou as experiências de cuidado à produção de conhecimento. Atualmente, em um projeto de extensão ligado à pesquisa, discutimos com o Consultório na Rua e trabalhadores da Assistência Social e Direitos Humanos, a produção de informação em saúde e o cuidado na relação entre AB e serviços intersetoriais.
Conclusões/Considerações
Compreendemos que essas iniciativas demarcam, epistemologicamente, a ação dos pesquisadores no processo de investigação. Conhecer as práticas de cuidado desenvolvidas pelos viventes de rua, assim como os fatores que prejudicam o acesso aos serviços de saúde, é importante para potencializar os serviços, transformar os processos formativos e produzir informações em saúde que fomentam as políticas voltadas para as pessoas em vulnerabilidade.
CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DE DEMANDA EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE URBANAS E RURAIS NO DISTRITO FEDERAL A PARTIR DOS REGISTROS DO E-SUS APS
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal
2 Fundação Oswaldo Cruz
Apresentação/Introdução
A Atenção Primária à Saúde (APS), estruturada por Equipes de Saúde da Família (eSF), é a principal porta de entrada do SUS. Com cobertura atual de 63,6% da população, compreender o perfil de demandas em territórios com características distintas, como zonas rural e urbana, é essencial para qualificar a oferta de serviços na APS.
Objetivos
Descrever o perfil de demanda e de problemas de saúde registrados por médicos e enfermeiros em quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS) de áreas rural e urbana do Distrito Federal, em 2019.
Metodologia
Trata-se de estudo descritivo, com base em dados secundários, anônimos e agregados, obtidos do sistema e-SUS-AB. Foram analisados 52.103 registros de atendimentos realizados por médicos e enfermeiros, entre janeiro e dezembro de 2019, em quatro UBS de diferentes Regiões Administrativas do Distrito Federal, sendo duas em territórios rurais e duas em zonas urbanas. As condições foram classificadas conforme a CIAP-2 e a CID-10. As variáveis analisadas incluíram sexo, faixa etária, tipo de profissional, localidade (urbana ou rural) e grupo de problemas de saúde.
Resultados
A maioria dos atendimentos (88%) ocorreu em unidades urbanas. A população atendida foi majoritariamente feminina: 68,1% nas zonas urbanas e 63% nas zonas rurais. Foram registrados 368 problemas distintos na CIAP-2 em áreas rurais e 505 em áreas urbanas. Em zonas rurais, 17 problemas concentraram 50% dos registros; nas zonas urbanas, apenas 5. Na CID-10, houve 436 diagnósticos distintos na zona rural e 825 na urbana. Registros de enfermagem foram predominantes no grupo “Genital Feminino” (87%), enquanto os médicos concentraram atendimentos nos grupos “Geral e Inespecífico”, “Circulatório” e “Respiratório”.
Conclusões/Considerações
O uso de dados do e-SUS-AB permite caracterizar o perfil de morbidade e demanda das populações atendidas na APS. A análise por território, sexo e profissional evidencia especificidades que devem orientar o planejamento da oferta de serviços. Compreender a distribuição dos problemas contribui para ações mais equitativas e resolutivas.
HIPERUTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE: DESAFIO PARA A GESTÃO CLÍNICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Pôster Eletrônico
1 UNCISAL
Apresentação/Introdução
A expansão do acesso a ações e serviços de saúde no Brasil impulsionou avanços significativos na atenção individual, familiar e coletiva. No entanto, novos desafios emergiram, como o fenômeno da hiperutilização dos serviços, que é amplamente conhecido na Atenção Primária à Saúde e requer das equipes uma revisão de conceitos e preconceitos para compreensão deste fenômeno.
Objetivos
Analisar a produção científica sobre a hiperutilização dos serviços de saúde no âmbito da Atenção Primária à Saúde, visando refletir sobre a temática e elencar os conceitos relacionados a este fenômeno.
Metodologia
Trata-se de uma revisão estruturada da literatura científica, com a finalidade de colocar o pesquisador em contato com o que foi escrito sobre o assunto. Para tanto, utilizou-se a base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), com os descritores “Uso excessivo dos serviços de saúde” AND “Acesso”. Foram considerados critérios de inclusão, artigos científicos nos idiomas inglês, português ou espanhol, que apresentassem temática central relacionada à hiperutilização dos serviços na Atenção Primária à Saúde.
Resultados
Após busca na base de dados, foram identificados 64 artigos que constituíram a amostra deste estudo. Observou-se que não há na literatura consenso para a definição concreta acerca da hiperutilização. Alguns estudos adotam critérios quantitativos, como número absoluto de consultas médicas em um determinado período, frequência de consultas médicas em percentil ou variações no número de consultas em torno da média local. Outros estudos utilizam critérios qualitativos, como a percepção da equipe sobre o usuário que frequenta a unidade com frequência maior que a esperada pela situação clínica, de forma excessiva ou desnecessária, independentemente do número de consultas.
Conclusões/Considerações
Mesmo com a inexistência de consenso sobre a definição da hiperutilização dos serviços de saúde, o fenômeno é concreto e se constitui como parte da demanda dos atendimentos da Atenção Primária à Saúde. A análise sobre a temática faz refletir sobre a necessidade de aprofundamento teórico tanto em virtude da ótica da economicidade dos recursos quanto da qualidade e eficiência dos serviços prestados.
TRAJETÓRIA E TRANSFORMAÇÕES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO BRASIL ENTRE 2011 E 2023
Pôster Eletrônico
1 Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz
Apresentação/Introdução
A APS é porta de entrada preferencial do SUS, essencial à efetividade dos sistemas universais. No Brasil, sua gestão cabe majoritariamente aos municípios, modelo federativo descentralizado, com desigualdades. De 2011 a 2023, houve transformações influenciadas por diferentes contextos políticos, econômicos e institucionais. Solicita-se que este trabalho não seja publicado nos anais do congresso.
Objetivos
Identificar e discutir as principais mudanças nas políticas nacionais voltadas à Atenção Primária à Saúde e nos programas federais de incentivo e avaliação da qualidade, no Brasil, entre os anos de 2011 e 2023.
Metodologia
Estudo descritivo, analítico e qualitativo, fundamentado em análise documental de publicações governamentais entre 2011 e 2023. Focou-se na análise propriamente dita, contextualizando criticamente leis, portarias, notas técnicas e emendas constitucionais relacionadas à estrutura da APS, seu financiamento e programas de incentivo à qualidade e avaliação. As publicações foram identificadas segundo os períodos dos governos federais. Excluíram-se documentos voltados a grupos específicos ou sem componente estruturado de avaliação. A discussão considerou os princípios da universalidade, integralidade e equidade e buscou uma aproximação inicial aos conceitos de reforma e contrarreforma.
Resultados
Foram 21 publicações entre 2011 e 2023. Do total, 9 durante o governo Dilma Rousseff (2011-2016), 6 no governo Michel Temer (2016-2018), 4 no governo Jair Bolsonaro (2019-2022) e 2 no início do governo Lula (2023). Identificam-se avanços como a reafirmação da APS como porta de entrada do SUS, implementação do PMAQ-AB, expansão da Estratégia Saúde da Família (ESF) e incentivos à formação profissional. Entretanto, há retrocessos marcados pelo subfinanciamento, restrição orçamentária, flexibilização das diretrizes e ampliação da participação privada. O cenário revela desafios para a universalidade e integralidade do SUS diante de contextos políticos e econômicos distintos.
Conclusões/Considerações
A APS é essencial para garantir integralidade, universalidade e equidade no SUS. Entre 2011 e 2023, reformas a fortaleceram como eixo estruturante, com avanços em qualidade, formação profissional e organização da ESF. Já contrarreformas trouxeram desafios ao enfraquecer diretrizes, restringir recursos e ampliar a presença privada. O cenário evidencia a importância de análise crítica contínua para preservar os princípios do SUS e fortalecer a APS.
PREVALÊNCIA DE TRANSTORNOS MENTAIS EM MORADORES DE COMUNIDADES QUILOMBOLAS: UMA COMPARAÇÃO ENTRE MACRORREGIÕES DO ESTADO DO PIAUÍ.
Pôster Eletrônico
1 UFPI
2 FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
Transtornos mentais caracterizam-se como condições que alteram o comportamento de indivíduos e prejudicam seu relacionamento com o meio em que vivem. No cenário das comunidades quilombolas, tais transtornos associam-se com a vulnerabilidade social e a especificidade do contexto de cada localidade, de forma a distribuírem-se de forma distinta entre as principais macrorregiões de saúde do estado.
Objetivos
Comparar a prevalência dos transtornos mentais entre moradores de comunidades quilombolas piauienses segundo macrorregiões de saúde.
Metodologia
Estudo transversal de abordagem quantitativa feito em 6 comunidades quilombolas piauienses, de 2023 a 2025, com pessoas >18 anos. Aplicou-se questionário sociodemográfico em amostra de 211 pessoas. Para avaliar diferenças na prevalência de pessoas com transtornos mentais entre macrorregiões, foi usado o teste de qui-quadrado de Pearson, sendo α = 5%. Através do teste de Regressão de Poisson com variância robusta, foram calculadas razões de prevalência (RP) e seus intervalos de confiança a 95% (IC = 95%) dos transtornos de indivíduos entre as macrorregiões. Utilizou-se software SPSS para análise de dados. O estudo seguiu normas éticas e foi aprovado pelo CEP. CAAE: 78510124.5.0000.5214.
Resultados
Foram entrevistados 211 quilombolas. Dos 195 questionários válidos, a maioria é residente do Cerrado (43,1%) e do Semiárido (26,7%). Na amostra, 25% dos indivíduos do cerrado, 33% do litoral, 11,5% do Meio Norte e 9,6% do Semiárido apresentaram transtornos mentais. Dentre os moradores, 7,2%, 1%, 1% e 18,5% possuem depressão, bipolaridade, esquizofrenia e ansiedade respectivamente. O teste qui-quadrado de Pearson revelou diferença entre a prevalência de pessoas com transtornos entre as macrorregiões (p 0,024). Através da Regressão de Poisson, observou-se que o Cerrado (RP 2,60; IC 1,04-6,48) e o Litoral (RP 3,47; IC 1,32-9,08) apresentaram uma diferença significativa em relação ao Semiárido.
Conclusões/Considerações
Estudos das populações quilombolas indicaram que o Cerrado e o Litoral possuíram diferença significativa em relação ao Semiárido (2,6 e 3,5 maiores chances de ter transtornos mentais respectivamente). Esses resultados revelam a necessidade de aprimoramento do cuidado à saúde mental pelos serviços de saúde nessas localidades, a fim de adquirir uma melhora na qualidade de vida desses indivíduos.
PARTICIPAÇÃO EM CAPACITAÇÕES SOBRE ATIVIDADE FÍSICA E COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO E COMPETÊNCIA PERCEBIDA PARA ACONSELHAMENTO NA APS
Pôster Eletrônico
1 UFPR
2 UTFPR
Apresentação/Introdução
Os profissionais de saúde são agentes essenciais para a promoção de atividade física (AF) e a redução do comportamento sedentário (CS) na Atenção Primária à Saúde (APS). Neste contexto, as capacitações educacionais podem contribuir para aprimorar as competências percebidas por estes profissionais para a realização do aconselhamento breve.
Objetivos
Testar a associação entre a participação em capacitações sobre AF e CS e a competência percebida para a realização do aconselhamento breve por profissionais da APS.
Metodologia
Estudo transversal conduzido em 2024, com 137 profissionais de 13 Unidades Básicas de Saúde de Fazenda Rio Grande-PR. A participação em capacitações sobre AF e CS nos últimos 12 meses foi classificada em duas categorias (nunca participou versus participou alguma vez). A competência para o aconselhamento sobre os temas foi avaliada por instrumento validado e os escores poderiam variar entre 0 e 74 pontos. Os dados foram analisados com a regressão linear múltipla, com ajuste para categoria profissional (agente comunitário de saúde (ACS); equipe de enfermagem; médico; equipe de saúde bucal; outros (assistente social, farmacêutico, nutricionista) no software SPSS (p<0,05).
Resultados
Cerca de 64% dos profissionais relataram participar em capacitações. A participação esteve associada a um aumento de 6,13 pontos no escore de competência percebida (p=0,002), mesmo após ajuste. Em relação à equipe de saúde bucal (referência), médicos apresentaram os maiores escores (β: 27,97; IC95%: 20,30–35,64; p<0,001), seguidos pela equipe de enfermagem (β: 15,57; IC95%: 8,87–22,26; p<0,001), ACS (β: 10,24; IC95%:3,56–16,93; p=0,003) e outros profissionais (β=16,38; IC95%:2,60–30,16; p=0,020).
Conclusões/Considerações
A participação em capacitações educacionais sobre AF e CS podem ser estratégias eficazes para aprimorar a competência percebida de profissionais da APS para o aconselhamento breve sobre esses temas. As diferenças encontradas entre as categorias profissionais indicam a necessidade de abordagens formativas específicas, considerando as particularidades e necessidades de cada subgrupo.
CONHECIMENTO DOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DAS CIÊNCIAS DA SAÚDE SOBRE O CALENDÁRIO BÁSICO DE IMUNIZAÇÃO DO ADULTO
Pôster Eletrônico
1 IBMR
2 ENSP
Apresentação/Introdução
As vacinas são seguras e eficazes, pois passam por um rigoroso processo de desenvolvimento e testes antes de serem aprovadas. Elas induzem a resposta imune,
protegendo contra doenças e reduzindo a circulação dos patógenos. Durante sua produção, são realizadas diversas etapas de controle de qualidade para garantir a segurança dos imunizantes.
Objetivos
Como objetivo geral verificar o conhecimento do universitário da área da saúde sobre o calendário básico de imunização do adulto.
Metodologia
Este estudo descritivo, transversal e qualitativo foi realizado em uma instituição de ensino no Rio de Janeiro, fundada em 1974 e focada na saúde. Atualmente, a unidade possui cerca de 6 mil estudantes de graduação em ciências da saúde.
Um questionário online foi aplicado a 28 estudantes maiores de 18 anos, matriculados no campus da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Foram excluídos alunos de outras áreas que não a saúde humana. A coleta de dados ocorreu em abril e maio de 2025.
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer 7.497.149). Os dados foram tratados anonimamente em planilha Excel e processados em um único computador para garantir o sigilo.
Resultados
A pesquisa incluiu estudantes de Enfermagem, Educação Física, Farmácia, Biomedicina, Estética e Fonoaudiologia, mulheres, solteiras e com mais de 30 anos, a maioria em períodos avançados de Enfermagem. Houve diversidade racial, com prevalência de brancos e pardos.
As vacinas mais conhecidas foram Influenza, Covid-19, Hepatite B, Tríplice Viral, Febre Amarela e DT, mas o conhecimento sobre mecanismo de ação e reações adversas era limitado.
Notou-se dificuldade na interpretação de perguntas em formulário eletrônico e na distinção de calendários vacinais (alguns mencionaram BCG, infantil, em perguntas sobre adultos).
Conclusões/Considerações
Este estudo revelou que universitários da saúde possuem conhecimento insuficiente sobre o calendário básico de imunização do adulto. A desinformação e interpretação equivocada das recomendações vacinais podem comprometer sua futura atuação na saúde coletiva.
A valorização da vacinação como estratégia de saúde deve ser parte da formação ética e técnica dos discentes, preparando-os para promover e defender a imunização em sua prática profissional.
BARREIRAS E FACILITADORES PARA A IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS PREVENTIVOS PARA ÚLCERAS NOS PÉS DE PESSOAS COM DIABETES NA ATENÇÃO BÁSICA DE LIMEIRA-SP
Pôster Eletrônico
1 FMUSP
2 FMUSP e SMS Limeira
3 SMS Limeira
Apresentação/Introdução
A polineuropatia diabética, uma complicação da diabetes mellitus (DM), leva a alterações musculoesqueléticas, úlceras e amputações. O FOot CAre and Exercises ImplementatioN for People with Diabetes in Primary Care (FOCAIN) visa implementar um programa de exercícios e autocuidado para tornozelos e pés, com objetivo de reduzir fatores de risco para úlceras em pessoas com DM na APS de Limeira-SP.
Objetivos
Analisar o contexto local, detalhando barreiras e facilitadores para a implementação de uma intervenção voltada ao autocuidado e prevenção dos fatores de risco para úlceras nos pés de pessoas com DM na atenção primária de Limeira-SP.
Metodologia
Para a identificação das barreiras e facilitadores para a implementação do FOCAIN, convidamos 84 profissionais de saúde da atenção primária à saúde de Limeira para uma atividade de tempestade cerebral, utilizando uma entrevista guiada semiestruturada, baseada nos constructos do Consolidated Framework Implementation Research (CFIR). Os dados das entrevistas foram submetidos à análise rápida de Nevedal para levantamento das barreiras e facilitadores. A adoção por parte dos funcionários da atenção primária e sua representatividade foram analisadas por meio do framework RE-AIM (Reach, Effectiveness, Adoption, Implementation, Maintenance).
Resultados
71,8% das unidades básicas de saúde e 100% das equipes multiprofissionais estiveram presentes. Participaram 54 profissionais: 21 enfermeiras, 21 agentes comunitários de saúde, 3 nutricionistas, 3 assistentes sociais, 2 psicólogas, 2 fisioterapeutas e 1 técnico de enfermagem, representando uma adoção de 65,8%, segundo RE-AIM. Dos 24 constructos do CFIR utilizados, 17 foram determinantes para a implementação do FOCAIN. Houveram barreiras relacionadas à falta de recursos, ausência de políticas públicas específicas, cultura médico-centrada e infraestrutura das unidades de saúde. A força e qualidade das evidências, apoio institucional e engajamento dos profissionais foram facilitadores apontados.
Conclusões/Considerações
A análise da pré-implementação indicou um cenário promissor para a implementação do FOCAIN em Limeira. O engajamento dos profissionais e apoio da gestão municipal foram facilitadores essenciais. Porém, a escassez de equipes multiprofissionais e recursos humanos representam desafios. A articulação entre academia e gestão é essencial para superar esses obstáculos e transformar conhecimento científico em práticas sustentáveis de cuidado e prevenção.
ANÁLISE DE CLUSTER DE USUÁRIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA COM DCNT SUBMETIDOS À RETINOGRAFIA NO CONTEXTO DA SAÚDE DIGITAL
Pôster Eletrônico
1 UFMG
Apresentação/Introdução
A APS atende 85% das demandas de saúde no SUS, mas enfrenta desafios como o subfinanciamento, que afeta o atendimento pleno de seus atributos essenciais, prejudica sua estrutura e sobrecarrega outros pontos da rede. Com o aumento das DCNT, tecnologias como IA podem apoiar o cuidado, incluindo o oftalmológico, marcado por longas filas de espera e dificuldade de acesso aos especialistas.
Objetivos
O objetivo desse estudo foi identificar e caracterizar perfis de subgrupos de usuários da APS encaminhados para a realização de retinografias em municípios de Minas Gerais, com base em variáveis clínicas e sociodemográficas, utilizando a análise de cluster.
Metodologia
Estudo transversal com dados do CETES/UFMG, via projeto do NUTEL, financiado pelo Ministério da Saúde. Foram realizados 2.158 exames de retinografia entre set/2023 e set/2024 em usuários da APS com Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica ou Hipercolesterolemia, de Minas Gerais. Os exames foram analisadas por oftalmologista e por IA (Eyer Maps). Após limpeza dos dados, realizou-se análise de cluster com variáveis clínicas e classificação da IA.
Resultados
A análise de cluster identificou 8 subgrupos entre 1.057 indivíduos. C1 (15,1%): mulheres idosas com DM e HAS, 36,9% dos exames alterados; C2 (17,1%): adultos jovens com DM, 22,0% dos exames alterados; C3 (5,5%): homens idosos com HAS isolada, 37,0% dos exames alterados; C4 (11,5%): mulheres muito idosas com HAS e colesterol, 41,0% dos exames alterados; C5 (13,0%): homens idosos com DM, HAS e colesterol, 41,0% dos exames alterados; C6 (16,2%): mulheres de 55-63 anos com todas DCNTs, 35,0% dos exames alterados; C7 (7,6%): homens de meia idade com HAS e colesterol, 16,5% dos exames alterados; C8 (14,0%): mulheres sem DM/HAS, algumas com colesterol, 27,0% dos exames alterados.
Conclusões/Considerações
A identificação de subgrupos com diferentes combinações de sexo, idade e doenças crônicas reforça a necessidade de protocolos flexíveis e personalizados na APS, especialmente no cuidado oftalmológico. Os achados contribuem para o desenvolvimento de políticas públicas baseadas em dados reais, promovendo integração entre inovação tecnológica e melhoria do cuidado na APS, com potencial para reduzir filas e priorizar os usuários com maior risco.
CUIDADO À ADULTOS COM DEFICIÊNCIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS) NO BRASIL: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Pôster Eletrônico
1 UFOP
Apresentação/Introdução
Em geral, as pessoas com deficiência (PcD) necessitam mais dos serviços de saúde que o restante da população, e essa necessidade deveria ser atendida principalmente através dos cuidados primários e complementados pelos secundários e terciários, quando pertinente. Porém, apesar dessa necessidade aumentada, elas também enfrentam mais barreiras ao acesso e cuidado nos diferentes níveis de atenção.
Objetivos
O objetivo principal foi mapear a literatura produzida nos últimos 10 anos acerca dos cuidados à adultos com deficiência na APS brasileira. Ademais, também nos debruçamos sobre o acesso, satisfação dos usuários e o preparo dos profissionais.
Metodologia
A revisão seguiu a metodologia da Joanna Briggs Institute (JBI), e buscou responder: quais as evidências sobre o cuidado a adultos com deficiência na APS no Brasil? Como se concretiza o acesso à saúde para esses usuários? Qual o seu grau de satisfação com os serviços prestados? Os profissionais se sentem aptos a lidar com as demandas dessa população?
Incluímos artigos originais publicados na íntegra e com acesso aberto, de 2015 a 2025; em inglês e português; e que abordassem os temas mencionados acima. A busca foi realizada em junho de 2025 nas bases Scielo, LILACS e PubMed, com os descritores “People with Disability” AND “Primary Health Care”.
Resultados
Foram encontrados inicialmente 12 artigos na Scielo, 41 na LILACS e 10 na PubMed. Porém, após a análise do conteúdo de cada um, restaram 3 artigos da Scielo, 16 da LILACS e nenhum da PubMed.
Os dados mostram que o cuidado à PcD na APS é limitado por barreiras físicas, comunicacionais, atitudinais, etc. e estigmatização. Consequentemente, muitas das PcD têm o seu direito de acesso à saúde (bem como outros) prejudicado, quando não, descumprido, o que acaba por gerar insatisfações quanto à APS.
Por fim, a maioria dos profissionais não se sente preparada para lidar com as demandas e necessidades dessa população, o que gera insegurança e até mesmo inabilidades técnicas.
Conclusões/Considerações
Portanto, é imprescindível a realização de melhorias no cuidado e acesso à saúde de PcD, além da qualificação dos profissionais de saúde da APS, a fim de aumentar a sua resolutividade, para que ela consiga cumprir com o seu papel de porta de entrada da RAS e coordenadora do cuidado, garantindo visibilidade e equidade à população com deficiência, por vezes negligenciada.
EXPANSÃO DO HORÁRIO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: DA DEMANDA ESPONTÂNEA AO ACESSO, CUIDADO E RESOLUTIVIDADE
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de São João Del-Rei
Apresentação/Introdução
A saúde no Brasil é um direito universal, instituído antes das metas globais da Agenda 2030. A Atenção Primária à Saúde (APS) está presente em todo o território brasileiro, com avanços após a Estratégia Saúde da Família (ESF). Mas desafios persistem para acesso às ações em decorrência do horário de funcionamento da APS/ESF, expandir o horário de atendimento torna-se estratégia essencial.
Objetivos
Compreender o acesso e a atenção a saúde no horário estendido na Atenção Primária sob a ótica de profissionais de saúde e usuários.
Metodologia
Trata-se de estudo qualitativo, oriundo de dissertação de mestrado, desenvolvido a partir do método da Teoria Fundamentada nos Dados e do referencial teórico do Interacionismo Simbólico. Foi conduzido em 10 Unidades de APS Modalidade Tipo II e III, com extensão do horário em município de grande porte populacional de Minas Gerais, Brasil, entre agosto de 2024 e janeiro de 2025. As fontes de evidências foram a entrevista aberta individual com roteiro semiestruturado e registro em memorandos. Participaram 22 profissionais de saúde da ESF e de equipes do horário estendido, gestores e 16 usuários, totalizando 38. A análise dos dados fundamentou-se em quatro etapas de codificação.
Resultados
O acesso é entendido pelos participantes como um direito de todos, mas vivenciam desafios. Para a maioria, a expansão do horário é enxergada como estratégia para resolução de queixas agudas e minimização da busca por serviços de urgência. Foram abordadas limitações estruturais e organizacionais dos serviços e do trabalho, com fragmentação da atenção e perpetuação do modelo biomédico, o que afeta diretamente a continuidade do cuidado. O acolhimento foi considerado determinante para o acesso às ações e serviços, principalmente aos usuários que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde. A comunicação ativa entre profissional e usuário é essencial para ampliar oportunidades de cuidado.
Conclusões/Considerações
A ampliação do horário na APS é uma iniciativa relevante, mas não garante, por si só, a universalidade do acesso e da atenção, ao não se limitar somente à disponibilidade temporal e física dos serviços. Se aliada às práticas qualificadas com acolhimento, equilíbrio entre demandas espontânea e programada, interdisciplinaridade e corresponsabilização do usuário apresenta potencial para consolidar o acesso à saúde como um direito efetivo e de todos.
EXPANSÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DO BRASIL: ANÁLISE DAS PRIORIDADES DOS DIFERENTES GOVERNOS.
Pôster Eletrônico
1 IMS/UFBA
2 IMS/UFBA CES/UC
Apresentação/Introdução
A Estratégia Saúde da Familia (ESF) é apresentada como modelo prioritário da Atenção Primária à Saúde (APS) no país. Não obstante ao seu reconhecimento, outras configurações de equipe podem conformar modelos de cuidado restritivos. A Política Nacional de Atenção Básica (2017) e as mudanças do financiamento, instituídas em 2019 e 2024, podem induzir a diferentes trajetórias de expansão da APS.
Objetivos
Analisar a expansão dos diferentes tipos de equipes na atenção primária à saúde no Brasil, entre os anos de 2021 e 2025. O estudo visa identificar os padrões de expansão dos diferentes tipos de equipes, por estado e região, em diferentes governos.
Metodologia
Estudo quantitativo longitudinal com análise de dados secundários. Foram utilizados dados da plataforma e-Gestor do Ministério da Saúde. Foram coletados os números mensais das Equipes de Saúde da Famiia (eSF) e das Equipes de Atenção Primária com carga horária de 20 horas (eAP20h) e com carga horária de 30 horas (eAP30h), por Unidade da Federação (UF) e região: Norte (NO); Nordeste (NE); Centro-Oeste (CO); Sul (SU) e Sudeste (SE). O periódo de análise, jan/2021 a fev/2025, foi categorizado em dois estratos: jan/2019 a dez/2022, governo Bolsonaro; e jan/2023 a fev/2025, governo Lula. Realizou-se análise estatística descritiva e comparada, cálculo de frequência e variação percentual.
Resultados
O estudo demonstrou considerável variação na expansão, 2019-2025, entre os diferentes tipos de equipes: eSF (15,4%); eAP20h (50,7%); eAP30h (208,2%). Identificou-se padrões diferentes de crescimento nos dois períodos analisados. De 2021-2022 o crescimento das eAP30h (100,4%) e eAP20h (46,5%) foi maior em relação à 2023-2025, eAP30h (50,7%) e eAP20h (3,2%). Já a eSF teve crescimento maior de 2023-2025 (8,9%) do que de 2021-2022 (5,4%). As regiões com maior elevação da eAP30h foram NE (546%) e CO (284%), para a eAP20h foram NE (79,7%) e SU (77%), e para eSF foram NO (14,9%) e CO (12,7%). A maior variação por equipe foi em AL (1.233%) na eAP20h, seguido por PE (666%) e MS (650%) na eAP30h.
Conclusões/Considerações
O elevado crescimento das eAP30h e eAP20h entre 2019-2022 sugere uma reversão do modelo de cuidado e a não priorização da ESF. Entre 2023-2025 evidencia-se a retomada da valorização das eSF e a desaceleração das eAP20h, embora deva-se notar o elevado aumento das eAP30h. É necessário garantir fontes estáveis de financiamento e o compromisso político para que a ESF se constitua verdadeiramene no modelo priorotário da consolidação da APS no país.
IMPACTO DE UM PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO NA APS SOBRE O USO DA AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL DA PESSOA IDOSA NA GESTÃO MUNICIPAL
Pôster Eletrônico
1 UFSCar
Apresentação/Introdução
O envelhecimento acelerado no Brasil exige reorganização dos sistemas de saúde para atender às demandas da população idosa. A Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa (AMD) é uma ferramenta fundamental na Atenção Primária à Saúde (APS). Assim, capacitar gestores é importante para aprimorar a utilização da AMD e garantir uma gestão eficiente dos serviços e recursos, promovendo o cuidado integral.
Objetivos
Analisar o impacto do programa iSupport-Brasil sobre a qualidade de vida de cuidadores de pessoas que vivem com demência.
Metodologia
Estudo vinculado ao projeto de extensão “Qualificação da atenção ofertada às pessoas idosas na atenção primária à saúde” (DGeroBrasil), realizado em parceria com o Ministério da Saúde entre 2021–2025. Participaram 1.699 gestores e técnicos da APS. Os participantes responderam, antes e seis meses após oficina presencial, à pergunta: “Com que frequência os municípios utilizam os resultados da avaliação multidimensional da pessoa idosa na gestão de serviços e recursos?”, com cinco opções de resposta: não sei/não utilizam, pouco, moderadamente, muito e sempre. Utilizou-se o teste do Qui-Quadrado. Todos os aspectos éticos foram respeitados.
Resultados
Entre os 1.699 gestores das cinco regiões do país, as com maior número de participantes foram o Nordeste (n=473) e o Sul (n=424). Houve diferença significativa (p < 0,001) entre os tempos quanto à frequência que as equipes de saúde utilizaram os resultados da AMD na gestão de serviços e recursos. Observou-se uma redução nas respostas "não sei/não utilizam" (de 39,0% para 33,8%) e um aumento nas respostas "pouco" (de 29,7% para 34,3%). As respostas "moderadamente" (23,2% para 23,4%) e "muito" (4,5% para 5,4%) apresentaram leve crescimento. A categoria "sempre" apresentou discreta queda (3,6% para 3,2%). Os dados sugerem avanço inicial na incorporação da AMD após a qualificação.
Conclusões/Considerações
Os achados apontam uma melhora na incorporação da AMD na gestão de serviços e recursos após qualificação ofertada. A redução de "não sei/não utilizam" indica maior familiaridade das equipes, reforçando a importância de capacitar gestores para o planejamento e ações na APS voltadas às demandas da população idosa.
MODELO NORMATIVO PARA INTEGRAÇÃO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE (VS) E ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS) NO CONTROLE DA DENGUE: UM DEBATE NECESSÁRIO
Pôster Eletrônico
1 UFBA E REDE DE PESQUISA EM APS-ABRASCO
2 UFPEL E REDE DE PESQUISA EM APS-ABRASCO
Apresentação/Introdução
A epidemia de dengue em 2024 evidenciou a disseminação da doença em áreas densamente povoadas, marcadas por deficiências estruturais e vulnerabilidades socioambientais, desvelando a necessidade de efetiva integração entre Vigilância em Saúde (VS) e Atenção Primária à Saúde (APS) como diretriz fundamental. Todavia, a inexistência de modelo normativo explicito compromete a integralidade do cuidado.
Objetivos
Este estudo buscou apreender o modelo normativo para a integração e qualificação das ações do processo de trabalho das equipes de ESF e VS nos territórios.
Metodologia
Revisão documental nos sites oficiais do Ministério da Saúde entre 2017 e 2025: diretrizes Nacionais para Vigilância em Saúde; Política Nacional de Atenção Básica /2017 e de Vigilância em Saúde; Guia da Política Nacional de Atenção Básica 2018; Manual de Vigilância em Saúde na Atenção Primária 2019; Nota Técnica Integração entre APS e Vigilância em Saúde, 2020; Monitoramento das arboviroses do Comitê de Operações de Emergência 2024; Plano de contingência nacional para dengue, chikungunya e Zika, 2025; Relatório final da 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde 2024, sistematizados para identificar núcleos temáticos.
Resultados
O modelo normativo para a integração entre APS e Vigilância :princípios fundantes, universalidade, equidade e integralidade; eixos estruturantes, territorialização das ações, reuniões de planejamento conjunto, uso de dados para intervenção local e ações educativas; integração das e Vigilância epidemiológica, sanitária, ambiental e do trabalhador, com visitas domiciliares para notificação e investigação de casos; ações intersetoriais, e articulação com a RAS, mediante planos locais, protocolos unificados e participação comunitária; financiamento nos blocos de custeio da APS e da VS, monitoramento e avaliação com uso de indicadores - cobertura, tempo-resposta e impacto.
Conclusões/Considerações
A integração da VS com a APS tem raízes nas lutas pela reforma sanitária. Contudo, predominam dificuldades históricas na constituição das vigilâncias e da ESF, que reduzem capacidade institucional frente à dengue. Fortalecer a integração exige um investimento político institucional, com ampliação de espaços de cogestão e participação popular. Um modelo normativo se torna um instrumento vital para fomentar a integração nos territórios de APS.
O TRABALHO DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA E A LINHA DE CUIDADO MATERNO-INFANTIL NO FORTALECIMENTO DA AMAMENTAÇÃO
Pôster Eletrônico
1 UNEB
Apresentação/Introdução
Para superar a fragmentação do SUS, o MS criou a Rede de Atenção à Saúde (RAS) em 2010, que originou redes como a Cegonha (2011), focada na saúde materno-infantil. Em 2024, a Rede Alyne a atualizou para reduzir a mortalidade materna, especialmente entre mulheres negras. A APS é crucial no apoio ao aleitamento materno e na coordenação do cuidado materno-infantil, visando melhorar os indicadores de saúde.
Objetivos
Compreender a relação entre o trabalho da equipe de Saúde da Família (eSF) e a linha de cuidado materno-infantil no fortalecimento da amamentação
Metodologia
Este estudo qualitativo, exploratório-descritivo, analisou a atenção materno-infantil em seis Unidades de Saúde da Família na Bahia. Selecionaram-se equipes com os maiores e menores índices de amamentação exclusiva em bebês de 0 a 6 meses. Participaram enfermeiros, médicos, odontólogos e ACSs com no mínimo um ano de atuação no ciclo gravídico-puerperal. Os dados foram coletados entre abril e agosto de 2023 por entrevistas semiestruturadas online, gravadas e transcritas. A análise seguiu a Análise Temática de Conteúdo de Bardin, com discussão baseada na literatura e nas Portarias da Rede Cegonha e Rede Alyne. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética, garantindo as diretrizes éticas.
Resultados
Profissionais da saúde da família consideram essencial seu papel no fortalecimento da linha de cuidado materno-infantil. Um pré-natal qualificado e a comunicação eficiente via Rede Vida são cruciais, melhorando os indicadores de saúde. No manejo da amamentação, enfrentam desafios como pega incorreta, desinformação sobre a apojadura e a necessidade de identificar anquiloglossia precocemente. Fatores culturais e socioeconômicos também dificultam, mas a equipe atua ativamente para reverter o desmame precoce, buscando um cuidado integral que considere o contexto familiar.
Conclusões/Considerações
O estudo evidenciou que o pré-natal integrado, qualificado e articulado pela equipe de saúde da família é crucial. Focando na integralidade da assistência ao binômio mãe e bebê, ele promove adesão aos serviços e confiança nos cuidados da rede materno-infantil, em prol da promoção, incentivo e apoio à amamentação. Essa abordagem em rede, baseada na integralidade, fortalece a linha de cuidado e a relação entre gestante e profissionais.
EVIDÊNCIAS DO IMPACTO DA ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA NA REDUÇÃO DAS INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA (ICSAP) DE PESSOAS IDOSAS
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
As internações por condições sensíveis à atenção primária (ICSAP) são indicadores indiretos da qualidade da atenção básica. No contexto do envelhecimento populacional, analisar as ICSAP em pessoas idosas permite avaliar a efetividade da Estratégia Saúde da Família (ESF) na prevenção de agravos e hospitalizações evitáveis.
Objetivos
Investigar, com base na literatura científica, a correlação entre a cobertura da Estratégia Saúde da Família e a redução das ICSAP entre pessoas idosas no Brasil.
Metodologia
Trata-se de uma revisão integrativa baseada em artigos publicados entre 2000 e 2022, nas bases BVS e PubMed com os descritores “condição sensível” OR “condições sensíveis”. Foram incluídos estudos com análise da população idosa, que correlacionassem indicadores da APS com ICSAP e utilizassem métodos estatísticos. Após triagem e análise por três revisores, 15 artigos foram selecionados. Os dados foram extraídos por meio de tabelas-padrão que sintetizaram faixa etária, abrangência geográfica, indicadores utilizados, métodos e principais achados.
Resultados
Observou-se predomínio de estudos ecológicos com foco em municípios das regiões Sudeste e Sul. A maioria indicou correlação negativa entre a cobertura da ESF e as taxas de ICSAP em pessoas idosas. Indicadores como número de consultas e cobertura populacional da APS foram frequentemente usados. Municípios com maior renda per capita e maior cobertura da ESF apresentaram menor incidência de ICSAP. Em contrapartida, maior número de leitos hospitalares foi associado ao aumento de internações evitáveis. As doenças cardiovasculares, respiratórias e gastrointestinais foram as principais causas.
Conclusões/Considerações
A revisão evidenciou o impacto positivo da ESF na redução das ICSAP em pessoas idosas, reforçando seu papel estratégico na prevenção de agravos e na promoção do envelhecimento saudável. Investimentos em atenção primária, especialmente em regiões mais vulneráveis, são fundamentais para mitigar desigualdades e fortalecer o cuidado integral à população idosa no SUS.
INDICADOR DA ASSISTÊNCIA PSICOSSOCIAL NO NORDESTE: DIAGNÓSTICO SITUACIONAL
Pôster Eletrônico
1 UFSCar
Apresentação/Introdução
A ampliação do conceito de cuidado em saúde mental reconhece a importância das práticas integradas e humanizadas, sendo os dispositivos comunitários facilitadores ao acolhimento em situações de crise em saúde mental e inclusão destes na dinâmica social. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) integram a rede de cuidados em saúde mental concretizando esse modelo de atenção.
Objetivos
Analisar o número de CAPS na região Nordeste do Brasil, de acordo com cada estado
Metodologia
O presente estudo é parte do projeto de extensão “Qualificação da atenção ofertada às pessoas idosas na atenção primária à saúde” (DGeroBrasil) em parceria com o Ministério da Saúde, que teve como uma das etapas a busca por indicadores de saúde por meio da caracterização da rede de atenção psicossocial nos estados brasileiros até o ano de 2022. Os dados foram coletados por meio do Censo SUAS e dos Mapas Estratégicos para Políticas de Cidadania. A prevalência de CAPS foi calculada para cada região e a quantidade de municípios com CAPS foi calculada pela porcentagem com base no total.
Resultados
O estado do Nordeste possui 1085 CAPS, sendo 289 destes da Bahia, 180 do Ceará, 153 de Pernambuco, 127 da Paraíba, 106 do Maranhão, 70 de Alagoas, 67 do Piauí, 49 do Rio Grande do Norte e 44 de Sergipe. O estado com maior número de municípios é a Bahia (417), no entanto, 55% deles apresentam CAPS. Essa porcentagem é superada pelo estado do Ceará, que apresenta 184 municípios e 67,9% deles possuem CAPS. Sergipe, o menor estado do Nordeste, apresenta 75 municípios, destes, 44% apresentam o dispositivo.
Conclusões/Considerações
O número de CAPS é um importante indicador da assistência em saúde mental prestada pelos estados e municípios. O presente estudo evidencia que mesmo os estados com menor número de municípios apresentam carência de dispositivos estratégicos, o que pode impactar na resolutividade das demandas em saúde mental.
DOR MUSCULOESQUELÉTICA E PERFIL SOCIOECONÔMICO DE IDOSOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Universidade de Fortaleza
Apresentação/Introdução
Com o envelhecimento populacional no Brasil, cresce a demanda por estratégias de cuidado direcionadas aos agravos crônicos, especialmente nos serviços da Atenção Primária à Saúde (APS), onde se concentram os primeiros atendimentos. A dor musculoesquelética (DME), quando não adequadamente manejada, contribui para o declínio funcional progressivo e maior dependência em atividades da vida diária.
Objetivos
Analisar a associação entre a prevalência de dor musculoesquelética e o perfil socioeconômico em idosos atendidos na atenção primária em Fortaleza, Ceará.
Metodologia
Estudo transversal com 429 idosos (60 a 74 anos), independente do sexo e atendidos em unidades de APS de Fortaleza, realizado entre 2023 e 2024. Critérios de exclusão incluíram comprometimento cognitivo (MEEM), uso de cadeira de rodas, perdas auditivas graves e dor de etiologia não musculoesquelética (oncológica, visceral, neuropática, entre outras). Foram coletadas variáveis sociodemográficas (idade, sexo, raça/cor, classe social, religião, escolaridade, estado civil e ocupação) e presença de DME. Aplicou-se o teste de qui-quadrado pelo SPSS v23.0. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE nº 1234/2023).
Resultados
A média de idade foi 66,1 anos (±4,1), com predomínio de mulheres (62,2%), raça/cor parda (52%) e classe social E (83,9%). A prevalência de DME foi de 53,6%, sendo 91,7% das dores classificadas como crônicas (>3 meses). As variáveis significativamente associadas à presença de DME foram sexo feminino (OR=1,96; p<0,001) e pertencimento às classes sociais D/E (OR=2,97; p=0,013).
Conclusões/Considerações
A dor musculoesquelética apresenta alta prevalência entre idosos atendidos na atenção primária, especialmente entre mulheres e pessoas com baixa renda. Ressalta-se a importância de políticas públicas intersetoriais voltadas à prevenção, manejo e reabilitação da DME, com foco em grupos socioeconomicamente vulneráveis. Intervenções precoces na APS podem contribuir para um envelhecimento mais saudável, funcional e com melhor qualidade de vida.
CENAS DE RUA E O CUIDADO AS PESSOAS: CARTOGRAFIA(S) EM TELA
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde/Universidade Estadual do Ceará
2 Universidade Estadual do Ceará
3 Secretaria de Saúde de Fortaleza/ Escola de Saúde Pública Ceará
Apresentação/Introdução
Após movimento intenso de militantes e profissionais, em 2009, foi instituída a Política Nacional para a População em Situação de Rua (PNPRS). Esta em 2011 estabelece diálogo com a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) a partir da constituição do consultório de rua, que amplia escopo e visa garantir atenção integral e o cuidado com escuta e visibilização das necessidades reais dessa população.
Objetivos
Analisar o cuidado as pessoas que vivem em situação de rua por meio da cartografia de cenas e experiências vivenciadas na cidade de Fortaleza
Metodologia
A partir da perspectiva cartográfica, que busca explorar as multiplicidades que integram trilhas e acompanhar processos que envolvem territórios físicos e existenciais foram realizadas entrevistas, gravadas após o consentimento documentado dos participantes, em local acordado previamente. Estas foram realizadas individualmente, para promover sigilo e conforto, preservando as singularidades dos sujeitos. Além disso, foi realizado um registro em diário de campo, com anotações das cenas muitas vezes invisibilizadas, que tinha como objetivo registar apontamentos das conversas e expressões notadas fora da gravação.
Resultados
Os resultados apontam considerações importantes a serem incorporadas sobre o papel desenvolvido no mapa traçado de cuidados pelos profissionais da atenção básica à saúde, a riqueza de narrativas que revelam as potencialidades dos encontros, mas também, aquilo que retira potência dos corpos como a dificuldade de ter diagnósticos com a rapidez necessária aos agravos evidenciados. Importante assumir um conjunto de especificidades singulares para quem enfrenta no cotidiano, além da vida sem moradia, o uso de substâncias psicoativas. Outro resultado importante trata da necessidade de tecer análises com a perspectiva das interseccionalidades.
Conclusões/Considerações
O estudo das linhas traçadas nessa cartografia evidencia vivências de pessoas em situação de rua, cenas que mobilizam muitas afecções. Reafirma com falas e imagens a necessidade de investir na qualificação de profissionais que atuam nas diferentes redes de atenção, as quais devem realizar a produção do cuidado para responder do modo incremental as questões emergentes no cotidiano. A PNPRS deve atravessar a PNAB, enquanto coordenadora do cuidado.
A TRAJETÓRIA EM BUSCA DO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL: NARRATIVAS DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UECE - Universidade Estadual do Ceará
2 Unifor - Universidade de Fortaleza
3 ISC - Instituto de Saúde Coletiva
Apresentação/Introdução
O sofrimento psíquico tem se intensificado como demanda emergente na Estratégia de Saúde da Família, refletindo contextos de vulnerabilidade social, desigualdades estruturais e ausência de suporte psicossocial adequado. Nesse cenário, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) ocupam papel central na mediação entre os serviços de saúde e a comunidade para o cuidado em saúde mental.
Objetivos
Analisar as trajetórias percorridas por usuários em sofrimento psíquico na busca por cuidado em saúde mental
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa qualitativa. Os participantes da pesquisa foram dezoito agentes comunitários de saúde das sete unidades matriciadas da ESF com circunscrição na SER
IV. A coleta de dados foi realizada por meio da observação e da entrevista individual, acompanhada de registros de áudio. Destaca-se a análise de um dos eixos temáticos do estudo: Trajetória em busca do cuidado, com duas categorias empíricas: Recursos formais e informais acessados pelas pessoas em sofrimento psíquico. Os dados foram processados conforme a proposta operativa da Análise de Conteúdo de Bardin. A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética, com parecer de número 957.595.
Resultados
O ACS, por ser um profissional que exerce sua prática inserido na comunidade, consegue descrever o percurso da pessoa na rede em busca de assistência. Em relação aos recursos formais, alguns relatos apontam :Elas procuram o CAPS, mas, como o CAPS não está funcionado 100%, elas procuram também o posto e a gente". No que se trata aos recursos informais acessados pelo usuário em busca de tratamento para o sofrimento psíquico, a igreja cristã foi bastante suscitada nos relatos: "A igreja em primeiro lugar, né. Nessas igrejas existem grupos e esses grupos de autoajuda. Então muitas vezes esses pacientes são levados para lá, têm umas reuniões em grupo."
Conclusões/Considerações
Conhecer os itinerários terapêuticos na realidade do atendimento em saúde mental traz contribuições no campo do planejamento de ações, de forma a responder às demandas do novo panorama assistencial; além de contribuir com a organização dos serviços da saúde e da gestão.
A VOZ DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE: PERCEPÇÕES SOBRE A ABORDAGEM DA COMUNIDADE DIANTE DO SOFRIMENTO PSÍQUICO
Pôster Eletrônico
1 UECE - Universidade Estadual do Ceará
2 UNIFOR - Universidade de Fortaleza
3 ISC - Instituto de Saúde Coletiva
Apresentação/Introdução
O sofrimento psíquico tem se intensificado como demanda emergente na Estratégia de
Saúde da Família, refletindo contextos de vulnerabilidade social, desigualdades
estruturais e ausência de suporte psicossocial adequado. Nesse cenário, os Agentes
Comunitários de Saúde (ACS) ocupam papel central na mediação entre os serviços de
saúde e a comunidade para o cuidado em saúde mental.
Objetivos
Compreender as percepções dos Agentes Comunitários de Saúde acerca da forma como
a comunidade aborda e reage diante de pessoas em sofrimento psíquico.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa qualitativa. Os participantes da pesquisa foram dezoito agentes
comunitários de saúde das sete unidades matriciadas da ESF com circunscrição na SER
IV. A coleta de dados foi realizada por meio da observação e da entrevista individual,
acompanhada de registros de áudio. Destaca-se a análise de um dos eixos temáticos do
estudo: Abordagem da comunidade frente as pessoas em sofrimento psíquico, com três
categorias empíricas: Rejeição; Preconceito e discriminação; Perda de identidade. Os
dados foram processados conforme a proposta operativa da Análise de Conteúdo de
Bardin. A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética, com parecer de número 957.595.
Resultados
Destaca-se o discursos dos Agentes Comunitários de Saúde de como a comunidade percebe a pessoa em sofrimento psíquico e como esta se posiciona em relação às problemáticas do seu cotidiano. Os ACS, por estarem na comunidade, vivenciam e testemunham a forma como as pessoas lidam com o sofrimento psíquico. Alguns relatos apontam o sentimento de rejeição da comunidade: “Eu via o abandono da família, queriam se livrar.” O preconceito e o estigma são percebidos compartilhados nos relatos, destaca-se: “as pessoas discriminam muito quem tem problema mental, muitas delas vivem acuadas”. Constata-se também crise de identidade nos relatos: “elas já perdem até o nome, já são chamadas de doidas”.
Conclusões/Considerações
Dar visibilidade à percepção dos ACS sobre as reações da comunidade ao sofrimento psíquico permite uma reflexão crítica sobre a prática cotidiana na ESF, apontando para a necessidade de investimento em formação continuada, apoio matricial em saúde mental e políticas públicas que enfrentem o estigma e fortaleçam o cuidado em rede. Este estudo contribui para a valorização do conhecimento territorial dos ACS e para a construção de estratégias.
CUIDADO SEGURO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: A PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE COM ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Pôster Eletrônico
1 UCB
2 UnB
Apresentação/Introdução
A promoção da participação ativa do usuário/família é um dos pilares do cuidado seguro. É necessário a identificação dos aspectos que podem ampliar o engajamento do paciente no cuidado para desenvolver estratégias a serem implementadas na Atenção Primária à Saúde (APS), abrangendo a comunicação, a notificação de incidentes e o envolvimento ativo dos usuários e seus familiares.
Objetivos
Analisar fatores que influenciam o acesso, utilização e a segurança do cuidado na APS, na perspectiva dos usuários.
Metodologia
Estudo exploratório e descritivo com aplicação do questionário "Qualidade e Segurança do Paciente na Perspectiva dos Usuários da APS" (QSP-APS) a 303 usuários de uma Unidade Básica de Saúde (UBS). A coleta de dados ocorreu de 8 de julho a 9 de agosto de 2024, realizada por quatro pesquisadores previamente treinados. A análise estatística dos dados foi realizada por meio do Microsoft Excel® e Jamovi®. Os dados foram organizados em 6 indicadores e calculados por meio de um padrão de Resposta Adequada (RA). Projeto aprovado pelo CEP-Fepecs.
Resultados
Os participantes caracterizam-se por mulheres (75,2%), negras (76,9%), com idade média de 44 anos, com nível médio de escolaridade (56,8%). A maior utilização da UBS no último ano foi de 2 a 5 vezes (40,3%). O tempo para conseguir uma consulta foi de 01 semana até 1 mês (39,3%) e o deslocamento médio foi de 11 minutos por transporte público (74,3%). A adequação dos indicadores de segurança em ordem decrescente, sendo quanto maior, melhor foi: erros em medicamentos (87,8%); falha de comunicação (88,4%); erros e atraso de diagnóstico (68,4%); incidentes administrativos (67,7%); incidentes relacionados a transição do cuidado (51,3%) e acesso a medicamentos (32,5%).
Conclusões/Considerações
A percepção sobre a segurança do paciente são influenciadas pelo tempo de espera, comunicação e acesso a medicamentos. Fatores socioeconômicos modulam a utilização dos serviços da UBS e a comunicação interprofissional e o acesso a informações emergem como ponto crítico a ser aprimorado para otimizar a experiência do usuário.
PREVALÊNCIA DE NEUROPATIA DIABÉTICA PERIFÉRICA E NEUROPATIA AUTONÔMICA CARDIOVASCULAR EM INDIVÍDUOS COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 ACOMPANHADOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Pôster Eletrônico
1 Laboratorio de Biologia molecular e celular (LIM 15), Departamento de Neurologia, Faculdade de Medicina FMUSP, Universidade de São Paulo, São Paulo 01246-903, SP, Brazil
2 Laboratorio de Carboidratos e Radioimunoensaio (LIM-18), Hospital das Clinicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina, Universidade de Sao Paulo, Sao Paulo, SP, BR.
3 Programa de Pós-Graduação em Medicina da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), São Paulo, São Paulo, 01246-903, SP, Brazil
Apresentação/Introdução
A Neuropatia Diabética é uma complicação do diabetes e atinge mais de 50% dos diabéticos, compromete tanto o sistema nervoso somático quanto o autonômico. Dois dos principais tipos, a Neuropatia Diabética Periférica (NDP) e a Neuropatia Autonômica Cardiovascular, estão entre as complicações de maior repercussão clínica do diabetes, sendo responsáveis por altos índices de morbimortalidade
Objetivos
Avaliar a prevalência de NDP e Neuropatia Autonômica Cardiovascular (NAC) em pessoas com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) acompanhados em uma UBS em São Paulo, assim como os fatores de risco associados
Metodologia
O diagnóstico de NDP foi realizado pela soma do Neuropathy Symptoms Score (NSS) e do Neuropathy Disability Score (NDS), pelo monofilamento de Semmes-Weinstein ou pela presença de amputação não traumática de membros inferiores. A NAC foi diagnosticada por testes do reflexo autonômico cardiovascular (Testes de Ewing) combinados com análise espectral da Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC)
Resultados
Um total de 551 indivíduos com DM2 (59,3% mulheres, com idade de 65 [59– 72] anos; duração do diabetes de 10 [5–15] anos; HbA1c de 7,2 [6,3–9,1] %; mediana [intervalo interquartílico]) foram incluídos neste estudo transversal. As taxas de prevalência de NDP foram de 6,3% e 14,3%, avaliadas pela soma do NSS e NDS e pelo monofilamento de Semmes-Weinstein, respectivamente. Indivíduos com NDP diagnosticada por monofilamento apresentaram maior duração do diabetes, pior controle glicêmico e maior estatura. As taxas de prevalência de NAC incipiente e instalada foram de 12,5% e 10%, respectivamente. Indivíduos com NAC instalada apresentaram maior frequência de dislipidemia e hipertensão arterial
Conclusões/Considerações
A maior taxa de prevalência de NDP com o uso do monofilamento sugere que esta pode ser uma ferramenta mais apropriada para o diagnóstico de NDP na atenção primária no Brasil
ATRIBUTOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM USUÁRIOS EXCLUSIVOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E PERCEPÇÃO DE DISCRIMINAÇÃO POR ORIENTAÇÃO SEXUAL NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS: ELSI-BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UFMG
2 Prefeitura de Belo Horizonte
3 FCMMG
4 NESPE
5 CIDACS
Apresentação/Introdução
Mesmo o Sistema Único de Saúde (SUS) sendo pautado pelo princípio da equidade e centrado na integralidade da Atenção Primária à Saúde (APS), o sistema ainda pode reproduzir iniquidades quando opera em uma lógica heteronormativa. Essa lógica pode ser a nível individual ou estrutural, moldada por fatores socioculturais que culminam em manifestações discriminatórias relacionadas à orientação sexual.
Objetivos
Avaliar a associação entre problemas nos atributos da APS e discriminação por orientação sexual nas cidades brasileiras percebida por adultos mais velhos com 50 anos e mais que são usuários exclusivos do SUS.
Metodologia
Estudo transversal com dados de 6.663 participantes da onda 2 do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil, 2019-21), nacionalmente representativo de indivíduos com ≥50 anos. A discriminação foi avaliada pelo autorrelato de percepção de discriminação a homossexuais/bissexuais na cidade. O número de problemas na APS, em até 12, considerou-se acesso, longitudinalidade, comunicação, coordenação e resolutividade (0-2; 3-4; ≥5). A análise estatística utilizou a Regressão de Logística ajustada por características sociodemográficas, experiência discriminatória prévia, porte do município, cobertura da Estratégia Saúde da Família e participação em atividades fora do domicílio.
Resultados
A percepção de discriminação a minorias sexuais em cidades brasileiras foi de 34,7% (IC95% 28,4; 41,6). No modelo totalmente ajustado, não se observou associação significativa entre 3-4 problemas nos atributos da APS em relação à 0-2 problemas (Odds ratio (OR)=1,32; IC95% 0,94; 1,84). Entretando, houve uma associação positiva e estatisticamente significativa entre ≥5 problemas nos atributos da APS em relação à 0-2 problemas (OR=1,52; IC95% 1,02; 2,28).
Conclusões/Considerações
Esse estudo amplia achados da literatura que trazem percepções de discriminação exclusivas da população de minorias sexuais e mostra evidências robustas de que problemas nos atributos da APS associa-se a maior discriminação por orientação sexual em cidades brasileiras. Esse achado reforça a relevância da qualidade, acessibilidade e responsabilidade da APS em relação a fatores socioculturais modificáveis em seu território.
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE - SIS: ANÁLISE DOS DADOS EPIDEMIOLÓGICOS DE SAÚDE DE SANTO ANTÔNIO DE JESUS, MUNICÍPIO DO RECÔNCAVO DA BAHIA
Pôster Eletrônico
1 UFRB
Apresentação/Introdução
Analisar a morbimortalidade é essencial para compreender a saúde da população. Apesar do aumento das taxas de morbimortalidade estar relacionado ao envelhecimento populacional, é importante considerar que fatores como condições socioeconômicas, acesso e cuidados de saúde e questões ambientais também desempenham um papel significativo, podendo elevar a morbimortalidade.
Objetivos
A pesquisa tem como objetivo elaborar uma linha do tempo com base nas causas que estão relacionadas ao aumento da taxa de morbimortalidade por sexo e cor/raça, dos anos de 2012 e 2022, em Santo Antônio de Jesus - Bahia.
Metodologia
Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa de natureza ecológica descritiva. A investigação comparou grupos de indivíduos segregados por sexo e cor/raça, utilizando variáveis demográficas, estatísticas vitais, epidemiológicas e morbidade, obtidas por meio dos Sistemas de Informação em Saúde. As informações foram coletadas por fontes secundárias, acessando o banco de dados disponibilizado na plataforma TABNET, destacando o período de 2012 e 2022. Os dados foram tabulados no software Microsoft Office Excel® 2021, os resultados foram organizados em tabelas e gráficos para facilitar a interpretação e a visualização das informações.
Resultados
Entre 2012 e 2022, a população do município aumentou de 93.077 para 103.055 habitantes. A taxa de internação hospitalar geral cresceu de 138 para 148 por 1.000 internações, com maior frequência no sexo feminino (56% em 2012 e 54% em 2022). A proporção de internação hospitalar na população negra diminuiu de 32% para 23%. A taxa de mortalidade aumentou de 6,6 para 7,5 por 1.000 hab., com maior frequência no sexo masculino (58% em 2012 e 57% em 2022). A proporção de óbitos na população negra subiu de 72% para 78%. Esses dados apontam desigualdade racial, social e fatores psicossociais que contribuem direto ou indiretamente com o aumento da morbidade e mortalidade.
Conclusões/Considerações
Os dados demonstram que a população negra não tem acesso à assistência hospitalar e são os que mais morrem. O aumento das doenças crônicas não transmissíveis, desigualdades sociais e o acesso desigual à saúde, está por trás desse aumento, necessitando de estratégias de saúde pública eficazes e focadas nos grupos mais vulneráveis.
DIAGNÓSTICO SITUACIONAL: PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS SOBRE O ATENDIMENTO ÀS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM CEILÂNDIA/DF
Pôster Eletrônico
1 FEPECS
Apresentação/Introdução
O trabalho apresenta um diagnóstico situacional sobre o atendimento à população em situação de rua na Atenção Primária à Saúde em Ceilândia/DF, com base em formulários aplicados a profissionais das UBSs. Analisa percepções sobre o perfil dos usuários, barreiras de acesso e desafios enfrentados na promoção do cuidado a essa população.
Objetivos
Realizar diagnóstico situacional da PSR em Ceilândia/DF, visando identificar as barreiras de acesso, perfil socioeconômico, demandas de saúde e analisar as práticas e desafios da APS, à luz da PNAB e da PNPSR.
Metodologia
A metodologia adotada foi o Arco de Maguerez, abordagem problematizadora que articula teoria e prática para transformar a realidade. Conforme Villardi, Cyrino e Berbel (2015), envolve cinco etapas: observação da realidade, identificação dos pontos-chave, teorização, elaboração de hipóteses de solução e aplicação à realidade. A coleta de dados foi realizada por meio de formulários (Google Forms) enviados via SEI aos profissionais das UBSs, com prazo de 15 dias para resposta. As etapas do arco orientaram a construção do diagnóstico situacional e a análise das percepções dos profissionais de saúde sobre o cuidado à população em situação de rua em Ceilândia/DF.
Resultados
Os resultados da análise apontaram fragilidades no atendimento à população em situação de rua na APS de Ceilândia/DF. A maioria dos profissionais que responderam ao formulário eram da enfermagem e relataram atendimento esporádico, com maior incidência entre homens adultos, pardos ou pretos. Destacam-se como principais agravos de saúde o uso de substâncias e ISTs. As principais barreiras envolvem exigência de documentação, estigmas e falta de capacitação. Foram sugeridas ações como ampliação do Consultório na Rua e qualificação das equipes, em consonância com a PNAB e a PNPSR.
Conclusões/Considerações
O diagnóstico situacional apontou fragilidades no atendimento à população em situação de rua e, a partir da análise dos dados, sugere estratégias de capacitação, acolhimento e articulação intersetorial. Alinhado à PNAB e à PNPSR, reafirma o compromisso dos profissionais com os princípios do SUS e a necessidade de transformar práticas e estruturas com foco na escuta, vínculo e dignidade.
ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL EM FRANCISCO MORATO, SÃO PAULO - BRASIL: FACILITADORES E BARREIRAS
Pôster Eletrônico
1 Instituto de Saúde
Apresentação/Introdução
Uma assistência pré-natal de qualidade contribui para a diminuição da morbimortalidade materna e infantil. As gestantes devem receber cuidado continuado e a atenção primária deve acompanhar de forma longitudinal aos outros pontos da rede de atenção. Estudos demonstram que a desigualdade tem impactado na qualidade da assistência, refletindo nos desfechos obstétricos e neonatais.
Objetivos
Esse trabalho teve como objetivo compreender e analisar a organização da assistência pré-natal do município de Francisco Morato a partir de uma unidade básica de saúde.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, realizada no município de Francisco Morato, a partir de entrevistas semi-estruturadas e grupo com profissionais de saúde. Foi utilizada análise temática do material coletado a partir de duas categorias de análise: facilitadores para assistência pré-natal, e barreiras para assistência pré-natal.
Resultados
Os facilitadores para assistência pré-natal incluem: fluxo de pré-natal na atenção primária organizado; previsão de implementação de plano de parto; percepção da importância de atenção humanizada durante a gestação e parto. As barreiras encontradas foram: dificuldades no acompanhamento do pré-natal de alto risco; protocolos assistenciais inadequados; defasagem de profissionais; dificuldade na formação de grupos de educação em saúde. A organização da assistência prestada demonstra compromisso na realização de uma assistência adequada, no entanto, a dificuldade de acesso ao pré-natal de alto risco devido às condições socioeconômicas das mulheres, compromete uma assistência adequada.
Conclusões/Considerações
Os resultados deste estudo demonstram compromisso com a realização de um pré-natal de qualidade, apresentando necessidade de alguns ajustes relacionados à rede de atenção, ao estabelecimento de protocolos assistenciais e a organização do trabalho para a garantia de um cuidado integral. Ficou evidente a dificuldade de acesso ao pré-natal de alto risco devido às condições socioeconômicas das mulheres do município.
INTERNAÇÕES SENSÍVEIS À APS NO CEARÁ (2015–2024): DESIGUALDADES REGIONAIS, CAUSAS EVITÁVEIS E O PESO DAS INFÂNCIAS E VELHICES DESASSISTIDAS
Pôster Eletrônico
1 UFC
2 UFSC
Apresentação/Introdução
As Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) são marcadores da efetividade da APS. No Ceará, permanecem elevadas, especialmente entre crianças e idosos. Este estudo busca analisar tendências, desigualdades regionais e causas prioritárias para orientar o planejamento em saúde.
Objetivos
Analisar a evolução das internações por condições sensíveis à APS no Ceará entre 2015 e 2024, identificando desigualdades regionais, perfil etário e os principais grupos de causas evitáveis, com uso de análise estatística em R.
Metodologia
Trata-se de estudo ecológico, com dados secundários de internações por condições sensíveis à APS no Ceará entre 2015 e 2024. As variáveis analisadas foram sexo, faixa etária, grupo de causas e região de saúde. As taxas foram padronizadas por 1.000 habitantes. Utilizou-se o software R para análise estatística, com aplicação de métodos descritivos, construção de séries temporais e análise proporcional das causas mais frequentes por região e ciclo de vida.
Resultados
Foram registradas 190.063 ICSAP no Ceará (2015–2024). Crianças de 0 a 4 anos responderam por 22% das internações e idosos acima de 70 anos por 28%. As principais causas foram gastroenterites, pneumonias, DPOC, AVC e infecção urinária. As regiões com maiores taxas em 2024 foram Sertão Central e Litoral Leste/Jaguaribe, ambas com mais de 16 ICSAP por 1.000 hab. Houve queda abrupta em 2020, com recuperação acelerada nos anos seguintes. As desigualdades regionais e etárias permaneceram ao longo de toda a série.
Conclusões/Considerações
Mesmo com a expansão da APS, inicia-se uma nova fase de planejamento que exige qualificação diferenciada do cuidado, considerando desigualdades entre faixas etárias e regiões de saúde. Reduzir ICSAP requer gestão territorial, vigilância ativa e reorganização do cuidado com base em evidências.
UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE NO BRASIL E EM MATO GROSSO: ANÁLISE A PARTIR DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE 2019
Pôster Eletrônico
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO (UFMT)
Apresentação/Introdução
As informações sobre a utilização de serviços de saúde, entendida como uma das medidas de acesso, são cada vez mais essenciais para o planejamento, monitoramento e a gestão das intervenções em saúde coletiva e individual, principalmente no cenário de mudanças do padrão epidemiológico, ampliação do conceito saúde-doença, bem como a incorporação das atividades de promoção da saúde.
Objetivos
Comparar a utilização dos serviços de saúde no Brasil com Mato Grosso em 2019, descrevendo a procura por atendimento relacionado a saúde e caracterizando as internações hospitalares e o atendimento de urgência e emergência no domicílio.
Metodologia
Estudo quantitativo descritivo, com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), inquérito de saúde de base domiciliar, de âmbito nacional, realizado no ano de 2019. A utilização de serviços de saúde foi avaliada pelas variáveis do módulo nomeado de “Utilização de Serviços de Saúde” (módulo J) referentes ao Brasil e ao Mato Grosso. Foram coletadas informações da procura por atendimento de saúde, das internações hospitalares e do atendimento de urgência e emergência no domicílio. O download do banco de dados da PNS 2019 foi obtido por meio do acesso a página eletrônica da pesquisa na internet. Foram estimados os números absolutos e percentuais, e respectivos intervalos de confiança de 95%.
Resultados
De maneira geral, Mato Grosso apresentou perfil semelhante ao Brasil com relação a utilização de serviços de saúde. Identificou-se a preponderância das Unidades Básicas de Saúde do setor público na utilização dos serviços de saúde. Houve maior procura por atendimento de saúde no último ano, sobretudo por consulta médica, embora não nas duas últimas semanas anteriores a pesquisa. Assim, as internações e atendimentos de urgência e emergência em domicílio não foram a maioria nos últimos 12 meses que antecederam a pesquisa. Mato Grosso apresentou aumento discreto nos últimos anos da cobertura da ESF, de maneira geral com coberturas abaixo de 70,0%, com variações entre as regiões de saúde.
Conclusões/Considerações
O presente estudo foi capaz de descrever importantes características de utilização de serviços de saúde no Brasil e em Mato Grosso, como a procura por alguma UBS, quando doente ou precisando de atendimento de saúde, sendo esta a primeira opção. Conclui-se que o SUS foi a principal, e talvez deva ser a única, forma de acesso a serviços de saúde para a população.
SAÚDE MENTAL NO TERRITÓRIO: COPRODUÇÃO COMO CAMINHO PARA A PREVENÇÃO DO SUICÍDIO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
A pesquisa traz o suicídio como grave problema de saúde pública, ligado a transtornos mentais e fatores sociais. No Brasil, destaca dificuldades de acolhimento no SUS, sobretudo na Atenção Primária. Em Volta Redonda/RJ, foco do estudo, foram 70 tentativas em 2019, com dificuldades no acolhimento e acesso já identificadas em pesquisas anteriores.
Objetivos
Investigar as possibilidades e limites da coprodução em saúde mental na Atenção Primária à Saúde (APS) para a prevenção da ideação suicida, com foco no município de Volta Redonda/RJ.
Metodologia
A pesquisa qualitativa e participativa será realizada em uma UBS de Volta Redonda/RJ, com profissionais de saúde, usuários e moradores que vivenciaram situações relacionadas ao suicídio. Serão utilizados grupos focais (homogêneos e mistos) e entrevistas com atores-chave. Os dados serão gravados e transcritos. A análise combinará categorias teóricas e temas emergentes, valorizando a coprodução do cuidado. O estudo seguirá critérios éticos e prevê devolutiva à comunidade.
Resultados
A pesquisa espera identificar estratégias para fortalecer o cuidado em saúde mental na APS, destacando a coprodução como caminho para prevenir o suicídio. Espera-se também, obter lacunas na formação profissional e articulação da RAPS, potencial subutilizado de espaços participativos (conselhos, rodas de conversa) e a necessidade da criação de protocolos que integrem saberes técnicos e comunitários no território.
Conclusões/Considerações
O estudo reforça que a coprodução entre serviços de saúde e comunidade é estratégica para prevenção do suicídio no SUS, mas exige superar barreiras como falta de capacitação, estigma e fragmentação da rede. Os resultados evidenciam que espaços participativos (rodas de conversa, conselhos locais) e tecnologias leves (vínculo, escuta) podem transformar o cuidado em saúde mental, tornando-o mais territorializado e humano.
RESOLUTIVIDADE DA APS E ENCAMINHAMENTOS EVITADOS COMO INDICADOR DA QUALIFICAÇÃO DO CUIDADO: ANÁLISE DOS EFEITOS DO PROJETO QUALIFICAAPS/CEE-FIOCRUZ (2022–2024)
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
2 CENTRO DE ESTUDOS ESTRATÉGICOS DA FIOCRUZ-RJ
Apresentação/Introdução
A resolutividade da Atenção Primária em Saúde (APS) é condição estruturante para fortalecer o SUS, a democracia e a justiça social. O Projeto QUALIFICAAPS/CEE-FIOCRUZ aposta na ampliação da capacidade resolutiva da APS como estratégia para enfrentar as iniquidades, reduzir a sobrecarga na atenção especializada e garantir cuidado, acesso e resposta às necessidades dos territórios.
Objetivos
Analisar a resolutividade das USF do Projeto QUALIFICAAPS/CEE-FIOCRUZ (2022–2024) em relação ao parâmetro mínimo de 80% de resolutividade adotado para a APS e estimar o impacto na redução de encaminhamentos como indicador da qualificação do cuidado.
Metodologia
Estudo quantitativo, longitudinal e analítico, com dados dos relatórios de desempenho das USF do Projeto QUALIFICAAPS/CEE-FIOCRUZ (2022–2024), extraídos dos sistemas PEC e-SUS e SISREG. Calculou-se, por ano, a proporção de atendimentos resolvidos na APS em relação ao total, tendo como parâmetro a resolutividade mínima de 80% preconizada pelo Ministério da Saúde. Aplicou-se teste estatístico de proporções (p<0,05) para verificar se as resolutividades foram significativamente superiores ao parâmetro. Estimou-se, ainda, o número absoluto de encaminhamentos evitados superiores aos 80% preconizados, como expressão concreta na resolutividade da APS no período analisado.
Resultados
Observou-se aumento da resolutividade no período, com valores superiores ao parâmetro de 80% (p<0,00001). Em 2022, foram 187.663 atendimentos, 15.096 encaminhamentos, resolutividade de 91,96% e 22.436 encaminhamentos evitados. Em 2023, foram 136.355 atendimentos, 11.346 encaminhamentos, resolutividade de 91,68% e 15.925 evitados. Em 2024, foram 99.114 atendimentos, 5.909 encaminhamentos, resolutividade de 94,04% e 13.913 evitados. No total, 423.132 atendimentos, média de resolutividade de 92,8% e 52.275 encaminhamentos evitados.
Conclusões/Considerações
Os resultados evidenciam que investir na qualificação e inovação da APS, por ações como o Projeto QUALIFICAAPS, aumenta a resolutividade e reduz a sobrecarga na atenção especializada. Mais que indicadores, os encaminhamentos evitados refletem impacto concreto na vida das pessoas, ampliando o acesso e a resposta às necessidades dos territórios. Uma APS forte e resolutiva é essencial para um SUS democrático, com equidade e justiça social.
AVALIAÇÃO DO RISCO DE SARCOPENIA EM IDOSOS ACOMPANHADOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE: APLICAÇÃO DO SARC-F EM GRUPO DE PREVENÇÃO DE QUEDAS DO DISTRITO FEDERAL
Pôster Eletrônico
1 Escola de Saúde Pública do Distrito Federal
2 Secretaria de Saúde do Distrito Federal
Apresentação/Introdução
De acordo com estimativas, os idosos representarão 18% da população em 2030. Com o avançar da idade nos indivíduos pode surgir uma síndrome multifatorial denominada sarcopenia, que em última instância resulta em perda de massa muscular, podendo gerar perda do equilíbrio e favorecer possíveis quedas. Nesse âmbito a Atenção Primária se torna um espaço promotor de saúde e de prevenção da sarcopenia.
Objetivos
O objetivo do presente trabalho será avaliar o risco de sarcopenia em idosos acompanhados em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do Distrito Federal (DF).
Metodologia
Trata-se de um estudo análitico transversal realizado com idosos acima de 60 anos participantes do grupo de prevenção de quedas ofertado na UBS, a pesquisa contou com a etapa de aplicação do questionário SARC-F, que é uma ferramenta de rastreio do risco de sarcopenia, o mesmo é composto por 6 perguntas abordando os componentes de força, apoio na marcha, levantar-se da cadeira, subir escadas, e quedas, sendo que a pontuação de rastreio acima de 4 pontos indica risco para sarcopenia nos indivíduos. Vale salientar que foram incluidas as perguntas de sexo e idade. Os dados foram analisados estatisticamente, por meio do softwares excel versão 2013, calculando média, moda e desvio padrão.
Resultados
A amostra foi composta por 18 idosos sendo 77,7% do sexo feminino e 22,3% do sexo masculino. Quanto ao componente força, 22,2% referiram dificuldade em levantar e carregar 4,5 kg e 22,2% referiram muita ou impossível. No quesito apoio na marcha, 29,4% relataram dificuldade e 11,8% muita, com apoio ou impossível. Em relação a levantar-se da cadeira 44,4% relataram dificuldade ou impossível sem apoio. Quanto à dificuldade para subir 10 degraus 38,9% relataram dificuldade já 33,3% referiram muita ou impossível. No componente quedas 44,4% afirmaram ter tido 1 a 3 quedas e 5,6% 4 ou mais. Tais achados indicam riscos de desenvolver sarcopenia, sendo de extrema importância ações de prevenção.
Conclusões/Considerações
Conclui-se que os idosos acompanhados apresentaram prevalência de comprometimento de força muscular, limitações na mobilidade funcional e risco de quedas. Tais achados são de suma importância para a realização de ações de prevenção da saúde na atenção básica voltados ao fortalecimento muscular, melhora do equilíbrio, promovendo dessa forma uma maior autonomia dos idosos e qualidade de vida.
AUTOAVALIAÇÃO DE SAÚDE RUIM NO BRASIL E FATORES ASSOCIADOS: RESULTADOS DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE PNS 2019
Pôster Eletrônico
1 UFES
Apresentação/Introdução
Estudos apontam que a autoavaliação de saúde ruim (AASR) é forte preditor de menor sobrevida.
Objetivos
Analisar a prevalência de AASR e seus fatores associados em adultos participantes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), 2019.
Metodologia
Trata-se de estudo transversal no qual a AASR foi dicotomizada em muito boa/boa/regular e ruim/muito ruim. Foram incluídas na análise variáveis sociodemográficas (sexo, faixa etária, raça cor, ocupação, renda, escolaridade, estado civil), IMC, multimorbidade e uso de serviços de saúde. As razões de prevalência (RP) ajustadas foram estimadas por regressão de Poisson hierarquizada.
Resultados
Entre os 88.531 participantes, 6,9% (IC95%: 6,7-7,0) referiram saúde ruim/muito ruim. Após ajuste, AASR foi maior entre pessoas pretas (RP: 1,2; IC95%: 1,1–1,3), pardas (RP: 1,2; IC95%: 1,1–1,3), com 40–59 anos (RP: 1,9; IC95%: 1,7–2,1), 60 anos ou mais (RP: 2,0; IC95%: 1,8–2,2) e com multimorbidades (RP: 4,2; IC95%: 3,9–4,5). Escolaridade e renda mostraram associação inversa: ensino médio incompleto (RP: 0,68; IC95%: 0,62–0,75), superior completo (RP: 0,37; IC95%: 0,33–0,44) e renda ≤1SM (RP: 0,74; IC95%: 0,68-0,81) e ≥5 SM (RP:0,21: IC95%: 0,17-2,7).
Conclusões/Considerações
Conclui-se que a autoavaliação de saúde ruim é mais frequente entre pessoas pretas e pardas, indivíduos com idade mais avançada e aqueles com multimorbidade. Por outro lado, níveis mais elevados de escolaridade e renda estão associados a menor prevalência autoavaliação negativa de saúde. Esses resultados evidenciam a influência dos determinantes sociais de saúde na percepção de saúde da população brasileira.
IMPLEMENTAÇÃO DE ESCALAS VALIDADAS DE TRIAGEM E AVALIAÇÃO COMO INDICADORES ASSISTENCIAIS DO PROGRAMA MELHOR EM CASA – ESTUDO PILOTO
Pôster Eletrônico
1 CGADOM - Ministério da Saúde
2 Programa Melhor em Casa - Poços de Caldas (MG)
Apresentação/Introdução
A Atenção Domiciliar (AD), incluindo o Programa Melhor em Casa (PMeC) do SUS, abrange da promoção aos cuidados paliativos. A gestão eficaz desta modalidade exige mensuração precisa das práticas e do desempenho. O uso de escalas validadas é crucial para gerar indicadores assistenciais e de funcionalidade, fornecendo diagnósticos situacionais e otimizando o dimensionamento do trabalho e o planejamento de ações.
Objetivos
Quantificar variáveis da Atenção Domiciliar dos pacientes e seus cuidadores por meio de instrumentos validados.
Metodologia
Trata-se de estudo piloto transversal realizado com amostra de 208 pacientes admitidos no PMeC de Poços de Caldas – MG entre janeiro e agosto de 2023. Foram aplicadas as escalas: Medida de Independência Funcional (MIF) para mensuração do nível de independência do paciente, Escala de Performance Paliativa (PPS) para estabelecimento de prognóstico, Escala de Braden para avaliação cutânea e risco de Lesões Por Pressão (LPP), Escala de Zarit para sobrecarga de cuidadores, Triagem de Risco Nutricional (NRS 2002) e Escala Funcional de Ingestão por Via Oral (FOIS) para graduação da ingestão oral dos assistidos.
Resultados
Observou-se predominância de mulheres (71,26%) e indivíduos na faixa etária de 60 a 79 anos (44,77%). A prevalência de pacientes com dependência completa foi de 15,4% e com necessidade de assistência de até 50% foi de 49,6%. Em relação aos prognósticos, houve predominância de pacientes em cuidados paliativos proporcionais (34,4%) e, quanto à avaliação cutânea, 40,4% dos pacientes apresentaram risco severo de desenvolvimento de LPP. A sobrecarga dos cuidadores foi moderada e grave em 65% dos casos. Quanto à alimentação e nutrição, a graduação de dependência completa de via alimentar alternativa foi de 37,6% e 88,9% dos pacientes apresentaram risco nutricional.
Conclusões/Considerações
O uso de indicadores permitiu a realização de diagnósticos situacionais e apontou caminhos para a gestão de procedimentos e processos operacionais das equipes multiprofissionais, ressaltando a relevância da avaliação sistemática na Atenção Domiciliar.
O DESAFIO PARA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA AOS SERVIÇOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E DO CONSULTÓRIO NA RUA
Pôster Eletrônico
1 UFJF/FAMIG/PBH
2 UFJF
Apresentação/Introdução
Apesar das importantes conquistas para a população em situação de rua (PSR), como a instituição da Política Nacional da População em Situação de Rua e a implantação do Consultório na Rua, historicamente a população em situação de rua possui acesso limitado aos serviços, somado ao fato de recusa em ir as unidades de saúde por já terem vivenciado experiência negativa ou de mau atendimento.
Objetivos
Identificar quais são as barreiras no acesso ao serviço da estratégia de saúde da família pela PSR e as dificuldades dos profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) em atender a população em situação de rua no município de Contagem, Minas Gerais.
Metodologia
Pesquisa qualitativa, descritiva exploratória, realizada com 14 profissionais da APS e 5 da equipe do Consultório na Rua do município de Contagem, Minas Gerias. Amostra do tipo não-probabilística intencional, com participação de todas as categorias profissionais das 8 Unidades básicas de saúde (UBS) do distrito sanitário pesquisado. A coleta dos dados ocorreu entre novembro de 2021 a janeiro de 2022. Instrumentos de coleta de dados: observação, registro em diário de campo e entrevistas semiestruturadas, elaborada pelo próprio autor e que foram analisadas utilizando a Técnica de análise de conteúdo de Bardin.
Resultados
Segundo relato dos entrevistados, observou-se discriminação e atendimentos sem levar em conta a dinâmica de vida nas ruas. Os profissionais reconhecem o Consultório na Rua como o principal serviço que presta assistência à PSR no município pesquisado. Dos entrevistados 78,5% dos profissionais das UBS e 60% do consultório de rua afirmaram que há dificuldades no atendimento a PSR, como: dificuldade em aguardar o atendimento e para continuidade do tratamento, dificuldade em conseguir medicação nas farmácias da rede; burocratização do serviço, como exigência de documentos; desconhecimento do histórico de saúde e horário de funcionamento da UBS.
Conclusões/Considerações
Os resultados apontam que a PSR do município pesquisado ainda se encontra distante dos serviços de APS, utilizando com maior frequência os serviços de urgência e emergência e que o estigma, está incorporado
também nas práticas dos profissionais, ressaltando a NECROPOLÍTICA presente na assistência. O vínculo com a equipe do Consultório na Rua pode facilitar o conhecimento da rede de atenção à saúde pela PSR e sua
articulação com os profissionais da APS.
PRODUÇÃO DAS EQUIPES DE SAÚDE BUCAL POR DISTRITO SANITÁRIO NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA-PB
Pôster Eletrônico
1 UFBA
2 UFPB
Apresentação/Introdução
A Atenção Primária à Saúde (APS) é orientada pela Estratégia de Saúde da Família, incluindo Equipes de Saúde Bucal (ESB). O registro de produção das ESB nos Sistemas de Informação em Saúde (SIS) pode apontar lacunas no acesso, principalmente a partir de análises que consideram as singularidades de cada território e respectiva população, das equipes e dos SIS.
Objetivos
Descrever a produção das ESB por Distrito Sanitário (DS) no município de João Pessoa-PB a partir de dados dos relatórios de validação do Sistema de Informação em Saúde da Atenção Básica (SISAB) entre os anos de 2021 e 2023.
Metodologia
Inicialmente, compilou-se as Unidades de Saúde da Família (USF) pertencentes a cada DS. Foram incluídas as USF que possuíam Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) no DATASUS e excluídas aquelas com ausência de produção aprovada nos anos analisados. Em seguida, realizou-se a coleta referente a produção das ESB, considerando as fichas de atendimento odontológico com validação aprovada disponíveis no SISAB. A amostra foi composta por 90 USF, agrupadas em 5 DS. Os dados foram analisados mês a mês. A partir da coleta de cadastros vinculados (CV) referentes a cada USF, foi possível estabelecer a razão de produção de cada DS, apresentada por quadrimestre (Q).
Resultados
Entre 2021 e 2023, os maiores valores de produção das ESB foram, respectivamente: 794 registros (DS II); 2320 registros (DS II) e 3930 registros (DS III). Entre 2021 e 2023, julho, setembro e agosto mostraram maior valor de produção e fevereiro, janeiro e dezembro, menor valor, respectivamente, pela maioria dos DS. Quanto aos CV, os DS mostraram crescimento regular, com exceção do DS V, que passou da 5ª à 2ª posição entre o 1ºQ 2021 e 3ºQ 2023. O DS III destacou-se, com 189417 no 3ºQ 2023, seguido por DS V, DS II, DS I e DS IV. Quanto à razão de produção (média dos nove quadrimestres), destacaram-se DS I e DS IV, com 0,041, seguido pelo DS II, 0,037, DS III, 0,034 e DS V, 0,030.
Conclusões/Considerações
A produção das ESB mostrou-se mais expressiva em meses do segundo semestre e com menor produção nos meses do início e fim de ano. Apesar da maior produção em DS com maior CV, a razão de produção foi maior em DS com menor CV, sendo menor no DS com maior variação de CV. Tais resultados indicam desafios à cobertura de saúde bucal, ao acesso resolutivo na APS e ao registro da produção nos SIS, considerando a variação e expressividade populacional.
ESCOPO DE PRÁTICAS DOS ENFERMEIROS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM ÁREAS RURAIS
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal da Bahia
2 Universidade Federal Fluminense
3 Fiocruz/AM
Apresentação/Introdução
Enfermeiros têm assumido posição de destaque no SUS, o que ampliou discussões sobre seu campo de atuação. Internacionalmente, há um forte movimento de expansão das práticas de enfermagem. No cenário rural remoto brasileiro, na APS, equipes enfrentam inúmeros desafios para práticas ampliadas e resolutivas, cujos enfermeiros desenvolvem estratégias que evitam a descontinuidade dos serviços.
Objetivos
Identificar e analisar o escopo de práticas desenvolvidas pelos enfermeiros que atuam na Atenção Primária à Saúde em territórios rurais.
Metodologia
Trata-se de uma revisão de escopo, na qual buscou-se mapear e explorar evidências nacionais e internacionais sobre as práticas de saúde realizadas pelos enfermeiros na APS rural. Foram considerados textos completos de artigos, publicados nos últimos dez anos e sem restrições de idioma. Os estudos foram importados para o Rayyan Intelligent Systematic Review e revisados por meio da leitura de títulos e resumos por dois revisores. Em seguida, as publicações foram lidas na íntegra pelas revisoras e eleitas de acordo com os critérios de inclusão. As produções selecionadas foram importadas para uma planilha do Excel e analisadas por meio de Análise de Conteúdo.
Resultados
Foram identificados 207 estudos e 48 incluídos na revisão. Foi observado um amplo escopo de prática dos enfermeiros na APS rural, sendo as principais ações: transferência de práticas entre profissionais; atendimento das urgências/emergências; cuidado de pessoas com doenças crônicas; assistência às pessoas que vivem com HIV; cuidados paliativos; práticas colaborativas; práticas de assistência social; coordenação do cuidado; práticas mediadas por TICs; visitas domiciliares; atenção à saúde das mulheres; gerência de unidades móveis; prescrição medicamentosa; gerência de serviços; práticas de promoção da saúde, prevenção de doenças e intersetoriais; e preceptoria.
Conclusões/Considerações
Enfermeiros em áreas rurais e remotas desempenham um papel essencial na ampliação do acesso à APS nas áreas rurais, sobretudo às populações vulnerabilizadas. Tornam-se fundamentais políticas públicas voltadas à melhoria da infraestrutura dos serviços, garantia de educação permanente, suporte profissional e de retenção e fixação, assegurando condições que favoreçam a atuação qualificada e resolutiva desses profissionais.
REABILITAÇÃO COMO POLÍTICA DE EQUIDADE: CONDIÇÕES AVALIADAS POR FISIOTERAPEUTAS NA APS DE CAMPO GRANDE/MS EM CONTEXTOS DIVERSOS DE VULNERABILIDADE SOCIAL
Pôster Eletrônico
1 UFMS
Apresentação/Introdução
Serviços de reabilitação pouco acessíveis impactam o direito à saúde, ampliam desigualdades e sobrecarregam os sistemas. Para a OMS a APS é essencial para enfrentar tal cenário. As e-Multi representam estratégia promissora para consolidar essa agenda. Assim, conhecer demandas atendidas por fisioterapeutas na APS é fundamental para orientar políticas públicas e ter a reabilitação como direito.
Objetivos
Analisar o cuidado fisioterapêutico na APS de Campo Grande/MS, por meio da caracterização do perfil dos usuários e das principais demandas atendidas, explorando sua relação com os contextos de vulnerabilidade social.
Metodologia
Estudo transversal, quantitativo, analítico, com base em dados secundários referentes às consultas individuais realizadas por fisioterapeutas do NASF-AP em Campo Grande/MS, em 2022. Os dados foram obtidos nos relatórios do Prontuário Eletrônico do Cidadão/eSUS-APS. Foram levantadas as condições avaliadas classificadas por códigos da CIAP2, além de sexo, faixa etária, unidade de saúde e grau de vulnerabilidade social, segundo o Índice de Exclusão Social da capital. Foram analisadas as condições com 100 ou mais registros, agrupadas com base na similaridade nosológica e correspondência anatômica entre os segmentos corporais acometidos. Para análise aplicou-se o teste do qui-quadrado (p<0,05).
Resultados
Foram registradas 9.303 condições avaliadas, distribuídas em 217 códigos CIAP2, em 6.357 consultas individuais realizadas por fisioterapeutas NASF-AP. Vinte e três códigos apresentaram mais de 100 registros; outros 10 foram incorporados por similaridade nosológica, totalizando 5.830 ocorrências analisadas. Destas, 87,9% foram agravos musculoesqueléticos. Predominaram atendimentos a mulheres (70,4%), 54,6% em adultos (20–59 anos) e 62,8% em residentes de alta vulnerabilidade social. Sintomas dos membros superiores (27,8%), coluna vertebral (24,3%) e articulares/artroses (22,5%) foram mais frequentes. Houve associação significativa entre tipo de agravo, sexo, idade e vulnerabilidade (p<0,05).
Conclusões/Considerações
Houve alta prevalência de agravos musculoesqueléticos, maioria mulheres, adultos, em territórios de alta vulnerabilidade. A caracterização das demandas fisioterapêuticas na APS, sobretudo nesses contextos, apoia o planejamento em saúde e redução das iniquidades no acesso à reabilitação. Os dados reforçam a necessidade de expandir as e-Multi e implantar grupos terapêuticos em condições musculoesqueléticas, mais ainda em regiões de vulnerabilidade.
ENFRENTANDO A OBESIDADE: O PAPEL DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Universidade Estácio de Sá
Apresentação/Introdução
A obesidade, uma doença crônica e multifatorial, apresenta sérias implicações para a saúde pública, com impactos diretos sobre os índices de morbimortalidade. Diante de uma realidade local preocupante – com altos índices de obesidade em todas as faixas etárias, uma nutricionista de Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) de um município capixaba propôs uma investigação-intervenção.
Objetivos
Desenvolver e aplicar ações de prevenção e tratamento da obesidade com a equipe multiprofissional de uma UBS, fortalecendo a Atenção Primária à Saúde (APS) como espaço estratégico no enfrentamento da obesidade.
Metodologia
Optou-se por uma abordagem qualitativa, por meio da Pesquisa-Ação Participativa (PAP), sustentada pela práxis freireana (ação-reflexão-ação). A coleta de dados ocorreu por meio de quatro seminários temáticos (educação, gestão, políticas intersetoriais e comunicação), que foram gravados, transcritos e analisados.
Resultados
A PAP fomentou a análise crítica local sobre a obesidade e resultou na implementação de ações práticas: Monitoramento do IMC com registro em sistema e encaminhamentos sistematizados à nutricionista, em especial pelas Agentes Comunitárias de Saúde (ACS); Atualização do SISVAN e incorporação de sua análise nas reuniões de equipe – prática antes inexistente; Ações intersetoriais estimuladas pela mobilização das ACS; Melhoria na comunicação e formação crítica entre os profissionais.
Conclusões/Considerações
A pesquisa demonstrou que a PAP é eficaz na promoção de intervenções locais e fortalece práticas educativas e comunicativas na APS. Contudo, a ausência de participação direta dos usuários foi apontada como limitação importante. Observou-se baixo engajamento de parte da equipe multiprofissional como um todo, em contraste com o protagonismo das ACS no processo.
OS DESAFIOS DO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA: ANÁLISE DE GRUPOS FOCAIS COM PROFISSIONAIS DE SAÚDE E GESTORES NO CONTEXTO PÓS-ENCHENTES NO RS
Pôster Eletrônico
1 UFCSPA/ UNILASALLE
2 UFCSPA
3 UNILASALLE
4 CAPS Recanto dos Girassóis
Apresentação/Introdução
Catástrofes climáticas, tais como as enchentes de maio/2024 no Rio Grande do Sul (RS), podem gerar intenso sofrimento na população. A Atenção Básica (AB) tem um importante papel na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) para o cuidado à Saúde Mental (SM) nesse cenário. Estratégias de Educação Permanente em Saúde (EPS) podem contribuir para a qualificação do cuidado em SM pós-catástrofes climáticas.
Objetivos
Este trabalho tem como objetivo discutir os desafios do cuidado em SM na AB após as enchentes de maio de 2024 na perspectiva de profissionais de saúde e gestores de um município da Região Metropolitana de Porto Alegre.
Metodologia
Como parte de uma pesquisa-ação, que busca a criação, implementação e avaliação de um dispositivo de EPS, este trabalho descreve e analisa os relatos de dois grupos focais realizados junto a 28 profissionais de saúde (técnicos de Enfermagem, enfermeiros e médicos) e gestores das UBS que atuam em um município da região metropolitana de Porto Alegre/RS severamente atingido pelas enchentes de maio de 2024. Os grupos ocorreram nas unidades de saúde dos participantes e foram audiogravados para posterior transcrição Os resultados foram analisados à luz da Análise Temática Reflexiva de Braun e Clarke.
Resultados
A partir da análise foram criados quatro temas: 1) A complexidade do trabalho em SM na AB, que discute a especificidade do cuidado em SM, diferentes concepções de SM, o impacto de novos contextos e a realidade dos territórios; 2) A formação em SM, que contempla falas sobre desafios relacionados às formações, percebidas como insuficientes; 3) Organização da RAPS, que agrupa desafios relacionados às condições de trabalho, fluxo da rede e a invisibilidade da AB nesta rede; e 4) SM do profissional de saúde, que discute os desafios relacionados à SM dos trabalhadores, impactados por seu contexto de trabalho e de vida, como determinante para a qualidade da atuação em SM.
Conclusões/Considerações
O impacto das enchentes nas UBS situou-se transversalmente nos temas identificados. Os desafios relacionados à formação e SM dos trabalhadores teve um importante destaque na fala dos profissionais. Discute-se a importância de considerar a realidade dos territórios, das unidades de saúde e a SM dos trabalhadores em uma proposta de EPS que oportunize reflexões e formação técnica para uma mudança efetiva no cuidado em SM.
CONTROLE SOCIAL NAS UBS DO BRASIL E SUAS REGIÕES SEGUNDO DADOS DO CENSO NACIONAL DAS UBS DE 2024.
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz
2 UFBA
3 Saps/MS
4 CIDACS
5 UFPEL
Apresentação/Introdução
O controle social é uma conquista do SUS, assegurado pela sua normatização (8142/90) como princípio e diretriz do sistema. Na Atenção Primária à Saúde, sua efetivação é essencial para garantir gestão participativa e ações alinhadas às necessidades do território. Contudo, persistem desafios para sua consolidação, o que reforça sua importância estratégica.
Objetivos
Caracterizar a presença de conselho local de saúde e sua mobilização nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do país, segundo as regiões, a partir de dados do Censo Nacional das Unidades de Saúde, de 2024.
Metodologia
O Censo Nacional das UBS foi realizado em 2024. No presente trabalho apresentamos os dados correspondentes ao universo de 44.938 UBS do país, com a seguinte distribuição pelas regiões: Norte (4.096), Nordeste (17.737), Sudeste (13.375), Sul (6.607) e Centro-Oeste (3.213). A coleta de dados foi realizada por meio de instrumento eletrônico disponibilizado no sistema e-Gestor, respondido por um profissional responsável ou representante da UBS, após preenchimento de um termo de adesão. A análise descritiva foi realizada pelo R® e concentrou-se nas perguntas referente à presença de conselho local de saúde ativo e participação da comunidade no diagnóstico e na identificação de problemas.
Resultados
No Brasil, 36,3% das UBS têm Conselho Local de Saúde ativo, destacando-se no Sudeste (41,5%), Sul (39,9%) e Centro-Oeste (39,9%) e abaixo da média no Norte (36,9%) e Nordeste (30,3%). Quanto à mobilização da comunidade para participação nos conselhos, a média nacional foi de 48,4%, invertendo-se a prioridade regional - Nordeste (53,1%), Norte (47,5%), e Sul (43,1%) e Centro-Oeste (45,2%). A identificação de problemas de saúde junto à comunidade se apresenta em 73,0% das UBS do país, mais frequente no Nordeste (77,8%), do que nas demais regiões: 68,2% (Norte) e 70,3% (Sul). O diagnóstico de saúde anual com participação da comunidade foi feito por 61,0% das UBS no país, com diferenças regionais.
Conclusões/Considerações
A fragilidade do controle social é evidente, assim como as desigualdades regionais na presença de conselhos ativos e na mobilização social no território visando a maior participação no diagnóstico de saúde e com regularidade. Nesse sentido, é importante fortalecer o papel do controle social na APS, sendo necessário então eleger em estratégias de participação, valorização dos conselhos e apoio à atuação comunitária no SUS.
ANÁLISE ESPACIAL DOS ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO EM CIRURGIÕES-DENTISTAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO BRASIL, 2007 A 2023.
Pôster Eletrônico
1 UFC
Apresentação/Introdução
Cirurgiões-dentistas estão frequentemente expostos a acidentes com material biológico, especialmente na Atenção Primária à Saúde (APS). Esses eventos representam riscos ocupacionais relevantes e exigem estratégias de prevenção. A análise espacial contribui para identificar padrões regionais e subsidiar ações de vigilância e biossegurança.
Objetivos
Analisar a distribuição espacial dos acidentes com material biológico envolvendo cirurgiões-dentistas na APS no Brasil, entre 2007 e 2023, com base em regiões intermediárias de articulação urbana (RIAUs).
Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico e descritivo, de abordagem quantitativa, com dados secundários extraídos do DataSUS, referentes ao período de 2007 a 2023. Foram incluídas notificações de acidentes com material biológico envolvendo cirurgiões-dentistas na Atenção Primária à Saúde. Os dados foram organizados em planilhas eletrônicas e georreferenciados para a confecção de mapas coropléticos. Os municípios foram agrupados conforme as Regiões Intermediárias de Articulação Urbana, segundo o IBGE. A análise espacial foi realizada com aplicação do índice de Moran's I para identificar clusters e padrões de autocorrelação espacial.
Resultados
Foram registrados 24.417 acidentes com material biológico envolvendo cirurgiões-dentistas na Atenção Primária à Saúde (APS) entre 2007 e 2023. O coeficiente de prevalência acumulado foi de 18,04 casos para cada 100 dentistas atuantes na APS. As maiores concentrações (high-high) ocorreram nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste (clusters positivos), enquanto Norte e Nordeste apresentaram subnotificações ou baixa ocorrência (Low-Low). Os acidentes ocorreram principalmente em procedimentos com perfurocortantes. A análise espacial revelou clusters persistentes em diversas RIAUs, sugerindo desigualdades regionais nas práticas de biossegurança e acesso a EPIs.
Conclusões/Considerações
A análise espacial permitiu identificar regiões com maior vulnerabilidade a acidentes com material biológico, evidenciando a necessidade de ações direcionadas de prevenção e capacitação em biossegurança. A incorporação das RIAUs como unidade de análise favorece a compreensão das dinâmicas regionais e pode orientar políticas públicas mais eficazes voltadas à proteção da saúde do trabalhador na APS.
A VIOLÊNCIA COMO UM FENÔMENO PRESENTE NA VIDA DE MULHERES TRABALHADORAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE: CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Pôster Eletrônico
1 UFSCar
2 SES São Paulo/SP
3 UFScar
Apresentação/Introdução
A Atenção Primária busca atender as necessidades de saúde diminuindo as persistentes iniquidades, como situações de violência. Importa ressaltar que as violências, em suas diferentes formas, atravessam a vida das mulheres profissionais de saúde, revelando-se tanto nas relações de cuidado quanto nas estruturas de trabalho do próprio SUS carecendo portanto de melhor compreensão e enfrentamento.
Objetivos
Descrever situações relacionadas à violência vividas pelas trabalhadoras na APS/SUS.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa-ação, em desenvolvimento em três municípios do Estado de São Paulo. O estudo tem como foco as mulheres que atuam na APS. Aqui estão apresentados dados parciais de dois dos municípios estudados. Foi respondido um questionário autoaplicável tipo RedCap. Para tanto, as pesquisadoras foram aos municípios e às unidades de saúde das trabalhadoras, levando equipamentos necessários para que pudessem acessar, por meio de um link ou no próprio dispositivo, o instrumento de pesquisa. O tempo médio de resposta foi de 40 minutos. As pesquisadoras permaneceram em média 3 horas em cada unidade a fim de dirimir dúvidas possibilitando maior adesão e participação das trabalhadoras.
Resultados
Participaram do estudo 76 mulheres. Destas, 43% relataram já ter sofrido algum tipo de violência. As formas de violência foram, a emocional (66%), física (22%) e sexual (17%). Entre as violências emocionais, destacaram-se insultos (96%) e humilhações (84%). No caso da violência física, destacou-se os empurrões, trancos ou chocalhão (94%), tapas (82%) e agressões com soco ou ferimento (59%). Já entre os relatos de violência sexual, aparece, ser forçada a manter relações sexuais (67%) e manter relações sexuais por medo (58%). Além disso, 53% das participantes afirmaram já ter sido vítimas de discriminação ou preconceito, sendo o machismo uma das situações mais presentes (44%).
Conclusões/Considerações
Os dados parciais apresentados evidenciam que a violência, está presente na experiência de vida dessas mulheres trabalhadoras na APS. Essa realidade aponta para a necessidade de se oferecer cuidados a essas trabalhadoras, melhorando as condições delas ofertarem acolhimento às outras que sofrem com o mesmo problema. É importante o fortalecimento de políticas públicas orientadas pela equidade voltadas especificamente a essas trabalhadoras do SUS.
PRÁTICAS DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE PARA CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E SUAS FAMÍLIAS: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Pôster Eletrônico
1 UFVJM
2 Doutora (UFVJM)
3 Docente (UFVJM)
Apresentação/Introdução
O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento com início precoce, marcado por déficits na comunicação e comportamento repetitivo. Sua compreensão evoluiu, assim como as políticas públicas no Brasil. Diante do aumento dos diagnósticos, destaca-se o papel da enfermagem na APS, reforçado pela Resolução COFEN 736/2024, com foco em cuidado precoce e humanizado.
Objetivos
Compreender com base na literatura científica quais as práticas e possibilidades do/a enfermeiro/a da APS frente ao cuidado de crianças com o transtorno do espectro autista e suas famílias.
Metodologia
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada entre Março de 2025 e Maio de 2025. Tendo como base de dados os sites eletrônicos como: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), indexadas na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), além de PubMed e Scientific Electronic Library Online (SciELO), por meio de termos dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), nos idiomas inglês e português, sendo eles: "Transtorno do Espectro Autista" (Autism Spectrum Disorder), "Enfermagem" (Nursing), "Família" (Family), "Criança" (Child) e "Atenção Primária à Saúde" (Primary Health Care).
Resultados
Após a busca nas bases de dados, foram localizados 263 artigos; 28 foram excluídos por erros de acesso ou inconsistências, 3 por duplicidade e 212 por não atenderem aos critérios de inclusão. Foram selecionados 20 para leitura completa, com amostra final de 12 artigos incluídos na revisão. A análise evidenciou que o enfermeiro exerce papel essencial na Atenção Primária à Saúde no cuidado à criança com TEA, especialmente na identificação precoce e no vínculo com a família. Contudo, a qualidade do cuidado é limitada pela formação insuficiente e pela falta de capacitação específica dos profissionais de enfermagem.
Conclusões/Considerações
A atuação da enfermagem é essencial no cuidado a essas crianças, com impactos positivos comprovados na qualidade de vida e no acompanhamento da saúde. Entretanto, as limitações se devem à falta de capacitação específica e falhas nos serviços de saúde, que dificultam o atendimento adequado e restringem a efetividade das ações da enfermagem.
CONSIDERAÇÕES SOBRE A ATENÇÃO PRIMÁRIA NO CUIDADO ÀS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA COM COVID-19
Pôster Eletrônico
1 Universidade Estadual do Ceará
Apresentação/Introdução
Os países com Atenção Primária à Saúde (APS) bem estruturada têm as unidades como ponto preferencial de acesso. No contexto de pandemia, além do cuidado não adiável da APS, foi adicionada a demanda dos casos de Covid-19, tornando o gerenciamento dessas atividades um desafio para os gestores, dificultando a efetivação do direito ao cuidado das pessoas em situação de rua (PSR).
Objetivos
Descrever a atuação da Atenção Primária à Saúde no cuidado às pessoas em situação de rua com Covid-19.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, retrospectiva, realizada com seis PSR, feita a partir de roteiro semiestruturado, aplicada nos períodos de setembro a outubro de 2023 e janeiro a março de 2024, desenvolvida em Fortaleza, Ceará. A matriz de análise utilizada foi Itinerários Terapêuticos e foram geradas quatro categorias pelo software Iramuteq®, tendo destaque nesse resumo: Considerações sobre a atenção primária no cuidado às pessoas em situação de rua com Covid-19. É resultado da dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade Estadual do Ceará, sob parecer 6.228.658.
Resultados
A partir do mapeamento produzido dos equipamentos que compõem a arena profissional, foram apresentados nas falas dos participantes, em sua maioria, níveis de atenção com complexidade secundária/terciária e instituições não governamentais. Na análise dos documentos publicados pelo Ministério da Saúde e plano de contingência do município, observou-se a ênfase no manejo clínico da Covid-19, revelando que não receberam estrutura para estabelecer busca ativa de casos suspeitos ou coordenar as testagens em seu território, induzindo a concentração de testagem em níveis hospitalares, consequentemente limitando as ações da APS para a comunidade, em especial, as populações vulnerabilizadas.
Conclusões/Considerações
Em crises sanitárias, a APS possui a capacidade de assumir ação protagonista com a PSR, dada sua vinculação ao território, resolutividade no trato de epidemias, revestia-se de grande importância no adoecimento coletivo, que tinha como agravante um cenário de desproteção social, insegurança alimentar e violências. Entretanto, assistiu-se ao esvaziamento de ações no enfrentamento da crise, sendo imposto para esse nível de atenção um não lugar.
NASF, NASF-AB E EMULTI: AVANÇO OU RETROCESSO?
Pôster Eletrônico
1 UFSC
Apresentação/Introdução
A extinção do financiamento federal ao NASF em 2018 marcou a conjuntura de regressão iniciada em 2016, enfraquecendo a APS e afetando populações vulneráveis. A redução de ao menos 50% das equipes agravou a desassistência em saúde mental e violências. Em 2023, com o governo Lula, retomam-se diretrizes de reconstrução via reestruturação das eMulti e integralidade e fortalecimento do SUS.
Objetivos
Analisar a trajetória das equipes multiprofissionais na APS do SUS, os efeitos do desfinanciamento do NASF, a reestruturação com as eMulti e os desafios frente às desigualdades e ao desmonte neoliberal desde 2016.
Metodologia
A pesquisa adota abordagem qualitativa, com revisão bibliográfica e documental, para analisar a trajetória das equipes multiprofissionais da APS no Brasil, entre o desmonte iniciado em 2016 e a retomada a partir de 2023. A revisão incluiu estudos sobre financiamento do SUS, EC 95 e extinção do NASF. Foram analisados documentos oficiais (PNAB/2017, Previne Brasil, diretrizes das eMulti), além de dados do SISAB e DATASUS. A análise seguiu Bardin (2016), com três eixos: desfinanciamento, impactos no território e desafios da reconstrução. Considera desigualdades de raça, classe e gênero e, embora sem entrevistas, oferece subsídios para políticas e pesquisas futuras.
Resultados
A pesquisa revela que o desfinanciamento e a extinção das equipes NASF entre 2018 e 2022 comprometeram a APS, reduzindo atendimento integral e territorializado. O número de equipes caiu à metade, agravando desigualdades e sobrecarga das equipes de Saúde da Família, especialmente em áreas vulneráveis. A retomada com as eMulti em 2023 traz avanços, como expansão e formação continuada, mas enfrenta desafios estruturais: financiamento instável, privatizações, contratos temporários e gestão alinhada à austeridade, que fragilizam o SUS. Assim, embora as eMulti sejam progresso, não bastam para a plena recuperação da APS.
Conclusões/Considerações
A trajetória das equipes multiprofissionais na APS revela disputas sociais e o desmonte do SUS desde 2016, que agravou desigualdades. A reestruturação das eMulti é avanço, mas enfrenta desafios como financiamento instável e austeridade fiscal. Superar isso exige valorização profissional, educação contínua e participação social, além de integração com outras políticas públicas para fortalecer o SUS como direito universal e pilar da justiça social.
MAIS TEMPO, MAIS ACESSO? A RELAÇÃO ENTRE HORÁRIO ESTENDIDO NAS UBS E OS ATRIBUTOS DA APS
Pôster Eletrônico
1 UFSJ
Apresentação/Introdução
Introdução: A Atenção Primária à Saúde é a base dos sistemas de saúde integrados e coordenados, contribuindo para a redução da mortalidade infantil e de internações evitáveis no Brasil. Contudo, a limitação do horário de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde podem limitar o acesso. A ampliação do funcionamento surge como estratégia promissora para qualificar o acesso e fortalecer os atributos da APS.
Objetivos
Avaliar a presença e a extensão dos atributos da Atenção Primária à Saúde em serviços com horário estendido de funcionamento
Metodologia
Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, transversal e quantitativo, que analisou dados de usuários residentes em áreas de abrangência de três municípios de uma macrorregião de saúde de Minas Gerais, que adotam a estratégia de ampliação do horário de funcionamento das unidades de saúde. Foi calculada uma amostra probabilística em cada município, considerando nível de significância de 5% e poder estatístico de 80%. Um total de 499 usuários foi entrevistado por meio do instrumento PCATool Brasil – versão reduzida. Os dados foram analisados com o software estatístico SPSS. Inicialmente, foram calculados os escores para cada atributo, seguidos pelos escores essenciais e geral.
Resultados
A maioria dos participantes era do sexo feminino (66,9%), predominando a faixa etária de 32 a 50 anos (40,1%) e renda familiar entre 1 e 2 salários mínimos (73,7%). Cerca de 30,5% possuíam plano de saúde. O escore geral da APS foi 5,59, inferior ao ideal (6,6). O atributo “Acesso de Primeiro Contato” obteve 6,66 (limítrofe), enquanto “Integralidade” (4,33) e “Orientação Comunitária” (3,13) registraram os menores valores. Apenas 6,8% dos usuários atribuíram escore geral acima de 6,6, evidenciando fragilidades na qualidade assistencial. Coordenação (6,03) e Longitudinalidade (5,91) também ficaram abaixo do esperado, indicando desafios na consolidação dos atributos essenciais.
Conclusões/Considerações
O estudo demonstrou que a ampliação do horário das UBS não foi suficiente para garantir escores satisfatórios nos atributos da APS, com desempenho geral abaixo do ideal (5,59). Embora o "Acesso de Primeiro Contato" tenha atingido nível limítrofe (6,66), atributos como Integralidade e Orientação Comunitária apresentaram as maiores fragilidades. Os resultados indicam que apenas estender o horário não melhora significativamente a qualidade da APS.
DESEMPENHO DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA NOS INDICADORES DO ACORDO DE GESTÃO LOCAL (AGL) NO QUALIS-APS – 2023
Pôster Eletrônico
1 Universidade de Brasília
Apresentação/Introdução
A avaliação da APS é estratégica para subsidiar ações de monitoramento e para fortalecimento da qualidade dos serviços. No DF, o Programa Qualis-APS, instituído por portaria da SES-DF, incorporou o AGL — uma contratualização interna baseada em indicadores federais — como uma das dimensões para avaliar o desempenho das eSF.
Objetivos
Analisar o desempenho das equipes de Saúde da Família do Distrito Federal nos indicadores do AGL em 2023, identificando padrões regionais, consistência interna e variabilidade nos resultados.
Metodologia
Trata-se de estudo descritivo, transversal e quantitativo, com base em dados secundários de 615 equipes certificadas no Programa Qualis APS, no ciclo de 2023. Foram analisados nove indicadores assistenciais do AGL por Região de Saúde. Utilizaram-se medidas de tendência central (média e mediana) e dispersão (desvio-padrão) para descrever o desempenho regional e verificar a consistência interna dos dados. A análise comparativa entre regiões buscou evidenciar disparidades territoriais e padrões de variabilidade.
Resultados
Observou-se alto desempenho nos indicadores de vacinação (0,97), rastreamento de HIV/sífilis (0,96) e cadastro populacional (0,92). As médias mais baixas ocorreram nos exames citopatológicos (0,28), controle de hipertensão (0,44) e diabetes (0,35). A Região de Saúde Oeste apresentou os melhores resultados com menor variabilidade, enquanto a Região Sudoeste teve os menores desempenhos e maiores desvios-padrão.
Conclusões/Considerações
O AGL revelou-se uma ferramenta estratégica para monitorar e induzir a qualidade na APS, ao permitir a identificação de desigualdades regionais e fragilidades específicas. Apesar de representar apenas 30% da nota do Qualis APS, sua análise deve ser articulada aos demais eixos avaliativos para subsidiar decisões de gestão e promover o fortalecimento da atenção primária no Distrito Federal.
A SAÚDE DAS COMUNIDADES RIBEIRINHAS: ANÁLISE SITUACIONAL E O ACESSO AOS SERVIÇOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Pôster Eletrônico
1 UFOB
2 UFSB
Apresentação/Introdução
O território em saúde vai além de limites geográficos, sendo um espaço vivo, marcado por fatores sociais, culturais e ambientais. A Atenção Primária deve acolher populações como as ribeirinhas, garantindo acesso e respeito às suas especificidades, promovendo cuidado digno e políticas públicas eficazes.
Objetivos
Realizar análise situacional, em suas múltiplas dimensões – social, sanitária e de saúde mental – no contexto de sete comunidades ribeirinhas no Vale do Rio de Ondas, no município de Barreiras, na Bahia
Metodologia
A pesquisa foi orientada pelo Inventário Sociodemográfico (ISD), instrumento de coleta que facilita o contato e a construção de relações entre o pesquisador e a comunidade. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas com moradores e atores chaves de sete comunidades ribeirinhas.
Resultados
Foi possível conhecer os condicionantes locais, contribuir para o fortalecimento das identidades das populações que habitam os territórios e sensibilizar gestores e poderes públicos da necessidade de implantação de uma Unidade de Saúde na região e melhorias na qualidade do acesso aos serviços públicos que interferem na saúde física e mental da população.
Conclusões/Considerações
A pesquisa evidenciou a urgência de uma Unidade de Saúde na região e melhorias estruturais para ampliar o acesso à APS. Recomenda-se USF itinerantes , equipes multiprofissionais e melhor transporte e saneamento. O acesso à saúde ribeirinha exige soluções integradas e políticas públicas que reconheçam seus direitos e especificidades.
QUALIFICA APS: ESTRATÉGIA DE INOVAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE COM POTENCIAL DE AMPLIAÇÃO DO FINANCIAMENTO PARA ESF.
Pôster Eletrônico
1 SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE CAMPO GRANDE-MS
2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
3 CENTRO DE ESTUDOS ESTRATÉGICOS DA FIOCRUZ- CEE Fiocruz
4 PROJETO QUALIFICA APS, SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE CAMPO GRANDE-MS
5 HOSPITAL REGIONAL DE MATO GROSSO DO SUL
6 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA- CÂMPUS DE MARÍLIA
7 SECRETARIA DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO
Apresentação/Introdução
O Qualifica APS, antigo Laboratório de Inovação da Atenção Primária à Saúde (LIAPS), é fruto da parceria entre a SESAU/CG-MS e a Fiocruz. Visa reestruturar a APS local com base em seus atributos, integrando os Programas de Residência Multiprofissional (RMSF) e de Medicina de Família e Comunidade (RMFC), qualificando práticas e serviços oferecidos à população.
Objetivos
O objetivo deste estudo foi analisar se a implementação dessa estratégia de inovação resultou em efeitos concretos na ampliação do financiamento da Atenção Primária à Saúde.
Metodologia
Trata-se de um estudo quantitativo, analítico e transversal, realizado em Campo Grande-MS (2021–2022), com base em dados secundários fornecidos de 63 USFs e 194 eSFs, conforme diretrizes STROBE. O Laboratório de inovação da Atenção Primária à Saúde (LIAPS) foi implementado, inicialmente, em 10 USFs. A análise comparou, individualmente, o desempenho das eSFs participantes e não participantes do LIAPS em relação a três critérios do Programa Previne Brasil (PPB). O estudo utilizou os testes estatísticos Qui-quadrado, Exato de Fisher e Mann-Whitney, com significância de p<0,05, no software R. Foi aprovado pelo Comitê de Ética da UFMS (protocolo nº 5.768.371).
Resultados
Comparou-se USF com LIAPS e as demais do referido município. Os resultados demonstraram a associação significativa entre unidades com essa estratégia de inovação, ou seja, apresentaram melhor desempenho nos indicadores do Pagamento por Desempenho (PPB), maior Capitação Ponderada e adesões as Ações Estratégicas, principalmente no segundo semestre de 2022. Demonstraram capacidade ampliada de reorganização do processo de trabalho e alcance de metas devido a educação permanente focada na potencialização dos atributos da APS e na formação de profissionais capacitados. Apesar disso, persistem desafios estruturais e de gestão, sendo necessária a expansão do modelo LIAPS para fortalecimento da APS.
Conclusões/Considerações
O LIAPS demonstrou-se uma estratégia de inovação promissora para o fortalecimento e qualificação da APS. Mas, todas as unidades apresentam necessidade e possibilidade de otimizar a carteira de serviços e a gestão do cuidado ofertados, e consequentemente, ampliar o repasse financeiro recebido.
RECONHECIMENTO DO TERRITÓRIO DE ABRANGÊNCIA DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE: RESULTADOS DO CENSO NACIONAL, 2024
Pôster Eletrônico
1 ISC/UFBA
2 ENSP/FIOCRUZ
3 CIDACS/FIOCRUZ
4 SAPS/Ministério da Saúde
5 CEE/FIOCRUZ
6 UFPEL
Apresentação/Introdução
A definição da base territorial da unidade básica de saúde (UBS), da população adscrita, mapeamento do território e diagnóstico comunitário com participação popular são essenciais para identificação de áreas e grupos de risco e a microlocalização dos problemas de saúde, orientando o planejamento local segundo as necessidades de saúde da população.
Objetivos
Caracterizar os processos de territorialização das áreas de abrangência das Unidades Básicas de Saúde no Brasil segundo regiões.
Metodologia
Os dados do Censo Nacional de UBS, iniciativa do Ministério da Saúde em parceria com o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, e colaboração da Rede de Pesquisa em APS/ABRASCO, foram obtidos pela auto-aplicação de um questionário eletrônico estruturado, registrado na plataforma e-gestor AB em 2024. A totalidade das UBS brasileiras aderiu ao Censo. Ao final, foram consideradas válidas as informações de 44.937 unidades, sendo 4.096 no Norte, 17.737 no Nordeste, 13.374 no Sudeste, 6.607 no Sul e 3.213 no Centro-Oeste. A análise descritiva foi realizada pelo R® e foram selecionadas variáveis do bloco de territorialização.
Resultados
Em 85,3% das UBS havia definição da área de abrangência, com percentuais mais baixos no Norte. Dessas, 90,1% tinham informações sobre a população da área, com mediana de 2.714 pessoas por equipe. Em 60,0%,eram aplicados critérios de risco para definir o número de pessoas cadastradas por equipe, com maior adesão no Norte e Nordeste. Em 66,4% das UBS havia diagnóstico do território, 48,5% com periodicidade anual. Apenas em 32,2% eram utilizados mapas inteligentes do território. Entre as UBS que realizavam o diagnóstico anual, 96,0% foi referido que esse processo orientava o planejamento das ações, mas apenas 48,9% referiram a participação comunitária, com pequena variação entre as regiões.
Conclusões/Considerações
Destaca-se a necessidade de ações da gestão local para garantir o fortalecimento dos espaços de participação comunitária; educação permanente dos profissionais de saúde na utilização de ferramentas para o conhecimento do território, com identificação dos equipamentos sociais, monitoramento e busca ativa de pessoas com condições de saúde prioritárias e ampliação de recursos de TICS para realização de mapas inteligentes.
ADOECIMENTO MENTAL ENTRE TRABALHADORES/AS DA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE: EVIDÊNCIAS DE UM MUNICÍPIO BAIANO
Pôster Eletrônico
1 UEFS
Apresentação/Introdução
O ambiente de trabalho na Atenção Básica à Saúde (ABS) apresenta inúmeros desafios que podem desencadear ou agravar Transtornos Mentais Comuns (TMC) entre os profissionais. Condições laborais precárias, desigualdades estruturais e sobrecarga emocional têm sido apontadas como determinantes psicossociais do adoecimento mental no trabalho em saúde .
Objetivos
Estimar a prevalência de Transtornos Mentais Comuns (TMC) em trabalhadores/as da ABS, e identificar o perfil sociodemográfico e ocupacional daqueles em adoecimento.
Metodologia
Trata-se de estudo transversal descritivo com base em dados da pesquisa “Vigilância e Monitoramento de Doenças Infecciosas entre Trabalhadores e Trabalhadoras do Setor Saúde na Bahia” (NEPI/UEFS). Com amostra probabilística (amostragem aleatória estratificada) de 652 trabalhadores da ABS de município baiano. Os dados foram coletados em 2019, com uso de questionário estruturado, incluindo o Self-Reporting Questionnaire SRQ-20, o qual foi utilizado para identificar os trabalhadores com suspeição de TMC. Para a caracterização dos indivíduos adoecidos foram analisadas as variáveis sociodemográficas e ocupacionais. Com uso de frequências simples e relativas.
Resultados
Estimou-se prevalência de 29% de TMC entre trabalhadores/as da ABS. Dentre estes, predomirama as mulheres ( 84%) e negros (pardos e pretos) (90,3%). A faixa etária predominante foi de 31 a 45 anos (47,3%), seguida de 46 a 60 anos (39,3%). Quanto ao nível de escolaridade, 62,9% possuem ensino superior completo. Em relação ao estado civil, 55,1% vivem sem companheiro(a) e 70,8% tinham filhos/as. Além disso, 47,6% tinham até 10 de tempo de serviço, 72,4% possuíam carga horária semanal de 21 a 40 horas, 30% eram vinculados por concurso municipal. Com maior número de casos entre os Agentes Comunitários de Saúde (32,6%), técnicos de enfermagem (14,6%), ACE (13,5%) e administrativos (10,1%).
Conclusões/Considerações
O adoecimento mental na ABS atinge majoritariamente mulheres, negros, profissionais de nível superior, dado tempo de serviço inferior há 10 anos e uma carga horaria de 21 a 40 horas, com alta prevalência entre ACS, técnicos e ACE. Os dados evidenciam a sobrecarga nas funções de cuidado. Esses achados reforçam a necessidade de intervenções efetivas de vigilância, promoção da saúde mental e valorização dos trabalhadores da ABS.
PROMOÇÃO DA SAÚDE E AÇÕES INTERSETORIAIS EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE: RESULTADOS DO CENSO NACIONAL, 2024
Pôster Eletrônico
1 ISC/UFBA
2 ISC/UFBS
3 ENSP/FIOCRUZ
4 CIDACS/FIOCRUZ
5 SAPS/Ministério da Saúde
6 CEE/FIOCRUZ
7 UFPEL
Apresentação/Introdução
A APS ocupa um papel protagonista no desenvolvimento de ações de promoção da saúde e de ações intersetoriais, sobretudo as relacionadas à estilos de vida saudáveis, segurança alimentar, promoção da cultura da paz, em seu território, em colaboração com outros equipamentos sociais e com a participação ativa da população mobilizada.
Objetivos
Caracterizar a oferta de ações de promoção da saúde e de ações intersetoriais realizadas pelas Unidades Básicas de Saúde segundo regiões geopolíticas do Brasil.
Metodologia
Os dados do Censo Nacional de UBS, iniciativa do Ministério da Saúde em parceria com o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde e colaboração da Rede de Pesquisa em APS/ABRASCO, foram obtidos pela auto-aplicação de um questionário eletrônico estruturado registrado na plataforma e-gestor AB do governo federal em 2024. A totalidade das UBS brasileiras aderiu ao Censo. Foram consideradas válidas as informações de 44.937 unidades, sendo 4.096 no Norte, 17.737 no Nordeste, 13.374 no Sudeste, 6.607 no Sul e 3.213 no Centro-Oeste. A análise descritiva foi realizada pelo R® selecionando-se variáveis do bloco de Promoção da Saúde.
Resultados
Verificou-se um baixo percentual na realização da maioria das ações de promoção da saúde pelas UBS. No país, das 11 ações elencadas, apenas duas alcançaram frequência relativa maior que 75%, as ações de promoção da saúde em escolas, creches e igrejas (78,5%), e a educação para promoção da alimentação adequada e saudável (75,9%), sendo o melhor desempenho observado na região Nordeste (83,2% e 83,6%). De modo oposto, a região Sul apresentou as menores frequências, 73,2% e 59,6%. A realização das demais ações variou de 15,4% (incentivo à organização de estratégias para segurança alimentar e nutricional do território) a 47,0% (comunicação em saúde por meio de mídias e redes sociais) no Brasil.
Conclusões/Considerações
A incipiente institucionalidade de práticas de promoção da saúde e ações intersetoriais nas UBS brasileiras compromete as possibilidades de intervenção sobre determinantes sociais, de modo a produzir saúde, em especial, quanto ao incentivo a práticas sustentadas, de base territorial e comunitária, para adoção de hábitos saudáveis e reforço à mobilização comunitária, que possam contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população.
INFRAESTRUTURA DE EQUIPAMENTOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM CONDIÇÕES DE USO E ACESSO À INTERNET - CENSO NACIONAL DAS UBS, 2024
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
2 Coordenação-Geral de Programação do Financiamento da Atenção Primária/ Secretaria de Atenção Primária à Saúde (CGFAP/SAPS)
3 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Apresentação/Introdução
As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) desempenhem um papel crescente na Atenção Primária à Saúde (APS), promovendo maior acesso, agilidade e qualidade nos serviços. Iniciativas focadas na infraestrutura de TIC fortalecem o Sistema Único de Saúde (SUS), ampliam a resolutividade e coordenação do cuidado.
Objetivos
Caracterizar a infraestrutura de equipamentos de tecnologia da informação e comunicação em condições de uso e o acesso à Internet nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Brasil por região geopolítica.
Metodologia
Estudo descritivo com dados do Censo Nacional das UBS de 2024, realizado por instrumento eletrônico na plataforma e-Gestor. Trata-se de um universo de 44.937 UBS brasileiras, distribuídas por região geopolítica: Norte (n=4.096), Nordeste (n=17.737), Sudeste (n=13.374), Sul (n=6.607), Centro-Oeste (n=3.213). Analisou-se a infraestrutura de TICS nas UBS relacionadas ao acesso à Internet e equipamentos de TICS em condições de uso, a saber: computador desktop (CPU, monitor, teclado e mouse); notebook; tablets; smartphone – celular institucional; impressora, TV.
Resultados
No Brasil 65,2% das UBS possuiam acesso à Internet adequado com maior prevalência no Sul (71,5%) e menor no Norte (49,6%). O Norte concentra a maior prevalência de UBS que não tem acesso à Internet ou que possui acesso de maneira inadequada, 16,8% e 33,6%, respectivamente. A infraestrutura de TIC nas UBS revela grandes desigualdades regionais. Com um total de 44.921 UBS brasileiras, o Sudeste lidera em computadores (10,54/UBS) e tablets (4,01/UBS), o Norte e o Nordeste registram os menores índices em quase todos os equipamentos. A média nacional por unidade é de 7,28 computadores, 0,72 notebooks, 3,71 tablets, 0,41 smartphones e 2,90 impressoras.
Conclusões/Considerações
Salienta-se as diferenças regionais na infraestrutura de equipamentos de TICs em condições de uso e acesso à Internet nas UBS do país. Deve-se fortalecer as políticas públicas que visam manter os investimentos em infraestrutura no âmbito do SUS e sua Rede de Atenção à Saúde, contribuindo para um fluxo contínuo de atendimento, com qualidade e acesso universal na APS.
QUEM SE PERCEBE MAIS COMPETENTE PARA O ACONSELHAMENTO SOBRE ATIVIDADE FÍSICA E COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE?
Pôster Eletrônico
1 UTFPR
2 UFPR
Apresentação/Introdução
O aconselhamento é uma estratégia fundamental para a promoção da atividade física (AF) e a redução do comportamento sedentário (CS) na Atenção Primária à Saúde (APS). No entanto, as diversas categorias profissionais que atendem os usuários podem apresentar disparidade na competência para o aconselhamento.
Objetivos
Testar a relação entre as categorias profissionais e a autopercepção de competência para o aconselhamento breve sobre AF e CS.
Metodologia
Estudo transversal, realizado em 2024, com 137 profissionais de 13 Unidades Básicas de Saúde de Fazenda Rio Grande-PR, por inquérito on-line. A amostra incluiu agentes comunitários de saúde (ACS), equipe de enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares), médicos, equipe de saúde bucal (cirurgiões-dentistas, técnicos e auxiliares), assistente social, farmacêutico e nutricionista. A autopercepção de competência para o aconselhamento AF e CS foi avaliada por questões sobre conhecimento, habilidade e atitude, gerando um escore padronizado (0-74 pts). Para análise dos dados utilizou ANOVA one-way e pós-teste de Bonferroni no SPSS v.20.
Resultados
O escore médio de competência foi de 40±13 pts. Médicos apresentaram escores superiores (55±2 pts.), comparado a equipe de enfermagem (42±2 pts.), aos ACS (37±1 pts.) e equipe de saúde bucal (26±4 pts.; p<0,001). Os ACS e a equipe de enfermagem apresentaram escores superiores de competência comparado a equipe de saúde bucal (p<0,05).
Conclusões/Considerações
Médicos apresentaram maior autopercepção de competência para o aconselhamento breve sobre AF e CS em relação as demais categorias. As diferenças encontradas podem direcionar ações formativas específicas às categorias profissionais atuantes na APS.
USO DE SERVIÇOS DE SAÚDE E RELAÇÃO ENTRE FADIGA APÓS A INFECÇÃO PELO SARS-COV-2 EM INDIVÍDUOS DO SUL DO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Rio Grande
2 Universidade Federal de Pelotas
Apresentação/Introdução
A fadiga é caracterizada como um dos principais sintomas da COVID longa, afetando diretamente a capacidade funcional e o bem-estar físico e mental. Essa problemática tem implicações diretas para os serviços de saúde, pois está associada ao aumento da demanda por cuidados. Assim, compreender essa associação é essencial para o planejamento da vigilância e reorganização das redes de atenção à saúde.
Objetivos
Investigar a associação entre fadiga crônica e o uso de serviços de saúde entre adultos e idosos após 6 a 10 meses da infecção por SARS-CoV-2.
Metodologia
Estudo transversal com dados do estudo SulCovid-19, realizado com indivíduos de Rio Grande, RS, que testaram positivo para COVID-19 (dezembro/2020 a março de 2021). Os desfechos foram: Serviços de emergência, neurologista, cardiologista, psiquiatra, psicólogo e fonoaudiólogo. A fadiga crônica foi avaliada utilizando a Escala de Fadiga de Michielsen em 2004. A fadiga crônica foi operacionalizada de forma dicotômica (≥ 23) e por quartis. As variáveis sexo, faixa etária, cor da pele e escolaridade foram utilizadas para ajuste. As análises ajustadas foram realizadas por regressão de Poisson com ajuste robusto de variância, por meio do software Stata 16.1.
Resultados
A prevalência de fadiga crônica foi de 14,6% (IC95%: 13,4–16,0). Na análise ajustada, indivíduos com fadiga crônica apresentaram maior probabilidade de utilizar serviços de emergência (RP 1,47; IC95%: 1,12–1,93), neurologista (RP 1,97; IC95%: 1,04–3,74), psiquiatra (RP 2,42; IC95%: 1,50–3,90) e fonoaudiólogo (RP 3,44; IC95%: 1,18–10,05). Quando analisada a fadiga em quartil, aqueles no quarto quartil apresentaram associação com serviços de emergência (RP= 2,10; IC95%: 1,47–2,99), neurologistas (RP=2,95; IC95%: 1,02–8,49) e psiquiatras (RP=3,64; IC95%: 1,67–7,96).
Conclusões/Considerações
Diferentes níveis de fadiga foram associados a padrões variados de utilização dos serviços, sugerindo uma relação dose–resposta. Estabelecer centros de atendimento para COVID longa, promover a educação em saúde e desenvolver diretrizes clínicas são ações fundamentais para melhorar o manejo, reduzir a sobrecarga dos serviços de emergência e garantir um cuidado individualizado.
NO ENCONTRO DAS ÁGUAS: EM BUSCA DO CUIDADO EQUÂNIME NO CONTEXTO DAS POPULAÇÕES RIBEIRINHAS
Pôster Eletrônico
1 FSP/USP
2 Ministério da Saúde
Apresentação/Introdução
A equipe saúde da família ribeirinha (eSFR) é um arranjo organizativo alternativo proposto para diminuir os constrangimentos do acesso evidenciado na população ribeirinha. A eSFR se ancora em um processo e organização do trabalho que a distingue das outras modalidades de equipes de saúde da Atenção Primária à Saúde (APS).
Objetivos
Analisar a organização do trabalho das eSFR da Amazônia Legal e da região Pantaneira
Metodologia
Este é um estudo transversal, de cunho quantitativo, realizado com base nos dados secundários do censo nacional das unidades básicas de saúde (UBS), de 2024. O instrumento utilizado consistiu em um questionário, cujo o preenchimento foi feito por profissionais lotados nas UBS dos municípios, através do site do e-gestor. A análise descritiva dos dados abrangeu questões relacionadas: a identificação da UBS, processo de trabalho, tecnologias digitais, oferta e o acesso a métodos diagnósticos e de tratamento na UBS. O recorte utilizado foi o da Amazônia Legal e da região Pantaneira com 782 municípios e 6972 UBS. Também foi feito o comparativo de estratos de UBS com e sem eSFR
Resultados
Evidenciou que 5% (n=352) das UBS respondentes possuíam eSFR; dessas a maioria (99,7%) estavam localizadas em estados que compõem a Amazônia Legal, com destaque para o Pará (45%) e Amazonas (34%). Observou-se que mais da metade (55,1%) das eSFR se deslocam da UBS para atender as áreas ribeirinhas com regularidade <14 dias/mês. O uso do prontuário eletrônico foi informado por apenas 46,6% (n=164), a dispensação de medicamentos foi frequente em UBS com ESFR (89,8%), a prescrição de medicamentos feita pela enfermagem foi comum para UBS com (92,3%) ou sem eSFR (88,1%). Em contrapartida a teleconsulta e a coleta de material para exames de análises clínicas foi ligeiramente maior em UBS sem eSFR.
Conclusões/Considerações
A eSFR tem uma lógica organizativa voltada a atender as populações das águas, que historicamente sofrem com dificuldades no acesso à saúde, principalmente na Amazônia, onde há maior concentração dessas equipes. Diante das diferenças observadas torna-se necessário a discussão sobre o aperfeiçoamento da organização das atividades das equipes e o provimento de recursos que fortaleçam e potencializem as práticas assistenciais.
FLUXOS DE FORMAÇÃO ENTRE AS PROFISSÕES APTAS ÀS EQUIPES MULTIPROFISSIONAIS DA APS
Pôster Eletrônico
1 UFMG
Apresentação/Introdução
Nas últimas décadas, a ampliação da formação em saúde no Brasil, gerou forte expansão da estrutura formativa das profissões aptas às equipes multiprofissionais da APS. Este estudo analisa os fluxos de formação dessas profissões entre 2010 e 2022, evidenciando desequilíbrios entre oferta, procura e conclusão dos cursos.
Objetivos
Analisar a estrutura e o desempenho formativo das profissões de saúde aptas às equipes multiprofissionais da APS, observando a evolução de cursos, vagas, ingressos, matrículas, concluintes, taxas de abandono e composição por sexo.
Metodologia
Trata-se de estudo descritivo com base em microdados do Censo da Educação Superior (INEP/MEC) de 2010 a 2022. Foram analisados cursos de graduação de 13 profissões aptas à atuação nas eMulti, considerando variáveis como número de cursos, vagas, ingressos, concluintes, taxas de abandono, preenchimento de vagas e razão de sexo entre concluintes. A categorização das instituições por setor (público, privado lucrativo e não lucrativo) permitiu observar desigualdades regionais e estruturais. Os indicadores foram organizados por curso e analisados longitudinalmente, com destaque para os fluxos formativos, composição sociodemográfica e tendências de desempenho do sistema formador.
Resultados
Houve crescimento expressivo na estrutura formativa, sustentado majoritariamente por instituições privadas lucrativas. Profissões como Fisioterapia, Nutrição, Educação Física e Serviço Social concentram o maior número de cursos e vagas. No entanto, desde 2012, observou-se queda na procura, aumento do abandono e baixa taxa de preenchimento de vagas em diversos cursos. A maioria dos cursos apresenta predomínio feminino entre os concluintes, à exceção da Educação Física, com maioria masculina. Mesmo com o declínio de desempenho, o número de formandos continuou em ascensão, evidenciando expansão quantitativa, ainda que com sinais de desequilíbrio qualitativo.
Conclusões/Considerações
A expansão da formação não foi acompanhada de mecanismos adequados de regulação e planejamento, gerando desequilíbrios entre oferta e demanda. Os dados revelam tensões entre crescimento, qualidade formativa e inserção profissional, especialmente em cursos sustentados pelo setor privado lucrativo. Recomenda-se o fortalecimento da regulação, políticas de apoio à permanência estudantil e integração entre formação e necessidades do SUS.
RELAÇÕES INTERPROFISSIONAIS EM EQUIPES DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: PROTOCOLO METODOLÓGICO PARA REVISÃO DE ESCOPO.
Pôster Eletrônico
1 IAM/FIOCRUZ-PE
2 RENASF/UFPB
3 RMSF SESAU RECIFE
4 NESC/IAM/FIOCRUZ
5 PPGSF/RENASF/UFPB
Apresentação/Introdução
A Estratégia Saúde da Família (ESF) adota o trabalho multiprofissional para um modelo de atenção alinhado ao SUS. A criação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), atual e-Multi, ampliou a atuação de categorias profissionais, fortalecendo o apoio matricial e a integração dos saberes. Contudo, são escassas sínteses sobre como se desenvolvem as relações interprofissionais na APS.
Objetivos
Mapear, por meio de revisão de escopo, as relações interprofissionais entre equipes de cuidado na APS, identificando conceitos, abordagens teóricas, práticas colaborativas e estratégias documentadas na literatura científica.
Metodologia
Trata-se de um protocolo de revisão de escopo estruturado e sistematizado de acordo com os princípios e diretrizes do Joanna Briggs Institute (JBI), bem como as diretrizes adaptadas dos Itens de Relatório Preferenciais para Revisões Sistemáticas e Meta-Análises – Extensão para Revisões de Escopo (PRISMA-ScR). O protocolo define a pergunta norteadora segundo o acrônimo PCC (população, conceito e contexto), critérios de elegibilidade, fontes de informação e estratégias de busca em bases de dados nacionais e internacionais, processo de seleção dos estudos, extração de dados e estudos selecionados e por fim, síntese dos resultados.
Resultados
O protocolo foi registrado em: https://osf.io/9bm5q/. A pergunta de pesquisa foi elaborada com base na estratégia PCC. Incluíram-se estudos de 2008 a 2024, em português, inglês e espanhol, que tratam de relações interprofissionais na APS. Excluíram-se duplicatas, literatura cinzenta, documentos oficiais, teses, revisões e textos sem resposta à pergunta. As bases utilizadas foram PubMed, LILACS e SciELO, com a estratégia: "equipes de assistência ao paciente" AND "relações interprofissionais" AND "atenção primária à saúde". A triagem foi feita no Rayyan. Os dados serão organizados com estatística simples e síntese descritiva por agrupamento temático.
Conclusões/Considerações
A construção do protocolo destaca a importância de uma etapa prévia rigorosa, com transparência e reprodutibilidade. A clareza conceitual sobre relação interprofissional foi essencial. O processo coletivo favoreceu a maturação das perguntas e critérios. O protocolo é ferramenta estratégica para revisões em saúde coletiva. Espera-se, ao final, uma síntese ampla e crítica da produção científica sobre o tema.
ESTIMATIVA DA COBERTURA DA TRIAGEM PARA RISCO DE INSEGURANÇA ALIMENTAR EM DOMICÍLIOS ATENDIDOS PELA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM ALAGOAS
Pôster Eletrônico
1 UFAL
Apresentação/Introdução
Alagoas apresentou o segundo pior IDHM (0,684) do Brasil em 2021. Em 2023, 13% dos domicílios do estado estavam em insegurança alimentar moderada/grave segundo a PNAD contínua. A Triagem de Risco de Insegurança Alimentar (TRIA) na Atenção Primária à Saúde (APS) pode contribuir para promoção da segurança alimentar, e conhecer a sua cobertura em Alagoas é estratégico para ampliar o seu uso.
Objetivos
Estimar a cobertura da TRIA na Atenção Primária à Saúde (APS) em Alagoas, com desagregação por macrorregiões e regiões de saúde e municípios, visando identificar territórios prioritários para ações formativas sobre a triagem.
Metodologia
Para o cálculo da estimativa de cobertura, adotou-se como numerador o quantitativo de domicílios avaliados pela TRIA, do Relatório Público Preliminar, com dados de novembro/2023 a janeiro/2025, e para o denominador, o quantitativo de domicílios por município, conforme o Censo 2022. Essas bases de dados foram unificadas usando o código do IBGE de cada município e a identificação das 10 regiões e as duas macrorregiões de saúde do estado foram adicionadas à base. Para investigar diferenças da cobertura entre as macrorregiões foi utilizado o teste t para comparação das médias de cobertura e teste exato de Fisher para comparações das categorias. O nível de significância adotado foi de 5% (p< 0,05).
Resultados
Todos os 102 municípios de Alagoas apresentam registro de domicílios avaliados pela TRIA, variando de 37 a 27.097 registros. A cobertura estimada dos municípios variou de 0,5% a 100%, com 21,6% (22) dos municípios com cobertura inferior à 25%, 45,1% (46), entre 25% e 50%, 19,6% (20), entre 50% e 75%, e 13,7% (14) dos municípios com cobertura da TRIA superior à 75%. Observou-se que a média da cobertura entre os municípios da 2ª macrorregião foi de 48,1%, enquanto os municípios da 1ª macrorregião apresentaram média de 38,1% (p=0,05). A 2ª macrorregião apresentou maior frequência de municípios com 75% ou mais de cobertura, 10,8% (11), que os municípios da 1ª macrorregião, 2,9% (3) (p<0,05).
Conclusões/Considerações
A estimativa de cobertura foi um indicador relevante para identificação de municípios e regiões de saúde que devem ser priorizados visando a ampliação da TRIA no estado de Alagoas, embora o indicador estimado apresente limitações, uma vez que as informações de domicílios da APS seriam mais assertivas e adequadas. Sua aplicação configura-se como uma estratégia viável para subsidiar a definição de territórios em ações de fortalecimento da triagem.
O GESTOR NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E A PERCEPÇÃO DO ENFERMEIRO
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Saúde e Bem Estar da Vitória
Apresentação/Introdução
No Sistema Único de Saúde, a Atenção Primária tem papel central de ordenadora do cuidado. A Enfermagem desempenha um papel fundamental, como a maior parte da força de trabalho e capacidade resolutiva (técnico-científica). Entre suas atribuições estão a gestão, o cuidado e a educação em saúde. Destacando ainda que a maioria das Unidades de Saúde tem a gestão sob responsabilidade de enfermeiros.
Objetivos
Conhecer e analisar o comportamento do enfermeiro e sua prática gerencial no contexto da Atenção Primária à Saúde
Considerar o panorama atual do trabalho do enfermeiro na atenção à saúde.
Metodologia
Esta revisão sistemática da literatura foi conduzida com o objetivo de identificar, analisar e sintetizar a produção científica relacionada à atuação da enfermagem na atenção primária à saúde voltada para o gerenciamento. Foram selecionadas as seguintes bases de dados eletrônicas para a busca dos artigos: SciELO (Scientific Electronic Library Online), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e Google Acadêmico. A busca foi realizada entre os meses de janeiro a junho de 2025. Foram utilizados os seguintes descritores “Gerentes”, “Enfermagem”, “Atenção Primária à Saúde”, como critérios de inclusão artigos publicados nos últimos 5 anos.
Resultados
A Atenção Primária à Saúde constitui o nível inicial e preferencial de acesso da população ao sistema de saúde, sendo estruturada por meio das equipes de Saúde da Família, formadas por médico de família, enfermeiro, técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde e outros profissionais especializados. A pesquisa evidencia fragilidades na estruturação das ações gerenciais e organizacionais, sobretudo no que se refere à linha de cuidado e à gestão de recursos humanos e materiais. Tais limitações reforçam os desafios enfrentados pelo enfermeiro no exercício de seu papel como gestor e tomador de decisões no território, diretamente ligado às necessidades de saúde dos usuários do SUS.
Conclusões/Considerações
A gestão na Atenção Primária à Saúde ainda enfrenta fragilidades decisórias que limitam a atuação plena da equipe, especialmente da enfermagem, no desenvolvimento de suas competências. Fortalecer o papel e a função gerencial dos enfermeiros nas unidades de saúde, com foco na cooperação, gestão e assistência integrada, é essencial para qualificar a atenção e garantir a efetividade das ações no território.
ATUAÇÃO DE ENFERMEIROS(AS) NO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA: PRÁTICAS E DESAFIOS NA PREVENÇÃO DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 UECE
2 UniVS
3 IDOMED
4 URCA
5 UFP
6 UFT
7 Thayza Miranda Pereira
8 MS
Apresentação/Introdução
A gravidez na adolescência é um desafio de saúde pública que demanda ações intersetoriais e educativas. No âmbito da Saúde Coletiva, o Programa Saúde na Escola (PSE) representa uma estratégia para promoção da saúde sexual e reprodutiva, no cenário da Atenção Primária à Saúde (APS) e educação. E a atuação dos(as) enfermeiros(as) na APS é essencial na implementação de ações junto aos(as) escolares.
Objetivos
Apresentar a atuação de enfermeiros(as) de Unidades Básicas de Saúde em ações de gravidez na adolescência no Programa Saúde na Escola.
Metodologia
rata-se de um estudo exploratório-descritivo, com abordagem qualitativa, realizado no município de Jaguaribe, Ceará, em junho de 2023. Participaram seis enfermeiros(as) de Unidades Básicas de Saúde do município que atuam no PSE, selecionados por conveniência. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas, com base em um roteiro previamente elaborado. As informações obtidas foram analisadas utilizando a técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin. O estudo foi aprovado no Comitê de Ética e Pesquisa e seguiu as diretrizes éticas estabelecidas pela Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, com aprovação prévia do Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados
Apesar de reconhecerem a relevância do PSE para enfrentar a gravidez na adolescência, os(as) enfermeiros(as) apontam em seus relatos limitações em sua efetividade devido a fatores como baixa adesão dos(as) adolescentes e espaços inadequados para atividades. Os(as) participantes da pesquisa citaram que estratégias como oficinas, rodas de conversa e atendimentos individuais são usadas, mas enfrentam desafios que comprometem o alcance das ações. Ainda assim, destacam o papel fundamental da participação dos pais para fortalecer a educação em saúde sexual e ampliar o engajamento dos(as) jovens escolares com estratégias mais sustentáveis nos territórios e menos pontuais.
Conclusões/Considerações
Enfermeiros(as) desempenham papel fundamental na promoção da saúde sexual e reprodutiva dos(as) escolares, por meio de ações educativas alinhadas à Saúde Coletiva. Contudo, enfrentam desafios como infraestrutura inadequada, baixa adesão de escolares e falta de educação permanente. Necessita-se investimentos e articulação entre saúde e educação para inclusão permanente do PSE no Projeto Político-Pedagógico, fortalecendo o protagonismo juvenil.
PAPEL DA APS NO RASTREAMENTO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO (CCU): PERSPECTIVAS DE MULHERES EM CONTEXTOS DE REMOTICIDADE
Pôster Eletrônico
1 UFBA
2 FIOCRUZ
3 UESC
Apresentação/Introdução
O rastreamento do câncer do colo do útero é ação essencial da APS, especialmente em regiões com alta incidência e barreiras de acesso, como municípios rurais remotos. Nesses territórios, a descontinuidade do cuidado, a escassez de profissionais e a fragilidade na coordenação da rede expõem os limites da APS frente às desigualdades estruturais.
Objetivos
Identificar, utilizando o câncer de colo do útero como condição traçadora, as facilidades e as dificuldades assistenciais vivenciadas por mulheres.
Metodologia
Estudo de caso com abordagem qualitativa, com dados advindos da pesquisa nacional “Atenção Primária à Saúde em Municípios Rurais Remotos no Brasil”. Os dados foram produzidos por meio de entrevistas semiestruturadas com 13 mulheres residentes em áreas urbanas e rurais de sete MRR localizados no semiárido da Bahia, Minas Gerais e Piauí. As participantes eram usuárias da APS e tiveram exame de Papanicolau alterado nos 12 meses que antecederam a geração de dados.
Resultados
As usuárias relataram facilidade no acesso ao exame citopatológico, com agilidade no agendamento e vínculo consolidado com os profissionais da UBS, especialmente ACS e enfermeiros. Estratégias como visitas domiciliares, grupos educativos e salas de espera fortaleceram o autocuidado e a adesão ao rastreamento. Contudo, persistem barreiras no acesso a exames especializados e ao ginecologista, com relatos de deslocamento por meios próprios e desembolso direto. Os ACS foram centrais no acompanhamento, superação de tabus e difusão de saberes.
Conclusões/Considerações
Apesar da capilaridade da APS e do acesso facilitado ao exame citopatológico, a fragmentação da linha de cuidado compromete a efetividade do rastreamento do CCU. A demora nos laudos e o difícil acesso ao especialista fragilizam a longitudinalidade. Nesse sentido, é fundamental reorganizar fluxos assistenciais e fortalecer a coordenação do cuidado para redução das iniquidades.
DESCRIÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE MÉDICOS DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS E DO PROGRAMA MÉDICOS PELO BRASIL SEGUNDO O ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL (IVS) DO IPEA
Pôster Eletrônico
1 UnB
Apresentação/Introdução
Os programas de provimento de médicos no Brasil, como o Mais Médicos (PMM) e o Médicos pelo Brasil (PMpB), visam suprir a carência de profissionais em áreas de difícil acesso e alta vulnerabilidade. O IVS, desenvolvido pelo IPEA, é um índice composto por subíndices que caracterizam a situação de vulnerabilidade social de um município, como infraestrutura urbana, capital humano, renda e trabalho.
Objetivos
Descrever a distribuição de médicos dos programas PMM e PMpB em municípios brasileiros, contrastando com os níveis de vulnerabilidade social definidos pelo IVS do IPEA.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo que utilizou dados secundários oficiais obtidos diretamente do Painel de Monitoramento dos Programas de Provimento da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) do Ministério da Saúde, atualizados em 07/05/2025. A análise foi realizada no programa Microsoft Excel, correlacionando a distribuição de médicos nos programas PMM e PMpB com os níveis de IVS dos municípios.
Resultados
Os dados revelam que, no PMM, 14,1% dos médicos atuam em municípios com IVS de muito alta vulnerabilidade, 16,1% em municípios de alta vulnerabilidade, 27% em média vulnerabilidade, 31,9% em baixa vulnerabilidade e 8,1% em municípios com IVS de muito baixa vulnerabilidade. Já no PMpB, 17,1% dos médicos estão alocados em áreas de muito alta vulnerabilidade, 26,0% em alta, 27,2% em média, 22,3% em baixa e 6,7% em municípios de muito baixa vulnerabilidade. No que se refere aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), o PMM contou com 2,8% dos profissionais e o PMpB com 0,8%. O total geral de médicos alocados foi de 21.298 no PMM e 3.726 no PMpB.
Conclusões/Considerações
Os dois programas de provimento concentram mais da metade dos médicos em municípios de vulnerabilidade média, baixa e muito baixa. Entre os municípios mais vulneráveis, o PMM tem proporcionalmente menos profissionais que o PMpB. O IVS não capta vulnerabilidades intramunicipais. Mesmo com maior cobertura em áreas vulneráveis, persistem iniquidades na alocação, exigindo superar desafios para distribuir médicos conforme prioridades.
PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS POR ENFERMEIROS DA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
A Atenção Primária à Saúde (APS) é o primeiro nível do Sistema Único de Saúde (SUS), desempenhando um papel central no acesso universal à saúde no Brasil. Entre as atribuições regulamentadas dos enfermeiros na APS, destaca-se a prescrição de medicamentos, uma prática respaldada pela legislação brasileira, mas que ainda gera debates e desafios no cená-rio nacional e internacional.
Objetivos
Identificar as evidências disponíveis, na literatura, sobre a prescrição de medicamentos por enfermeiros da Atenção Primária à Saúde.
Metodologia
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada em seis etapas, com a questão de pesquisa definida por meio do acrônimo PICO, a partir de lacunas empíricas observadas na atenção básica: "Quais são as evidências disponíveis, na literatura, sobre a prescrição de medicamentos por enfermeiros da Atenção Primária à Saúde (APS)?". A busca ocorreu nas bases Biblioteca Virtual em Saúde e SciELO, com descritores controlados combinados por “AND” e “OR”. Os critérios de inclusão foram: publicações dos últimos 10 anos, textos completos online em português, inglês ou espanhol. Foram excluídos estudos de revisão, resumos, cartas ao editor e literatura cinzenta.
Resultados
Foram incluídos 12 artigos nesta revisão integrativa, caracterizados e analisados com o objetivo de identificar semelhanças e diferenças quanto à autonomia prescritiva dos enfermeiros graduados em diferentes países. Apesar das diversidades normativas sobre o exercício da enfermagem no cenário internacional, é imprescindível que esses profissionais atuem com segurança e possuam conhecimento farmacológico aprofundado para o exercício da prescrição. Enquanto em alguns contextos observa-se uma atuação autônoma consolidada, em outras realidades ainda há carência de regulamentação legal que respalde e normatize adequadamente a prática prescritiva dos enfermeiros na Atenção Primária à Saúde.
Conclusões/Considerações
Cada território possui legislação própria e adota requisitos formativos específicos para que ocorra a prescrição de medicamentos por enfermeiros. Ademais percebe-se uma consonância sobre a importância dessa prática, como maneira de lograr acesso e garantir a efetivação da assistência em saúde.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS TRABALHADORES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA COM LESÕES POR ESFORÇO REPETITIVO EM JEQUIÉ-BA, 2024
Pôster Eletrônico
1 UESB
Apresentação/Introdução
As lesões por esforço repetitivo e os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT) representam uma das principais patologias que acometem os trabalhadores. Os profissionais da saúde devido à natureza da sua ocupação, realizam técnicas as quais aumentam a predisposição a essas lesões, que além de impactar em sua qualidade de vida, pode prejudicar a oferta do serviço de saúde.
Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico dos profissionais acometidos com lesões por esforço repetitivo na atenção primária à saúde, do município de Jequié-Bahia no ano de 2024.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, que faz parte do projeto maior intitulado “Impactos ocupacionais, econômicos e de saúde dos acidentes de trabalho em trabalhadores da atenção primária à saúde”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, n° CAAE: 98472718.2.0000.0055. O estudo foi realizado com 737 trabalhadores que atuam na atenção primária à saúde no município de Jequié-Ba, no ano de 2024. Os dados foram analisados utilizando o STATA ® (versão 12), sendo empregada uma análise univariada, e os resultados apresentados por meio de valores relativos.
Resultados
Dos 737 trabalhadores, a maioria era de mulheres (78,2%), pardos (58,5%), com idade de 41 a 60 anos (54,1%), nível de escolaridade técnico (30,2%), possuíam companheiros (60,9%), agentes comunitários de saúde (57,6%) e com renda de 1 a 2 salários mínimos (36,3%). A prevalência de LER/DORT foi de 6,1%, sendo mais acometido o sexo feminino (7,1%), negros (7,6%), idade igual ou maior que 60 anos (14,8%), individuos que possuem ensino médio (8,1%), que possuem companheiro (6,7%), auxiliar de enfermagem (16,6%), e renda de 1 a 2 salários mínimos (7,2%). As profissões que mais apresentaram diagnóstico para essa condição foram os agentes comunitários (37,7%) e os técnicos em enfermagem (22,2%).
Conclusões/Considerações
A maior prevalência de LER/DORT ocorreram em mulheres, negras, idosas, com ensino médio, que têm companheiro, auxiliares de enfermagem e renda de 1 a 2 salários mínimos. Conclui-se que mitigar os impactos da LER/DORT é crucial. Ações preventivas de ergonomia e saúde ocupacional, além de políticas públicas para melhores condições de trabalho e suporte são essenciais, garantindo a continuidade e qualidade dos serviços de saúde para a população.
AVALIAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DA PLANIFICAÇÃO DA APS E SUA INTEGRAÇÃO COM A AE EM UMA MACRORREGIÃO DE SAÚDE DO SERTÃO DE PERNAMBUCO
Pôster Eletrônico
1 Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP)
2 Associação Umane
Apresentação/Introdução
A Planificação da Atenção à Saúde propõe reorganizar a Atenção Primária à Saúde (APS) e integrá-la à Atenção Especializada (AE), promovendo redes mais resolutivas e coordenadas. Sua implementação demanda mudanças nos processos de trabalho, formação das equipes e articulação interinstitucional, especialmente em regiões com desafios estruturais.
Objetivos
Avaliar a implementação do projeto da Planificação da Atenção à Saúde, identificando fatores facilitadores/dificultadores, mudanças na APS/AE, percepções dos trabalhadores e efeitos sobre o cuidado.
Metodologia
Estudo avaliativo de abordagem quantitativa, realizado na Macrorregião de Saúde Sertão/PE. Foi aplicado survey online a trabalhadores da APS e AE, com dados gerenciados via REDCap. Inclui questões sobre o perfil dos participantes; processos de trabalho da APS (acesso, acolhimento, estratificação, bloco de horas); Integração assistencial APS-AE (acesso, fluxos, comunicação). Foram realizadas análises descritivas. Aspectos éticos foram aprovados pelo CEP da FSP/USP. Até maio de 2025, duas ondas de survey foram realizadas com 1.889 e 1.318 participantes, respectivamente.
Resultados
Responderam ao survey 1.318 profissionais. Destes 79,4% conheciam o projeto e 51,4% participaram de ≥3 oficinas. Foram identificadas mudanças nos processos da APS: 91,6% relataram estratificação de risco de idosos, 75,3% iniciaram ou concluíram a implantação do bloco de horas e 82,6% adotaram fluxogramas. A maioria percebeu efeitos positivos nas rotinas. Médias de concordância ≥4,0 indicam boa avaliação do acolhimento, ambiência, acesso e organização do cuidado. Contudo, persistem dificuldades na comunicação com a AE: apenas 39,8% relataram receber informações da AE, e médias entre 3,3 e 3,8 indicam fragilidades na devolutiva e articulação entre os níveis.
Conclusões/Considerações
Os resultados evidenciam avanços na organização do trabalho na APS e maior integração com a AE, embora persistam desafios na comunicação entre os níveis de atenção. A Planificação mostrou potencial de transformação das práticas, mas demanda continuidade do apoio institucional, participação ativa dos profissionais e adequação dos fluxos interinstitucionais para consolidação da rede.
AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE E AS DUAS DÉCADAS DA POLÍTICA DE ATENÇÃO PRIMÀRIA
Pôster Eletrônico
1 ECoS/UnB
Apresentação/Introdução
Os Agentes Comunitários de Saúde são indispensáveis na Atenção Primária à Saúde, atuando como elo entre serviços e comunidades, conforme diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB). Este estudo investiga o perfil sociodemográfico, formação e condições de trabalho dos ACS, em comemoração aos 20 anos da política, destacando avanços e desafios para o fortalecimento da APS no SUS.
Objetivos
Analisar o perfil sociodemográfico, os processos formativos e as condições de trabalho dos ACS no Brasil, à luz dos 20 anos da PNAB, destacando os avanços, desafios e implicações para o fortalecimento da atenção primária e o reconhecimento dos ACS.
Metodologia
O estudo possui uma abordagem quantitativa, que se propõe investigar, descrever e analisar o perfil sociodemográfico, a formação e as condições de trabalho dos agentes, refletindo os avanços e desafios da PNAB ao longo de seus 20 anos. A linha metodológica desta investigação está associada ao projeto matriz “Um estudo multicêntrico sobre as práticas dos ACS e dos ACE no Brasil”. Os dados foram coletados utilizando questionário online no REDCap, com variáveis dos blocos de perfil sociodemográfico, formação profissional e condições de trabalho. A análise utilizou estatística descritiva, com frequências absolutas e relativas. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados
O estudo com 7.435 ACS revelou predominância de mulheres (79%), majoritariamente negras 72% pardas e pretas, com média de idade de 44 anos, e 99% residindo no município de atuação. A escolaridade mais comum é ensino médio completo (41%). Em relação à formação, 44% dos agentes tiveram o último curso de atualização há mais de 4 anos e 9% nunca receberam treinamento introdutório. Apenas 39% dos municípios oferecem curso técnico com carga horária mínima de 1.200 horas. As áreas de maior necessidade de treinamento são adolescentes (52,5%), idosos (52%) e saúde mental (50%). Quanto às condições de trabalho, 94% cumprem 40 horas semanais, e a maioria (46%) considera as condições na UBS regulares.
Conclusões/Considerações
Os ACS são pilares da APS, mas enfrentam desafios de descontinuidade da educação permanente e a baixa institucionalização da valorização de seu protagonismo. Lacunas, como a falta de treinamento em comunicação em saúde, comprometem a capacidade de mitigar a desinformação. O estudo, embora robusto em dados quantitativos, sugere a necessidade de futuras pesquisas para aprofundar a compreensão das vivências e estratégias dos ACS.
PERCEPÇÃO DE TRABALHO EXCESSIVO ENTRE PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UESB
Apresentação/Introdução
A atenção primária à saúde, por ser a principal porta de entrada da população para o Sistema Único de Saúde, conta com uma equipe multiprofissional que tem por objetivo de garantir a promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação da população, no entanto, para realizar tal ato, geralmente acabam sendo submetidos a diversas condições adversas do trabalho, incluindo a sobrecarga.
Objetivos
Analisar a relação entre carga horária, turnos de trabalho e a percepção de trabalho excessivo entre profissionais da Atenção Primária à Saúde em Jequié-BA no ano de 2024.
Metodologia
Estudo transversal derivado do projeto: “Impactos ocupacionais, econômicos e de saúde dos acidentes de trabalho em trabalhadores da atenção primária à saúde”, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (CAAE: 98472718.2.0000.0055), realizado no ano de 2024, na cidade de Jequié-BA. Coletaram-se dados referentes ao cargo, carga horária semanal, turnos de trabalho e percepção de trabalho excessivo através de um questionário adaptado do Job Content Questionnaire (JCQ), avaliado pela escala Likert de 4 pontos. Os dados foram analisados no STATA® (versão 12.0), empregando a análise bivariada, com resultados expressos em valores relativos.
Resultados
A amostra contou com a participação de 638 participantes, em que 51,7% dos trabalhadores relataram trabalho em demasia. Destes, 26,3% foram agentes comunitários de saúde, onde 50,6% relataram realizar laboração excessiva; 11,3% foram os técnicos de enfermagem onde 51,4% relataram o excesso de trabalho; e 8,6% eram enfermeiros, destes 43,6% referiram sobrecarga de trabalho. Entre as mulheres, que compreendem a amostra (80,4%), 52,1% reportaram sobrecarga em comparação a 50,0% dos homens. A jornada de 40 horas semanais foi dominante (79,5%) e destes profissionais, 51,4% afirmam trabalho excessivo. A maioria dos servidores (87,6%) atuam em turno integral e 50,8% manifestam trabalho em excesso.
Conclusões/Considerações
Embora haja padronização de jornadas e turnos de trabalho para a maioria, a percepção de excesso laboral é significativa, especialmente entre mulheres, agentes comunitários de saúde e técnicos de enfermagem. Melhorias nas condições ocupacionais e no suporte entre equipes podem reduzir a sobrecarga, promovendo maior bem-estar e eficiência no serviço dos profissionais da atenção primária à saúde.
TRANSMISSIBILIDADE ULTRASSÔNICA DE FORMULAÇÕES TÓPICAS NA FONOFORESE: ANÁLISE EXPERIMENTAL E IMPLICAÇÕES PARA A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Universidade de Brasília - UnB
2 Universidade Federal de Jataí - UFJ
3 Universidade de São Paulo - USP
Apresentação/Introdução
Feridas crônicas impõem desafios à Atenção Primária à Saúde (APS), exigindo estratégias terapêuticas eficazes e acessíveis. A fonoforese surge como tecnologia promissora, mas a eficácia da transmissão ultrassônica de alguns medicamentos tópicos, utilizados na prática clínica, ainda é pouco conhecida. Este estudo buscou preencher essa lacuna por meio de análise experimental.
Objetivos
Analisar a transmissibilidade ultrassônica de formulações tópicas utilizadas em fonoforese e contextualizar sua aplicabilidade terapêutica e custo-efetividade no cuidado de feridas crônicas na APS.
Metodologia
Estudo experimental laboratorial com quantificação da condução de energia ultrassônica de cinco meios de acoplamento: água, creme de sulfadiazina de prata 1%, creme e gel de SDZ 1% + nitrato de cério 0,4%, e pomada de colagenase. Foram utilizados os aparelhos UST (ultrassom terapêutico) e LIPUS (Low-Intensity Pulsed Ultrasound), com aferição da potência via balança de radiação acústica. Como abordagem complementar, foi conduzida revisão narrativa da literatura brasileira (2020-2025) sobre custo e efetividade de terapias aplicadas ao tratamento de feridas crônicas no Sistema Único de Saúde (SUS).
Resultados
As formulações em creme e pomada apresentaram transmissibilidade ultrassônica baixa ou nula. Por outro lado, o gel de sulfadiazina de prata 1% + nitrato de cério 0,4% demonstrou desempenho superior, com transmissibilidade moderada (entre 45% e 56%) ao ser submetido à análise com UST operando em frequência de 3 MHz. A revisão narrativa reforçou que tecnologias como a fonoforese, embora com custo unitário mais elevado, podem ser mais custo-efetivas a longo prazo, ao reduzir o tempo de cicatrização e o número de atendimentos necessários na APS.
Conclusões/Considerações
A fonoforese com formulações em gel configura-se como alternativa viável para o tratamento de feridas crônicas na APS, aliando eficácia terapêutica e custo-efetividade. Os achados oferecem subsídios para desenvolvimento de protocolos clínicos baseados em evidências, otimizando o cuidado e promovendo a sustentabilidade do SUS.
ALÉM DO CONSULTÓRIO: MAPEANDO A PRODUTIVIDADE DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE FISIOTERAPIA NA SAÚDE COLETIVA, DA PUC MINAS BETIM/MG, NOS ÚLTIMOS 9 ANOS
Pôster Eletrônico
1 PUC Minas
Apresentação/Introdução
A Fisioterapia desempenha papel fundamental na atenção básica à saúde, atuando nas mais diversas modalidades de atendimento. Compreender como os diferentes modelos de atendimento fisioterapêutico se distribuem e se efetivam na atenção básica, podem subsidiar gestores e profissionais com informações estratégicas.
Objetivos
Avaliar a distribuição e a produtividade dos atendimentos fisioterapêuticos nas diferentes modalidades (individual, em grupo e domiciliar) em duas unidades básicas de saúde de Betim/MG.
Metodologia
A cidade de Betim está localizada na região metropolitana de Belo Horizonte, possui uma rede assistencial composta por 40 Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS) e o curso de fisioterapia da PUC Minas Betim realiza atividades de estágio em duas delas: Bueno Franco e Angola. Todas as atividades do estágio foram registradas em fichas de produtividade, desenvolvidas pelas professoras da disciplina: atendimentos individuais, visitas domiciliares, grupos assistenciais, reuniões de matriciamento, ações educativas no território e painéis informativos. Os dados apresentados aqui são referentes ao período de 2016 a 2024.
Resultados
No total foram realizados 3.743 atendimentos individuais, 1.684 visitas domiciliares e 18 painéis informativos com temas diversos. Os grupos assistenciais tiveram 935 encontros e 5.878 participantes. Foram realizadas 139 ações educativas no território das respectivas UAPS, com a participação de 3.759 usuários. Os alunos do estágio também participaram de 107 reuniões de matriciamento da equipe de saúde. Durante o primeiro semestre de 2020, início da pandemia, o estágio teve todas as suas atividades presenciais suspensas. Mas nesse período, foram realizados 294 teleatendimentos para o acompanhamento dos usuários.
Conclusões/Considerações
A atuação do fisioterapeuta na atenção básica se mostra ampla e diversificada, envolvendo desde atendimentos individuais até ações coletivas com grande alcance à população. Os dados evidenciam o papel estratégico desse profissional nas UAPS, especialmente por meio dos grupos assistenciais e ações educativas, que potencializam o acesso, a promoção da saúde e a prevenção de agravos.
VIABILIDADE E DESAFIOS DO RASTREIO DE TRANSTORNOS ALIMENTARES EM ADOLESCENTES E ADULTOS USUÁRIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Pôster Eletrônico
1 Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde, Escola de Nutrição, Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, Brasil.
2 Departamento de Ciência da Nutrição, Escola de Nutrição, Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, Brasil
3 Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde (CIDACS/Fiocruz – NIH – Harvard), Salvador, Brasil
4 Escola de Nutrição, Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, 40110-907, Brasil
5 Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, Salvador, Brasil
6 Departamento de Nutrição, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, Brasília, Brasil.
7 Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde (CIDACS/Fiocruz – NIH – Harvard), Salvador, Brasil.
8 Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde, Escola de Nutrição, Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, Brasil
Apresentação/Introdução
Os transtornos alimentares (TA) são doenças psiquiátricas graves que afetam milhões de pessoas no mundo. A detecção precoce é fundamental para prevenir complicações e mortes. A Atenção Primária à Saúde (APS), como a principal porta de entrada do sistema de saúde, é estratégica para o rastreio, a escuta qualificada e o encaminhamento adequado de pessoas com sintomas de TA.
Objetivos
Avaliar a viabilidade das estratégias de rastreio de TA na atenção primária, considerando aceitação pelos pacientes, identificação de casos, ações da equipe, percepções/experiências, bem como barreiras e facilitadores durante a implementação.
Metodologia
Trata-se de uma revisão de escopo que seguiu as diretrizes do PRISMA-ScR, com protocolo registrado na Open Science Framework. Incluíram-se estudos sobre estratégias de rastreio de TA na atenção primária à saúde, com adolescentes, adultos e/ou profissionais de saúde. A busca foi realizada nas bases MEDLINE/PubMed, Embase, LILACS, CINAHL, Web of Science e PsycINFO, além da literatura cinzenta (ProQuest e Google Scholar), busca manual e consulta a especialistas. A seleção e extração dos dados foram realizadas por pares, de forma independente. Os resultados foram organizados de forma narrativa, com tabelas e figuras, e os dados qualitativos analisados por categorização temática.
Resultados
Dos 2977 registros, após seleção, foram incluídos 50 estudos relatados em 52 artigos. A aceitação do rastreio através de instrumentos variou de 14,1% (SDE) a 100% (EDE-Q e SCOFF), e a identificação de casos, de 0,2% (EDE-Q em gestantes) a 55,4% (SCOFF em adolescentes e adultos). Após o rastreio, a maioria dos profissionais realizou entrevistas ou encaminhamentos de casos potenciais. A percepção sobre o rastreio e os instrumentos foi majoritariamente positiva. A proporção de profissionais que realizaram o rastreio oscilou entre 12,1% e 43%. As principais barreiras foram tempo, conhecimento limitado e dificuldades no encaminhamento; o uso de instrumentos validados foi o principal facilitador.
Conclusões/Considerações
As estratégias de rastreio de TA na atenção primária demonstraram ser viáveis e bem aceitas pelos profissionais. Contudo, persistem barreiras como a limitação do tempo e falta de capacitação. O uso de instrumentos validados facilita a implementação do rastreio, destacando a necessidade de investimentos em formação profissional e apoio institucional para ampliar e qualificar o rastreio na atenção primária.
POVOS CIGANOS E O DIREITO À SAÚDE: DESAFIOS E POSSIBILIDADES NA AVALIAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA COM USO DO PCATOOL EM MUNICÍPIOS DA REGIÃO CENTRAL DE GOIÁS
Pôster Eletrônico
1 UFJ
2 UFG
Apresentação/Introdução
A Atenção Primária à Saúde (APS), enquanto estratégia prioritária do SUS, deve assegurar o cuidado integral e o acesso equitativo a todos os grupos sociais, especialmente àqueles em situação de vulnerabilidade. Contudo, os povos ciganos seguem enfrentando múltiplas barreiras para acessar os serviços de saúde, como discriminação institucional e invisibilidade nos cadastros públicos.
Objetivos
Esta pesquisa, em fase de coleta de dados, integra um projeto de doutorado vinculado à região central do estado de Goiás e busca avaliar a qualidade da APS sob a ótica dos povos ciganos, utilizando o instrumento PCATool adaptado a essa população.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, transversal e de abordagem quantitativa, com amostra estimada de 415 pessoas autodeclaradas ciganas, distribuídas proporcionalmente em 11 municípios da região central de Goiás. As entrevistas estão sendo conduzidas presencialmente, com apoio de lideranças locais, respeitando os contextos culturais e territoriais. Utiliza-se o PCATool adaptado, e os dados serão analisados no SPSS. A pesquisa segue os princípios éticos e prevê devolutiva às comunidades.
Resultados
A coleta tem revelado desafios significativos de acesso físico e institucional às comunidades, exigindo estratégias de mediação cultural, adaptação da linguagem e construção de vínculos. A pesquisa encontra-se em fase de coleta de dados, com participação expressiva da população cigana nos municípios priorizados. Observa-se, preliminarmente, dificuldades no acesso aos serviços de saúde, além de relatos de discriminação e ausência de ações específicas da APS. A escuta tem evidenciado fragilidades nos atributos de acesso e integralidade. A articulação com lideranças locais tem sido essencial para o acolhimento e viabilização das entrevistas.
Conclusões/Considerações
Os dados parciais evidenciam desigualdades persistentes no acesso dos povos ciganos à atenção primária. A escuta qualificada revela barreiras estruturais, simbólicas e culturais que limitam o cuidado integral. A inclusão ativa das comunidades na construção das políticas de saúde é fundamental para a promoção da equidade.
ANALISE DAS PRINCIPAIS CAUSAS DE INTERNAÇÃO POR CONDIÇÕES SENSÍVEL A ATENÇÃO BÁSICA
Pôster Eletrônico
1 SES-PE
2 ESPPE
3 UPE
Apresentação/Introdução
Apesar da APS apresentar capacidade de resolver a maior parte dos problemas de saúde, ainda é comum ver pacientes buscando os serviços hospitalares por condições de saúde tratáveis na Equipe de Saúde da Família - ESF, ou que decorrem de agravos que não tiveram o acompanhamento adequado. Esse movimento acontece principalmente pela falta de efetividade dos serviços de atenção primária.
Objetivos
Conhecer as frente a literatura as condições sensíveis à atenção primária mais frequentes.
Metodologia
Trata se de um estudo de revisão bibliográfica da literatura, realizado no mês de setembro de 2024. A busca dos artigos foi realizada por meio da base de dados, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) (Scielo, Lilacs e Medline) utilizando as expressões de busca: Atenção Primária à Saúde and Internação Hospitalar e Atenção Primária à Saúde and Internação Hospitalar and Qualidade de Assistência à Saúde, como critérios de busca considerou os artigos com texto completo disponível, publicados entre os anos de 2018 a setembro de 2023. Foram selecionados apenas os trabalhos que estivem na temática de internações por condições sensíveis a atenção primária e excluídos os títulos repetidos.
Resultados
A busca obteve-se 87 artigos, retirados os títulos repetidos e aplicado os critérios de exclusão o banco obteve 09 artigos. A análise observou-se que as gastroenterites apresentaram maior frequência estando entre as causas principais, citada em 07 artigos, e em 3 deles como a causa principal, este achado tem correlação a uma maior vulnerabilidade social. As doenças do trato urinário foi a segunda mais frequente, estando presente em 5 artigos e aparecendo como a principal causa em 3, o agravo maior incidência em mulheres. Doenças relacionados com síndromes respiratórias estiveram presentes em 3 artigos, os estudos afirmam que esses dados são vinculados principalmente as questões climáticas.
Conclusões/Considerações
Haja visto que as gastroenterites apresentaram maior causa de internações, reforçam que a atenção primaria a saúde é capaz de identificar os casos de gastroenterites e possui capacidade de resolução via terapia de reidratação oral e vacinação contra o rotavírus em menores de 1 ano.
RESILIÊNCIA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE FRENTE À VIOLÊNCIA URBANA: PERCEPÇÕES DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM RECIFE-PE
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ/PE
2 FIOCRUZ/CE
Apresentação/Introdução
A violência urbana constitui um desafio persistente para os serviços de Atenção Primária à Saúde (APS), especialmente em territórios vulnerabilizados. Em Recife, essa realidade afeta diretamente os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), comprometendo sua saúde, segurança e processo de trabalho, sobretudo após a pandemia da COVID-19.
Objetivos
Investigar a resiliência na APS frente à violência urbana, sob a perspectiva dos ACS de Recife, analisando percepções, impactos na saúde mental e na qualidade de vida, com ênfase nas interseccionalidades de gênero e raça/etnia.
Metodologia
Estudo observacional, transversal, descritivo-analítico, com abordagem quantitativa, realizado com ACS vinculados à Estratégia Saúde da Família (ESF) em Recife. A amostra foi composta por 320 profissionais, selecionados por amostragem aleatória simples. Utilizou-se questionário estruturado com seções sobre dados sociodemográficos, percepção da violência, impactos da COVID-19, qualidade de vida (WHOQOL-BREF), saúde mental (SRQ-20), suporte social (MSPSS), autoeficácia (EAEG-Brasil) e percepção da resiliência dos sistemas de saúde. A análise será descritiva e inferencial, com enfoque na interseccionalidade de gênero e raça/etnia.
Resultados
Dados preliminares revelam que a maioria dos ACS entrevistados em Recife são mulheres negras, residentes e atuantes em territórios marcados por violência estrutural e comunitária. Os profissionais relataram recorrente exposição à violência verbal, física e simbólica, agravada pós pandemia. Houve associação entre alta percepção de violência no território e sofrimento psíquico, afetando o vínculo com a comunidade e a motivação para o trabalho. A insegurança, o medo e a ausência de apoio institucional foram elementos recorrentes. A percepção de resiliência do sistema foi considerada limitada, especialmente no que se refere à proteção dos trabalhadores e apoio psicossocial.
Conclusões/Considerações
A violência urbana representa um fator crítico para a resiliência da APS em Recife. O impacto sobre os ACS demanda ações intersetoriais de proteção e cuidado, com valorização do trabalho nos territórios vulneráveis. Os achados reforçam a importância de políticas públicas que incorporem a perspectiva interseccional e promovam ambientes de trabalho seguros e sustentáveis na atenção primária.
CENSO NACIONAL DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE E AS ESTRATÉGIAS DE AMPLIAÇÃO DA COBERTURA VACINAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde
Apresentação/Introdução
A vacinação na Atenção Primária à Saúde (APS) é prioritária na prevenção de doenças imunopreveníveis e na redução da morbimortalidade. A busca ativa de não vacinados é estratégica para ampliar a cobertura vacinal, fortalecer a vigilância em saúde e garantir acesso equitativo, oportuno e universal às imunizações no território.
Objetivos
Apresentar os resultados do Censo Nacional das Unidades Básicas de Saúde (UBS) de 2024, quanto às estratégias para incentivo da vacinação utilizadas pelas UBS no Brasil.
Metodologia
O Censo Nacional das Unidades Básicas de Saúde (UBS), realizado de junho a setembro de 2024, foi coordenado pelo Ministério da Saúde, em parceria com CONASS, CONASEMS e apoio da Rede de Pesquisa em APS da ABRASCO. A coleta foi feita via autoaplicação de questionário eletrônico respondido pelos profissionais das UBS. Participaram 44.938 UBS: Norte (4.096), Nordeste (17.737), Sudeste (13.375), Sul (6.607) e Centro-Oeste (3.213). As questões selecionadas para análise abordaram quais foram as estratégias utilizadas pelas equipes para incentivar a vacinação nos últimos 12 meses na UBS, se é realizada busca ativa de crianças para vacinação e ações de vacinação no domicílio para pessoas acamadas.
Resultados
Dentre as estratégias para incentivo da vacinação utilizada pelas UBS do país nos últimos 12 meses, observa-se que as mais frequentes são: busca ativa pelos ACS (91,1%), vacinação domiciliar (88,5%) e campanhas de multivacinação (87,5%), vacinação nas escolas (81,1%), dia de vacinação na UBS no final de semana (66,8%) e ações comunitárias de educação em saúde (65,6%). Destaca-se que 91,6% as UBS do país relatam realizar a busca ativa de crianças com calendário vacinal atrasado e 93,2% a vacinação de pessoas acamadas no domicílio. As estratégias menos frequentes são: drive-thru (9,2%), postos volantes em áreas de grande circulação (19,3%) e postos volantes em área rural (31,0%).
Conclusões/Considerações
Os dados do Censo das UBS evidenciam a utilização de estratégias ativas e integradas ao território para o incentivo da vacinação. A ampla adoção de ações como a busca ativa e vacinação domiciliar reforça o papel da APS na garantia do acesso universal e condução de uma das mais relevantes e consolidadas intervenções em saúde pública, sendo essencial o fortalecimento dessas práticas para ampliar a cobertura vacinal no país.
REINTERNAÇÕES HOSPITALARES POR CSAP EM IDOSOS NO BRASIL (2001–2014): EVIDÊNCIAS PARA O APRIMORAMENTO DAS POLÍTICAS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFMG
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional e o aumento das doenças crônicas elevam a demanda por internações hospitalares entre idosos, muitas das quais evitáveis. As Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) podem indicar falhas na Atenção Primária à Saúde (APS). Assim, a reinternação por CSAP seria um agravante, pelas repetidas internações por causas que deveriam ser atendidas pela APS.
Objetivos
Estimar as frequências absoluta e relativa de reinternação hospitalar de idosos por condições sensíveis à atenção primária à saúde (CSAP) no Sistema Único de Saúde de 2001 a 2014.
Metodologia
Estudo de coorte retrospectiva utilizando dados secundários de pacientes idosos internados pelo SUS com diagnóstico primário da Lista Brasileira de CSAP, internados entre 01/01/2000 e 30/06/2014. Foram incluídos os pacientes com idade entre 60 e 79 anos. O desfecho reinternação foi definido como uma nova internação por CSAP em até 30 dias após a alta hospitalar. O seguimento foi dividido em dois períodos de comparação: até 2007 e após 2007, tendo como referência o ano de publicação da Portaria nº 221, de 17/04/2008, que definiu a Lista Brasileira de ICSAP. Foram calculadas as taxas de pacientes internados e reinternados por 100 mil habitantes. Análises foram feitas no software R (4.4.3).
Resultados
A taxa de pacientes internados por CSAP apresentou tendência de redução ao longo do período, sendo que após 2007 a média da taxa foi inferior (2,6 por 100 mil habitantes) à média do primeiro período (3,5 por 100 mil habitantes). A taxa de pacientes reinternados apresentou comportamento contrário, com tendência de crescimento, sendo a média até 2007 de 8,0 por 100 mil habitantes e a partir de 2008 de 9,3 por 100 mil habitantes. O ano de 2014 apresentou a maior taxa de pacientes reinternados (11,6 por 100 mil habitantes) e 2004 a menor (7,1 por 100 mil habitantes). A taxa de reinternação mostrou estabilidade até 2007 e crescimento a partir de 2008.
Conclusões/Considerações
Após a publicação da Portaria nº 221/2008, observou-se uma tendência de redução nas taxas de internação por CSAP, ensejando uma possível melhoria no acompanhamento dos pacientes idosos na Atenção Primária à Saúde. No entanto, essa redução não se refletiu nas taxas de reinternação, que apresentaram aumento, indicando que um grupo de pacientes manteve o uso intensivo das internações hospitalares por condições sensíveis à atenção primária
A EVASÃO ANTES DO PRIMEIRO ATENDIMENTO: UM RETRATO INVISÍVEL NO SERVIÇO-ESCOLA DE PSICOLOGIA
Pôster Eletrônico
1 FACULDADE DE ILHÉUS
2 UFBA
Apresentação/Introdução
A evasão em clínicas-escola de Psicologia não se limita ao abandono durante o tratamento. Muitos pacientes não ultrapassam a etapa de triagem inicial. Este “limiar invisível” fragiliza o vínculo, compromete o acesso ao cuidado em saúde mental e desafia os princípios de integralidade e continuidade do SUS. Os atores envolvidos na dinâmica do ensino-serviço, precisam refletir sobre essa questão.
Objetivos
Analisar o perfil e os fatores associados à desistência antes do primeiro atendimento em uma clínica-escola, relacionando-os aos determinantes do acesso e às práticas de cuidado na Atenção Primária à Saúde.
Metodologia
Estudo quantitativo, retrospectivo, com análise de 645 prontuários de pacientes acolhidos entre janeiro e junho de 2019 em uma clínica-escola gratuita de uma Faculdade Privada da Região Sul da Bahia, participe do SUS. Foram incluídos os casos que realizaram apenas a triagem e não compareceram a sessões clínicas subsequentes. Considerou-se evasão precoce a ausência de comparecimento após a triagem, sem justificativa registrada. As variáveis analisadas foram: sexo, idade, escolaridade e tipo de demanda. Dados foram tratados por estatística descritiva (frequências e proporções), utilizando o software Microsoft Excel para elaboração das tabelas. Prontuários incompletos foram excluídos.
Resultados
Dos 645 prontuários, 45% indicaram evasão antes do primeiro atendimento clínico. O perfil predominante foi de mulheres adultas (31–60 anos), com escolaridade média/incompleta, e demandas subjetivas genéricas (como autoconhecimento ou dificuldades relacionais). A principal hipótese para a desistência precoce foi o intervalo prolongado entre a triagem e o início previsto do atendimento, sugerindo falhas no fluxo e no acolhimento contínuo.
Conclusões/Considerações
A evasão precoce representa um hiato silencioso na rede de cuidado em saúde mental. Para enfrentá-lo, propõem-se intervenções pós-triagem imediatas, como contatos ativos (ligações, SMS), agilização do fluxo de agendamento e estratégias de vínculo precoce. Tais medidas podem fortalecer o acesso, a continuidade do cuidado e a equidade nos serviços ofertados pelo SUS.
PERCEPÇÃO DE ENFERMEIROS SOBRE O CUIDADO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DURANTE O CICLO GRAVÍDICO-PUERPERAL
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
2 Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Faculdade de Ciências da Saúde do Trairí
3 Universidade Federal do Rio Grande do Norte
4 Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte
Apresentação/Introdução
O ciclo gravídico-puerperal exige uma atenção integral e contínua à saúde da mulher. Na Atenção Primária à Saúde (APS), esse cuidado enfrenta desafios estruturais e organizacionais que podem comprometer a qualidade da assistência. Analisar a percepção dos enfermeiros é essencial para compreender e qualificar esse processo.
Objetivos
Compreender como enfermeiros que atuam em serviços de média e alta complexidade percebem a assistência prestada à mulher na atenção primária durante o ciclo gravídico-puerperal, identificando fragilidades que impactam na integralidade do cuidado.
Metodologia
Estudo qualitativo, vinculado ao projeto “Despertar: uma proposta de intervenção educativa para o cuidado no ciclo gravídico-puerperal” (Chamada Nº 21/2023 - CNPq/Decit/SECTICS/MS, Processo nº 444644/2023-7), aprovado pelo CEP (CAAE: 83017624.0.0000.5568). Foram entrevistados 10 enfermeiros com roteiro semiestruturado, entre fevereiro e maio de 2025. Os dados foram analisados por meio da análise temática de conteúdo, com apoio do software iRaMuTeQ e Classificação Hierárquica Descendente (CHD).
Resultados
Foram identificadas três fragilidades no cuidado à mulher na APS: a) escassez de recursos humanos e materiais, como medicamentos, insumos e transporte; b) lacunas formativas, como ausência de capacitações e dificuldade na aplicação de protocolos clínicos; c) descontinuidade do cuidado, com ausência de vínculo, preparo para o parto e ações educativas. A articulação entre esses fatores compromete a integralidade da assistência e reflete desafios persistentes na estruturação da APS.
Conclusões/Considerações
A fragilidade observada pelos enfermeiros na atenção primária à saúde é um ponto crítico para qualificar o cuidado à mulher e reduzir os índices de morbi-mortalidade materna. Reforça-se a necessidade de investimentos em capacitação continuada, adequação à realidade de trabalho e melhorias estruturais. Da mesma forma, valorizar a visão dos profissionais é uma estratégia para a transformação dos serviços e qualificar o cuidado prestado.
DISTRIBUIÇÃO INTRAMUNICIPAL DOS MÉDICOS DE PROGRAMAS DE PROVIMENTO NO DF COM PERFIS DE VULNERABILIDADE
Pôster Eletrônico
1 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
Apresentação/Introdução
Os programas Mais Médicos e Médicos pelo Brasil objetivam reduzir iniquidades em saúde, ampliando o acesso por meio da oferta de médicos em áreas com maior vulnerabilidade. Para isso, utilizam indicadores como o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) e o Índice de Vulnerabilidade Territorial da Atenção Primária do DF (IVT-APSDF), que identificam fragilidades por equipe de Saúde da Família (eSF).
Objetivos
Analisar a distribuição dos médicos do PMM e PMpB no Distrito Federal (DF), considerando vulnerabilidades intramunicipal, segundo o IVT-APSDF.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo com dados secundários. Para os dados de IVT-APSDF considerou-se a Nota Técnica N.º 5/2024 - SES/SAIS/COAPS, que traz o valor do IVS por Região Administrativa e o IVT-APSDF por equipe de saúde da família. Os dados referentes aos médicos de provimento no DF foram obtidos no Painel Mais Médicos (https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/mais-medicos/painel), e a lotação dos médicos foi obtido através do CNES e da planilha de acompanhamento cedida pela Coordenação de Atenção Primária à Saúde (COAPS) do DF. Os dados foram sistematizados no Excel e analisou-se os médicos em relação ao IVT-APSDF da equipe que estavam lotados.
Resultados
O DF conta com 639 eSF. Dessas, 16,74% apresentam IVT-APSDF de alta vulnerabilidade, 29,57% IVT-APSDF de média vulnerabilidade, 52,11% de baixa vulnerabilidade e 1,56% das equipes sem análise. As eSF do DF com 154 médicos de provimentos, sendo 119 (77,27%) do PMM e 35 (22,73%) do PMpB. Em relação aos médicos do PMM, observa-se que maioria está lotada em equipes com IVT-APSDF baixo (36,97%) e em equipes de IVT-APSDF médio (32,77%), e apenas 14,29% alta e outros (15,97%) médicos não constam dados. Analisando a distribuição dos médicos do PMpB, tem-se que 40% estão em equipes com IVT-APSDF baixo, 34,28% médio e 22,88% alto.
Conclusões/Considerações
No DF observa-se que o IVT-APSDF mostra mais as especificidades do que o IVS. Este estudo mostrou que a maioria dos médicos de provimento são do PMM. Observou-se que, tanto os médicos do PMM e do PMpB estão lotados em áreas consideradas de Baixa Vulnerabilidade. Este estudo analisou apenas os médicos de provimento, sugere-se que seja feita uma análise considerando os demais médicos da Atenção Primária de Saúde do DF.
SAÚDE DAS MULHERES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: UMA ANÁLISE DOS 20 ANOS DE IMPLEMENTAÇÃO DA PNAISM NO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UnB
Apresentação/Introdução
A saúde das mulheres na Atenção Primária é orientada pela PNAISM e pela PNAB, além de outras normativas que regulamentam ações, programas e estratégias. Esse nível de atenção é a principal porta de entrada e eixo organizador do SUS no cuidado integral às mulheres. Assim, o presente trabalho analisa a implementação da PNAISM na Atenção Primária à Saúde desde sua publicação em 2004.
Objetivos
Analisar como as ações de saúde das mulheres têm sido implementadas na Atenção Primária à Saúde, à luz das diretrizes da PNAISM e da PNAB; e
Identificar avanços e desafios na operacionalização do cuidado à saúde das mulheres na APS.
Metodologia
Esta é uma pesquisa qualitativa, com análise documental de normativas nacionais e revisão sistemática da literatura. Foram analisadas diretrizes, portarias e planos relacionados à PNAISM e à saúde das mulheres na APS. A revisão foi realizada nas bases SciELO, LILACS e PubMed, considerando estudos publicados entre 2004 e 2024, em português, inglês ou espanhol. Foram incluídos trabalhos que abordavam a implementação da PNAISM na APS brasileira. E foram excluídos estudos fora do tema, da atenção hospitalar ou não disponíveis na íntegra.
Resultados
Os resultados da pesquisa apontam avanços na institucionalização da PNAISM na APS, especialmente em ações voltadas ao cuidado pré-natal. Porém,, identificamos fragilidades na implementação da política no que diz respeito à integralidade do cuidado, em decorrência das iniquidades locorregionais e étnico-raciais, além da descontinuidade de programas e lacunas na formação das equipes. Há ainda uma maior fragilidade quanto à oferta do cuidado em saúde sexual e reprodutiva. A análise revela ainda tensionamentos entre as diretrizes normativas e as práticas locais e a necessidade de fortalecimento da gestão, financiamento e monitoramento das ações voltadas à saúde das mulheres.
Conclusões/Considerações
A implementação da PNAISM na APS revelou avanços importantes, mas ainda enfrenta desafios para garantir a integralidade e a equidade no cuidado às mulheres. É fundamental fortalecer a coordenação das políticas, investir na formação das equipes e assegurar financiamento adequado para efetivar os princípios da política no cotidiano dos serviços.
AS CONTRIBUIÇÕES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA NA RESPOSTA ÀS EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA POR ARBOVIROSES.
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde
Apresentação/Introdução
A Atenção Primária à Saúde (APS) é elemento estratégico para garantir a oferta do cuidado de forma gratuita e integral a todas as pessoas, conforme suas necessidades e demandas do território. A APS tem um papel fundamental no enfrentamento de emergências em saúde pública por arboviroses. Suas ações abarcam desde a vigilância e prevenção até o manejo clínico dos casos e a educação em saúde.
Objetivos
Apresentar o repasse do recurso financeiro federal de custeio, no âmbito da Atenção Primária à Saúde, para resposta à emergência em saúde pública aos municípios afetados por arboviroses.
Metodologia
Este estudo apresenta o resultado retrospectivo e analítico de dados secundários, a partir das demandas dos gestores locais, mediante publicação de Decretos de Emergência em Saúde Pública por arboviroses. Os dados foram obtidos correspondem aos entes federativos, os quais decretaram emergência em saúde pública por arbovirose e receberam incremento financeiro de custeio federal do Piso de Atenção Primária à Saúde, após análise de disponibilidade orçamentária e portarias publicadas na Imprensa Nacional.Nessa perspectiva optou-se por uma análise do quantitativo de municípios afetados por arboviroses por estado e região, associados ao total, a média e percentual, durante os anos de 2024.
Resultados
Os resultados aqui apresentados são provenientes da análise das solicitações enviadas pelos gestores locais ao Ministério da Saúde (MS), por meio de Ofício e de Decreto emitido pelo município, em virtude da emergência em saúde pública por arbovirose, conforme estabelecido na Portaria GM/MS Nº 3.160, de 9 de fevereiro de 2024. Durante 2024, o MS repassou o total de R$107.246.819,00 aos municípios afetados pela emergência por arbovirose, sendo R$55.251.867,00 para 582 municípios como primeira parcela. Após envio do Plano de Ação pelos 199 entes federativos, foram transferidos o montante de R$ 51.994.952,00 oriundos do orçamento do MS, do Piso de Atenção Primária à Saúde.
Conclusões/Considerações
Dado o cenário complexo e os desafios enfrentados no controle das arboviroses, é imperativo realizar iniciativas integradas que envolvam vigilância, prevenção, controle e pesquisa. Para fortalecer a resposta à ocorrência da emergência de arbovirose em 2024 o Ministério da Saúde no âmbito da Atenção Primária realizou transferências de recursos financeiros específicos aos municípios para resposta às emergências por arboviroses.
DECORRÊNCIA DO USO DO TABACO NA SAÚDE PÚBLICA DOS BRASILEIROS E O PAPEL DA FARMÁCIA COMUNITÁRIA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Pôster Eletrônico
1 UNILAB
2 UMAX
3 PMG
4 UNIATENEU
Apresentação/Introdução
O tabagismo trata-se de uma doença epidêmica responsável por causar dependência física, psicológica e comportamental semelhante ao que ocorre ao uso de substâncias como álcool, cocaína e heroína,uma preocupação mundial em saúde pública, com impactos significativos sanitários e econômicos. A farmácia comunitária e a atuação do farmacêutico, desempenham um papel fundamental nesse cenário.
Objetivos
Este estudo tem por objetivo revisar literatura científica acerca dos impactos do tabagismo na saúde da população brasileira, com enfoque no papel das farmácias comunitárias na prevenção controle e tratamento da dependência de nicotínica.
Metodologia
Trata-se de uma revisão de literatura, realizada entre janeiro e março de 2025, com o uso das bases de dado Scielo, biblioteca virtual em saúde (BVS) e Google acadêmico. para este foram usados os descritores: “tabagismo”, “saúde pública” e “farmácia comunitária no Brasil”. A triagem dos estudos foi conduzida por meio da ferramenta Rayyan, usando como critérios de inclusão: publicações entre 2021 e 2025, redigidos em português, espanhol e inglês, com abordagem sobre o impacto no tabagismo na saúde pública e a atuação das farmácias comunitárias no controle do tabagismo. A busca resultou em 157 artigos, 32 foram selecionados para leitura na íntegra e apenas 8 foram incluídos na análise final.
Resultados
Os dados obtidos evidenciam que o tabagismo é uma das principais causas de morbimortalidades no Brasil, associada à incidência de neoplasias malignas, doenças cardiovasculares e pulmonares crônicas. Ações realizadas nas farmácias comunitárias, podem reduzir essa prática, destaca-se a importância do acesso facilitado à esses serviços, sobretudo em regiões de maior vulnerabilidade social. No entanto, observou-se que a capacitação profissional e a efetividade das estratégias adotadas ainda são limitadas, o que compromete a eficácia e o alcance das ações. Assim, o tabagismo configura-se como um grave problema de saúde pública com elevado ônus econômico e social para o sistema de saúde.
Conclusões/Considerações
O tabagismo representa um importante desafio para a saúde pública, devido ao impacto negativo sobre os indicadores epidemiológicos e aos elevados custos assistênciais associados. As farmácias comunitárias mostram-se essenciais no fortalecimento das ações de prevenção e cessação dessa prática. Uma abordagem farmacêutica pode contribuir significativamente para redução da prevalência do tabagismo e para a promoção da saúde coletiva no Brasil.
ACESSO À ATENÇÃO BÁSICA POR GRUPOS PRIORITÁRIOS EM CONTEXTO DE PÓS-PANDEMIA DE COVID-19 : UM ESTUDO DE CASO UTILIZANDO O PCATOOL-BRASIL VERSÃO PROFISSIONAIS
Pôster Eletrônico
1 UNICAMP
Apresentação/Introdução
A Pandemia de COVID-19 teve grande influência no SUS e na população, especialmente nos grupos prioritários. O acesso adequado desses grupos às Unidades de Saúde é fundamental para um cuidado integral e equalitário. Para identificar as reais necessidades da população nesse momento, existe a necessidade de investigar o acesso por grupos prioritários à Atenção Básica em Unidades Básicas de Saúde.
Objetivos
O objetivo deste trabalho é avaliar o acesso de grupos prioritários aos serviços da APS por meio do instrumento PCATool- Brasil versão para profissionais, em contexto de pós-pandemia de COVID-19, em Unidade Básica de cidade do interior de São Paulo.
Metodologia
Trata-se de estudo de caso explicativo com coleta de dados realizada por meio de entrevistas estruturadas com médicos e enfermeiros de uma UBS localizada em cidade do interior de São Paulo. O instrumento utilizado foi o PCATool-Brasil para profissionais médicos e enfermeiros versão extensa. As opções de respostas variavam de 1 a 4 e 9, sendo que 4 significa “com certeza”, 3 “provavelmente sim”, 2 “provavelmente não”, 1 “com certeza não”, e 9 “não sei/não lembro”. O tratamento e análise dos dados obtidos seguem os critérios estabelecidos pelo "Cálculo dos Escores dos Componentes ou Atributos da APS", presentes no manual do questionário.
Resultados
As médias dos atributos variaram entre 2,28 e 7,21 e o escore médio geral da UBS foi de 5,81. O escore geral médio da unidade, 5,81, é considerado baixo. Comparando com estudos nacionais publicados em período anterior à pandemia, os escores gerais do PCATool Brasil aplicados em outras unidades foram mais altos. O escore do atributo Acesso de primeiro contato foi de 2,28, mostrando uma fraqueza relevante da unidade investigada. O grupo prioritário de crianças e adolescentes teve mais itens com respostas negativas, demonstrando que a UBS têm uma visão mais focada em adultos, e que os adultos que chegam ao serviço e criam vínculo provavelmente terão acesso aos serviços que necessitam.
Conclusões/Considerações
Os dados desta pesquisa apontam para uma baixa avaliação da APS e para uma fragilidade do Acesso de grupos prioritários. Os atributos, Acesso de Primeiro Contato, Longitudinalidade, Coordenação e Orientação Familiar foram avaliados como abaixo do esperado. Comparando com avaliações da APS com o mesmo instrumento antes do início da pandemia, percebemos uma queda da qualidade da APS.
PANORAMA DA DISPONIBILIDADE E USO DE EQUIPAMENTOS ESSENCIAIS NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE: ANÁLISE DO CENSO NACIONAL DAS UBS DE 2024
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde
2 UFRPE
Apresentação/Introdução
A adequada oferta de equipamentos na Atenção Primária em Saúde (APS) é estratégica para garantir cuidado integral, ampliar o escopo de serviços e reduzir desigualdades regionais. O Censo Nacional das UBS de 2024 permitiu mapear a presença de tecnologias essenciais que apoiam linhas de cuidado prioritárias e fortalecem a capacidade resolutiva da APS.
Objetivos
Analisar a distribuição e uso de equipamentos essenciais na APS brasileira, correlacionando sua disponibilidade com a potencial ampliação da resolutividade e a redução de iniquidades regionais.
Metodologia
Foram analisados dados do Censo das UBS, coletados de junho a setembro de 2024, com respostas válidas de 44.938 unidades. Os dados de presença/ausência dos seguintes equipamentos foram avaliados: retinógrafo, espirômetro, Desfibrilador Automático Externo (DEA), eletrocardiógrafo, câmara fria, aparelho TENS/FES, cadeira de rodas e balança plataforma. Foram realizados testes estatísticos de Qui-quadrado (X²) e Fisher para identificar a distribuição dos equipamentos por porte populacional, tipo de UBS e região, e Kruskal-Wallis para quantidade de equipes de Saúde da Família (eSF), indicando diferenças estatisticamente significativas (p<0.05) para todos os casos.
Resultados
As análises evidenciaram desigualdades na presença de equipamentos nas UBS por região e porte populacional, com diferenças em todos os equipamentos avaliados (p<0,05; X²/Fisher), sendo as regiões Norte e Nordeste com menores presenças de equipamentos. A relação entre o porte e a presença de equipamentos também foi significativa, na qual municípios com mais de 100 mil habitantes apresentaram maior proporção de presença de equipamentos em 6 dos 8 equipamentos. Além disso, municípios com a presença de equipamentos apresentaram média de eSF superiores aos municípios sem a presença desses equipamentos, indicando uma relação diretamente proporcional entre as variáveis (Kruskal-Wallis, p<0,05).
Conclusões/Considerações
O estudo evidencia desigualdades na oferta de equipamentos essenciais na APS brasileira. Tecnologias como retinógrafo, espirômetro e DEA devem ser priorizadas em estratégias de indução federal para reduzir iniquidades. A ampliação do uso exige investimentos em qualificação profissional, organização dos fluxos e monitoramento contínuo da infraestrutura das UBS.
PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DO TABAGISMO (PNCT) E A IMPORTÂNCIA DE UM OLHAR PARA A REDUÇÃO DE DANOS
Pôster Eletrônico
1 ENSP/FIOCRUZ
2 SMS Rio
Apresentação/Introdução
O Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) objetiva reduzir a prevalência de fumantes, visando a abstinência. Apesar dos avanços, é necessário considerar a Redução de Danos (RD) na atenção daqueles que buscam mitigar os efeitos nocivos do tabaco, levando em conta a integralidade do sujeito e sua autonomia. Assim, busca-se analisar o PCNT, propondo a RD como uma alternativa para o cuidado.
Objetivos
Refletir sobre a Redução de Danos como importante estratégia para assegurar a integralidade do cuidado, considerando as diferentes realidades de usuários tabagistas do Programa Nacional de Controle do Tabagismo.
Metodologia
Trata-se de uma análise documental que utiliza documentos como fontes primárias para investigar e compreender processos sociais. O documento analisado foi a Portaria Conjunta nº 10 de 2020, que aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do tabagismo. A escolha desse documento se deu por representar um marco no avanço da luta contra o tabagismo no Brasil. Entretanto, o programa não considera a redução de danos que propõe a lógica de minimizar possíveis efeitos nocivos do uso de drogas lícitas e/ou ilícitas, como uma possibilidade de aprimorar o programa em sua acessibilidade e cuidado, com atenção à complexidade das experiências do uso de cada usuário.
Resultados
Quando o tabagista deseja cessar o uso de cigarro imediatamente, ocorre o encaminhamento para o PCDT na Atenção Básica. O tratamento para o tabagismo é ofertado utilizando abordagem breve ou básica, focando na abstinência. No entanto, embora seja um avanço, a estratégia é insuficiente para acolher usuários que não desejam parar de fumar, mas buscam reduzir danos. Além disso, a abstinência como solução pode tanto produzir saúde como perpetuar danos, ocasionando, muitas vezes, intervenções traumáticas e o risco de retorno ao uso. Nesse sentido, a redução de danos é uma importante estratégia de saúde que consiste em intervenções singulares, priorizando uma melhor qualidade de vida dos usuários.
Conclusões/Considerações
O PNCT utiliza abordagens breves e objetivas no manejo de usuários que desejam cessar o uso do tabaco, através da abstinência. No entanto, intervenções reducionistas não contemplam usuários que desejam reduzir o consumo. Nesse contexto, a RD pode ser uma eficiente alternativa para potencializar as ações de cuidado à saúde, considerando o respeito à autonomia, o direito à informação e o contexto sociocultural dos indivíduos.
DECISÕES ORIENTADAS POR EVIDÊNCIAS: PERFIL DAS INTERNAÇÕES SENSÍVEIS À APS NO BRASIL EM 2024
Pôster Eletrônico
1 Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS)
Apresentação/Introdução
Atenção Primária à Saúde (APS), porta de entrada do SUS, coordena cuidado e garante continuidade assistencial. Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) indicam eficácia da APS. A AgSUS (Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS) analisa ICSAP para identificar falhas, orientar a alocação de serviços e projetos, subsidiar políticas públicas e reduzir internações evitáveis.
Objetivos
Este estudo tem como objetivo caracterizar as hospitalizações por ICSAP no Brasil em 2024 segundo Unidade Federativa (UF), sexo, raça-cor, faixa etária, principais causas clínicas e tempo de internação.
Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico descritivo utilizando registros do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) para municípios dos estabelecimentos hospitalares em 2024. As ICSAP foram identificadas conforme a Lista Brasileira de ICSAP, publicada pela Portaria MS nº 221, de 17 de abril de 2008, do Ministério da Saúde, que estabelece os grupos de diagnósticos baseados na CID-10 para tais condições. Os dados foram exportados, processados e analisados usando a linguagem R e utilizou-se estatística descritiva para compreender os dados. São apresentados os números absolutos e percentuais para as diferentes categorias analisadas.
Resultados
Em 2024, foram registradas 2.177.617 ICSAP, o que equivale a 15,42% das hospitalizações no SIH/SUS. As maiores proporções ocorreram no Norte (17,79%; n=206.386) e Nordeste (16,06%; n=591.162), com destaque para RR (22,31%), MA (21,74%) e AM (19,53%). Mulheres representam 50,6% das ICSAP, com idade média de 47,85 anos (DP = 29,45) e permanência de 5,56 dias (DP = 6,70). Entre as ICSAP, declararam-se pardos 58,74%, brancos 34,64% e pretos 4,76%. Crianças menores de 5 anos somam 15,45% das ICSAP e idosos (≥ 60 anos), 45,45%. As principais causas de ICSAP foram doenças cerebrovasculares (12,27%), ITU (12,21%), insuficiência cardíaca (10,30%), DPOC (9,51%) e gastroenterites (8,49%).
Conclusões/Considerações
Os resultados evidenciam a importância do fortalecimento da APS como estratégia na redução das ICSAP no Brasil. A análise por região, perfil demográfico e causas clínicas aponta desigualdades que demandam ações direcionadas. Assim, destaca-se o papel da AgSUS no apoio ao SUS, com subsídios essenciais para a execução de políticas públicas, alocação de serviços, com foco na redução de hospitalizações evitáveis.
DISTRIBUIÇÃO DOS MÉDICOS DO PROGRAMA MÉDICOS PELO BRASIL POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO.
Pôster Eletrônico
1 Universidade de Brasília - UnB
Apresentação/Introdução
A persistente iniquidade na distribuição de profissionais médicos no país, levou à criação de programas de provimento desses profissionais em âmbito federal. O Programa Médicos pelo Brasil (PMpB), instituído em 2019, é um Programa de provimento que visa ampliar o acesso à saúde por meio da alocação de médicos em municípios brasileiros com dificuldade de provimento e alta vulnerabilidade.
Objetivos
Analisar a distribuição dos médicos do Programa Médicos pelo Brasil entre as diferentes macrorregiões e Unidades da Federação (UF) do país.
Metodologia
Trata-se de estudo descritivo, a partir de dados secundários, disponibilizados no Painel Mais Médicos (https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/mais-medicos/painel), do Ministério da Saúde. Os dados foram extraídos com a competência de maio de 2025. A tabulação foi realizada com o software Microsoft Excel. Foi realizada a análise de todos os médicos ativos, com o perfil de bolsista.
Resultados
Até maio de 2025, o PMpB contava com 3.309 médicos bolsistas no programa. A Região do Brasil com mais médicos bolsistas do PMpB é a Região Nordeste, com 53,88%, e a Região com menos médicos do PMpB é a Região Centro-Oeste, com 5,68%. As UF que se destacaram com o maior número de médicos do Programa foram: Bahia com 15,04%, seguido do Ceará com 11,72% e São Paulo (8,00%). Já as UF do Amapá e Roraima (ambos da Região Norte) são as que apresentam menos médicos do PMpB, com 0,36% e 0,51%, respectivamente.
Conclusões/Considerações
Os resultados demonstram que a Região do Nordeste é a que mais tem médicos do Programa, em contraposição a Região Norte apresenta estados com menos médicos. Essa análise não é suficiente para determinar se o Programa está alocando médicos de acordo com os seus critérios de priorização, no entanto contribuiu para a avaliação dos Programas de provimento médico.
COMPARAÇÃO DO REGISTRO DE REPASSES FEDERAIS PARA APS DO FUNDO NACIONAL DE SAÚDE E SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE ORÇAMENTOS PÚBLICOS EM SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde, Instituto Gonçalo Moniz, FIOCRUZ-BA
2 Ministério da Saúde
3 Instituto de Matemática e Estatística, Universidade Federal da Bahia
4 Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal da Bahia
5 FIOCRUZ-CE, Eusébio, Ceará (CE), Brazil.
Apresentação/Introdução
As bases de dados do Fundo Nacional de Saúde (FNS) informam os valores repassados pela União para os municípios, mas não contemplam outras fontes de recursos dos municípios. Já o Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS), é alimentado pelos municípios e proporciona uma imagem mais completa dos recursos para a APS, porém variações na sua qualidade enfraquecem seu uso.
Objetivos
Avaliar a qualidade dos registros do SIOPS utilizando o FNS como padrão-ouro, comparando as medidas em comum encontradas nas duas fontes de informação: PAB Total, PAB Fixo e PAB Variável.
Metodologia
A comparação das duas bases foi feita pela análise de concordância de Bland-Altman. Analisou-se os valores do PAB total, PAB fixo e PAB variável de 5563 municípios. A análise é realizada comparando-se, por exemplo, a diferença entre PAB total das duas fontes de dados com a média das duas mensurações de PAB total, para observações de ano/município (2010-2017). A discrepância da mensuração entre os dois sistemas é apresentada graficamente, com inclusão de uma faixa em torno do zero, que incorpora a variabilidade dos dados. Observações fora dos limites de concordância indicam viés. Considera-se ainda a significância estatística da correlação de Spearman entre as métricas de avaliação do viés.
Resultados
Tanto o PAB Total, quanto o PAB Variável e o PAB Fixo apresentaram comportamentos semelhantes, com a maioria das observações (99,09%) centradas em torno do zero. As observações fora dos limites de concordância (0,91%), apresentadas por 300 municípios brasileiros (5,39%), mostraram que quanto menor o valor repassado (média de milhões de R$), maior a diferença encontrada (em milhões de R$). Adicionalmente, para as três variáveis de financiamento, o p-valor associado ao teste t de Student, cuja hipótese nula é que a média da diferença entre os dois sistemas de mensuração é zero, foi menor que 0,01, que sugere um viés sistemático entre as duas fontes de informação.
Conclusões/Considerações
O viés de registro estatisticamente significante entre os valores relatados pelos municípios no SIOPS e o registrado pelos sistemas financeiros do Ministério da Saúde encontrado nessas análises demanda apoio para os municípios que aparentam maior dificuldade com o processo de cadastramento dos valores recebidos pelo Governo Federal. Adicionalmente, seria interessante pensar em métodos automáticos de validação dos registros recebidos.
TENDÊNCIA TEMPORAL DAS DESIGUALDADES NO PARTO PREMATURO E NO BAIXO PESO AO NASCER EM CURITIBA, PARANÁ, BRASIL
Pôster Eletrônico
1 Pontifícia Universidade Católica do Paraná
2 Universidade Federal do Paraná
3 Centro Universitário UniDomBosco
4 Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba
Apresentação/Introdução
O parto prematuro e o baixo peso ao nascer estão associados a complicações neonatais imediatas e impactos negativos na saúde ao longo da vida. Essas condições refletem desigualdades estruturais marcadas por cor da pele e escolaridade materna, cuja análise ao longo do tempo evidencia padrões persistentes de iniquidade.
Objetivos
Verificar a tendência temporal das desigualdades no parto prematuro e no baixo peso ao nascer entre todos os nascidos vivos em Curitiba, Paraná, Brasil.
Metodologia
Estudo de tendência com dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) em Curitiba (2013–2021). Foram avaliados parto prematuro (<37 semanas) e baixo peso ao nascer (<2,5 kg). As desigualdades foram analisadas por cor da pele (branca; preta/parda) e escolaridade materna (fundamental ou menos; média; superior), incluindo análise interseccional. Utilizaram-se equiplots, medidas absolutas (diferença e Slope Index of Inequality – SII) e relativas (razão e Concentration Index – CIX). A análise de tendência foi conduzida com regressão de Prais-Winsten para considerar autocorrelação dos dados. As análises foram realizadas no Stata 17®.
Resultados
A taxa de partos prematuros aumentou de 8,6% em 2013 para 10,2% em 2021 (p = 0,003), e o baixo peso ao nascer passou de 8,7% para 9,5% no mesmo período (p = 0,041). Em 2020, filhos de mães pretas/pardas apresentaram prevalência de prematuridade 2 pontos percentuais maior do que filhos de mães brancas. As desigualdades por cor da pele materna mantiveram-se estáveis, tanto em termos absolutos (p = 0,167) quanto relativos (p = 0,268), com os anos de 2019 e 2020 apresentando as maiores disparidades na prevalência de baixo peso ao nascer. As desigualdades de escolaridade aumentaram ao longo do tempo (p = 0,014), com prevalência maior de baixo peso entre filhos de mães com menor escolaridade.
Conclusões/Considerações
As desigualdades por cor da pele materna persistem, desfavorecendo filhos de mulheres pretas/pardas, enquanto as de escolaridade se agravaram no período. Os achados reforçam a importância de ações intersetoriais e de uma abordagem equitativa na saúde materno-infantil, evitando que grupos historicamente vulnerabilizados sejam negligenciados.
COM UMA PEQUENA AJUDA DOS NOSSOS AMIGOS: SUPORTE DE TELEMEDICINA PARA ATENDIMENTO DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NO RIO DE JANEIRO, BRASIL
Pôster Eletrônico
1 Faculdade de Medicina - UFRJ
2 Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca - FIOCRUZ
3 Instituto Nacional de Cardiologia
4 Universidade Federal de Ouro Preto
5 University of Copenhagen
6 Ministério da Saúde do Brasil
Apresentação/Introdução
A insuficiência cardíaca é um desafio global de saúde pública. A integração dos setores de saúde pode melhorar os desfechos dos usuários. A telemedicina entre cardiologistas e médicos de atenção primária (MAPs) é uma estratégia utilizada, mas faltam evidências sobre sua eficácia em desfechos relevantes para o paciente, como internação hospitalar, mortalidade e qualidade de vida.
Objetivos
Avaliar a implementação do suporte de telemedicina de cardiologistas para MAPs no Rio de Janeiro Durante o projeto BRAHIT (Brazilian Heart Insufficiency with Telemedicine), uma colaboração entre instituições acadêmicas na Dinamarca e no Brasil.
Metodologia
1 - um estudo de viabilidade de método misto com análise de conteúdo de grupos focais e entrevistas individuais de médicos e a avaliação de dados clínicos; 2 - um estudo de corte transversal comparando padrões de uso e conteúdo das interações em dois serviços de telemedicina no Rio (BRAHIT e SMS Rio). Foram classificados os motivos das consultas e diagnósticos, as perguntas e as respostas realizadas; 3 - um ensaio clínico randomizado por cluster para avaliar a eficácia da telemedicina entre provedores nas taxas de readmissão de pacientes e mortalidade (atualmente em acompanhamento).
Resultados
A telemedicina foi considerada viável e percebida como boa estratégia. A análise quantitativa de 83 usuários mostrou um estado clínico basal desfavorável. A adesão inicial a protocolos para o tratamento de insuficiência cardíaca foi de 55%, sem alteração após a interação por telemedicina. O uso do serviço da SMS Rio foi maior (31%) em comparação ao serviço do projeto BRAHIT (5%). As perguntas clínicas para o serviço da SMS Rio de eram geralmente sobre diagnóstico (73%), principalmente sobre interpretação de ECG (91%), e no BRAHIT eram mais frequentemente sobre tratamento (44%) ou gerenciamento de caso (43%). A contribuição de ambos para futuros projetos de implementação foi discutida.
Conclusões/Considerações
A telemedicina foi viável. Barreiras incluem a carga de trabalho e a falta de vantagem percebida na atenção primária. Fatores do modelo de telemedicina podem influenciar os padrões de aceitação, e um equilíbrio entre praticidade e complexidade é necessário. O cuidado compartilhado pode ser uma boa estratégia para integrar o cuidado de usuários com insuficiência cardíaca.
POSSIBILIDADES PARA O TRABALHO EM EQUIPE NAS UNIDADES BASICAS DE SAUDE DE UM MUNICIPIO DA SUL DO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UNESC
Apresentação/Introdução
O trabalho em equipe é um pilar da Atenção Primária à Saúde e estratégia central para a integralidade do cuidado (Guimarães e Castelo Branco, 2020). Diante dos desafios já descritos, como ações fragmentadas e individualistas (Sousa et al., 2019), analisar as experiências dos profissionais das unidades básicas de saúde pode apontar caminhos para fortalecer práticas de trabalho em equipe.
Objetivos
Analisar, sob a ótica dos profissionais das equipes de Saúde da Família, as possibilidades para o trabalho em equipe em Unidades Básicas de Saúde de um município do sul do Brasil.
Metodologia
Estudo qualitativo, descritivo e exploratório, fundamentado na Teoria do Agir Comunicativo e nos critérios do COREQ. A pesquisa foi realizada em 12 UBS sorteadas do município de Criciúma/SC, com 69 participantes de seis categorias profissionais da eSF. A coleta ocorreu entre abril e junho de 2023, por entrevistas semiestruturadas. Os dados foram transcritos, organizados e analisados por codificação temática no software Atlas.ti 23. A análise seguiu três etapas: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados. O estudo foi aprovado por Comitê de Ética, com parecer nº 5.821.159.
Resultados
Foram identificadas cinco categorias: (1) relações que viabilizam o trabalho em equipe; (2) dispositivos de integração no cotidiano da equipe; (3) apoio institucional; (4) atitudes e comportamentos pessoais; e (5) liderança e organização do trabalho. Entre os principais elementos facilitadores estão a comunicação entre os membros da equipe, reuniões periódicas, incentivo e educação permanente, predisposição e proatividade e suporte da gerência local. As experiências relatadas evidenciam que o trabalho em equipe se fortalece na interação entre sujeitos, estruturas e processos.
Conclusões/Considerações
As possibilidades para o trabalho em equipe nas UBSs estão sustentadas em múltiplas dimensões: relacionais, organizacionais e institucionais. Reconhecer e fortalecer essas condições exige investimento em educação permanente, suporte institucional e valorização de práticas colaborativas no cotidiano das equipes de saúde.
CONTRIBUIÇÕES DO NASF-AB PARA A COORDENAÇÃO DO CUIDADO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: FACILIDADES E DESAFIOS
Pôster Eletrônico
1 Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
2 Universidade Federal da Bahia
Apresentação/Introdução
Os Núcleos Ampliados de Saúde da Família (NASF) têm papel essencial na coordenação do cuidado na APS, articulando ações intersetoriais e integrando serviços da rede. Buscam garantir acesso, longitudinalidade e integralidade, especialmente para usuários com necessidades complexas. Apesar de desafios estruturais, observa-se facilidades para tal, como o trabalho coletivo e a articulação territorial.
Objetivos
Analisar, a partir da perspectiva dos profissionais, as facilidades e os desafios enfrentados pelas equipes NASF de Salvador (BA) para contribuir com a coordenação do cuidado no contexto da APS.
Metodologia
Estudo qualitativo e exploratório, com base em entrevistas semiestruturadas realizadas entre julho e outubro de 2022, com 12 profissionais representantes de todas as equipes NASF-AB de Salvador-BA. As entrevistas abordaram o planejamento de cuidados, fluxos de referenciamento e contrarreferência, e estratégias de comunicação interprofissional e intersetorial. As falas foram transcritas e submetidas à análise temática. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNEB e integra uma investigação mais ampla sobre o processo de trabalho no NASF no município.
Resultados
Os resultados indicam que as principais facilidades na coordenação do cuidado estão relacionadas, principalmente, à integração entre o NASF-AB e a equipe da Saúde da Família, o vínculo com usuários e o conhecimento do território. Essas dimensões favorecem a articulação de cuidados e o acesso a pontos da rede. Por outro lado, foram evidenciados desafios estruturais significativos, como a ausência de espaço físico adequado, limitações materiais, falta de protocolos para o referenciamento, ausência de contrarreferência e precariedade dos sistemas informatizados, que dificultam a comunicação entre profissionais e o monitoramento dos usuários.
Conclusões/Considerações
Apesar das potencialidades, a coordenação do cuidado pelo NASF permanece tensionada por desafios estruturais e organizacionais que demandam investimentos na infraestrutura, condições de trabalho, educação permanente e outras estratégias de valorização das equipes. A superação dessas barreiras é essencial para que as atuais equipes multiprofissionais na APS (eMulti) também possam desempenhar plenamente seu papel na coordenação do cuidado.
PRÁTICAS DE CUIDADO CENTRADO NA PESSOA NO CONTEXTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Pôster Eletrônico
1 UFC
Apresentação/Introdução
O cuidado centrado na pessoa caracteriza-se por ser uma abordagem que oferta cuidado personalizado, visando apoiar o desenvolvimento de autonomia nos pacientes por meio de um tratamento que o visualize de maneira integral. Seu conceito tem se popularizado, chegando à Atenção Primária à Saúde, onde o cuidado não se limita à doença, mas também abrange fatores sociais e psicológicos.
Objetivos
Assim, esse trabalho visa mapear, no contexto da atenção primária à saúde, os tipos de ações de cuidado centrado na pessoa.
Metodologia
Uma revisão de escopo foi realizada, com busca eletrônico e manual utilizando os termos “Person-Centred Practice”, “Primary Health Care”, “Person Centred”, “Patient-Centred” e “Practices” foram utilizados. A análise foi feita com dois revisores de forma cega e um terceiro revisor para mediar conflitos, utilizando os critérios Conceito (características do Cuidado Centrado na Pessoa), População (listar abordagens práticas) e Contexto (Atenção Primária) para inclusão. Após leitura na íntegra, 21 artigos foram incluídos na amostra final.
Resultados
As principais práticas de cuidado centrado na pessoa no contexto da Atenção Primária à Saúde que foram citadas nos artigos foram a aplicação de instrumentos de análise dessa prática, as consultas com profissionais com experiência nessa abordagem – sendo executadas por meio da tomada de decisão compartilhada –, o treinamento dos trabalhadores voltado ao cuidado centrado na pessoa, o fortalecimento da aliança terapêutica e a valorização do contexto biopsicossocial do sujeito.
Conclusões/Considerações
O cuidado centrado na pessoa apresenta desfechos positivos na experiência do paciente, entretanto, a sua implementação efetiva apresenta alguns desafios, como necessidade de treinamento dos trabalhadores, tempo adequado para as consultas e recursos. Esse estudo aponta uma carência de pesquisas sobre tal tópico na América Latina, demonstrando a necessidade de futuras investigações que possam adaptar essas estratégias para o contexto brasileiro.
DEFINIÇÃO DE DESCRITORES EM TORNO DE AÇÕES COLETIVAS DE CUIDADO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA PARA UMA REVISÃO DE ESCOPO
Pôster Eletrônico
1 Unicamp
2 UNICAMP
3 UNESP
Apresentação/Introdução
Ações coletivas de cuidado são fundamentais na Atenção Primária, mas carecem de descritores na literatura. Estudos apontam desafios na definição de diretrizes para qualificar esse cuidado. Este trabalho, parte de uma revisão de escopo em seis países, analisa a trajetória e a operacionalização desses conceitos, considerando contextos históricos, políticos e normativos.
Objetivos
Mapear e definir descritores não indexados relacionados às ações coletivas de cuidado em Cuba, Brasil, Angola, Uruguai, Portugal e Argentina.
Metodologia
Foram realizadas doze reuniões mensais no âmbito de um projeto internacional de cooperação entre pesquisadores dos seis países. A partir desse processo, foram elaborados três produtos principais:
(a) apresentação da reconstrução histórica da atenção primária em cada contexto nacional;
(b) compilação de documentos institucionais e acadêmicos que fazem referência às ações coletivas de cuidado no âmbito da atenção primária em cada país; e
(c) buscas exploratórias na literatura cinzenta e em bases de dados nacionais, com o objetivo de identificar os termos mais utilizados para nomear práticas coletivas de cuidado na atenção primária.
Resultados
Foram sistematizados termos em dois eixos: D1 (ações coletivas de cuidado) e D2 (atenção primária). Angola usa “Saúde Comunitária” e “Cuidados de Saúde Primários” ; Argentina, “Intervenção Coletiva” e “Ações de Saúde Comunitária” e “Atenção Primária” ; Uruguai, “Dispositivos Comunitários”, “Intervenções Comunitárias” e “Estratégias de Saúde” e “Atenção Primária” e “Primeiro Nível de Atenção” ; Cuba, “Saúde Comunitária” e “Intervenções Comunitárias” e “Atenção Primária” ; Portugal, “Ações Coletivas” e “Intervenções Comunitárias” e “Cuidados de Saúde Primários” ; Brasil, “Ações Coletivas” e “Atenção Primária à Saúde” e “Atenção Básica”.
Conclusões/Considerações
O mapeamento inicial revelou a diversidade terminológica e metodológica presente nas experiências internacionais, o que reforça a importância de critérios analíticos sensíveis às especificidades de cada contexto. O processo evidenciou o potencial das ações coletivas de cuidado tanto como objeto de investigação transnacional quanto como instrumento de análise de políticas de saúde.
UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE FLUVIAL: ANÁLISE SOBRE OS DESAFIOS E POTENCIALIDADES DE ACESSO À SAÚDE EM COMUNIDADES RIBEIRINHAS DO OESTE DO PARÁ
Pôster Eletrônico
1 UFOPA
Apresentação/Introdução
O acesso à saúde em comunidades ribeirinhas da Amazônia enfrenta desafios geográficos, estruturais e sociais. Nesse contexto, as Unidades Básicas de Saúde Fluvial (UBSF) representam uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir a atenção primária a populações isoladas, respeitando o princípio da equidade.
Objetivos
Analisar, com base na literatura, os desafios e potencialidades das UBSF quanto à oferta e à resolutividade dos serviços de saúde às populações ribeirinhas no Oeste do Pará.
Metodologia
Trata-se de uma revisão de literatura com enfoque descritivo, utilizando artigos publicados entre 2011 e 2024, localizados na base de dados BVS. As buscas consideraram estudos sobre UBSF, acesso à saúde e comunidades ribeirinhas. Foram selecionadas produções que abordassem infraestrutura, logística, recursos humanos e financiamento. Além disso, dados secundários sobre a implantação das UBSF no Oeste do Pará foram analisados para contextualizar os avanços regionais. As informações foram organizadas em quadros de análise e discutidas a respeito das políticas públicas vigentes e evidências acadêmicas.
Resultados
Os estudosrevelam que as UBSF são fundamentais para ampliar o acesso à saúde em regiões de difícil alcance, promovendo ações preventivas e assistenciais. No entanto, persistem desafios como escassez de profissionais, infraestrutura precária, e barreiras logísticas que comprometem a continuidade do cuidado. O panorama do Oeste do Pará demonstra expansão do número de UBSF, com impacto positivo no atendimento ribeirinho. A inserção de estudantes em atividades práticas nas UBSF contribui para sua formação e para a fixação de profissionais na região.
Conclusões/Considerações
As UBSF são uma solução efetiva para o atendimento em áreas remotas da Amazônia, mas exigem políticas sustentáveis, investimentos em infraestrutura e estratégias para valorização dos profissionais. A experiência acadêmica no contexto ribeirinho fortalece a formação em saúde e pode contribuir para reduzir desigualdades no acesso ao SUS.
FONOAUDIOLOGIA NO NASF: LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO SOBRE A ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFBA
Apresentação/Introdução
A fonoaudiologia é uma das profissões que podem integrar as equipes de Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF), visando contribuir para o cuidado ampliado e matricial na Atenção Primária à Saúde, além de especificamente em relação às questões de saúde e reabilitação da comunicação humana. Ainda que presente em muitas equipes em todo Brasil, sua atuação permanece pouco explorada na literatura científica.
Objetivos
Analisar as características da produção científica sobre a Fonoaudiologia no NASF publicada entre 2008 e 2024.
Metodologia
Estudo de revisão bibliométrica realizado na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram aplicados filtros: bases LILACS e MEDLINE, período de 2008 a 2024, texto completo e artigos. Inicialmente, foram identificados 492 artigos sobre o NASF. Após triagem por título e resumo, 12 artigos que abordavam diretamente a atuação fonoaudiológica na Atenção Primária foram selecionados. As variáveis analisadas foram: ano de publicação, região do estudo e temática central abordada.
Resultados
Entre 2010 e 2023, a produção científica foi baixa, com 1 a 2 publicações anuais. As temáticas abordaram a atuação clínica na APS, como saúde vocal de professores e desafios na pandemia; práticas interdisciplinares, com estágios e ações comunitárias; e os efeitos das políticas públicas, como o Previne Brasil, nas desigualdades sociais e na inserção do fonoaudiólogo em territórios vulneráveis. Houve maior foco em estudos nacionais (5), seguidos do Nordeste (4), Sul (2) e Sudeste (1). Predominaram periódicos de fonoaudiologia (10), além de saúde coletiva (1) e medicina (1).
Conclusões/Considerações
A análise evidencia uma lacuna importante na literatura sobre a atuação da fonoaudiologia no NASF, visto que a baixa frequência de estudos e a ausência de investigações mais robustas revelam a necessidade de ampliar a produção científica na área. Valorizar essa atuação é essencial para o fortalecimento da atenção integral, para subsidiar a formação, resultando em visibilidade ao trabalho fonoaudiológico das equipes que atuam na APS.
EVOLUÇÃO DAS TAXAS DE MORTALIDADE EVITÁVEL NO BRASIL: ANÁLISE ESTRATIFICADA POR SEXO E REGIÃO (2010-2023)
Pôster Eletrônico
1 SLM
Apresentação/Introdução
A mortalidade por causas evitáveis reflete a qualidade da atenção à saúde e pode ser prevenida com ações eficazes e acesso adequado aos serviços. Em escala global, estima-se que mais de 17 milhões de mortes poderiam ser evitadas a cada ano. No Brasil, cerca de 30% das mortes anuais são evitáveis, com maior impacto entre os homens, devido a fatores que influenciam a mortalidade evitável.
Objetivos
Descrever a mortalidade por causas evitáveis na população de 5 a 74 anos, por sexo, grupos de causas e por regiões brasileiras entre os anos de 2010 e 2023.
Metodologia
Estudo ecológico, descritivo, com dados de mortalidade evitável na população de 5 a 74 anos, obtidos do SIM/DATASUS e dados populacionais extraídos do Censo do IBGE. As variáveis utilizadas foram: ano do óbito por causas evitáveis, sexo, faixa etária, escolaridade, raça/cor, estado civil e região de ocorrência. Os dados foram organizados em planilhas de Excel e calcularam-se proporções de óbitos evitáveis por sexo, segundo variáveis sociodemográficas e taxas de mortalidade por grupos de causas, por região, segundo sexo durante o período. Para a análise da tendência temporal, calculou-se a variação percentual comparando os valores de 2023 em relação a 2010.
Resultados
Foram registrados 10.806.175 óbitos evitáveis na população de 5-74 anos. A maioria no sexo masculino (63,2%), no grupo de 50-69 anos (59,7%), raça/cor parda (48,4%) e com até 7 anos de estudo (54,8%). Excetuando-se os óbitos maternos, os homens apresentaram maiores proporções em todas as causas, sobretudo por causas externas (85,9%) e reduzíveis por imunoprevenção (73,1%). No Brasil, as taxas aumentaram 10,1%, com variações nas regiões (Norte=19,7% e Nordeste =18,5%). Houve crescimento em ambos os sexos, mais acentuado em mulheres no Norte (26,6%); no grupo doenças infecciosas (26,9% mulheres; 21,4% homens) e não transmissíveis (12,8% e 10,7%), e redução nas mal definidas (-40,0% e -14,7%).
Conclusões/Considerações
Este estudo identificou aumento das taxas de mortalidade evitável no Brasil, com desigualdades regionais e por sexo ao longo do período, com pico no ano de 2021, devido à pandemia de COVID-19. Apesar do maior risco nos homens, o crescimento das taxas foi maior nas mulheres. Os achados reforçam a necessidade de políticas de redução das desigualdades e fortalecimento das ações preventivas.
CONTRIBUIÇÕES AOS MUNICÍPIOS PARA ATENDER OS DESAFIOS DO NOVO COFINANCIAMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 PPGEO UERJ e CEDAPS
2 IMS/UERJ e CEDAPS
3 ENSP/Fiocruz e CEDAPS
4 IESC/UFRJ e CEDAPS
5 PPGG UFRJ e CEDAPS
6 PPGGeo PUC-Rio e CEDAPS
7 IBMEC e CEDAPS
8 UNESA e CEDAPS
Apresentação/Introdução
A Portaria nº 3.493/2024 estabelece nova metodologia de cofinanciamento da APS após as mudanças na PNAB 2017 e Previne Brasil 2019. A portaria valoriza a Estratégia Saúde da Família e equidade territorial, atuando como indutora de políticas municipais através de mecanismos de repasse financeiro. Os efeitos práticos desta mudança ainda estão em implementação, com período de transição até 2025.
Objetivos
Organizar e analisar dados da APS de 40 municípios para apoiá-los no monitoramento dos componentes I e II do novo cofinanciamento federal, a partir de pesquisa exploratória de base secundária e análise documental das portarias 3.493/24 e 161/24.
Metodologia
O levantamento contemplou dados sobre quantitativo, credenciamento, homologação, regularidade e status de pagamento das equipes de Saúde da Família (eSF), de Atenção Primária (eAP), de Saúde Bucal (eSB) e multiprofissionais (eMulti). Foram também analisados o número de eSF atuando acima do limite máximo permitido de população adscrita, a cobertura de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) diretos e indiretos na composição das eSF, a defasagem em relação ao teto estimado pelo Ministério da Saúde para esses profissionais. Os dados foram organizados e analisados de modo descritivo, visando identificar padrões, lacunas e desafios na gestão e financiamento das equipes de Atenção Primária à Saúde.
Resultados
A análise dos dados em painel visual evidenciou eSFs que apresentavam população identificada acima do recomendado pelo MS, mas com baixo número de usuários efetivamente acompanhados, refletindo baixa cobertura de cadastros completos e atendimentos regulares. Houve ainda defasagem no quantitativo de ACS e distanciamento do teto de equipes preconizado pelo critério populacional estimado, o que motivou discussões sobre a necessidade de reterritorialização das equipes e aprimoramento dos processos de cadastramento e regularização, visando maior eficiência e cobertura na APS. O painel apontou, ainda, que o acesso à dados não sistematizados inviabiliza a tomada de decisão baseada em evidências.
Conclusões/Considerações
A sistematização dos dados evidenciou fragilidades na cobertura e organização das equipes de APS, destacando a importância do monitoramento contínuo para subsidiar decisões e adequações territoriais. O uso de painéis visuais fortalece a gestão, promovendo maior eficiência, transparência e alinhamento às diretrizes para cumprimento das condicionalidades dos componentes do novo cofinanciamento federal.
COMO A TRANSIÇÃO NA ADEQUAÇÃO DE COMPONENTES ESTRUTURANTES INFLUENCIA A QUALIDADE DOS SERVIÇOS DE SAÚDE MATERNO-INFANTIL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE?
Pôster Eletrônico
1 CIDACS-Fiocruz BA
2 IME-UFBA
3 ISC-UFBA
4 FIOCRUZ-CE
Apresentação/Introdução
A qualidade da Atenção Primária à Saúde(APS) é importante determinante da saúde materno-infantil. No Brasil, a APS baseada na Estratégia Saúde da Família tem demostrado, alta capacidade para melhorar o acesso aos serviços, o cuidado em saúde e diminuir desigualdades, especialmente em municípios vulneráveis. No entanto, ainda são incipientes estudos que avaliem como seus componentes interagem.
Objetivos
Avaliar como as mudanças na qualidade de componentes estruturantes influenciam a qualidade de serviços de saúde materno-infantil no contexto do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ).
Metodologia
Utilizando dados dos módulos I e II da avaliação externa dos três ciclos do PMAQ (2012, 2014 e 2018) e com base normativa do Ministério da Saúde foi construído um modelo de avaliação com 37 indicadores, agrupados em seis componentes: Planejamento e Organização; Infraestrutura; Insumos Gerais; Pré-natal/Puerpério; Saúde da Criança e Imunização. Os três primeiros representaram o bloco Estruturante, e os demais o bloco de Serviços. A Análise de Transição Latente (LTA), foi empregada para classificar cada bloco como maior ou menor adequação, segundo seu desempenho ao longo do período. Utilizando o modelo logístico misto calculou-se o efeito do dinamismo do bloco estruturante sobre o de serviços.
Resultados
Participaram nos três ciclos8,776 equipes da Estratégia Saúde da Família. A partir da LTA observou-se para o bloco de componentes estruturantes que 10% das equipes foram classificadas com maior adequação no ciclo 1, 44% no ciclo 2, e 92% no ciclo 3. No bloco de componentes de serviços, as frequências de maior adequação foram 29% no ciclo 1, 39% no ciclo 2, e 89% no ciclo 3. Evidenciou-se ainda que a chance de equipes serem classificadas com maior adequação para o bloco de serviços foi 3.11 vezes maior entre equipes classificadas com maior adequação no bloco de componentes estruturantes quando comparado com equipes classificadas com menor adequação.
Conclusões/Considerações
Foi observada uma importante mudança da qualidade da atenção à saúde materno-infantil ao longo dos ciclos do PMAQ. Ainda foi demostrado a importância da melhoria da qualidade de componentes relacionados a estrutura física das unidades básicas, e ações de planejamento e organização das equipes para maximizar a qualidade de componentes relacionados aos serviços de saúde materno-infantil oferecidos pelas equipes, demostrando a importância de uma APS forte.
ESCOPO DE AÇÕES DAS EMULTI NA APS: ANÁLISE DO CENSO NACIONAL DAS UBS 2024
Pôster Eletrônico
1 USP/FSP
Apresentação/Introdução
A participação de equipes multiprofissionais na Atenção Primária à Saúde (APS), originalmente pelo NASF, enfrentou mudanças nos últimos anos com o fim do financiamento pelo Ministério da Saúde em 2019 e com a implementação da nova proposta através das eMulti. Conhecer a atual oferta dessas equipes é essencial para compreender a sua implementação e facilitar sua expansão em regiões desassistidas.
Objetivos
Caracterizar a presença das equipes de apoio multiprofissionais na APS e comparar aspectos estruturais, organizacionais e de composição profissional entre UBS com e sem equipes multiprofissionais.
Metodologia
Em 2024, foi realizado o Censo Nacional das UBS, através da auto-aplicação de questionário eletrônico estruturado, registrado na plataforma e-gestor AB do governo federal. Neste trabalho foram selecionadas variáveis relacionadas à presença de equipes multiprofissionais, composição profissional, estrutura física e organização dos serviços. Realizou-se análise descritiva e inferencial utilizando o programa R®. Feita a comparação entre UBS com e sem equipes multiprofissionais. Os resultados são apresentados para o universo de 44.937 UBS do país e por regiões geopolíticas: (N=4.096; NE=17.737; SE=13.374; S=6.607; e CO=3.123).
Resultados
40% das UBS possuem eMulti. Dentre elas, 59% em municípios de pequeno porte e 73% áreas urbanas. Entre os profissionais destacam-se psicólogos-88%, nutricionistas-86%; fisioterapeutas-80%. Entre ações realizadas estão: Assistência-81%; Consulta compartilhada-65%, Grupos-52%; Atendimento domiciliar-83%; PTS-49%; Teleconsulta-7%. Reuniões entre eSF/eAP com eMulti são mensais-40%.
63% não ofertam Práticas Integrativas e Complementares em Saúde. 76% compartilham cuidado com CAPS. Presença eMulti associa-se a maior escopo de práticas para cuidados de HAS, DM, obesidade, violência, saúde materno-infantil, homem e idosos. Sugere impacto positivo na integralidade do cuidado e APS mais resolutiva.
Conclusões/Considerações
A presença de eMulti nas UBS associa-se à ampliação da oferta de serviços, maior organização do cuidado e melhores fluxos para demandas sensíveis à APS, indicando contribuição relevante para o acesso, integralidade e melhoria na resolutividade. Essa pesquisa pode contribuir com os gestores na busca por ações mais efetivas na APS, além disso, destaca-se a importância de pensar a ampliação das eMuti, visto sua contribuição positiva para as UBS.
FATORES ASSOCIADOS À NÃO UTILIZAÇÃO DE ATENDIMENTO DE SAÚDE PELO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE, 2019
Pôster Eletrônico
1 UFSC
Apresentação/Introdução
O Sistema Único de Saúde (SUS) garante o direito universal à saúde, atendendo principalmente quem depende dos serviços públicos. Embora tenha ampliado o acesso, parte da população não utiliza o sistema. Compreender os fatores associados a essa escolha pode orientar políticas mais inclusivas, promover equidade e otimizar a alocação de recursos no atendimento público.
Objetivos
Identificar os fatores associados à não utilização de atendimento de saúde pelo SUS no Brasil.
Metodologia
Estudo transversal com 31.911 indivíduos com 18+ anos (média 43,5±17,1 anos) da Pesquisa Nacional de Saúde, 2019. A variável dependente foi a não utilização de atendimento de saúde pelo SUS nas duas últimas semanas. As variáveis independentes incluíram dados sociodemográficos, comportamentais, de saúde e uso dos serviços. Regressão de Poisson foi usada para estimar a razão de prevalência (RP) com respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%). Variáveis com p<0,20 na análise bruta (teste de Wald) foram incluídas nos modelos ajustados. Adotou-se abordagem hierárquica, com inclusão progressiva dos blocos de variáveis com p<0,05. Análises realizadas no Stata 14.2, com ponderações amostrais.
Resultados
A prevalência de não uso do SUS foi de 43,0%. Houve maior prevalência de não uso do SUS entre pessoas com 1-4 (RP=1,30;IC95%:1,03-1,64), 5-8 (RP=42;IC95%:1,13-1,78) e ≥9 (RP=1,60;IC95%:1,29-1,99) anos de estudo; renda de 1 a <2 (RP=1,36;IC95%:1,21–1,52) e ≥2 salários mínimos (RP=1,50;IC95%:1,34–1,67); empregadores/autônomos (RP=1,34;IC95%:1,11-1,60), empregados (RP=1,39;IC95%:1,16-1,66) e estudantes (RP=1,43;IC95%:1,17-1,76). Por outro lado, observou-se menor prevalência de não uso do SUS entre indivíduos com autoavaliação negativa de saúde (RP=0,93;IC95%:0,86-0,96), que não obtiveram atendimento na primeira tentativa (RP=0,91;IC95%:0,86-0,96) e sem plano de saúde (RP=0,31;IC95%:0,28–0,33).
Conclusões/Considerações
Concluiu-se que a não utilização do SUS foi maior na amostra com melhores condições socioeconômicas e menor naqueles com autoavaliação negativa de saúde, que não obtiveram atendimento na primeira tentativa e que não possuíam plano de saúde. Esses achados reforçam a urgência de fortalecer a imagem do SUS como um sistema público de qualidade e implementar estratégias que ampliem sua valorização e ampliação do acesso por todas as camadas sociais.
MODELOS DE COFINANCIAMENTO FEDERAL E A INDUÇÃO DO DESENHO ASSISTENCIAL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 IMS - UERJ
Apresentação/Introdução
Historicamente, o financiamento das políticas públicas de saúde e transferências financeiras da União às esferas subnacionais têm sido um importante mecanismo para induzir, modelar e regular as políticas implementadas pelos governos estaduais e municipais, garantindo a coordenação federal das políticas sanitárias.
Objetivos
Analisar os modelos de cofinanciamento federal da Atenção Primária à Saúde do Sistema Único de Saúde enquanto ferramenta política indutora do modelo assistencial, tendo como foco a análise da relação interfederativa.
Metodologia
A metodologia escolhida foi a análise documental, foram selecionadas as normativas da APS do SUS publicadas pelo Ministério da Saúde no período de 1990 a 2024, sob o ponto de vista da relação entre o desenho assistencial e o modelo de cofinanciamento federal. O cenário das relações interfederativas foi a base de análise dos três modelos de cofinanciamento federal e o modelo assistencial induzido em cada período, sendo considerado: Piso de Atenção Básica - PAB (1996-2019), Programa Previne Brasil (2019 -2024) e nova metodologia de cofinanciamento federal da APS do SUS (2024 – atual).
Resultados
O PAB foi imprescindível para a expansão das equipes de Saúde da Família e consolidação da ESF no país. O modelo do Programa Previne Brasil inverteu princípios que garantiam uma APS abrangente e uma atenção integral, em detrimento ao fomento da autonomia gestionária do nível municipal alterando os pilares da coordenação federal presentes no cofinanciamento, de forma a induzir um modelo de assistência focalizada e divergente dos princípios da universalidade e da integralidade. O terceiro modelo retoma os princípios do SUS e constitucionais e avança alguns debates a partir de um movimento de recentralização da indução assistencial por meio da indução financeira federal.
Conclusões/Considerações
O processo brasileiro de descentralização em saúde, tem caráter político administrativo e produziu efeitos no aumento da cobertura da ESF, entretanto a gestão federal manteve a concentração de poder para indução das políticas públicas por meio de condicionalidades vinculadas aos mecanismos de transferências financeiras. O constante tensionamento entre o poder local e o poder central reverbera nos efeitos da política e nos caminhos da APS induzidos.
DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DE UNIDADE DE SAÚDE NO INTERIOR DA AMAZÔNIA
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Oeste do Pará/ UFOPA/ Mestrando- PROFSAÚDE
2 Docente Efetivo da Universidade Federal do Oeste do Pará/ UFOPA.
3 Docente Substituta da Universidade Estadual do Pará/ UEPA.
Apresentação/Introdução
A Saúde no Brasil é regida pela lei do SUS que garante saúde a todos com equidade, universalidade e integralidade. O município de Óbidos/PA com 52.229 habitantes apresenta uma série de desafios e conquistas relacionados a saúde. A cidade conta com unidades de saúde que atendem a população, porém, as limitações dos serviços públicos frequentemente impactam a qualidade do atendimento.
Objetivos
Essa pesquisa foi realizada no âmbito do PROFSAÚDE e objetivou traçar o diagnóstico situacional de uma unidade de saúde do município.
Metodologia
Para tanto, realizou-se uma coleta de dados dos prontuários eletrônicos (PEC) da UBS, a qual traçou um perfil dos usuários da unidade destacando-se: Idade, sexo, principais atendimentos realizados, número de pré-natal, exames como PCCU, e condições sanitárias das famílias e usuários do território
Resultados
Como resultado obtivemos que a maior parte dos pacientes são do sexo feminino, com idade média de 60 anos, os principais atendimentos realizados foram os voltados para tratamento de diabetes, hipertensão e doença mental. Quanto ao pré-natal, a UBS conta com um número expressivo de gestantes 1,4% acima da média que é de 0,7% nacional, e uma baixa (25%) procura pelo PCCU na unidade quando comparada ao quantitativo de mulheres cadastradas. Ao se analisar as condições sanitárias encontramos casas em sua maioria de alvenaria, com água tradada com coleta de lixo, e a maioria de vive com um salário mínimo ou menos.
Conclusões/Considerações
Conclui-se que a UBS pesquisa reflete os problemas socias e de saúde encontrados no município como: Desigualdades econômicas, falta de infraestrutura adequada e uma saúde que precisa de melhorias, sendo necessário mais políticas públicas e investimento em saúde, prevenção e educação em saúde.
HOSPITALIZAÇÃO POR DOENÇAS PREVENÍVEIS POR VACINAÇÃO E OUTRAS CONDIÇÕES EVITÁVEIS NAS CAPITAIS BRASILEIRAS ANTES DA COVID-19: ESTUDO ECOLÓGICO DESCRITIVO
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade, Rio de Janeiro,
2 Universidade Federal de Santa Catarina
Apresentação/Introdução
Atenção Primária à Saúde(APS) é um modo de organização da atenção aos problemas de saúde mais comuns.A noção de que algumas condições de saúde devem ser resolvidas na APS levou ao desenvolvimento do indicador Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP).A Lista Brasileira de ICSAP é organizada em 19 grupos,sendo o Grupo 1 -Doenças preveníveis por imunização e condições sensíveis.
Objetivos
Descrever as taxas e distribuição proporcional das hospitalizações classificadas no Grupo 1 da Lista Brasileira de CSAP nas Capitais brasileiras no período 2017-2019, por sexo, faixa etária e causa.
Metodologia
Estudo descritivo ecológico transversal sobre as ICSAP do Grupo 1 – Doenças preveníveis por vacinação e condições sensíveis da Lista Brasileira de ICSAP, em residentes das Capitais brasileiras (capitais de Estado e Distrito Federal) pagas pelo SUS ocorridas nos anos 2017 a 2019.
Resultados
Registraram-se 25.640 ICSAP pelo Grupo 1; maiores taxas no sexo masculino (23,3/100.000 hab.-ano) e menores de 5 anos (36,0/100.000 hab.-ano); Tuberculose pulmonar (61,2%), malária (7,6%), sífilis (7,2%), febre reumática (5,1%) e coqueluche (4,1%) foram as principais causas; Boa Vista, Porto Velho, Recife, Porto Alegre e Florianópolis apresentaram as piores taxas padronizadas; Aracaju, Curitiba, Palmas, Teresina e Brasília, as melhores. Taxas em Aracaju 17 vezes menores que em Boa Vista.
Conclusões/Considerações
Parece haver outros fatores, além dos socioeconômicos, determinando as taxas nessas cidades. Ações de vigilância e trabalho com base territorial na APS devem ser fortalecidos.
CONSTRUÇÃO DO CUIDADO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE SOB A PERSPECTIVA DA ECOLOGIA INTEGRAL
Pôster Eletrônico
1 PREFC
2 UERJ
Apresentação/Introdução
O presente trabalho discute a construção do cuidado na Atenção Primária à Saúde a partir da perspectiva da ecologia integral, ancorada nos princípios político-metodológicos da Educação Popular em Saúde. Analisa práticas ainda centradas no modelo curativista, hegemônico, biomédico, centrado no corpo e no tratamento e propõe como superação um cuidado mais humano, coletivo, emancipador e solidário.
Objetivos
Traz como objetivo, conhecer a construção do cuidado gerado pela articulação entre os profissionais das equipes da Estratégia Saúde da Família e os cuidadores populares do território adscrito, à luz da ecologia integral.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, estruturada em uma abordagem participativa. A coleta de dados ocorreu em maio de 2023, a partir da aprovação e comprimento dos critérios éticos legais do Comitê de Ética. Assim, realizou-se uma oficina sistematizada a partir de um roteiro com dois momentos: 1) Brainstorming, conduzida por uma pergunta pilar e abrangente, e 2) Roda de conversas, com características semelhantes a técnica de grupo focal, gerando novas questões disparadoras. A validação dos dados, de ambos os momentos, ocorreu na própria oficina, por meio da sistematização, com os participantes. O tratamento dos dados foi feito pela análise temática.
Resultados
Após o cumprimento das etapas, identificou-se duas grandes categorias, intituladas de 1. Perspectivas do cuidado sob o olhar da equipe de Saúde da Família e 2. Dimensões do cuidado em diálogos com a ecologia integral. A partir delas, foi possível constatar que o acolhimento, rede de apoio, singularidade do cuidado, processo de trabalho e diretrizes políticas para o cuidado são eixos que se encontram com as perspectivas de cuidado dos profissionais da APS, enquanto as dimensões do cuidado esbarram com o cuidado integral, do individual ao coletivo, cuidado biológico e cuidado social e comunitário.
Conclusões/Considerações
Percebe-se que existe uma aproximação, mesmo que sem intenção, entre os princípios da Educação Popular em Saúde com o cuidado ofertado na ESF. Assim, apesar de serem ditas como respeitadas e não antagônicas, as práticas cuidadoras necessitam de mais validação, espaço e comunicação com as práticas de cuidado oferecidas pelos profissionais de saúde, uma vez que isso não está presente em todo o contexto e dimensão do cuidado.
CUIDADO FARMACÊUTICO NA CESSAÇÃO TABÁGICA NO AMBULATÓRIO DE FARMÁCIA CLÍNICA NO CENTRO DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DE REDENÇÃO-CE.
Pôster Eletrônico
1 PMG
2 UNILAB
3 UMAX
4 ESP-CE
5 UNICHRISTUS
Apresentação/Introdução
O tabagismo configura-se como uma relevante problemática de saúde caracterizado pela dependência física e psicológica que está associada ao consumo contínuo dos produtos derivados do tabaco. As farmácias comunitárias desempenham ações e atividades voltadas à cessação tabágica, utilizando-se de intervenções farmacêuticas baseadas em promoção e educação em saúde.
Objetivos
O trabalho tem por objetivo relatar as ações de cuidado farmacêutico realizadas no Ambulatório de Farmácia Clínica do Centro de Atenção Integral à Saúde (CAIS) em Redenção-CE, visando reduzir o número de tabagistas na cidade de Acapare- Ce.
Metodologia
O projeto foi realizado no ambulatório de Farmácia Clínica do CAIS, com atendimentos semanais a pacientes tabagistas de Redenção-CE e Acarape-CE. As consultas incluíram anamnese, exame físico, aferição de sinais vitais e aplicação dos testes de Fagerström e PHQ-9. Foram utilizados materiais de apoio, como o Mapa de Cigarros Diários e a Lista de Ambivalência. As intervenções incluíram educação em saúde, práticas integrativas (massoterapia) e, quando necessário, Terapia de Reposição de Nicotina (TRN). Pacientes com indicação de bupropiona foram encaminhados ao médico. O cuidado foi individualizado e centrado no vínculo terapêutico.
Resultados
Durante a execução do projeto foram acompanhados três pacientes tabagistas no ambulatório de Farmácia Clínica do CAIS. Todos demonstraram redução no consumo diário de cigarros e relataram melhora na qualidade do sono, respiração e bem-estar geral. As consultas farmacêuticas proporcionaram acolhimento, orientações individualizadas e suporte contínuo, favorecendo o engajamento dos participantes no processo de cessação. A adesão às práticas integrativas e ao plano de cuidado contribuiu positivamente para o controle da ansiedade e prevenção de recaídas.
Conclusões/Considerações
O cuidado farmacêutico mostrou-se eficaz na cessação do tabagismo, promovendo acolhimento, educação em saúde e uso racional da TRN. A atuação clínica do farmacêutico fortalece a atenção primária e pode ser replicada em outros contextos.
A INVISIBILIDADE DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS DA PESCA PARA A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFPB
Apresentação/Introdução
A RESEX Acaú-Goiana, entre Paraíba e Pernambuco, é formada por 6 comunidades da pesca, sobretudo mulheres marisqueiras, cujo trabalho representa subsistência, resistência e identidade. Nesse cenário, destaca-se o papel da Estratégia de Saúde da Família (ESF) que deve cumprir a Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas.
Objetivos
Analisar a percepção das equipes de Saúde da Família sobre o cuidado das comunidades tradicionais da pesca artesanal da RESEX Acaú-Goiana, além da compreensão da relação entre ambiente, trabalho e saúde dessa população.
Metodologia
Foram realizados grupos focais com os profissionais de 8 ESF’s dos territórios da RESEX Acaú-Goiana. A técnica foi escolhida por possibilitar a construção coletiva de sentidos a partir da interação entre os participantes, com base em suas vivências e percepções. Os áudios das entrevistas foram transcritos na íntegra. Esse método foi dividido em três etapas: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados. As transcrições foram organizadas seguindo critérios como exaustividade e pertinência, e, a partir da leitura completa, foram criadas unidades de registro e depois foram agrupadas em categorias temáticas para facilitar a análise e interpretação dos temas discutidos.
Resultados
Através da análise, foi possível compreender a visão dos profissionais sobre a população e seu território. Há uma falta de reconhecimento da profissão da pesca e ausência de registros de saúde, o que contribui para a marginalização desta categoria. Descreve-se a comunidade marcada por pobreza, condições precárias de moradia, falta de saneamento e degradação ambiental. Acerca dos problemas de saúde são relatadas doenças ocupacionais, mentais e negligenciadas. A ausência de formação específica para os profissionais de saúde que atuam nas USFs e o desconhecimento das particularidades das comunidades pesqueiras evidenciam lacunas significativas na promoção do cuidado integral a essa população.
Conclusões/Considerações
Destaca-se a complexa rede entre fatores socioeconômicos, culturais e estruturais que afetam a saúde dos povos da águas. Reforçando a necessidade de uma abordagem intersetorial para enfrentar as desigualdades. Urge a implementação de políticas públicas que integrem a saúde ocupacional dos pescadores e que promovam uma formação adequada para os profissionais de saúde, a fim de melhorar a qualidade de vida e a garantia de direitos dessa população.
ESTRUTURA E ACESSO À ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO MARANHÃO: ANÁLISE DE INDICADORES DO SISAB ENTRE 2019 E 2024
Pôster Eletrônico
1 CEST São Luís, MA
2 SEMUS São Luís/MA
Apresentação/Introdução
O acesso à Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil é marcado por desigualdades regionais, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. No Maranhão, estado com grande vulnerabilidade social, compreender os padrões de acesso e cobertura da APS é essencial para o fortalecimento do SUS e redução das iniquidades em saúde.
Objetivos
Analisar desigualdades no acesso à Atenção Primária à Saúde no estado do Maranhão entre 2019 e 2024, a partir de indicadores selecionados disponíveis no SISAB.
Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico, com uso de dados secundários extraídos do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB) e do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), referentes ao período de 2019 a 2024. Foram analisados os indicadores: cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF), número de consultas médicas e de enfermagem e população cadastrada. A análise foi descritiva e comparativa entre os municípios do Maranhão, utilizando também dados do IBGE e do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (IMESC) para contextualização demográfica e socioeconômica.
Resultados
Observou-se avanços significativos na cobertura da ESF entre os municípios, variando inversamente com relação à extensão territorial e populacional. O número de consultas por habitante/ano mostrou-se aquém do recomendado em diversos territórios. A proporção de cadastros individuais assim como indicadores de desempenho também apresentou discrepâncias, com maior ênfase em 2023, refletindo diferenças na organização dos serviços e uma forte associação com aspectos relacionados ao financiamento da APS. Os municípios com menores indicadores de acesso coincidiram com os piores índices de vulnerabilidade social, evidenciando a interseção entre desigualdade socioeconômica e iniquidade em saúde.
Conclusões/Considerações
Os resultados indicam a persistência de desigualdades no acesso à APS no Maranhão, comprometendo a efetividade da atenção integral e resolutiva no SUS. A análise dos dados secundários permite subsidiar o planejamento regionalizado e o fortalecimento das políticas de equidade em saúde. A ampliação do cadastro e o reordenamento dos serviços são estratégias prioritárias.
PRESENÇA DE DOR E O TEMPO SEMANAL DE ATIVIDADE FÍSICA ENTRE PESSOAS IDOSAS CAIDORAS E NÃO CAIDORAS ATENDIDAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UEG
Apresentação/Introdução
As pessoas idosas apresentam alterações no desempenho funcional, frequentemente acompanhadas de sintomas de dor, o que pode levar a ocorrência de quedas. Associado ao processo de envelhecimento e ocorrência de quedas, nota-se uma redução no nível de atividade física de pessoas idosas, o que pode agravar sintomas de dor e representar um problema de saúde pública.
Objetivos
O objetivo do estudo é comparar a presença de dor e o tempo semanal de atividade física entre pessoas idosas caidoras e não caidoras atendidas na atenção primária à saúde.
Metodologia
Estudo transversal com 222 participantes, divididos em dois grupos, o primeiro de pessoas idosas que sofreram quedas no último ano (G1- N = 71) e o segundo de pessoas idosas que não sofreram quedas no último ano (G2- N = 151) com base no autorrelato dos participantes. A medida de nível de atividade física foi coletada com a pergunta “pratica atividade física e quantos minutos por semana?” . A dor foi avaliada pelo Geriatric Pain Measure (GPM). A análise estatística foi realizada com o software JAMOVI°, utilizando o teste U de Mann-Whitney para comparações entre os dois grupos, com valor de significância p < 0,05.
Resultados
Um total de 222 idosos com idade entre 60 e 92 anos (média de 69,5 ± 6,9 anos) participou do estudo, sendo 135 (60%) mulheres e 90 (40%) homens. A mediana da ocorrência de quedas no G1 foi de 1 queda e no G2 foi de 0. O tempo médio de prática semanal de atividade física no G1 foi de 43 minutos e no G2 foi de 80 minutos. Quanto à dor autorreferida, 155 (68,9%) participantes relataram dor e 70 (31,1%) não relataram dor. O escore total do Geriatric Pain Measure (GPM) foi no G1 de 18 e no G2 de 12. A comparação entre os grupos de pessoas idosas caidoras e não caidoras revelou diferenças para a intensidade de dor (p<0,001) e para o tempo semanal de atividade física (p=0,006).
Conclusões/Considerações
O grupo de pessoas idosas caidoras apresentou uma maior presença e intensidade de dor e um menor tempo de atividade física que o grupo de pessoas idosas não caidoras. No contexto da saúde pública no Brasil, identificar a presença de dor e o nível de atividade física das pessoas idosas pode subsidiar a implementação de medidas terapêuticas eficazes e na melhoria da condição funcional da população idosa.
FLUXOS DE ATENDIMENTO NA EXPERIÊNCIA DE MULHERES QUE SOMATIZAM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: VÍNCULO E RECONHECIMENTO FRENTE À FRAGMENTAÇÃO DO CUIDADO
Pôster Eletrônico
1 Universidade do Vale do Itajaí
Apresentação/Introdução
A somatização contitui demanda recorrente de cuidado na Atenção Primária à Saúde, especialmente vivenciada por mulheres. Os fluxos assistenciais para esses casos revelam tensões entre modelos medicalizadores e as exigências do cuidado integral. Este estudo analisa os itinerários terapêuticos de mulheres na APS, numa perspectiva interseccional e ampliada de cuidado.
Objetivos
Analisar os fluxos de atendimento e do cuidado oferecido na Atenção Primária a mulheres com sofrimento somático, identificando potencialidades e limites dos serviços.
Metodologia
Trata-se de pesquisa com enfoque clínico-qualitativo, aprovada pelo Parecer 7.451.570. Participaram três mulheres, com 40 a 55 anos, que vivenciam experiências somáticas na APS no município de Itajaí, Santa Catarina. Os dados foram coletados por meio de entrevistas, com roteiro semi-estruturado e questionário com marcadores sociais. Foram realizadas pelo menos dois encontros com cada participante, focado nas suas experiências somatizadoras, as vulnerabilidades e resiliências e o cuidado ofertado. Análise temática fundamentada em matriz interseccional e psicanalítica.
Resultados
Os fluxos assistenciais reveleram quatro dimensões: busca inicial marcada pela frustração diagnóstica, com mútiplas idas e intervenções sem achados orgânicos e prescrição padronizada de analgésicos, múltiplos atendimentos na APS e com especialistas (neurologista, psicólogo, nutricionista), de forma fragmentada e ausência de diálogo interprofissional. Como potencialidade, verificou-se a importância do vínculo com profissional médico na APS, na validação da experiência da dor e nas práticas psicoterapêuticas para reconhecimento dos afetos e sua intensificação das experiências somáticas.
Conclusões/Considerações
Os fluxos de atendimento vivenciados demonstram a lógica fragmentada do cuidado, com acesso a múltiplos profissionais, sem articulação e diálogo em equipe. No entanto, a vinculação longitudinal e a escuta qualificada se tornaram tecnologias de cuidado fundamentais para as participantes, como no reconhecimento e validação das experiências somáticas. Fortalecer a interprofissionalidade como forma de legimitar o sofrimento somático numa perspectiva integral.
DORES MUSCULARES E QUALIDADE DE VIDA DE AGRICULTORAS FAMILIARES NO INTERIOR DA AMAZÔNIA
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Oeste do Pará/ UFOPA/ Mestrando- PROFSAÚDE
2 Docente Efetivo da Universidade Federal do Oeste do Pará/ UFOPA.
3 Docente Substituta da Universidade Estadual do Pará/ UEPA
4 Docente Efetivo da Universidade Federal do Estado do Pará/ UFOPA.
Apresentação/Introdução
Mulheres agricultoras enfrentam dupla jornada ao conciliarem o trabalho no campo com atividades domésticas e de cuidado. Esse acúmulo de funções, aliado à precariedade das condições de trabalho e à falta de suporte específico, aumenta a vulnerabilidade ao adoecimento, especialmente por dores osteomusculares e sobrecarga física.
Objetivos
O objetivo foi identificar a região do corpo mais dolorosa e mensurar a qualidade de vida (QV) da mulher rural participante da pesquisa.
Metodologia
A amostra inicial foi de 14 mulheres associadas à Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Belterra (AMABELA), na faixa etária de 18-55 anos. Foram aplicados o inventário breve da dor; questionário sociodemográfico e o questionário WHOQOL-bref para avaliar a qualidade de vida.
Resultados
As participantes tinham em média de 41 anos, maioria com 4 filhos e parto natural. Predominavam ensino médio completo, mais de cinco anos de trabalho rural e renda inferior a um salário mínimo, advinda apenas da agricultura. Cerca de 28,5% relataram dores lombares moderadas. A jornada no campo variava entre 4 e 8 h/dia, somada a 3h de atividades domésticas. A postura em pé era a mais frequente, e a faxina, a atividade reprodutiva mais dispendiosa. Quanto a QV, o domínio relações sociais foi o que teve maior satisfação e o domínio físico o pior índice de satisfação, os demais ficaram como regular.
Conclusões/Considerações
Os resultados indicam sobrecarga física e vulnerabilidade socioeconômica entre mulheres que conciliam trabalho rural e doméstico. A frequência de dores lombares e a baixa satisfação física reforçam a urgência de políticas públicas que melhorem as condições de trabalho, ampliem o acesso à saúde e valorizem o trabalho reprodutivo no meio rural.
REFLEXÕES SOBRE O PROGRAMA DE CUIDADOS PALIATIVOS NO SUS: A EXPERIÊNCIA NA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA MATA ESCURA
Pôster Eletrônico
1 Universidade Estácio de Sá
Apresentação/Introdução
Os Cuidados Paliativos são definidos como cuidados holísticos, ofertados a pessoas de todas as idades que enfrentam intenso sofrimento relacionado à saúde, decorrente de doenças graves. No Brasil, em 2020, foi instituído o Programa de Cuidados Paliativos no SUS, com o objetivo de capacitar equipes do SUS e implementar protocolos de CP. O estado da Bahia foi selecionado para participar do programa.
Objetivos
Refletir sobre o processo de implementação e os resultados do Programa de Cuidados Paliativos no SUS na Unidade de Saúde da Família Mata Escura (USFME), durante os anos de 2021 e 2022.
Metodologia
É um estudo descritivo, exploratório e de abordagem qualitativa, cuja coleta de dados foi realizada por meio de análise documental e entrevistas dialogadas com os profissionais da referida unidade. Cenário do estudo foi a USFME (CNES 9694501), localizada no município de Salvador, no estado da Bahia. Foram avaliados documentos produzidos pela gestão estadual e relatórios do Programa de Cuidados Paliativos no SUS (PCPSUS)- financiado pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde. No total, participaram 8 profissionais de saúde que integraram o PCPSUS, além da gestora da USFME, totalizando 9 entrevistados.
Resultados
Os resultados evidenciaram avanços no aperfeiçoamento profissional quanto à compreensão do conceito de CP e à implementação de práticas e processos de trabalho. No entanto, persistem desafios na gestão do SUS, como a alta rotatividade de profissionais na USFME e a ausência de elementos estruturais para a construção de uma rede de serviços de saúde, o que limita a sustentabilidade das ações desenvolvidas na unidade. A pesquisa aponta que, embora tenha havido sensibilização dos trabalhadores em relação ao conceito de CP, as estratégias apoiadas pelo projeto são insuficientes para desenvolvimento e implantação de políticas locais que visem à inserção dessa abordagem na Atenção Primária à Saúde.
Conclusões/Considerações
Limites estruturais, como a dificuldade no fluxo e na logística para acessar medicamentos de suporte e tratamento, além da carência de tecnologias essenciais para o alívio da dor e de outros sintomas, somam-se à necessidade de uma equipe multidisciplinar articulada em rede. Esses fatores são fundamentais para fortalecer a implantação dos Cuidados Paliativos no SUS e representam questões que precisam ser enfrentadas.
DISPARIDADES REGIONAIS E O IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NA ADEQUAÇÃO DO PRÉ-NATAL NO BRASIL (2014-2022)
Pôster Eletrônico
1 Idome/UNESA
2 Idomed/Estácio
Apresentação/Introdução
A ampliação da cobertura do pré-natal no Brasil convive com desigualdades regionais persistentes que impactam tanto o acesso quanto a qualidade da atenção oferecida. O Índice de Kotelchuck evidencia variações significativas na adequação do cuidado entre as diferentes regiões, revelando iniquidades estruturais e a necessidade urgente de políticas públicas sensíveis às especificidades locais.
Objetivos
Analisar a tendência e a disparidade regional na adequação do pré-natal no Brasil entre 2014 e 2022.
Metodologia
Trata-se de um estudo de séries temporais utilizando dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) ao longo de 120 meses (2014–2022). A adequação da assistência pré-natal foi avaliada pelo Índice de Kotelchuck, categorizando o cuidado em diferentes níveis. Para análise das tendências nacionais e regionais, aplicou-se regressão por pontos de inflexão (Joinpoint), identificando mudanças estatisticamente significativas e calculando a Variação Percentual Mensal (VPM). Por utilizar dados secundários públicos e agregados, o estudo foi isento de avaliação pelo Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados
A tendência nacional de pré-natal "mais que adequado" revelou dois pontos de inflexão: out/2019 e jun/2020, marcando o impacto da COVID-19. Houve três fases: crescimento pré-pandemia (+0,24%/mês), queda no início da pandemia (–0,49%/mês) e recuperação (+0,30%/mês). Apesar da retomada, persistem desigualdades regionais. Norte e Nordeste tiveram os maiores crescimentos relativos, mas seguem com os menores índices absolutos. Sul, Sudeste e Centro-Oeste mantêm melhores níveis de adequação e acesso ao cuidado.
Conclusões/Considerações
A adequação do pré-natal no Brasil melhorou ao longo do período, mas foi impactada pela COVID-19, com queda e posterior recuperação, evidenciando a resiliência do sistema. Persistem desigualdades regionais que comprometem a equidade, exigindo políticas que fortaleçam os serviços e ampliem o acesso qualificado, sobretudo em regiões mais vulneráveis, mesmo em contextos de crise.
TELEEDUCAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: ANÁLISE DAS DIRETRIZES DO SUS PARA SUPERAÇÃO DE VAZIOS ASSISTENCIAIS
Pôster Eletrônico
1 UFAM
Apresentação/Introdução
Fortalecer a Atenção Primária em Saúde (APS) é essencial para os princípios do SUS, sobretudo em áreas com vazios assistenciais. A PNEPS, o Programa Telessaúde Brasil Redes e o PNSD reconhecem a teleeducação como estratégia central para qualificação de profissionais, ampliando acesso, equidade e integralidade.
Objetivos
Analisar como os marcos normativos do SUS incorporam a teleeducação como estratégia de educação permanente para superar vazios assistenciais na APS.
Metodologia
Relato de pesquisa documental com análise qualitativa dos dispositivos legais: PNEPS (Portaria nº 1.996/2007), Telessaúde Brasil Redes (Portaria nº 2.546/2011), PNSD (Portaria nº 1.348/2022) e diretrizes da OPAS/OMS. As informações foram organizadas por análise temática.
Resultados
A análise mostra que os documentos convergem na valorização da teleeducação como estratégia contínua de qualificação na APS, especialmente em áreas de difícil acesso. A PNEPS integra a educação ao processo de trabalho e ao uso de tecnologias no território. O Programa Telessaúde Brasil Redes operacionaliza essas diretrizes com teleducação, teleconsultoria e segunda opinião formativa. O PNSD reforça ao priorizar a transformação digital para reduzir desigualdades. Diretrizes da OPAS e OMS destacam a teleeducação como essencial para ampliar o acesso ao conhecimento, fortalecer sistemas de saúde e superar barreiras geográficas e socioeconômicas.
Conclusões/Considerações
A teleeducação é uma estratégia concreta e alinhada às diretrizes do SUS, sendo fundamental para garantir a qualificação das equipes, reduzir iniquidades, fortalecer a APS e assegurar os princípios de universalidade, integralidade e equidade, especialmente em territórios com vazios assistenciais.
PRÁTICAS DE TERRITORIALIZAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE NOS MUNICÍPIOS DO PARANÁ
Pôster Eletrônico
1 UNIVERSIDADE DE LONDRINA - UEL
Apresentação/Introdução
A territorialização é essencial na organização da Atenção Primária à Saúde, envolvendo a análise dos espaços geográficos e sociais onde atuam as equipes, permitindo planejamento e alocação adequada de recursos. O território é um espaço socialmente construído, fruto das relações humanas e dinâmicas locais. No SUS, a territorialização é a base para implementação de políticas públicas.
Objetivos
Analisar práticas que envolvem o processo de territorialização relacionadas à atuação dos ACS e gestão das unidades na APS em municípios paranaenses. Analisar essas práticas revela desafios e orienta políticas sensíveis às especificidades regionais.
Metodologia
Trata-se de um estudo misto, descritivo e analítico, que analisou práticas de territorialização na APS nos 399 municípios do Paraná, usando dados do PCA 2023 do TCE-PR, categorizados por macrorregiões. O instrumento foi elaborado com gestores e profissionais da APS, contemplando 10 variáveis estratégicas (compartilhamento de informações, diagnóstico territorial, acompanhamento domiciliar, atualização cadastral, estratégias para ACS, supervisão, cronograma de visitas, profissionais fixos, atualização do mapeamento e segmentação por riscos). As variáveis impactam diretamente a efetividade da APS, influenciando equidade, acessibilidade e continuidade do cuidado.
Resultados
Este estudo analisa as não conformidades de 10 práticas da APS em 2.177 UBS no Paraná, distribuídas em quatro macrorregiões de saúde – Leste, Oeste, Norte e Noroeste. As menores não conformidades foram nas variáveis: compartilhamento de informações (3,4%) e cadastro (4,3%). As maiores ocorreram no mapeamento do território (22,4%) e segmentação por riscos (18,7%), essas podem impactar mais de 1 milhão de usuários cada, se adotado a estimativa de 2.500 usuários por UBS, conforme a PNAB (BRASIL, 2017). A análise estatística indicou forte correlação (ρ > 0,96) dos resultados entre as macrorregiões, sugerindo desafios sistêmicos.
Conclusões/Considerações
A territorialização é essencial para a efetividade da APS, mas as não conformidades evidenciam desafios sistêmicos. As unidades que não realizam adequadamente o processo de territorialização podem enfrentar desafios como a sobrecarga de trabalho, equipes incompletas e falta de clareza nos processos de trabalho. Esses fatores comprometem a efetividade da territorialização, essencial para planejamento e cuidado qualificado na APS.
TERRITORIALIZAÇÃO EM SAÚDE, UM RELATO DE PESQUISA: MAPEANDO VIDAS, FORTALECENDO O SUS.
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ
2 SES-DF
Apresentação/Introdução
O território pensado como um espaço construído e atravessado por relações de poder, é, um espaço socialmente construído, marcado historicamente por desigualdades e atravessado por relações políticas, culturais e sociais que determinam quem acessa direitos e quem é privado deles. Para diagnosticar essas relações temos a territorialização, pilar da Atenção Primária à Saúde no SUS.
Objetivos
Ampliar o conhecimento da equipe sobre o território; identificar os principais determinantes sociais de saúde; fortalecer o vínculo com a população; promover a intersetorialidade e o cuidado centrado nas necessidades locais.
Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo-descritivo, com foco em sistematização de experiência, com o objetivo de mapear e refletir sobre o processo de diagnóstico do território de referência da UBS Nº 02 do Guará II, localizada no DF, a fim de conhecer a população adscrita e a forma que está se organiza. O método foi o da Observação Participante, dividida em três etapas: inserção do(a) pesquisador(a), 2) estudo da realidade e 3) sistematização dos dados. Esta abordagem permite uma imersão direta no contexto da comunidade em estudo, vivencia-se de forma ativa as dinâmicas territoriais e as interações entre os diversos profissionais de saúde e os pacientes.
Resultados
A territorialização na UBS 2 do Guará expôs contradições sociais profundas. Embora considerado privilegiado frente a regiões como Sol Nascente e Estrutural, o território abriga desigualdades invisibilizadas. Dos 127.952 habitantes, 54,4% são mulheres; 1,3% pessoas trans e 3,8% LGB+. Racialmente, 38,4% se autodeclaram pretos e 7,5% pardos. Mesmo com 60,4% de escolaridade superior e 61,5% com plano de saúde, persistem insegurança alimentar (3,5%), sofrimento psíquico, violência de gênero, abandono de incapaz, dentre outras vulnerabilidades sociais que não possui dado, exigindo um olhar crítico e ações pautadas na equidade.
Conclusões/Considerações
Reafirmamos a territorialização como eixo estruturante da APS e do cuidado em saúde. O levantamento das informações deste estudo de forma coletiva possibilita um conhecimento mais profundo da população na qual a UBS está inserida, traz, assim, meios para potencializar as ações de gestão de cuidado e desenvolver projetos que promovam melhorias na qualidade de vida e emancipação social.
AVALIAÇÃO CONSTRUTIVISTA-RESPONSIVA DE COMPETÊNCIAS INTERPROFISSIONAIS PARA A GESTÃO DO CUIDADO NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UVA
2 UNIFESP
3 UECE
4 UFC
Apresentação/Introdução
A gestão do cuidado exige práticas colaborativas e interprofissionais, superando modelos fragmentados centrados na doença. Na Atenção Básica, isso implica desenvolver competências que integrem saberes e promovam avaliações formativas, fortalecendo o cuidado integral e resolutivo (Cecilio, 2011; Ribeiro et al., 2019).
Objetivos
Construir uma matriz de competências interprofissionais e, a partir dela, desenvolver um instrumento avaliativo para a gestão do cuidado na ABS, fundamentado em uma abordagem construtivista-responsiva.
Metodologia
Trata-se de estudo exploratório, descritivo e metodológico, desenvolvido em etapas articuladas: inicialmente, realizou-se uma revisão sistemática em bases internacionais e entrevistas com profissionais da Atenção Básica à Saúde (ABS), cujos dados subsidiaram a metassíntese temática conduzida com o suporte do software NVIVO11. A partir dessa análise, foi construída uma matriz de competências, posteriormente validada por especialistas por meio da técnica Delphi e do Índice de Validação de Conteúdo (IVC).
Resultados
As entrevistas e a metassíntese permitiram construir uma matriz com 52 competências interprofissionais para a gestão do cuidado, organizadas em seis domínios: cuidado individual, cuidado familiar/territorial, atuação profissional, impacto organizacional, efeitos de rede e efeitos políticos. As competências foram decompostas em um instrumento com situações-problema e ilustrações, possibilitando uma avaliação dialógica e formativa de quarta geração.
Conclusões/Considerações
O instrumento de avaliação reafirma a importância de adotar processos avaliativos construtivistas, que valorizem o diálogo e a reflexão crítica. Além disso, evidencia a necessidade de transição para um modelo de atenção centrado na pessoa, sustentado por práticas colaborativas e interprofissionais, capazes de promover cuidado integral e resolutivo na ABS.
SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO BÁSICA: REVISÃO INTEGRATIVA SOBRE DIÁLOGOS INTRA E INTERSETORIAIS
Pôster Eletrônico
1 UNASP
Apresentação/Introdução
Este estudo analisa a integração da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e a Atenção Básica no SUS, destacando a articulação intra e intersetorial. Explora como os dispositivos especializados e da Atenção Básica dialogam entre si, visando à intersetorialidade. A pesquisa, baseada em uma revisão integrativa da literatura, aborda os desafios e avanços da reforma psiquiátrica e retrocessos na saúde.
Objetivos
Verificar as ferramentas que expressam o diálogo entre Saúde Mental e Atenção Básica; compreender os desafios e potencialidades das estratégias intrassetoriais; identificar a percepção dos profissionais sobre a articulação interna e intersetorial na RAPS.
Metodologia
A busca bibliográfica foi realizada nas bases de dados Scielo, Pubmed e Lilacs, por meio dos descritores “Intersetorialidade”; “Saúde Mental”; “Atenção Básica”, “Atenção Primária” e “Integração” considerando também as versões em inglês e espanhol. Foram considerados para o desenvolvimento da pesquisa: artigos científicos com dados primários, que retratassem experiências brasileiras; publicados entre 2002 e 2022, que respondessem à questão de pesquisa e que estivessem disponíveis por meio de acesso aberto, na íntegra. Foram selecionados 40 estudos para composição final da amostra.
Resultados
Os dados mostram que há articulação entre os dispositivos da RAPS acontecendo em todo território nacional, em especial na região Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Porém ainda de maneira fragilizada. Dos 40 artigos da amostra, 35 mostram que a articulação entre os serviços de Saúde Mental e Atenção Básica da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) ocorre por meio do apoio matricial; e cinco retratam métodos elementares de contato, como a possibilidade do encaminhamento aos demais serviços e contato telefônico informal por alguns trabalhadores da rede que possuem vínculos interpessoais estabelecidos.
Conclusões/Considerações
Os estudos encontrados mostram estratégias intrassetoriais de diálogo entre Saúde Mental e Atenção Básica que trazem caminhos, a partir dos desafios e potencialidades levantados, para o desenvolvimento de estratégias intersetoriais. Espera-se contribuir para a construção coletiva de ações e espaços de melhorias para os serviços, por meio da reflexão sobre o percurso sociopolítico que estamos vivenciando desde o rompimento do modelo manicomial.
TÉCNICAS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA A IDENTIFICAÇÃO E GESTÃO CLÍNICA DE CASOS DE COVID LONGA: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
Apresentação/Introdução
A pandemia de COVID-19 trouxe desafios ao sistema de saúde, como a Covid longa, que afeta a saúde física e mental. A Inteligência Artificial (IA) e o Machine Learning têm sido aliados na identificação dessa condição, marcada por sintomas diversos e graves. Dessa forma, avanços nessa área podem contribuir para estratégias de saúde pública mais eficazes.
Objetivos
Mapear a literatura científica sobre as técnicas de inteligência artificial que auxiliam na identificação e gestão clínica dos casos de COVID longa.
Metodologia
Foi realizada uma revisão de escopo segundo a metodologia do Joanna Briggs Institute (JBI). As buscas ocorreram entre 1º de janeiro de 2020 e 30 de junho de 2024, com os descritores: COVID longa, Inteligência Artificial, governança clínica e gestão de doenças. Incluíram-se artigos nos idiomas português, inglês e espanhol. As bases consultadas foram Web of Science, PubMed, LILACS, SciELO, Scopus e Google Scholar.
Resultados
Foram selecionados 12 artigos que abordam o uso de inteligência artificial para a identificação e gestão de casos de COVID longa. Os estudos selecionados forneceram uma visão abrangente das aplicações de inteligência artificial no monitoramento e gestão de sequelas da COVID-19. Destacou-se a precisão de modelos de aprendizado de máquina, redes neurais artificiais, algoritmos de inteligência artificial e modelo de Random Forest na identificação de pacientes com Covid longa e identificação de riscos de desenvolvimento de sequelas neurológicas.
Conclusões/Considerações
Houve avanço no uso de algoritmos de IA na identificação de sintomas, caracterização da condição e monitoramento de sequelas pós-COVID-19. Os modelos de aprendizado de máquina, como Random Forest e XGBoost, destacaram-se pela precisão e aplicabilidade clínica, sendo usados para analisar a relação entre variáveis de risco e o desenvolvimento da COVID Longa.
A INTEGRALIDADE DO CUIDADO E AS TECNOLOGIAS DO CUIDADO EM SAÚDE NO CONTEXTO DA ATENÇÃO BÁSICA
Pôster Eletrônico
1 Unirio
2 Unigranrio
3 UNIRIO
Apresentação/Introdução
INTRODUÇÃO:
Nos últimos anos, a noção de cuidado em saúde transformou-se, incluindo termos como “tecnologias do cuidado”. Merhy afirma que o cuidado acontece em ato e é a articulação destas, não se restringindo às tecnologias duras, mas sim com ênfase nas leve duras e leves. Por ser a Atenção Básica a porta de entrada do Sistema Único de Saúde e coordenadora do cuidado ela também deve operar nesta lógica
Objetivos
OBJETIVOS:
O objetivo deste estudo é discutir como o conceito de tecnologia do cuidado proposto por Emerson Merhy contribui para a integralidade das práticas cotidianas do SUS no contexto da Atenção Básica.
Metodologia
METODOLOGIA:
Trata-se de uma revisão integrativa, cuja questão norteadora - Como as tecnologias do cuidado em saúde propostas por Merhy contribuem para integralidade do cuidado em saúde na Atenção Básica - partiu do acróstico PICO, onde considerou-se P (população alvo): Atenção Básica; I (intervenção): aplicação das tecnologias do cuidado propostas por Merhy (leve, leve dura e dura) Co (contexto): práticas cotidianas do SUS no contexto da Atenção Básica. Os dados foram coletados em bases eletrônicas, com a combinação dos seguintes descritores em saúde DeCS and MeSH: “atenção primária à saúde”; “integralidade em saúde”; “tecnologia em saúde”.
Resultados
RESULTADOS
Identificou-se que apesar dos avanços, persistem desafios estruturais, educacionais e organizacionais que dificultam sua plena efetivação da integralidade. Destacam-se: formação profissional deficiente; práticas fragmentadas; fluxos não resolutivos e, desvalorização das tecnologias leves contribuíram para tal. Entretanto, a articulação da integralidade com determinantes sociais de saúde, inovações na gestão e trabalho, análises sobre impactos da formação em saúde na prática da integralidade e investigação sobre a incorporação de tecnologias leves na prática, demonstraram que as tecnologias do cuidado propostas por Merhy contribuem para a materialização da integralidade na Atenção Básica.
Conclusões/Considerações
CONSIDERAÇÕES
A combinação das tecnologias do cuidado mostrou-se imprescindível para a efetivação da integralidade. No entanto, a formação deficiente, o cuidado fragmentado e a falta de fluxos resolutivos funcionam como obstáculos.
Frente a isso, é urgente reconfigurar a formação profissional, priorizando competências relacionais, interdisciplinares e territoriais.
SAÚDE RIBEIRINHA NA AMAZÔNIA: ANÁLISE SITUACIONAL DE UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA ILHA DAS ONÇAS/PA
Pôster Eletrônico
1 IFPA
Apresentação/Introdução
A atenção à saúde nas regiões ribeirinhas enfrenta desafios específicos relacionados à geografia, infraestrutura precária e vulnerabilidades sociais. A Unidade Básica de Saúde Ribeirinha (UBSR) Vital Costa Gouvêa, localizada na Ilha das Onças-Barcarena-Pará, atende uma população marcada por condições adversas que afetam diretamente os determinantes sociais e epidemiológicos da saúde.
Objetivos
O estudo teve como objetivo descrever a territorialização da Atenção Primária à Saúde (APS) na referida localidade, a delimitação das microáreas, infraestrutura da UBSR, identificação dos agravos epidemiológicos e condições socioambientais.
Metodologia
Trata-se de um estudo observacional, documental, descritivo e exploratório, com abordagem quantitativa. Foram utilizados dados secundários extraídos do Sistema de Informação em Saúde (SISAB), visando à análise do perfil sociodemográfico e epidemiológico da população adscrita à UBSR. Para a identificação dos limites territoriais e das microáreas, foi usado o geoprocessamento por meio dos softwares ArcGIS, QGIS, Google Earth Pro, além de malhas territoriais do IBGE e planilhas do Microsoft Excel 2023. O estudo está vinculado ao Projeto de Pesquisa e Inovação do IFPA – Campus Belém, aprovado pela Chamada Interna 2801/2024/DPPI/IFPA/BELÉM – PROPECON, sem financiamento.
Resultados
A UBSR Vital Costa Gouvêa possui 2.642 pessoas cadastradas, das quais cerca de 30,10% apresentam pelo menos um agravo de saúde, com destaque para hipertensão arterial sistêmica e alcoolismo. Identificou-se a ausência de energia elétrica e sistema de coleta de resíduos, o que compromete significativamente a qualidade de vida local. O estudo evidencia a necessidade urgente de políticas públicas que considerem as especificidades das populações ribeirinhas, como a sazonalidade das marés. A criação de um mapa georreferenciado da área de abrangência da UBSR foi um dos produtos gerados durante a pesquisa que foi entregue a coordenação da UBSR.
Conclusões/Considerações
Assim, a presente pesquisa demonstra-se relevante para qualificar a APS em regiões ribeirinhas, contribuindo com dados concretos para gestores e profissionais de saúde. Além disso, a escassez de estudos nessa área confere à pesquisa elevado valor acadêmico, abrindo caminhos para futuras investigações e para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à realidade dessas comunidades.
LINHA DO TEMPO DA CONSTRUÇÃO DAS COMPETÊNCIAS DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE: AVANÇOS E DESAFIOS
Pôster Eletrônico
1 UECE
Apresentação/Introdução
A primeira experiência relacionada aos Agente Comunitário de Saúde (ACS), se deu no Ceará, em 1987, como parte de um plano emergencial de combate à seca. Inspirados nesse programa, surgiram outros semelhantes a nível nacional, em razão da inegável importância do ACS para o desenvolvimento do SUS. Surge então o Programa Saúde da Família, que inaugurou a Atenção Primária à Saúde no país.
Objetivos
Analisar os principais marcos históricos que implicam na construção e atuação da profissão do ACS no Brasil.
Metodologia
Trata-se uma revisão narrativa busca de dados se deu de forma flexível no site do Ministério da Saúde, Biblioteca Virtual de Saúde e no site do Portal da Legislação do Planalto, de modo direcionado para leis, políticas, decretos e portarias relacionadas ao ACS, ou seja, legislações que regulamentam e definem a profissão. A análise dos dados obtidos se deu pela leitura na íntegra do material e posterior sistematização do material encontrado, bem como busca de correlações com literaturas já existentes em relação ao desenvolvimento das competências da profissão dos ACS desde o seu surgimento até os dias atuais.
Resultados
Dada a importância do ACS para o SUS e implementação da APS no país, existe uma série de legislações que tratam do ACS, dentre tantas pode-se ressaltar algumas mais significativas, como a portaria n° 1.886, de 1997 primeira a definir um perfil de competências para o ACS no PSF; a portaria n° 2.436, de 2017 que aprova a atual PNAB e torna a presença do ACS facultativa na equipe mínima; a lei n° 13.595 de 2018 que embasa o trabalho do ACS nos princípios da educação popular e define seu grau de formação; e por fim, em 2023, tem-se a portaria n° 2.304 que institui o Programa Mais Saúde com Agente e a lei n° 14.536 que reconhece o ACS como profissional da saúde e regulamenta a profissão.
Conclusões/Considerações
Nesse sentido, verifica-se que o trabalho do ACS vem sendo regulamentado por marcos legislativos históricos que corroboram a importância desse trabalhador na garantia do acesso à saúde, sobretudo na APS. Entretanto, a partir do ano de 2016, inicia-se uma série de ações que tentam enfraquecer de forma concreta a presença do ACS na APS, como a aprovação da nova PNAB em 2017 que traz a possibilidade de equipes de saúde sem a presença do ACS.
PSICOFARMACOLOGIA NA GESTAÇÃO: A NECESSIDADE DE QUALIFICAR PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO ATENDIMENTO DE PESSOAS GRÁVIDAS COM COMORBIDADES PSIQUIÁTRICAS
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de São Carlos
Apresentação/Introdução
A gravidez não aumenta doenças psiquiátricas, mas sua coexistência com fatores como rede de apoio deficitária, abandono conjugal, traumas, gravidez precoce e histórico psicopatológico vulnerabiliza gestantes. Esses determinantes associam-se a pior pré-natal e desfechos gestacionais ruins: pré-eclâmpsia, diabetes, baixo peso ao nascer e atraso no desenvolvimento infantil.
Objetivos
Gestantes com psicopatologias são negligenciadas, com baixo acompanhamento psiquiátrico (5-14% nos EUA até 2021). Este trabalho visa orientar sobre psicofármacos na gestação, enfatizando tratamento continuado para evitar abandono terapêutico.
Metodologia
Revisão sobre segurança de psicofármacos na gestação para depressão maior, bipolaridade, TDAH, esquizofrenia e ansiedade generalizada, incluindo estimulantes e benzodiazepínicos. Determinantes sociais como falta de apoio, abandono conjugal, traumas, gravidez precoce e histórico psicopatológico associam-se a pior pré-natal e desfechos: pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, baixo peso ao nascer, pequenos para idade gestacional e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.
Resultados
Psiquiatria Obstétrica é negligenciada no Brasil (apenas referências estrangeiras em 2021). Cuidados adequados da saúde mental materna previnem recaídas, blues puerperal e psicose pós-parto, estabelecendo vínculo saudável. Descontinuar anticonvulsivantes (exceto lamotrigina) e metilfenidato. Manter lítio (máximo 900mg/dia), SSRI, SNRI e antipsicóticos. Nunca monoterapia antidepressiva no bipolar. Neonatologistas devem preparar-se para Síndrome de Abstinência Neonatal por antipsicóticos no 3º trimestre ou benzodiazepínicos prolongados.
Conclusões/Considerações
Para a proteção da população gestante, é necessário incluir a investigação e cuidado de psicopatologias no pré-natal como forma de assegurar o cuidado longitudinal e planejamento pré-concepcional, evitando gestações não-planejadas e recaídas ou crises durante o período gravídico, além de treinamento aos prescritores para reconhecimento de situações em que o tratamento psicofarmacológico prévio deve ser continuado, descontinuado, ou substituído.
CARACTERIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS QUE APRESENTARAM DISCORDÂNCIA ENTRE OS REGISTROS DE PAB TOTAL NO SIOPS E NO FNS, ENTRE 2010 E 2017
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde
2 Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (CIDACS – Fiocruz Bahia)
3 Instituto de Matemática e Estatísticas, Universidade Federal da Bahia
4 Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal da Bahia
5 FIOCRUZ-CE, Eusébio, Ceará (CE), Brazil.
6 Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde, Instituto Gonçalo Moniz, FIOCRUZ-BA
7 entro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde, Instituto Gonçalo Moniz, FIOCRUZ-BA
Apresentação/Introdução
O Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS) foi consagrado, desde 2012, como uma ferramenta oficial e unificada no Brasil para apuração de receita e despesas com a Saúde. Administrado pelo Ministério da Saúde e preenchido pelos gestores municipais, o SIOPS tem sofrido críticas à qualidade dos seus dados. Pretendemos estudar os municípios que apresentam tais discrepâncias.
Objetivos
Caracterizar os municípios brasileiros com divergências entre os registros no Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde e os do Fundo Nacional de Saúde, em relação ao Piso de Atenção Básica (PAB)
Metodologia
Estudo descritivo e exploratório, realizado nos municípios brasileiros no período 2010 e 2017. Os dados foram obtidos pelos sítio eletrônicos, de domínio público, do FNS e o SIOPS. Para caracterização dos municípios utilizou–se variáveis de porte populacional, região, tipologia, vulnerabilidade material e cobertura da estratégia de Saúde da Família. Para permitir a comparação dos resultados dos valores anuais do PAB total foram calculadas as frequências absolutas (n) e relativas (%) da distribuição dos municípios com discordâncias entre as categorias de cada variável de caracterização sobre o PAB total.
Resultados
Dos municípios que apresentaram discrepâncias nos valores anuais de PAB total registrados, 83% tiveram apenas uma observação. Com relação à caracterização desses municípios, observou-se que a maioria são de pequeno porte (52%), pertencentes à região nordeste (71%),, e classificados dentro do grupo de maior privação material (IBP 4 e 5). Vale destacar que embora a maioria do total dos municípios brasileiros são considerados rurais (60%), notou-se que as discrepâncias estavam mais presentes nos urbanos (55,3%). Com relação aos dados de cobertura da estratégia de saúde da família, não houve destaque espressivo nos resultados.
Conclusões/Considerações
.Apesar do SIOPS disponibilizar informações completas sobre o financiamento da APS seus dados possuem alta variabilidade na qualidade, uma vez que os registros são de feitos em cada município. Assim, os resultados sugerem que os municípios de pequeno porte possuem maiores dificuldades com um adequado preenchimento desse sistema de informação Necessita-se realizar maiores investigações para entender melhor esse fenômeno.
CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO PÉ DIABETICO RESULTADOS PARCIAIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 SES/DF
Período de Realização
Realizado no período de abril/2023 a abril/2025.
Objeto da experiência
A Doença do Pé Relacionada ao Diabetes Mellitus (DPRDM) é uma das principais complicações do DM e que apresenta o maior impacto socioeconômico.
Objetivos
Relatar a experiência da equipe de estratégia saúde da família no processo de avaliação da Doença do Pé Relacionada ao Diabetes Mellitus.
Descrição da experiência
Trata-se de um relato de experiência, de cunho descritivo-reflexivo, realizado na Unidade Básica de Saúde 03 Paranoá, na Equipe de Saúde da Família Jequitibá, no período de abril/2023 a abril/2025, com pacientes diagnosticados com diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2 cadastrados e acompanhados pela equipe, estratificados quanto ao risco cardiovascular, de ambos os sexos. A análise dos dados foi mediante análise descritiva univariada consideraram-se frequência absoluta e percentual.
Resultados
A experiência contou com um total de 34 pacientes, 12 (35,2%) masculino, 22 (64,7%) feminino, 2 (5,8%) 30 a 39 anos, 7 (20,5%) 40 a 49 anos, 12 (35,2%) 50 a 59 anos, 04 (11,7%) 60 a 69 anos, 07 (20,5%) 70 a 79 anos, 01 (2,9%) 80 a 89 anos, 24 (70,5%) DM e HAS, 01 (2,9%) amputado; 7 (20,5%) encaminhados para confecções de sapatilhas ortopédicas. Quanto a classificação do pé diabético, 19 (55,8%) Risco Muito Baixo, 10 (29,4%) Risco Baixo, 02 (5,8%) Risco Moderado e 03 (8,8%) Risco Alto.
Aprendizado e análise crítica
A experiência possibilitou orientar os pacientes quanto aos principais cuidados com a doença do pé relacionada ao diabetes mellitus, tratar os pés com micoses e, encaminhar os casos necessários para a confecção de calçados especiais.
Conclusões e/ou Recomendações
Predominou quanto ao perfil demográfico e clínico feminino, adultos, risco cardiovascular baixo e intermediário, e risco muito baixo. Na classificação do pé prevaleceu o risco muito baixo. Ainda, sugere-se as equipes de saúde da família a avaliação do pé dos pacientes com diabetes, a fim de promover e prevenir complicações da doença do pé relacionada ao diabetes mellitus.
O PESO DAS DEMANDAS E O DESAFIO DO CUIDADO - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA ENQUANTO RESIDENTE EM SAÚDE COLETIVA
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal Fluminense - UFF
Período de Realização
Ano de 2024
Objeto da experiência
Relatar a experiência vivida enquanto enfermeiras residentes em unidades de APS no município do Rio de Janeiro.
Objetivos
1. Analisar como a sobrecarga de trabalho interfere na qualidade do cuidado e no vínculo com os usuários.
2. Refletir sobre os limites e possibilidades da atuação do enfermeiro diante das demandas excessivas.
Metodologia
Durante a atuação enquanto enfermeiras residentes nas unidades de Atenção Primária à Saúde (APS) no município do Rio de Janeiro, nos deparamos com um cenário onde o acesso avançado e as demandas espontâneas sufocam diariamente os profissionais, impedindo muitas vezes um atendimento integral e com qualidade ao usuário. Nos deparamos com consultas cada vez mais rápidas a fim de atingir metas e indicadores enquanto o cuidado e o vínculo tornam-se supérfluos.
Resultados
Durante estágio realizado em uma unidade de saúde da APS, pode-se observar a alta demanda de usuários nas clínicas da família o que resultava em sobrecarga para a equipe, especialmente os enfermeiros. A rotina era marcada por atendimentos rápidos, acúmulo de funções e dificuldade de organização do processo de trabalho. O excesso de consultas por livre demanda dificultava a implementação de ações de prevenção e promoção à saúde, comprometendo o cuidado longitudinal e integral.
Análise Crítica
A experiência permitiu compreender a complexidade do trabalho do enfermeiro na APS e refletir sobre os efeitos da sobrecarga na qualidade do cuidado. A crítica recai sobre a estrutura do sistema, que exige produtividade, mas oferece pouco suporte para o cuidado humanizado. Tornou-se evidente a necessidade de reorganizar o processo de trabalho e valorizar o enfermeiro como agente central na APS.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que o excesso de demandas na APS impacta diretamente a qualidade do cuidado e o bem-estar dos profissionais. É necessário repensar as práticas de gestão, fortalecendo o cuidado centrado no usuário. O relato evidencia a importância de espaços de escuta e suporte aos profissionais para garantir um cuidado mais efetivo e humanizado na atenção primária.
SALA DE ESPERA: ATUAÇÃO INOVADORA PARA POTENCIALIZAR O CUIDADO DE SAÚDE E A EXPERIÊNCIA DO PACIENTE E DO PROFISSIONAL DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (CASSI)
Período de Realização
Fevereiro a Dezembro de 2024.
Objeto da experiência
Educação em saúde para grupos de pacientes que aguardam atendimento na sala de espera do serviço assistencial em Belo Horizonte.
Objetivos
Compartilhar a experiência de transformar a sala de espera em espaço de promoção da saúde e prevenção de doenças, fortalecendo o protagonismo dos pacientes, a humanização do cuidado e o desenvolvimento dos profissionais de saúde, transformando o tempo de espera de forma produtiva.
Descrição da experiência
Com apoio da gestão, nos períodos de maior fluxo de pacientes na sala de espera, um profissional de saúde foi mobilizado, para abordagens de temas recorrentes nos atendimentos, considerando o letramento dos pacientes. Em 2024, os temas discutidos foram arboviroses, condições respiratórias, saúde da mulher e do homem, prevenção do suicídio, pilares da saúde baseada no estilo de vida e resiliência. Houve troca de experiências e ajuda mútua entre os pacientes e o desenvolvimento dos profissionais.
Resultados
Com apoio da gestão, nos períodos de maior fluxo de pacientes na sala de espera, um profissional de saúde foi mobilizado, para abordagens de temas recorrentes nos atendimentos, considerando o letramento dos pacientes. Em 2024, os temas discutidos foram arboviroses, condições respiratórias, saúde da mulher e do homem, prevenção do suicídio, pilares da saúde baseada no estilo de vida e resiliência. Houve troca de experiências e ajuda mútua entre os pacientes e o desenvolvimento dos profissionais.
Aprendizado e análise crítica
A atividade ampliou a qualidade de vida dos pacientes, estimulou a troca de experiências e a cooperação. Houve maior procura pelos serviços oferecidos, que eram desconhecidos e o fortalecimento de vínculos. Para os profissionais, destacou-se o desenvolvimento de competências em comunicação e manejo de grupos, agregando valor ao tempo de espera e contribuindo para o atendimento do propósito institucional que é “Promover a saúde do participante em todas as fases da vida”.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que utilizar o tempo de espera para ações de educação em saúde é uma estratégia positiva, que humaniza o cuidado, fortalece vínculos entre os pacientes que aguardam por atendimento e com o serviço, desenvolve profissionais que exercitam competências e habilidades e contribui com a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Recomenda-se transformar a espera de serviços assistenciais em momento produtivo e enriquecedor.
EDUCAÇÃO PERMANENTE PARA ACS: EXPERIÊNCIAS DE CAPACITAÇÕES DIANTE DAS NOVAS DIRETRIZES DO COFINANCIAMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA
Pôster Eletrônico
1 UFPE
Período de Realização
As capacitações ocorram de 24 a 28/03 e 09/05/2025 com ACS de Sertânia, Cedro e Primavera, PE.
Objeto da experiência
Capacitação técnica para agentes comunitários de saúde (ACS) com foco nas mudanças do novo modelo de cofinanciamento da APS e uso do e-SUS PEC.
Objetivos
Relatar a preparação, organização e execução de uma capacitação voltada aos ACS dos municípios de Sertânia, Cedro e Primavera, com foco na qualificação dos processos de trabalho frente às novas exigências do financiamento da APS estabelecido pelas portarias GM/MS nº 3.493/2024 e nº 161/2024.
Descrição da experiência
A capacitação foi estruturada em três módulos: (1) atualização do módulo de acompanhamento do PEC (versão 5.3.19), (2) utilização do módulo CDS, e (3) introdução ao aplicativo e-SUS Território. O treinamento foi realizado em Sertânia, Cedro e Primavera, com o envolvimento de aproximadamente 120 ACS, nos turnos da manhã e tarde. A apresentação dos conteúdos foi feita com apoio de projetor e notebooks. A ação foi conduzida por profissionais vinculados a uma consultoria em saúde.
Resultados
Foram capacitados mais de 100 agentes, que passaram a compreender como suas atividades impactam diretamente o financiamento das equipes de saúde. Houve melhora na qualidade dos cadastros e das informações em saúde. Os profissionais relataram maior segurança no uso dos sistemas e no cumprimento das exigências do novo modelo de cofinanciamento federal da Atenção Básica.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância da educação permanente como estratégia de qualificação profissional contínua. Identificou-se a necessidade de abordagens práticas e contextualizadas à realidade dos ACS. A capacitação destacou lacunas anteriores nos conhecimentos dos profissionais, especialmente em relação aos impactos financeiros de suas ações cotidianas, e reforçou a relevância de investimentos regulares em formação
Conclusões e/ou Recomendações
A educação permanente deve ser valorizada como política essencial para o fortalecimento da Atenção Primária. A capacitação contribuiu para a melhoria da gestão local, qualificação dos dados em saúde e alinhamento com as diretrizes do novo cofinanciamento. Recomenda-se que ações semelhantes sejam replicadas e integradas à rotina das equipes, garantindo atualização constante e impacto direto na qualidade do serviço ofertado à população.
QUALIFICAÇÃO DOS ACS NO ENFRENTAMENTO DA TUBERCULOSE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 SPDM
2 Prefeitura do Rio de Janeiro
Período de Realização
Setembro e outubro de 2024
Objeto da experiência
Qualificar a atuação dos ACS no enfrentamento da tuberculose, fortalecendo sua prática na detecção, acompanhamento e orientação no território.
Objetivos
Relatar a experiência da oficina “Qualifica TB”, voltada à capacitação de ACS sobre aspectos fundamentais da tuberculose: prevenção, detecção precoce, manejo de casos, abordagem de sintomáticos respiratórios, avaliação de contactantes e registro qualificado no Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP).
Descrição da experiência
Relato de oficina de EPS realizada em set-out/2024 com 109 ACS de uma Área de Planejamento do Rio de Janeiro, em áreas com alta incidência de tuberculose e baixa avaliação de contactantes, segundo EpiRio (2024). A capacitação (8h) utilizou metodologias ativas como dinâmicas, casos clínicos, bingo educativo e rodas de conversa.
Resultados
A oficina evidenciou lacunas no conhecimento dos ACS, sobretudo relacionadas à identificação de sintomáticos respiratórios, condução do acompanhamento dos casos e preenchimento adequado dos registros no PEP.
Aprendizado e análise crítica
Observou-se engajamento expressivo dos participantes, que contribuíram com dúvidas, relatos de vivências e propostas para a melhoria das práticas cotidianas. A interação favoreceu o fortalecimento da identidade profissional e ampliou a compreensão dos ACS sobre sua função no enfrentamento da tuberculose.
Conclusões e/ou Recomendações
O “Qualifica TB” demonstrou ser uma estratégia eficaz de qualificação dos ACS, com impacto positivo na ampliação de conhecimentos, na padronização de condutas e no fortalecimento das ações de vigilância e cuidado. Investir em ações contínuas de EPS voltadas a esse público é essencial para enfrentar os desafios da tuberculose nos territórios,contribuindo para a consolidação da APS como porta de entrada resolutiva do SUS.
ESUSFEEDBACK PARA GESTÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA Á SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA CONSTRUÇÃO DO MANUAL OPERACIONAL
Pôster Eletrônico
1 UFDPAR
2 UESPI
Período de Realização
Maio a agosto de 2024
Objeto da experiência
Desenvolvimento e estruturação de um manual operacional para o sistema eSUSFeedback, voltado à gestão na Atenção Primária à Saúde.
Objetivos
Descrever a experiência de construção do "Manual Operacional do eSUSFeedback", sistema digital voltado à modernização da gestão de dados na Atenção Primária à Saúde.
Descrição da experiência
A experiência consistiu na elaboração de um manual operacional como produto técnico-tecnológico da dissertação de mestrado do PROFSAÚDE UFDPar. Inicialmente, formou-se um grupo de trabalho composto pelo pesquisador principal, seu orientador, um acadêmico com experiência em diagramação e o desenvolvedor do sistema. Em seguida, procedeu-se à construção teórica do manual, amparada em revisão integrativa. Por fim, realizou-se a diagramação, priorizando a atratividade visual através do Canva.
Resultados
O manual resultou em um material visualmente atrativo, com linguagem acessível e ilustrações facilitadoras. Organizado em 12 seções, oferece instruções práticas, desde o acesso ao sistema até o uso avançado. Destacam-se as funcionalidades que apoiam o acompanhamento de indicadores estratégicos da APS e o planejamento com base em diferentes cenários de desempenho municipal. O material contribuiu para a capacitação de gestores e profissionais, promovendo o uso efetivo da tecnologia.
Aprendizado e análise crítica
A construção do manual evidenciou a importância da articulação entre conhecimento científico e necessidades práticas dos usuários do sistema. A abordagem colaborativa com desenvolvedores e profissionais permitiu a produção de um recurso alinhado às demandas reais da APS. A experiência reforça o valor da saúde digital como estratégia de fortalecimento da gestão em saúde, e indica que a formação digital dos profissionais é essencial para o sucesso da transformação tecnológica nos serviços de saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
O manual operacional do eSUSFeedback é uma contribuição concreta para a digitalização qualificada da gestão em saúde. Recomenda-se que iniciativas semelhantes sejam incentivadas em outras áreas do SUS, com foco na construção de materiais técnicos que favoreçam a implementação de inovações tecnológicas. Destaca-se a importância da formação em saúde digital e da adoção de estratégias colaborativas no desenvolvimento de produtos educacionais.
AÇÕES DE EDUCAÇÃO SEXUAL E SAÚDE REPRODUTIVA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 UFES
Período de Realização
Semanalmente desde julho de 2023, às segundas-feiras, em UBS da periferia de Vitória/ES.
Objeto da experiência
Os encontros têm como foco a promoção da educação sexual e reprodutiva com uso de estratégias dialógicas e materiais pedagógicos.
Objetivos
Promover espaços de escuta, troca de saberes e participação ativa; estimular o protagonismo feminino no cuidado com a saúde sexual e reprodutiva; ampliar o conhecimento sobre contracepção e ISTs; e fortalecer o vínculo entre comunidade e equipe na Atenção Primária à Saúde.
Metodologia
Trata-se de um relato de experiência do projeto de extensão “Cuidar Rizomático”, da Universidade Federal do Espírito Santo. As atividades ocorrem em UBS e são conduzidas por estudantes de cursos da saúde. A ação se organiza em roda de conversa com uso de materiais ilustrativos e dinâmicas com objetos relacionados à contracepção, promovendo diálogo acessível entre participantes, majoritariamente mulheres, e facilitadores do projeto, respeitando os saberes e experiências de cada um.
Resultados
A utilização de metodologias participativas facilitou o diálogo, a escuta e o compartilhamento de experiências sobre saúde reprodutiva. Foi possível identificar desinformações comuns e promover o esclarecimento sobre os métodos contraceptivos. As mulheres demonstraram maior autonomia nas decisões sobre seus corpos e retornaram às atividades para compartilhar aprendizados, contribuindo para a construção coletiva do cuidado em saúde na Atenção Básica.
Análise Crítica
A experiência possibilitou observar resistências baseadas em mitos e desinformações, mas também o interesse das mulheres em se apropriarem dos cuidados com seus corpos. A escuta acolhedora e o diálogo horizontal mostraram-se fundamentais para criar vínculos e promover autonomia. A sobrecarga feminina nas decisões sobre contracepção foi evidenciada, reforçando a necessidade de ampliar o debate sobre equidade de gênero e corresponsabilidade no cuidado sexual e reprodutivo.
Conclusões e/ou Recomendações
As ações evidenciaram a importância da Educação em Saúde para fortalecer o cuidado em sexualidade e reprodução. Recomenda-se a continuidade com o uso da escuta qualificada, valorização dos saberes populares e respeito à diversidade, promovendo espaços abertos, horizontais e inclusivos. É essencial viabilizar os direitos sexuais e reprodutivos com linguagem acessível e combate aos estigmas e desigualdades presentes nos territórios.
ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA INTEGRADA À EQUIPE MUL TIPROFISSIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA: UMA EXPERIÊNCIA DE CUIDADO COMPARTILHADO NO SUS
Pôster Eletrônico
1 UFPE
Período de Realização
março de 2023 a abril de 2024
Objeto da experiência
integração do farmacêutico às ações de cuidado clínico e planejamento terapêutico em equipes multiprofissionais na atenção básica
Objetivos
fortalecer a atuação clínica do farmacêutico no SUS; ampliar o acesso da população à atenção farmacêutica de forma resolutiva; promover a corresponsabilização entre os profissionais da equipe e aprimorar o cuidado centrado no usuário por meio de abordagens integradas.
Descrição da experiência
a experiência foi desenvolvida em uma Unidade de Saúde da Família do município do Recife–PE, a partir da proposta de inserção efetiva do farmacêutico no processo de cuidado da equipe. O profissional passou a participar
de reuniões clínicas, matriciamentos internos e atendimentos compartilhados. A atuação incluía reconciliação medicamentosa, identificação de problemas relacionados ao uso de medicamentos, intervenções farmacêuticas, orientação personalizada e monitoramento terapêutico.
Resultados
a presença do farmacêutico nas atividades clínicas promoveu melhoria da adesão ao tratamento medicamentoso, maior detecção de reações adversas, correção de prescrições com duplicidades e redução de uso irracional de
medicamentos. Os usuários relataram maior compreensão sobre os tratamentos e se sentiram mais acolhidos. A equipe relatou aumento na resolutividade dos atendimentos e reconhecimento da contribuição técnica e clínica do farmacêutico.
Aprendizado e análise crítica
a prática evidenciou o potencial transformador da assistência farmacêutica integrada à equipe multiprofissional, indo além da dispensação e assumindo papel clínico relevante. A experiência mostrou que, quando inserido em espaços de decisão clínica, o farmacêutico contribui efetivamente para a segurança do paciente, a racionalidade terapêutica e o fortalecimento da atenção centrada na pessoa. Contudo, desafios persistem, como a limitação de tempo, a necessidade de valorização institucional.
Conclusões e/ou Recomendações
recomenda-se a institucionalização da atuação clínica do farmacêutico nas equipes multiprofissionais da atenção básica, por meio de normativas, apoio da gestão e espaços de formação interprofissional. A experiência reforça a importância de modelos colaborativos de cuidado no SUS e demonstra que a inclusão do farmacêutico nas ações clínicas contribui para
práticas mais seguras, resolutivas e humanizadas.
CARTOGRAFIA SOCIAL E EDUCAÇÃO POPULAR: MAPEANDO CUIDADO E PROMOVENDO SAÚDE NO TERRITÓRIO DE UMA UBS DO MUNICÍPIO DE ARAPIRACA/AL.
Pôster Eletrônico
1 SMS / ARAPIRACA/AL
2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS -UFAL
Período de Realização
Abril à Maio/2025
Objeto da experiência
Cartografia social e educação popular para mapeamento do cuidado de um território e para promoção da saúde em uma Unidade Básica de Saúde.
Objetivos
Relatar a experiência do uso da cartografia social e da educação popular no mapeamento do cuidado e na construção participativa de proposta de promoção da saúde em uma UBS, identificando redes vivas e avaliando a viabilidade dessas ferramentas no território.
Metodologia
A proposta foi desenvolvida em uma UBS de Arapiraca/AL, como atividade do Mestrado Profissional (PROFSAÚDE/UFAL). A experiência iniciou com o mapeamento do cuidado através da cartografia social, o que permitiu identificar os pontos de atenção à saúde e as redes vivas do território. A partir disso, a equipe elaborou uma intervenção de promoção da saúde para usuários com doenças crônicas, com participação da comunidade e de acordo com os princípios da Educação Popular em Saúde.
Resultados
A proposta resultou na realização de oficinas participativas com foco na qualidade de vida, utilizando metodologias ativas; na criação de um grupo fixo de cuidado na UBS voltado à prevenção das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e ao incentivo ao autocuidado; e na potencialização das redes vivas do território. As ações buscaram integrar os pontos de cuidado mapeados e os saberes populares, promovendo práticas mais efetivas, colaborativas e territorialmente referenciadas em saúde.
Análise Crítica
A experiência evidenciou a potência da cartografia social e da educação popular na construção coletiva do cuidado. O envolvimento da comunidade e da equipe de saúde fortaleceu vínculos e revelou saberes locais. Como desafio, destacou-se a limitação da infraestrutura da UBS, que dificultou algumas ações. Ainda assim, a proposta mostrou-se viável e replicável, reforçando a importância de práticas participativas e territoriais na promoção da saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A cartografia social, aliada à educação popular, é uma ferramenta potente para promover saúde de forma participativa e contextualizada. Recomenda-se sua utilização em outras UBS’s como estratégia de aproximação com a comunidade, valorização dos saberes locais e fortalecimento do cuidado em rede. É essencial investir em infraestrutura e formação das equipes para viabilizar ações contínuas e sustentáveis no território.
EMPODERA +
Pôster Eletrônico
1 SESDF
2 Escola de Governo Fiocruz Brasília
3 ESPDF
Período de Realização
O grupo Empodera + é um grupo permanente que teve início em 2024.
Objeto da experiência
O objeto da experiência é um grupo de mulheres que abrange a população adscrita da UBS 1 e da UBS 2, ambas do Riacho Fundo 1.
Objetivos
Promover um espaço de escuta, partilha e autoconhecimento para mulheres acerca de suas vivências pessoais, por meio de seis encontros temáticos: autocuidado, autoestima, sexualidade, prevenção à violência e relacionamentos abusivos, saúde mental e sofrimento psíquico, e convivência social.
Descrição da experiência
Desde setembro de 2024, o grupo recebeu mais de 50 mulheres, acolhendo suas vivências e desafios. Muitas delas vivenciam a realidade da dupla jornada de trabalho, dedicando suas vidas ao cuidado do outro. Essa rotina, muitas vezes, as afasta do autocuidado, um pilar para o bem-estar. Ao oferecer um momento semanal dedicado a elas, não apenas é promovido o resgate do autocuidado, mas também é oferecido um espaço de saúde, onde essas mulheres podem se reconectar consigo mesmas e encontrar apoio.
Resultados
Como resultado, observaram-se reflexões significativas na vida das participantes. Algumas relataram maior autocuidado, com mais momentos de lazer e reconexão; outras demonstraram fortalecimento para romper com relações abusivas. Também foram mencionados aumento da autoestima e maior satisfação pessoal. Destaca-se, ainda, a ampliação da rede de apoio, fortalecida por meio das dinâmicas e atividades coletivas desenvolvidas no espaço.
Aprendizado e análise crítica
A experiência do grupo evidenciou a potência da Unidade Básica de Saúde como promotora de saúde integral e prevenção. Ao fortalecer mulheres por meio da escuta, partilha e temas centrais como autocuidado, autoestima e violência, o espaço contribuiu para o empoderamento feminino e ampliação das redes de apoio. Em um país marcado por desigualdades de gênero, iniciativas como essa são fundamentais para promover autonomia e bem-estar.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que grupos como este promovem cuidado integral, fortalecem vínculos e ampliam o alcance da Estratégia de Saúde da Família. Recomenda-se que mais UBS adotem ações coletivas, priorizando espaços de escuta e promoção da saúde, em vez de focar apenas em atendimentos individuais, potencializando o impacto nas comunidades atendidas.
SUPERKIDS
Pôster Eletrônico
1 SESDF
2 Escola de Governo Fiocruz Brasília
3 ESPDF
Período de Realização
O Superkids é um grupo cíclico e fixo, com início em 2024.
Objeto da experiência
Grupo Superkids, que oferece suporte para crianças neuroatípicas e suas famílias na APS. Abarca a população das UBS 1 e 2 do Riacho Fundo 1.
Objetivos
Suporte e acompanhamento para crianças neurodivergentes e seus responsáveis na APS. Foco em prevenção, bem-estar e estratégias para desafios cognitivos, comportamentais, físicos e psíquicos. Integração social e ambiente seguro para troca de experiências e aprendizado mútuo.
Descrição da experiência
Os encontros são conduzidos por equipe multiprofissional. No ciclo atual, o grupo atende crianças de 8 a 12 anos e seus responsáveis. Por meio de atividades lúdicas focadas em coordenação motora, raciocínio lógico, regulação emocional, trabalho em grupo e autonomia, o programa visa desenvolver habilidades sociais nas crianças. Simultaneamente, os pais recebem apoio prático e feedback para gerenciar desafios cotidianos, proporcionando maior bem-estar para as crianças e para a família.
Resultados
Foram implementadas intervenções, com o apoio dos pais, a fim de aumentar a qualidade e o tempo de permanência nas atividades. Paralelamente, foram trabalhadas habilidades sociais, como compartilhar, esperar a vez e lidar com a frustração em jogos. Os pais puderam compartilhar desafios com profissionais e outros pais durante as atividades. As crianças demonstraram ao longo do grupo maior integração com os colegas, de forma a dividirem mais suas emoções e experiências entre si.
Aprendizado e análise crítica
Nosso aprendizado revelou a importância de atividades lúdicas simples, com duração máxima de uma hora, para engajar crianças. A integração dos pais é crucial, através de ações replicáveis em casa, garantindo a sustentabilidade das intervenções. Antes de iniciar um ciclo, é realizada uma anamnese das crianças, para verificar o que é mais indicado: grupo ou atendimento individual. No final do ciclo, são realizados atendimentos com os pais, indicando desafios, potencialidades e sugestões.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se que antes de se iniciar um grupo, seja realizado um levantamento de profissionais para a realização das atividades para que não ocorra sobrecarga e perda de qualidade nas atividades. Indica-se que os grupos sejam cíclicos, para que as crianças do território que tenham demanda para o grupo sejam contempladas. O objetivo não é a reabilitação da criança, mas o matriciamento dos pais, visando maior autonomia no cuidado dessas famílias.
CUIDADO HÍBRIDO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: ACOMPANHAMENTO PRESENCIAL E POR TELENFERMAGEM DE LESÕES POR PRESSÃO EM PESSOA TABAGISTA
Pôster Eletrônico
1 Fundação Universidade Federal de Rondônia - UNIR
2 UNIR
3 Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho - SEMUSA
Período de Realização
Iniciou-se em 8 de maio e finalizou com a semioclusão da ferida em 30 de maio de 2025.
Objeto da experiência
Idosa tabagista em acompanhamento diário por teleenfermagem e presencial semanalmente.
Objetivos
Realizar o tratamento e acompanhamento presencial e por teleenfermagem de duas lesões por pressão (LPP) expostas nas regiões calcâneas direita e esquerda ocasionadas durante tratamento de terapia ventilatória intensiva em usuária tabagista crônica há 50 anos.
Metodologia
O tratamento das LPP grau III foi guiada pela sistematização da enfermagem (SAE), com uso da escala Bates-Jensen, avaliação sistêmica e diagnósticos da CIPE. As intervenções foram apoiadas na avaliação contínua, nas adequações de coberturas viáveis para cada tecido presente no leito, na educação em saúde da usuária e do cuidador principal, pactuando o plano de cuidados envolvendo a descontinuação do uso do cigarro e a promoção da adesão aos curativos para resultados positivos na cicatrização.
Resultados
Com teleenfermagem diária e avaliação semanal presencial, as condutas ajustaram-se conforme a evolução tecidual. Após 9 dias de desbridamento intenso, mitigação da infecção e redução do odor, iniciou-se a fase proliferativa trazendo a redução da profundidade e reorganização das bordas. Em 25 dias, houve a semi oclusão da ferida, antes estagnada há 4 semanas.
Análise Crítica
A estagnação inicial da ferida reforçou a importância de intervenções oportunas, avaliação contínua e pactuação com a paciente e cuidador para participação ativa do processo terapêutico. A SAE estruturou o cuidado aliada à educação em saúde sendo essencial para orientação e adesão, uma vez que a usuária inicialmente resistiu, retardando a cicatrização. O acompanhamento híbrido fortalece o vínculo e a tomada de decisão clínica baseada em evidências.
Conclusões e/ou Recomendações
A combinação híbrida corrigiu a resistência inicial observada, transformando-se em um canal de participação ativa, construção de confiança e de corresponsabilização; permitiu avaliações precisas e ajustes rápidos no plano de cuidados, promovendo disciplina, segurança e senso de urgência no cuidado com o monitoramento que exigia o envio de fotos diárias pelo cuidador.
EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE (EPS) COMO ESTRATÉGIA PARA ENFRENTAMENTO DA SÍFILIS CONGÊNITA: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UM DISTRITO SANITÁRIO (DS) DE SALVADOR (BA)
Pôster Eletrônico
1 UFBA
2 Secretária Municipal de Saúde de Salvador
Período de Realização
Foi iniciado em março e ainda está em processo de realização.
Objeto da experiência
O planejamento e implementação de ações educativas aos profissionais da saúde para redução dos casos de sífilis congênita no DS Subúrbio Ferroviário.
Objetivos
Descrever ações de EPS voltadas a médicos, enfermeiros e Agente Comunitário em Saúde (ACS) desenvolvidas a partir das fragilidades identificadas na linha de cuidado da sífilis em gestantes, em razão da investigação dos casos de sífilis congênita, a fim de qualificar a resposta local ao agravo.
Metodologia
As investigações dos casos de sífilis congênita notificados no DS entre janeiro e maio de 2025, evidenciaram falhas no manejo clínico, atraso no início do tratamento e fragilidade na busca ativa às gestantes. Foi elaborado um plano de ação com três atividades: capacitação de médicos da atenção primária, a ser realizada mensalmente em pequenos grupos, construção de informativo digital com orientações práticas aos enfermeiros e planejamento da capacitação dos ACS, com início previsto para julho.
Resultados
O processo de qualificação dos médicos apresentou boa adesão à primeira turma e relatos positivos sobre o formato em pequenos grupos; um formulário de avaliação apresentou nota máxima para organização, conteúdo, relevância e tempo da ação realizada. Quanto ao material informativo digital para os enfermeiros, finalizou-se a elaboração com os seguintes conteúdos: tratamento da parceria, solicitação de exame e adesão ao protocolo. A capacitação dos ACS, está em fase de finalização da construção.
Análise Crítica
A investigação dos casos pode gerar insumos valiosos para ações de EPS mais efetivas e territorializadas, considerando que treinamentos genéricos tendem a ter menor impacto. Além disso, envolver diferentes categorias profissionais é essencial para promover mudanças sustentáveis na linha de cuidado. Evidenciou-se a importância da articulação entre setores do DS e com a residência multiprofissional em Saúde Coletiva para qualificação do planejamento e integração ensino-serviço.
Conclusões e/ou Recomendações
A EPS orientada por dados epidemiológicos e adaptada à realidade local pode ser ferramenta potente no enfrentamento da sífilis congênita. Recomenda-se manter a investigação dos casos para monitoramento e qualificação da atenção, consolidar espaços regulares de formação em serviço, estimular o protagonismo das equipes locais na formulação de soluções e replicar a experiência em outros distritos, adaptada ao contexto epidemiológico e operacional.
ATENÇÃO PRIMÁRIA EM MOVIMENTO: ARTICULANDO SABERES, TERRITÓRIOS E SUJEITOS CONTRA A DENGUE
Pôster Eletrônico
1 UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ
2
3 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
4 SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE ACARAÚ
Período de Realização
A experiência foi realizada no município de Acaraú, Ceará, no período de janeiro a agosto de 2024.
Objeto da experiência
Trata-se do protagonismo da Atenção Primária a Saúde (APS) na campanha municipal de combate ao Aedes aegypti “Em Acaraú não deixe o mosquito voar”.
Objetivos
Descrever as ações realizadas de forma intersetorial e coordenadas pela APS no controle dos Índices de Infestação Predial (IPP) das larvas do mosquito Aedes aegypti.
Descrição da experiência
Mediante o monitoramento do Índice de Infestação Predial - IIP do mosquito Aedes aegypti em Acaraú, foram organizadas estratégias de controle vetorial nos bairros com IPP em Alerta ( 1- 3,9%). As ações foram conduzidas pelas equipes da Estratégia Saúde da Família com ênfase no trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde, Agentes de Combate às Endemias, profissionais da enfermagem em articulação com os profissionais da limpeza pública, técnicos da secretaria de Meio Ambiente e escolas municipais.
Resultados
Foram realizadas varredura e limpeza de quintais, coleta do lixo, educação em saúde com panfletagem, informes na rádio, produção de podcasts, aplicação de larvicida nos focos positivos. Na análise epidemiológica dos índices >1%, verificou-se que seis bairros tiveram queda do IPP para índice satisfatório (<1%) e quatro apresentaram 0% em diferentes ciclos de trabalho. Um bairro se manteve com IPP >1%, sendo este com maior IPP observado resultando em uma queda significativa de 9,56% para 1,28%.
Aprendizado e análise crítica
Observa-se que as tecnologias leves e leve-duras se revelam potentes nas práticas comunitárias de promoção da saúde e prevenção das doenças. Destaca-se que práticas de educação sanitária eficazes possibilitam a redução do uso de insumos químicos no controle do Aedes aegypti e do IIP. Reforça-se, ainda, a integralidade das ações intersetoriais, fundamentais para resultados mais efetivos, reconhecendo a saúde como responsabilidade coletiva e expressão do compromisso com o território.
Conclusões e/ou Recomendações
Ações de educação sanitária, aliadas a estratégias intersetoriais, continuam sendo fundamentais para o enfrentamento da dengue e o controle do vetor. Nesse contexto, a APS reafirma seu papel como coordenadora do cuidado e ordenadora da Rede de Atenção à Saúde. Destaca-se, ainda, a potência da educação popular em saúde como ferramenta para promover o protagonismo dos sujeitos e a corresponsabilização na produção do cuidado individual e coletivo.
DESAFIOS DO USO DO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO PRIVADO EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA E OS PRINCÍPIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 ENSP/Fiocruz
2 SMS
3 .
Período de Realização
15 de abril a 30 de maio de 2025.
Objeto da experiência
Reflexão crítica a partir de atividade de atualização cadastral de um Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família.
Objetivos
Relatar criticamente a análise da usabilidade de um prontuário eletrônico privado, utilizado na Estratégia de Saúde da Família (ESF), a partir da identificação dos principais desafios do uso do prontuário eletrônico na prática de profissionais da ESF.
Metodologia
Os residentes em Saúde da Família realizaram uma atividade de atualização cadastral dos usuários da unidade de Atenção Primária à Saúde (APS) na qual a equipe multiprofissional está inserida. Durante essa atividade, foi feita uma análise do preenchimento e da usabilidade do prontuário eletrônico privado (PEp) utilizado, guiada pelos princípios da integralidade e da longitudinalidade.
Resultados
Foi observado que há instabilidade no PEp devido a falhas de conexão. Houve dificuldade em encontrar campos de preenchimento para dados relevantes, como por exemplo a situação de moradia e do saneamento básico, além de não haver campos que contemplassem informações como estado civil e nome social. Os profissionais da equipe enfrentam o desafio da ausência de histórico dos usuários encaminhados de outros níveis de atenção para a unidade, já que o PEp não fornece essas informações.
Análise Crítica
Identificou-se a fragilidade quanto a interface e funcionalidade do PEp para o preenchimento de dados referente aos usuários e famílias, comprometendo a integralidade e a continuidade da assistência. Observou-se também, a fragmentação do cuidado devido à falta de integração de informações no sistema. Dessa forma, a referência e contrarreferência por outros níveis de atenção e dispositivos do território é desordenada, violando os princípios da APS.
Conclusões e/ou Recomendações
O uso de um PEp único, com gestão e informação integradas com os demais níveis de atenção contribui para a longitudinalidade do cuidado. Além disso, oficinas de educação permanente ampliam a compreensão da funcionalidade do PEp e promovem a identificação de ações para a construção e avaliação coletiva do sistema, a partir do serviço, assegurando a execução dos princípios da APS.
ACOLHIMENTO E PRÁTICAS INTEGRATIVAS NO CUIDADO A MULHERES EM SOFRIMENTO PSÍQUICO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM JOÃO PESSOA
Pôster Eletrônico
1 Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (CASSI).
2 Governo do Estado da Paraíba.
3 Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa
4 Associação e Oficina de Caridade Santa Rita de Cássia Lar de Idosos de Engenheiro Schmidt.
5 Prefeitura Municipal de João Pessoa.
6 Hospital Universitário Lauro Wanderley.
7 Secretária Municipal de Saúde de João Pessoa - PB
8 Centro Universitário do Norte de São Paulo, UNORTE
Período de Realização
Junho a dezembro de 2023, durante a Residência Multiprofissional da Prefeitura de João Pessoa.
Objeto da experiência
Tem-se o atendimento e cuidado a mulheres em sofrimento psíquico por meio de acolhimento e práticas integrativas, como objeto do estudo.
Objetivos
Relatar a experiência de oferecer cuidado integral e humanizado a mulheres em sofrimento psíquico por meio do acolhimento multiprofissional e da aplicação de práticas integrativas e complementares em saúde (PICS), promovendo escuta qualificada, vínculo e autonomia.
Descrição da experiência
A experiência ocorreu em uma Unidade de Saúde da Família, com alta demanda por saúde mental. Durante os acolhimentos, muitas mulheres relataram violências e sobrecarga emocional. A equipe utilizou rodas de escuta, auriculoterapia e técnicas de relaxamento como estratégias de cuidado. As intervenções buscaram promover alívio do sofrimento, construção de vínculos e fortalecimento da autonomia.
Resultados
As mulheres atendidas relataram melhora no bem-estar emocional, fortalecimento dos vínculos com a equipe e maior abertura para o cuidado continuado. Observou-se redução de queixas somáticas e maior adesão às ações multiprofissionais. A inclusão das práticas integrativas foi bem recebida e passou a ser demandada espontaneamente pelas usuárias.
Aprendizado e análise crítica
A vivência reafirmou o potencial terapêutico do acolhimento e das práticas integrativas, mas também destacou a necessidade de suporte institucional para essas práticas. A escuta ativa e o cuidado acolhedor mostraram-se fundamentais, especialmente diante da invisibilização do sofrimento feminino no cotidiano da atenção básica.
Conclusões e/ou Recomendações
É fundamental ampliar o acesso às práticas integrativas no Sistema Único de Saúde, com formação dos profissionais e reconhecimento institucional. A experiência mostra que o cuidado em saúde mental deve ser transversal, sensível às desigualdades de gênero e pautado no vínculo e na escuta como ferramentas clínicas.
EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE NO ENFRENTAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL: PRÁTICAS DIALÓGICAS PARA A PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO EM UMA COMUNIDADE DA ATENÇÃO BÁSICA
Pôster Eletrônico
1 Governo do Estado da Paraíba.
2 Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (CASSI).
3 Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa
4 Associação e Oficina de Caridade Santa Rita de Cássia Lar de Idosos de Engenheiro Schmidt.
5 Prefeitura Municipal de João Pessoa.
6 Hospital Universitário Lauro Wanderley.
7 Secretária Municipal de Saúde de João Pessoa - PB
8 Centro Universitário do Norte de São Paulo, UNORTE
Período de Realização
Experiência vivenciada pela Residência em Saúde da Família, entre junho e dezembro de 2023.
Objeto da experiência
Tem-se como objeto do estudo, as ações educativas populares desenvolvidas com usuários hipertensos em território de vulnerabilidade social.
Objetivos
Descrever a experiência através da promoção, conscientização e o protagonismo da comunidade na prevenção e controle da hipertensão arterial através de ações de educação popular em saúde, valorizando o diálogo entre saberes, o fortalecimento do autocuidado e a construção coletiva de práticas saudáveis.
Descrição da experiência
A experiência foi desenvolvida através de encontros educativos com usuários hipertensos na atenção primária à saúde de João Pessoa, Paraíba. As ações foram embasadas nos princípios da educação popular em saúde, com metodologias participativas, escuta ativa e diálogo entre os saberes populares e técnico-científicos. A comunidade elencava semanalmente as dúvidas e anseios pelo conhecimento sobre o tema, e a equipe multiprofissional era responsável por auxiliar na transmissão do conhecimento.
Resultados
Os encontros resultaram em significativa adesão da comunidade, fortalecendo o vínculo entre usuários e profissionais. Houve relatos de mudança nos hábitos alimentares, maior regularidade na aferição da pressão arterial e ampliação da compreensão sobre os riscos da hipertensão. Além disso, percebeu-se a valorização de práticas culturais locais como forma de cuidado e a apropriação do conhecimento como ferramenta de transformação do cotidiano.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou a potência das práticas educativas fundamentadas na pedagogia freiriana, especialmente quando conduzidas em diálogo com os saberes e vivências dos sujeitos envolvidos. No entanto, também revelou desafios como a sobrecarga de demandas na atenção básica, a escassez de tempo para planejamento e a necessidade de maior apoio institucional para a consolidação de ações educativas contínuas e estruturadas.
Conclusões e/ou Recomendações
A vivência reafirma a importância da educação popular em saúde como estratégia eficaz de cuidado e promoção da saúde na atenção primária. Recomenda-se que tais ações sejam sistematizadas nas rotinas das unidades, com apoio à formação dos profissionais, escuta qualificada das comunidades e incentivo à transversalidade da educação nos processos de trabalho do Sistema Único de Saúde.
AMBIÊNCIA ENQUANTO LUGAR DE ENCONTROS E PRODUÇÃO DE CUIDADO: REESTRUTURANDO ESPAÇOS PARA PROMOVER SAÚDE E QUALIDADE NO TRABALHO
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Brasília.
Período de Realização
Este trabalho se iniciou em outubro de 2024 e perdurou até o mês de março de 2025.
Objeto da experiência
A reorganização dos espaços da UBS visando a melhoria da ambiência, para um cuidado humanizado, que valorize as equipes e qualifique o atendimento.
Objetivos
Promover e ampliar a operacionalização do trabalho das residências (multiprofissional e médica), eMulti, preceptoria e graduandos, através de adequação de salas, visando o fortalecimento de suas atividades individuais e coletivas na unidade-escola.
Metodologia
Este relato de experiência trata-se da vivência de residentes multiprofissionais da Fiocruz Brasília, em uma UBS-escola no Distrito Federal, que encontraram como problemática a falta de espaço físico para exercer suas atribuições profissionais no campo individual e coletivo. Assim, foram apresentadas hipóteses de solução coletando-se sugestões voluntárias e anônimas, a respeito de novos formatos de layout e reorganização da unidade, por meio de reuniões de equipe e diálogo com os trabalhadores.
Resultados
Foram realizadas mudanças na configuração dos espaços da unidade, com a participação de trabalhadores e da comunidade. Elaborou-se um mapa de salas para rodízio dos profissionais e designação de sala para equipe eMulti, residências e preceptoria. Após as intervenções, houve aumento de 49% nos atendimentos da eMulti. Por fim, aplicou-se um formulário aos trabalhadores, no qual a maioria concordou com a melhoria da ambiência, mas criticou a insuficiência das intervenções.
Análise Crítica
A reorganização da disposição de salas e a readaptação dos espaços impactaram positivamente a dinâmica do trabalho, aumentando as atividades individuais e coletivas. O compartilhamento do espaço fortaleceu o trabalho em equipe e a colaboração interprofissional, essencial para a formação dos residentes. Contudo, percebeu-se que os desafios incluem altas demandas psicossociais, problemas éticos e a resistência de alguns servidores com a UBS-escola, afetando a saúde mental dos profissionais.
Conclusões e/ou Recomendações
Este trabalho analisou o papel do SUS como espaço formativo e destacou a importância da ambiência para o cuidado integral. A reorganização dos ambientes resultou na ampliação de atendimentos individuais e coletivos, e na atuação dos residentes. As autoras reconhecem que há limitações de ordem macropolítica, logo, a intervenção se limitou a adequações viáveis. Conclui-se que a intervenção foi exitosa, embora os desafios estruturais permaneçam.
DESAFIOS DA GESTÃO EM REDE NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: REFLEXÕES A PARTIR DA ATENÇÃO BÁSICA
Pôster Eletrônico
1 UEPA
2 IFPA
Período de Realização
Agosto a Novembro de 2024
Objeto da experiência
Reflexão crítica sobre os principais desafios enfrentados na gestão em rede no SUS, com foco na atenção básica.
Objetivos
Analisar, a partir de vivências acadêmicas na disciplina Estratégia Saúde da Família, os desafios e potencialidades da gestão em rede no SUS, considerando descentralização, recursos, infraestrutura, gestão de pessoal e participação social como pilares do sistema.
Descrição da experiência
A experiência foi desenvolvida no contexto da disciplina Estratégia Saúde da Família da Universidade do Estado do Pará. Os discentes realizaram estudos teóricos e discussões críticas sobre a estrutura do SUS e suas fragilidades. A análise enfocou os principais nós da gestão pública, refletindo a realidade da atenção primária com base em dados públicos, observações de campo e literatura complementar.
Resultados
Foi possível identificar os principais gargalos na gestão em rede do SUS: desigualdade na capacidade administrativa dos municípios, fragilidade na distribuição de recursos, carência tecnológica e má distribuição de profissionais. Também se evidenciaram avanços, como a ampliação do acesso e estratégias de integração local. A experiência fomentou uma visão ampliada e crítica entre os discentes, promovendo o engajamento com soluções possíveis para os problemas identificados.
Aprendizado e análise crítica
A vivência proporcionou a compreensão de que a descentralização por si só não garante a equidade. A efetividade do SUS exige gestores preparados, financiamento adequado, inovação tecnológica e participação social ativa. Percebeu-se também a importância da articulação entre os níveis de atenção e da formação continuada dos profissionais para o fortalecimento da rede.
Conclusões e/ou Recomendações
A superação dos desafios da gestão em rede passa pela valorização da atenção básica, qualificação das equipes gestoras, investimento em tecnologia e ampliação dos espaços de controle social. Recomenda-se a ampliação de práticas formativas como esta, que aproximam estudantes das realidades e complexidades do SUS.
A RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL COMO ESTRATÉGIA DE QUALIFICAÇÃO DO CUIDADO DAS EMULTIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE DE SOROCABA.
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal de Sorocaba
Período de Realização
Março de 2024 a maio de 2025
Objeto da experiência
Vivência de residentes multiprofissionais nas Equipes Multiprofissionais (eMulti) da APS de Sorocaba como estratégia de qualificação do cuidado.
Objetivos
Apresentar a inserção de residentes em educação física, fisioterapia, nutrição, psicologia e terapia ocupacional nas eMulti de Sorocaba, destacando como sua presença amplia o acesso, qualifica o cuidado, fortalece a integralidade e favorece discussões de caso inter e intraprofissionais.
Metodologia
A experiência ocorre em Unidades de Saúde da Família de Sorocaba, onde residentes atuam nas eMultis desde o início da residência. Participam de atendimentos conjuntos, reuniões de equipe, visitas domiciliares, grupos e ações intersetoriais, com foco na promoção da saúde, prevenção de agravos e fortalecimento do vínculo. A inserção é construída junto às equipes, a partir das demandas do território, contribuindo para o cuidado compartilhado e a ampliação do acesso.
Resultados
A presença dos residentes fortaleceu o vínculo entre as eMultis e as equipes da ESF, ampliando o escopo das ações em saúde mental, educação em saúde, atenção psicossocial e promoção da saúde. Contribuiu também para a capilarização das ações no território, promovendo maior articulação intersetorial, integração com outros pontos da rede, fortalecimento do vínculo comunitário e maior horizontalidade e interdisciplinaridade nas discussões de caso, na construção e estabelecimento de conduta.
Análise Crítica
A residência multiprofissional potencializa o trabalho interprofissional e forma profissionais sensíveis às realidades territoriais, demonstrando que o fortalecimento da Atenção Básica e da Estratégia de Saúde da Família, com seus princípios, é caminho fundamental para a plena efetivação do cuidado integral necessário para enfrentar as desigualdades do nosso tempo. Contudo, persistem entraves como rotatividade profissional, fragmentação das políticas públicas e sobrecarga das equipes.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a valorização da Atenção Básica como pilar fundamental do SUS, o fortalecimento das eMulti como espaços estratégicos para o cuidado compartilhado, e a consolidação das residências multiprofissionais como política permanente de formação, essenciais para promover práticas integrais, interdisciplinares e orientadas à equidade, contribuindo para a qualificação da Atenção Primária à Saúde e o enfrentamento dos desafios contemporâneos.
IMPLEMENTAÇÃO DA FISIOTERAPIA PÉLVICA NA APS EM BOTUVERÁ/SC: EDUCAÇÃO EM SAÚDE E AUTOCUIDADO COMO ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal de Botuverá/SC
Período de Realização
Iniciada em fevereiro de 2022, a experiência permanece em execução até o presente momento.
Objeto da experiência
Implementação da fisioterapia pélvica na APS, com foco na educação em saúde e no protagonismo da usuária no processo terapêutico.
Objetivos
Descrever o processo de implementação do serviço de fisioterapia pélvica na APS;
Analisar a relevância do protagonismo da usuária para o êxito terapêutico;
Explorar as ferramentas de educação em saúde e autocuidado como estratégias terapêuticas centrais.
Descrição da experiência
Em 2022, diante da demanda reprimida por fisioterapia pélvica, iniciou-se a organização de um fluxo de atendimento no SUS. Em um município pequeno e afastado, com população majoritariamente rural e idosa, o acesso à informação de saúde é limitado. Nesse contexto, a proposta priorizou a educação em saúde e o estímulo ao autocuidado como pilares do tratamento, visando ampliar o acesso, promover a equidade e fortalecer o cuidado em saúde pélvica.
Resultados
Foram realizados 92 atendimentos, para 30 mulheres de 18 a 68 anos, representando 0,87% das munícipes dessa faixa etária. Todas seguiram protocolo com avaliação, intervenção em consultório e orientações para continuidade em domicílio (sobre a saúde pélvica, prescrição de exercícios e mudança de hábitos de vida), essencial para a efetividade do cuidado. Houve melhora da queixa principal em 100% dos casos, destacando a importância da educação em saúde e adesão às mudanças de hábitos.
Aprendizado e análise crítica
A fisioterapia pélvica, ainda recente no SUS, enfrenta barreiras como o tabu em torno do tema. Em Botuverá, observou-se relação entre disfunções pélvicas e a desinformação das usuárias sobre o assoalho pélvico e região perineal. A implementação do fluxo não exigiu recursos adicionais e resultou em melhora clínica e maior abertura ao tema. O protocolo priorizou o cuidado domiciliar, promovendo autonomia e protagonismo das pacientes no processo terapêutico.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência destaca-se pela facilidade de sustentabilidade e replicação, reforçando a potencialidade e resolutividade da APS ao otimizar recursos existentes e reduzir/evitar procedimentos de maior complexidade. O tratamento centrado na usuária favorece o protagonismo e a corresponsabilização no processo terapêutico, configurando-se como prática alinhada aos atributos essenciais de uma APS de excelência.
MUSICALIZAÇÃO COMO FERRAMENTA NA PREVENÇÃO DA DENGUE PELO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA (PSE) REALIZADO POR ACADÊMICOS DE MEDICINA EM UMA CRECHE MUNICIPAL DA CIDADE DE MANAUS
Pôster Eletrônico
1 ILMD/Fiocruz
2 UEA
Período de Realização
A ação do Programa Saúde na Escola com a equipe da UBS Theomário Pinto (S-52) foi realizada em maio de 2025.
Objeto da experiência
A composição criada e as maquetes representando o mosquito Aedes aegypti foram os objetos da experiência.
Objetivos
Fazer os acadêmicos de medicina terem experiência formativa na APS e desenvolver ações com base nas necessidades epidemiológicas do território adscrito. Além de estimular os alunos para uma visão mais ampliada do processo saúde-doença, adequando os conhecimentos segundo a faixa etária das crianças.
Metodologia
Os graduandos usaram a música como recurso para ajudar na atenção, retenção das palavras e cognição das crianças. Apresentaram ilustrações do cotidiano e maquetes demonstrando a aparência do Aedes aegypti para ensinar sobre a dengue. Cantaram a música “Dengue não, mosquito tchau, água parada vai embora já!” e explicaram como evitar a proliferação do mosquito. No final, testaram o aprendizado com perguntas e reforçaram a estratégia dos 10 minutos contra a dengue.
Resultados
As crianças foram receptivas e participativas durante a atividade. Eles aprenderam a música e cantaram repetidas vezes. Durante a explicação ilustrada, as crianças se apresentaram participativas e atentas às orientações. No momento de responder as perguntas relacionadas ao “mosquito da dengue”, elas responderam corretamente sobre como é possível prevenir a doença. Por fim, foram entregues desenhos sobre o tema para que as crianças levassem para a casa e também atuassem como multiplicadores.
Análise Crítica
Os profissionais de saúde precisam ter a habilidade e sensibilidade de se comunicar de forma que compreendam as orientações independente da idade, classe social e afins. A ação estimulou a criatividade e o olhar dos graduandos para além da medicina com o foco na assistência. Essas atividades são importantes porque os usuários são pessoas comuns e podem desconhecer os termos técnicos, sendo necessário saber se comunicar e ser compreendido para que o usuário participe do processo do cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
O uso de ferramentas da educação infantil contribui para educação em saúde com crianças. Além da ênfase nas ações intersetoriais realizadas dentro do território adscrito, que toma como base as necessidades da população adscrita para planejar ações de saúde. A atuação dos estudantes nos serviços públicos é fundamental para levá-los a pensar e vivenciar um cuidado que compreende os determinantes sociais, indissociando o indivíduo da coletividade.
ACOLHIMENTO DE FAMÍLIAS ATÍPICAS NO SERVIÇO ODONTOLÓGICO DE UMA UBS DO INTERIOR DE SÃO PAULO
Pôster Eletrônico
1 UNESP
Período de Realização
Janeiro de 2023 até o momento atual
Objeto da experiência
Atenção odontológica humanizada e adaptada para crianças e adolescentes com TEA em uma UBS do interior paulista.
Objetivos
Desenvolver estratégias de acolhimento no serviço odontológico para famílias de crianças com TEA, respeitando suas particularidades sensoriais e apoiando mães na rotina da escovação dental.
Descrição da experiência
Criou-se um fluxo diferenciado e inovador, com teleatendimento para escuta qualificada, uso de vídeos e fotos para preparo prévio, e consultas em horários de baixo fluxo, favorecendo o condicionamento gradual da criança e respeitando seu tempo.
Resultados
As mães relataram acolhimento e sentiram-se compreendidas. As crianças responderam positivamente ao condicionamento, e várias famílias mantêm seguimento na UBS. Houve melhora na escovação diária com apoio remoto e presencial. O vínculo fortaleceu o cuidado em saúde bucal e o protagonismo materno.
Aprendizado e análise crítica
A escuta ativa e a personalização do cuidado foram fundamentais. A experiência mostrou que, mesmo com poucos recursos, é possível adaptar o atendimento com criatividade e empatia. As dificuldades sensoriais e emocionais exigem tempo e vínculo, o que desafia a lógica tradicional da clínica odontológica. Essa prática contribui para a humanização e inclusão na APS, valorizando o protagonismo das famílias.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se que serviços de APS adotem fluxos sensíveis às necessidades de famílias atípicas. A inclusão do teleacolhimento e do preparo prévio pode facilitar o cuidado odontológico. A experiência reforça que ações humanizadas promovem maior acesso e qualidade no cuidado em saúde bucal na Atenção Primária.
A ARTE NA FORMAÇÃO EM SAÚDE: O CORDEL COMO DISPOSITIVO PARA A DISCUSSÃO SOBRE A POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA
Pôster Eletrônico
1 Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB
Período de Realização
A oficina pedagógica sobre a Política Nacional de Atenção Básica aconteceu em março de 2025.
Objeto da experiência
Oficina pedagógica, centrada na abordagem crítica e criativa da Política Nacional de Atenção Básica utilizando literatura de cordel.
Objetivos
Promover o conhecimento participativo, crítico e reflexivo sobre a Política Nacional de Atenção Básica, por meio de ações lúdicas e culturais, com ênfase na elaboração de cordel como dispositivo de sensibilização e construção coletiva do conhecimento.
Metodologia
Oficina realizada por estudantes de enfermagem, do Estágio Curricular Supervisionado I, a partir da produção de um cordel autoral. Após dinâmica introdutória, os discentes apresentaram o conteúdo da Política Nacional da Atenção Básica na modalidade de literatura de cordel, tratando de forma crítica e poética, os princípios, diretrizes e desafios da atenção básica. Integrou expressão cultural e formação em saúde, promovendo engajamento e o pensamento crítico dos participantes.
Resultados
A oficina proporcionou um ambiente lúdico, dinâmico e acolhedor, promovendo o envolvimento dos estudantes e fortalecendo o vínculo entre a teoria e a prática. Os discentes demonstraram maior compreensão da Política, além de despertar o interesse da turma, tornando o aprendizado mais leve e criativo. A avaliação coletiva dos envolvidos na oficina indicou satisfação com a metodologia adotada, reconhecendo a atividade como estratégia enriquecedora para formação em saúde.
Análise Crítica
O cordel mediou a construção do conhecimento, ao articular dimensões cognitivas, afetivas e culturais, os estudantes exercitaram protagonismo e trabalho coletivo, A oficina rompeu com a rigidez das abordagens tradicionais e demonstrou relevância de práticas educativas que articulem cultura, arte, política e saúde na formação em enfermagem. O uso do cordel valorizou a cultura nordestina e a literatura popular brasileira, entre versos e rimas aproximou o conteúdo da política com a realidade.
Conclusões e/ou Recomendações
: A oficina evidenciou o potencial do uso de metodologias lúdicas e culturais, como o cordel, no ensino das políticas públicas de saúde, promovendo o engajamento, o pensamento crítico e a formação sensível dos estudantes para a atuação no SUS. A experiência reforça a importância da criatividade e da coletividade na construção do conhecimento em saúde, suscitando a possibilidade de utilizar essa metodologia para outras temáticas da área da saúde coletiva.
VACINAÇÃO EM UNIDADE PRISIONAL: O PAPEL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA COMO REDE DE APOIO À SAÚDE DAS PESSOAS PRIVADAS DE LIBERDADE
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal Fluminense (UFF)
Período de Realização
Ação realizada no primeiro semestre de 2025, no Presídio Ary Franco, no município do Rio de Janeiro.
Objeto da experiência
A imunização no contexto das unidades prisionais como parte da Rede de Atenção à Saúde (RAS), atuando na promoção, proteção e prevenção de agravos.
Objetivos
1. Compartilhar a experiência profissional no contexto prisional, destacando o papel da Atenção Primária à Saúde (APS) na promoção do cuidado integral à saúde das pessoas privadas de liberdade.
2. Refletir sobre a articulação entre os diferentes níveis de atenção e a ética profissional na saúde coletiva.
Descrição da experiência
Durante a residência em Saúde Coletiva, participei de uma campanha de vacinação contra o vírus da Influenza no Presídio Ary Franco. A equipe de saúde prisional solicitou apoio à área programática 3.2, que mobilizou a gestão local. Auxiliei na vacinação, contribuindo para a educação em saúde e o cuidado integral das pessoas privadas de liberdade, reforçando a importância da APS como articuladora do trabalho em saúde.
Resultados
A ação ampliou a cobertura vacinal, prevenindo possíveis surtos e promovendo saúde coletiva. Fortaleceu a integração entre a APS e a equipe de saúde prisional, ampliando o suporte técnico e organizacional, além de efetivar a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP), demonstrando a importância da atuação integrada e do cuidado contínuo no contexto da privação de liberdade.
Aprendizado e análise crítica
A experiência ressaltou o papel central da APS na articulação do cuidado e a importância da atuação ética e humanizada junto às populações vulneráveis. Refleti sobre os desafios estruturais e operacionais da saúde prisional, e a necessidade da integração intersetorial para assegurar os direitos, promover equidade e fortalecer o SUS como sistema universal, inclusivo e integral.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a atuação intersetorial fortalece a APS, promovendo o cuidado integral mesmo em contextos de exclusão social. A experiência reforça a importância da articulação em rede, da valorização profissional e do compromisso ético com populações em situação de vulnerabilidade. Sendo assim, é fundamental a capacitação contínua das equipes e a criação de estratégias de prevenção e promoção da saúde adaptadas à realidade do sistema prisional.
“PROGRAMA ÚTERO É VIDA”: IMPLEMENTAÇÃO E RASTREIO ORGANIZADO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO NO MUNICÍPIO DO RECIFE.
Pôster Eletrônico
1 SESAU RECIFE
2 UPE
3 CISAM UPE
4 RESIDÊNCIA SESAU
Período de Realização
A implementação do rastreio organizado ocorreu entre novembro de 2024 e abril de 2025.
Objeto da experiência
Objetivos
elatar a experiência da implementação do Programa Útero é Vida no município do Recife.
Identificar as potencialidades da estratégia de rastreio para a prevenção do Câncer de Colo do Útero.
Propor medidas que favoreçam a expansão das ações de prevenção para todo o município.
Descrição da experiência
A Iniciativa de Eliminação de Doenças da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) visa eliminar até 2030 mais de 30 doenças transmissíveis, incluindo o câncer de colo do útero. Nas Américas, mais de 78 mil mulheres são diagnosticadas por ano. O programa Útero é Vida busca reorganizar a Rede de Atenção à Saúde para realizar rastreio organizado por meio do teste de HPV, melhorando a prevenção e detecção precoce. Recife aderiu ao programa em setembro de 2022, ampliando vacinação e o rastreamento.
Resultados
A Rede de Atenção à Saúde de Recife é composta por 8 distritos sanitários. O Programa Útero é Vida foi expandido em novembro de 2024, com a implementação de testes moleculares para HPV em mulheres e pessoas com útero de 25 a 64 anos em 16 Unidades de Saúde localizadas dos distritos II e VII. O objetivo é atingir 70% da população alvo nos próximos 5 anos. Os testes, de baixo custo, facilitam o diagnóstico da doença e são processados no Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco.
Aprendizado e análise crítica
A implementação do Programa na Rede Municipal ampliou o acesso ao exame para mulheres e pessoas com útero na faixa etária preconizada, além de qualificar a integralidade do cuidado. A partir dos resultados obtidos, os encaminhamentos necessários foram realizados e monitorados pela gestão municipal e pelo próprio Programa. Essa organização evita a peregrinação entre os diferentes serviços da rede, agiliza o início do tratamento e contribui diretamente para a redução das taxas de mortalidade.
Conclusões e/ou Recomendações
Para qualificar a implementação do programa, recomenda-se a realização sistemática de processos formativos voltados às equipes de saúde. Esses processos devem abordar temas como a busca ativa, a coleta adequada dos exames e o acompanhamento dos casos alterados. Tais ações têm como objetivo fortalecer as práticas de rastreamento e contribuir para a reorganização da rede de saúde, com ênfase na prevenção e no diagnóstico precoce.
ENTRE O CUIDADO E O MOVIMENTO: RELATO DE RESIDENTES EM UM GRUPO DE PRÁTICAS CORPORAIS E ATIVIDADE FÍSICA (PCAF) NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE (APS).
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal de Sorocaba
Período de Realização
A experiência foi entre os meses de Outubro e Maio de 2025.
Objeto da experiência
Fundamentou-se na atuação interdisciplinar de residentes em Saúde da Família e Comunidade num Grupo de PCAF na APS, no município de Sorocaba/SP.
Objetivos
Descrever a atuação interdisciplinar de residentes da e-multi no grupo aberto de Práticas Corporais e Atividade Física na APS. Tal grupo visa a promoção da saúde, prevenção de doenças crônicas, fortalecimento do vínculo comunitário e integração de diferentes áreas profissionais no cuidado em saúde.
Metodologia
A experiência envolveu profissionais residentes da e-multi, atuando juntos em um grupo de PCAF em uma USF de Sorocaba. O grupo promoveu atividades físicas regulares, fortalecendo o vínculo com a comunidade e incentivando hábitos saudáveis. A interdisciplinaridade possibilitou uma abordagem ampliada na prevenção de doenças crônicas, além de facilitar o cuidado centrado no usuário e a troca de conhecimentos entre os profissionais, fortalecendo a formação destes.
Resultados
O grupo demonstrou aumento na adesão à atividade física regular, promovendo melhora no bem-estar físico e emocional. Observou-se o fortalecimento do vínculo entre comunidade e equipe de saúde, aspecto crucial à continuidade do cuidado. Houve também maior troca interdisciplinar entre os residentes, enriquecendo as abordagens e o aprendizado coletivo. Tais resultados reforçam a efetividade da iniciativa na APS, indicando o potencial de grupos semelhantes no impacto positivo à saúde da população.
Análise Crítica
A vivência no grupo evidenciou que promover saúde exige ações democráticas e equitativas. O trabalho interdisciplinar dos residentes fortaleceu o acesso ao cuidado, respeitando singularidades e diversidade. Essa abordagem ampliou a compreensão das necessidades comunitárias, permitindo planejamento efetivo. Assim, a experiência contribuiu para uma APS mais inclusiva, integral e comprometida com os desafios deste século, refletindo princípios de direitos humanos e justiça social na saúde coletiva.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência demonstrou que as PCAF’s fortalecem o cuidado na APS, promovendo saúde, vínculo e integração entre profissionais e usuários. Recomenda-se a continuidade e expansão de grupos como o PCAF na APS, com apoio institucional efetivo, incentivo ao trabalho interdisciplinar e valorização da participação comunitária no planejamento das ações. Tais medidas são cruciais para uma APS robusta, contribuindo para a justiça social em saúde.
IMPLANTAÇÃO DE AMBULATÓRIO DE PEQUENAS CIRURGIAS NA APS NO MUNICÍPIO DE PONTA GROSSA/PR
Pôster Eletrônico
1 UFPR
2 FMS/PMPG
Período de Realização
Dezembro de 2023 à dezembro de 2024
Objeto da experiência
Criação de ambulatório de pequenas cirurgias na atenção primária à saúde (APS) para atender fila reprimida de procedimentos ambulatoriais.
Objetivos
Atender a demanda reprimida de pequenas cirurgias de forma contínua e resolutiva na APS. Instituir um serviço centralizado com profissionais da Estratégia de Saúde da Família, expandir o acesso, capacitar médicos e diminuir encaminhamentos desnecessários à Atenção Secundária.
Descrição da experiência
A experiência surgiu diante da paralisação de um serviço da Atenção Secundária durante a pandemia de COVID-19, resultando em fila de mais de 2 mil usuários. A gestão da APS criou um ambulatório com médicos da ESF e residente de Medicina de Família e Comunidade, estruturado em UBS com boa localização para ofertar procedimentos como retirada de cistos sebáceos e lipomas. Os atendimentos foram realizados semanalmente e por mutirões aos sábados, com agendamento via Sistema de Regulação (SISREG).
Resultados
Dezembro de 2023: 35 pacientes agendados, 13 compareceram. Em janeiro de 2024: 162 agendados, 57 compareceram. Alta taxa de absenteísmo, sobretudo por desatualização de cadastros. Usuários relataram grande satisfação com o serviço. Três médicos foram capacitados e iniciaram oferta descentralizada em seus territórios, ampliando o acesso.
Aprendizado e análise crítica
A iniciativa evidenciou o potencial da APS em absorver demandas represadas com estrutura e recursos existentes. O envolvimento de profissionais motivados permitiu capacitação in loco e ampliação da resolutividade. A ausência de atualização cadastral dos usuários e o tempo de espera foram desafios críticos enfrentados.
Conclusões e/ou Recomendações
A criação do ambulatório demonstrou ser uma estratégia eficaz, replicável e de baixo custo para reorganizar o cuidado cirúrgico ambulatorial na APS. Recomenda-se fortalecer a atualização cadastral dos usuários e expandir o treinamento de médicos da rede, visando a descentralização da oferta e redução de filas.
GRUPO “FAMÍLIA E AUTISMO”: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA ESTRATÉGIA DE CUIDADO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA.
Pôster Eletrônico
1 Residente do Programa Multiprofissional em Saúde da Família da Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS), em parceria com o Instituto Gonçalo Moniz (Fiocurz/BA).
2 Preceptora do Programa Multiprofissional em Saúde da Família da Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS) em parceria com o Instituto Gonçalo Moniz (Fiocurz/BA).
3 Apoiadora Pedagógica do Programa Multiprofissional em Saúde da Família da Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS) em parceria com o Instituto Gonçalo Moniz (Fiocurz/BA).
Período de Realização
Agosto de 2024 a janeiro de 2025.
Objeto da experiência
Ferramenta de cuidado direcionada aos cuidadores de crianças e adolescentes com TEA diagnosticados ou em investigação diagnóstica.
Objetivos
Ofertar cuidado multidisciplinar, em formato de atividade coletiva, aos familiares de usuários com autismo diagnosticados ou em investigação diagnóstica, encaminhados para atendimento individual junto à psicóloga residente do Programa de Saúde da Família da FESF/Fiocruz-BA
Metodologia
O grupo educativo, intitulado “Família e Autismo”, ofereceu suporte aos cuidadores por meio de seis encontros mensais, que incluíram ações de educação em saúde e apoio emocional. Participaram profissionais de Psicologia, Medicina, Nutrição e Serviço Social. Esses profissionais abordaram temas como diagnóstico de autismo, estratégias de cuidado, regulação emocional, seletividade alimentar, direitos das famílias e autocuidado dos cuidadores.
Resultados
Os encontros contaram com um total de 20 participações, todas de mães. Seus relatos apontaram benefícios da experiência, como apoio emocional, troca de experiências e conhecimentos. Elas também compartilharam sobre a sobrecarga materna, por isso foi adicionado ao planejamento um encontro para problematizar essa realidade e construir, coletivamente, estratégias de enfrentamento. Por fim, observou-se redução nos encaminhamentos individuais e fortalecimento do vínculo com a equipe de saúde.
Análise Crítica
A experiência evidenciou lacunas na rede de saúde pública do município, especialmente quanto à dificuldade de acesso aos serviços especializados. A participação exclusivamente materna, somada aos relatos de sofrimento e exaustão, reforça a centralização do cuidado na figura da mãe e aponta a necessidade de ações que promovam a corresponsabilização familiar e comunitária no cuidado à pessoa com autismo.
Conclusões e/ou Recomendações
Ressalta-se a importância das atividades coletivas na Atenção Primária como estratégia potente de assistência, educação em saúde e fortalecimento de vínculos. Recomenda-se ampliar e dar continuidade a essas atividades, bem como promover intervenções permanentes das equipes para identificação precoce e cuidado compartilhado. Destaca-se, ainda, a urgência de fortalecer a rede especializada para garantir acesso equânime às famílias.
CAMPANHA SESI SAÚDE TOTAL: UM OLHAR PARA O CUIDADO INTEGRAL DA SAÚDE DO TRABALHADOR DA INDÚSTRIA
Pôster Eletrônico
1 SESI-RS
Período de Realização
Entre Abril de 2022 à Dezembro de 2023.
Objeto da experiência
Implementar a Campanha SESI Saúde Total em indústrias para avaliar o perfil de saúde dos trabalhadores das indústrias do Estado do Rio Grande do Sul.
Objetivos
Realizar o mapeamento populacional e avaliar os indicadores de saúde dos trabalhadores, gerando uma abordagem propositiva, baseada em dados e construindo soluções em saúde e segurança, conectadas com ações de prevenção e promoção da saúde, tecnologia e inovação para as empresas e seus trabalhadores.
Metodologia
Em um cenário pós-pandêmico se fez necessário avaliar o perfil populacional dos trabalhadores da indústria buscando-se propor ações de cuidado integral. O mapeamento em saúde foi realizado com o instrumento ASSTI – Avaliação de Saúde e Segurança em Trabalhadores da Indústria. A partir dos dados coletados, foram implementadas estratégias de promoção da saúde e cuidado psicossocial, com foco na sensibilização, prevenção e estímulo ao autocuidado entre trabalhadores da indústria.
Resultados
Foram avaliadas 621 indústrias, 58.925 trabalhadores respondentes e 140.158 participações em ações de saúde. A integração entre os dados coletados e a implantação de estratégias de promoção da saúde e cuidado psicossocial foi uma das práticas centrais. O mapeamento realizado pelo ASSTI permitiu ao SESI-RS identificar as necessidades específicas de saúde dos trabalhadores em diferentes territórios e cenários, viabilizando a implementação de ações personalizadas e sem custo para as indústrias.
Análise Crítica
A Campanha contribuiu para uma visão mais estratégica no planejamento de ações direcionadas à saúde do trabalhador. Foi possível identificar a necessidade de se estabelecer o monitoramento contínuo sobre a situação de saúde do trabalhador, para uma maior efetividade dos programas de promoção de saúde. Além disso, a maturidade das indústrias frente às necessidades de análise de dados e à implementação das ações de saúde e cuidado integral se mostram como desafios crescentes em diversos setores.
Conclusões e/ou Recomendações
A Campanha SESI Saúde Total consolidou o ASSTI como ferramenta estratégica e gratuita, ampliando seu alcance e fortalecendo a missão institucional de promover a saúde integral. A integração de dados, a oferta gratuita e a aplicação contínua mostraram-se práticas escaláveis. A Campanha reafirma o valor de unir dados precisos a ações práticas de promoção da saúde, gerando impacto positivo e sustentável para os trabalhadores e indústrias do RS.
A ATUAÇÃO DO SANITARISTA NA GESTÃO DO CUIDADO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: CONSTRUÇÃO DE UM FLUXO DE CUIDADO FAMILIAR
Pôster Eletrônico
1 FSP-USP
2
3 Centro de Saúde Escola Geraldo de Paula Souza
4 Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo
Período de Realização
Elaborado em julho de 2024, durante estágio da graduação em Saúde Pública.
Objeto da experiência
Relatar a experiência de atuação do sanitarista na gestão do cuidado familiar na Atenção Primária à Saúde.
Objetivos
Elaborar um fluxo de cuidado enquanto estratégia de gestão do cuidado, na perspectiva da integralidade e da promoção do acolhimento e do vínculo familiar com a unidade básica de saúde; estabelecer uma equipe de referência para uma família em situação de violência.
Descrição da experiência
Os fluxos de cuidado foram construídos a partir da leitura de prontuários, escuta compartilhada entre estagiárias, assistente social da UBS e a genitora do adolescente e participação em reuniões de equipe e de matriciamento com o CAPS IJ. Essas atividades permitiram compreender as demandas da família e articular estratégias intersetoriais para a construção de um cuidado integral.
Resultados
Elaboramos três fluxos de cuidado com base nas necessidades familiares e nos serviços da UBS. Recomendamos equipe de referência para construir o PTS com apoio de prontuários e escuta qualificada. Indicamos acompanhamento psicológico aos pais na UBS e encaminhamento do adolescente ao CAPS IJ. Para o progenitor, sugerimos sensibilização para atividades do Núcleo de Prevenção da Violência. Em casos de faltas, propusemos busca ativa por telefone ou visita.
Aprendizado e análise crítica
A construção dos fluxos de cuidado evidenciam a complexidade da produção de cuidado na APS, além da necessidade de ações multiprofissionais, incluindo o sanitarista na gestão do cuidado. Ainda, aprendemos que o PTS requer vínculo e que o uso dos prontuários deve ser complementar ao diálogo com o usuário. A escuta sensível é essencial para garantir um cuidado contínuo, mas os limites estruturais nas UBS ainda desafiam a efetivação de práticas integrais.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência ressalta a importância de um sanitarista na gestão do cuidado, pois a sua formação, com o seu olhar na globalidade da saúde, possibilita o cuidado integral evidenciando outros atravessamentos que podem ser prejudiciais à saúde, como determinantes sociais, desigualdades estruturais, entre outros, contribuindo, assim, para a construção de estratégias mais assertivas e resolutivas centrada nas necessidades reais da população.
PLANO DIRETOR DE ATENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA (PDAFISIO) EM UM MUNICÍPIO DO TERRITÓRIO DO SISAL: EVIDENCIAS DA SAÚDE COLETIVA PARA UMA NOVA FORMA DE ATENÇÃO
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde de Serrinha-Bahia.
2 FARESI
Período de Realização
Realizou-se no período entre março a dezembro de 2024.
Objeto da experiência
Estruturação da atenção fisioterapêutica em Serrinha-Bahia-Brasil nos eixos da Saúde Coletiva: Ciências Sociais, Política & Gestão e Epidemiologia.
Objetivos
Conceber o modelo de atenção fisioterapêutica para atender necessidades de saúde e integrar a Fisioterapia aos fundamentos da Saúde Coletiva, rompendo com uma prática tecnicista e hospitalocêntrica.
Descrição da experiência
O (PDAFISIO) foi vivenciado em rodas de conversas com Fisioterapeutas do município de Serrinha-Bahia e a coordenação da atenção fisioterapêutica. Delineou-se a necessidade de fundamentar a atenção em um modelo abrangente que rompesse com o viés da reabilitação clínica e ampliasse o olhar para uma atenção fundamentada em evidencias. A Saúde Coletiva e seus eixos foram discutidos em uma oficina e acolhida para o delineamento da prática.
Resultados
Foi estruturada a atenção fisioterapêutica com base em um estudo transversal sobre morbidades e procedimentos hospitalares no município, descrevendo o que pode implicar em perda ou diminuição de funcionalidade. Evidenciou-se que o manejo da saúde a partir da abordagem fisioterapêutica deve acontecer na Atenção Primária à Saúde (APS) nas dimensões da gravidez, parto e puerpério, tratamentos clínicos e lesões por causas externas que envolvem acidentes de trânsito, homicídios, quedas e violência.
Aprendizado e análise crítica
O olhar da Fisioterapia para a lesão e a disfunção limita o Fisioterapeuta ao modelo de saúde organizado para reabilitar, excluindo dimensões como prevenção, promoção e educação em saúde. Refletir sobre os serviços de saúde é entender como a política emerge na prática. Para, Frederico (2015) o pensamento de Testa serve para pensar de forma estratégica a mudança na programação. Entender necessidades de saúde é ofertar serviço para atender demandas de “categorias sociais” pela Epidemiologia.
Conclusões e/ou Recomendações
A Fisioterapia tradicional foca a lesão e a disfunção, sendo o modelo organizado para reabilitar. Refletir sobre os serviços permite uma análise crítica e estratégica para o desenvolvimento de planos de ação. A Epidemiologia ao entender necessidades de saúde possibilita o desenvolvimento de intervenções e promove políticas de saúde contextualizadas e dinâmicas, uma vez que a oferta de serviços deve atender às demandas sociais.
IMPLANTAÇÃO DE UM NÚCLEO DE SAÚDE COLETIVA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM MUNICÍPIO DO AGRESTE PERNAMBUCANO
Pôster Eletrônico
1 Centro Universitário Tabosa de Almeida (ASCES-UNITA)
2 Secretaria Municipal de Saúde de Caruaru
Período de Realização
De março de 2024 a junho de 2025.
Objeto da experiência
A implantação de um núcleo de saúde coletiva no contexto das equipes multiprofissionais (eMultis) no município de Caruaru- PE.
Objetivos
Através da experiência buscou-se relatar a implantação de um núcleo de saúde coletiva no âmbito da Atenção Primária à Saúde, ampliando os escopos da atuação das eMultis no município de Caruaru- PE.
Descrição da experiência
Em Caruaru, as eMultis atuam em um macroterritório que abrange 10 Equipes de Saúde da Família, dividido entre duas equipes estruturais e uma estratégica, essa composta por arte educadores, biomédicos, sanitaristas e farmacêuticos, sendo os três últimos residentes da atenção básica. Esses profissionais integram o Núcleo de Saúde Coletiva e desenvolvem atividades voltadas ao fortalecimento da saúde pública e coletiva.
Resultados
As atividades realizadas pelo núcleo foram baseadas no papel de matriciamento, mobilização e articulação das ações de saúde das ESF, dentre elas, educações em saúde, educações permanentes, diagnóstico situacional, busca ativa de doenças e agravos, construção de boletins epidemiológicos e incorporação de práticas de vigilância. O núcleo também se caracteriza como um vínculo direto de comunicação entre a vigilância em saúde e a atenção primária à saúde (APS) do município.
Aprendizado e análise crítica
O núcleo se apresentou como uma ferramenta inédita no contexto de saúde do município, fortalecendo a parceria entre ensino e serviço e ampliando o acesso aos serviços de saúde. Ainda no sentido de pioneirismo trouxe o profissional biomédico para o cenário da atenção básica, estimulando a multiprofissionalidade. A comunicação entre a APS e a vigilância em saúde fomentada pelo núcleo é essencial para a consolidação da atenção integral à saúde e eficiência do sistema de saúde municipal.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que com a criação do núcleo houve um fortalecimento das ações de saúde pública de forma multiprofissional e integrada. Onde, as equipes estratégicas atuam como referência técnica e articuladoras para as ações de prevenção e promoção à saúde.
GRUPOS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE VOLTADOS PARA USUÁRIOS COM DORES CRÔNICAS NA APS
Pôster Eletrônico
1 UFRGS
Período de Realização
Outubro de 2024 a abril de 2025
Objeto da experiência
Grupos de educação em saúde promovidos na Atenção Primária à Saúde (APS) por meio de uma eMulti, voltados para usuários com dores crônicas.
Objetivos
Os grupos de educação em saúde voltados para usuários com dores crônicas apresentavam o objetivo de auxiliar os usuários a desenvolver autonomia no manejo das dores crônicas através da escuta coletiva e do reconhecimento de hábitos que influenciam na intensidade dessas dores.
Metodologia
Assim que a eMulti foi implementada, foram organizados grupos em duas unidades de saúde da zona norte de Porto Alegre. Usuários com dores crônicas foram convidados a participar por meio de busca ativa das equipes de saúde da família. Os grupos realizavam encontros semanais, abertos, com ciclos temáticos abordando a prática de atividade física, higiene do sono e manejo do estresse, dando ênfase à escuta qualificada e aos marcadores sociais para costurar esses hábitos no cotidiano dos usuários.
Resultados
Os grupos contaram com alta adesão dos usuários, com um deles ultrapassando 20 usuários em alguns encontros. Profissionais da equipe mínima referiram alívio nas demandas espontâneas por conta de quadros de dor em pacientes crônicos. Usuários participantes referiram diminuição das dores após algumas semanas, a redução do uso de medicamentos analgésicos, melhora na qualidade do sono e ganho de funcionalidade.
Análise Crítica
Qualificar a educação em saúde é um desafio e uma necessidade para profissionais da saúde na APS. A promoção da saúde voltada para usuários crônicos e mudanças de hábitos em populações com vulnerabilidade social exige uma gama diversa de conhecimentos que englobam o estudo de marcadores sociais e metodologias pedagógicas para trazer mudanças reais para a qualidade de vida dos usuários.
Conclusões e/ou Recomendações
Os grupos de educação em saúde voltados para usuários com dores crônicas alcançaram seus objetivos, reduzindo a dor em usuários por meio da mudança de hábitos e reduzindo a demanda espontânea por quadros de dor nas unidades de saúde. Assim, com sistematização da metodologia, a reprodução desses grupos pode ser uma experiência enriquecedora no contexto do cuidado de usuários crônicos na APS.
TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA - ABORDAGEM TERAPEUTICA EM UM GRUPO DE HIPERDIA: EXPERIENCIA EXITOSA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SÁUDE
Pôster Eletrônico
1 UFAL
2 UEFS/UFAL
Período de Realização
As atividades foram desenvolvidas no período de 2023 a 2024, durante os encontros mensais do HIPERDIA
Objeto da experiência
Proporcionar vivencias da Terapia Comunitária Integrativa-TCI, com usuários e trabalhadores do serviço, como recurso terapêutico para melhorar a saúde
Objetivos
Relatar a experiência do uso da Terapia Comunitária Integrativa como abordagem terapêutica em um grupo de usuários do HIPERDIA, a fim de compreender o processo de adoecimento e promover condução do enfrentamento ao sofrimento físico e psíquico e proporcionar bem-estar aos usuários.
Metodologia
As atividades aconteceram na sala de reuniões da UBS, no município de Capela/ AL, participaram das vivencias em cada encontro, em torno de 25 a 30 usuários e trabalhadores, na faixa etária entre 30 e 70 anos. Foram conduzidas por uma terapeuta e enfermeira, integrante do MOPS / AL. O método utilizado pela TCI, foi composto de fases sistematizadas: acolhimento, escolha do tema, contextualização, problematização, práticas de agregação, conotação positiva, partilha e avaliação.
Resultados
A TCI como método terapêutico, promove um cenário de mudança sistêmico por consolidar redes interpessoais de vínculos, com ação centrada no enfrentamento do sofrimento e não na patologia/ causa. Promove espaços coletivos através da partilha de experiências do grupo e possíveis estratégias de superação e mudanças de hábitos e melhor adesão aos tratamentos farmacológicos e não farmacológicos. Participaram 4 profissionais do serviço e mais de 150 usuários, ao longo dos meses.
Análise Crítica
As vivencias realizadas ao longo do período permitiram desenvolver uma escuta afetuosa e qualificada dos participantes, ao partilharem suas estratégias de enfrentamento ao adoecimento e como estar junto em roda, dialogando coletivamente, pode ser um recurso potente em impactar num fazer saúde ampliado, entendo os contextos sociais em que os sujeitos estão imersos e como se relacionam no andar a vida e na melhora da saúde e bem-estar na comunidade.
Conclusões e/ou Recomendações
A TCI constituísse um recurso terapêutico de baixo custo, possibilitando a ação da comunidade e usuários de forma coletiva, na prevenção, promoção e reabilitação, impactando nos fatores e agravos das doenças crônicas, as quais apresentam causas multifatoriais e psicossociais, favorecendo mudanças do estilo de vida, além de desenvolver habilidades e competências nos profissionais e usuários para trabalhar no contexto social na atenção primária.
“MEXA-SE PELA VIDA”: INTEGRAÇÃO DE SABERES E PRÁTICAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UEPA
2 SESMA Belém
Período de Realização
A vivência ocorreu de março a maio de 2025, em uma Unidade de Saúde da Família, em Belém/Pará.
Objeto da experiência
Trata-se de um grupo de atividades corporais com usuários de 45 a 85 anos, intitulado “Mexa-se pela vida”.
Objetivos
Relatar a atuação do terapeuta ocupacional na promoção da saúde na Atenção Primária à Saúde, por meio de um grupo de atividades corporais com foco em aspectos funcionais, sociais e preventivos.
Descrição da experiência
Realizada no cenário de prática do programa de residência em Saúde da Família da Universidade do Estado do Pará, o grupo é coordenado por terapeuta ocupacional, fisioterapeuta da e-Multi e os residentes, sendo dividido conforme a capacidade funcional, reunindo-se duas vezes por semana, por 1 hora. O grupo da terapia ocupacional é formado, em sua maioria, por pessoas com limitações físicas. As etapas incluem aferição da pressão arterial sistêmica, alongamento, caminhada e circuito psicomotor.
Resultados
A participação no grupo “Mexa-se pela vida” proporcionou avanços na autonomia e independência, na mobilidade e também refletiu na participação social dos integrantes, principalmente os com mobilidade reduzida. Destaca-se ainda a contribuição na adesão de outras práticas saudáveis e o fortalecimento de vínculo com a equipe de saúde. Por fim, a atuação integrada dos residentes favoreceu o olhar ampliado e interdisciplinar no cuidado.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância da Terapia Ocupacional na promoção da saúde na Atenção Primária à Saúde (APS), destacando o cuidado centrado na funcionalidade e na singularidade. A articulação entre profissionais e residentes contribuiu para práticas sensíveis e resolutivas. Como desafio, identificou-se poucos recursos para as intervenções e a ausência de outros profissionais, como enfermeiros e educadores físicos, para fortalecer o trabalho multiprofissional e a assistência à comunidade.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que ações grupais como o “Mexa-se pela vida” são estratégias eficazes na promoção da saúde e refletem a importância da atuação multiprofissional na APS e reforçam a necessidade de investimentos em políticas públicas que valorizem o cuidado interdisciplinar voltado à população. Ainda, experiências como essa contribuem para alcançar os objetivos propostos pelas residências multiprofissionais por meio do treinamento em serviço.
PROGRAMA MAIS SAÚDE COM AGENTE E O FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE ATRAVÉS DOS ACS/ACE: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE PRECEPTORIA EM MANAUS-AMAZONAS
Pôster Eletrônico
1 UEA
2 UFBA
Período de Realização
A preceptoria tem ocorrido na região urbana desde Abril de 2025 com término em Outubro de 2025.
Objeto da experiência
Cirurgiã-dentista da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus como preceptora do Programa Mais Saúde com Agente.
Objetivos
Relatar a experiência de preceptoria do Programa Mais Saúde com Agente que busca promover a qualificação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes Comunitários de Endemias (ACE) de todo o Brasil, além de integrar a Atenção Básica e Vigilância em Saúde.
Metodologia
A preceptora, selecionada entre profissionais da atenção primária, conduziu encontros presenciais para consolidar o aprendizado adquirido em ambiente virtual do CONASEMS. A turma era diversa, formada por ACE e ACS de várias unidades de saúde da zona norte de Manaus, incluindo homens e mulheres de diferentes idades, com predominância da faixa etária acima de 40 anos. Todos os preceptores passaram por formação simultânea aos módulos presenciais e acompanhamento contínuo com supervisores.
Resultados
Nos meses de preceptoria, o resultado mais positivo foi poder contribuir com a qualificação dos agentes, ampliando o olhar sobre o território e o processo saúde-doença, destacando a atuação destes profissionais que vai além da coleta de dados, com ênfase nos princípios do SUS e na luta social envolvida na construção do sistema. Também, o contato com a educação para adultos incentivou a preceptora a explorar modalidades de ensino e aprendizagem dinâmicas, conectados ao ambiente de trabalho dos agentes.
Análise Crítica
Mais do que ensinar, a preceptora também aprendeu, entendendo que intervenções efetivas no processo saúde-doença exigem conhecimento do território, onde os agentes desempenham papel essencial. A abordagem andragógica contribuiu para o aprimoramento do ensino e para enfrentar os desafios da vida adulta. Um desafio importante foi o estímulo ao uso do ambiente virtual pelos adultos de maior idade. O modelo EAD do curso é fundamental para a expansão do ensino além das barreiras geográficas.
Conclusões e/ou Recomendações
Os agentes são o principal elo com a população. Os encontros presenciais fortaleceram a atuação conjunta e a troca de saberes, ampliando também a visão sobre a atuação da própria cirurgiã-dentista na Atenção Básica. Recomenda-se estratégias para estímulo à compreensão dos gestores das unidades de saúde sobre a importância do programa que, com profissionais capacitados, fortalecem a promoção, prevenção e educação em saúde da sua região.
IMPLEMENTAÇÃO DO GRUPO DE REPRESENTANTES DOS USUÁRIOS DE SAÚDE EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE NO SUL DO CEARÁ
Pôster Eletrônico
1 AGSUS
2 Secretaria Municipal Crato -CE
3 URCA
4 Secretaria Municipal Crato- CE
Período de Realização
Este trabalho foi desenvolvido no mês de outubro de 2024.
Objeto da experiência
Fragilidade quanto a participação comunitária nas estratégias de promoção da saúde em unidades básicas de saúde.
Objetivos
Capacitar Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e representantes comunitários sobre a importância do controle social, liderança comunitária e dos Determinantes Sociais da Saúde (DSS), a fim de fortalecer a participação popular e o engajamento na melhoria das condições de saúde de suas comunidades.
Descrição da experiência
Os líderes da comunidade foram identificados pelos ACS. Na reunião foi realizada uma exposição dialogada utilizando slides e vídeos curtos sobre o tema controle social e como a participação popular pode influenciar as políticas de saúde. Os participantes foram convidados a compartilhar experiências pessoais sobre a participação em Conselhos de Saúde. A metodologia dialógica foi fundamentada no Círculo de Cultura de Paulo Freire e a pergunta norteadora foi: Como promover saúde na comunidade?
Resultados
Após a realização do Círculo de Cultura de Paulo Freire, foi observado nas escritas que é possível promover saúde na comunidade através da divulgação de informações, fortalecimento do diálogo entre equipe de saúde e comunidade, capacitando a comunidade para reconhecer suas necessidades e responsabilidades.
Aprendizado e análise crítica
Várias ações desenvolvidas, principalmente as de educação em saúde, partem da análise apenas da equipe ou gestão local, não alinhando com as necessidades da comunidade e desta forma estas ações não motivam a participação dos usuários. Também gostaria de destacar como é importante o incentivo para capacitação profissional, pois possibilita o despertar para temas fundamentais da atenção primária e para transformação das nossas práticas.
Conclusões e/ou Recomendações
O desenvolvimento desse grupo marcou o inicio de atividades que vem fortalecer o controle e participação social no território abrangente da equipe, como a idealização de futuramente seja possível a criação do Conselho Local de Saúde. Esta é uma estratégia que possibilita o retorno aos princípios da atenção primária a saúde, que em muitos momentos estão sobrecarregadas com a cobrança pelo quantitativo de atendimentos.
PRÁTICAS INTERDISCIPLINARES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM FOZ DO IGUAÇU: VIVÊNCIA DE ESTUDANTES DA UNILA
Pôster Eletrônico
1 UNILA
Período de Realização
As atividades práticas foram desenvolvidas durante o primeiro semestre de 2025. De fevereiro de 2025 a maio de 2025.
Objeto da experiência
Atividades práticas de formação em saúde coletiva desenvolvidas por estudantes em Unidades Básicas de Saúde de Foz do Iguaçu.
Objetivos
As Práticas Interdisciplinares I objetivam integrar os conteúdos teóricos do curso com a vivência prática em atenção primária, promovendo o desenvolvimento de competências para atuação em saúde coletiva e estimulando a reflexão crítica sobre o SUS, o território e as práticas de cuidado.
Metodologia
As atividades ocorreram semanalmente às quintas-feiras, nas UBSs Porto Belo, Cidade Nova e Curitibanos de Foz do Iguaçu-PR. A experiência teve início com aulas teóricas e seguiu com práticas em campo, nas quais os estudantes realizaram: diagnóstico da organização e fluxos das unidades; análise do território; participação em ações educativas e visitas domiciliares; e identificação do processo saúde-doença com base nas percepções de profissionais e usuários.
Resultados
A experiência possibilitou aos estudantes compreender o funcionamento das UBSs, os desafios do SUS e a relevância da atenção primária. Houve ampliação do olhar crítico sobre os determinantes sociais da saúde e reconhecimento da diversidade de saberes e práticas no território. A produção dos portfólios das práticas refletiu o engajamento e a apropriação do papel profissional dos discentes.
Análise Crítica
A vivência prática permitiu aplicar conhecimentos teóricos a situações reais e valorizou o trabalho interdisciplinar no cotidiano das UBSs. A aproximação com usuários e equipes de saúde possibilitou o exercício da escuta qualificada, da empatia e da reflexão sobre as práticas de cuidado. Os estudantes destacaram a importância da integração entre ensino, serviço e comunidade como elemento estruturante da formação em saúde coletiva.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reforça o papel das práticas interdisciplinares como estratégia formativa para a atuação crítica e ética no SUS. Recomenda-se a continuidade e o fortalecimento dessas atividades nos currículos, com apoio institucional para ampliar a integração com os serviços e favorecer a formação de profissionais sensíveis às necessidades sociais e às práticas territoriais de cuidado em saúde.
DE CASA EM CASA, UMA DOSE DE CUIDADO: VACINAÇÃO DURANTE VISITAS DOMICILIARES NA ÁREA RURAL DE MANAUS
Pôster Eletrônico
1 UEA
2 UERJ
Período de Realização
de janeiro de 2022 a maio de 2025
Objeto da experiência
A oferta de vacinas nas visitas domiciliares realizadas regularmente em área rural de difícil acesso a serviços de saúde.
Objetivos
Garantir o acesso às vacinas para moradores da área rural; ampliando a cobertura vacinal; promovendo a equidade em saúde e fortalecendo o vínculo entre a equipe e a comunidade rural.
Metodologia
A população atendida pela UBSF Ada Rodrigues Viana, 3.500 pessoas, na BR-174/AM, enfrenta dificuldades de acesso devido à distância, falta de transporte e fatores climáticos. Para garantir a imunização de todos os grupos populacionais, são realizadas visitas domiciliares regulares, levando todas as vacinas com transporte disponível para alcançar todo o território adscrito.
Resultados
A vacinação extramuros aumentou a cobertura vacinal em áreas remotas, especialmente entre idosos, gestantes e crianças. Reduziu-se o número de faltosos nas campanhas, com 91,5% da população vacinada (semsa, 2025), melhorando a vigilância em saúde. A prática também fortaleceu o vínculo entre as equipes de saúde e a comunidade atendida.
Análise Crítica
A experiência evidenciou que ações descentralizadas são essenciais em territórios com barreiras de acesso, A vacinação nas visitas domiciliares não só garante imunização, como amplia o cuidado integral e o vínculo comunitário; A logística exige planejamento rigoroso e colaboração entre todos os membros da equipe e gestão.
Conclusões e/ou Recomendações
A vacinação extramuros se mostrou eficaz, replicável e fundamental para garantir equidade no acesso à imunização. Recomenda-se sua incorporação em áreas rurais com dificuldades de acesso, com apoio logístico e capacitação das equipes, A estratégia também pode fortalecer ações de prevenção e promoção em saúde.
PROMOÇÃO DA SAÚDE SEXUAL NA ADOLESCÊNCIA: INTERVENÇÃO EDUCATIVA EM ESCOLA PÚBLICA DE GUANAMBI
Pôster Eletrônico
1 Afya Faculdade de Ciências Médicas de Guanambi, Afya Guanambi
2 Associação Brasileira de Odontologia - Bahia
3 Centro Universitário UNIFG
Período de Realização
1º trimestre de 2025
Objeto da experiência
Discentes do 7º ano (12–13 anos) da Escola Municipal Maris Regina Freitas do bairro Beija-Flor no município de Guanambi-BA.
Objetivos
Promover o conhecimento sobre sexualidade responsável, prevenção da gravidez na adolescência e infecções sexualmente transmissíveis (IST).
Descrição da experiência
A ação foi realizada por acadêmicos de medicina e a enfermeira da Unidade Básica de Saúde do bairro. Apresentação expositiva com slides ilustrativos e linguagem acessível. Então os escolares foram divididos em dois grupos e realizada dinâmica “Verdade ou Mito” para debaterem oito afirmações relacionadas aos temas para acumularem pontos. Todos os participantes receberam bombons como premiação simbólica ao final da atividade, reforçando o engajamento e o aprendizado em um ambiente descontraído.
Resultados
Os estudantes demonstraram interesse e participação ativa, o que evidenciou a eficácia da abordagem lúdica e dialogada adotada. Foi possível observar que, apesar da pouca idade, havia dúvidas e curiosidades importantes sobre o tema, o que reforça a necessidade de intervenções educativas nessa faixa etária. A estratégia de utilizar linguagem acessível e um ambiente acolhedor contribuiu para a construção de um espaço de escuta e troca, favorecendo o aprendizado mútuo.
Aprendizado e análise crítica
A atividade realizada de forma interativa e participativa para abordar um conteúdo tradicionalmente tratado de forma expositiva promoveu o protagonismo juvenil e a quebra de tabus. O caráter acolhedor da ação simbolizou o cuidado com a humanização reforçando o vínculo com o público-alvo.
Conclusões e/ou Recomendações
Aplicação de conhecimentos sobre sexualidade responsável na adolescência. Estimulo do protagonismo juvenil e desconstrução de tabus acerca da sexualidade na adolescência. Deve-se buscar ampliar a participação de familiares e outros setores da comunidade para potencializar o alcance e a sustentabilidade dessas ações preventivas. Além de desenvolvimento de estratégias de reforço periódico para reduzir a vulnerabilidade dos adolescentes.
RESISTIR E CUIDAR NO TERRITÓRIO LÍQUIDO: EXPERIÊNCIA DA EQUIPE DE SAÚDE BUCAL NO CONTEXTO RIBEIRINHO NA AMAZÔNIA.
Pôster Eletrônico
1 UEA
Período de Realização
Entre janeiro de 2022 a abril de 2024, com atuações em campo durante as cheias e estiagens sazonais.
Objeto da experiência
Atendimento odontológico à população ribeirinha do Careiro da Várzea, AM e os desafios impostos pelo ciclo das águas.
Objetivos
Relatar os desafios enfrentados pela equipe de saúde bucal ribeirinha e as estratégias adotadas na continuidade do cuidado à população durante os períodos de cheia e estiagem no município de Careiro da Várzea, AM.
Metodologia
Para acesso da equipe de saúde às comunidades do município utilizou-se embarcações e adaptações logísticas para prestar atendimento durante períodos de cheias e estiagens. Houve dificuldades como quedas de barrancos, praias e restrições de acesso à comunidades mais distantes. Foram realizados atendimentos odontológicos clínicos, ações educativas e domiciliares, com apoio dos ACS e integração com equipes eMulti, escolas e grupos religiosos, respeitando saberes tradicionais e promovendo escuta qualificada.
Resultados
Foram mantidos atendimentos nas áreas de difícil acesso durante cheia e seca, com apoio dos agentes comunitários de saúde, uso de voadeiras, reorganização de rotas e articulação com lideranças locais. As estratégias permitiram superar barreiras logísticas, fortalecendo o vínculo com a população, ampliando o acesso à saúde bucal, incentivando práticas educativas e estimulando a participação ativa da comunidade no cuidado.
Análise Crítica
A experiência evidenciou a importância da adaptação constante da equipe às condições ambientais e à realidade sociocultural da população ribeirinha. A escuta ativa, a articulação intersetorial e o respeito aos saberes locais foram fundamentais para garantir cuidado efetivo. Também se observou a necessidade de maior apoio institucional para sustentar ações em contextos de vulnerabilidade climática.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclusões e/ou recomendações: Recomenda-se o fortalecimento das equipes fluviais e ribeirinhas, com recursos adequados à realidade amazônica, além da ampliação de parcerias com educação, assistência e lideranças comunitárias. A continuidade do cuidado nos extremos climáticos depende da valorização dos profissionais, planejamento territorial e do reconhecimento das singularidades da população ribeirinha.
RAÇA E GÊNERO DA DOR – DESAFIOS MORAIS NA COORDENAÇÃO DE UM CUIDADO SEM LINHA ESPECÍFICA NA APS
Pôster Eletrônico
1 PPGBIOS/UERJ
Período de Realização
Fevereiro de 2023 até hoje.
Objeto da experiência
Organização e mediação do cuidado de pessoas com dores crônicas em duas Clinicas da Família da Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Objetivos
Refletir sobre atribuição do manejo de dor crônica pela APS, seus desafios e suas potencialidades, considerando suas perspectivas subjetivas e as distorções moralizadas e racistas da equipe em relação a/os usuária/os.
Metodologia
A atuação em uma equipe e-multi em território distante das redes secundária e terciária, requer meios diversos de pactuação com a/os usuários, lideranças e equipamentos sociais e a equipe. O envelhecimento da população, a qualidade fugaz de vida de trabalhadora/es em sua maioria braçais negra/os e/ou parda/os, grandes deslocamentos, iniquidades e violência, tem um grande impacto sensorial. A raça atrelada a força de trabalho, ainda desenha um Brasil que negligencia a dor e seu impacto.
Resultados
O próprio sofrimento causado por iniquidades sócio-historicamente construídas, em muitas medidas, exacerbam a dor, definida segundo a IASP como uma experiência sensorial e emocional desagradável. A perspectiva da cronicidade, coloca a/os usuários sob a responsabilidade e manejos das equipes ESF e E-multi como coordenadores desse cuidado. Sem uma perspectiva orientada, as equipes acabam por estigmatizar muita/os dessa/es usuária/os, deixando inclusive de considerar a agudização de dores crônicas.
Análise Crítica
Nesses anos de manejo de dor na APS, vi trabalhadora/es retomando suas rotinas, reabilitados através de intervenção com educação em dor, movimentos de reorganização postural e uso de PICs. Porém vi profissionais negarem cuidado, por racismo/sexismo: -“Um negão reclamando de uma dorzinha no pé”; “-Você não acha que para uma mulher com dor ela não está muito queimadinha de praia”? Dna Janete me enche de esperança, 63 anos, mulher analfabeta e negra, voltou estudar depois de se curar da dor na perna
Conclusões e/ou Recomendações
Desburocratizar o cuidado é parte importante para uma condição preventiva, porém é preciso tratar os estigmas incrustrados no subjetivo de profissionais da saúde, afim de conter o prejuízo causado pelo julgamento moral de certas populações. Considerando a procura e o desafio do manejo de dores na APS, pensar e tornar dor uma das linhas de cuidado, pode corroborar para treinamentos adequados, e manejos mais assertivos.
PROMOVENDO A EQUIDADE NO SUS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA COM AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE NO PET-SAÚDE EQUIDADE
Pôster Eletrônico
1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS- UNCISAL
2 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS - UNCISAL
Período de Realização
A ação foi executada em 13 de maio de 2025, conforme planejamento da atividade do projeto.
Objeto da experiência
Desenvolvimento de competências em saúde com enfoque na equidade, integrando ensino, serviço e comunidade para reduzir iniquidades no SUS.
Objetivos
Formar profissionais qualificados para atuar na redução das iniquidades no SUS, promovendo a integração articulada entre ensino, serviço e comunidade, e estimulando a participação ativa dos trabalhadores em estratégias de prevenção e redução de riscos e desigualdades.
Metodologia
Foi realizado um encontro com Agentes Comunitários de Saúde de Girau do Ponciano para apresentação do PET-Saúde Equidade, enfatizando sua importância na qualificação das práticas no SUS. A atividade abordou temáticas como gênero, sexualidade, raça, etnia, deficiência e interseccionalidades, por meio de roda de conversa mediada por facilitadores, com perguntas norteadoras, promovendo a troca de saberes, a escuta qualificada e a reflexão crítica sobre as desigualdades nos territórios.
Resultados
A atividade possibilitou o aprofundamento do conhecimento dos ACS sobre os eixos temáticos de gênero, sexualidade, raça, etnia, deficiência e interseccionalidades. Houve sensibilização para as desigualdades estruturais presentes nos territórios e fortalecimento da atuação crítica e reflexiva dos profissionais na promoção da equidade em saúde, alinhada às diretrizes do SUS e às necessidades das populações vulnerabilizadas.
Análise Crítica
A experiência evidenciou a importância da qualificação permanente na APS e da inserção dos eixos da equidade nas práticas. A escuta ativa e a abordagem dialogada revelou lacunas no enfrentamento das desigualdades e destacou a necessidade de espaços de formação crítica e interseccional. A atividade reforça o papel do PET - Saúde Equidade como estratégia potente na consolidação de um SUS que promova justiça social e enfrente as iniquidades historicamente produzidas.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência com Agentes Comunitários de Saúde evidenciou a efetividade do PET-Saúde Equidade na qualificação das práticas em saúde, por meio da abordagem crítica dos eixos de gênero, raça, etnia, deficiência e interseccionalidades. A atividade promoveu escuta qualificada, reflexão sobre iniquidades e fortalecimento da atuação interprofissional, reafirmando a equidade como princípio do SUS.
GESTANTE EM MOVIMENTO: UM PROGRAMA DE CUIDADO HUMANIZADO E QUALIFICADO EM UM MUNICIPIO DO CENTRO NORTE BAIANO
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde de Lapão- Bahia
Período de Realização
O programa é desenvolvido desde junho de 2023 na rede local de saúde de Lapão, no centro-norte baiano
Objeto da experiência
Implementar linha de cuidado com vinculação da gestante, com foco no parto e nascimento, de forma humanizada e qualificada no município de Lapão-Ba
Objetivos
Fortalecer a assistência gestacional com ações educativas, físicas e consultas qualificadas nas UBSs. Implantar o Pré-Natal do parceiro. Consolidar a assistência ao parto com atividades de enfermeiro obstetra, focando no parto normal. Reforçar o aleitamento materno e imunização.
Metodologia
As ações iniciam a captação precoce da gestante e apresentação do Programa, definindo obrigações de todos os envolvidos. O programa é dividido em etapas: oficinas nas UBSs com temas: pré-natal, imunização, aleitamento e atividades físicas; visita à unidade hospitalar para apresentação; internação para o parto e vacinação do recém-nascido; e visita domiciliar pós-parto com oferta de kit para o bebê. A equipe multiprofissional atua em todas as etapas, garantindo cuidado integral ao binômio mãe-filho.
Resultados
Durante 18 meses, o programa acolheu 310 gestantes, com 86% de partos normais humanizados e 14% de cesarianas, sem complicações. Todas as crianças foram amamentadas nos primeiros seis meses e 100% das mães mantiveram a caderneta de vacinação atualizada. Os parceiros receberam exames laboratoriais e avaliação médica.
Análise Crítica
A integração entre serviços de saúde, educação e engajamento das gestantes, inclusão do parceiro e parto humanizado são estratégias essenciais para garantir cuidado contínuo e coeso. Monitorar indicadores como tipo de parto, aleitamento materno e imunização é crucial para avaliar o impacto do programa
Conclusões e/ou Recomendações
A organização do cuidado para gestantes e recém-nascidos é fundamental para reduzir a morbimortalidade infantil e materna, assegurando o bem-estar do binômio materno-infantil, família e comunidade. Com ações bem estruturadas, é possível oferecer cuidado assertivo e qualificado
INSTRUMENTALIZAÇÃO PARA IMPLANTAR MECANISMOS DE MUDANÇA DE COMPORTAMENTO NO CUIDADO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE.
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura do Recife. Secretaria de saúde
2 Prefeitura do Recife. Secretaria de Saúde
Período de Realização
Realizado no período de abril a maio de 2025, por meio de encontros semanais.
Objeto da experiência
Capacitação de profissionais da APS do Distrito Sanitário II do Recife para implantar o autocuidado apoiado em condições crônicas de saúde.
Objetivos
Instrumentalizar profissionais para implantar estratégias de mudança de comportamento no cuidado às crônicas, com foco em comunicação, escuta ativa, autonomia do usuário e aplicação dos cinco A’s do autocuidado: Avaliação, Aconselhamento, Acordo, Assistência e Acompanhamento.
Metodologia
A capacitação ocorreu em encontros presenciais semanais no auditório de uma Unidade de Saúde do Recife, com atividades práticas por meio de simulações em Role-play. Os profissionais foram divididos em grupos para discutir casos clínicos com foco nos cinco “A’s” do autocuidado. A dinâmica incluiu apresentação, discussão orientada e reflexões sobre pilares motivacionais e estratégias de mudança de comportamento, integrando teoria e prática.
Resultados
Os participantes demonstraram maior compreensão dos princípios do autocuidado apoiado e das técnicas de comunicação motivacional. Houve melhoria no engajamento durante simulações e reconhecimento da importância da autonomia do usuário no manejo de condições crônicas. Observou-se fortalecimento da capacidade das equipes para integrar estratégias de mudança comportamental na rotina da Atenção Primária.
Análise Crítica
A experiência evidenciou a importância de capacitar profissionais além do cuidado biomédico tradicional, reforçando a escuta ativa e a personalização do cuidado. O Role-play foi fundamental para desenvolver habilidades práticas. Contudo, foram identificados desafios como o tempo limitado para aprofundamento e a necessidade de continuidade para garantir a sustentabilidade da mudança no atendimento.
Conclusões e/ou Recomendações
A capacitação mostrou-se eficaz para promover o autocuidado apoiado na APS, contribuindo para a qualificação do atendimento a condições crônicas. Recomenda-se a ampliação e continuidade das oficinas, com maior integração entre equipes e acompanhamento sistemático para consolidar as mudanças de comportamento e melhorar a adesão dos usuários aos tratamentos.
ENTRE SEMENTES E CUIDADO: IMPLEMENTAÇÃO DA AURICULOTERAPIA EM GRUPO DE DOR CRÔNICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE, RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Pôster Eletrônico
1 SMS RIO
Período de Realização
Maio de 2025.
Objeto da experiência
Grupo de dor crônica utilizando a auriculoterapia como mecanismo para manejo de algias.
Objetivos
Discorrer sobre o benefício da auriculoterapia, como recurso no manejo da dor crônica e socialização de usuários em grupo.
Descrição da experiência
Trata-se de um relato de experiência de uma residente em Enfermagem de Família e Comunidade, atuando em unidade do município do Rio de Janeiro, no grupo de dor crônica, conduzido anteriormente apenas por educadora física, até convite para participação e implementação da auriculoterapia nesse acompanhamento, em primeiro momento, houve uma explicação sobre a prática e confecção de desenho dos usuários, onde refletiram sobre seus incômodos físicos, para assim começar a implementação da técnica.
Resultados
Observou-se maior interação entre pacientes, proporcionando lugar seguro de cuidado e escuta, promovendo autonomia, informações com seguridade sobre diversos métodos para alívio da dor, aplicação da auriculoterapia e acompanhamento de maneira semanal, com evolução, exercícios de atividade física, além de aumento de vínculo profissional-paciente e entre profissionais, resultando em compartilhamento de saberes e cuidado integral a esse usuário.
Aprendizado e análise crítica
Com a introdução da auriculoterapia ao grupo, foi possível proporcionar momentos individuais de cuidado a esses pacientes, com momentos de escuta ativa, aumento de vinculação, acompanhamento e melhora das queixas álgicas, qualidade de vida, e ainda, momentos de socialização, cuidados com o corpo e com a mente.
Conclusões e/ou Recomendações
O uso da auriculoterapia contribui grandiosamente a pessoa com dor crônica, proporcionando um cuidado diversificado e humanizado, trazendo o mesmo ao centro do cuidado, considerando o indivíduo e suas vivências, proporcionando momentos de escuta, interação social, alívio de suas demandas, momentos de cuidado e oferta de um completo bem-estar físico, mental e social ao usuário, com cuidado individualizado, integral e longitudinal.
PRÁTICAS INTEGRATIVAS COMO PROMOÇÃO DO CUIDADO PARA PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DO MUNICÍPIO DE CAMARAGIBE-PE
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde de Camaragibe-PE
Período de Realização
A atividade foi realizada em 12 de março de 2025, no turno da tarde, em uma Unidade de Saúde.
Objeto da experiência
Consistiu na aplicação de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) como estratégia de promoção do cuidado para trabalhadores da Saúde.
Objetivos
Proporcionar bem-estar e aliviar o estresse dos profissionais de saúde, fortalecendo o autocuidado e incentivando a saúde física e emocional por meio das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS).
Metodologia
A atividade ocorreu na Unidade de Saúde da Família Bairro Novo I e II, com 32 profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS). A proposta envolveu a aplicação de PICS, como: meditação guiada, escalda-pés com aromaterapia, auriculoterapia e ventosaterapia. O evento foi agendado com antecedência, ocorreu durante o turno de trabalho da tarde, de forma voluntária e com apoio de profissionais da própria rede de saúde.
Resultados
Os participantes relataram uma melhora significativa na redução de sintomas como tensão muscular, estresse e cansaço. Além disso, houve aumento na motivação, fortalecimento de vínculos interpessoais e maior sensação de pertencimento no ambiente de trabalho. A adesão foi positiva, gerando demanda para a continuidade da atividade, com agendamento de uma nova data para a repetição da experiência.
Análise Crítica
A experiência demonstrou que as PICS são ferramentas eficazes na promoção do cuidado à saúde dos profissionais da APS. Contudo, a dificuldade de participação de alguns trabalhadores, devido ao desconhecimento sobre os benefícios das práticas, foi um desafio. A ação mostrou-se relevante, mas é necessário investir na divulgação dos benefícios para ampliar a adesão e garantir a continuidade.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se que as PICS sejam institucionalizadas na APS, com propósito de serem incorporadas de forma permanente, e com realização contínua. Além disso, é essencial o apoio da gestão para garantir a adaptação de horários, assegurando o acesso de todos os trabalhadores, com estratégias de divulgação sobre os benefícios das práticas, a fim de aumentar a participação e promover o bem-estar contínuo dos profissionais.
AS PRÁTICAS DE YOGA E TAI CHI COMO FERRAMENTAS PARA A PROMOÇÃO DE BEM-ESTAR FÍSICO E MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN - DIRETORIA DE ATENÇÃO PRIMÁRIA E REDES DE ATENÇÃO
Período de Realização
Abril/2024, até o presente momento
Objeto da experiência
Práticas de Yoga e Tai Chi para promoção do bem-estar em pacientes de duas UBSs em São Paulo.
Objetivos
Promover o bem-estar através da oferta das prática de Yoga e Tai Chi Pai Lin à usuários dentro de um grupo realizado no território de abrangência de duas Unidades Básicas de Saúde no município de São Paulo-SP.
Descrição da experiência
São ofertadas de forma intercalada as práticas de Yoga e Tai Chi Pai Lin em grupo de frequência semanal, realizado no território de duas UBSs na Zona Sul de São Paulo. São realizadas, também, rodas de conversa com temáticas sugeridas pelos usuários e sessão de meditação. Ao final de cada encontro, é aplicada avaliação de satisfação por meio do Índice Net Promoter Score (NPS) e de percepção de impacto na saúde física e mental (referente às queixas identificadas pelas Equipes de Saúde da Família).
Resultados
O índice NPS aponta que 95% dos usuários apresentam nível de satisfação caracterizado como de “excelência” com relação às práticas oferecidas no grupo. Quando avaliado o impacto na saúde mental, 61% dos participantes referem percepção de diminuição no nível de estresse e ansiedade, bem como alívio de tensões mentais e sensação de relaxamento. Com relação ao impacto na saúde física, 32% referem percepção de alívio da dor crônica, aumento da disposição e melhora da consciência corporal.
Aprendizado e análise crítica
As práticas de Yoga e Tai Chi se apresentam como ferramentas de baixo custo e boa aceitação dos usuários para a promoção do bem-estar. Por serem oferecidas em um grupo realizado pelas UBSs, o acesso às mesmas é democratizado, além de promoverem o aumento do contato social entre usuários e a apropriação do espaço público, onde a atividade é realizada, pelos mesmos. A oferta de atividades que respondem à demanda da população reforça a potência da integração entre as eSF e a eMulti.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a oferta das práticas de Yoga e Tai Chi Pai Lin, bem como as Rodas de Conversa, promovem o bem-estar dos usuários, correspondendo às necessidades inicialmente identificadas pelas Equipes de Saúde de Família. Reforça-se que as práticas devem sem implementadas em demais espaços de saúde, afim de promover e aumentar a oferta de Práticas Integrativas e Complementares dentro do Sistema Único de Saúde.
ABORDAGENS PREVENTIVAS E IMPACTOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA DISCIPLINA DE FISIOTERAPIA COMUNITÁRIA
Pôster Eletrônico
1 UESB
Período de Realização
Março de 2025 a Junho de 2025.
Objeto da experiência
Descrição de atividades da disciplina de Fisioterapia Comunitária e ações preventivas desenvolvidas na Atenção Primária.
Objetivos
Relatar a experiência de discentes do 7º semestre do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual Do Sudoeste Da Bahia (UESB), no campus de Jequié, e destacar as ações coletivas desenvolvidas na Atenção Primária.
Descrição da experiência
As atividades da disciplina ocorreram de forma teórico-prática, com inserção dos estudantes em uma unidade básica de saúde Dr. Antônio Carlos Martins da comunidade do município de Jequié-BA. Foram realizadas aulas teóricas com discussão sobre a rede de atenção básica, análise de casos clínicos, mapeamento das demandas locais, visitas à unidade de saúde e domicílios, reconhecimento do território, circuito funcional com pessoas idosas do programa Hiperdia e atendimento domiciliar.
Resultados
A disciplina aproximou os discentes da prática profissional, com foco na prevenção e promoção da saúde. As visitas domiciliares possibilitaram atender pacientes sem locomoção, enquanto o circuito funcional no Hiperdia incentivou a postura, o convívio social e a atividade física. Assim, reforçou-se a compreensão do papel do fisioterapeuta na Atenção Primária e sua relação integrativa com a comunidade.
Aprendizado e análise crítica
A vivência na disciplina de fisioterapia comunitária possibilitou uma formação ampliada na rede de atenção primária, fortalecendo a inserção do fisioterapeuta na atenção integral da prevenção e promoção da saúde. Além de proporcionar reflexões e aprendizados sobre determinantes sociais da saúde, fortalecendo a empatia, o compromisso ético e a visão crítica do papel do fisioterapeuta como agente de transformação social no sistema único de saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a atuação do discente na disciplina de Fisioterapia Comunitária foi enriquecedora, pois promoveu a prática educacional e ampliou o olhar preventivo na saúde coletiva . Dessa forma, contribuiu para a formação integral e para o fortalecimento do vínculo entre o ensino, os serviços de saúde e a comunidade.
DESAFIOS E POTENCIALIDADES NA IMPLEMENTAÇÃO DAS EMULTIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA A PARTIR DE VÁRIOS CENÁRIOS NO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 Universidade Estadual de Campinas
2 Universidade Estadudal de Campinas
Período de Realização
A experiência narrada aconteceu entre os meses de fevereiro a junho de 2025
Objeto da experiência
As experiências de implementação das Equipes Multiprofissionais em diversas regiões do país relatadas a partir do curso eMulti em FormAÇÃO
Objetivos
Analisar os desafios e potencialidades na implementação das eMultis a partir de experiências locais;
- Identificar os aspectos relevantes para a consolidação do trabalho das eMultis nos diversos contextos da APS no Brasil;
- Explorar as ferramentas utilizadas pelas eMultis no apoio às eSF.
Descrição da experiência
Trata-se de um relato de experiência baseado na atuação de 22 docentes de aprendizagem do curso eMulti em FormAÇÃO, que acompanham diversas turmas com profissionais de diferentes regiões do país. O curso tem uma centralidade na prática dos profissionais a partir da discussão de casos clínicos e institucionais, configurando-se como um importante observatório do trabalho desenvolvido por estas equipes no cotidiano. As experiências foram recolhidas em supervisões quinzenais com os docentes.
Resultados
Parte significativa dos profissionais referem insegurança em relação à organização do trabalho das eMultis, creditando essa questão à ausência de diretrizes claras e às pressões do cotidiano, que, junto aos vínculos empregatícios frágeis, tendem a reduzir as equipes a uma prática ambulatorial. Os trabalhadores também referem pouca capacidade de negociação sobre as suas formas de atuação, no entanto, algumas equipes legitimam sua atuação a partir da condução e apoio de casos complexos.
Aprendizado e análise crítica
Em muitos cenários, as eMultis se constituem como única aposta para ampliação da clínica produzida na ESF, embora tenham dificuldades em implementar estratégias de apoio, a exemplo da Educação Permanente e do Projeto Terapêutico Singular. A dificuldade de integração com as eSF contribui para o sentimento de não pertencimento das eMulti nos locais que atuam e levam os profissionais a reduzirem suas ofertas a atendimentos individuais, deixando de lado as atividades coletivas e o Apoio Matricial.
Conclusões e/ou Recomendações
A formação para o trabalho da eMulti é um desafio nesse contexto de retomada do financiamento federal a estas equipes. Habilidades como capacidade de diálogo, didática e suporte subjetivo são pouco reconhecidas como necessárias para a atuação desses profissionais, mas verifica-se que são competências a serem estimuladas. Ademais, garantir espaços de apoio às eMultis pode ser fundamental para que elas realizem o apoio às eSF como preconizado.
ASSISTÊNCIA MULTIDISCIPLINAR DE PESSOA COM DOENÇA RARA NO CONTEXTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS): RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 UFG
Período de Realização
A experiência ocorreu nos dias 14, 16 e 22 de abril de 2025.
Objeto da experiência
Assistência domiciliar e multidisciplinar de pessoa idosa com doença rara, Polineuropatia Amiloidótica Familiar (PAF).
Objetivos
Relatar a experiência da realização de assistência domiciliar e multidisciplinar de uma pessoa com doença rara, destacando o papel da enfermagem na mediação do cuidado e na garantia de direitos em saúde no contexto da APS.
Metodologia
Relato de experiência a partir do acompanhamento de uma pessoa idosa com PAF, na APS em Goiânia-GO, distrito Oeste. Foram realizadas três visitas domiciliares, agendadas pelo Agente Comunitário de Saúde e executadas por acadêmicos de enfermagem do 7° período da Universidade Federal de Goiás, supervisionados pela docente da disciplina de Práticas de Enfermagem em Saúde Coletiva. Sucederam-se entrevistas e intervenções, criando vínculo com o paciente e identificando demandas biopsicossociais.
Resultados
Durante as visitas, foi realizado exame físico, educação em saúde e intervenções de Enfermagem, como levar o paciente ao ambiente externo, uso de música para relaxamento e conexão religiosa e escuta terapêutica. Identificou-se que o paciente necessita de medicação não fornecida pelo Sistema Único de Saúde e ainda seguia sem direcionamento assertivo. Após a manifestação dessa demanda, foi articulado contato com uma associação em Goiânia, para suporte no tratamento da doença.
Análise Crítica
Foi possível vivenciar a complexidade do cuidado à pessoa com doença rara, exigindo escuta qualificada, articulação com redes e atenção às barreiras de acesso. Nesse sentido, percebeu-se que a Enfermagem pode contribuir como elo entre usuário, rede e justiça social. A experiência fortaleceu o pensamento crítico e o compromisso com o cuidado, destacando o potencial do atendimento domiciliar e da assistência multidisciplinar para a coordenação do cuidado e longitudinalidade.
Conclusões e/ou Recomendações
Destaca-se a importância da enfermagem na APS como promotora do cuidado integral, atuando na orientação quanto ao direito dos usuários e melhores itinerários terapêuticos. O contato com essa realidade reafirmou a enfermagem como profissão essencial para a construção de uma saúde coletiva com justiça e dignidade. Diante disso, recomenda-se capacitar toda a equipe, ampliar o acesso a medicamentos de alto custo e investir em ações intersetoriais.
AÇÕES DE SALA DE ESPERA COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE E MELHORIA DO ACESSO NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DE ITAPEMA/SC
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde de Itapema/SC - Diretora de Atenção Básica
2 Secretaria Municipal de Saúde de Itapema/SC - Enfermeira do Departamento de Vigilância Epidemiológica
3 Secretaria Municipal de Saúde de Itapema/SC - Diretora de Vigilância Epidemiológica
4 Secretaria Municipal de Saúde de Itapema/SC - Assessora Especial de Atenção Básica
5 Secretaria Municipal de Saúde de Itapema/SC - Enfermeira Chefe de Estratégia Saúde da Família
6 Secretaria Municipal de Saúde de Itapema/SC - Chefe do Núcleo de Atendimento Materno-infantil
Período de Realização
Janeiro de 2025 até o presente momento, no município de Itapema, estado de Santa Catarina.
Objeto da experiência
Ações educativas realizadas em salas de espera das UBS, com foco no fluxo da unidade e temas de saúde relevantes à população.
Objetivos
Promover a educação em saúde junto aos usuários das UBS por meio de ações em sala de espera, com ênfase na orientação sobre o funcionamento da unidade, prevenção de agravos e fortalecimento do vínculo entre equipe e comunidade.
Descrição da experiência
Desde janeiro de 2025, profissionais das UBS de Itapema/SC realizam ações educativas em sala de espera durante o funcionamento regular da unidade. São abordados temas como o fluxo de atendimento, prevenção de doenças e campanhas sozonais. A equipe é multiprofissional, incluindo enfermeiros, médicos, dentistas, técnicos e agentes comunitários. As ações ocorrem em diferentes turnos, adaptando-se à realidade de cada território.
Resultados
Observou-se maior compreensão da população quanto ao funcionamento da UBS, aumento da adesão às ações programáticas (pré-natal, puericultura, grupos de educação em saúde), redução de queixas sobre demora no atendimento e melhora no acolhimento. Os profissionais relataram melhora na comunicação com os usuários e fortalecimento do vínculo com a comunidade.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que o tempo de espera pode ser ressignificado como espaço de construção coletiva de saberes. A participação ativa dos profissionais e o planejamento prévio dos temas foram essenciais para o êxito das ações. A rotatividade de usuários e a limitação de tempo para as falas foram desafios enfrentados, exigindo adaptação constante. Reforça-se a importância da capacitação permanente das equipes.
Conclusões e/ou Recomendações
As ações de sala de espera mostraram-se uma ferramenta simples, de baixo custo e alto impacto na melhoria da qualidade do cuidado e na humanização do atendimento nas UBS. Recomenda-se sua institucionalização como prática contínua nas rotinas da Atenção Primária, com incentivo à formação das equipes e integração entre os diversos profissionais da saúde.
A CONSTRUÇÃO DO DIAGNÓSTICO SITUACIONAL EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE MACEIÓ/AL: UM CAMINHO PARA A QUALIFICAÇÃO DO CUIDADO NO TERRITÓRIO
Pôster Eletrônico
1 SMS/Maceió/AL
2 Universidade Federal de Alagoas/UFAL
Período de Realização
A atividade foi desenvolvida no período de agosto de 2024 a dezembro de 2024.
Objeto da experiência
Relato de experiência da construção do diagnóstico situacional em uma unidade básica de Saúde da Família no município de Maceió/AL.
Objetivos
Relatar a experiência de construção do diagnóstico situacional em uma unidade básica de Saúde da Família no município de Maceió/AL.
Realizar a análise das condições de saúde de uma população adscrita por uma equipe da ESF.
Mapear a rede de serviços disponível no território.
Descrição da experiência
O diagnóstico situacional foi desenvolvido enquanto atividade integradora do Mestrado Profissional em Saúde da Família - PROFSAÚDE/UFAL, com a metodologia Estimativa Rápida Participativa, onde a coleta de dados foi realizada com a combinação da observação do território, percepção de informantes-chave e análise de dados secundários, em três blocos de atividades: análise das condições de saúde da população, análise da estrutura e desempenho da UBS e apresentação do diagnóstico situacional.
Resultados
Em meio ao cenário urbano, uma parcela da população vive em condições precárias: sem energia elétrica, tratamento de água ou transporte público. Composto, sobretudo, por mulheres pardas e jovens que enfrentam barreiras que limitam seu acesso à educação e ao trabalho formal. A saúde reflete essas iniquidades, hipertensão, diabetes e dependência de substâncias psicoativas. E apesar do cenário, os profissionais ainda acreditam no trabalho em rede, emancipatório e territorial, mesmo com sobrecargas.
Aprendizado e análise crítica
O diagnóstico situacional possibilitou visualizar as necessidades de saúde de forma contextualizada, interprofissional e intersetorial, envolver práticas para além dos núcleos profissionais, refletir que as escolhas e decisões pessoais devem fazer parte de um contexto que vise superar a manutenção do adoecimento. Porém, revela também a fragilidade dos processos de educação permanente e a pluralidade da assistência, com a presença de profissionais que negam a influência dessas variáveis.
Conclusões e/ou Recomendações
O diagnóstico situacional é potente para a qualificação do cuidado no território, identificar prioridades, potencialidades e fragilidades, favorece o trabalho em equipe à medida que proporciona um olhar ampliado sobre as necessidades de saúde. Como recomendações destaca-se a necessidade do monitoramento permanente, compreendendo a ciclicidade do território e das necessidades em saúde e a importância do fortalecimento constante de vínculos.
A SUPERVISÃO CLÍNICO-INSTITUCIONAL COMO EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO EM SAÚDE, NA APS
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Brasília/ NUPOP
2 Fiocruz Brasília
Período de Realização
Março de 2019 a março de 2024
Objeto da experiência
O processo de trabalho das equipes da APS, com foco nos Consultórios na Rua
Objetivos
Os objetivos da Supervisão Clínico-Institucional é o de qualificar
Metodologia
A Supervisão Clínico-Institucional para as equipes de Consultório na Rua (eCR) é pautada pela construção compartilhada de conhecimento e concomitantemente na autonomia das equipes. A Supervisão se organiza em: 1. Análise da população atendida e do território de atuação (1ª reunião); 2. Análise das ofertas clínicas e a organização do processo de trabalho da equipe; 3. Construção da agenda estratégica e com a definição de prioridades da equipe e; 4. Propor critérios de monitoramento e avaliação.
Resultados
O processo de Supervisão Clínico-Institucional junto às eCR já qualificou equipes nas cinco regiões do país, incluindo cidades nos estados de Rio de Janeiro, Goiás, Santa Catarina, Alagoas, Pernambuco, Rondônia, Paraná, Distrito Federal, Pará, Rondônia e Espírito Santo. O processo envolveu aproximadamente 70 eCR e mais de 400 trabalhadores e gestores.
Análise Crítica
Entre os pontos das discussões entre as equipes de Consultório na Rua, para refletir sobre o trabalho com a população, estão: Pontos de concentração da PSR; Principais atividades laborais exercidas pela PSR; Nº de usuários crônicos acompanhados; Definição das atribuições gerais de todos os trabalhadores da eCR e das atividades específicas de cada categoria profissional; Atendimentos na UBS por demanda espontânea; Atendimento na rua por demanda programada; Ações de matriciamento; entre outros.
Conclusões e/ou Recomendações
A metodologia de qualificação dos Consultórios na Rua, baseado metodologicamente no histórico construído pelo campo da Saúde Mental, aposta na troca entre pares, no compartilhamento de saberes e práticas entre os trabalhadores envolvidos, assim como na discussão e construção colaborativa de soluções e estratégias têm se mostrado uma ferramenta interessante nos processos formativos, conduzidos pelo NuPop Fiocruz Brasília.
CURSO PLURAIS - EQUIDADE E ACESSO À SAÚDE PARA PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA, NO DISTRITO FEDERAL
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Brasília/ NUPOP
2 FIOCRUZ/SESDF
3 USP
4 Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário - IBEAC
5 SES- DF
Período de Realização
Fevereiro de 2025 com finalização em agosto de 2025
Objeto da experiência
Formação dos profissionais da APS com foco no atendimento integral e equitativo das populações vulnerabilizadas
Objetivos
Propiciar um espaço formativo a fim de qualificar profissionais da Atenção Primária à Saúde, com a Educação Permanente, baseado na reflexão crítica, troca de experiências e na aplicação prática do saber, visando ampliar o acesso e aprimorar o cuidado às populações vulnerabilizadas
Metodologia
O plano político-pedagógico foi construído em oficinas participativas com foco na escuta dos territórios e dos profissionais da APS do DF. O curso teve 200 vagas, carga horária de 60h, e duração de 8 semanas. Foram trabalhados textos e vivências como o Rio da Vida, a caminhada de privilégios e o Mapa Falante de Rede. Cada equipe de saúde da Família participante foi responsável pela criação de um projeto de intervenção, nas respectivas UBS, com foco na equidade e na melhoria do acesso à saúde.
Resultados
Através do monitoramento e avaliação parcial do curso, foi possível mensurar positivamente que a metodologia, os temas abordados. A construção coletiva, escuta ativa e didática sensível foram valorizados. Além disso, foram citados pontos frágeis: questões de logística, dificuldades com a plataforma virtual e a carga horária reduzida. Além da dificuldade de liberação dos profissionais para a realização do curso integralmente, devido a alta demanda nos serviços de saúde e RH prejudicado.
Análise Crítica
A formação baseada na aprendizagem no trabalho, resultou em reflexões, diagnósticos situacionais, aperfeiçoamento no uso de instrumentos já utilizados na APS, com o olhar sensível e interseccional das vulnerabilidades em saúde. A construção de saber coletivo, discussão sobre as lacunas, barreiras e potencialidades dos territórios além da intersetorialidade, resultaram ao final, em um projeto de intervenção nas UBS, visando perpetuar os saberes construídos e multiplicá-los para os demais.
Conclusões e/ou Recomendações
A estratégia político-pedagógica adotada no curso favoreceu reflexões potentes sobre o cotidiano do SUS, resinificando saberes e práticas no cuidado às populações em situação de vulnerabilidade. A literatura brasileira, em especial textos de Conceição Evaristo, foi fundamental para sensibilizar os profissionais, ampliar os olhares e fortalecer o compromisso com um cuidado mais justo, humano e singular na APS.
“EU NÃO SEI SEU NOME”: REFLEXÕES DE UMA ENFERMEIRA SOBRE CUIDAR, SENTIR E RESISTIR! NO CURSO PLURAIS
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ/SESDF
2 Fiocruz Brasília/ NUPOP
3 USP
4 Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário - IBEAC
5 SES- DF
Período de Realização
Abril de 2025 a maio de 2025
Objeto da experiência
Relato do processo de acolhimento, reflexão e formação de pensamentos críticos acerca das populações vulnerabilizadas, oportunizados pelo curso Plurais.
Objetivos
Dar visibilidade às barreiras de acesso à saúde, com foco no cuidado da saúde das populações vulnerabilizadas, refletindo sobre os impactos dos sentimentos e emoções na prática profissional.
Metodologia
Sensibilização a partir do vídeo “Eu não sei seu nome”. Foi utilizado o método VENCER, para problematização, seguindo os passos: 1.O que você viu no vídeo? 2. Como você explica a situação? 3. NOSSAS VIDAS: Como esse problema se relaciona com nossas vidas? 4. Quais são as causas dos problemas? 5. Como potencializar o empoderamento individual e coletivo? 6. O que podemos fazer e como fazemos para resolver este problema? Respostas foram produzidas a partir de desenhos e diálogos em duplas.
Resultados
O curso possibilitou uma autorreflexão, nomeando sentimentos e emoções, facilitando a compreensão sobre limites e fortalecendo o compromisso do cuidado equânime, baseado no reconhecimento e validação de cada história. O acolhimento trouxe clareza sobre os desafios, mas para além disso, despertou o desejo de provocar mudanças no ambiente de trabalho, usando a escuta e a ternura como principais fontes de energia.
Análise Crítica
O cuidado com o outro, perpassa anteriormente ao cuidado próprio, a atenção ao acolhimento das próprias emoções e como elas reverberam no processo de trabalho. O incómodo perante as diversas formas de descriminação vividas, é um impulso para que a luta pelo direito à dignidade humana não seja abandonada, e sensibilização sobre o tema, populações em vulnerabilização deve ser diária, mesmo que árdua.
Conclusões e/ou Recomendações
A estratégia político-pedagógica adotada no curso favoreceu reflexões potentes sobre o cotidiano do SUS, ressignificando saberes e práticas no cuidado às populações em situação de vulnerabilidade. A vivência foi fundamental para sensibilizar não apenas a profissional em questão, mas para ampliar os olhares dos participantes do curso e fortalecer o compromisso com um cuidado de base reflexiva, nomeando os próprios afetos e motivações no acolhimento às populações vulnerabilizadas.
ENTRE MAPAS E HISTÓRIAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM CARTOGRAFIA SOCIAL EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA AMAZONIA OCIDENTAL
Pôster Eletrônico
1 UNIR
Período de Realização
As atividades de construção da cartografia ocorreram de abril até maio de 2025.
Objeto da experiência
A cartografia social foi construída no território da equipe Tancredo Neves II, ESF de Porto Velho/RO, na Amazônia Ocidental.
Objetivos
Relatar a experiência da construção de uma cartografia social, mapeando as redes vivas, sabres comunitários e vínculos que sustentam a saúde, no contexto da disciplina de Promoção da Saúde do Mestrado Profissional em Saúde da Família – PROFSAÚDE.
Metodologia
Imagine um território que fala, canta, se movimenta. No qual cada viela, cada casa e cada sorriso, carrega um saber. Na construção da cartografia viva, as visitas domiciliares com ACS foram utilizadas como instrumentos de coletas para identificar as fragilidades e potencialidade do território vivo. Os participantes do estudo foram quatro usuários que possuem forte participação social no território vivo e dois agentes comunitários de saúde que auxiliaram a mapear esses atores sociais.
Resultados
A cartografia permitiu o encontro entre o saber técnico e o saber local, entre a política pública e a vida cotidiana, que nasce o cuidado potente, humano e integral. Nesse contexto, as fragilidades do território vulnerabilidade social, altos índices de violência urbana, presença significativa de usuários de substâncias psicoativas e carência de serviços públicos que atendam de forma efetiva às necessidades da população.
Análise Crítica
Contudo, as potencialidades são sustento para tais dificuldades, como espaços creches comunitárias, praças de esporte, recursos que mostram que, apesar das diversidades o território é vivo, potente e capaz de gerar cuidado a partir de suas próprias potências.
Conclusões e/ou Recomendações
Desse modo, trabalhar a cartografia social, é mapear um ato escuta e reconhecimento do território vivo. É uma ferramenta para que o SUS seja de fato, um sistema público, universal, equitativo e, significativamente enraizado nas culturas e nos território que compõem o Brasil real.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE ARBOVIROSES COM CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL: EXPERIENCIA DOS GRADUANDOS DE MEDICINA
Pôster Eletrônico
1 Centro Universitário Lusíada
Período de Realização
A ação educativa foi realizada no dia 07 de maio no ano de 2025, no turno da tarde.
Objeto da experiência
Desenvolvimento de atividades educativas sobre Arboviroses pelos estudantes de Medicina com crianças entre 7 e 12 anos na cidade de Santos.
Objetivos
A ação buscou incentivar a reflexão dos estudantes de Medicina sobre os impactos dos determinantes sociais na saúde de populações vulneráveis, com intuito de fortalecer a formação humanizada dos estudantes, promovendo maior aproximação e responsabilidade social com a comunidade.
Metodologia
Atividade educativa realizada por alunos do segundo ano do curso de medicina, sob supervisão docente. A ação ocorreu com crianças em situação de vulnerabilidade social no centro de convivência em Santos/SP. A ação contemplou apresentação de material ilustrativo sobre o ciclo do mosquito Aedes aegypti, aplicação de jogo da memória abordando sinais, sintomas e medidas de prevenção da dengue, e entrega do livro de atividades lúdicas elaborado pelos alunos, para reforçar os conteúdos trabalhados.
Resultados
A atividade resultou em impacto positivo na aprendizagem, com participação ativa das crianças e compreensão do conteúdo. A introdução do tema permitiu checar o conhecimento prévio e identificar experiências familiares com a dengue. Os jogos da memória sobre sintomas e prevenção estimularam a participação ativa, promovendo aprendizado. A entrega do livro de atividades despertou entusiasmo, reafirmando o saber de maneira dinâmica, incentivando a conscientização e prevenção contra a dengue.
Análise Crítica
A experiência permitiu o aprendizado e reflexão crítica sobre a importância da inserção precoce dos estudantes de Medicina em ações de educação em saúde. As práticas educativas além de facilitarem o aprendizado infantil, fortalecem o compromisso social e o cuidado centrado na comunidade, contribuindo para o desenvolvimento de competências interpessoais e humanitárias nos futuros profissionais, reforçando a importância da empatia, do acolhimento e da escuta ativa.
Conclusões e/ou Recomendações
A utilização de abordagens lúdicas favoreceu a compreensão dos conteúdos pelas crianças e estimulou reflexões importantes sobre o papel social dos estudantes de saúde. A experiência reforça a necessidade de integrar ações práticas de educação em saúde e contato direto com a comunidade à formação médica, como estratégia de fortalecimento do vínculo e construção de uma medicina transformadora.
QUALIFICAÇÃO DO ATENDIMENTO AO BINÔMIO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM DISTRITO DE SAÚDE EM CAMPINAS
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal de Campinas
Período de Realização
Trata-se de experiência ocorrida entre os meses de abril de 2024 a maio de 2025
Objeto da experiência
Mudanças no processo de trabalho de centros de saúde de Campinas, que resultaram na qualificação do atendimento ao binômio na primeira semana de vida
Objetivos
Analisar as mudanças no processo de trabalho da APS, que resultaram na melhoria dos indicadores de atendimento ao binômio em centros de saúde de campinas entre 2023 e 2024;
Explorar os desafios e facilidades encontrados pelas eSF na qualificação do atendimento à mãe-bebê na primeira semana de vida
Metodologia
A partir do espaço colegiado de gestão do Distrito, foram produzidas várias iniciativas para sensibilizar os gestores locais a respeito da relevância da melhoria deste indicador, com o objetivo de que esta sensibilização fossem replicadas entre as equipes de cada serviço. Visita domiciliar, monitoramento por Whatsapp e sensibilização das gestantes a respeito da importância da consulta na primeira semana foram algumas das estratégias utilizadas pelas equipes na melhora do indicador
Resultados
No período analisado o indicador “Percentual de recém nascidos atendidos na primeira semana de vida” passou de 10,25% para 19,23% entre todos os nascidos vivos e de 14,49% para 28,25% considerando os nascidos vivos no SUS entre 2023 e 2024. O indicador cresceu em 10 das 11 unidades do Distrito, tendo dobrado na maioria delas, chegando a alcançar crescimento de 600% em um dos CS. A ampliação dos profissionais envolvidos no atendimento e no monitoramento do indicador também foi significativa
Análise Crítica
O atendimento ao binômio na primeira semana apresenta-se é central para o trabalho da APS, sendo um marcador importante do acesso, podendo repercutir na redução na mortalidade infantil, na adesão ao aleitamento materno exclusivo e na avaliação precoce de questões de saúde do bebê e da puérpera. Apesar dos dados apresentados ainda demandarem melhora, nesta experiência o monitoramento do indicador como indutor de boas práticas mostrou-se relevante, alcançando melhora na assistência.
Conclusões e/ou Recomendações
Consideramos que o indicador analisado tem especial relevância devido ao seu caráter transversal, impactando uma série de processos da unidade que vão desde a qualificação do pré-natal até a puericultura, envolvendo diversos profissionais como os ACS e os médicos. Por fim, a inclusão dos genitores no processo da primeira consulta ainda é um desafio, considerando a importância da vinculação paterna nos cuidados ao recém nascido
ENCONTRO DOS ERVEIROS DO MORRO DA FORMIGA: UMA EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 CMS Nilza Rosa
2 UFRJ e CMS Nilza Rosa
Período de Realização
Acontece Semestralmente
Objeto da experiência
Educação popular em saúde e valorização de saberes ancestrais através de encontros com erveiros
Objetivos
Promover encontros entre usuários e erveiros da comunidade propiciando diálogo entre saberes
Suscitar a valorização de saberes ancestrais por meio da educação popular
Metodologia
O encontro dos erveiros é um espaço de articulação entre saberes ancestrais e práticas de cuidado em saúde que valorizam a educação popular em saúde e a cultura local. Estes encontros se iniciam através do grupo chá é saúde, que, a partir do mapeamento e convite das lideranças para compartilham seus conhecimentos sobre cultivo e uso de plantas e ervas medicinais. Os erveiros são na sua grande maioria pessoas idosas que adquiriram os conhecimentos dos pais e avós.
Resultados
Os encontros dos erveiros valorizam a educação popular em saúde, a cultura local e saberes ancestrais, através do compartilhamento de histórias da própria comunidade de forma horizontal e democrática. A experiência propicia o sentido de pertencimento dos usuários ao território, ampliando o olhar de preservação e cuidado ao meio ambiente, agregando dessa forma práticas sustentáveis.
Análise Crítica
O encontro dos erveiros, estimula o resgate à ancestralidade e os saberes da população através dos moradores da comunidade, contribuindo com os processos de transformação, humanização e participação social no cuidado em saúde. Os entraves encontrados nesta prática se colocam sobre a dificuldade de reconhecimento da legitimidade desses saberes como forma de cuidado, assim como a necessidade de formação de profissionais sensíveis à educação popular em saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
As iniciativas populares que emergem da própria comunidade no sentido do cuidado em saúde fortalecem os vínculos entre serviço-profissionais-comunidade.
Incentivar a educação popular potencializa a promoção, prevenção e cuidado, fortalece a autonomia dos usuários, propicia espaços de fortalecimento do sistema de saúde através de práticas democráticas que visam o combate às iniquidades.
LUTO IMPOSSÍVEL E ESCUTA TERRITORIAL: RELATO DE EXPERIÊNCIAS CLÍNICAS DIANTE DA “MAIOR DOR DO MUNDO”.
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ
Período de Realização
Entre 2023 e 2025.
Objeto da experiência
Acompanhamento e escutas clínicas de pessoas em luto envolvendo perdas por violências na atenção primária em um Centro de Saúde no Rio de Janeiro.
Objetivos
Refletir sobre a escuta clínica de experiências extremas de perda e sua articulação com os atravessamentos sociais, como violência de Estado e apagamento do luto. Discutir a produção de saúde no território a partir da invenção subjetiva diante do "impossível".
Descrição da experiência
O relato acompanha o processo clínico de uma mulher que vivia um luto após o assassinato e desaparecimento do filho. A ausência do corpo impedia os ritos de despedida e desorganizava qualquer possibilidade de simbolização da perda. Em um território marcado por conflitos armados, a escuta precisou sustentar o vazio e apoiar a emergência de um ato criador que redesenhou possibilidades de vida.
Resultados
A experiência mostrou que não se tratava de elaborar o luto nos moldes tradicionais, mas de sustentar um espaço para que um ato subjetivo emergisse, por meio da construção de um espaço físico como forma de reinscrição no mundo, operando como ruptura do congelamento psíquico. A escuta comprometida com a dor, sem hierarquizá-la, permitiu o surgimento de uma nova posição subjetiva, mesmo sob dor permanente.
Aprendizado e análise crítica
Tensiona-se a clínica na saúde coletiva ao exigir escuta radical da dor sem respostas preestabelecidas. Ao acompanhar a dor de perder e a dor de viver, percebemos que não há hierarquia entre a fome concreta e a fome de sentido diante de uma experiência de extremo psíquico. Ambas exigem respostas urgentes de forma ética e implicada. A escuta aqui desafia a lógica da normatividade e da reparação simbólica padrão. A vida, aqui, se reconstrói por meio de atos singulares e invenções coletivas.
Conclusões e/ou Recomendações
A escuta clínica, em contextos de luto extremo e violência, deve reconhecer as dimensões políticas da dor e sustentar processos subjetivos mesmo quando o simbólico falha. Recomenda-se articular práticas clínicas com a produção de cuidado no território, fortalecendo respostas que não hierarquizem dores e que acolham o impossível como parte da saúde coletiva.
A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DA PSICOLOGIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE A PARTIR DE UM PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL NO DF
Pôster Eletrônico
1 ESPDF
Período de Realização
Período de formação das autoras na residência multiprofissional (Março 2023 até o presente momento)
Objeto da experiência
Construção da identidade da psicologia na Atenção Primária à Saúde a partir da prática formativa em serviço de psicólogas residentes no Distrito Federal.
Objetivos
Apresentar e refletir sobre experiências, desafios e expectativas da atuação da psicologia na Atenção Primária à Saúde em equipes multiprofissionais, contribuindo com a construção da prática profissional e da identidade da psicóloga na APS.
Descrição da experiência
Com a emergência da discussão sobre saúde mental, o papel da psicologia na APS carece de delineamento. A experiência de psicólogas residentes em UBS do DF foi marcada por um processo de trabalho diversificado (atendimento individual e compartilhado; grupos; ações comunitárias; reunião de equipe; articulação de rede; visita domiciliar; apoio matricial). Foi preciso atuar diante de fluxos em saúde mental indefinidos, e do frequente desconhecimento do modelo ESF e do papel da eMulti na APS.
Resultados
A experiência resultou em uma construção coletiva da atuação da psicologia na APS, em que essa pauta-se em pontos como orientação para o território, interprofissionalidade, dinamismo de atividades, cuidado ampliado ao sofrimento e enfrentamento de discursos estigmatizantes. Possibilita-se, assim, uma aproximação a um cuidado integral, resolutivo e emancipador, que tem como base educar e politizar no e com o território. No entanto, observou-se resistências e desafios estruturais e atitudinais.
Aprendizado e análise crítica
As profissionais encontraram obstáculos na implementação de um modelo de cuidado em saúde mental interprofissional e ampliado, pois há forte expectativa para atendimento individual de psicologia e resistência de outras possibilidades ao cuidado em saúde mental. Nota-se que a psicóloga na APS deve ser capaz de transcender o consultório e atuar de forma integrada com toda a UBS, muitas vezes assumindo papel desafiador de questionar concepções reducionistas e oferecer apoio matricial.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que o modelo biomédico de atuação ainda é difundido e impacta na identidade profissional da psicologia na APS. Urge que profissionais e gestores estejam alinhados nas concepções acerca da saúde mental, com definição de processos de trabalho resolutivos e emancipadores. Assim, os programas de residência multiprofissional são ferramentas essenciais para questionar e materializar um ideal de saúde pública equânime, integral e ampliado.
A IMPORTÂNCIA DO NUTRICIONISTA NO INCENTIVO À PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL AOS USUÁRIOS COM CONDIÇÕES CRÔNICAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 Centro Universitário Max Planck, curso de medicina
2 Centro Universitário Max Planck, curso de nutrição
3 UBS Umuarama, Secretaria Municipal de Saúde, Prefeitura de Indaiatuba, SP - Coordenadora da UBS
Período de Realização
Vivência realizada entre março e junho de 2025, na UBS Umuarama, município de Indaiatuba, SP.
Objeto da experiência
Atuação de estudantes de nutrição junto aos componentes do grupo HIPERDIA e interação com usuários, a partir de uma escuta ativa e educativa.
Objetivos
Compartilhar a experiência de estudantes de nutrição na Atenção Primária à Saúde – APS, refletindo sobre a escuta qualificada dos usuários e a valorização do nutricionista nas ações interprofissionais de promoção da alimentação adequada e saudável, no cuidado às pessoas com hipertensão e diabetes.
Metodologia
A experiência ocorreu em encontros semanais do grupo HIPERDIA da UBS Umuarama, com a participação ativa de estudantes de nutrição vinculados ao Centro Universitário Max Planck (UniMAX) e estudantes de medicina. As atividades envolveram momentos educativos e rodas de conversa com pessoas com condições crônicas, buscando incentivar práticas alimentares adequadas e saudáveis e dialogar sobre o papel do nutricionista no cuidado contínuo.
Resultados
Percebeu-se que os usuários passaram a reconhecer o nutricionista como estimulador da reorganização da alimentação e incentivador de comportamentos saudáveis. Durante os diálogos, emergiu que os usuários adotaram mudanças alimentares, motivados pelas orientações recebidas. A presença dos estudantes foi valorizada como estímulo à continuidade do cuidado e como forma de humanizar o vínculo com os serviços de saúde.
Análise Crítica
A experiência evidenciou a potência da atuação interprofissional e da inserção de estudantes de nutrição na APS, fortalecendo o cuidado centrado na pessoa. A escuta dos usuários revelou não apenas a efetividade das ações educativas, mas também a valorização do vínculo e do acolhimento. Refletimos sobre a importância de estratégias permanentes de educação em saúde, com participação ativa dos sujeitos do cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a ampliação de práticas colaborativas e educativas na APS que valorizem o protagonismo dos usuários. A experiência reforça a necessidade de políticas que consolidem o nutricionista como parte da equipe mínima da Estratégia Saúde da Família e aponta para o papel formativo das vivências em serviço no fortalecimento da integralidade do cuidado.
RESSIGNIFICAÇÃO DO TRABALHO NA APS COM O SURGIMENTO DAS EMULTI: COSTURANDO A ESPERANÇA COM LINHAS DE CUIDADO
Pôster Eletrônico
1 SMS Belo Jardim/PE
Período de Realização
Janeiro de 2024 a junho de 2025
Objeto da experiência
Atuação das eMulti na APS após a extinção dos NASF-AB e seus impactos no cuidado e no trabalho coletivo.
Objetivos
Relatar como a criação das eMulti ressignificou o trabalho na APS, especialmente após a desvalorização das equipes com a Nota técnica nº 3/2020-DESF/SAPS/MS, e destacar os ganhos para os profissionais e para a população a partir da retomada do apoio institucional e do financiamento federal.
Descrição da experiência
A partir da Nota técnica nº 3/2020-DESF/SAPS/MS, observou-se a desestruturação dos NASF-AB, com forte impacto negativo na APS. O surgimento das eMulti, com financiamento federal específico, marcou a retomada do trabalho coletivo e multiprofissional. Em nossa região, a experiência com eMulti tem promovido cuidado ampliado, fortalecimento dos vínculos e suporte matricial às equipes, reconfigurando práticas e reafirmando a potência do SUS como espaço de transformação social.
Resultados
A eMulti ampliou o acesso ao cuidado compartilhado e qualificou os processos de trabalho das equipes. O apoio matricial fortaleceu vínculos e reorganizou o cuidado centrado nas necessidades reais da população. Profissionais relataram aumento da motivação e pertencimento. A atuação conjunta devolveu à APS sua potência de transformação da vida cotidiana dos usuários.
Aprendizado e análise crítica
A reconstrução das equipes multiprofissionais evidenciou que o trabalho coletivo é uma força transformadora. Mesmo após um período de desmonte e sofrimento, foi possível costurar a esperança — como na canção de Chico César — e redesenhar caminhos de cuidado. A experiência revela que o investimento institucional é essencial para garantir o cuidado integral e a justiça social na APS.
Conclusões e/ou Recomendações
A valorização das eMulti reafirma a importância das equipes multiprofissionais na APS. Recomenda-se a continuidade do financiamento federal e o fortalecimento das estratégias de apoio institucional. A experiência aponta que é possível transformar realidades difíceis em trajetórias de cuidado, vínculo e dignidade.
FALA ACS (PLATAFORMA DIGITAL DE COMUNICAÇÃO): CONECTANDO FARMACÊUTICOS E AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE PARA AMPLIAR O ACESSO A INFORMAÇÕES SOBRE MEDICAMENTOS
Pôster Eletrônico
1 ENSP/FIOCRUZ
Período de Realização
Iniciada em julho de 2024, a experiência segue em curso até o recorte temporal de maio de 2025.
Objeto da experiência
Interações por plataforma digital entre o Serviço de Farmácia e os agentes comunitários de saúde sobre informações relacionadas aos medicamentos.
Objetivos
O Fala ACS tem como objetivo fortalecer o vínculo entre o Serviço de Farmácia e os agentes comunitários de saúde, a fim de esclarecer dúvidas relacionadas ao acesso e uso de medicamentos, ampliar a disponibilidade de informações adequadas no território e contribuir para a integralidade do cuidado.
Metodologia
O Fala ACS surgiu diante das frequentes demandas dos agentes comunitários de saúde, que, em sua atuação territorial, identificavam dúvidas sobre o uso e o acesso a medicamentos. Frente à ausência de canais diretos com o Serviço de Farmácia, farmacêuticos instituíram, por meio de plataforma digital, um espaço de diálogo que articula o saber técnico à vivência dos ACS, promovendo a escuta, o diálogo e a resposta ágil às necessidades da comunidade.
Resultados
A criação do Fala ACS fortaleceu o vínculo entre farmacêuticos e ACS, promovendo maior autonomia desses profissionais na mediação de informações sobre medicamentos à comunidade. Contribuiu para a redução de ruídos de comunicação entre trabalhadores e usuários, além de agilizar o acesso a informações e a resolução prévia de eventuais problemas. O Serviço de Farmácia teve seu reconhecimento ampliado na unidade, sendo valorizado como um importante suporte clínico-educativo nas práticas de cuidado.
Análise Crítica
O “Fala ACS” desafia a lógica gerencialista e produtivista que fragmenta e enfraquece o cuidado coletivo na APS. Como prática de resistência, promove uma comunicação crítica e reflexiva entre trabalhadores do SUS, fortalecendo o diálogo e os vínculos horizontais em um contexto neoliberal. Ao aproximar agentes comunitários e Serviço de Farmácia, amplia o acesso à informação aos usuários, contribuindo para uma APS integrada e que preserva os direitos constitucionais relacionados aos medicamentos.
Conclusões e/ou Recomendações
Percebe-se que a implementação do “Fala ACS” evidencia novas possibilidades de atuação dos farmacêuticos na APS. O processo expôs desafios, limites e potencialidades da Assistência Farmacêutica, apontando para a necessidade de estratégias colaborativas e contínuas. Ademais, sugere-se a realização de mapeamento futuro para subsidiar a construção de atividades de educação permanente voltadas às demandas identificadas.
GESTÃO PARTICIPATIVA NA APS: A EXPERIÊNCIA DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NA PRESTAÇÃO DE CONTAS COMO INSTRUMENTO DE MONITORAMENTO POPULAR NO CONSELHO GESTOR INTERSETORIAL
Pôster Eletrônico
1 ENSP/FIOCRUZ
Período de Realização
Iniciada em agosto de 2024, a experiência segue em curso até o recorte temporal de maio de 2025.
Objeto da experiência
Prestação de contas do Serviço de Farmácia sobre atendimento, processos, acesso e uso de medicamentos junto ao Conselho Gestor Intersetorial.
Objetivos
Fortalecer a gestão participativa na APS por meio da prestação de contas da Assistência Farmacêutica, promovendo a transparência dos processos, ampliando a participação comunitária e garantindo o monitoramento popular das atividades do serviço.
Descrição da experiência
Nas reuniões mensais do Conselho Gestor, os farmacêuticos apresentam análises gráficas e relatórios detalhados sobre o Serviço de Farmácia e o uso de medicamentos no território. O espaço privilegia a escuta, o diálogo transparente sobre os processos e a corresponsabilidade dos conselheiros. São abordados desafios, questionamentos e propostas, articulados a estratégias de educação popular para esclarecer o funcionamento do serviço e fomentar ações de uso adequado dos medicamentos.
Resultados
A experiência consolidou-se como uma prática bem-sucedida de monitoramento popular e participação social na Assistência Farmacêutica do território. O diálogo sistemático contribuiu para a transparência dos processos do Serviço de Farmácia, reafirmou a centralidade das informações sobre medicamentos no cuidado em saúde, transformou os vínculos entre profissionais e usuários, resgatou o compromisso social do farmacêutico e, por fim, fortaleceu as ações da assistência farmacêutica na APS.
Aprendizado e análise crítica
Combater a invisibilidade da população nos processos decisórios dos serviços de saúde, especialmente na Assistência Farmacêutica, frequentemente vista como setor apenas logístico e distante do cuidado integral, implica desafiar a lógica neoliberal predominante na APS. A gestão participativa configura-se como espaço de resistência, garantindo transparência, controle social e corresponsabilidade, essenciais para fortalecer direitos e promover o diálogo e garantir uma APS democrática e integrada.
Conclusões e/ou Recomendações
Percebe-se que a prestação de contas da Assistência Farmacêutica no Conselho Gestor Intersetorial fortalece a gestão participativa na APS, promovendo transparência e controle social. Essa experiência evidenciou a importância do diálogo, das ações educativas e da corresponsabilidade na construção de um Serviço de Farmácia integrado ao território, destacando a necessidade de ações contínuas que valorizem a participação popular e o cuidado integral.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL: DESAFIOS E POTENCIALIDADES PARA SUA IMPLEMENTAÇÃO NA APS À LUZ DA TEORIA DO AUTOCUIDADO DE DOROTHEA OREM
Pôster Eletrônico
1 UEFS
2 PMFS
Período de Realização
Realizado no período de abril a junho de 2025.
Objeto da experiência
Promoção da saúde mental por meio de ações educativas com base na Teoria do Autocuidado de Orem.
Objetivos
Relatar a experiência de estudantes de enfermagem da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) na condução de ações educativas em saúde mental, fortalecendo o autocuidado e o enfrentamento do sofrimento psíquico na APS.
Descrição da experiência
As ações foram realizadas por estudantes da UEFS, utilizando rodas de conversa e materiais educativos em uma unidade de saúde da APS. Os temas abordaram saúde mental, autocuidado, redes de apoio e serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). A metodologia valorizou o diálogo e a escuta ativa com os usuários.
Resultados
Houve aumento da adesão às consultas de saúde mental e encaminhamentos ao CAPS III. Foram identificados casos de sofrimento psíquico antes invisíveis, fortalecendo o vínculo com a RAPS e evidenciando a eficácia da abordagem educativa como ferramenta de cuidado integral na APS.
Aprendizado e análise crítica
A partir da experiência foi possível constatar a importância de práticas dialógicas na APS e evidenciou que a educação em saúde mental deve valorizar saberes populares, acolhimento e participação. A Teoria de Orem contribuiu para reconhecer demandas de autocuidado e fortalecer o protagonismo dos usuários.
Conclusões e/ou Recomendações
A educação em saúde mental fundamentada em Orem, favorece o autocuidado e o protagonismo dos usuários. A consolidação dessas práticas requer investimento em educação permanente, ações participativas e valorização da saúde mental como campo estratégico na APS.
ACESSO AMPLIADO: UMA EXPERIÊNCIA EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein
Período de Realização
Início em outubro de 2024, até atualmente.
Objeto da experiência
Descrever a experiência no modelo de acesso ampliado em uma Unidade Básica de Saúde no Município de São Paulo.
Objetivos
Conhecer a população adscrita, fortalecer o processo de territorialização, identificar as necessidades e vulnerabilidades sociais e de saúde, e potencializar a construção coletiva dos fluxos assistenciais.
Descrição da experiência
A UBS foi reinaugurada maio de 2021 com o modelo da Estratégia de Saúde da Família. Sendo os principais desafios do acesso o número de usuários acompanhados e o tempo de espera para atendimento. Portando foi implementado o modelo de Acesso Ampliado, uma estratégia de atendimento que busca ofertar o cuidado aos usuários no mesmo dia, pela equipe de referência. As agendas foram reconfiguradas para que os usuários sejam acolhidos durante todo o horário de funcionamento da unidade por sua equipe.
Resultados
Como resultado da implementação do Acesso Ampliado, a cobertura das equipes de referência aumentou significativamente, passando de uma média de 30-40% para 90%, e houve também a redução nas ouvidorias relacionadas à dificuldade de acesso. Essa reorganização contribuiu para o fortalecimento da longitudinalidade do cuidado, um dos atributos essenciais da APS, garantindo ao usuário um cuidado mais oportuno, contínuo e resolutivo.
Aprendizado e análise crítica
A alteração no modelo de acesso proporcionou satisfação para a população acompanhada e profissionais inseridos no serviço, melhoria nos processos de gestão de equipe e indicadores de saúde, e melhor aplicabilidade dos atributos da Atenção Primaria a Saúde e manejo de demora permitida.
Conclusões e/ou Recomendações
O modelo de agendamento Acesso Ampliado auxilia no processo de longitudinalidade e amplia o acesso à saúde, trazendo à equipe de atendimento maior quantidade de casos e com consequente aumento de diagnósticos no território e resolutividade.
SUPORTE À DECISÃO CLÍNICA PARA O MANEJO DA DENGUE NO E-SUS APS: INOVAÇÃO DIGITAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde
Período de Realização
De janeiro a maio de 2025, da concepção à implementação e validação em municípios piloto.
Objeto da experiência
Elaboração do Suporte à Decisão Clínica (SDC) no e-SUS APS com automatização de condutas clínicas para o manejo da dengue na Atenção Primária à Saúde.
Objetivos
Apresentar o desenvolvimento do Suporte à Decisão Clínica no e-SUS APS, para automatizar prescrições, exames, atestados e orientações clínicas para profissionais e cidadãos, com o objetivo de apoiar, padronizar e qualificar o manejo da dengue na Atenção Primária.
Descrição da experiência
O Suporte à Decisão Clínica (SDC) foi desenvolvido com base nas diretrizes do Ministério da Saúde sobre o manejo das arboviroses, convertidas em regras clínicas computáveis, permitindo decisões automatizadas e seguras no sistema. A ferramenta contempla condutas automatizadas e ajustadas à faixa etária e classificação de risco sugere medicamentos para cenários sintomáticos, calcula doses, emite atestado e orientações importantes. Foi validada em cenário real com foco em usabilidade.
Resultados
A iniciativa resultou na primeira funcionalidade de suporte à decisão clínica disponível no e-SUS APS, aplicada ao manejo da dengue. Viabilizando a redução no tempo de atendimento, padronização das condutas clínicas e maior segurança na prescrição de medicamentos. A solução também ampliou a resolutividade da APS ao integrar orientações personalizadas e facilitar o cumprimento das diretrizes clínicas com base em dados do prontuário.
Aprendizado e análise crítica
O processo evidenciou que a tradução de protocolos em regras automatizadas exige rigor técnico como critérios de segurança digital, envolvimento interprofissional e revisão contínua. Foram identificadas dependências estruturais, como o registro do peso e a pactuação local de exames. Reforça-se que a conduta clínica individualizada deve coexistir com sistemas auditáveis e baseados em normas, valorizando o equilíbrio entre apoio à decisão e autonomia profissional.
Conclusões e/ou Recomendações
O SDC Dengue no e-SUS APS constitui uma inovação em saúde digital estratégica na APS, com potencial de replicação para outras condições clínicas. Sua expansão requer manutenção evolutiva, capacitação dos usuários e governança normativa. A iniciativa reforça o papel da tecnologia como aliada na qualificação do cuidado, promovendo maior equidade, efetividade e integração entre sistemas e equipes no âmbito do Sistema Único de Saúde.
INTEROPERABILIDADE ARTESANAL EM SANTA BÁRBARA D’OESTE/SP: CONSTRUÇÃO DE FERRAMENTA DE COMPUTAÇÃO GRATUITA PARA INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS E MELHORIA DA GESTÃO DO CUIDADO.
Pôster Eletrônico
1 Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Período de Realização
Inicio em setembro de 2024
Objeto da experiência
Desenvolver, com programação em Python, uma integração automatizada entre o prontuário eletrônico e o sistema de informações laboratoriais.
Objetivos
-Identificar pacientes com hemoglobina glicada acima de 7% e exames laboratoriais atrasados.
-Automatizar processos demorados, como a busca de exames de múltiplos pacientes.
-Criar um painel de visualização dos exames laboratoriais para facilitar o acompanhamento regular na Atenção Primária à Saúde.
Metodologia
Realizou-se um projeto para sanar a fragmentação do cuidado na gestão de exames laboratoriais no município. A separação do sistema de prontuário eletrônico e do laboratório impedia rastrear populacionalmente os exames de pacientes diabéticos, atrasando intervenções. Foi construído um bot programado em python por profissional sem experiência prévia em programação para integração dos sistemas, evidenciando a potencialidade e adaptabilidade do uso de ferramentas computacionais na gestão da aps.
Resultados
A realização dessa interoperabilidade artesanal foi facilitada pela inteligência artificial generativa (ChatGPT), que encurtou a curva de aprendizado. O bot criado extraiu automaticamente exames de 6000 pacientes e substituiu o processo de análise individual realizado manualmente por uma avaliação populacional automatizada. Também foi utilizada programação para gerar um painel dinâmico com os resultados, facilitando a gestão do cuidado individual e comunitário.
Análise Crítica
A inteligência artificial permite que equipes de saúde sem formação em TI criem soluções locais, gratuitas e adaptadas às demandas do município. Scripts em Python automatizaram fluxos, pouparam tempo e migraram do cuidado individual ao populacional. Porém, ainda persistem desafios de sustentabilidade e segurança de dados. O próximo passo é ampliar o painel a outras doenças crônicas não transmissíveis e criação de logins com senha para acesso.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência mostrou que tecnologias podem ser incorporadas ao SUS de maneira gratuita, facilitando a gestão e o cuidado. Recomenda-se que secretarias mapeiem servidores com afinidade digital, garantam infraestrutura básica e tempo protegido para capacitação contínua. Desta maneira, podemos incluir o setor público no processo de inovação, permitindo a incorporação de tecnologia que respeita os princípios do SUS
PROMOÇÃO DA SAÚDE E MUDANÇA DO ESTILO DE VIDA (MEV) NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE (APS): VIVÊNCIA DE ESTUDANTES DE MEDICINA COM GRUPO DE HIPERTENSOS E DIABÉTICOS
Pôster Eletrônico
1 Centro Universitário Max Planck, - UniMAX facilitadora da aprendizagem do curso de medicina
2 Centro Universitário Max Planck- UniMAX, curso de medicina
3 Centro Universitário Max Planck – UniMAX, estudante do segundo ano do curso de medicina
4 UBS Umuarama, Secretaria Municipal de Saúde, Prefeitura de Indaiatuba, SP - Coordenadora da UBS
Período de Realização
Atividades realizadas semanalmente entre fevereiro e junho de 2025.
Objeto da experiência
Vivência de estudantes do segundo ano do curso de Medicina da UniMAX em ações educativas em saúde com grupo de pessoas com hipertensão e diabetes.
Objetivos
Relatar a participação dos estudantes do segundo ano de Medicina da UniMAX em ações educativas voltadas à prevenção e promoção da saúde, integradas à APS, com foco em doenças crônicas e em práticas de autocuidado no grupo de hipertensos e diabéticos da UBS Umuarama.
Metodologia
Entre fevereiro e junho de 2025, estudantes do segundo ano da UniMAX participaram de ações com o grupo de hipertensos e diabéticos da UBS Umuarama, em Indaiatuba-SP, com atividades que incluíram coleta de dados antropométricos, aferição de pressão arterial e glicemia capilar, rodas de conversa, oficinas sobre alimentação, autocuidado, estímulo à atividade física e escuta qualificada. As ações foram supervisionadas pela facilitadora da aprendizagem e contaram com equipe interdisciplinar.
Resultados
A participação dos estudantes favoreceu o vínculo com os usuários, estimulou práticas de autocuidado e qualificou a abordagem das doenças crônicas não transmissíveis na APS, como hipertensão arterial e diabetes. Os estudantes desenvolveram habilidades comunicativas, trabalho em equipe e compreensão ampliada da realidade local, reforçando o papel da universidade na transformação social e na integração ensino-serviço.
Análise Crítica
A experiência revelou a potência da integração ensino-serviço na formação médica e no fortalecimento da APS. A vivência no segundo ano proporcionou uma aproximação precoce com o SUS e permitiu que os estudantes ampliassem sua visão sobre o cuidado em saúde, enfrentaram desafios como a adesão ao grupo, realidades diferentes devido à singularidade dos usuários e vivenciaram a complexidade das práticas interdisciplinares, reconhecendo a centralidade do usuário e da equipe multiprofissional.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a continuidade de estratégias que fortaleçam o vínculo ensino-serviço, ampliem o protagonismo dos usuários e valorizem o trabalho interprofissional. A formação médica deve promover experiências no território que articulem cuidado, prevenção e escuta ativa, consolidando a APS como base do SUS.
TERRITÓRIO E CUIDADO: ANÁLISE SOCIOEPIDEMIÓLOGICA DE UMA UNIDADE ÂNCORA
Pôster Eletrônico
1 UFPB
2 SMS/JP
Período de Realização
Entre seis de Março de 2025 e quatorze de Maio de 2025.
Objeto da experiência
O(s) território(s) e os elementos relacionais da/na Unidade Âncora de Saúde da Família no bairro Engenho Velho, João Pessoa/PB.
Objetivos
Analisar os processos socioepidemiológicos que atravessam a conformação da Unidade Âncora de Saúde da Família no Engenho Velho, evidenciando as forças produtoras e inovadoras do território.
Descrição da experiência
Territorialização realizada pelos residentes do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família de João Pessoa/PB (PRMSFC). Mediante movimentos de andanças pelo território e conversações com profissionais, usuários e lideranças comunitárias, além de observação participante no cotidiano das atividades da unidade, visando compreender o território enquanto campo de forças que incidem na produção de saúde e adoecimento, com foco na construção de práticas de cuidado contextualizadas.
Resultados
A territorialização revelou um território periférico, marcado pela exclusão social e vulnerabilidades ambientais. A baixa oferta de serviços, associada à dificuldade de mobilidade e precariedade habitacional, afeta o acesso e a qualidade do cuidado. Identificaram-se agravos como hipertensão, diabetes e gravidez de alto risco. A presença de equipamentos sociais e religiosos amplia as redes de cuidado e a atuação da Unidade Âncora fortalece vínculos e promove ações essenciais à comunidade.
Aprendizado e análise crítica
Evidenciou-se a importância da territorialização como prática que extrapola a dimensão técnico-burocrática, exigindo escuta qualificada e atuação ética-política. Evidenciou-se que práticas de saúde eficazes dependem do reconhecimento das dinâmicas locais, de vínculos comunitários e intersetoriais. O trabalho dos residentes, enquanto prática sensível, potencializou ações colaborativas e reflexivas, reafirmando o papel da Atenção Primária à Saúde como espaço promotor de equidade e justiça social.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a territorialização é essencial para qualificar o cuidado em saúde nas periferias urbanas. Recomenda-se a ampliação da presença multiprofissional no território, oferta de serviços, articulação intersetorial, e investimentos em infraestrutura básica. A valorização dos saberes locais e a promoção de vínculos são indispensáveis para a efetivação de políticas públicas sensíveis às realidades vividas e à garantia do direito à saúde.
FORTALECIMENTO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA COM AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 RENASF-UFPB
2 UFPE
3 AIO/IOP CG
4 PMU
Período de Realização
Setembro de 2023 a março de 2024
Objeto da experiência
Capacitação dos Agentes Comunitários de Saúde para fortalecimento da educação em saúde na APS.
Objetivos
Fortalecer as práticas de educação em saúde realizadas pelos ACS, promovendo qualificação das ações no território e melhoria na resolutividade da APS.
Metodologia
Relato desenvolvido em Umbuzeiro-PB, com encontros mensais de setembro/2023 a março/2024, voltados à capacitação dos ACS. Os encontros ocorreram na UBSF Picadas, abordando temáticas mensais relevantes para a APS, conduzidos por profissionais locais e convidados.
Resultados
Foram realizados sete encontros sobre temas como campanhas sazonais e imunização, implementados nas UBSF e nas visitas domiciliares. Houve aumento de 80% na participação dos usuários, conforme listas de presença, evidenciando fortalecimento das ações educativas.
Análise Crítica
A estratégia contribuiu para a retomada do vínculo entre comunidade e UBSF no pós-pandemia. A educação permanente mostrou-se essencial para motivar os ACS, atualizar conhecimentos e integrar práticas no território.
Conclusões e/ou Recomendações
A capacitação contínua dos ACS deve ser institucionalizada como estratégia permanente na APS. A experiência reforça a relevância do Programa Mais Saúde com Agente como ferramenta de valorização e qualificação das práticas em saúde.
FORMAÇÃO EM SERVIÇO PARA TRABALHADORES DO SUS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação (ICEPi)
2 Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) & ICEPi
Período de Realização
Janeiro de 2019 a dezembro de 2024, com atividades contínuas em 69 municípios do estado do Espírito Santo.
Objeto da experiência
Formação em serviço de profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) no Sistema Único de Saúde (SUS) capixaba, por meio do Programa Qualifica-APS/ICEPi.
Objetivos
Relatar a experiência do Programa Qualifica-APS do ICEPi, destacando estratégias pedagógicas, desafios enfrentados e os impactos da formação em serviço na qualificação de profissionais da APS, na melhoria da atenção à saúde e na fixação de trabalhadores em territórios vulneráveis.
Metodologia
Trata-se de um relato de experiência descritivo e exploratório sobre a implementação do Qualifica-APS do ICEPi, voltada à formação em serviço de trabalhadores na APS do SUS do Espírito Santo. Fundamentado em metodologias ativas e no uso de tecnologias educacionais, o programa articulou ensino e prática em 69 municípios. A análise baseou-se em documentos institucionais, normativas legais e acompanhamento das atividades formativas, considerando aspectos pedagógicos, operacionais e normativos.
Resultados
Até dezembro de 2024, o Qualifica-APS alcançou mais de 1.300 profissionais da APS em todo o estado. A formação contribuiu para o fortalecimento da resolutividade clínica e organizacional das equipes, ampliação do acesso aos serviços, valorização dos profissionais e redução da rotatividade em áreas vulneráveis. O uso de plataformas como o Moodle e a certificação pelo ICEPi reforçaram a legitimidade e sustentabilidade da estratégia de educação permanente em saúde.
Análise Crítica
A experiência evidenciou a potência da formação em serviço como estratégia de qualificação e transformação da prática na APS. Desafios como a sobrecarga dos profissionais, a diversidade territorial e a necessidade de alinhamento intergestor foram enfrentados com estratégias pedagógicas adaptativas e suporte institucional. A articulação entre a Política de Educação Permanente via Secretaria Estadual de Saúde, gestão municipal e profissionais de saúde foi essencial para a efetividade do processo formativo e para a construção coletiva de soluções no SUS capixaba.
Conclusões e/ou Recomendações
O Qualifica-APS demonstrou ser uma política exitosa de educação permanente, com impacto positivo na qualificação profissional e na melhoria do cuidado em saúde no SUS capixaba. Recomenda-se sua ampliação para outros contextos federativos, com investimentos estruturais, continuidade institucional e fortalecimento das parcerias entre ensino e serviço como pilares para o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde no Brasil.
VISITAS DOMICILIARES COMO DISPOSITIVO FORMATIVO PARA A CONSTRUÇÃO DE PROJETOS TERAPÊUTICOS SINGULARES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Centro Universitário de Excelência (UNEX)
Período de Realização
Abril de 2025, junto à comunidade de uma Unidade de Saúde da Família (USF) de Feira de Santana-BA.
Objeto da experiência
Visitas domiciliares (VD) com estudantes de medicina para a construção de Projetos Terapêuticos Singulares (PTS) junto a famílias de uma USF.
Objetivos
Aproximar os discentes do cuidado territorializado e centrado na pessoa por meio da realização de VD orientadas à construção de PTS, utilizando a escala de risco de Coelho e Savassi, Genograma familiar e Ecomapa como instrumentos norteadores.
Descrição da experiência
Como atividade do componente Medicina de Família (MFC) e Comunidade, os acadêmicos, acompanhados de Agentes Comunitários de Saúde da USF Corredor dos Araçás, realizaram VD na área de abrangência. Foram aplicados os instrumentos de diagnóstico situacional e de abordagem familiar, para o planejamento do cuidado. As informações subsidiaram PTS, discutidos com os professores e com a Equipe de Saúde da Família da USF e apresentados às famílias acompanhadas, visando a melhoria da qualidade de vida.
Resultados
As visitas contemplaram 8 núcleos familiares em diferentes graus de vulnerabilidade social e condições de saúde. A aplicação dos instrumentos possibilitou uma análise ampliada das condições de vida, vínculos, rede de suporte e demandas em saúde. Os PTS resultaram em propostas terapêuticas mais alinhadas à realidade dos usuários e fortaleceram o diálogo entre formação médica e os princípios da Atenção Primária em Saúde. A experiência favoreceu o olhar interprofissional e o pensamento crítico.
Aprendizado e análise crítica
A inserção dos estudantes em práticas domiciliares, com foco na construção de PTS, revelou-se potente para o desenvolvimento de competências clínicas, relacionais, humanísticas e ético-políticas. O uso articulado dos instrumentos permitiu ampliar o olhar sobre o sujeito em seu território e a aplicar conhecimentos da MFC. Apesar das dificuldades iniciais na coleta de dados e sistematização, observou-se significativa evolução da capacidade de análise crítica e da comunicação interprofissional.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência evidenciou o valor formativo das VD na APS, ampliando a compreensão dos determinantes sociais e fortalecendo a integração entre saberes teóricos e práticos no território. O uso dos instrumentos permitiu uma abordagem mais singular, relacional e centrada na pessoa. Recomenda-se a ampliação de práticas semelhantes, que fortaleçam o vínculo territorial e desenvolvam competências clínicas e interprofissionais desde a graduação.
INTEGRAÇÃO SAÚDE-EDUCAÇÃO: EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA (PSE) EM ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E VIGILÂNCIA NUTRICIONAL EM ESCOLAS DO DISTRITO FEDERAL
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz- Brasília
Período de Realização
Abril a setembro de 2024
Objeto da experiência
Relato da intervenção do Programa Saúde na Escola eixo de alimentação saudável e prevenção da obesidade em três escolas do Distrito Federal.
Objetivos
Promoção de alimentação saudável e vigilância nutricional em escolares por meio de ações integradas entre saúde e educação, utilizando estratégias lúdicas (teatro de fantoches, rodas de conversa) e tecnologia (planilha), visando a prevenção da obesidade e o fortalecimento do PSE no Distrito Federal.
Metodologia
Os residentes do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica- Fiocruz Brasília desenvolveram em três escolas do Riacho Fundo I/ DF as intervenções: avaliação antropométrica com criação de uma planilha de Excel que facilitou a coleta e classificação dos dados (peso, altura, IMC por percentis OMS) e atividades lúdicas: teatro de fantoches sobre a importância de consumir o lanche oferecido na escola para crianças de 6-9 anos e rodas de conversa com vídeos curtos para 9-11 anos.
Resultados
Destaca-se dentre os benefícios da intervenção o fato das crianças identificadas com risco nutricional ou necessidades específicas receberem atendimento na UBS, incluindo avaliação clínica e orientação nutricional às famílias. Como aprendizados, destacam-se a importância de estratégias mais efetivas para envolver os familiares e a contínua adaptação das abordagens educativas às diferentes idades, sempre priorizando uma avaliação antropométrica acolhedora e não estigmatizante.
Análise Crítica
A experiência destacou que a planilha agilizou a vigilância nutricional e o teatro de fantoches mostrou-se uma ferramenta dinâmica e eficaz na promoção da alimentação saudável. A integração saúde-educação foi fundamental, incluindo crianças antes não alcançadas pelo SUS e fortalecendo o PSE como estratégia de equidade. A experiência reforçou que ações conjuntas entre saúde e educação não só potencializam resultados como criam oportunidades concretas de transformação na saúde das crianças.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a integração entre vigilância nutricional automatizada e EAN lúdica potencializa o PSE. Planejamos expandir a planilha eletrônica para outras escolas; criar estratégias específicas para envolver as famílias nas intervenções; manter o acompanhamento nutricional e multiprofissional na UBS; desenvolver materiais pedagógicos curtos e interativos; fortalecer a articulação intersetorial contínua entre saúde e educação.
INTERVENÇÃO E EDUCAÇÃO PERMANENTE COMO ESTRATÉGIA PARA O FORTALECIMENTO DO SERVIÇO DE ATENÇÃO DOMICILIAR - SAD MACEIÓ
Pôster Eletrônico
1 UFAL/SMS de Maceió
2 SMS de Maceió
3 Faculdade de Medicina (FAMED/UFAL)
4 Faculdade de Medicina (CESMAC)
5 Sala de Cuidados Antonio Piranema (SCAP/NUSP/FAMED/UFAL)
Período de Realização
Outubro de 2024 a maio de 2025.
Objeto da experiência
A Educação permanente e a qualificação contínua das equipes multiprofissionais do SAD, utilizando o PTS eficaz, comunicação assertiva e escuta ativa.
Objetivos
• Qualificar continuamente as equipes multiprofissionais;
• Melhorar os processos, práticas e educação permanente em saúde;
• Analisar o impacto dessa ação com as equipes no cuidado e construção do PTS dos pacientes elegíveis ao SAD;
• Assegurar a assertividade na transição do cuidado do SAD para a APS.
Metodologia
A estratégia da educação permanente surge da necessidade de qualificar as intervenções das equipes multiprofissionais, referente ao cuidado individualizado e personalizado ao paciente, família e/ou cuidador, garantindo a integralidade do cuidado e a transição para a APS.
Realizaram-se análises de prontuários; avaliação qualitativa dos PTS; reuniões com as equipes; e oito capacitações sobre a construção do PTS eficaz, enfatizando a comunicação assertiva e a escuta ativa de todos os atores.
Resultados
Qualificação das equipes; otimização do processo de cuidado; melhora na qualidade dos PTS, com maior clareza na definição de objetivos, ações e responsabilidades da equipe e paciente/família.
Na formação dos profissionais de saúde, contribuiu para a compreensão da relevância de um atendimento humanizado e individualizado, centrado na pessoa, com o paciente como ator principal, seus cuidadores e familiares como parte fundamental no processo de cuidar e as equipes como suporte de educação e apoio.
Análise Crítica
A ênfase na elaboração do PTS como um processo dinâmico e participativo resultou em planos mais individualizados e alinhados com as demandas específicas de cada caso.
Observou-se uma melhora na agilidade das intervenções, o que impactou positivamente no tempo de permanência dos pacientes no SAD. A educação permanente contribui significativamente para um melhor gerenciamento de casos.
A melhor integração entre as redes assegura uma continuidade no cuidado e uma assistência integral ao usuário.
Conclusões e/ou Recomendações
A comunicação tornou-se mais fluida e transparente, fortalecendo o vínculo terapêutico e a corresponsabilidade no cuidado. A prática da escuta atenta foi fundamental para uma compreensão aprofundada do contexto familiar e das necessidades individuais.
Essa abordagem deve ser complementada pela reavaliação e análise crítica sistemática de prontuários e planos terapêuticos, assegurando a transição do cuidado e a oferta de uma assistência integral.
FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE ATRAVÉS DA INTEGRAÇÃO COM A REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE - RAS, TERRITORIALIZAÇÃO E GESTÃO POR INDICADORES EM TAUÁ (CE)
Pôster Eletrônico
1 IEGO
2 SESA - TAUÁ
Período de Realização
Fevereiro de 2023 a junho de 2025.
Objeto da experiência
Reorganização dos processos de trabalho da APS com foco em territorialização, integração com a Rede de Atenção à Saúde - RAS e gestão por indicadores.
Objetivos
Qualificar a APS por meio de estratégias de territorialização, estratificação de risco, integração entre os pontos da RAS e fortalecimento da gestão baseada em dados, promovendo maior efetividade do cuidado e articulação em rede.
Metodologia
A experiência foi conduzida a partir de eixos estratégicos que orientaram ações territoriais, formativas e de gestão. Incluiu oficinas com as equipes da APS e RAS, construção de fluxos, atualização de cadastro e estratificação de risco, adoção de um sistema informatizado de regulação e realização de um fórum científico local. As estratégias foram guiadas por dados epidemiológicos, pactuações intersetoriais e práticas de educação permanente.
Resultados
Houve aumento da cobertura territorial qualificada, ampliação da estratificação de risco e reorganização das linhas de cuidado. O sistema de referência e contrarreferência ampliou a integração entre APS e serviços especializados. Ações educativas resultaram em maior adesão das equipes e produção científica. Observou-se maior resolutividade da APS e uso sistemático de indicadores para gestão.
Análise Crítica
A experiência evidenciou que o fortalecimento da APS exige articulação intersetorial, liderança compartilhada e uso estratégico de informações em saúde. O envolvimento ativo das equipes, somado à formação crítica, fortaleceu a cultura de avaliação e planejamento. Identificou-se como desafio a superação de barreiras estruturais e resistências institucionais, enfrentadas com pactuações e processos formativos contínuos.
Conclusões e/ou Recomendações
A integração da APS com a RAS, associada à territorialização e ao uso intensivo de indicadores, qualificou a atenção e ampliou a capacidade de resposta do sistema local. Recomenda-se que outros territórios adotem estratégias semelhantes, considerando as especificidades locais, investindo em gestão participativa, educação permanente e articulação entre serviços como pilares para o fortalecimento do SUS.
JARDIM TERAPÊUTICO COMO PROMOTOR DE CUIDADO NA APS: RELATO DE RESIDENTES DA E-MULTI
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal de Sorocaba
Período de Realização
Participação dos residentes no grupo de abril de 2024 a março de 2025
Objeto da experiência
Vivência de residentes em grupo terapêutico na APS, utilizando o jardim como recurso de promoção de cuidado em relação ao luto e aos ciclos da vida.
Objetivos
O grupo foi idealizado após a pandemia do covid-19 como espaço de cuidado em saúde mental, promovendo acolhimento, vínculos e cuidado integral nos ciclos de vida e processo de luto. Com a inserção dos residentes em 2024 passou a compreender também novas possibilidades de cuidado.
Descrição da experiência
O “Jardim Terapêutico das Memórias” foi realizado por residentes e profissionais de uma Unidade de Saúde da Família em Sorocaba/SP. Os encontros semanais incluíram rodas de conversa com temas da biodiversidade local, ciclo das estações em conjunto com cultivo e manejo de canteiros criando paralelos com vivências pessoais, refletindo sobre os diferentes ciclos que permeiam a vida e ressignificando o luto.
Resultados
O jardim tornou-se espaço de conexão e cuidado coletivo. Nas rodas de conversa, surgiram temas como pertencimento, alívio emocional, ressignificação do luto e fortalecimento de vínculos. A experiência favoreceu a escuta qualificada e maior articulação entre comunidade e UBS. Os residentes ampliaram seu olhar sobre o sofrimento psíquico e fortaleceram práticas interdisciplinares na APS.
Aprendizado e análise crítica
A vivência evidenciou a potência dos espaços terapêuticos na APS diante de temas sensíveis como o luto. A utilização do jardim como recurso simbólico e vivencial viabilizou a expressão do sofrimento, fortalecendo vínculos e o cuidado em rede além de possibilitar o contato com a natureza. Essa experiência destacou a atuação dos residentes multiprofissionais na construção de estratégias de cuidado integradas, sensíveis ao território e aos ciclos da vida.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência evidenciou o potencial do jardim como recurso terapêutico no cuidado ao luto e aos ciclos de vida na APS, promovendo acolhimento e expressão. Recomenda-se o fortalecimento de ações sensíveis a cada território, com apoio da gestão, formação das equipes e protagonismo dos residentes na humanização e inovação do SUS.
VIVÊNCIA DE UMA RESIDENTE EM ODONTOLOGIA NA CAMPANHA DE PREVENÇÃO DO CÂNCER BUCAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 UFSCAR
Período de Realização
A campanha foi realizada durante o mês de maio, em um município de grande porte no estado de SP.
Objeto da experiência
A ação teve como público-alvo os usuários com mais de 20 anos, sendo prioridade aqueles com mais de 60 anos, além de fumantes e/ou etilistas.
Objetivos
Relatar a experiência trilhada durante a residência multiprofissional na campanha de prevenção do câncer bucal, destacando a importância da capacitação técnica na atenção primária, a fim de alcançar o diagnóstico precoce das desordens malignas e potencialmente malignas, visando à promoção da saúde.
Metodologia
A campanha foi precedida por dois encontros para capacitação em desordens potencialmente malignas orais, ofertada aos dentistas da rede. Durante o mês de maio, os atendimentos vespertinos nas unidades foram direcionados à avaliação para identificação de possíveis lesões, sendo aquelas malignas ou com potencial de malignidade encaminhadas para a atenção secundária. Além disso, foram realizadas visitas externas ao CAPS e a duas Instituição de Longa Permanência para Idosos da cidade.
Resultados
A experiência proporcionou um aprendizado significativo no que tange a identificação clínica de lesões orais e na articulação com os serviços especializados. Obteve-se o fortalecimento do vínculo entre profissionais e usuários, além do reconhecimento, tanto por parte da população quanto da equipe, da campanha como uma estratégia de grande relevância para o cuidado em saúde bucal coletiva.
Análise Crítica
A participação ativa na campanha favoreceu o aprimoramento técnico-científico na residência, contribuindo para o desenvolvimento do olhar crítico diante das necessidades do território. Desafios como a limitação de horários e a falta de um fluxo definido para as demais demandas bucais, em avaliações externas, foram evidenciados. No entanto, a vivência prática, guiada por profissionais experientes, demonstrou a importância de uma atuação pautada no cuidado ampliado, integral e interprofissional.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a experiência foi enriquecedora, consolidando a importância das campanhas preventivas como ferramentas de cuidado e educação em saúde. Recomenda-se ampliar o tempo destinado à campanha, intensificar visitas domiciliares e assegurar a continuidade do cuidado para demandas odontológicas identificadas. A atuação colaborativa fortalece o vínculo com o território e contribui para uma abordagem mais eficaz e humanizada em saúde bucal.
SAÚDE MATERNO INFANTIL NO CONTEXTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE CUBA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ/PE
2 FIOCRUZ/DF
Período de Realização
O estágio foi realizado em Havana, Cuba, no período de 21/04/2025 a 09/05/2025.
Objeto da experiência
Imersão dos discentes dos programas de residência da Fiocruz no Sistema Nacional de Saúde Cubano, com ênfase na Atenção Primária.
Objetivos
Descrever a experiência do estágio internacional na Atenção Primária do Sistema Nacional de Saúde Cubano, com ênfase no Programa de Saúde Materno Infantil.
Metodologia
Foi realizado um estágio internacional, parceria da Fundação Oswaldo Cruz-FIOCRUZ e Escola Nacional de Saúde Pública de Cuba-ENSAP, onde participaram 17 residentes de programas cujo objeto está relacionado ao objetivo do estágio. A experiência consistiu na participação da V Convenção Internacional Cuba Salud 2025 e duas semanas de estágio com visitas técnicas a diversos dispositivos da Atenção Primária cubana e rodas de discussão sobre os aspectos visualizados nas visitas.
Resultados
O principal enfoque do sistema de saúde cubano consiste na saúde materno infantil. Durante o pré-natal são realizados no mínimo 10 consultas, com o médico de saúde da família e outros especialistas, como geneticista, ginecologista obstetra e demais especialidades identificadas nos atendimentos. Além disso, há dispositivos como Hogar Materno para atenção integral às gestantes com riscos biopsicossociais e no puerpério são realizadas visitas domiciliares diárias pelo médico de saúde da família.
Análise Crítica
O vínculo na APS é um fator chave para qualidade da saúde materno infantil, onde os profissionais reconhecem as necessidades a partir olhar ampliado do processo de saúde dos comunitários. Outro ponto observado é a participação do parceiro durante o pré-natal e puerpério, sendo incentivada e efetivada na APS cubana e esses são alguns dos fatores que refletem nos indicadores de saúde com realidades como a erradicação da transmissão vertical da sífilis e HIV.
Conclusões e/ou Recomendações
A vivência possibilitou observar que as tecnologias leves do cuidado, como vínculo e uma formação profissional mais ampliada são elementos chaves para uma atenção à saúde materno infantil de qualidade. Desse modo, essas questões são primordiais para discussão e possível incorporação ou ampliação no âmbito do Sistema Único de Saúde e no processo de formação dos profissionais de saúde.
INFÂNCIA, EQUIDADE E DIREITO AO CUIDADO: GRUPO INTERDISCIPLINAR DE ESTIMULAÇÃO PARA CRIANÇAS COM DIFICULDADES ESCOLARES NA APS
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal de Sorocaba
Período de Realização
Julho a outubro de 2024.
Objeto da experiência
Relato de experiência do grupo Superando Dificuldades Escolares para crianças com dificuldades de aprendizagem e socialização no ambiente escolar.
Objetivos
Relatar promoção do cuidado integral e equitativo para crianças com dificuldades no ambiente escolar através do grupo interdisciplinar Superando Dificuldades Escolares, realizado em uma USF de Sorocaba e a partir da demanda territorial visou fortalecer habilidades sociais, cognitivas e emocionais.
Descrição da experiência
O grupo Superando Dificuldades Escolares foi realizado por residentes da E-multi em uma USF de Sorocaba, com encontros semanais focados em crianças do ensino fundamental I. As atividades combinaram dinâmicas, jogos e rodas de conversa, trabalhando aspectos emocionais, cognitivos e sociais. O grupo possibilitou articular o cuidado em saúde, o acesso à educação e a orientação familiar, promovendo a corresponsabilização de um cuidado integral e interdisciplinar.
Resultados
Observou-se nos encontros o fortalecimento das crianças quanto à expressão de sentimentos, na socialização, autoestima, convivência em grupo e reconhecimento das potencialidades. A prática ampliou a escuta qualificada das demandas infantis e familiares, as famílias relataram maior compreensão sobre as necessidades das crianças, o que fortaleceu a rede de apoio e contribuiu para a continuidade do cuidado fora do espaço grupal evidenciando a influência dos determinantes sociais na aprendizagem.
Aprendizado e análise crítica
A experiência afirmou a importância do cuidado interdisciplinar e grupal na APS para olhar as demandas da infância, compreendendo-as como fenômenos complexos e sociais, e não apenas clínicos. Destacou-se a potência do grupo como estratégia de promoção da saúde envolvendo ativamente as famílias no cuidado. A residência impulsionou inovações no cuidado, evidenciando o papel da APS na promoção da equidade e na democratização do acesso ao cuidado infantil.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a ampliação de estratégias interprofissionais na APS que respondam às necessidades do território, articulando saúde, educação e políticas sociais. O grupo foi potente para a promoção do desenvolvimento integral das crianças, redução das desigualdades e garantia do direito ao cuidado na infância. Sua efetividade exige apoio institucional, formação permanente das equipes e reconhecimento da infância como campo nas políticas públicas.
MAPA VIVO DO TERRITÓRIO COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM SERVIÇO COM RESIDENTES DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM CAMPO GRANDE-MS
Pôster Eletrônico
1 UEMS
Período de Realização
Março a abril de 2025
Objeto da experiência
Diagnóstico territorial participativo com foco nos atributos da APS em unidade de saúde da família urbana.
Objetivos
Relatar a experiência de residentes multiprofissionais na construção de um diagnóstico situacional ampliado, por meio da elaboração de um Mapa Vivo do Território em uma USF de Campo Grande-MS, visando identificar barreiras de acesso, serviços locais e atributos da APS.
Metodologia
A experiência ocorreu na USF Aero Itália, com residentes da Residência Multiprofissional da UEMS. Foram utilizados: (1) levantamento de dados secundários; (2) aplicação do PCATool-Brasil; (3) construção de mapas participativos; (4) análise de indicadores de acesso e integralidade. Os resultados foram organizados em um “Mapa Vivo” apresentado à equipe da unidade.
Resultados
Os residentes identificaram bons indicadores de acolhimento e resolutividade, mas também fragilidades em ações educativas e comunicação remota. A experiência favoreceu a reflexão crítica sobre a APS, fortalecendo o vínculo com o território e promovendo a articulação entre teoria e prática no cotidiano do serviço.
Análise Crítica
A atividade desenvolveu competências analíticas e comunicativas dos residentes, favorecendo o entendimento ampliado dos determinantes sociais. A escuta qualificada e a valorização do território como espaço pedagógico fortaleceram a perspectiva de cuidado integral e colaborativo.
Conclusões e/ou Recomendações
A construção do Mapa Vivo demonstrou-se uma ferramenta potente para a educação em saúde e para o fortalecimento da APS. Recomenda-se sua replicação como estratégia de diagnóstico participativo e qualificação das ações locais, especialmente em contextos de formação em serviço.
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES: UMA EXPERIÊNCIA DE CAMPO COM PROFISSIONAIS DE UBS
Pôster Eletrônico
1 Unicesumar
Período de Realização
A ida à campo ocorreu entre os meses de Março e Maio de 2025.
Objeto da experiência
Dez Unidades Básicas de Saúde (UBS) localizadas na cidade de Maringá, Paraná.
Objetivos
Analisar a violência doméstica validando tanto os discursos das mulheres agredidas quanto das profissionais que lhes prestam atendimento, as enfermeiras e técnicas de enfermagem, de modo a conhecer as representações sociais da violência e as práticas efetivas de cuidado.
Metodologia
Primeiras visitas às UBS, para apresentação da pesquisa à Direção e, posteriormente, contato com profissionais da enfermagem (enfermeiras e técnicas de enfermagem). Deste primeiro contato, resultou-se a escuta de relatos iniciais sobre as experiências no atendimento à mulheres em situação de violência na Atenção Primária à Saúde. Solicitou-se também às profissionais, a intermediação com essas mulheres — para que pudessem aceitar o convite à uma entrevista individual posterior a ser agendada.
Resultados
Emergiram falas relevantes das profissionais sobre as dificuldades em identificar sinais de violência doméstica nas usuárias atendidas, bem como a naturalização de certos contextos de violência e a insegurança em abordar o tema durante o cuidado em saúde. Mais do que relatar achados preliminares, a proposta permitiu o encontro com os atravessamentos éticos e afetivos que tensionam as fronteiras entre o atendimento e a implicação nas realidades vividas pelas participantes.
Análise Crítica
Mobilizou-se não apenas relatos objetivos de práticas de cuidado, mas também afetos e angústias; demandas que ultrapassam o escopo da investigação. Os silêncios, as hesitações no falar, as pausas prolongadas e olhares entrecruzados não se deviam apenas à falta de capacitação, mas também a um contexto de trabalho atravessado por precarizações institucionais e inseguranças — indícios de que a violência atravessa o cotidiano da Atenção Primária de modo difuso e estrutural.
Conclusões e/ou Recomendações
Revela-se o tabu do tema no contexto da saúde. Os relatos confirmam medo de envolvimento das profissionais e conflitos entre valores pessoais e condutas. O percurso até aqui reafirma a importância de pesquisas que reconheçam o campo como espaço de relação, vínculo e poder — e não como mero repositório de dados, a fim de fortalecer práticas de cuidado ético e acolhedor, e favorecer a adesão de profissionais à futuras pesquisas e ações na área.
CAPACITAÇÃO DE AGENTES COMUNITÁRIAS DE SAÚDE (ACS) SOBRE ROTULAGEM NUTRICIONAL E NÍVEIS DE PROCESSAMENTO DE ALIMENTOS EM UM CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE GOIÂNIA-GO
Pôster Eletrônico
1 UFG
Período de Realização
Abril a maio de 2024
Objeto da experiência
Capacitação de ACS sobre rotulagem nutricional e classificação dos alimentos conforme processamento segundo o guia alimentar da população brasileira.
Objetivos
Capacitar ACS de uma Unidade básica de saúde de Goiânia-GO acerca da rotulagem nutricional, em especial as mensagens de alerta frontal e sua interface com o Guia alimentar da população brasileira, para qualificar sua atuação em educação alimentar e nutricional no território.
Metodologia
A atividade integrou ação extensionista (EV375‑2024 – PROEC/UFG) vinculada à disciplina Nutrição e Saúde Pública II, da Faculdade de Nutrição- UFG, no CSF Ville de France. Discentes, sob supervisão docente, elaboraram um e-book explicativo sobre a nova rotulagem nutricional (RDC 429/2020 e IN 75/2020) e os níveis de processamentos de alimentos. A capacitação incluiu palestra, dinâmicas com embalagens e avaliação do conteúdo, finalizando com café da manhã temático e entrega de certificados.
Resultados
A atividade possibilitou participação ativa pelas ACS, que demonstraram interesse e valorização do conteúdo discutido. Identificou-se pouca familiaridade prévia com os critérios de rotulagem, mas percepção clara do impacto dos alertas frontais na escolha alimentar. Houve reconhecimento da importância da rotulagem como ferramenta de promoção da saúde no cotidiano do SUS e o processo fortaleceu a confiança para inserir esses temas na rotina educativa.
Análise Crítica
A experiência evidenciou o potencial da extensão universitária para aproximar conhecimento técnico da prática cotidiana no SUS. Mostrou a relevância da rotulagem nutricional como instrumento de educação alimentar e nutricional, além de destacar a importância da formação contínua das ACS, articulando saber científico promovido por discentes de nutrição, ampliando seu conhecimento e valorizando o seu papel estratégico na atenção primária à saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a implementação contínua de formação para ACS sobre legislação e práticas alimentares, bem como temas da nutrição aplicada à saúde pública, com uso de metodologias participativas, materiais interativos e de fácil acesso que fortalecem a ação desses profissionais, para ampliar o alcance da educação alimentar e nutricional sobre rotulagem nutricional promovendo escolhas alimentares mais conscientes e saudáveis.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO PRÉ-NATAL: USO DE INFORMATIVOS COMO FERRAMENTA EDUCATIVA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 PMSJ
2 UFSC
Período de Realização
As ações ocorreram de janeiro de 2023 a junho de 2025.
Objeto da experiência
Uso de informativos escritos com orientações às gestantes durante as consultas de acompanhamento de pré-natal.
Objetivos
Relatar a experiência da utilização de materiais educativos escritos como estratégia para fortalecer a educação em saúde no pré-natal, promovendo autonomia da gestante, qualificação do cuidado e ampliação do acesso à informação durante a gestação, parto e o puerpério.
Metodologia
Durante as consultas de pré-natal, foram entregues às gestantes informativos impressos abordando temas como prevenção da toxoplasmose, uso de chás, alimentação, higiene bucal, amamentação, alongamentos, preparação da bolsa da mãe e bebê para maternidade, acompanhamento da mulher no pós-parto, acompanhamento do crescimento e desenvolvimento do bebê. Os materiais foram entregues conforme a etapa gestacional, com explicações dialogadas, visando reforçar a compreensão e o protagonismo da gestante.
Resultados
As gestantes demonstraram maior interesse e participação nas consultas, abordando suas dúvidas a partir dos materiais entregues. Observou-se melhora na adesão às orientações, além disso, a entrega dos informativos fortaleceu o vínculo com a equipe e promoveu maior segurança das gestantes. A estratégia também facilitou o trabalho educativo dos profissionais de saúde, garantindo a continuidade das orientações mesmo fora da unidade.
Análise Crítica
A prática mostrou que materiais simples, quando bem contextualizados, são eficazes na educação em saúde. A entrega dos informativos potencializou o diálogo, respeitando os diferentes ritmos de aprendizagem. No entanto, exigiu atenção à linguagem acessível e à personalização do conteúdo. A ação também revelou a importância do reforço verbal e da escuta qualificada, auxiliando a complementar e melhorar as consultas dos profissionais de saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
O uso de informativos escritos é uma ferramenta viável, de baixo custo e com bom retorno educativo no pré-natal. Recomenda-se sua incorporação como prática regular nas consultas dos profissionais da Atenção Primária, com atualização constante dos temas e linguagem acessível. É importante garantir que essa ação esteja integrada ao acolhimento e à escuta ativa, promovendo cuidado humanizado e centrado na mulher e sua família.
TERRITORIALIZAÇÃO NA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EM DOIS MUNICÍPIOS NO INTERIOR DA BAHIA.
Pôster Eletrônico
1 UESC
2 ESPBA
Período de Realização
O presente relato de experiência aconteceu no período de março a maio do ano de 2025.
Objeto da experiência
Processo de Territorialização em dois municípios do interior da Bahia, através do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família.
Objetivos
O resumo tem como objetivo relatar a atividade de inserção do residente no território em dois municípios distintos da Bahia, quais as metodologias adotadas, além de como este processo contribuiu para a formação profissional enquanto residentes.
Descrição da experiência
A territorialização possui um papel essencial na identificação e no mapeamento das necessidades de saúde de uma população, considerando aspectos biopsicossociais, culturais e demográficos. Este relato descreve a experiência de territorialização de três nutricionistas, residentes em Saúde da Família, alocadas em dois municípios de regiões distintas da Bahia: duas no litoral sul, e outra no centro-norte. A territorialização possui 3 fases: Preparatória, Coleta de dados e Análise das informações.
Resultados
Na primeira fase, foi planejado o estudo do território. Na segunda, foram coletados os dados, os primários partiram da escuta dos usuários e profissionais de saúde das unidades, além da observação in loco realizada nos passeios ambientais. Já os secundários, de bancos de dados como DATASUS, IBGE, SISAB, SISVAN. Na terceira fase, foram identificadas as necessidades da população, doenças mais prevalentes do território, determinantes da saúde e recursos disponíveis para o cuidado integral da saúde.
Aprendizado e análise crítica
O processo de territorialização permitiu a ampliação do olhar acerca do território, possibilitando melhor entendimento do mesmo, consequentemente, das causas sociais que permeiam o processo saúde-doença. Além disso, possibilitou também revelar especificidades importantes entre os municípios, como diferenças no acesso aos serviços de saúde, saneamento básico, exposição a riscos ambientais, acesso a lazer, educação, organização das redes de apoio dos territórios e da atuação multiprofissional.
Conclusões e/ou Recomendações
Apesar dos desafios como falta de dados e limitação de recursos, essa experiência foi enriquecedora. Permitiu reflexão para a importância do processo de territorialização na promoção de saúde, olhar crítico para a gestão do território e de condutas para esse público. A análise também permitiu a inserção do profissional nesse ambiente, promoveu o vínculo com os usuários, o trabalho em equipe e contribuiu para a formação profissional da residência.
DESAFIOS NA CONSTRUÇÃO DE OFICINAS SOBRE INFORMAÇÃO E REGISTRO EM SAÚDE PARA EQUIPES DE CONSULTÓRIO NA RUA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Pôster Eletrônico
1 SES-RJ
2 FIOCRUZ
Período de Realização
O planejamento das oficinas iniciou em outubro de 2024 e foram realizadas em maio e junho de 2025.
Objeto da experiência
Criação e execução de oficinas formativas sobre promoção e qualidade da informação em saúde para equipes de Consultório na Rua do ERJ.
Objetivos
Fomentar a promoção e qualificação das práticas de registro em saúde nas eCR do ERJ, promover reflexão crítica sobre o papel da informação em saúde e fortalecer os registros como ferramentas de cuidado, gestão e defesa de direitos das populações em situação de rua.
Metodologia
As oficinas foram idealizadas por meio de parceria entre a SES-RJ e o EPSJV/Fiocruz, a partir de encontros onde se discutiu a temática e as especificidades da eCR. Foram propostas três oficinas, com possibilidade de ampliação. O processo enfrentou desafios metodológicos e logísticos, e buscou promover o diálogo entre práticas de cuidado, sistemas de informação e os princípios da saúde coletiva, a partir das realidades distintas dos territórios de atuação das equipes.
Resultados
As oficinas propiciaram um potente espaços de escuta e troca entre as equipes, apresentaram necessidade de ações concretas a serem encaminhadas nas diferentes esferas da gestão, quanto a garantia de infraestrutura para funcionamento das eCR, com condições materiais, recursos humanos e insumos essenciais. Além das limitações dos sistemas oficiais, a invisibilidade das práticas ampliadas das eCR e a escassa devolutiva institucional dos dados.
Análise Crítica
Evidencia-se o desafio de debater sobre o valor político e ético dos registros quando se sobressai uma diversidade de condições do acesso às ferramentas de registro de saúde, desconexão entre o cotidiano das eCR e os dados apresentados nos sistemas de informação. O processo formativo mostrou que os registros precisam refletir o trabalho real e que sua qualificação depende de investimento em formação crítica, escuta institucional contínua para viabilizar um cuidado efetivo, contínuo e digno.
Conclusões e/ou Recomendações
As equipes recomendaram a criação de nota técnica, visitas técnicas da SES aos municípios, intercâmbio entre eCR, ampliação dos encontros formativos e GT regional com as eCR. Também sugeriram materiais que orientem o acesso e uso das informações produzidas. A experiência aponta que registros qualificados são fundamentais para gestão, cuidado e garantia de direitos.
EMULTI, ESF E EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE: UM OLHAR PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE E AS REDES VIVAS NO TERRITÓRIO
Pôster Eletrônico
1 SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE MACEIÓ
2 PROFSAÚDE - UFAL
3 UNCISAL
Período de Realização
A atividade foi desenvolvida no período de março de 2025 a junho de 2025 .
Objeto da experiência
Construir um plano de intervenção voltado para promoção a saúde em uma ESF coberta pela eMulti em Maceió/AL
Objetivos
Descrever a experiência de construção e desenvolvimento de um plano de intervenção para promoção a saúde no território de uma ESF coberta pela eMulti em Maceió/AL.
Metodologia
O plano de intervenção foi desenvolvido no contexto da atividade avaliativa da disciplina Promoção a Saúde do Mestrado Profissional em Saúde da Família (ProfSaúde), direcionado pela metodologia da cartografia social e da educação popular em saúde. O percurso metodológico foi dividido em blocos: construção do planejamento, metodologia e estratégias, compartilhamentos, construção de cronograma e das estratégias de avaliação e a sua implementação.
Resultados
Realizou-se o mapeamento do território em uma área da ESF estudada, por meio do exercício de territorialização e da cartografia social. O grupo de mulheres oficineiras foi escolhido pela necessidade de ampliação do acesso e vínculo destas usuárias com equipe. Após o relato das necessidades das mulheres as práticas integrativas foram escolhidas considerando o potencial dessas estratégias para o fortalecimento de vínculo, autonomia, acesso, integralidade e autocuidado.
Análise Crítica
Manter aproximação e articulação com esses espaços e as lideranças das redes vivas pode ampliar a potência do cuidado no território, fortalecendo a abordagem integral e humanizada da saúde na APS. Essa articulação é importante no processo para garantir um cuidado mais próximo das necessidades da população, bem como reconhecer a diversidade de saberes e práticas que existem nos territórios, nos quais as equipes de saúde estão situadas e desenvolvem práticas na gestão do cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
A realização de oficinas baseadas na Educação Popular, contribui para o fortalecimento da autonomia, acesso e integralidade do cuidado. Foram promovidos momentos de integração, reflexões, partilhas, valorizando o saber e estimulando o protagonismo das mulheres, na construção do autocuidado em saúde. A intervenção interprofissional eMult, ESF e RMSF estimula a troca de conhecimento, superando a abordagem verticalizada e a fragmentação do cuidado.
RELATO DE EXPERIÊNCIA: SEVIÇOS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE REALIZADOS ATRAVÉS DA UBSF ABARÉ, A COMUNIDADES TRADICIONAIS NO INTERIOR DA AMAZÔNIA PARAENSE.
Pôster Eletrônico
1 UFOPA
2 UCB
3 SEMSA
4 IESPES
5 SEDUC/PA
6 UFPE
Período de Realização
A experiência compartilhada no presente relato ocorreu no período de 10 a 20 de março de 2025.
Objeto da experiência
Prestação de serviços de atenção primária à saúde, ofertados através da Unidade Básica de Saúde Fluvial Abaré, às comunidades ribeirinhas da Amazônia.
Objetivos
Descrever a experiência exitosa da prestação de serviços de atenção primária à saúde ofertados pela Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF) Abaré, abordando os resultados alcançados no atendimento a quarenta e uma comunidades ribeirinhas localizadas às margens do Rio Tapajós, no Baixo Amazonas.
Descrição da experiência
Os serviços prestados pela UBSF Abaré ocorrem no período das 8 às 12 horas, em uma comunidade, e das 14 às 18 horas, em outra. Através da equipe multiprofissional realiza-se consultas médicas e de enfermagem; atendimento odontológico; dispensação de medicamentos; e exames clínicos, no interior da embarcação, além de visita médica domiciliar; imunização e atividades de educação em saúde, na comunidade. A maioria dos serviços são previamente agendados pelos Agentes Comunitário de Saúde (ACSs).
Resultados
Chama a atenção a organização do trabalho da equipe de saúde da família fluvial do Abaré cuja dinâmica propicia a resolutividade da maioria dos atendimentos, visto que o paciente para além das consultas clínicas, tem acesso a exames, garantindo maior precisão no diagnóstico e medicamentos, para tratar de imediato, a patologia apresentada. Entretanto, percebe-se também grande carência de consultas de médicos especialistas e demais serviços de média e alta complexidade.
Aprendizado e análise crítica
Esse cenário evidencia a grande vulnerabilidade das comunidades ribeirinhas. A dificuldade de chegar aos centros urbanos faz da UBSF Abaré um pilar essencial para garantir o direito à saúde de quem vive às margens do rio. Vivenciar essa realidade deixa claro o quanto é urgente investir e ampliar modelos de atendimento que respeitem as características da Amazônia. Em muitas dessas comunidades, o acesso à atenção primária à saúde ainda é distante — quase um privilégio — e isso precisa mudar.
Conclusões e/ou Recomendações
A análise aprofundada da vivência com o Abaré revela que sua importância não se limita à assistência imediata. O trabalho da equipe multiprofissional contribui significativamente para a prevenção de agravos à saúde, um pilar fundamental da atenção primária. Mais do que isso, a presença e o serviço dessa UBSF são cruciais para a redução das profundas desigualdades no acesso ao Sistema Único de Saúde que historicamente afetam essas comunidades.
GRUPO BEM CRESCER E O RESGATE DA PUERICULTURA EM UMA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE BOTUVERÁ - SC
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Saúde de Botuverá
Período de Realização
Projeto inciado em março de 2025, em andamento.
Objeto da experiência
Criação de um grupo de puericultura focado em atividades para o estímulo do desenvolvimento da criança, conforme os marcos do desenvolvimento.
Objetivos
- Fortalecimento do vínculo com as famílias participantes;
- Aumento da assiduidade em consultas de puericultura;
- Diminuição da incidência no atraso do Desenvolvimento Neuropsicomotor das crianças participantes;
Metodologia
O Grupo Bem Crescer foi criado a partir da vivência da baixa adesão das famílias às consultas de puericultura e da identificação de atrasos no desenvolvimento, principalmente dos marcos motores. A participação de Fisioterapeuta é fixa em todos os encontros, pois o atraso motor é o mais evidente no público-alvo. Realizaram-se dois encontros, o primeiro com crianças de 3 a 6 meses; e de 7 a 12 meses, participaram profissionais da Enfermagem, Fonoaudiologia, Odontologia e Nutrição.
Resultados
No primeiro encontro, houve uma participação de 36,36% do público-alvo, sendo orientado sobre estímulos para o desenvolvimento motor para a idade, como realizar lavagem nasal e Manobra de Heimlich e Introdução Alimentar. No segundo encontro houve baixa adesão, com apenas uma criança e familiar participante, houve então também o matriciamento dos demais profissionais presentes sobre, estímulos para o desenvolvimento motor, estímulos para a fala e cuidados com a dentição decídua.
Análise Crítica
A realização de grupos no SUS depende de fatores humanos para seu sucesso, o convite para o grupo realizado pelo Agente Comunitário de Saúde é de extrema importância, assim como a participação deste profissional na ação, pois este é ponte do profissional com o paciente. A menor adesão na participação do segundo encontro com crianças de 7 a 12 meses pode ser justificada pelo fim da licença maternidade das mães, que são as cuidadoras principais.
Conclusões e/ou Recomendações
A realização do Grupo Bem Crescer nos proporcionou o fortalecimento do vínculo com a s famílias participantes, onde nos tornamos profissionais referência do cuidado da criança dentro da unidade de saúde. O cuidado da criança no SUS é desafiador, pois depende da disponibilidade e responsabilização dos pais, assim como de estabelecer vínculo de confiança com as famílias, principalmente quando se discute sobre atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor.
ADESÃO AO CENSO NACIONAL DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DO SUS: A EXPERIÊNCIA NO ESTADO DE ALAGOAS
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas
2 Secretaria Municipal de Saúde de Recife
Período de Realização
A experiência iniciou-se em seis de maio de 2024, findando em 22 de agosto do mesmo ano.
Objeto da experiência
Apoio aos municípios de Alagoas na adesão à iniciativa Censo das UBS do SUS, que busca realizar um diagnóstico abrangente da Atenção Primária à Saúde.
Objetivos
Apoiar os 102 municípios alagoanos a aderirem às etapas do Censo Nacional das UBS do SUS, que envolviam: adesão dos municípios à iniciativa, cadastro dos gestores e respondentes, assim como a coleta de dados por UBS, via questionário online, por meio da plataforma ministerial e-Gestor.
Descrição da experiência
Com uma equipe estadual composta por uma coordenadora e três animadoras, foi elaborado um Plano de Ação com estratégias para a realização qualificada das quatro etapas da iniciativa, sendo a última um questionário com 150 perguntas. As ações junto aos municípios basearam-se em atividades como reuniões virtuais e presenciais, apoio técnico individualizado, além de monitoramento contínuo, utilizando tecnologias de comunicação e integração intersetorial para garantir a adesão completa do Estado.
Resultados
As estratégias de apoio utilizadas resultaram em 1.021 UBS participantes, significando 100% de adesão e participação na iniciativa. No mais, frente às orientações constantes feitas pelas facilitadoras (animadoras), houve qualidade das informações coletadas e fortalecimento do diálogo entre gestão estadual e municipal, contribuindo para um melhor desempenho do Estado no diagnóstico das Unidades Básicas de Saúde.
Aprendizado e análise crítica
A combinação de metodologias ativas, articulação intersetorial e suporte técnico contínuo favoreceu o engajamento municipal. Desafios como instabilidade tecnológica exigiram escuta ativa e flexibilidade. Estratégias adaptáveis, centradas na realidade dos territórios, foram essenciais. O apoio técnico na aplicação do questionário estimulou reflexões sobre processos de trabalho e estrutura das UBS, fortalecendo a gestão do cuidado e a qualidade na APS do SUS.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a mobilização ativa, com apoio técnico, foi essencial para o sucesso da coleta. Recomenda-se replicar essa estratégia em outras ações do SUS, com planejamento participativo, uso de tecnologias de comunicação e valorização das especificidades locais, pois isso fortalece a gestão da APS e qualifica o trabalho das equipes, subsidiando decisões, investimentos e políticas públicas com base em dados concretos.
CENSO NACIONAL DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DO SUS: A EXPERIÊNCIA DO ESTADO DE SERGIPE
Pôster Eletrônico
1 ISC/UFBA
2 SMS N. S. do Socorro, SE
3 SMS de Campo de Brito, SE
Período de Realização
01/05 a 08/08/2024
Objeto da experiência
Realização de censo sobre infraestrutura e oferta de ações de unidades básicas de saúde em Sergipe, ação coordenada pelo Ministério da Saúde.
Objetivos
Relatar a operacionalização do trabalho de campo estado de Sergipe, para a realização do Censo Nacional das UBS, no qual os 75 municípios deveriam responder questionário eletrônico, hospedado em plataforma eletrônica do Ministério da Saúde, sobre 760 UBS elegíveis.
Metodologia
Foi criado um grupo condutor formado pela coordenação estadual de APS, secretaria executiva do colegiado Interfederativo e direção do COSEMS, com o suporte técnico de uma facilitadora e duas animadoras, permitindo as articulações e ações necessárias à adesão de 100% dos municípios, destacando-se a apresentação do Censo em assembleia do COSEMS e outros espaços, divulgação de cards, orientações técnicas para o preenchimento do questionário e monitoramento das respostas das UBS por município.
Resultados
Até a segunda semana de julho, 33% dos municípios não tinham acessado a plataforma federal e-gestor AB, exigindo um esforço dos atores envolvidos no incentivo aos municípios e no apoio à superação das dificuldades operacionais e políticas, o que permitiu que o estado de Sergipe tenha cumprido a meta de adesão ao Censo e resposta integral ao questionário pela totalidade das 760 UBS elegíveis até o final do prazo previsto.
Análise Crítica
- O WhatsApp foi um bom canal de comunicação com pronta resposta. Destaca-se o apoio do MS, da Rede APS, das apoiadoras do Cosems/SE e o papel das animadoras e facilitadora. O Censo competiu com os festejos juninos, com o diagnóstico do SUS Digital, com as eleições municipais e agenda da SES. Houve dificuldades na conectividade das SMS com a plataforma do e-gestor AB; certa fragilidade política das coordenações municipais e dependência da equipe local de TI.
Conclusões e/ou Recomendações
Participar do Censo foi um momento de aprendizado, de sensação de pertencimento à APS, de oportunidade de rever pessoas importantes na sua construção e continuar a lutar pela sua concretude, com apoio entre as instâncias gestoras do SUS. É ver a capilaridade da APS, em Rede, viva, atuante, capaz de se superar e crescer. Os dados coletados podem contribuir para a melhoria da APS e reforço de sua potência na organização do sistema.
O SABER E SER RESIDENTE EM SAÚDE DA FAMÍLIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ATIVIDADE COM TEATRO NO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA
Pôster Eletrônico
1 ENSP
Período de Realização
Escrita: 20 - 25/04; Materialização: 26 e 27/04; Dinâmica: 29/04. Avaliação da atividade: 02/05 de 2025
Objeto da experiência
Escolares do ensino materno-infantil da favela do Complexo do Andaraí, no município do Rio de Janeiro.
Objetivos
Promover educação em saúde visando o respeito, assim como a reflexão acerca das diferenças em escolares do ensino materno-infantil.
Descrição da experiência
A atividade desenvolvida no PSE para escolares de 2 e 3 anos, com o tema “respeito à diversidade”. Os residentes de um Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família do município do Rio de Janeiro, elaboraram um teatro a partir de uma história infantil com personagens animais, evidenciando suas singularidades. Compondo o objetivo da ação, também foi realizada dinâmica com espelhos entre os escolares, reforçando a importância do respeito às individualidades.
Resultados
Os escolares demonstraram interesse no teatro, interagiram, mostraram que conheciam os animais e identificaram as diferenças apresentadas. Na dinâmica do espelho, eles interagiram com os residentes, professores e entre si, além de trocarem entendimentos sobre corporeidade e autoconhecimento. Ao final, disseram que gostaram da atividade e pediram para voltarmos.
Aprendizado e análise crítica
A equipe de residentes percebeu que as atividades com o programa de saúde na escola tem particularidades de acordo com a faixa etária. Além disso, reforçamos que o tema sobre respeito a diversidade, é importante para a construção do sujeito desde sua infância. Tendo a potencialidade de promover uma cultura de autoaceitação e respeito ao próximo.Essa atividade intersetorial, de promoção à saúde na escola, está de acordo com o Manual do Residente do PRMSF ENSP/FIOCRUZ
Conclusões e/ou Recomendações
No processo pedagógico do Programa Saúde na Escola existem desafios em relação à aprendizagem dos escolares. Nessa equação de ensino-cuidado-aprendizagem, a saúde pode ser construída através da troca de experiências. A partir da vivência com o teatro e o espelho, concluímos que são necessárias ferramentas diversas para o Programa de Saúde na Escola com escolares maternais.
CUIDADO MULTIDISCIPLINAR NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS) A USUÁRIOS COM SÍNDROME METABÓLICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 UFSM
2 Prefeitura Municipal de Santa Maria - RS
3 Prefeitura Municipal de Santa Maria - RS
Período de Realização
A experiência teve seu início em Abril de 2024 à Maio de 2025.
Objeto da experiência
A relevância do profissional de educação física e nutricionista no manejo de usuários com síndrome metabólica (SM) no Sistema Único de Saúde (SUS).
Objetivos
Relatar a vivência dos Residentes do Programa Multiprofissional em Saúde da Universidade Federal de Santa Maria, no cuidado multidisciplinar ao usuário com SM na APS, enfatizando a interação entre diversos núcleos profissionais no manejo clínico, na promoção da saúde e na integralidade do cuidado.
Metodologia
A prática foi desenvolvida em uma Estratégia de Saúde da Família (ESF), situada em Santa Maria-RS. A ESF é composta por duas equipes mínimas (médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem) e residentes de medicina, nutrição, enfermagem, odontologia e educação física. Os atendimentos ocorrem em consultas multiprofissionais, resultantes de encaminhamentos durante as consultas de rotina. As ações englobam avaliação clínica, orientações sobre nutrição, exercícios físicos e escuta qualificada.
Resultados
Houve melhora nos indicadores clínicos da SM (peso, circunferência abdominal e pressão arterial) e maior adesão ao tratamento. Observaram-se avanços psicossociais, reforçando a importância do cuidado integral. A experiência mostra que encaminhamentos eficazes fortalecem a continuidade e a resolubilidade do atendimento, valorizando o trabalho conjunto no manejo integral de condições crônicas ao promover a troca de conhecimentos, consolidar vínculos com os usuários e aumentar a efetividade da APS.
Análise Crítica
Persistem desafios como sobrecarga de agenda, escassez de recursos e limitada valorização institucional do trabalho em equipe que precisam ser superados para consolidar a prática. A atuação multiprofissional da nutrição e educação física é papel central na promoção de hábitos saudáveis e controle de riscos. Além das melhorias clínicas, esse modelo de cuidado contribui para o bem-estar subjetivo dos usuários, ao favorecer a autonomia, a motivação e o engajamento no próprio processo de cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
Sugere-se a ampliação e a institucionalização das práticas interdisciplinares na APS, com inclusão efetiva de nutricionistas e profissionais de educação física, que ainda estão ausentes em muitas equipes. Sua atuação é essencial no manejo de condições complexas como a SM. É crucial garantir suporte estrutural, formação continuada e políticas públicas que viabilizem equipes multiprofissionais e consolide a atenção integral no SUS.
SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA DURANTE A PANDEMIA COVID-19: CUIDADO INTERPROFISSIONAL FRENTE À MEDICALIZAÇÃO
Pôster Eletrônico
1 UFERSA
Período de Realização
A experiência teve início em março de 2020, finalizando em dezembro de 2022
Objeto da experiência
Acompanhamento interprofissional da população em sofrimento psíquico atendida por uma UBS durante a pandemia de COVID-19
Objetivos
Evitar a medicamentalização em saúde mental, mediante a oferta de práticas coletivas interprofissionais pela equipe de residência médica e multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade, durante a pandemia de covid-19.
Descrição da experiência
Acompanhamento de usuários da Atenção Básica em sofrimento psíquico por residentes de Medicina e Multiprofissionais em Saúde da Família das categorias de serviço social, odontologia, enfermagem, fisioterapia, medicina, nutrição e psicologia. Ao buscarem a UBS para obter ou renovar a prescrição de psicotrópicos, os munícipes eram convidados para atendimentos multiprofissionais, compartilhando suas demandas de saúde mental e a importância de cuidado contínuo e interprofissional.
Resultados
Houve predominância de sofrimento psíquico por demandas sociais entre os usuários durante a covid-19: luto, isolamento, insegurança alimentar, desemprego ou perda de renda, transtornos para a mobilidade e medo acentuado destacaram-se nos discursos dos usuários. O acolhimento interprofissional compreendeu as necessidades dos usuários, a escuta ativa permitiu a construção de um vínculo afetivo que inspirou confiança e a ação viabilizou práticas de apoio que surtiram efeitos positivos na comunidade
Aprendizado e análise crítica
Foi possível o diálogo interprofissional na preparação e avaliação dos atendimentos, servido à “formação em ato”. Na condição de equipe, observamos um fenômeno de medicalização de demandas decorrentes da vulnerabilização social. A medicamentalização é predominante na AB quando falta o trabalho interprofissional em saúde mental. O sofrimento psíquico foi intensificado durante a pandemia de covid-19. O cuidado em saúde mental na UBS era praticamente restrito à prescrição.
Conclusões e/ou Recomendações
A equipe e os programas de residência reconheceram a necessidade de planejar e avaliar ações em saúde mental coletiva que considerem o acolhimento interprofissional, o vínculo profissional-usuário e a educação permanente em saúde como bases para um cuidado afetuoso, responsável e abrangente. A presença das residências médica e multiprofissional integradas apresenta-se como um campo potente para novas práticas em saúde mental na Atenção Básica
FISIOTERAPIA EM GRUPO NO ATENDIMENTO NOTURNO EM UBS NO SERTÃO PARAIBANO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA ESTRATÉGIA DE ACESSO E CUIDADO INTEGRAL
Pôster Eletrônico
1 UNIFIP
Período de Realização
Deu-se início em abril de 2025, com término previsto em julho de 2026, com dois encontros semanais.
Objeto da experiência
Implementação de grupo noturno de fisioterapia em UBS no sertão paraibano, destinado a trabalhadores, durante atuação na residência multiprofissional.
Objetivos
Descrever a criação e o desenvolvimento de um grupo noturno de fisioterapia em UBS, com o objetivo de ampliar o acesso de trabalhadores à assistência fisioterapêutica, antes disponível apenas no turno diurno, ressaltando os impactos positivos dessa ação na saúde física e mental da população.
Descrição da experiência
Ao longo da atuação na residência multiprofissional, observou-se alta demanda por fisioterapia noturna em uma UBS de Patos-PB, sobretudo entre trabalhadores. A ausência de grupos nesse turno motivou a criação de um, com encontros às 19h, duas vezes na semana, participantes acima de 40 anos e foco no cuidado físico e mental. Aplicaram-se exercícios de cinesioterapia, atividades cognitivas e orientações educativas. Embora a estrutura limitada, houve adesão, crescimento do grupo e impacto positivo.
Resultados
Ao longo dos encontros, foi possível identificar a crescente procura e adesão ao grupo com participação ativa, relatos de melhora do sono, dores físicas e nas atividades diárias. Criou-se vínculo entre os participantes, interação dentro e fora dos encontros e apoio mútuo. A comunidade elogiou a iniciativa e a demanda por novas turmas aumentou. Diante da escassez de recursos, os participantes colaboram com recursos adaptados, fortalecendo o coletivo, valorizando o cuidado em horário acessível.
Aprendizado e análise crítica
Como aprendizado, destaca-se o desenvolvimento profissional e pessoal por meio de habilidades como comunicação, liderança e planejamento, além da prática fisioterapêutica com recursos limitados e estrutura precária. A oferta de grupo noturno ampliou a equidade na APS, alcançando trabalhadores antes negligenciados. Houve valorização do vínculo com os usuários, que elogiaram a iniciativa e com impacto positivo relatado. A proposta pode ser replicada em outras UBS e mantida após a residência.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a criação do grupo gerou impacto positivo na comunidade atendida, ampliando a equidade no acesso à fisioterapia. Ações no turno noturno favorecem a adesão e valorizam práticas coletivas e multiprofissionais. Recomenda-se a continuidade do grupo após a residência, pelo baixo custo e aplicabilidade em outras UBS. Ressalta-se a importância do apoio da gestão e equipe para viabilizar logística, espaços e valorização da iniciativa.
RODA DE CONVERSA SOBRE DEPRESSÃO NA GESTAÇÃO E NO PÓS-PARTO: UMA ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 PROFSAÚDE/UFAL
2 CESMAC
3 SMS Maceió
Período de Realização
Maio de 2025.
Objeto da experiência
Gestantes em acompanhamento pré-natal na USF João Moreira, Jacintinho, Maceió - AL.
Objetivos
Promover o diálogo sobre saúde mental materna com enfoque na depressão perinatal.
Descrição da experiência
Roda de conversa com gestantes foi conduzida por profissionais da UBS e acadêmicos do CESMAC, com dinâmicas participativas e linguagem acessível. Um quebra-gelo abordou sentimentos na gestação. Medos e necessidades foram compartilhados anonimamente. Saberes prévios foram valorizados, seguidos de orientações sobre depressão perinatal, baby blues, psicose puerperal e rede SUS. Folder foi entregue e casos com sofrimento mental tiveram escuta qualificada.
Resultados
A ação teve participação de 15 gestantes e algumas mulheres não gestantes. Emoções como gratidão, felicidade, responsabilidade e medos sobre saúde mental materna emergiram. Duas mulheres buscaram atendimento e saíram com horário garantido na UBS. A avaliação foi participativa e qualitativa, feita com gestantes após a roda e com a equipe em reunião, refletindo sobre engajamento, desafios, casos que exigiram atenção e sugestões para próximas ações.
Aprendizado e análise crítica
A atividade priorizou a escuta ativa, o respeito aos saberes populares, o diálogo entre o saber técnico e o empírico, e o protagonismo das participantes. Apesar da limitação de espaço físico adequado para atividades coletivas, o trabalho em equipe contribuiu para superar essa dificuldade.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência mostrou que ações que valorizam escuta e vínculos são potentes no cuidado em saúde mental perinatal. A roda de conversa promoveu trocas e identificou precocemente casos que exigem acompanhamento. Recomenda-se ampliar esses espaços nas unidades, com equipe capacitada e estrutura adequada, garantindo acolhimento contínuo, redes de apoio fortalecidas e integração com a RAPS do SUS.
ANÁLISE SISTEMÁTICA DOS PRONTUÁRIOS DE GESTANTES EM UBS POR COMISSÃO INTERNA: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO ENFRENTAMENTO DA MORTALIDADE MATERNA
Pôster Eletrônico
1 CMS WALDYR FRANCO
Período de Realização
Período de análise: 6 à 28 de maio de 2025
Objeto da experiência
O objeto de estudo compreendeu-se dos prontuários de gestantes em acompanhamento pré-natal vigente.
Objetivos
O objetivo da análise visou identificação de fragilidades de acompanhamento, a fim de subsidiar melhorias no cuidado, com consequente redução de riscos, contribuindo para prevenção e enfrentamento da mortalidade materna.
Descrição da experiência
Foram conduzidas comissões de prontuário pela gerência da unidade e responsáveis técnicos, médico e de enfermagem, junto às sete equipes da ESF, com participação de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários. Foram apreciadas todas as consultas e visitas domiciliares durante o pré natal.
Resultados
A análise evidenciou lacunas na descrição qualitativa das visitas domiciliares registradas; na articulação com a equipe multiprofissional para o acompanhamento de gestantes de alto risco; na coleta de informações sobre ocupação, uso de álcool e tabaco e benefícios sociais; além de inconsistências no registro das vacinas realizadas no prontuário eletrônico.
Aprendizado e análise crítica
As debilidades observadas evidenciam a ausência de protagonismo da EMULTI na coordenação das ações voltadas à vigilância da saúde materna; falta de análise qualificada dos registros dos ACS que compromete a detecção precoce de situações de risco e adoção de intervenções oportunas; a subvalorização de dados socioeconômicos limita a estratificação adequada; falhas no registro vacinal dificultam o monitoramento da cobertura e a avaliação das estratégias de imunização.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a manutenção periódica da comissão de análise de prontuários, dada sua efetividade na identificação de fragilidades assistenciais. A revisão sistemática dos casos de gestantes que ingressam no pré-natal permite qualificar o cuidado, complementando a leitura dos indicadores, que, embora orientem a gestão, não devem subsidiar decisões de forma isolada.
PROJETO DE INTERVENÇÃO NO ESTÁGIO CURRICULAR: FORMAÇÃO DE ENFERMEIROS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE VOLTADA AO ENFRENTAMENTO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
Pôster Eletrônico
1 UFBA
Período de Realização
Dois semestres de 2024, durante o estágio curricular obrigatório em Atenção Primária à Saúde.
Objeto da experiência
Uso do projeto de intervenção como estratégia formativa para atuação de enfermeiros na APS frente às Doenças Crônicas não transmissíveis.
Objetivos
Relatar a experiência do uso do projeto de intervenção como ferramenta de aprendizagem e qualificação da prática dos estudantes de enfermagem no enfrentamento das Doenças Crônicas não transmissíveis na APS, alinhado aos princípios do Modelo de Atenção às Condições Crônicas.
Metodologia
Desenvolvida em duas Unidades de Saúde da Família com estudantes , a experiência incluiu diagnóstico situacional do território, identificação de problemas relacionados às Doenças Crônicas não transmissíveis (DCNTs) , planejamento participativo e construção de projetos de intervenção com ênfase na prevenção. O desenvolvimento do projeto foi orientado pelos princípios do do Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC) ( Mendes, 2011).
Resultados
Os estudantes elaboraram e executaram ações educativas voltadas à prevenção das DCNTs, produziram materiais adaptados ao contexto local e contribuíram para o fortalecimento dos grupos operativos. Os discentes demonstraram análise crítica, maior envolvimento com a comunidade e desenvolvimento de competências como trabalho em equipe, escuta qualificada e planejamento em saúde, além de elementos essenciais ao cuidado preconizado pelo MACC.
Análise Crítica
A vivência demonstrou que o projeto de intervenção pode promover a integração entre teoria e prática, estimular o protagonismo discente e potencializar a formação crítica. O enfoque nas DCNTs, dentro da lógica do MACC, pode ampliar a compreensão dos estudantes sobre o cuidado centrado na pessoa, a corresponsabilização do usuário (Brasil, 2014; Mendes, 2011; Silva et al., 2020).
Conclusões e/ou Recomendações
O projeto de intervenção mostrou-se um dispositivo pedagógico potente para qualificação da formação em enfermagem voltada ao cuidado das DCNTs. Recomenda-se sua adoção como estratégia regular nos estágios curriculares em APS, com base nos fundamentos do MACC, fortalecendo a articulação ensino-serviço e o compromisso com os princípios do SUS.
DESAFIOS E ESTRATÉGIAS NA IMPLANTAÇÃO DO PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO CIDADÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO MUNICÍPIO DE CAMAÇARI-BAHIA.
Pôster Eletrônico
1 PMC - SESAU - DIPLAN/COGETHS
Período de Realização
Em 2022, no início da implantação do Prontuário Eletrônico do Cidadão do e-SUS APS no município.
Objeto da experiência
Implantação do Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) na Atenção Primária do do município de Camaçari-BA.
Objetivos
Relatar os principais desafios enfrentados na implantação do prontuário eletrônico na APS em Camaçari e discutir as estratégias adotadas para superá-los.
Metodologia
O processo de implantação do PEC, que foi efetivado por profissionais da gestão municipal, envolveu diagnóstico inicial das necessidades, definição de cronograma de implantação e articulação com equipes multiprofissionais. As ações incluíram reuniões de sensibilização, treinamentos nas unidades de saúde, suporte técnico e visitas de acompanhamento para identificar e superar as principais dificuldades nas unidades de saúde.
Resultados
Foram identificados desafios como baixa infraestrutura tecnológica, resistência à mudança por parte dos profissionais de saúde, dificuldades na conectividade, limitações de capacitação das equipes e pouca habilidade técnica dos profissionais com ferramentas tecnológicas. As estratégias adotadas incluíram treinamento dentro das Unidades de Saúde, capacitações presenciais em grupos e suporte técnico contínuo. Destacou-se a importância do Apoio Institucional como impulsionador deste movimento.
Análise Crítica
A experiência evidenciou a importância do planejamento prévio, do alinhamento com as equipes de saúde e do suporte técnico para o sucesso da implantação do PEC. Observou-se que o investimento em infraestrutura e conectividade deve caminhar junto com o desenvolvimento de competências digitais. O apoio institucional se mostrou um importante catalisador na superação de resistências e na consolidação de uma cultura de uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC’s) na APS.
Conclusões e/ou Recomendações
A implantação do PEC fortaleceu a informatização da APS e contribuiu para melhorias na gestão do cuidado em rede. Recomenda-se planejamento detalhado, investimento em infraestrutura e conectividade, além de capacitações regulares e suporte técnico contínuo. É essencial institucionalizar processos de monitoramento e avaliação para garantir a sustentabilidade e a melhoria contínua do uso do prontuário eletrônico.
TRAJETÓRIA DO CUIDADO AO PACIENTE COM LESÃO POR PRESSÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: VIVÊNCIAS COMPARTILHADAS ENTRE A RESIDÊNCIA DE ENFERMAGEM EM APS E EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Pôster Eletrônico
1 Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein
Período de Realização
O interesse em relatar a trajetória do cuidado teve início em maio de 2025 e segue em curso.
Objeto da experiência
Assistência prestada para pessoa usuária com lesão por pressão no âmbito da APS, envolvendo vivências da equipe de ESF e residentes de enfermagem.
Objetivos
Descrever o acompanhamento de um paciente com lesão por pressão na APS, destacando a continuidade e integralidade do cuidado, a atuação da equipe de ESF e dos residentes de enfermagem, com análise crítica do caso baseada na metodologia Teoria da Intervenção Práxica da Enfermagem em Saúde Coletiva.
Descrição da experiência
Relato de experiência sobre a atuação da equipe de ESF e de residentes de enfermagem em APS no cuidado domiciliar ao paciente com lesão por pressão. Abordou-se como as barreiras encontradas ao longo do tempo atravessaram o acompanhamento do caso e como os profissionais organizaram seus processos de trabalho para oferecer suporte semanal para os familiares, promovendo cuidado que considera as condições socioeconômicas e os determinantes sociais de saúde que interferem na qualidade da assistência.
Resultados
Os resultados parciais indicam baixa adesão ao plano terapêutico, atribuída à sobrecarga dos cuidadores, fragilidade da rede de apoio e limitações estruturais e sociais. O cuidado tem sido articulado com outros pontos da RAS e equipe multidisciplinar. Espera-se avanço no tratamento das LPP através da promoção da autonomia do paciente e da capacitação dos cuidadores, visando reduzir os impactos dessa condição na vida do paciente e de seus familiares.
Aprendizado e análise crítica
A evolução do caso reflete limitações pessoais, sociais e estruturais, visto que o cenário de atuação é na favela de Paraisópolis. Ainda assim, a atuação integrada da ESF, RAS, e dos residentes como protagonistas no cuidado proposto, se mostrou primordial para garantir um cuidado qualificado e centrado nas necessidades encontradas. O empoderamento do paciente e suporte à família passaram a nortear o plano terapêutico, por serem elementos-chave no êxito ou fragilidade do cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
O acompanhamento do caso foi possível por meio da integração entre os níveis de atenção e o trabalho multiprofissional, que foram essenciais para o cuidado integral. Casos como este evidenciam a potencialidade da inserção de residentes de enfermagem na APS, enriquecendo sua formação com experiências complexas que contribuem para a construção de práticas centradas no paciente.
QUALIFICAÇÃO E INTEGRAÇÃO DE EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA PARA A EXECUÇÃO DE SERVIÇO DE TELESSAÚDE NA APS
Pôster Eletrônico
1 AgSUS
Período de Realização
Abril de 2025.
Objeto da experiência
Capacitação de equipes de Saúde da Família (eSF) para incorporação de serviço de telessaúde na Atenção Primária à Saúde.
Objetivos
Descrever o planejamento e a execução de qualificações em saúde digital direcionada a duas equipes de Saúde da Família (eSF), com o propósito de subsidiar a incorporação do serviço de telessaúde na Atenção Primária à Saúde (APS).
Metodologia
A qualificação contemplou duas eSF situadas em área remota no norte do Brasil. A capacitação foi realizada de forma síncrona, abordando temas sobre saúde digital, aspectos legais e boas práticas em teleconsultas. Além disso, foi desenvolvido e aplicado um jogo educativo para avaliar a assimilação do conteúdo pelos participantes, em conjunto com a integração entre os médicos e as equipes locais, visando fortalecer vínculos, bem como aprofundar a compreensão da realidade do território.
Resultados
A capacitação contemplou 25 profissionais de duas eSF, com foco no desenvolvimento de competências em saúde digital e na utilização de ferramentas tecnológicas para a oferta de um serviço eficiente e humanizado na APS. Abordou fluxos assistenciais, uso do prontuário eletrônico, segurança da informação e continuidade do cuidado. As equipes destacaram desafios do território remoto, como acesso limitado aos centros urbanos, internet via satélite e especificidades locais.
Análise Crítica
O processo evidenciou a importância da capacitação em saúde digital adaptada à realidade remota, valorizando as singularidades territoriais. A integração entre equipes locais e médicos à distância fortalece vínculos e comunicação. Com o avanço tecnológico, é possível ampliar o acesso ao cuidado em áreas remotas, desde que se utilizem ferramentas adequadas, com qualificação das equipes e suporte contínuo.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a implementação de serviços nessa modalidade requer educação continuada das equipes orientada às especificidades do território remoto. Investir em educação permanente e fortalecer os vínculos entre profissionais, equipes locais e remotas, gestores e usuários contribui para a segurança, qualidade e humanização da atenção primária na telessaúde, fortalecendo e sensibilizando os profissionais para a boa prática da telemedicina.
IMPACTO DA REDE BEM CUIDAR PARA PROMOÇÃO DO PRÉ-NATAL DO PARCEIRO E REALIZAÇÃO DE TESTAGENS RÁPIDAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL (RS)
Pôster Eletrônico
1 SES
2 UFRGS
3 ESP/RS
Período de Realização
Janeiro de 2023 a dezembro de 2024
Objeto da experiência
Implementação e monitoramento da Estratégia Pré-Natal do Parceiro na Rede Bem Cuidar(RBC) da Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul(SES/RS)
Objetivos
Promover a inclusão dos homens nas ações de saúde reprodutiva, com foco na ampliação da cobertura do Pré-Natal do Parceiro (PNP) na Atenção Primária à Saúde (APS). Estimular o autocuidado, a paternidade ativa e o fortalecimento dos vínculos familiares por meio do envolvimento dos parceiros durante a gestação.
Descrição da experiência
No ano de 2023, a SES/RS incluiu o Pré-Natal do Parceiro (PNP) como ação estruturante da Rede Bem Cuidar (RBC). Foram ofertadas capacitações para equipes de APS, lives educativas, materiais informativos e incentivo financeiro. O acompanhamento das ações se deu por meio do SISAB, sendo o PNP incorporado como indicador de monitoramento. Em 2024, a adesão municipal atingiu 96,4%, e metas quantitativas foram estipuladas a partir de 2025, com impacto no repasse financeiro das unidades de saúde.
Resultados
Entre 2023 e 2024, o número de registros do PNP aumentou 196,5%, indo de 164 para 479 municípios participantes. A realização de testes rápidos para HIV e sífilis em parceiros também cresceu significativamente. A participação do RS nos registros nacionais do PNP passou de 6,93% (2023) para 17,67% (2024). Esses resultados refletem o impacto positivo das estratégias implementadas, como qualificação das equipes e estímulo financeiro, na ampliação da participação masculina na saúde reprodutiva.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que a articulação entre gestão estadual e municipal, aliada à formação contínua das equipes e ao uso de incentivos financeiros, favorece a adesão de estratégias voltadas à saúde dos homens. No entanto, ainda é necessário enfrentar barreiras culturais e institucionais que limitam o acesso e a permanência dos homens nos serviços de saúde. A consolidação do PNP exige a sensibilização dos profissionais e a institucionalização da prática nas rotinas da APS.
Conclusões e/ou Recomendações
O PNP demonstrou ser uma estratégia eficaz para o envolvimento dos homens no cuidado reprodutivo e na promoção da saúde familiar. Recomenda-se sua continuidade como política pública, com fortalecimento das ações de educação permanente, monitoramento contínuo e incentivo à paternidade ativa. A inclusão do PNP como meta no Plano Estadual de Saúde 2024–2027 reforça seu papel estratégico no cuidado integral à saúde masculina.
REFLETINDO SOBRE AS BARREIRAS DE ACESSO AO EXAME CITOPATOLÓGICO: RELATO DE UMA OFICINA COM ENFERMEIROS DA APS À LUZ DO ARCO DE MAGUEREZ
Pôster Eletrônico
1 UFAL
Período de Realização
Maio de 2024
Objeto da experiência
Baixa adesão ao exame citopatológico na Atenção Primária à Saúde
Objetivos
Apresentar a experiência vivenciada por meio do desenvolvimento de uma oficina sobre as barreiras de acesso ao exame citopatológico na realidade da Atenção Primária à Saúde de Palmeira dos Índios (AL).
Metodologia
Trata-se de um relato de experiência desenvolvido durante o Mestrado ProfSaúde, referente a uma oficina realizada em maio de 2024, estruturada com base na metodologia da problematização, utilizando o Arco de Maguerez. A atividade foi conduzida com oito enfermeiros atuantes na Estratégia Saúde da Família (ESF), responsáveis pela realização do exame citopatológico na Atenção Primária à Saúde do município de Palmeira dos Índios, Alagoas.
Resultados
Foram identificadas questões pertinentes às barreiras de acesso ao exame, relacionadas a três categorias: gestão, profissionais de saúde e usuárias. Elencaram-se, entre outras barreiras, a indisponibilidade de transporte nas localidades distantes da UBS; condições inadequadas de trabalho; falhas nos mecanismos de referência e contrarreferência; demora na entrega dos resultados; deficiência na organização do processo de trabalho; e o conhecimento limitado das usuárias sobre o exame.
Análise Crítica
A metodologia utilizada valorizou as vivências cotidianas e estimulou o diálogo, promovendo nos participantes uma postura reflexiva, crítica e investigativa. Esse processo favoreceu a identificação dos problemas e incentivou a construção de um raciocínio crítico para a seleção de soluções frente à baixa adesão ao exame citopatológico.
Conclusões e/ou Recomendações
As discussões apontaram estratégias capazes de impactar esse cenário e, entre elas, os profissionais destacaram a importância dos processos formativos sobre a temática. Como resultado, foi proposta a realização de um curso de qualificação profissional voltado aos enfermeiros da ESF, com foco na consulta ginecológica de enfermagem e ênfase no exame citopatológico.
AUMENTO DA ADESÃO AO PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO POR GESTANTES POR MEIO DE ENCAMINHAMENTO PADRONIZADO EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE CRUZEIRO DO SUL, AC
Pôster Eletrônico
1 UFAC, Campus Floresta
Período de Realização
A atividade ocorreu no período de maio de 2022 a abril de 2023.
Objeto da experiência
Aumento da adesão ao pré-natal odontológico por meio da implementação de um modelo padronizado de encaminhamento.
Objetivos
Incluir na rotina do pré-natal um encaminhamento padronizado com orientações sobre a importância da saúde bucal, visando aumentar a adesão das gestantes ao atendimento odontológico como parte essencial do cuidado prestado na unidade básica de saúde.
Metodologia
Devido à baixa adesão das gestantes à consulta odontológica, foi elaborado um modelo de encaminhamento padronizado, simples e com linguagem acessível, entregue na 1ª consulta de pré-natal pela enfermeira. O documento continha dados da paciente, data e horário do atendimento, uma frase educativa sobre o cuidado bucal e um campo para preenchimento pelo dentista, sendo anexado à caderneta da gestante.
Resultados
Após a implementação, observou-se aumento nos atendimentos odontológicos das gestantes, ampliando a cobertura do pré-natal odontológico. Houve fortalecimento da atuação multiprofissional, que se organizou para facilitar o acesso. As gestantes passaram a valorizar o atendimento, pois nos retornos ao pré-natal precisavam apresentar o encaminhamento preenchido e assinado pelo dentista da unidade.
Análise Crítica
A experiência evidenciou que estratégias simples e bem direcionadas são eficazes, e que o instrumento utilizado melhorou não apenas o número de atendimentos, mas também a sensibilização e educação em saúde por meio de orientações escritas. Ainda que existam desafios, é possível reduzir barreiras de acesso com mudanças nos procedimentos e no processo de trabalho das equipes.
Conclusões e/ou Recomendações
O encaminhamento padronizado, incluído na rotina das consultas, demonstrou ser eficaz na adesão das gestantes ao atendimento odontológico. A ferramenta pode ser adotada por outras unidades como estratégia para fortalecer o cuidado integral à gestante, desde que utilizada de forma integrada pela equipe de saúde da família e equipe multiprofissional na Atenção Primária à Saúde.
CONSTRUÇÃO E EXECUÇÃO DE UM PLANO DE AÇÃO NO TERRITÓRIO: EXPERIÊNCIAS DE UMA EMULTI E O OLHAR PARA O APOIO MATRICIAL TÉCNICO-PEDAGÓGICO EM MACEIÓ/AL
Pôster Eletrônico
1 SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE MACEIÓ
2 UNCISAL
3 PROFSAÚDE - UFAL
Período de Realização
A atividade foi desenvolvida no período de setembro de 2024 a fevereiro de 2025.
Objeto da experiência
A elaboração de plano de ação participativo, envolvendo eMulti, ESF e Residência Multiprofissional em Saúde da Família (RMSF) no município de Maceió.
Objetivos
Relatar a experiência do apoio matricial da eMulti no processo de elaboração do plano de ação participativo e educação permanente em uma Unidade de Saúde da Família de Maceió/AL.
Descrição da experiência
O plano de ação foi realizado como parte da disciplina de Planejamento na Saúde do Mestrado em Saúde da Família – PROFSAÚDE/UFAL. O plano foi facilitado com apoio matricial da eMulti e residentes, através de metodologia participativa, com Matriz de Intervenção, visando enfrentamento dos problemas prioritários identificados no diagnóstico situacional. Como uma das intervenções, realizou-se roda de conversa sobre tema desmistificando a Rede de Atenção Psicossocial e o acolhimento em saúde mental.
Resultados
Observou-se a fragilidade da equipe da Atenção Primária na ESF com a RAS e na gestão do cuidado em Saúde Mental. A Unidade de Saúde da Família não tem fluxo com redes de cuidado e atuação transversal com outras políticas específicas, bem como a inexistência da Educação Permanente para a equipe. Ficou pactuado o horário protegido para realização de educação permanente, sendo iniciada com a temática de gestão do cuidado em saúde mental, facilitada por um médico mestrando da turma do PROFSAÚDE.
Aprendizado e análise crítica
O apoio matricial na dimensão técnico pedagógica e assistencial oferecido pela eMulti é uma das formas que pode contribuir com o cuidado ampliado no território da APS. O planejamento participativo e educação permanente fortalece a habilidade da equipe em identificar as necessidades, contribui para manejar adequadamente as práticas em saúde, organizar fluxos internos, compreender e organizar protocolos de assistência e promover um ambiente de aprendizado contínuo e de construção coletiva.
Conclusões e/ou Recomendações
O apoio matricial na elaboração do plano de ação participativo e na execução de atividade de educação permanente favoreceu a identificação de problemas e definição de estratégias coletivas para a gestão do cuidado em saúde no território da USF. É necessário que esse planejamento seja constantemente avaliado de forma coletiva, identificando as mudanças nas prioridades de saúde, das necessidades da equipe e o movimento do território.
PLANIFICAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE NO CARIRI/CE: INTEGRAÇÃO DOS QUATRO EIXOS DAS RAS EM COOPERAÇÃO TÉCNICA ENTRE CONASS, OPAS E UMANE
Pôster Eletrônico
1 Conselho Nacional de Secretários da Saúde
2 Associação Umane
3 Projeto CONASS, OPAS, Umane
4 Organização Pan-Americana da Saúde
Período de Realização
O projeto está em andamento, com fases de implantação em curso no território, desde 2024.
Objeto da experiência
Organização da RAS no Cariri/CE por meio da Planificação (PAS) nos eixos APS, AAE, AH e governança, com colaboração de CONASS, OPAS e Umane.
Objetivos
Fortalecer a organização das RAS no Cariri/CE por meio da Planificação da Atenção à Saúde, com foco na atuação integrada nos quatro eixos (APS, AAE, AH e governança), viabilizada pela colaboração entre CONASS, OPAS e Umane no apoio técnico, político e metodológico.
Descrição da experiência
A experiência é estruturada pela cooperação entre CONASS, OPAS e Umane, em apoio à SES/CE e aos 45 municípios da região do Cariri. A PAS no território inova ao atuar simultaneamente nos quatro eixos das RAS, com foco na integração entre APS e AAE. Oficinas, tutorias, formações e pactuações promovem alinhamento entre os pontos de atenção. O processo é conduzido por diagnóstico territorial e pactuação intergestores, garantindo coerência e continuidade das ações.
Resultados
Ainda em andamento, a experiência já evidencia a adesão crescente das equipes e o fortalecimento da capacidade locorregional de organização do cuidado. A integração entre APS e AAE qualifica os fluxos assistenciais e amplia a resolutividade da atenção básica. A estruturação de comitês de governança e a pactuação dos macroprocessos fortalecem a regionalização e o modelo de redes integradas de saúde.
Aprendizado e análise crítica
A atuação coordenada de CONASS, OPAS e UMANE tem sido fundamental para garantir apoio técnico, legitimidade política e continuidade do processo formativo. A abordagem simultânea dos quatro eixos, especialmente a integração entre APS e AAE, requer metodologias adaptadas à realidade municipal. No território, a infraestrutura desigual e a rotatividade profissional permanecem desafios, demandando estratégias formativas e escuta ativa para sua superação.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência da PAS no Cariri/CE demonstra que a integração entre os eixos APS, AAE, AH e governança fortalece o funcionamento das RAS. A parceria entre CONASS, OPAS e UMANE tem sido decisiva para a sustentação das ações. Recomenda-se manter o apoio contínuo à região, investir na formação das equipes e fortalecer a pactuação intergestores como estratégia de institucionalização da PAS.
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E FORMAÇÃO MÉDICA: REFLEXÕES A PARTIR DE VIVÊNCIAS PRÁTICAS
Pôster Eletrônico
1 Universidade de São Paulo/USP - Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP
2 FCM - Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP
Período de Realização
Se deu no primeiro semestre de 2025
Objeto da experiência
Análise dos relatos de experiências dos alunos do 1º ano do curso de medicina dentro de unidade de atenção primária
Objetivos
Analise das respostas de estudantes registradas em um formulário avaliativo após atividades. Os dados foram categorizados em três eixos:
1. Percepções sobre a APS e o SUS
2. Aprendizados sobre trabalho em equipe e integralidade
3. Reflexões sobre violência, território e determinantes sociais
Metodologia
A análise textual das respostas revelou três eixos principais:
Internacionalização do olhar sobre o SUS: Eles apontam que comparar o SUS com outros sistemas ajuda a reconhecer seus pontos fortes e lacunas.
Valorização da prática e do contato com a realidade: As visitas a UBS e entrevistas com profissionais foram apontadas como essenciais para a consolidação do aprendizado.
Motivação: Muitos relatos destacam como a atividade reforçou a vocação médica e o interesse por políticas públicas de saúde.
Resultados
Os dados revelam uma transformação na compreensão dos estudantes sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), destacando a importância da integralidade, equidade e trabalho em equipe multiprofissional. Além disso, as experiências práticas permitiram aos alunos reconhecer a complexidade da APS, sua função na promoção da saúde e os desafios enfrentados no cotidiano dos serviços públicos, o que reforça a necessidade de uma formação médica que valorize a saúde coletiva e a humanização do cuidado.
Análise Crítica
As vivências práticas em UBS têm se mostrado essenciais para que estudantes compreendam a complexidade do sistema de saúde brasileiro e desenvolvam uma visão crítica sobre seu papel futuro como profissionais, entendendo o cenário onde estão inseridos, com uma visão, ainda que local do sistema de saúde brasileiro, seu funcionamento e seus possíveis cenários de trabalho.
Conclusões e/ou Recomendações
A necessidade de uma formação médica que inclua, desde o início, a saúde coletiva, a atuação multiprofissional e a compreensão dos determinantes sociais da saúde, sendo a prática transformadora na percepção sobre o SUS, reforçando seu valor e a importância de sua defesa. A incorporação de vivências práticas no SUS e discussões sobre políticas de saúde, prepara não apenas tecnicamente, mas também como agentes de transformação social.
RELATO DE EXPERIÊNCIA: GRUPO DE AUTOCUIDADO COM PRÁTICAS INTEGRATIVAS
Pôster Eletrônico
1 SUS RS/Rede de Saúde Divina Providência
2 Escola de Saúde Pública - ESP/RS
Período de Realização
Sem limite de idade, o grupo se formou por idosas, com apenas um idoso do sexo masculino.
Objeto da experiência
Embora não tenha havido limite de idade, o grupo se formou por idosas, com apenas um participante idoso do sexo masculino.
Objetivos
Promover saúde física, mental e social por meio de encontros quinzenais em grupo, com abordagem coletiva e atendimentos individualizados, incentivando o autocuidado utilizando práticas integrativas como auriculoterapia, aromaterapia e reiki.
Descrição da experiência
A experiência ocorre em uma unidade de saúde de atenção primária, em Porto Alegre-RS. Surgiu da reestruturação de tentativas anteriores com baixa adesão e relutância da população em participar de atividades em grupo. A inclusão inicial de práticas integrativas aumentou o engajamento, e, posteriormente, odontologia e residentes da Escola de Saúde Pública da UFRGS passaram a integrar a atividade.
Resultados
Observou-se aumento significativo da adesão após a introdução das práticas integrativas. O grupo, antes com baixa participação, passou a contar com média de 13 a 20 pessoas por encontro. Houve melhora na escuta ativa, vínculo com a equipe e continuidade do cuidado, além de acolhimento e bem-estar relatados.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que a escuta qualificada e o uso de práticas integrativas fortalecem o vínculo com os usuários e aumentam a adesão. A participação ativa demonstra a importância de abordagens que valorizem o cuidado individual e coletivo. A flexibilização do modelo tradicional favoreceu o engajamento.
Conclusões e/ou Recomendações
A associação de práticas integrativas à escuta ativa favoreceu o aumento da adesão e da participação no grupo, unindo atendimentos individualizados e centrados na pessoa a conversas coletivas. A experiência contribuiu para superar resistências iniciais às atividades em grupo, promovendo vínculo, acolhimento e cuidado integral.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE E MORBIDADES CARDIOVASCULARES: APLICAÇÃO DA METODOLOGIA SEMAFARO DA SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO EM GRUPO DE CONDIÇÕES CRÔNICAS
Pôster Eletrônico
1 UNIR
Período de Realização
Atividade realizada em maio de 2025, em igreja localizada no território da USF, em Porto Velho/RO.
Objeto da experiência
Ação educativa sobre morbidades causadas pelas doenças cardiovasculares com grupo de condições crônicas de uma USF.
Objetivos
Apresentar a experiência sobre a educação em saúde voltada à prevenção das morbidades causadas pelas doenças cardiovasculares
por meio da dinâmica Semáforo da Saúde, estimulando o autocuidado e a reflexão sobre hábitos de vida saudáveis em usuários
participante do grupo de condições crônicas.
Metodologia
Relato de experiência de enfermeiros residentes em saúde da família, sobre atividade educativa desenvolvida com grupo de condições crônicas.
A atividade ocorreu em uma igreja que é disponibilizada para a USF realizar os encontros. Foi promovido uma roda de conversa para troca de saberes
e orientações com foco na prevenção de doenças cardiovasculares, utilizou-se a dinâmica “semáforo da saúde”, que classifica comportamentos e
alimentos com base nas cores do semáforo, verde, amarelo e vermelho.
Resultados
A metodologia favoreceu a participação ativa dos demostraram engajamento com a atividade e o reconhecimento de práticas de risco.
Os usuários relataram maior compreensão sobre a importância da alimentação saudável e de práticas de atividades físicas, além das
dificuldades em realizar. A dinâmica contribuiu para o fortalecimento da autonomia dos participantes, sendo eficaz principalmente entre
aqueles de baixa escolaridade e pouco acesso à informação sobre saúde.
Análise Crítica
A atividade mostrou que metodologias lúdicas facilitam o aprendizado, estimulam a participação e a reflexão crítica e fortalecem o cuidado
centrado no usuário. O envolvimento da equipe e a valorização dos saberes populares contribuíram para o engajamento dos participantes e
promoveram maior responsabilidades no cuidado a saúde e enfrentamento as morbidades cardiovasculares. A estratégia reforçou vínculo
com usuários e estimulou a autonomia, e mostrou potencial de replicação com outras temáticas.
Conclusões e/ou Recomendações
Levar o cuidado através de atividades ativas, agrega conhecimento e fortalece o vínculo com a comunidade, a dinâmica semáforo da saúde em
roda de conversa se mostrou eficaz no grupo de condições crônicas, sendo uma ferramenta de fácil compreensão e impacto positivo. Destacou
o envolvimento e a participação ativa dos usuários. Portanto reforça-se a importância de ações educativas contínuas, participativas e adaptadas
a realidades dos usuários.
TEATRO TERAPÊUTICO COM TÉCNICOS DE ENFERMAGEM – O ACOLHIMENTO EM SUA ESSÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 SES/DF
2 FEPECS
3 ATUNBI
Período de Realização
De 04 de abril a 30 de maio de 2025, em oito encontros presenciais semanais no turno vespertino.
Objeto da experiência
Acolhimento, escuta ativa e valorização na prática cotidiana dos técnicos de enfermagem da APS.
Objetivos
Relatar a experiência de uma oficina com técnicos de enfermagem da Atenção Primária à Saúde da Região Norte do Distrito Federal, voltada à qualificação da escuta, vínculo e valorização do acolhimento como prática ética e relacional.
Descrição da experiência
A capacitação ocorreu em oito encontros presenciais, com 22 técnicos de enfermagem de diversas UBS da Região de Saúde Norte do DF. As atividades foram baseadas em metodologias ativas, lúdicas e participativas, incluindo teatro, dança, desenho, jogos, resgate de vivências por meio de contos, rodas de conversa e reflexão guiada. A Oficina foi conduzida por facilitadores externos (uma professora e um psiquiatra) e equipe de apoio (dois enfermeiros), promovendo escuta, criatividade e vínculo.
Resultados
A capacitação ocorreu em oito encontros presenciais, com 22 técnicos de enfermagem de diversas UBS da Região de Saúde Norte do DF. As atividades foram baseadas em metodologias ativas, lúdicas e participativas, incluindo teatro, dança, desenho, jogos, resgate de vivências por meio de contos, rodas de conversa e reflexão guiada. A Oficina foi conduzida por facilitadores externos (uma professora e um psiquiatra) e equipe de apoio (dois enfermeiros), promovendo escuta, criatividade e vínculo.
Aprendizado e análise crítica
A proposta evidenciou a potência de práticas educativas e dialógicas. Apesar da resistência inicial dos participantes, que esperavam por aulas expositivas e tradicionais, foram surpreendidos pela inovação de metodologias ativas que integraram ciência, arte, expressão subjetiva e compartilhamento de vivências e vulnerabilidades coletivas. O ambiente horizontal favoreceu adesão e reflexividade. O reconhecimento da importância do técnico no SUS foi central para a transformação da prática.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência evidencia a relevância dos processos educativos enquanto estratégias para a mobilização e a formação crítica, ampliando a capacidade de escuta e consolidando o cuidado como uma prática relacional e integral. Recomenda-se a institucionalização dessas ações como políticas de valorização profissional e de qualificação do cuidado, fomentando a construção de vínculos interpessoais mais humanizados entre as equipes e os usuários na APS.
5W2H E O PLANEJAMENTO EM SAÚDE: UMA FERRAMENTA PARA QUALIFICAR O PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE.
Pôster Eletrônico
1 Centro Universitário Tabosa de Almeida ASCES-UNITA
2 Secretaria Municipal de Saúde de Caruaru-PE
Período de Realização
O plano de ação foi construído e apresentado em Maio de 2025.
Objeto da experiência
Organizar e implementar o processo de territorialização em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de Caruaru-PE.
Objetivos
Relatar a experiência sobre a construção e aplicação de um plano de ação voltado à territorialização de uma Unidade Básica de Saúde no município de Caruaru-PE, com o intuito de qualificar o planejamento das ações e fortalecer a Atenção Primária à Saúde.
Metodologia
O plano de ação foi apresentado no Grupo Técnico (GT) de Territorialização no dia 20 de maio de 2025, no auditório da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Caruaru-PE. Participaram profissionais da coordenação da Atenção Básica, profissionais do sistema E-SUS, três sanitaristas residentes e dois preceptores da residência. O plano de ação foi inspirado na ferramenta 5W2H, incluindo perguntas-chave e elementos para monitorar o status de cada atividade.
Resultados
Com a apresentação do plano de ação, foi possível discutir coletivamente as primeiras etapas do processo de territorialização que foram: a elaboração do mapa atual e definição dos limites territoriais de adscrição da UBS; extração dos cadastros simplificados do e-SUS PEC; distribuição das listas nominais aos Agentes Comunitários de Saúde para a realização de visitas domiciliares, visando confirmar endereços e completar dados referentes ao domicílio e ao cadastro individual de cada usuário.
Análise Crítica
A participação na aplicação do plano de ação no GT proporcionou aprendizado significativo sobre a importância do planejamento estruturado para a territorialização. Foi possível perceber a relevância do trabalho coletivo, da definição clara de etapas e responsabilidades, bem como da utilização de ferramentas como o 5W2H para qualificar as ações e favorecer a efetividade das intervenções na Atenção Primária à Saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
O plano de ação é fundamental para o planejamento, pois organiza as etapas, define responsabilidades e orienta a execução das atividades de forma sistemática e eficiente. Ele permite identificar prioridades, monitorar o andamento das ações e ajustar estratégias conforme necessário, promovendo a efetividade no alcance dos objetivos e garantindo a qualidade do processo de territorialização na atenção primária à saúde.
CONSULTÓRIO FARMACÊUTICO NA FARMÁCIA UNIVERSITÁRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 Unifal
Período de Realização
De estagiária em 2024 à farmacêutica em 2025, passou a realizar atendimentos no consultório.
Objeto da experiência
Serviços clínicos realizados em consultório farmacêutico na Farmácia Universitária da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG).
Objetivos
O objetivo deste resumo é relatar o atendimento através de consultas e rastreamentos, como avaliação integral do paciente, prescrição de medicamentos isentos de prescrição, práticas integrativas e complementares, e acompanhamento da farmacoterapia com foco na efetividade e segurança do tratamento.
Descrição da experiência
A experiência na Farmácia Universitária da UNIFAL-MG iniciou em 2024, como estagiária e, em 2025, como farmacêutica. Atividades no consultório farmacêutico incluíram acompanhamento farmacoterapêutico, prescrição de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) e aplicação de práticas integrativas e complementares (PICS) como a fitoterapia, floralterapia e auriculoterapia. O atendimento foi humanizado e fundamentado nos princípios do SUS: universalidade, integralidade e equidade.
Resultados
Foram realizados cerca de 30 atendimentos semanais, totalizando 150 ao mês, em que as queixas são de baixa complexidade. A prescrição de MIPs e uso de PICS, auxiliam no alívio dos sintomas. O acompanhamento farmacoterapêutico promoveu cuidado integral conforme princípios do SUS. Os gerenciamentos de problemas de baixa complexidade contribuíram para a desmedicalização na atenção primária, reduzindo a busca por serviços de urgência.
Aprendizado e análise crítica
A atuação no consultório farmacêutico da UNIFAL-MG fortaleceu competências clínicas do farmacêutico na atenção primária, com foco na anamnese, promoção do uso racional de medicamentos e educação em saúde centrada no paciente. A principal mudança observada foi a autonomia para definir o plano terapêutico e oferecer cuidado integral ao paciente. Apesar de desafios como demandas gerenciais, a experiência reforça a importância da ampliação do papel do farmacêutico no SUS, para além da dispensação.
Conclusões e/ou Recomendações
A atuação no consultório farmacêutico da UNIFAL-MG foi essencial para aprimoramento na área clínica, promovendo o uso racional de medicamentos e a adesão ao tratamento. O uso de PICS e MIPs fortaleceu o vínculo com o paciente e contribuiu para a qualidade do cuidado na APS, em conformidade com as diretrizes do SUS. A experiência no consultório consolidou a formação clínica, ampliou a autonomia e destacou o acolhimento no cuidado farmacêutico.
VACINAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: DESAFIOS NA PRÁTICA COTIDIANA
Pôster Eletrônico
1 Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
2 Hospital Geral Prado Valadares
3 Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia
Período de Realização
Realizado na Atenção Primária à Saúde em unidades e centros de saúde no município de Jequié, no ano de 2024.
Objeto da experiência
Envolvimento de discentes da área da saúde no acompanhamento e realização de atividades relacionadas à vacinação.
Objetivos
Relatar a vivência de estudantes no apoio às ações de imunização com a articulação dos conhecimentos científicos e práticos de unidades e centros de saúde, identificando os principais obstáculos enfrentados no cotidiano.
Descrição da experiência
Durante a vivência, foi possível observar a rotina relacionada à vacinação na atenção primária e colocar em prática os saberes adquiridos no decorrer da graduação. Algumas das atividades executadas foram: atualização do cartão de vacina da população infanto-juvenil, adulta e idosa; orientações sobre a importância da vacinação para o controle de doenças e para a saúde; registro no cartão e no sistema de vacinação; e análise sobre a dificuldade de adesão à vacinação pela população.
Resultados
Durante o acompanhamento das ações de vacinação na atenção primária, foram notadas dificuldades que contribuem para a baixa cobertura vacinal. A desinformação e a circulação de notícias falsas influenciam diretamente na desconfiança da população quanto à eficácia e segurança das vacinas. As dificuldades de acesso aos serviços, falta de horários compatíveis com a rotina dos usuários e a escassez de ações educativas contínuas, também contribuem para a baixa adesão da população ao serviço.
Aprendizado e análise crítica
A vacinação é uma das estratégias mais eficazes de prevenção de doenças e promoção da saúde pública, pois desempenha papel fundamental na redução de morbidades e mortalidades evitáveis. No entanto, durante o estágio, percebeu-se que apesar da ampla disponibilidade de vacinas, diversos obstáculos comprometem a cobertura vacinal. As ações de vacinação deverão romper os muros através de ações intersetoriais que promovam atividades educativas e através da busca ativa.
Conclusões e/ou Recomendações
A participação das discentes nas ações de vacinação na atenção primária revelou importantes aprendizados sobre os desafios que os serviços de saúde vêm enfrentando para a adesão da população à vacinação. Contudo, apesar das dificuldades vivenciadas durante as práticas, ficou evidente que ações contínuas de educação e fortalecimento do vínculo com os usuários são fundamentais para aumentar a confiança e melhorar a adesão da população.
VIVÊNCIAS EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA: PRIMEIROS CONTATOS DE ESTUDANTES DE MEDICINA COM OS USUÁRIOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UNEX
Período de Realização
Abril de 2025, na Unidade de Saúde da Família (USF) Corredor dos Araçás, Feira de Santana–BA.
Objeto da experiência
Atividades educativas em sala de espera e acompanhamento observacional do processo de trabalho dos profissionais da Equipe de Saúde da Família (EqSF).
Objetivos
Realizar ações de educação e promoção de saúde junto aos usuários de uma USF através de atividades desenvolvidas na sala de espera e conhecer a rotina, os processos e os fluxos da EqSF de uma USF, através da observação dos atendimentos e posterior diálogo com os profissionais.
Descrição da experiência
Os estudantes do componente Medicina de Família e Comunidade (MFC) realizaram coletivamente ações educativas na sala de espera da USF, sob supervisão dos docentes, abordando temáticas como higienização das mãos e prevenção de verminoses. Após o momento da atividade educativa eram direcionados, em duplas, para acompanhar os profissionais da unidade durante os atendimentos em consultório médico, odontológico e de enfermagem, além da sala de vacinas, de procedimento e de triagem.
Resultados
A integração da equipe de estudantes de medicina à dinâmica da USF potencializou o alcance das ações educativas coletivas realizadas no ambiente da sala de espera. Foram alcançados uma média de 12 usuários por atividade, ao longo das 4 atividades realizadas pelo grupo. A observação das atividades assistenciais possibilitou a associação dos conteúdos teóricos trabalhados e a interação com a EqSF permitiu o aprendizado interdisciplinar, no contexto da Atenção Primária em Saúde (APS).
Aprendizado e análise crítica
A experiência permitiu aos estudantes um primeiro contato com os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), ampliando a compreensão sobre o funcionamento da APS e a importância do acolhimento e da escuta qualificada. As vivências articularam teoria e prática, estimulando o olhar sensível para o trabalho em equipe, para a educação em saúde e para a prevenção de doenças e agravos. Também revelou o potencial pedagógico das ações em sala de espera e da observação ativa como estratégias formativas.
Conclusões e/ou Recomendações
A inserção precoce dos estudantes de medicina no cenário da USF mostrou-se uma ferramenta potente para aproximá-los dos princípios do SUS, da atuação multiprofissional e da realidade dos serviços públicos de saúde. Recomenda-se a continuidade e ampliação dessas atividades no currículo, fortalecendo o vínculo ensino-serviço-comunidade e contribuindo para a formação de profissionais mais humanizados, críticos, engajados e socialmente comprometidos.
INTERNATO RURAL MÉDICO E SUA CONTRIBUIÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM UM MUNICÍPIO NO INTERIOR DE MINAS GERAIS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 Sem filiação
2 Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Brasília, DF, Brasil.
Período de Realização
Estudo realizado entre 2018 e 2024 na Atenção Primária do município de Três Marias (MG).
Objeto da experiência
Relato de experiência da parceria entre APS municipal e Internato Rural da UFMG para fortalecer formação, ampliar acesso e qualificar cuidado.
Objetivos
Relatar, sob a perspectiva da coordenação da APS, a experiência com o Internato Rural de Medicina da UFMG, destacando práticas de promoção, prevenção, ações interprofissionais, qualificação da assistência e intervenções no meio rural e urbano.
Metodologia
De 2018 a 2024, acadêmicos do Internato Rural de Medicina da UFMG atuaram na Atenção Primária de Três Marias/MG, em áreas urbanas e rurais. No campo da formação prática, realizaram ações educativas de prevenção e promoção à saúde, atendimentos clínicos, apoio a grupos vulneráveis, estratégias no território e atividades no Programa Saúde na Escola, articulando saber acadêmico às demandas locais e fortalecendo o SUS.
Resultados
A atuação conjunta fortaleceu o trabalho interprofissional, ampliou o acesso aos serviços e contribuiu para maior envolvimento no autocuidado. Os acadêmicos aprimoraram competências clínicas, raciocínio diagnóstico, plano de cuidados e tratamentos e habilidades comunicacionais, vivenciando a complexidade do território e o enfrentamento de determinantes sociais da saúde, conforme os princípios da APS.
Análise Crítica
A experiência revelou o Internato Rural como espaço potente de formação humanizada e integral, estimulando o protagonismo discente e a corresponsabilidade pelo cuidado, especialmente em territórios rurais. Destacou a relevância da articulação ensino-serviço-comunidade, impulsionando o desenvolvimento profissional, o fortalecimento das equipes locais e do cuidado integral, e a qualificação das práticas em saúde no território.
Conclusões e/ou Recomendações
A parceria entre Atenção Primária e Internato Rural demonstrou-se eficaz para qualificar a formação médica e potencializar o cuidado em saúde, sobretudo em cenários rurais e vulneráveis. Recomenda-se a ampliação de iniciativas similares, consolidando a integração ensino-serviço como estratégia essencial para fortalecer o SUS, valorizar a APS e ampliar a resolutividade local.
TRANSFORMANDO O ACESSO: DA MARCAÇÃO DE FICHAS AO ACOLHIMENTO DE DEMANDA ESPONTÂNEA NA USF MÁRIO BEZERRA.
Pôster Eletrônico
1 SMS
Período de Realização
A partir de junho de 2024.
Objeto da experiência
Acesso dos usuários ao serviço de saúde.
Objetivos
Descrever a experiência de implantação do acolhimento por demanda espontânea na USF Mário Bezerra e os impactos dessa mudança no acesso ao serviço de saúde.
Descrição da experiência
A prática de reservar dias específicos para a marcação de fichas resultava em longas filas, insatisfação da comunidade e dificuldades no acesso às reais necessidades de saúde da população. Para superar esses desafios e promover um atendimento mais humanizado, a equipe da Unidade de Saúde da Família (USF) optou por implementar o acolhimento por demanda espontânea, em conformidade com as diretrizes da Atenção Primária à Saúde e os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS).
Resultados
No início, a demanda de atendimentos por profissional era elevada, porém, com o passar dos meses, observou-se uma redução gradual, resultando em uma média mais estável. Foi indispensável a capacitação contínua da equipe para identificar prioridades, direcionar casos emergenciais e postergar demandas menos urgentes. O bom entrosamento entre os profissionais e a abertura para esclarecimento de dúvidas foram fatores cruciais na adaptação da nova rotina.
Aprendizado e análise crítica
A substituição da marcação de fichas pelo acolhimento à demanda espontânea configura-se como estratégia condizente com a reorganização do acesso nos serviços de saúde. Conforme Assis e Jesus (2012), o acesso deve ser entendido como um processo contínuo, que assegura integralidade e equidade. O Ministério da Saúde (2011) ressalta que o acolhimento centraliza o cuidado, considerando as necessidades dos usuários e promovendo atendimento humanizado e qualificado.
Conclusões e/ou Recomendações
A adoção do acolhimento por demanda espontânea na USF Mário Bezerra mostrou-se eficaz na redução de barreiras de acesso, aumento da satisfação dos usuários e promoção de um atendimento mais humanizado. A experiência evidencia a importância da gestão participativa e da escuta da comunidade. Apesar dos desafios, a capacitação das equipes foi essencial, reforçando o potencial transformador da estratégia na Atenção Primária.
DIABETES GESTACIONAL E MORTALIDADE MATERNA: O IMPACTO DA INSULINOTERAPIA NO MANEJO CLÍNICO.
Pôster Eletrônico
1 SMS
Período de Realização
apartir do ano de 2023
Objeto da experiência
programa de atenção integral voltado para o acompanhamento e controle do Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) no município de Vitória de Santo Antão – PE.
Objetivos
Promover o diagnóstico precoce e o controle eficaz do DMG em gestantes, por meio de acompanhamento multidisciplinar, visando reduzir complicações maternas e fetais, melhorar o prognóstico da gestação e prevenir o desenvolvimento futuro de diabetes tipo 2.
Descrição da experiência
Em Vitória de Santo Antão – PE, foi implantado um programa de atenção integral às gestantes com DMG, com equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros e nutricionistas. O programa oferece orientações sobre alimentação, uso de insulina, monitoramento domiciliar da glicemia e educação em saúde, promovendo o controle glicêmico e a adesão ao pré-natal.
Resultados
O programa resultou em significativa redução das complicações maternas, como pré-eclâmpsia e partos prematuros, e diminuição da macrossomia fetal. Houve maior adesão das gestantes ao controle glicêmico e ao pré-natal, além da redução de internações hospitalares relacionadas ao DMG, evidenciando a eficácia do acompanhamento multidisciplinar e do monitoramento contínuo.
Aprendizado e análise crítica
O programa evidenciou que o diagnóstico precoce e o acompanhamento multidisciplinar são essenciais para controlar o DMG e reduzir complicações. Contudo, desafios como adesão contínua das gestantes e acesso uniforme a recursos permanecem. Destacamos a importância de ampliar investimentos em educação e tecnologia, garantindo que todas as gestantes tenham suporte adequado para um pré-natal eficaz e seguro.
Conclusões e/ou Recomendações
O acompanhamento integral e multidisciplinar das gestantes com DMG, aliado ao uso de tecnologias simples como o glicosímetro, melhorou significativamente os desfechos materno-infantis. A experiência reforça a importância do cuidado especializado na atenção básica, demonstrando que políticas públicas locais bem estruturadas promovem a saúde e garantem segurança para mãe e bebê durante a gestação.
TREINAMENTO EM HABILIDADES PARA SUPORTE BÁSICO DE VIDA E PRIMEIROS SOCORROS NA APS – CIRCUITO TEÓRICO E PRÁTICO
Pôster Eletrônico
1 UFPI
2 UEMA
Período de Realização
Entre 31/07/2024 e 11/09/2024
Objeto da experiência
Capacitação das Equipes da UBS Castelo Branco (Caxias/MA) em Suporte Básico de Vida (SBV) e Noções de Primeiros Socorros.
Objetivos
Capacitar profissionais de saúde para atuar com segurança e eficácia em situações de urgência na Atenção Primária (APS), dominando por exemplo técnicas de RCP, desengasgo, manejo de convulsões, queimaduras e acidentes com animais peçonhentos, integrando conhecimento teórico e atividades práticas.
Metodologia
Foram realizados ao longo de 3 encontros o treinamento em SBV e primeiros socorros para a equipe da UBS, abordando técnicas de RCP e a cadeia de sobrevivência, engasgos (manobras de desobstrução), convulsões (proteção do paciente), abordagem de queimaduras (classificação e cuidados) e de animais peçonhentos (primeiras medidas). Após quinze dias do terceiro encontro, fizemos uma avaliação prática simulada, onde os profissionais puderam demonstrar o domínio das técnicas e trabalho em equipe.
Resultados
No curto prazo, os profissionais já demonstram maior segurança no atendimento às urgências, aplicando corretamente as técnicas, sendo criado um time de resposta rápida. A médio prazo, observou-se melhoria na qualidade do atendimento, redução de complicações e maior confiança da comunidade nos serviços da UBS. A longo prazo, os benefícios estão em construção, com progresso na implantação de uma cultura de educação permanente, visando formar multiplicadores e sustentar as melhorias alcançadas.
Análise Crítica
O treinamento alcançou objetivos imediatos, com profissionais demonstrando domínio técnico e maior segurança quando acionados. A metodologia prática foi eficaz, porém identificamos a necessidade de reforço periódico para manutenção das habilidades e melhor adaptação de alguns protocolos à realidade local como o uso de garrafas pets. A ação demonstrou que investimentos em educação na saúde são essenciais para o avanço do atendimento oferecido na APS, podendo ser replicada em outras unidades.
Conclusões e/ou Recomendações
O treinamento realizado na UBS alcançou seu objetivo principal, capacitando a equipe para atuar com segurança em situações de urgência. Os resultados observados mostraram profissionais mais preparados e com segurança durante os atendimento. Para ampliar esses ganhos, entendemos a necessidade em realizar ações de educação permanente reforçando habilidades, manter o time de resposta rápida e futuramente a expandir as atividades do projeto.
OFICINA SOBRE DIAGNÓSTICO SITUACIONAL POR ESTIMATIVA RÁPIDA PARTICIPATIVA EM CONGRESSO MÉDICO: COMPARTILHANDO O APRENDIDO
Pôster Eletrônico
1 UFBA
Período de Realização
A oficina ocorreu no dia 5 de junho 2024, no turno da manhã, de 8h30min às 12 horas.
Objeto da experiência
Oficina sobre Diagnóstico Situacional por Estimativa Rápida Participativa (ERP), em Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade (CBMFC).
Objetivos
Compartilhar a prática de planejamento entre profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) pelo Diagnóstico Situacional por ERP. Enfatizar o seu potencial transformador da realidade profissional e sua aplicabilidade na APS. Compartilhar aprendizados e reflexões gerados na oficina.
Metodologia
Discentes do ProfSaúde-UFBA conduziram oficina com 32 participantes no CBMFC. Em grupos, analisaram dados secundários (PEC e-SUS/DATASUS), simularam observação de campo e entrevistas com informantes-chave. A partir disso, construíram diagnósticos situacionais, socializaram achados e discutiram caminhos para definição de problemas, análise de viabilidade e planejamento de ações.
Resultados
A atividade despertou alto engajamento dos participantes, que destacaram a aplicabilidade, agilidade e potencial replicador da metodologia. Muitos expressaram intenção de adotá-la em seus territórios. Para os palestrantes, o exercício provocou novas percepções sobre suas realidades, ampliando a capacidade de análise situacional e fomentando reflexões críticas no planejamento em saúde.
Análise Crítica
O tempo limitado foi um entrave para aprofundar as devolutivas e concluir etapas do planejamento, indicando a necessidade de continuidade formativa. Evidenciou-se que o planejamento na APS é ainda incipiente, refletindo lacunas metodológicas. Contudo, os participantes reconheceram sua importância e demonstraram abertura para incorporar práticas mais contextualizadas e estratégicas ao cotidiano dos serviços.
Conclusões e/ou Recomendações
A oficina de Diagnóstico Situacional por ERP ampliou a leitura crítica dos profissionais sobre o território e revelou alto potencial multiplicador. Evidenciou-se a importância de incorporar metodologias de planejamento contextualizadas à APS, por meio de estratégias formativas e de sua inserção qualificada em espaços estruturantes da educação permanente em saúde.
A MULTIPOLARIZAÇÃO E A PLURALIDADE DE SIGNIFICADOS NA CONQUISTA DOS ESPAÇOS DO TERRITÓRIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Brasília
Período de Realização
A pesquisa foi realizada durante o período entre outubro de 2024 à fevereiro de 2025.
Objeto da experiência
A horta comunitária como tecnologia social e estratégia de promoção da saúde no território.
Objetivos
Objetivo geral: Refletir sobre a horta como prática de cuidado e espaço coletivo no território.
Objetivos específicos:
Descrever o processo de reforma, mobilização e manutenção da horta comunitária;
Analisar os sentidos e articulações com o cotidiano e o cuidado em saúde do território estudado.
Descrição da experiência
Entre outubro de 2024 à fevereiro de 2025, vivemos a reforma e o cuidado da horta comunitária da UBS do Setor O. Houve mutirão, compra de tijolos, vaquinha para adubo, retirada de ervas daninhas e colheita compartilhada. A população é engajada e valoriza o espaço, mas a participação tem sido baixa, com apenas quatro integrantes assíduos e que mantém viva essa construção coletiva de cuidado e resistência no território.
Resultados
Mesmo com baixa participação, a população reconhece o valor social, cultural e de fortalecimento das ações de saúde da UBS de referência. Iniciativas como mutirão e colheita compartilhada aproximaram usuários e profissionais, despertando um olhar mais atento para os sentidos da horta comunitária. Esse processo revelou, de forma natural, a pluralidade de usos e significados no território, reforçando seu papel como espaço de cuidado e pertencimento.
Aprendizado e análise crítica
A experiência com a horta comunitária fortaleceu o cuidado integral e coletivo no território, promovendo redução do estresse e ansiedade, além da melhora do bem-estar emocional (Soga, Gaston & Yamaura, 2017). Também ampliou laços sociais (Okvat & Zautra, 2011) e o pertencimento. Revelou ainda o papel da horta como espaço multipolar, plural em sentidos e usos, estimulando a cognição e autonomia (Wang & MacMillan, 2013), além de mostrar a necessidade de superar desafios para consolidar a prática.
Conclusões e/ou Recomendações
A horta Plantar-te revelou que cultivar vai além da terra: é semear afetos, encontros e sentidos. Cada mão que planta, fortalece o coletivo e transforma o território em espaço de cuidado e pertencimento. A diversidade de usos e significados evidencia sua potência como tecnologia social. Hortas como essa devem ser reconhecidas como parte das ações em saúde, ainda fortalecidas como estratégia de promoção do bem-estar.
GRUPO CHÁ É SAÚDE: UMA EXPERIÊNCIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E CUIDADO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 CMS Nilza Rosa
2 UERJ
Período de Realização
A experiência relatada ocorre a cada 15 dias desde o ano de 2022.
Objeto da experiência
O uso de plantas medicinais disponíveis no território no cuidado em saúde a partir de práticas de educação popular.
Objetivos
Promover o autocuidado e valorizar os saberes ancestrais da comunidade;
Identificar e disseminar o uso das plantas medicinais do território no cuidado em saúde a partir da articulação dos saberes populares e científicos;
Estimular a preservar a biodiversidade de plantas presentes no território.
Descrição da experiência
A prática de uso do chá na unidade surgiu a partir da percepção da ACS que observava usuários tensos no acolhimento. Com a chegada da equipe e-multi, sistematizamos encontros periódicos que, através da educação popular, constrói junto a usuários o diálogo sobre autocuidado. Esta prática reúne profissionais de saúde, erveiros, usuários da comunidade, alunos e professores universitários, suscitando diálogos sobre as diversas possibilidades de uso de plantas medicinais em abundância no território.
Resultados
Os encontros possibilitaram a construção de uma rede potente entre comunidade, serviço e universidade, que compreende a potencialidade do grupo na promoção e no cuidado em saúde, estimulando a troca de conhecimentos de forma horizontal e democrática. A partir dos encontros foi realizada a criação de um inventário de plantas medicinais e alimentícias construída através da troca de conhecimentos socializados nos encontros.
Aprendizado e análise crítica
O Grupo do chá se tornou um potente espaço de divulgação de práticas integrativas e complementares, de cuidado e promoção da saúde. É nele que dialogamos criticamente sobre acesso, uso e desuso das ervas medicinais e alimentícias ao longo do tempo, contribuindo para a promoção da saúde através de recursos naturais disponíveis no território. O grupo propicia a reflexão entre uso de recursos naturais versus industrializados e seus reflexos na saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
O grupo promove a reflexão do entendimento da saúde e autocuidado e se constitui como um espaço de democratização e troca de saberes. Propicia o despertar sobre sustentabilidade e preservação dos recursos naturais do território. Esta experiência promove a consciência de solidariedade e fortalece vínculos entre a população e o serviço de saúde e universidade.
A IMPORTÂNCIA DE CONSCIENTIZAR SOBRE A VACINAÇÃO CONTRA INFLUENZA NO TERRITÓRIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 ENSP/FIOCRUZ
Período de Realização
Organização: 29/04/25; Realização da dinâmica: 30/04 e 10/05. Avaliação da atividade: 02/05 e 13/05.
Objeto da experiência
População adscrita a uma clínica da família da zona norte do Rio de Janeiro.
Objetivos
Promover educação em saúde durante campanhas de vacinação para conscientizar com literacia sobre a vacinação contra influenza.
Descrição da experiência
A mesma ação foi realizada em dois locais diferentes. Criou-se um dado, onde cada lado correspondia a uma pergunta, totalizando 6 perguntas. Os usuários que estavam nas campanhas e aceitavam participar da dinâmica, eram convidados a jogar o dado. Assim, a pergunta que caísse era lida, o usuário respondia e depois recebia uma explicação acessível.
Resultados
Os usuários presentes nas campanhas de vacinação aderiram de forma significativa a dinâmica. Foi observado que em um dos locais havia usuários com vasto conhecimento sobre a vacinação contra influenza. Entretanto, no outro local os usuários apresentaram defasagem de conhecimento, mas através da dinâmica puderam ampliar o saber acerca do assunto.
Aprendizado e análise crítica
Ao realizar dinâmicas como essa, estratégias dialógicas sobre promoção de saúde auxiliam a ampliar a compreensão dos usuários sobre o tema, sobretudo após diversas fake news serem vinculadas em massa. A equipe de residentes identificou particularidades de acordo com o local realizado, inferindo que se relacione ao fator socioeconômico.
Conclusões e/ou Recomendações
A dinâmica visando a conscientização da população sobre a importância da vacinação é de suma importância e traz benefícios, como a disseminação de informações verídicas, autonomia para os usuários e a construção do conhecimento através da troca. Portanto, a implementação de dinâmicas como essa são caras no processo de educação em saúde e devem ser expandidas para outros momentos oportunos, além de poder ser adaptadas para diferentes públicos.
REDE DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE DE FIGUEIRA-PR: A INTERSETORIALIDADE COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DE DIREITOS E SAÚDE INTEGRAL
Pôster Eletrônico
1 PMF/PR
2 SESA/PR
Período de Realização
De 12 de dezembro de 2022 até o presente momento (junho de 2025)
Objeto da experiência
Implementação e atuação da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente de Figueira, com foco na saúde e enfrentamento da violência.
Objetivos
Prevenir violências e abusos, promover direitos e integrar setores. Garantir acesso à saúde, educação e assistência. Capacitar profissionais, fortalecer a escuta qualificada e incentivar a participação infantojuvenil em decisões que impactam suas vidas.
Descrição da experiência
Figueira (PR), com 8.062 habitantes, formalizou a Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente em 12/12/2022, pela Lei nº 1.548/2022. Com um Comitê de Gestão Colegiada e forte atuação da saúde, promove reuniões mensais no CRAS e encontros extraordinários com famílias. Desenvolve ações anuais de prevenção, como palestras e passeatas, mobilizando setores contra a violência, o abuso, o bullying e para inclusão social.
Resultados
A rede possibilitou respostas mais eficazes às situações de risco, com redução de acolhimentos institucionais, evasão escolar e reincidência infracional. Houve maior detecção precoce de violências e adesão a tratamentos. A comunicação intersetorial foi fortalecida e a saúde passou a liderar ações de acolhimento, ampliando o cuidado integral e garantindo direitos a crianças e adolescentes.
Aprendizado e análise crítica
A atuação intersetorial consolidou-se como pilar essencial na proteção infantojuvenil. A integração entre saúde, educação, assistência e justiça favoreceu respostas rápidas e humanizadas. A resistência inicial à mudança foi superada pelos resultados concretos. A experiência reafirma a importância da saúde como eixo articulador de políticas públicas eficazes e do compromisso coletivo na promoção de direitos.
Conclusões e/ou Recomendações
A rede de Figueira é um exemplo replicável. A intersetorialidade, com protagonismo da saúde, mostrou-se decisiva na promoção de direitos e prevenção da violência. Recomenda-se ampliar a formação contínua das equipes, investir no monitoramento de indicadores e fortalecer a participação comunitária, assegurando ambiente protetivo e efetividade das ações no SUS.
A ATENÇÃO PRIMÁRIA E AS ABORDAGENS DA MEDICINA DO ESTILO DE VIDA PARA O CONTROLE DO DIABETES MELLITUS.
Pôster Eletrônico
1 CASSI
Período de Realização
Atividade realizada em novembro de 2023 no cuidado de saúde da população com Diabetes Mellitus.
Objeto da experiência
Abordagem dos riscos modificáveis da Diabetes Mellitus e incentivo às abordagens da Medicina do Estilo de Vida na Atenção Primária à Saúde (APS).
Objetivos
Compartilhar a experiência da educação em saúde sobre a importância da mudança do estilo de vida, autocuidado, como uma das formas mais eficazes de prevenção e controle de doenças e promoção da saúde, sensibilizando para adoção de hábitos de vida saudáveis.
Descrição da experiência
A iniciativa envolveu conversa orientadora por meio do diálogo coordenado, abordando cuidados de saúde, autocuidado apoiado em Diabetes e o impacto na vida das pessoas, da família e do sistema de saúde. Conduzida pelos profissionais enfermeiro, técnico de enfermagem e médico de família da APS, utilizou perguntas reflexivas sobre o assunto. Os participantes compartilharam suas vivências, ganhos e desafios com o controle da doença e as estratégias de autocuidado adotadas.
Resultados
A abordagem coletiva ocorreu com 27 participantes, que compartilharam suas experiências sobre as estratégias adotadas para o autocuidado e como essa pode ser aplicada no dia a dia. A partir das reflexões sobre fatores modificáveis para minimizar os riscos da Diabetes descontrolada e das trocas de experiências foi potencializada a promoção da saúde e prevenção de agravos, sensibilizando para o autoconhecimento e mudanças de hábitos de vida.
Aprendizado e análise crítica
Ao refletirem sobre suas práticas e compreenderem riscos, os participantes foram incentivados ao autoconhecimento e à mudança de atitude perante a diabetes. Esses são pilares essenciais para o cuidado em doenças crônicas. A iniciativa demonstrou a abordagem centrada no paciente e no grupo e valorizou o protagonismo de cada um no cuidado de saúde, com estímulo às abordagens da Medicina do Estilo de Vida e vínculo à APS.
Conclusões e/ou Recomendações
A Atenção Primária à Saúde com utilização de estratégias da Medicina do Estilo de Vida contribuiu para as mudanças de hábitos, autocuidado e fortalecimento do vínculo com a equipe. Essa abordagem auxilia no letramento dos participantes e expressa, positivamente, a capacidade de gerar mudanças no estilo de vida e controle da Diabetes, fortalecendo o autocuidado e melhorando a qualidade de vida.
INTERSETORIALIDADE E ATENÇÃO INTEGRAL NO CUIDADO A PESSOA EM SITUAÇÃO DE ACUMULAÇÃO NA REGIÃO CENTRAL DE SÃO PAULO
Pôster Eletrônico
1 Unidade de Vigilância em Saúde Ambiental Sé - Secretaria municipal de Saúde de São Paulo
2 Unidade Básica de Saúde Cambuci - Associação Filantrópica Nova Esperança AFNE
Período de Realização
As ações descritas neste relato de experiência foram realizadas entre janeiro e maio de 2025.
Objeto da experiência
Promover o atendimento integral e humanizado à pessoa em situação de acumulação, respeitando sua autonomia.
Objetivos
Garantir a participação da pessoa em situação de acumulação no processo de cuidado compartilhado;
Articular a rede intersetorial para assegurar um atendimento integral e preservar a autonomia da paciente no cuidado.
Descrição da experiência
Este relato descreve a articulação entre Vigilância Ambiental, UBS, PAVS e SELIMP no atendimento a uma paciente em situação de acumulação no centro de SP. Em janeiro de 2025, a paciente já acompanhada desde 2023, solicitou apoio devido à presença de animais sinantrópicos e acúmulo de inservíveis. Iniciaram-se visitas domiciliares e a construção de um PTS com foco no cuidado integral, retirada dos materiais e redução do sofrimento diante do desfazimento dos objetos.
Resultados
Durante o processo a paciente recebeu acompanhamento multiprofissional na UBS. Para a retirada do acumulo, foram utilizados nove caminhões. A equipe da Vigilância Ambiental realizou o desfazimento de ninho de pombos, o controle de criadouros de mosquitos e constatou uma infestação de aranhas do gênero Loxosceles, representando risco à saúde coletiva. Em parceria com o DVZ foi aplicado Lambda Cialotrina para o controle dos sinantrópicos. O caso foi discutido mensalmente nas reuniões do CRASA.
Aprendizado e análise crítica
Nesta experiência foi possível a articulação entre diferentes setores, respeitando a autonomia e protagonismo da paciente e minimizando riscos sociais, ambientais e de saúde, demonstrando que é possível conciliar as necessidades individuais e coletivas em situações complexa. O caso reforça a importância da rede de apoio na garantia da integralidade, equidade e universalidade do Sistema Único de Saúde, através de práticas territorializadas e centradas nas reais necessidades da população.
Conclusões e/ou Recomendações
O transtorno de acumulação, se revelou um fenômeno multifacetado que impacta a saúde pública e exige olhares diversos da clínica à vigilância, da assistência social ao manejo ambiental. Ao longo do processo, a escuta qualificada e o respeito à trajetória da paciente permitiram um cuidado mais acolhedor e centrado na pessoa, reconhecendo sua autonomia e buscando minimizar o sofrimento envolvido no processo de desfazimento dos objetos acumulados.
IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DO PROGRAMA RESPIRAR: ESTRATÉGIA DE ATENÇÃO PRIMÁRIA PARA O CONTROLE DA ASMA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM IPATINGA-MG
Pôster Eletrônico
1 PMI
Período de Realização
Período entre 2020 a 2024.
Objeto da experiência
Descrever a implementação do Programa Respirar no município em Ipatinga, no controle da asma em crianças e adolescentes na Atenção Primária à Saúde.
Objetivos
Promover o controle efetivo da asma em crianças e adolescentes por meio do acompanhamento regular, capacitação das equipes de saúde e padronização dos protocolos de atendimento, visando reduzir as crises, internações, custos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes no município.
Descrição da experiência
O Programa Respirar foi implantado no município de Ipatinga para melhorar o controle da asma em crianças e adolescentes. Iniciou em uma unidade básica de saúde e expandiu para toda a rede municipal, com capacitação contínua dos profissionais, organização do fluxo de atendimento e padronização das condutas clínicas. O programa promoveu acompanhamento regular, redução das crises e internações, e melhorou a qualidade de vida dos pacientes.
Resultados
A implantação do Programa Respirar resultou em redução de 40% nas crises asmáticas e 35% nas internações de crianças e adolescentes. O acompanhamento regular aumentou 50%, melhorando a adesão ao tratamento e a qualidade de vida dos pacientes. A capacitação contínua dos profissionais e a padronização dos protocolos contribuíram para um atendimento 45% mais eficiente na Atenção Primária à Saúde do município.
Aprendizado e análise crítica
O Programa Respirar mostrou que capacitação contínua e protocolos padronizados são essenciais para controlar a asma em crianças. O acompanhamento regular melhorou a adesão e reduziu complicações. Porém, a alta rotatividade de profissionais e a dificuldade de adesão dos usuários ainda são desafios. É necessário ampliar ações educativas e garantir insumos para o manejo adequado, além de manter monitoramento constante para resultados sustentáveis.
Conclusões e/ou Recomendações
A implantação de um Programa desta magnitude, mesmo com todos os desafios diários de um serviço público de saúde, como pode ser comprovado em nosso município beneficia um grande número de crianças e adolescentes portadores de asma e suas famílias, com melhoria no controle da doença, no auto-manejo das crises e redução da procura por serviços de urgência e emergência e internações
PROMOÇÃO DE SAÚDE NA HORTA COMUNITÁRIA: UMA EXPERIÊNCIA MULTIPROFISSIONAL
Pôster Eletrônico
1 UFSC
Período de Realização
A ação foi realizada e planejada em março e abril de 2025.
Objeto da experiência
Usuários que frequentam o grupo de atividades físicas da UBS Serraria - São José - SC
Objetivos
Descrever a experiência e refletir sobre uma ação educativa para população sobre a prevenção da hipertensão arterial. Valorizar o conhecimento construído no diálogo com a população sobre fitoterápicos e criar um ambiente saudável estimulando o cultivo na horta comunitária na UBS Serraria.
Metodologia
A atividade foi desenvolvida pela equipe de residentes da Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Universidade Federal de Santa Catarina. Antes de iniciar a discussão com o público foram realizados breves exercícios de alongamento e relaxamento muscular, em seguida, pacientes relataram sobre vivência em hortas e consumos de fitoterápicos. Foram produzidos chás com plantas que contribuem na prevenção da hipertensão arterial e realizado o plantio das mesmas.
Resultados
Os pacientes participaram ativamente da atividade, mesmo aqueles que não tinham domínio de gestão de horta. Foi compartilhado os trabalhos realizados anteriormente pela equipe e orientado sobre outras formas de cuidado à saúde que não seja exclusivo da farmácia alopática. Nesta perspectiva, houve uma troca de saberes acerca de maneiras alternativas de plantio em ambientes que não contém área externa.
Análise Crítica
A experiência mostra a importância do diálogo com a população e como a construção de vínculo proporciona a melhora do acolhimento do paciente, da proatividade entre a equipe de saúde e resgate cultural da população do território. A atividade foi recebida positivamente proporcionando o início de um grupo quinzenal de manejo de horta com os pacientes.
Conclusões e/ou Recomendações
A intersetorialidade e multiprofissionalidade é fundamental para as ações e intervenções de saúde. Com as hortas comunitárias é possível criar um ambiente saudável para a população que permita que ela mude seu estilo de vida. Recomenda-se a construção de grupos de hortas que envolvam os usuários nos ambientes de UBS, permitindo criação de espaço de educação popular e promoção à saúde que valorizem os mesmos.
CADERNO DE EXPERIÊNCIAS EXITOSAS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DA REGIÃO NORTE SES/DF
Pôster Eletrônico
1 SES/DF
2 FEPECS
Período de Realização
De fevereiro de 2023 à junho de 2025, totalizando 3 cadernos e 3 eventos de lançamento do produto.
Objeto da experiência
Ações inovadoras e exitosas realizadas pelos profissionais da atenção primária à saúde da região norte do Distrito Federal.
Objetivos
Relatar a experiência da elaboração e divulgação de um caderno com ações exitosas promovidas pelos profissionais da atenção primária à saúde da região norte do Distrito Federal.
Descrição da experiência
A partir de 2023, todos os profissionais da APS da Região Norte do DF foram convidados a enviarem, em formato de relatos de experiências, ações exitosas que impactaram positivamente na vida e na saúde dos usuários ou na melhoria dos processos de trabalho. O Caderno emerge como uma ferramenta de valorização e reconhecimento das práticas da APS. As iniciativas retratadas evidenciam a capacidade inovadora das equipes de saúde e reforçam a importância da documentação sistematizada das práticas.
Resultados
Foram publicados 3 cadernos: o nº 1 com 23 relatos (2023), o nº 2 com 27 relatos (2024) e o nº 3 com 15 relatos (2025). Todos os cadernos receberam ficha catalográfica e foram acompanhados de eventos de lançamento. O projeto resultou na sistematização de relatos que podem ser replicados em outros contextos, estimulando a troca de saberes e a articulação entre profissionais, gestores e usuários. As experiências refletem a diversidade e a eficácia das ações desenvolvidas no âmbito da APS.
Aprendizado e análise crítica
Os cadernos evidenciaram a potência da atenção primária à saúde e a capacidade inovadora dos profissionais. O registro sistematizado das ações proporcionou visibilidade, fortaleceu a produção de conhecimento técnico-científico entre os profissionais e permitiu espaços de troca entre os profissionais durante os eventos. A qualidade e a profundidade das experiências narradas reafirmam que a APS é um campo fértil para inovações em saúde, promovendo um SUS mais resolutivo e acolhedor.
Conclusões e/ou Recomendações
O projeto evidencia a importância de espaços de troca e valorização dos profissionais de saúde. A divulgação de experiências desenvolvidas no território, comprova o potencial da APS. Recomenda-se a continuidade do projeto com ampliação do escopo do caderno, reunindo experiências exitosas da atenção secundária e hospitalar da região, permitindo maior integração e fortalecimento do trabalho em rede.
SISTEMATIZAÇÃO DAS REUNIÕES DE COLEGIADO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO E MONITORAMENTO NA DIRETORIA REGIONAL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DA REGIÃO DE SAÚDE LESTE
Pôster Eletrônico
1 Unb/HUB
2
Período de Realização
Março a Junho de 2025
Objeto da experiência
A reorganização e sistematização das reuniões do colegiado interno da DIRAPS Leste, promovendo continuidade e efetividade.
Objetivos
Reestruturar as reuniões de colegiado da DIRAPS Leste, promovendo maior organização, produtividade e continuidade dos encaminhamentos por meio da construção coletiva, divisão de tarefas e sistematização das atas e pautas.
Metodologia
A experiência surgiu diante da necessidade de sistematização das reuniões de colegiado interno. . Como residente sanitarista, tive abertura para propor mudanças. Criei a pasta “Documentos Comuns à DIRAPS”, com subpastas organizadas por temas. Estruturei um sistema de revezamento entre residentes das gerências para elaboração das atas e promovi a leitura dos encaminhamentos anteriores no início das reuniões. Essa sistematização gerou envolvimento e organização, fortalecendo a gestão colegiada.
Resultados
As reuniões passaram a ser mais produtivas, com continuidade das ações discutidas. Todos os encaminhamentos passaram a ser registrados, acompanhados e retomados, evitando retrabalho e perda de informações. Houve engajamento dos residentes, que assumiram funções ativas. O modelo implementado fortaleceu a cultura organizacional, o planejamento estratégico e foi bem recebido pela equipe gestora, que reconheceu a melhoria na condução das reuniões e na comunicação entre as gerências.
Análise Crítica
A experiência demonstrou o impacto de pequenas mudanças organizacionais aliadas à escuta ativa e colaboração interprofissional. A prática da sistematização trouxe maior clareza e compromisso com os encaminhamentos, revelando-se uma estratégia eficaz para fortalecer a governança. Como residente, pude vivenciar a potência da atuação sanitarista no campo da gestão, valorizando o trabalho coletivo e a criação de soluções simples, mas transformadoras, para desafios cotidianos da administração pública.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a adoção de práticas de sistematização de reuniões como ferramenta de apoio à gestão colegiada. O uso de pastas acessíveis, divisão de responsabilidades e acompanhamento dos encaminhamentos fortalece a corresponsabilização e a comunicação institucional. A valorização da escuta e da liderança colaborativa foi essencial para o sucesso da proposta, mostrando que a qualificação da gestão também se faz nos pequenos processos.
O IMPACTO DA CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE O AUTISMO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde de Senador Canedo-GO
Período de Realização
Relato de experiência realizado em abril de 2025 numa Unidade Básica de Saúde de Senador Canedo-GO.
Objeto da experiência
Promover a conscientização da população sobre o Transtorno de Espectro Autista (TEA), desmistificando o transtorno e incentivando a inclusão social.
Objetivos
Aprimorar a assistência no cuidado de crianças com (TEA), e identificar precocemente aquelas com risco para o transtorno.
Descrição da experiência
A ação contou com a participação das equipes de Saúde da Família (eSF), Saúde Bucal (eSB) e Multiprofissional (eMulti). Foi criada uma sala sensorial com brinquedos confeccionados com materiais reciclados para acolhimento das crianças. Houve triagem para TEA com o M-CHAT-R/F, atualização da caderneta vacinal, atendimento odontológico e avaliação de crescimento e desenvolvimento. A eMulti também ministrou uma palestra educativa sobre o tema.
Resultados
Cerca de 30 pessoas participaram da ação, entre profissionais de saúde, familiares e crianças com ou sem diagnóstico de TEA. A equipe eMulti, composta por nutricionista, psicóloga e assistente social, abordou o cuidado à criança com TEA sob uma perspectiva multiprofissional, destacando a seletividade alimentar, os marcos do desenvolvimento e os direitos garantidos por lei.
Aprendizado e análise crítica
Houve significativa sensibilização dos participantes, muitos dos quais relataram pouco ou nenhum conhecimento prévio sobre o TEA. A ação contribuiu para ampliar a compreensão do tema e incentivar práticas mais inclusivas. A sala sensorial mostrou-se eficaz na ambientação das crianças, promovendo conforto e facilitando a realização dos atendimentos.
Conclusões e/ou Recomendações
A ação permitiu vislumbrar a importância do papel da Atenção Primária no elo do cuidado das crianças com TEA, sendo a porta para a detecção precoce e a ordenadora de todo o cuidado na rede. Ademais, a atividade também despertou nos profissionais o interesse pelo aprimoramento contínuo sobre o tema, reforçando a importância da capacitação e da abordagem interdisciplinar no cuidado às pessoas com TEA.
ADOLESCENTES PROTAGONISTAS: PROMOÇÃO DE SAÚDE, EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO EM TERRITÓRIO VULNERÁVEL DO RIO DE JANEIRO
Pôster Eletrônico
1 Programa de Residência de Enfermagem de Família e Comunidade - SMS/RJ
2 Programa de Residência de Enfermagem de Família e Comunidade - SMS/RJ
3 Residência de Enfermagem de Família e Comunidade - SMS/RJ
Período de Realização
2024 até o presente. O grupo ocorre de forma bimestral na unidade de saúde.
Objeto da experiência
Promoção da saúde, educação e desenvolvimento integral de adolescentes em vulnerabilidade social.
Objetivos
Fomentar o cuidado integral com adolescentes por meio da escuta, vínculo e ações educativas; fortalecer a articulação com o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e a Rede de Adolescentes Promotores da Saúde (RAP da Saúde); incentivar o protagonismo juvenil.
Metodologia
O grupo ocorre em uma Clínica da Família da zona norte do Rio de Janeiro, com adolescentes em vulnerabilidade social. Conduzido por residentes de enfermagem, aborda temas como saúde mental, sexualidade, direitos sociais e cidadania. As ações contam com o apoio do CRAS, RAP da Saúde, psicólogos e outros profissionais. Um grupo de WhatsApp fortalece o vínculo, e em 2025 será implantado um projeto de xadrez, com aulas e campeonato.
Resultados
O grupo fortaleceu o vínculo com os adolescentes, ampliou o sentimento de pertencimento e incentivou a participação nas ações da unidade. Através do grupo, adolescentes participaram de processo seletivo e foram contratados como jovens aprendizes em unidades de saúde do território. A atuação do RAP da Saúde gerou maior engajamento entre pares. Espera-se que o projeto de xadrez amplie ainda mais essa participação.
Análise Crítica
A escuta qualificada e o vínculo se mostraram fundamentais para acessar o universo adolescente. A articulação com o RAP da Saúde revelou-se uma estratégia potente. A equipe multiprofissional atuou de forma integrada. O projeto de xadrez surgiu como ferramenta para estimular pensamento crítico, autoestima e concentração, reforçando a importância de abordagens criativas, intersetoriais e contínuas.
Conclusões e/ou Recomendações
Promover espaços de escuta e pertencimento é essencial no cuidado a adolescentes na Atenção Primária. A experiência reforça a importância de parcerias com o CRAS, RAP da Saúde e iniciativas educativas. É necessário fortalecer e ampliar políticas públicas que garantam cuidado e educação para adolescentes em territórios vulneráveis.
INTEGRALIDADE E RESILIÊNCIA: O PAPEL DAS COMUNIDADES COMPASSIVAS NA AMPLIAÇÃO DOS CUIDADOS PALIATIVOS EM TERRITÓRIOS VULNERABILIZADOS
Pôster Eletrônico
1 Ensp/Fiocruz
Período de Realização
Entre 2018 e 2024, as Comunidades Compassivas foram implantadas em diversos territórios do Brasil.
Objeto da experiência
Análise da experiência das Comunidades Compassivas como estratégia territorial para cuidados paliativos em territórios vulnerabilizados.
Objetivos
Discutir a relevância das Comunidades Compassivas como estratégia comunitária para promover cuidados paliativos integrais, equitativos e culturalmente sensíveis.
Analisar sua contribuição para a efetivação do princípio da integralidade no SUS, sobretudo em contextos de vulnerabilidade social.
Descrição da experiência
O trabalho baseia-se na sistematização de experiências de implantação de Comunidades Compassivas no Brasil entre 2018 e 2024, com destaque para favelas do Rio de Janeiro e outras regiões. Foram analisados documentos técnicos, normativos e relatos comunitários. O estudo articula análise documental com observação participativa e entrevistas com atores locais e profissionais envolvidos, considerando os princípios da pesquisa qualitativa e da Educação Popular em Saúde.
Resultados
A experiência revela que as Comunidades Compassivas fortalecem redes de solidariedade que ampliam o acesso aos cuidados paliativos, promovendo letramento sobre morte e luto, vínculos comunitários e mobilização de recursos locais. Em 2024, a Política Nacional de Cuidados Paliativos reconheceu essa estratégia como uma de suas diretrizes. A prática do cuidar comunitário tem impacto direto na qualidade de vida e dignidade de pessoas com doenças graves, sobretudo em favelas e regiões periféricas.
Aprendizado e análise crítica
A análise evidenciou que a integralidade no SUS depende da articulação entre serviços formais e redes comunitárias. As Comunidades Compassivas enfrentam desafios como estigma territorial, ausência de políticas integradas e subfinanciamento. Contudo, demonstram potência ao resgatar o protagonismo local e ao reorientar o cuidado para uma abordagem centrada na dignidade. Essa proposta reforça o papel da participação social e amplia a capacidade do SUS em contextos complexos e desiguais.
Conclusões e/ou Recomendações
A Comunidade Compassiva é uma proposta inovadora e potente para ampliar o acesso a cuidados paliativos e fortalecer o SUS nos territórios vulnerabilizados. Sua integração à PNCP representa um avanço. Recomenda-se sua ampliação com garantia de financiamento, formação de profissionais e apoio institucional, promovendo um cuidado centrado na vida, na dignidade e nos direitos humanos.
SUS POR CAPILARIDADE: CARTILHA E CAPACITAÇÃO SOBRE HIPERTENSÃO ARTERIAL PARA AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DE ÁREA RIBEIRINHA DA AMAZÔNIA
Pôster Eletrônico
1 UFOPA
Período de Realização
A produção do material tecnológico e da capacitação ocorreram de março a outubro de 2024.
Objeto da experiência
Produção de cartilha e capacitação sobre hipertensão arterial aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS’s) de comunidades ribeirinhas de Belterra/PA.
Objetivos
Minimizar a deficiência de informação/capacitação aos ACS’s que vivem diariamente em comunidades ribeirinhas de Belterra/PA e não recebem instruções e orientações adequadas sobre os riscos da hipertensão arterial em lugares remotos e longe de assistência à saúde adequada.
Descrição da experiência
A cartilha foi produzida em seis etapas: levantamento de dados sobre a comunidade e a rotina de trabalho dos ACS’s; seleção de tópicos relevante sobre hipertensão arterial para compor a cartilha, conforme necessidade apontada pelos profissionais de saúde locais; elaboração da cartilha em plataforma digital; validação do material educativo através de juízes com aplicação da escala Likert; impressão e entrega da cartilha a cada ACS’s durante capacitação proposta nas comunidades.
Resultados
Confecção e distribuição de uma cartilha sobre hipertensão arterial conforme a realidade da região ribeirinha de Belterra/PA aos ACS’s, os quais relataram que não receberam, durante o tempo de trabalho, capacitações sobre o tema. Além disso, além da capacitação aos profissionais de saúde, houve orientações sobre a importância do ACS’s nas comunidades ribeirinhas, assim como a entrega de kits de verificação de pressão arterial para cada ACS, junto com as instruções de uso e prática de aferição.
Aprendizado e análise crítica
Frente as tecnologias digitais, o formato de cartilha pode-se apresentar ultrapassado, porém para a realidade da saúde pública em comunidades ribeirinhas da região amazônica, consiste como alternativa, principalmente quando os ACS’s relatam a inexistência de capacitação sobre o tema de hipertensão arterial associada a falta de acesso à internet e a aparelhos celulares. A capacitação torna-se essencial aos profissionais da atenção básica que precisam de informações atualizadas sobre as doenças.
Conclusões e/ou Recomendações
Portanto, os produtos gerados foram pensados para impactar uma população que vive a margem dos rios na Amazônia, propiciando melhor assistência em saúde de pacientes hipertensos ribeirinhos através do ACS, principal profissional desta região, que estará mais instruído e direcionará um cuidado em saúde mais seguro, fortalecendo o Sistema Único de Saúde (SUS) e, por capilaridade, chegando em lugares que o SUS ainda não assiste em sua totalidade.
O PAPEL DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO MEDICAMENTOSA EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Amapá
2 Secretaria Municipal de Saúde de Macapá/AP
Período de Realização
Projeto “Estágios e vivências na realidade do SUS” realizado entre 12 e 18 de maio de 2025.
Objeto da experiência
Vivências práticas para estudantes em diferentes realidades do SUS no Pará, para melhor compreensão do SUS e aplicação em demais contextos locais.
Objetivos
Refletir sobre o papel do farmacêutico nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e o prejuízo de sua ausência ou benefícios de sua presença na realização da dispensação medicamentosa, tanto para o tratamento dos pacientes quanto para a equipe multiprofissional e o serviço de saúde.
Metodologia
Visitas realizadas em 3 UBS, 2 na cidade de Belém e 1 na cidade de Abaetetuba, no estado do Pará, todas unidades com Estratégia Saúde da Família (ESF), com uma equipe multidisciplinar composta por agentes de saúde, médicos, enfermeiros, técnicos e administrativo. As visitas foram realizadas em grupos, em turnos únicos (manhã ou tarde) e guiadas pelas enfermeiras das UBS aos diferentes setores, como sala de odontologia, vacina, enfermagem, psicologia, sala de curativos, triagem e farmácia.
Resultados
Despertou a reflexão, nas 3 unidades visitadas, o fato de só haver a presença de farmacêutico, acompanhado ou não de técnico em farmácia, na dispensação medicamentosa no turno da manhã, ficando a farmácia sob responsabilidade de técnicos em enfermagem (2 UBS) ou em farmácia (1 UBS) no turno da tarde. Também suscitou o interesse a importância do farmacêutico realizar a dispensação e, no contato direto com os pacientes, poder oferecer orientações quando necessário, como observado em 2 UBS.
Análise Crítica
Em um paralelo entre o Amapá e o Pará, a partir das experiências das autoras, se observa, no Amapá, a presença do farmacêutico nos 2 turnos, porém muitas vezes não como profissional responsável pela dispensação, e sim pelo controle de receituários e do fluxo de entrega das medicações, ainda que sem sala própria, comprometendo as orientações que este poderia dar à população, mas também ajudando a manter maior controle e organização das receitas controladas e dos medicamentos, com menos extravios.
Conclusões e/ou Recomendações
As 2 experiências, do Amapá e Pará, apontam benefícios e malefícios podem se relacionar ao papel do farmacêutico na UBS. A dispensação é uma atribuição exclusiva do farmacêutico, conforme Decreto Federal 85.878/81, mas a ausência deste, a tem desviado a outros profissionais, que acabam sobrecarregados e a população menos atendida em suas necessidades e a dispensação não se restringe à entrega medicamentosa, precisando ser melhor vivenciada.
RESPIRANDO NOVOS COMEÇOS: VIVÊNCIAS EM UM GRUPO DE TABAGISMO NA USF
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ
Período de Realização
07 de novembro de 2024 a 12 de junho de 2025.
Objeto da experiência
O processo de cuidado coletivo voltado à cessação do tabagismo no contexto da Atenção Primária.
Objetivos
Relatar a experiência da equipe multiprofissional na condução de um grupo de cessação do tabagismo na APS, ressaltar estratégias interdisciplinares voltadas à promoção do cuidado integral, destacar a articulação entre saberes, identificar desafios e resultados observados.
Metodologia
Os usuários interessados em participar do grupo foram inseridos em lista na recepção e passaram por anamnese individual antes do primeiro encontro grupal. Iniciou com 8 participantes. Os encontros ocorreram semanalmente no primeiro mês e, depois, quinzenalmente. A partir do 4º encontro, passaram por avaliação médica para início de medicação fornecida pelo estado de uso exclusivo do grupo. Todos os encontros foram acompanhados e conduzidos por psicólogo, nutricionista, dentista e médico.
Resultados
Os participantes iniciaram com grandes expectativas, após tentativas frustradas de parar de fumar sozinhos. Durante o grupo, perceberam que, mesmo com medicação, os encontros eram fundamentais, pois o processo exige também força de vontade. Após ação educativa, alguns procuraram atendimento odontológico. Aprenderam estratégias para controlar a ansiedade, melhorar a alimentação e valorizar o apoio multiprofissional na cessação ao invés de contar somente com o apoio da medicação.
Análise Crítica
A prática reforçou o valor da atuação multiprofissional e a necessidade de estratégias permanentes de captação e retenção de usuários, da importância do vínculo e da USF como rede de apoio no processo. A análise crítica demonstrou que o suporte emocional e o acompanhamento ativo são tão importantes quanto o uso de fármacos, visto que os pacientes apresentam demandas psicológicas que contribuem para o uso do tabaco. A troca entre os membros contribuiu para reafirmar o desejo de parar de fumar.
Conclusões e/ou Recomendações
Após a experiência, 5 pacientes cessaram o uso do tabaco. Recomenda-se a continuidade e ampliação dos grupos multiprofissionais, priorizando o acompanhamento integral e o fortalecimento do vínculo com os usuários. Estratégias que incentivem o apoio entre participantes, a educação em saúde, o atendimento humanizado e a integralidade são essenciais para aumentar a adesão e melhorar os resultados no abandono do tabaco.
RELATO DE CASO: FORTALECIMENTO PÉLVICO EM UM GRUPO DE IOGA NA ATENÇÃO PRIMARIA A SAÚDE (APS)
Pôster Eletrônico
1 SBIBAE
Período de Realização
Março de 2025 até o presente momento.
Objeto da experiência
Implementação de exercícios de Kegel e letramento em saúde por residentes de enfermagem em APS em um Grupo de Ioga.
Objetivos
Promover autopercepção e identificação de quadros de incontinência através de exercícios e educação em saúde em grupo de Ioga e Tai-chi, realizado em um espaço comunitário do território de abrangência de duas Unidades Básicas de Saúde, na Zona Sul de São Paulo.
Descrição da experiência
O grupo é realizado semanalmente, alternado entre PICS, com ênfase na consciência corporal. Em março, participantes do grupo relataram sintomas de escape urinário. Dessa forma, residentes de enfermagem foram convidados para o grupo. Para tal, foram realizadas sessões de estudo sobre o fortalecimento pélvico e validação com a fisioterapeuta. Os exercícios são aplicados quinzenalmente, englobando músculos da pelve, tipos de incontinência e formas de fortalecimento, e ao final meditação guiada.
Resultados
São abordadas de cinco a oito exercícios de fortalecimento pélvico de acordo com a dificuldade e perfil do grupo, além de adaptações para os indivíduos com mobilidade reduzida. Ao final de cada sessão, percebe-se boa aceitação entre o público e feedbacks positivos para os profissionais envolvidos, além de disseminação entre a comunidade. As participantes relatam perpetuação das práticas na vida cotidiana e empoderamento através dos conhecimentos obtidos no grupo.
Aprendizado e análise crítica
É evidenciado a potência de trabalhar estigmas, sendo a incontinência urinaria um tema de grande relevância epidemiológica. O grupo tem um perfil majoritariamente feminino (80%). Ao decorrer do grupo, diversos públicos participaram, exigindo adaptações com ferramentas facilitadoras e maneiras de comunicação. Ressalta-se a residência como ferramenta de produção de práticas inovadoras, que atendem demandas da população para além do consultório.
Conclusões e/ou Recomendações
O grupo mostrou-se potente ao aplicar práticas integrativas para a população, e por responder demandas levantadas pelos próprios participantes, desvinculando-se do modelo biomédico. Os dados sobre a prática dos exercícios ainda não possuem uma amostra robusta pelo pouco tempo de abordagem, mas individualmente pacientes do grupo relataram melhora subjetiva. Por fim, a residência demostra um grande potencial de mudança de práticas coletivas.
BINGO DA SAÚDE: JOGUE CONTRA A DIABETES.
Pôster Eletrônico
1 FPP
Período de Realização
Março a Maio de 2025.
Objeto da experiência
Relato de uma ação de educação popular em saúde que utilizou a gamificação para promover o cuidado ao Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) em idosos de Curitiba.
Objetivos
Promover a educação em saúde sobre cuidados e manejo da diabetes tipo 2 em uma comunidade de idosos. Buscou-se sensibilizar sobre fatores de risco e sintomas, estimular o autocuidado e desmistificar crenças populares da doença e seu tratamento por meio da educação para a autogestão da diabetes.
Metodologia
A experiência foi planejada a partir de um diagnóstico comunitário que identificou a alta prevalência da doença na região. Resultou no desenvolvimento da ação "Bingo da Saúde" para idosos da Unidade de Saúde Vila Osternack, em Curitiba-PR. A atividade, realizada em um salão paroquial, usou o jogo para abordar de forma interativa as definições, causas, sintomas e prevenção do diabetes tipo 2.
Resultados
A ação envolveu 38 idosos, a maioria mulheres. Houve engajamento ativo, com trocas de experiências e esclarecimento de dúvidas. Foram realizadas 13 aferições de glicemia capilar, com 9 resultados acima de 120 mg/dL, resultando em encaminhamento para a unidade de saúde. A abordagem lúdica, complementada por uma confraternização saudável, foi bem recebida, e os participantes solicitaram novas atividades.
Análise Crítica
A experiência fortaleceu o vínculo dos estudantes com a comunidade, permitindo a aplicação prática de conhecimentos e uma escuta ativa. A gamificação provou ser uma estratégia eficaz para a educação em saúde com idosos. Como ponto crítico, a baixa participação masculina, um dado recorrente em ações de saúde, limitou o alcance. A presença de mitos sobre a doença evidenciou a necessidade de reforçar ações educativas contínuas.
Conclusões e/ou Recomendações
A atividade foi bem-sucedida em promover a conscientização sobre o diabetes de forma lúdica e participativa. Recomenda-se que futuras ações criem estratégias para incluir o público masculino. Sugere-se também a continuidade das intervenções educativas com foco na desmistificação de crenças populares, mantendo o diálogo e a escuta ativa como ferramentas centrais para a promoção da saúde.
PARA ALÉM DA CARTOGRAFIA: A TERRITORIALIZAÇÃO EM SAÚDE REALIZADA POR RESIDENTES DE SAÚDE COLETIVA EM UM DISTRITO SANITÁRIO DO RECIFE
Pôster Eletrônico
1 Instituto Aggeu Magalhães/ IAM – FIOCRUZ Pernambuco
Período de Realização
A territorialização em saúde ocorreu no segundo trimestre de 2025.
Objeto da experiência
Este trabalho tem a finalidade de descrever o produto final da disciplina Território e Saúde, a partir da territorialização no âmbito da gestão.
Objetivos
Trata-se de um relato de experiência, realizado por residentes do Programa Multiprofissional de Saúde Coletiva do Instituto Aggeu Magalhães - IAM/ Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ Pernambuco, que objetiva apresentar a percepção da gestão e de representantes sociais, sobre os fatores que influenciam a territorialização em saúde.
Metodologia
A experiência ocorreu em um Distrito Sanitário na cidade do Recife, estado de Pernambuco e teve como foco o processo de territorialização, entendido não apenas em sua dimensão física delimitada por espaços geográficos e administrativos, mas também a partir de suas dimensões subjetivas e relacionais. Os dados utilizados para o processo de territorialização foram fundamentados em cinco dimensões principais: política, cultural, econômica, ambiental e sanitária.
Resultados
As informações foram obtidas por meio de diálogos com gestores e representantes sociais, com o intuito de compreender suas perspectivas sobre tais aspectos e de que forma são considerados nas ações de saúde desenvolvidas junto à população. Foram identificadas potencialidades e fragilidades nos discursos dos participantes sobre determinadas dimensões do território, o que evidencia a necessidade de qualificação nesse aspecto.
Análise Crítica
Evidenciou-se a importância do conhecimento territorial em suas múltiplas dimensões como elemento essencial para o planejamento, a proposição e a execução de ações que respondam de forma efetiva às reais necessidades de saúde da população. Tal compreensão mostra-se fundamental na formação de sanitaristas comprometidos com práticas integradas e orientadas pelas singularidades dos territórios onde atuam.
Conclusões e/ou Recomendações
Portanto, percebeu-se que o processo de territorialização deve ultrapassar a dimensão puramente cartográfica, incorporando os saberes locais e as subjetividades que conformam o território. Recomenda-se que gestores de saúde valorizem a leitura ampliada do território, promovendo práticas mais integradas, contextualizadas e alinhadas com a realidade vivenciada pelas comunidades.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NA GESTAÇÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE MÉDICA RESIDENTE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO PERÍODO DE MAIO DE 2024 A MAIO DE 2025
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde de Salvador
2 Universidade do Estado da Bahia
Período de Realização
O presente trabalho compreende experiência realizada no período de maio de 2024 e maio de 2025.
Objeto da experiência
Relatar as impressões construídas por médica da Atenção Primária à Saúde no atendimento a gestantes vítimas de violência doméstica durante o período gestacional
Objetivos
Relatar percepções no atendimento a gestantes em situação de violência durante o pré-natal na Atenção Primária à Saúde, destacando a importância da identificação precoce e da intervenção. Relacionar também os desafios na identificação de casos e as motivações que perpetuam o ciclo de violência.
Descrição da experiência
A violência explícita é facilmente identificada, enquanto a psicológica e outras formas menos evidentes são frequentemente negligenciadas na atenção primária à saúde. Para muitas gestantes, esse é o primeiro e, por vezes, único contato com o sistema de saúde antes da maternidade. Relatos indicam que a permanência em relações abusivas está vinculada à vulnerabilidade econômica, agravada pela informalidade laboral durante a gestação.
Resultados
Embora a atenção primária tenha potencial para identificar a violência doméstica na gestação, esse recurso ainda é subutilizado. Violências sutis são frequentemente naturalizadas e ignoradas, não sendo reconhecidas como parte do ciclo da violência. A precarização do trabalho e o machismo na contratação de gestantes, agravados pela desigualdade de gênero, contribuem para a perpetuação desse problema.
Aprendizado e análise crítica
A violência doméstica está associada a desfechos negativos para a saúde física e mental no período perinatal. Embora possa ocorrer em qualquer fase da vida, o risco aumenta significativamente na gestação. A atenção primária é fundamental para o enfrentamento dessa violência. A vulnerabilidade social e econômica, aliada à precarização do trabalho e ao machismo estrutural, é determinante para a perpetuação do ciclo de violência.
Conclusões e/ou Recomendações
A atenção primária tem potencial para identificar e intervir precocemente em casos de violência doméstica na gestação, mas carece de instrumentos e capacitação adequados. É imprescindível a implementação de políticas públicas que mitiguem desigualdades e enfrentem os determinantes sociais da violência, considerando a vulnerabilidade da mulher no contexto da cultura patriarcal.
CONSULTÓRIO AVANÇADO COMO FERRAMENTA DE ACESSO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM UM TERRITÓRIO DE FAVELA NO RIO DE JANEIRO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro
Período de Realização
A experiência ocorreu em 27/03/2025 no turno matutino, na comunidade Para Pedro (Rio de Janeiro-RJ)
Objeto da experiência
Realização de consultório avançado por equipe de saúde da família. Consultório avançado é uma estrutura de atendimento descentralizada no território.
Objetivos
Ampliar e facilitar o acesso da população adscrita à equipe de saúde da família, bem como melhorar a resolutividade no âmbito da Atenção Primária à Saúde.
Metodologia
O consultório avançado foi realizado em instituição de cunho religioso na comunidade, foi feita uma estrutura para atendimento médico e de enfermagem e roda de conversa. Os agentes de saúde foram responsáveis por comunicar à população sobre o consultório avançado e realizar busca ativa. A enfermeira foi responsável pela aplicação das vacinas e realização de triagem, o médico pelos atendimentos clínicos e a farmacêutica pela realização de roda de conversa em sala de espera.
Resultados
Foram realizados oito atendimentos clínicos por diversos motivos, os mais comuns foram contracepção, queixas dermatológicas, infecção de vias aéreas superiores, pedidos de encaminhamentos para atenção secundária; foram aplicadas vacinas e a roda de conversa ocorreu com sete pessoas e abordou temáticas como tuberculose, adesão ao tratamento e cuidados gerais em relação à saúde.
Análise Crítica
O consultório avançado permitiu alcançar sujeitos que não estavam em acompanhamento na unidade, notadamente pessoas em situação de rua e adolescentes, permitiu também uma maior articulação com equipamentos do território e a resolução de demandas livres sem necessidade de ida à unidade de saúde. Apesar de avaliada como experiência positiva, a equipe teve dificuldade em replicar novamente a prática do consultório avançado por dificuldade em conciliar a atividade com demandas outras do serviço.
Conclusões e/ou Recomendações
A prática do consultório avançado figura-se como ferramenta útil e aplicável na ampliação do acesso da população no contexto da Atenção Primária à Saúde, aproximando o serviço da comunidade adscrita. Sugere-se a realização da prática continuada do consultório avançado bem como pesquisas na área que avaliem de forma ampliada o impacto dessa ferramenta em diversos cenários.
VISITA DOMICILIAR COMO ESTRATÉGIA DE CUIDADO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 UFG
Período de Realização
Março de 2025, durante a disciplina Práticas de Enfermagem em Saúde Coletiva da FEN/UFG.
Objeto da experiência
Visita domiciliar como estratégia de assistência de Enfermagem à pessoa idosa em vulnerabilidade biopsicossocial na Atenção Primária à Saúde (APS).
Objetivos
Relatar a experiência vivenciada por acadêmicas de Enfermagem durante visitas domiciliares a dois idosos residentes no território da APS, no Distrito Oeste da cidade de Goiânia. Discorrer sobre o potencial da visita domiciliar como estratégia de cuidado à pessoa idosa em situação de vulnerabilidade.
Metodologia
Foram realizadas três visitas a partir do agendamento pelo Agente Comunitário de Saúde. As ações foram norteadas pelo Processo de Enfermagem, com avaliação e construção do genograma e ecomapa. O planejamento focou no diagnóstico prioritário da Síndrome da Fragilidade do Idoso. As intervenções incluíram escuta terapêutica, orientações, atividades corporais, contato com rede de apoio espiritual e elaboração de relatório para pedido de fraldas geriátricas, de forma conjunta com a médica da equipe.
Resultados
A criteriosa avaliação dos idosos permitiu a análise da dinâmica familiar e redes de apoio. As intervenções de enfermagem em domicílio geraram efeitos positivos: participação ativa, afeto, manifestações de felicidade (verbal e não verbal), acolhimento, gratidão e pedidos de continuidade. As ações visaram melhorar a funcionalidade física, o bem-estar biopsicossocial e a percepção de cuidado. A experiência favoreceu o aprendizado e o desenvolvimento de competências para o cuidado do idoso na APS.
Análise Crítica
A visita domiciliar mostrou seu potencial para a promoção da saúde, indo além do enfoque curativo. A experiência revelou os desafios do cuidado à pessoa idosa na APS, especialmente em contextos de vulnerabilidade. Evidenciou-se que, mesmo sem tecnologias duras, o uso de tecnologias leves e leve-duras, como a escuta, o acolhimento e o vínculo, são capazes de gerar transformações significativas, reforçando o papel essencial do enfermeiro na autonomia e humanização do cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
A vivência enriqueceu a formação acadêmica, evidenciando a atuação da enfermagem no cuidado à pessoa idosa em situação de vulnerabilidade. Destaca-se que a visita domiciliar é uma estratégia potente para a promoção da saúde, especialmente para usuários com limitações de acesso às unidades básicas de saúde. Logo, é crucial desconstruir a ideia de que a visita domiciliar é apenas para acamados ou gravemente enfermos.
CONSULTA COMPARTILHADA COMO ESTRATÉGIA MULTIPROFISSIONAL PARA ATUAÇÃO INTERDISCIPLINAR EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE SALVADOR: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 ISC, UFBA
2 ESPS, SMS
3 SMS
Período de Realização
Primeiro semestre de 2025.
Objeto da experiência
Relatar a experiência da consulta compartilhada por residentes em uma Unidade de Saúde da Família (USF) no Município de Salvador, Bahia, em 2025.
Objetivos
Fortalecer a articulação nas consulta de pré-natal e puericultura entre equipes de saúde e residentes dos programas: Multiprofissional em Saúde Coletiva com Ênfase no Desenvolvimento Infantil na Comunidade (REDICa) e Medicina de Família e Comunidade (MFC), da USF Canabrava, do Distrito Pau da Lima.
Metodologia
Nesta USF, o REDICa dispõe de quatro categorias profissionais: enfermagem, fonoaudiologia, fisioterapia e psicologia, com residentes contribuindo nos atendimentos ofertados ao público materno infantil, sobretudo consultas de puericultura e pré-natal realizadas pelos médicos residentes do MFC. As consultas interdisciplinares ocorrem com a integração de duas ou mais categorias profissionais por consultório.
Resultados
A prática da consulta compartilhada proporcionou um melhor aprofundamento nas consultas da USF, permitindo a integração dos profissionais com discussões de casos, matriciamento entre categorias, abordagem ampliada e qualificação profissional no atendimento, possibilitando a identificação precoce de demandas de saúde mental, odontológicas, alterações no desenvolvimento infantil e promovendo uma melhor qualidade de vida das gestantes, crianças e núcleo familiar.
Análise Crítica
Esta forma de consulta ainda está em período de adaptação e requer tempo para implementação e estruturação de instrumentos técnicos de matriciamento dos profissionais, reforçando a necessidade de estudos e práticas na assistência. Esse formato necessita de mais tempo de atendimento e de estrutura física da USF, tendo em vista que mobiliza outros profissionais das equipes da unidade como odontólogos e enfermeiros que fazem parte do quadro de profissionais da Estratégia de Saúde da Família (ESF).
Conclusões e/ou Recomendações
A consulta compartilhada viabiliza o aprofundamento do cuidado, possibilitando melhores práticas terapêuticas e encaminhamentos especializados de forma pontual. A experiência relatada reforça a importância da equipe multiprofissional no contexto da Atenção Primária à Saúde, a necessidade de aprimoramento das políticas públicas e a ampliação dos espaços de saúde, possibilitando melhor alocação e qualidade de assistência para a comunidade.
O VII CIAPS (CONGRESSO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE); UMA ESTRATÉGIA PARA REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA
Pôster Eletrônico
1 UFPI
2 SESAPI
3 Fiocruz Piaui
Período de Realização
maio de 2025
Objeto da experiência
Realizar um evento de integração para formação de uma rede integrada com população, pesquisadores docentes e estudantes
Objetivos
Proporcionar a troca de experiências e debates técnico-científicos;Assegurar a publicação de documento específico dos trabalhos apresentados;Contribuir com a formação em saúde voltada para o SUS; Construir uma rede colaborativa de informação
Metodologia
Foi a sétima edição. Houve um crescimento pois nessa edição estiveram como organizadores instituições de extrema relevância como: Fiocruz Rio, Fiocruz Piauí, Fiocruz Brasilia, UNA-SUS, OPAS, Ministério da Saúde, Escola de Saúde Pública do Piauí e outras tantas. de trabalhadores da atenção primária estiveram presentes . Ao final foi criada uma rede ; REDELiS (Laboratorio de inovação em Saúde). Houve mais de 1.300 inscritos com participação efetiva de 600 participantes de todo Brasil.
Resultados
criação da RedeLIS, proposta de trabalho conjunto com instituições organizadores, fortalecimento da atenção básica . Reconhecimento internacional com mobilização de assinatura do Termo de cooperação com a OPAS já iniciado na VI edição.O intercâmbio nacional gerará muitos projetos de cooperação. A realização de vários eventos concomitante : Talk Show de violência e de Mortalidade materna, Forum de hanseníase e tuberculose favoreceram uma densidade de conhecimentos aos participantes.
Análise Crítica
O grande aprendizado está na parceria. Essa edição demonstrou que a associação com instituição experiente faz o evento crescer e se consolidar cada vez mais.
Conclusões e/ou Recomendações
Concluiu-se que o CIAPS é considerado o maior evento de capacitação técnica que o Piauí oferece aos trabalhadores da atenção básica. As dificuldades para seu custeio demonstra a necessidade emergencial de uma agenda perene em razão de sua relevância e dos impactos gerados a cada edição.
MATERNIDADES IMPEDIDAS: ESTRATÉGIAS DE GESTÃO PARA O MONITORAMENTO DE AÇÕES DE PRÉ-NATAL E PUERPÉRIO DE MULHERES VULNERABILIZADAS EM VOLTA REDONDA - RJ
Pôster Eletrônico
1 Psicólogo Secretaria Estadual de Saúde - RJ
2 Psicóloga Secretaria Municipal de Saúde Volta Redonda - RJ
3 Psicóloga Prof. Dra. Universidade Federal Fluminense (UFF)/ Centro Universitário Geraldo Dibiase (UGB)
4 Psicólogo Prof. Dr. Universidade Federal Fluminense (UFF)
5 Psicólogo Secretaria Municipal de Saúde Volta Redonda - RJ
6 Estudante Psicologia Universidade Federal Fluminense (UFF)
Período de Realização
Início em Setembro de 2024 - atualidade
Objeto da experiência
Monitoramento do acesso à pré-natal e puerpério por mulheres vulnerabilizadas, compreendendo ações de enfrentamento às desigualdades.
Objetivos
Diagnóstico situacional das desigualdades de acesso à pré-natal e puerpério de mulheres vulnerabilizadas; Articulação de serviços das redes intra e intersetorial para ampliação de acesso; Educação Permanente em Saúde compreendendo marcadores de gênero, raça e classe para o trabalho em saúde
Descrição da experiência
A criação de um GT para monitoramento do acesso à pré-natal e puerpério das mulheres mães de crianças acolhidas institucionalmente, percebemos marcadores de raça, classe, território e saúde mental enquanto variáveis negligenciadas nos serviços de saúde, inclusive o marcador situação de rua. Objetivamos visibilizar a desigualdade e propor mecanismos de enfrentamento através de processos de Educação Permanente em Saúde.
Resultados
Diagnóstico do acesso à saúde das mulheres mães de crianças e adolescentes acolhidos, com foco no acesso à ações de pré-natal e puerpério. Utilização do sistema de prontuário eletrônico para construção de perfil sócio-demográfico e sanitário que indicaram interseccionalidades na vulnerabilização do acesso, como: território, saúde mental, raça, renda, gênero e violência. Direcionamento para formulação de estratégia de Educação Permanente para enfrentamento à desigualdades nos serviços de saúde.
Aprendizado e análise crítica
Visibilidade para relevância de estratégia de monitoramento da saúde da mulher e do acesso à pré-natal, compreendendo determinados marcadores de vulnerabilidade, como: território, saúde mental, raça, renda, gênero e violência. Identificação da relevância dos fluxos de comunicação e corresponsabilização entre distintos níveis de atenção para continuidade do cuidado. Além disso, necessidade de estratégias de Educação Permanente voltadas ao combate de desigualdades em serviços de Saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A criação de Grupo de Trabalho permitiu a visualização de temas antes invisíveis como desigualdades baseadas em território, saúde mental, raça, gênero e violência que incidiram sobre as condições de acesso, sobre a produção de informação em saúde, modos de compreensão de sujeitos de direitos e suas trajetórias. O dispositivo deu visibilidade a vulnerabilidades não consideradas e propõs Educação Permanente enquanto ferramenta de enfrentamento.
EXPERIÊNCIA DO USO DA ABORDAGEM SOCIOCULTURAL NO PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO NA SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Pôster Eletrônico
1 UFMA
Período de Realização
A experiência ocorreu em maio de 2025
Objeto da experiência
O planejamento de uma qualificação sobre a vacina influenza para os Agentes Comunitários de Saúde (ACS)
Objetivos
Descrever a experiência do uso da abordagem sociocultural baseada em Paulo Freire no planejamento de uma qualificação sobre a vacina influenza para os ACS
Descrição da experiência
Estudo do tipo relato de experiência, relacionado à disciplina Estudos Avançados em Educação na Saúde do curso de Doutorado Profissional em Saúde da Família (RENASF). A experiência ocorreu sobre um caso índice de baixa adesão vacinal contra influenza, o qual suscitou necessidade de planejamento para qualificação dos ACS sobre a temática. Inicialmente, leu-se sobre a abordagem sociocultural. Após isso, construiu-se o plano de formação para os ACS com: objetivos, metodologia, materiais e avaliação
Resultados
Estruturou-se uma qualificação visando preparar os ACS para atuarem junto a população realizando intervenção educativas sobre vacina influenza e consequentemente aumentar a adesão vacinal na comunidade. Para a qualificação utilizou-se as etapas: acolhimento e apresentação, dramatização realizada pelo ACS a partir de situação problema vivenciada na comunidade, investigação do universo vocabular, tematização, problematização, construção coletiva das ações e autoavaliação.
Aprendizado e análise crítica
A abordagem sociocultural é adequada nos contextos da Estratégia Saúde da Família, pois considera o ambiente, hábitos e crenças da população e, por meio disso consegue gerar consciência crítica no aprendizado de diferentes temas.
Conclusões e/ou Recomendações
Na realização de planos de intervenções educativas é imprescindível conhecer o público a que se destina a atividade, bem como o objetivo a ser alcançado para assim escolher a melhor abordagem educacional a ser adotada. Assim, utilizou-se a abordagem sociocultural, pois pretendia-se melhorar a adesão vacinal com o auxílio dos ACS, tornando-se necessário considerar o contexto socio cultural em que a comunidade vive para intervir na problemática.
DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS SOBRE TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO NA APS: UM RELATO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE COM ENFERMEIROS DO SUS CAPIXABA
Pôster Eletrônico
1 ICEPi
Período de Realização
Foi realizada no mês de abril de 2025
Objeto da experiência
Promover o conhecimento sobre os transtornos do neurodesenvolvimento para enfermeiros da Atenção Primária à Saúde, visando identificação e intervenção precoce
Objetivos
Relatar experiência de docentes do Programa Estadual de Qualificação da APS (Qualifica-APS) do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde/ICEPi na condução de oficinas de educação permanente sobre transtornos do neurodesenvolvimento e cuidado na APS com enfermeiros
Descrição da experiência
Relato de experiência qualitativo e descritivo sobre educação permanente em saúde, voltadas para enfermeiros atuantes na APS, abordando os transtornos do neurodesenvolvimento, especialmente o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDH). Foram utilizadas metodologias ativas com discussões de estudo de casos, vídeos, evidências científicas, casos práticos e a Rede de Atenção com base em SERDIA, nota técnica SESA-ES
Resultados
Promoveu a troca de saberes entre docentes e profissionais valorizou conhecimentos prévios, ampliando a compreensão do TEA e TDAH, com reconhecimento de sinais de alerta utilizando como rastreio o M-CHAT (caderneta da criança). Enfermeiros aprimoraram o acolhimento de crianças e famílias, focando no cuidado centrado na pessoa. A rotina profissional mudou com escuta qualificada, encaminhamentos adequados e fortalecimento de articulações com equipes multiprofissionais e rede intersetorial
Aprendizado e análise crítica
A educação permanente é um dispositivo potente para o enfrentamento aos transtornos do neurodesenvolvimento na APS, empoderando enfermeiros. Contudo, há dificuldade de outros profissionais que não fizeram a formação em compreender a temática, evidenciando a necessidade de políticas institucionais para fomento e continuidade. Abordagem centrada na pessoa, cuidado humanizado e atuação intersetorial são essenciais, reforçando a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança e da APS.
Conclusões e/ou Recomendações
A educação permanente qualifica enfermeiros na APS para transtornos do neurodesenvolvimento. A formação em serviço, como estratégia crítico-reflexiva-colaborativa de transformação das práticas de cuidado. Recomenda-se institucionalizar espaços formativos contínuos, ampliar a participação de outros profissionais e criar materiais de apoio. Investir em formação sensível e contextualizada garante direitos e cuidado integral a crianças e famílias
PREVENÇÃO DE AGRAVOS EM SAÚDE POR MEIO DO MONITORAMENTO DA DENGUE: HUB DA DENGUE UNIMAX
Pôster Eletrônico
1 Centro Universitário Max Planck- UniMax
2 Centro Universitário Max Planck- UniMax estudante de Medicina
Período de Realização
Atividades realizadas em abril e maio de 2025
Objeto da experiência
Vivência de estudantes de Medicina da UniMAX em ações
de monitoramento de pacientes da Atenção Primária em Saúde, Indaiatuba (SP), com foco em casos de dengue.
Objetivos
Relatar a participação de estudantes de Medicina da UniMAX em ações de
telemonitoramento de pacientes com diagnóstico ou suspeita de dengue,
visando à identificação precoce de sinais de agravamento e à orientação
quanto aos cuidados para a prevenção de complicações.
Descrição da experiência
Em abril e maio de 2025, estudantes de Medicina da UniMAX participaram de
ação integrada ensino-serviço com a rede de saúde de Indaiatuba-SP,
realizando telemonitoramento de casos de dengue. Fizeram ligações para
identificar sintomas persistentes, orientar cuidados e reconhecer sinais de
alarme. A atividade, supervisionada por docentes da saúde, integrou a
disciplina “Saúde da Família e Comunidade” e fortaleceu a vivência no SUS.
Resultados
A inserção dos estudantes nas ações de vigilância e cuidado possibilitou o
acompanhamento próximo dos pacientes e contribuiu para o enfrentamento
do cenário epidemiológico local. A experiência incentivou o autocuidado, a
observação ativa de sinais de agravamento e proporcionou ambiente de
aprendizado significativo para os futuros profissionais. Observou-se o
desenvolvimento de habilidades de comunicação, escuta qualificada e
acolhimento, reforçando o compromisso social da universidade com o SUS.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou o potencial transformador da integração
ensino-serviço no âmbito da formação médica, sobretudo no fortalecimento
da APS e da vigilância em saúde. A prática da telemedicina proporcionou
uma aproximação precoce com o SUS, ampliando a compreensão dos
estudantes sobre as dinâmicas do cuidado em saúde, bem como a relevância
da vigilância ativa em contextos epidêmicos.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a continuidade e ampliação de estratégias pedagógicas que
fortaleçam o vínculo entre ensino e serviço, incentivem o protagonismo dos
usuários e valorizem as ações de vigilância em saúde. A formação médica
deve contemplar vivências em toda a rede de atenção, promovendo a
integralidade do cuidado e consolidando a APS como eixo estruturante do
SUS.
PROMOÇÃO DA SAÚDE NO PRÉ-NATAL: EXPERIÊNCIA DE RESIDENTES EM GRUPO DE GESTANTES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA.
Pôster Eletrônico
1 Secretária Municipal de Saúde de São José dos Pinhais
Período de Realização
Abril à maio de 2025 na Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de São José dos Pinhais/PR.
Objeto da experiência
Realização de um grupo de apoio multiprofissional para gestantes sobre o cuidado com pré-natal, puerpério e puericultura.
Objetivos
Relatar o acolhimento por meio de atuação compartilhada entre odontologia, farmácia e psicologia, focado na atenção integral à saúde na gestação realizada por residentes do Programa de Residência Multiprofissional Saúde da Família, que ocorre mensalmente na UBS Guatupê, para prevenção e orientação.
Metodologia
Consiste em estudo descritivo, do tipo relato de experiência, com seleção de gestantes adstritas à área de abrangência da UBS, realizada por meio de convites impressos e digitais. A ação, realizada mensalmente, envolveu dinâmicas educativas, com duração aproximada de uma hora, incluindo discussão sobre mitos e verdades, orientação sobre riscos e benefícios do uso de plantas medicinais e medicações, instruções de higiene oral e carta pessoal ao bebê. Finalizando o encontro com lanches saudáveis.
Resultados
Em média, 20 gestantes participaram de cada ação. A proposta mostrou-se bem-sucedida, evidenciada pela adesão constante das gestantes e pelo envolvimento crescente dos profissionais da unidade. O grupo passou a ser valorizado e incorporado à rotina da UBS, com ações interprofissionais que promoveram integração e continuidade do cuidado. Dessa forma, favoreceu a criação de vínculo, estimulou a autonomia, forneceu apoio psicológico e contribuiu para redução dos riscos associados à gestação.
Análise Crítica
A ação colaborou para que as gestantes se sintam seguras e assistidas, melhorando a comunicação profissional-paciente. Constatou-se conhecimento limitado acerca da saúde bucal, incluindo o trimestre seguro para realização de procedimentos. Durante as atividades, uma participante relatou uso de chá de hibisco sem saber dos riscos, evidenciando a importância das orientações do grupo. Além disso, entenderam que oscilações de humor e emoções intensas são naturais devido às mudanças hormonais.
Conclusões e/ou Recomendações
O grupo é centrado nas demandas das gestantes, criando um espaço seguro para acolhimento, reforçando o cuidado multiprofissional na Atenção Primária em Saúde. Favorece a escuta qualificada, cria vínculos e estimula a adesão ao pré e pós-natal, facilitando assim o acesso à informação em saúde. Portanto, a ação deve ser expandida para outras UBS e ampliada com a participação de mais profissionais, fortalecendo a rede de apoio às gestantes.
EXPERIÊNCIA DO CUIDADO COMPARTILHADO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM UM TERRITÓRIO DE ALTA VULNERABILIDADE SOCIAL
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura de Piraquara
2 UFPR
Período de Realização
Entre janeiro de 2023 a junho de 2025.
Objeto da experiência
Atenção compartilhada à saúde mental na Atenção Primária a Saúde.
Objetivos
Retomar os atendimentos individuais e em grupo compartilhados entre os profissionais generalistas em uma ESF de região de alta vulnerabilidade e os profissionais de saude mental da e-multi, diante da baixa utilização dessa prática anteriormente.
Metodologia
Atuação dos profissionais das equipes da ESF e eMulti, por meio de atendimentos compartilhados, priorizando casos de saúde mental graves, agudizados, populações vulneráveis, gestantes, crianças e acamados. A psicóloga mantém uma agenda de horários flexível para agendamentos previamente discutidos, buscando a integração da clínica. Também são realizados grupos compartilhados com foco na promoção da saúde mental, fortalecendo a colaboração interdisciplinar e a atenção integral no território.
Resultados
Considerando uma cidade do G100, a atuação compartilhada entre médicos e enfermeiros em conjunto com psicólogos tem auxiliado na otimização de casos que necessitam de intervenções rápidas, visto o grande número de encaminhamentos e demandas de saúde mental. A prática tem se mostrado eficiente para fortalecer a articulação com outros serviços e considerar os determinantes sociais de saúde, promovendo cuidado interprofissional e levando mais em conta o contexto no qual os usuários estão inseridos
Análise Crítica
O cuidado compartilhado diminui a fragmentação dos atendimentos com características ambulatoriais, pois possibilitam a troca de saberes, auxiliando o vínculo entre profissionais e usuários, além da corresponsabilização entre as equipes. Por ser um dispositivo organizador de atuação em equipe, o apoio matricial está numa constante necessidade de atualização, irrompendo processos de criação. Após a pandemia a equipe teve que se repensar com novos processos para retomar as práticas colaborativas.
Conclusões e/ou Recomendações
Essa ferramenta está prevista na PNAB e contribui para uma abordagem integral do cuidado, incentivando a superação do modelo biomédico ainda presente em muitas práticas. Embora nem sempre haja disponibilidade dos profissionais para repensar suas ações, a educação permanente e o apoio da gestão seriam fundamentais para estimular e fortalecer essas iniciativas.
EQUIPES SAÚDE DA FAMÍLIA NO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA – SAÚDE E EDUCAÇÃO ALÉM DOS MUROS – RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE OURO PRETO DO OESTE
Período de Realização
As ações de educação em saúde foram desenvolvidas aos longos dos meses de janeiro a dezembro de 2024
Objeto da experiência
O trabalho das equipes saúde da família (eSF) na educação em saúde no Programa Saúde na Escola (PSE) utilizando recursos lúdicos e interativos.
Objetivos
Descrever a experiência das equipes de saúde da família no desenvolvimento das ações de educação em saúde, no Programa Saúde na Escola, utilizando recursos lúdicos e interativos durante a abordagem educativa.
Descrição da experiência
Trata-se de um relato de experiência sobre atuação das equipes saúde da família nas ações de educação em saúde do PSE, no município de Ouro Preto do Oeste/RO. Os profissionais das eSF participaram ativamente do planejamento, construção e execução das ações. Foram utilizados recursos lúdicos e interativos na abordagem educativa tais como: desenhos em cartolinas, teatro com personagens infantis, fantoches, jogos de adivinhação e memória em ações de prevenção de doenças e promoção da saúde
Resultados
As ações de educação em saúde planejadas em equipe, proporcionaram maior satisfação entre os profissionais envolvidos, fortalecendo o vínculo entre saúde e educação. Pontuaram o quanto foi produtivo e gratificante a participação dos educandos durante as ações, e enalteceram a importância de fortalecer o PSE. A utilização de recursos lúdicos e interativos na abordagem educativa teve impacto positivo, ultrapassando os muros escolares, e reverberando na vida do educando e suas famílias.
Aprendizado e análise crítica
A atuação dos profissionais da eSF no PSE tem se configurado um marco importante, embora desafiador. A rapidez e a superficialidade com que as informações circulam no século XXI, impulsionadas pelas tecnologias digitais, torna-se necessário a busca por estratégias que possibilitem formas alternativas e eficazes de compartilhar informações. A utilização de recursos lúdicos e interativos, dentro do âmbito escolar, é um potente facilitador das ações de prevenção de doenças e promoção da saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
O PSE proporcionou aos profissionais de saúde um outro olhar sobre o fazer saúde, a educação em saúde é um aliado potente para oportunizar o cuidado e promover a equidade no acesso à saúde. Essa experiência foi enriquecedora, gerando mudanças significativas nos profissionais envolvidos, visto que, as ações visam a melhoria da saúde dos educandos e suas famílias, além de contribuir para o acesso à informação e assim reduzir iniquidades sociais.
LUGAR DE ADOLESCENTE É NA CLÍNICA DA FAMÍLIA? REALIZAÇÃO DE GRUPO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM ADOLESCENTES DE MANGUINHOS/RJ.
Pôster Eletrônico
1 ENSP/Fiocruz
2 Fiocruz
Período de Realização
De outubro de 2022 a fevereiro de 2024.
Objeto da experiência
Grupo de educação em saúde com adolescentes de Manguinhos/RJ no Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/ENSP).
Objetivos
Apresentar o desenvolvimento de um grupo de educação em saúde com enfoque em adolescentes;
Construir metodologias e instrumentos de trabalho com esse público alvo para que elas sejam incorporadas na rotina da unidade de saúde;
Promover a discussão de conhecimentos sobre temas de saúde do adolescente.
Metodologia
O grupo foi coordenado pela equipe de residência multiprofissional em saúde da família composta por psicóloga, nutricionista, dentista e enfermeira. Realizado em modalidade aberta para adolescentes de 12 a 19 anos, moradores de Manguinhos ou vinculados à comunidade, abrangendo usuários de ambas as clínicas do território. Foram desenvolvidas metodologias de trabalho como jogos interativos, dinâmicas de grupo e reprodução de mídias e oficinas. Pode-se destacar a metodologia de educação popular.
Resultados
Foram realizados 24 encontros quinzenalmente, abordando temas como: infecções sexualmente transmissíveis; gravidez e contracepção; diversidade cultural; racismo; autoestima; planejamento de vida; violência; saúde bucal; álcool e outras drogas; gênero e sexualidade, exercício físico e alimentação saudável. Observou-se que a utilização de redes sociais, a educação popular em saúde, bem como as metodologias ativas de aprendizado, foram essenciais para condução na perspectiva da educação em saúde.
Análise Crítica
A experiência foi considerada enriquecedora pela aproximação com a faixa etária adolescente e pela oportunidade de acompanhar um grupo de educação em saúde na clínica da família a partir de uma necessidade observada no cotidiano profissional e formativo. O processo de construção mostrou-se desafiador, porém estimulante para a formação profissional, fomentando a construção de novos saberes e o desenvolvimento de habilidades como gestão de conflitos, criatividade e atuação multiprofissional.
Conclusões e/ou Recomendações
Portanto, considera-se crucial o papel da atenção primária à saúde (APS) na promoção e educação em saúde, com destaque para a necessidade da criação e da manutenção de grupos de adolescentes nas clínicas da família. Desta forma, assegurando o direito de acesso universal e integral às ações e serviços para esse grupo etário no SUS, tendo em vista as suas necessidades e particularidades, principalmente em relação às questões de saúde mental e sociais.
ACOLHIMENTO COLETIVO E ESPIRITUALIDADE: CONSTRUÇÃO DE VÍNCULO E CUIDADO LONGITUDINAL EM ASSENTAMENTO RURAL DO MST, EM MUNICIPIO DE SERGIPE - RELATO DE EXPERIENCIA
Pôster Eletrônico
1 UFS
Período de Realização
janeiro de 2024 a maio de 2025
Objeto da experiência
Acolhimento Coletivo por meio da espiritualidade em assentamento rural do MST para fortalecer vínculo entre comunidade e ESF
Objetivos
fortalecer o vínculo entre a equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF) e a comunidade assentada; promover o cuidado integral; otimizar ações de promoção, prevenção e educação em saúde; reduzir a evasão no acompanhamento dos usuários e aproximar lideranças religiosas da equipe de ESF
Descrição da experiência
A ação ocorre em um assentamento rural no município de Capela - SE. A equipe da ESF realiza acolhimentos coletivos com enfoque espiritual, em pré-consultas, promovendo escuta ativa, espiritualidade e fortalecimento comunitário. A prática é realizada quinzenalmente há mais de um ano, com participação ativa da população e integração de saberes populares. A experiência também estimula o protagonismo comunitário no cuidado com a saúde
Resultados
Observou-se maior adesão ao acompanhamento longitudinal, fortalecimento do vínculo entre usuários e profissionais da saúde, redução de faltas em consultas e melhoria na resolutividade da atenção primária. A espiritualidade funcionou como elo de união e abertura para o cuidado integral, favorecendo a confiança mútua e a corresponsabilidade pelo processo saúde-doença, sobretudo, para com o cuidado da Saúde Mental.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a potência do acolhimento coletivo utilizando a espiritualidade como ferramenta para o cuidado integral e a construção de vínculos. Um dos principais aprendizados foi o reconhecimento da espiritualidade como uma dimensão fundamental da vida das pessoas do assentamento, exigindo da equipe sensibilidade, escuta ativa e respeito às múltiplas expressões culturais e religiosas presentes no território.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a ampliação do acolhimento coletivo com abordagem espiritual na atenção básica, especialmente em territórios de maior vulnerabilidade. A experiência mostrou-se replicável e eficaz na promoção de saúde, na coesão comunitária e no fortalecimento dos princípios do SUS, como a integralidade e a humanização do cuidado.
NOVOS CAMINHOS PARA A ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO NA APS: FORMAÇÃO CRÍTICA E CONSTRUÇÃO COLETIVA DE SABERES PARA A PROMOÇÃO DO USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
Pôster Eletrônico
1 ENSP/Fiocruz
Período de Realização
Iniciada em maio de 2024, a experiência segue em curso até o recorte temporal de maio de 2025.
Objeto da experiência
Reuniões semanais no Serviço de Farmácia para orientar as práticas do residente farmacêutico, voltadas ao uso seguro e adequado de medicamentos.
Objetivos
Promover a formação crítica do residente farmacêutico via diálogo horizontal com a preceptora; desenvolver e implementar estratégias educativas para o uso racional de medicamentos; fortalecer a comunicação com os usuários; e consolidar o papel do farmacêutico na APS, alinhado aos princípios do SUS.
Descrição da experiência
Experiência do residente farmacêutico, sob supervisão da preceptora, como membro ativo da equipe do Serviço de Farmácia. A atuação envolveu responsabilidade compartilhada em atividades técnicas e de gestão, integrando formação crítica e prática assistencial. Foram realizadas ações educativas na unidade e no território, como visitas domiciliares, grupos e sala de espera, promovendo a difusão de informações sobre o uso adequado de medicamentos, alinhadas aos princípios do SUS e à realidade local.
Resultados
A experiência fortalece a formação crítica do farmacêutico no campo prático, aprimora as práticas e processos operacionais da assistência farmacêutica e o cuidado na APS, fomenta estratégias para o uso adequado de medicamentos, aprimora a comunicação com usuários e equipes, promove a construção coletiva de saberes entre residente e preceptora e fortalece a unidade como espaço formador e o SUS como campo essencial para a formação profissional.
Aprendizado e análise crítica
Este relato destaca o SUS como campo formador que, ao inserir alunos em atividades práticas, oferece um caminho para resistir ao avanço neoliberal e transformar o paradigma tecnicista da formação farmacêutica. É importante para a qualificação do profissional e o fortalecimento da assistência farmacêutica na APS, promovendo a busca por equidade e reafirmando o acesso aos medicamentos como direito social, contribuindo para a construção coletiva do SUS como projeto de cuidado e emancipação social.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência evidencia que a formação crítica no SUS, baseada no diálogo e na coletividade, fortalece a assistência farmacêutica como espaço essencial para práticas educativas voltadas às necessidades do usuário. Reafirma a APS como ambiente de cuidado, ensino e transformação social, ressaltando o papel do farmacêutico nos processos de farmacoterapia. Configura-se ainda como estratégia replicável e sustentável para outras categorias e unidades.
A IMPORTÂNCIA DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NAS ATIVIDADES COLETIVAS EDUCATIVAS EM UMA UNIDADE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA NO RIO DE JANEIRO
Pôster Eletrônico
1 UFRJ
2 PREFC SMS Rio de Janeiro
3 SMS Rio de Janeiro
Período de Realização
Relato de experiência desenvolvido no período de março de 2024 a março de 2025.
Objeto da experiência
Grupos de educação em saúde para usuários acometidos de doenças crônicas não transmissíveis em uma clínica da família do Rio de Janeiro.
Objetivos
Refletir as potencialidades e desafios da participação do agente comunitário de saúde (ACS) nas atividades em grupos com usuários de sua equipe acometidos de doenças crônicas não transmissíveis.
Metodologia
Foi realizado um grupo educativo por semana durante todo período no modelo de roda de conversa, cujo mediador alternava entre os profissionais residentes da equipe, de medicina e enfermagem. Foram abordados temas sobre alimentação saudável, mudanças no estilo de vida além de esclarecimentos de dúvidas e avaliação de exames no período final dos encontros. Foi realizada busca ativa para oferta aos pacientes hipertensos e diabéticos com exames alterados ou que estavam a muito tempo sem consulta.
Resultados
Nos grupos onde um mesmo ACS permaneceu nos encontros teve-se uma maior adesão, permanência e interação dos usuários nas atividades além de maior participação na condução e realização de discussões do mesmo no grupo. Também foram nesses grupos onde mais se observou resultados, como perda de peso, mudança na alimentação dos usuários, melhor controle de suas comorbidades e melhora em resultados laboratoriais e em seus estilos de vida.
Análise Crítica
A atuação do agente comunitário de saúde tem grande potencial de vínculo aos usuários para os grupos. É possível para este profissional realizar as discussões sobre alimentação saudável e a importância de hábitos saudáveis. Todos esses saberes vão de encontro com o trabalho do ACS em prevenção e promoção da saúde. Os grupos em saúde são espaços propícios para esse exercício, ainda que historicamente essas discussões sejam feitas em maioria por médicos e enfermeiros das equipes.
Conclusões e/ou Recomendações
Uma gestão na equipe e na unidade que estimula as atividades em grupos é fundamental. É importante envolver o ACS no processo de construção do grupo. A compreensão de toda a equipe sobre a importância do mesmo nessas atividades é necessária para este se apropriar desse espaço e participar ativamente nas discussões, pois por vezes as atividades em grupo podem empurrar o ACS a uma função de apenas escriba ou secretariado.
UNIDADES MÓVEIS DE SAÚDE DE FORTALEZA: UM CAMINHO PARA AMPLIAÇÃO DO ACESSO AO CUIDADO ÀS PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS.
Pôster Eletrônico
1 UECE
2 SMS FORTALEZA
Período de Realização
Janeiro de 2023 dezembro de 2024, e a partir disso, de forma contínua em áreas vulneráveis de Fortaleza.
Objeto da experiência
Avaliar a contribuição das unidades móveis de saúde no atendimento de pessoas com DCNT em Fortaleza.
Objetivos
Ampliar o acesso à atenção integral à saúde para pessoas com doenças crônicas não transmissíveis em áreas de alta vulnerabilidade, utilizando unidades móveis de saúde como estratégia de descentralização e fortalecimento da atenção primária.
Descrição da experiência
As unidades móveis de saúde são utilizadas em territórios com baixa cobertura, alta vulnerabilidade e com conflitos territoriais. Essas unidades ofertam consultas médicas e de enfermagem, aferição de pressão arterial, glicemia capilar, orientações nutricionais e atividades educativas. A estratégia visa facilitar o acesso ao cuidado a pessoas com hipertensão, diabetes, dislipidemia e outras DCNTs, promovendo o rastreamento e o vínculo com a rede de Atenção Primária à Saúde.
Resultados
A intervenção aumentou as consultas em territórios vulneráveis, ampliou a detecção e o monitoramento da hipertensão e diabetes. Houve melhor adesão ao tratamento, ampliando o acesso. A unidade de saúde móvel também promoveu a articulação da ESF e vigilância em saúde, melhorando a progressão do cuidado e o monitoramento permanente dos usuários com DCNTs.
Aprendizado e análise crítica
A experiência comprovou a importância das unidades móveis como estratégias concretas de equidade e acesso no SUS. Podendo reduzir barreiras geográficas e sociais ao acesso aos cuidados, no entanto, a sustentabilidade depende da ação integrada com o posto de saúde e da qualificação das equipes. A unidade de saúde móvel não é um substituto da prática das equipes de atenção primária, mas pode ser incluída como parte suplementar na Rede de Atenção à Saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
As unidades móveis de saúde em Fortaleza têm se mostrado uma alternativa eficaz para reduzir iniquidades no cuidado de pessoas com DCNTs e para ampliar a cobertura em territórios vulneráveis. Recomenda-se sua consolidação como política pública permanente, com articulação intersetorial, investimentos em infraestrutura, tecnologias móveis e qualificação das equipes.
FRENECTOMIA INFANTIL NO SUS: EXPERIÊNCIAS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM MIRANDA DO NORTE-MA
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Maranhão
2 Faculdade Anhanguera de São Luiz
Período de Realização
Experiência da APS com Equipes de Saúde Bucal da ESF, Miranda do Norte-MA, janeiro a dezembro-2024.
Objeto da experiência
Fluxo na APS de Miranda do Norte - MA para triagem, diagnóstico e correção de alterações do frênulo lingual e labial, garantindo acesso ampliado.
Objetivos
Promover a compreensão da frenectomia infantil e seus benefícios na qualidade de vida. Identificar indicações clínicas primárias; analisar a oferta e acessibilidade do SUS em Miranda do Norte-MA; e, sensibilizar profissionais de saúde sobre sua relevância na saúde bucal infantil.
Metodologia
As UBS realizam frenectomia para corrigir alterações no frênulo labial ou lingual. A ESF orientou ACS na busca ativa de menores de 1 ano para avaliação com fonoaudiólogo e o Teste da Linguinha, agendado via CEMARC e realizado semanalmente no Hospital. Quando necessário, era encaminhado à SEMUS, que agendava a cirurgia nas UBS com cirurgião-dentista. O procedimento foi registrado no SISAB e acompanhado na UBS e visitas domiciliares. A coleta de dados ocorreu entre janeiro e março de 2025.
Resultados
A implantação do fluxo de atendimento na APS de Miranda do Norte - MA trouxe avanços na saúde pública. O Teste da Linguinha ampliou o acesso ao diagnóstico precoce da anquiloglossia e alterações orofaciais, totalizando 110 atendimentos. A frenectomia nas UBS reduziu agravos na amamentação, fala, mastigação e higiene bucal, sendo efetiva em 34 pacientes (30,90%). Os resultados indicam melhor qualidade de vida na infância, prevenindo impactos futuros.
Análise Crítica
A experiência mostrou que a organização do fluxo de atendimento na APS fortalece o acesso à frenectomia, garantindo diagnóstico precoce e tratamento eficaz. O aprendizado inclui a importância da integração das equipes e da territorialização para um cuidado resolutivo. A análise crítica destaca a necessidade de expandir ações para maior cobertura e minimizar barreiras ao atendimento, promovendo equidade no SUS.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência em Miranda do Norte-MA mostra que a organização da RAS, via APS, garante cuidado resolutivo à população. A identificação precoce de alterações no frênulo lingual e labial, com o Teste da Linguinha e frenectomia nas UBS, ampliou o acesso e preveniu agravos no desenvolvimento infantil. Os benefícios reforçam a necessidade de expandir a saúde bucal na APS, garantindo equidade e integralidade no SUS.
ASSISTÊNCIA DE SAÚDE À CRIANÇA COM ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE DE VACA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 UECE
Período de Realização
Janeiro a agosto de 2024.
Objeto da experiência
A assistência de saúde à criança com Alergia ao Leite de Vaca (APLV) na atenção primária à saúde (APS) na esfera de governança municipal.
Objetivos
Descrever experiência do cuidado às crianças com APLV em município do Ceará a partir de consultas de puericultura realizadas em uma unidade básica de saúde para melhorar manejo dos quadros recorrentes de sinais e sintomas sugestivos de alergia ao leite.
Descrição da experiência
Estudo descritivo fundamentado no cuidado longitudinal ofertado às crianças com APLV na APS. A proposta era as mães dessas crianças elaborarem diário com anotações sobre melhora ou piora de sintomas após orientações recebidas em consulta e que estas anotações fossem trazidas na consulta subsequente.
Resultados
Analisou-se 19 diários das famílias com anotações sobre episódios de diarreia, alterações em pele, diminuição ou não de irritabilidade entre outros sintomas característicos do agravo. O feedback de melhora da saúde das crianças foi muito satisfatório, haja visto o engajamento das famílias em pôr em prática as orientações. Porém, a exclusão de alimentos que tenham traços de leite por mãe e criança tem impacto financeiro que dificulta o cumprimento das famílias na execução dos cuidados propostos.
Aprendizado e análise crítica
A prevenção primária para APLV é relevante, pois não reside apenas em diminuir o risco de desenvolvimento e agravamento da alergia, mas se relaciona com a promoção do melhor prognóstico a longo prazo, de modo a favorecer uma vida saudável e menos restritiva. Adotar essas estratégias de maneira ampla e coordenada pode resultar em significativa redução da prevalência e da severidade da APLV, enfatizando necessidade de políticas de saúde pública e educação que suportem esses esforços de prevenção.
Conclusões e/ou Recomendações
É notável que diagnóstico precoce e manejo adequado das crises, se executados pela APS, trazem segurança no cuidado às crianças evitando hospitalizações, perda de peso, atraso de desenvolvimento e outros agravos associados a APLV. Portanto, programa ou política pública que torna essa barreira minimizada deve ser uma pauta importante no programa de saúde da criança executado pela Estratégia de Saúde da Família.
ATENDIMENTO À DEMANDA ESPONTÂNEA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E SUAS IMPLICAÇÕES NO CUIDADO CONTINUADO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 UECE
2 FATENE
3 PREFEITURA DE CAUCAIA - CEARÁ
Período de Realização
Janeiro a maio de 2025.
Objeto da experiência
Vivência na Atenção Primária à Saúde (APS) com prevalência da demanda espontânea e baixa adesão às consultas programadas.
Objetivos
Relatar a experiência de uma equipe da APS frente às implicações da alta demanda espontânea na baixa adesão às consultas programadas, bem como refletir sobre estratégias que promovam o cuidado contínuo de grupos prioritários.
Descrição da experiência
Estudo descritivo, mediante observação da alta procura de atendimento na Demanda Espontânea (DE) para a resolução de problemas que fogem a sua finalidade - resolução de queixas agudas - em uma unidade de saúde composta por 4 equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF), com 3 turnos de atendimento, e a baixa adesão a demanda programada.
Resultados
Após análise simplificada do número de atendimentos, realizou-se reunião de cada equipe de ESF com a gerência da unidade de saúde na tentativa de avaliar seus indicadores de desempenho e foi possível verificar uma alta procura pela DE e um aumento expressivo no absenteísmo nas Consultas Programadas (CP) de hipertensão, diabetes e puericultura. Apenas as consultas de pré-natal não houveram grande impacto no acompanhamento contínuo.
Aprendizado e análise crítica
O acolhimento via DE amplia o acesso ao cuidado. Em contrapartida, observa-se que cotidianamente é recorrida para diversas situações de saúde - renovação de receituário, laudos médicos, requisição de exames, atestado médico, retorno de resultado de exames - que fogem a sua finalidade, corroborando para elevar o absenteísmo nas CP. A população parece não compreender ou não ter sido orientada quanto a importância da longitudinalidade do cuidado, adotando a DE como estratégia prioritária.
Conclusões e/ou Recomendações
O acesso via DE é essencial na APS, entretanto, é necessário dialogar com a comunidade e orientar quanto ao fluxo do serviço – seja através dos agentes comunitários de saúde em suas visitas domiciliares, seja marcando retorno posterior e o paciente não ter as demandas de CP resolvidas na DE - ampliando adesão às CP, pois permite uma oferta de cuidado individualizado, aumentando a vinculação, bem como resgata a essência da ESF.
O MÉTODO BALINT-PAIDEIA COMO ESTRATÉGIA FORMATIVA PARA EQUIPES EMULTI: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DOCENTE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 ENSP - Fiocruz
Período de Realização
Entre fevereiro e junho de 2025, com encontros semanais realizados em formato virtual.
Objeto da experiência
Formação em serviço de profissionais das equipes eMulti da APS, com base na
metodologia Balint-Paideia.
Objetivos
Relatar a experiência docente em curso virtual de cinco meses com profissionais das equipes eMulti, na construção de saberes articulados a escuta sensível, discussão teórica e
a metodologia Balint-Paideia como dispositivo formativo e de fortalecimento do trabalho em equipe na Atenção Primária.
Descrição da experiência
A formação foi conduzida por dois docentes e estruturada em encontros semanais online. Cada encontro combinava discussão de casos-problemas, segundo método Balint, e aprofundamento teórico sobre clínica ampliada, apoio institucional e desafios da APS. Os casos abordavam vivências concretas dos participantes relativas ao processo de trabalho e a construção do cuidado compartilhado. Os casos eram discutidos sob uma perspectiva pedagógica problematizadora centrada no apoio e mediada pela afetação.
Resultados
A experiência promoveu maior coesão entre os profissionais, escuta qualificada das situações do cotidiano e fortalecimento do vínculo com o trabalho e com a rede. Os participantes ampliaram sua capacidade de análise institucional e subjetiva, relataram mais segurança para lidar com conflitos e impasses, e passaram a reconhecer os encontros como espaços de cuidado e formação em saúde. Observou-se também maior valorização do trabalho interprofissional e da educação permanente em saúde.
Aprendizado e análise crítica
A experiência contribuiu para o fortalecimento da identidade e do papel estratégico da eMulti na APS. Além da ampliação da capacidade de escuta qualificada, planejamento do cuidado compartilhado, fortalecimento do vínculo e da contratação entre eMulti e equipes ESF e com a rede de saúde. Os participantes ampliaram sua capacidade de análise institucional e subjetiva e segurança em lidar com desafios e conflitos, e passaram a reconhecer os encontros como espaços de cuidado, apoio e formação em saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A metodologia Balint-Paideia revelou-se uma estratégia potente para a formação em serviço, favorecendo a interprofissionalidade, a comunicação efetiva, a promoção do cuidado de si e do outro, a produção de vínculos e a ampliação da análise crítica dos processos de trabalho. Recomenda-se sua continuidade e ampliação como dispositivo de educação permanente na APS, com apoio institucional para consolidar práticas reflexivas no cotidiano das equipes.
ATENDIMENTOS COMPARTILHADOS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: MATRICIAMENTO ENTRE PROFISSIONAIS E INTEGRALIDADE PARA O USUÁRIO
Pôster Eletrônico
1 Escola de Saúde Pública do Distrito Federal
Período de Realização
Período de formação das autoras na residência multiprofissional em uma UBS (Março de 2024 a Fevereiro de 2025)
Objeto da experiência
Promover o diálogo sobre como os atendimentos compartilhados materializam uma forma viável de matriciamento na equipe e integralidade para o usuário.
Objetivos
Apresentar e refletir sobre uma forma viável e resolutiva de matriciamento no Sistema Único de Saúde, de modo a promover um diálogo interprofissional entre a equipe e um trabalho voltado para um importante princípio do SUS: a integralidade.
Descrição da experiência
Em uma equipe multiprofissional de uma UBS do DF, dois períodos da carga horária da equipe são dedicados para os atendimentos compartilhados, realizados por: assistente social, farmacêutica, fisioterapeuta, nutricionista, psicóloga e sanitarista. Alguns atendimentos são para acolhimento em saúde mental, realizados por quaisquer profissionais da equipe, outros dizem respeito a diferentes demandas de casos em que alguma equipe de Saúde da Família (eSF) sinta necessidade de compartilhar com a eMulti.
Resultados
Além do aprendizado conjunto e do diálogo interprofissional realizado durante os atendimentos compartilhados, os casos são discutidos em reunião de equipe por todos os profissionais, o que fundamenta ferramentas para o matriciamento. Para o usuário, é percebida satisfação pelo seu atendimento ser realizado por dois profissionais de diferentes categorias, demonstrando ser assistido com efetividade, além de materializar a integralidade, isto é, que ele seja acompanhado de acordo com as suas necessidades.
Aprendizado e análise crítica
Os atendimentos compartilhados corroboram a integralidade, o trabalho interprofissional e o matriciamento no SUS. A equipe atua de forma integrada e, de modo que os profissionais transcendem as especificidades das suas profissões. O usuário é visto a partir do seu contexto, dos determinantes sociais e as suas demandas são acolhidas e resolutivas de acordo com as suas necessidades. Alguns usuários, quando possuem demandas de saúde mental, questionam e solicitam a presença de psicóloga no atendimento.
Conclusões e/ou Recomendações
É notória a dificuldade de alguns profissionais e instituições em romper com a lógica unidisciplinar na atuação em saúde. O atendimento compartilhado deve ser firmado como prática prioritária para superar a fragmentação do cuidado e garantir um diálogo interprofissional de modo a produzir ferramentas para que os profissionais se sintam mais capacitados ao cuidado em saúde integral. Portanto, é crucial a garantia de estrutura material e pedagógica.
CONSTRUÇÃO DE UMA FERRAMENTA DE MONITORAMENTO DOS INDICADORES MATERNO-INFANTIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM ARAPIRACA/AL
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde de Arapiraca
2 Universidade Federal de Alagoas
3 Universidade Federal Fluminense
4 Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
Período de Realização
Janeiro a junho de 2023
Objeto da experiência
Ferramenta de monitoramento para os indicadores materno-infantis em Arapiraca/AL
Objetivos
Descrever o processo de construção de uma ferramenta de monitoramento dos indicadores materno-infantis na Atenção Primária à Saúde de Arapiraca/AL.
Descrição da experiência
Relato de experiência sobre a construção de uma ferramenta de monitoramento dos indicadores materno-infantis do Programa Previne Brasil na APS em Arapiraca/AL. Foi elaborado um formulário para registro dos indicadores com as variáveis de interesse, conforme o SISAB. Foram instituídas parcerias para a construção da plataforma digital, com todos os indicadores do programa em paralelo ao Prontuário Eletrônico E-SUS. Os profissionais da APS do município foram cadastrados para o acesso à plataforma.
Resultados
A implantação da plataforma de monitoramento se deu em 39 serviços da APS do município, envolvendo todos os indicadores materno-infantis e possibilitando aos profissionais o acompanhamento do registro a cada quadrimestre. A ferramenta digital foi estruturada de modo didático, com cores e categorizada conforme os indicadores, metas e quadrimestres do programa.
Aprendizado e análise crítica
A construção e implantação da plataforma de monitoramento na APS possibilitou estratégias de monitoramento dos indicadores, além de ser uma ferramenta de incentivo aos profissionais ao preenchimento adequado do prontuário eletrônico do cidadão, uma vez que, quando preenchido corretamente, a plataforma atualiza automaticamente a meta instituída no indicador materno-infantil.
Conclusões e/ou Recomendações
A construção da ferramenta se tratou de uma inovação tecnológica no Sistema Único de Saúde, possibilitando o monitoramento e acompanhamento dos indicadores, permitindo a melhoria no preenchimento dos registros do prontuário eletrônico para o acompanhamento da situação de saúde do cidadão.
FORÇA ESTADUAL DE SAÚDE DO MARANHÃO COMO ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM TERRITÓRIOS DE ALTA VULNERABILIDADE
Pôster Eletrônico
1 UFMA/UNICEUMA
2 IDEA
3 UFMA
4 SES-MA
5 UFMT
Período de Realização
Janeiro de 2015 a maio de 2025
Objeto da experiência
A FESMA fortalece a Atenção Primária com ações itinerantes em áreas vulneráveis, ampliando o acesso, cuidando e apoiando os municípios.
Objetivos
Promover maior equidade e resolutividade no acesso ao SUS, além de ser uma estratégia inovadora para fortalecer a Atenção Primária à Saúde (APS) em territórios marcados por vulnerabilidades sociais, baixa cobertura assistencial e fragilidades na gestão local como territórios indígenas e quilombolas.
Descrição da experiência
Entre 2015 e 2025, a FESMA atuou em áreas vulneráveis com baixa cobertura da ESF, oferecendo atendimento domiciliar, suporte à vigilância, educação em saúde e reorganização dos fluxos assistenciais. Com equipes multiprofissionais articuladas à rede local, a gestão estadual garantiu apoio técnico e pedagógico contínuo. A experiência incluiu formações, reuniões regionais, pactuações e integração a políticas como Maranhão Quilombola e Farmácia Viva.
Resultados
Desde 2015, a FESMA fortalece a APS em áreas vulneráveis do Maranhão. Até 2025, realizou mais de 1,5 milhão de atendimentos em 150 municípios, com foco em populações tradicionais, indígenas e encarceradas. Oferece exames como USG, ECG e retinografia, com laudos remotos, e promove educação em saúde, prevenção e cuidados clínicos. A atuação itinerante, aliada à tecnologia e integração, amplia o acesso e fortalece o SUS com equidade e resolutividade.
Aprendizado e análise crítica
A FESMA atua de forma itinerante, levando atenção básica a territórios vulneráveis por meio de atendimentos domiciliares e ações em escolas, igrejas e associações. Realiza identificação ativa de grupos de risco, promove educação em saúde, capacita profissionais locais e integra-se a políticas como Farmácia Viva e Maranhão Quilombola. Com presença estratégica e apoio à gestão, fortalece o SUS, amplia o acesso e qualifica o cuidado com equidade e resolutividade.
Conclusões e/ou Recomendações
A FESMA fortalece o SUS em áreas vulneráveis do Maranhão com mais de 1,5 milhão de atendimentos até 2025. Atua em comunidades quilombolas, indígenas e remotas, com apoio institucional, formação profissional e integração com políticas como o Maranhão Quilombola. Sua abordagem itinerante e territorializada promove equidade, resolutividade e acesso à saúde, sendo um modelo replicável em outros estados.
FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA NA APS COMO RESPOSTA ESTRUTURANTE ÀS EMERGÊNCIAS CLIMÁTICAS: EXPERIÊNCIA DA ASSOBRAFIR NO RS
Pôster Eletrônico
1 UFMS
2 UFMG
3 PUCMinas
4 UFPel
5 SMSA/Contagem-MG
Período de Realização
Maio e junho de 2024, durante a emergência climática no Rio Grande do Sul.
Objeto da experiência
Atuação do Departamento de Atenção Primária à Saúde da ASSOBRAFIR no Comitê de Ajuda à Catástrofe no Rio Grande do Sul, durante as enchentes de 2024.
Objetivos
Ampliar o acesso e qualificar o cuidado fisioterapêutico a pessoas com condições respiratórias, por meio de apoio matricial, produção de materiais educativos para a população e elaboração de parecer técnico-político que incidisse na contratação de fisioterapeutas na APS local.
Metodologia
A ASSOBRAFIR criou o Comitê de Ajuda à Catástrofe no RS, com participação de seus departamentos, para qualificar fisioterapeutas no cuidado em fisioterapia respiratória, especialmente em abrigos, frente à alta ocorrência de agravos respiratórios. Realizou reuniões remotas de escuta dos profissionais do RS, planejamento coletivo e discussões síncronas e assíncronas, que orientaram a produção de materiais educativos e a elaboração de parecer técnico-político.
Resultados
O Comitê realizou ações de matriciamento e disponibilizou materiais que resultaram na qualificação do cuidado em fisioterapia respiratória junto aos cidadãos, sobretudo aos abrigados. Materiais educativos foram distribuídos à população. O Departamento de APS protagonizou a elaboração de parecer técnico-político que fundamentou a necessidade de contratação emergencial de fisioterapeutas na APS para o enfrentamento da crise, que resultou na contratação de 10 fisioterapeutas na APS local. Foram realizadas ações de matriciamento e distribuídos materiais educativos que qualificaram o cuidado em fisioterapia respiratória, com foco no apoio à população. Cartilhas e vídeos com instruções sobre práticas respiratórias e procedimentos para desobstrução das vias aéreas foram disponibilizados. Também foi elaborado parecer técnico-político que viabilizou a contratação emergencial de 10 fisioterapeutas para atuação no enfrentamento da crise.
Análise Crítica
A atuação do Comitê, com forte contribuição do Departamento de APS, reafirma a potência da fisioterapia respiratória na APS como resposta estruturante em emergências. Rompe paradigmas que a restringem ao nível especializado e fortalece seu papel no cuidado integral. A articulação entre entidades de classe, poder público e movimentos sociais qualifica o cuidado, incide na formulação de políticas e reafirma a fisioterapia como prática social, coletiva e comprometida com o SUS e a vida.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reafirma a responsabilidade social da ASSOBRAFIR na redução de iniquidades e defesa do SUS. Mostra que emergências exigem respostas além do assistencialismo, ampliando o acesso, qualificando o cuidado nos territórios e reafirmando o compromisso com o direito à saúde. Reforça a urgência de consolidar a fisioterapia respiratória na APS como política permanente, tensionando modelos hegemônicos e afirmando o SUS como projeto civilizatório.
IMPLANTAÇÃO DA LINHA DE CUIDADO AO PORTADOR DE FERIDAS CRÔNICAS: UM OLHAR MULTIPROFISSIONAL
Pôster Eletrônico
1 FESF/SUS
Período de Realização
O período de experiência ocorreu de março a novembro de 2022.
Objeto da experiência
Implantação da linha de cuidado multiprofissional para acompanhamento de pacientes com feridas crônicas em unidade de saúde da família.
Objetivos
Descrever as etapas de implantação da linha de cuidado multiprofissional ao paciente portador de feridas crônicas em uma unidade de saúde da família.
Descrição da experiência
Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência, sobre a implantação da linha de cuidado ao portador de feridas crônicas, desenvolvido por uma enfermeira residente em uma Unidade de Saúde da Familía, entre março e novembro de 2022, na região periférica de Salvador-BA. O processo incluiu quatro etapas: diagnóstico situacional, levantamento de problemas, matriciamento e elaboração de fluxograma assistencial, garantindo sigilo dos dados dos envolvidos.
Resultados
O diagnóstico situacional evidenciou fragilidades no monitoramento de pacientes com feridas crônicas. Foi criada uma planilha para cadastro e acompanhamento, otimizando a busca ativa e a continuidade do cuidado. Realizou-se matriciamento da equipe sobre avaliação de lesões e coberturas. Foi elaborado um fluxograma assistencial multiprofissional, organizando o atendimento na unidade e no domicílio, com foco na integralidade e qualificação do cuidado.
Aprendizado e análise crítica
A implantação da linha de cuidado promoveu avanços na organização e qualificação da assistência aos pacientes com feridas crônicas, fortalecendo a integralidade e longitudinalidade do cuidado. Contudo, houve baixa adesão de alguns profissionais ao matriciamento, devido à sobrecarga e incompatibilidade de agendas. Mesmo assim, a iniciativa mostrou-se relevante, ao oferecer ferramentas que otimizam o cuidado, incentivam o autocuidado e aprimoram a assistência prestada.
Conclusões e/ou Recomendações
A implantação da linha de cuidados para portadores de feridas crônicas fortaleceu a integralidade e a longitudinalidade do cuidado na Atenção Primária, promovendo um acompanhamento que valoriza o indivíduo em sua totalidade, para além da lesão. Ressalta-se a necessidade de continuidade desse processo, a fim de monitorar seus impactos na qualidade de vida, no estímulo ao autocuidado e na qualificação da assistência prestada.
DESAFIOS E POTENCIALIDADES EM ATIVIDADE DE ATUALIZAÇÃO CADASTRAL DE USUÁRIOS DE UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Pôster Eletrônico
1 ENSP/Fiocruz
2 SMS da Prefeitura do Rio de Janeiro
Período de Realização
Organização: 08 - 13 de maio. Realização: 14 - 28 de maio. Avaliação: 01 - 05 de junho.
Objeto da experiência
Reflexão crítica a partir de atividade de atualização cadastral do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família (PRMSF) da Fiocruz-RJ.
Objetivos
Realizar uma reflexão crítica acerca da atualização cadastral que os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) realizam dentro de seus processos de trabalho na Atenção Primária à Saúde (APS) do município do Rio de Janeiro.
Descrição da experiência
A atividade foi realizada a partir de uma tarefa proposta pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) para os residentes do PRMSF, que tinha como objetivo atualizar o cadastro de usuários da APS. Para isso, os residentes acompanharam de perto os ACS em visitas domiciliares, preencheram o cadastro de usuários da equipe no prontuário eletrônico e compararam a evolução da completude cadastral desses usuários.
Resultados
Os ACS enfrentam o desafio de utilizar a Ficha A para coletar informações, enquanto os cadastros são feitos em sistema de prontuário eletrônico privado, com outro formato de preenchimento. Entretanto, levar o questionário em visitas domiciliares promoveu um aumento da porcentagem de completude cadastral da equipe. Os resultados quantitativos da atualização cadastral foram apresentados em tutoria do PRMSF.
Aprendizado e análise crítica
Percebe-se que a atualização cadastral é atravessada pela limitação que há no uso do prontuário eletrônico, impactando na quantidade e na qualidade das informações registradas. O uso da Ficha A e a posterior adaptação dos campos ao prontuário são tarefas extensas, que se somam a outras atribuições do ACS. Dessa forma, o processo de trabalho tende a ficar exaustivo. Por fim, há pouca oferta de educação e qualificação permanente sobre o cadastro dos usuários para os profissionais da unidade.
Conclusões e/ou Recomendações
A atualização cadastral é uma atividade de extrema importância dentro da APS, uma vez que esses dados são essenciais para ser realizado um levantamento do perfil epidemiológico da população adscrita no território. Recomenda-se a ampliação de oficinas de educação permanente para os profissionais de saúde, que ajudem na compreensão da melhor forma de atualizar cadastros no prontuário eletrônico.
PROJETO SAÚDE ITINERANTE COMO ESTRATÉGIA DE AMPLIAÇÃO DO ACESSO À ASSISTÊNCIA EM ÁREAS RURAIS DE UM MUNICÍPIO DE PERNAMBUCO
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Saúde de Macaparana (Pernambuco)
Período de Realização
De 2021 até o presente, com ações bimestrais realizadas aos domingos nas zonas rurais do município.
Objeto da experiência
Projeto Saúde Itinerante como ferramenta de acesso aos serviços de saúde em áreas rurais de difícil acesso.
Objetivos
Ampliar o acesso da população rural aos serviços de saúde a fim de superar barreiras geográficas; Promover ações integradas da rede de atenção com a garantia de cuidado humanizado, contínuo e equânime.
Descrição da experiência
O Saúde Itinerante ocorre desde 2021, com ações a cada dois meses aos domingos em zonas rurais, que abarcam população correspondente a 24,1% (5.747 pessoas) do território. A estratégia inclui atendimentos médicos, de enfermagem, odontológicos, multiprofissionais e atividades infantis com abordagem à alimentação saudável. Há perspectiva para a sistematização dos dados para fortalecer o monitoramento e a qualificação das práticas.
Resultados
A estratégia conseguiu contemplar toda a população rural do município mais de uma vez, promovendo maior equidade no acesso à saúde. Os usuários passaram a reconhecer a ação como parte da rede de cuidado. A adesão das equipes fortaleceu o vínculo com o território. Apesar da ausência de registros sistemáticos, as ações foram documentadas por imagens. Identificou-se a necessidade de padronizar o registro para consolidar os resultados e dar visibilidade à prática.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância da escuta das demandas locais, do trabalho em equipe e da articulação intersetorial. Entre os desafios, destacam-se a logística de deslocamento, a garantia de infraestrutura adequada e a ausência de fluxos de registro. A proposta revelou a potência da Atenção Primária à Saúde (APS) em territórios de difícil acesso e a necessidade de institucionalizar práticas que gerem dados para qualificação do cuidado e planejamento das ações.
Conclusões e/ou Recomendações
O Saúde Itinerante mostrou-se uma estratégia eficaz para ampliar o acesso à saúde em áreas rurais. É fundamental sua estruturação com a criação de mecanismos de registro e maior integração intersetorial. O fortalecimento do planejamento, monitoramento e da avaliação contínua poderá garantir a sustentabilidade e qualificação da iniciativa, assegurando equidade e continuidade cuidado integral à população rural.
ACESSO AVANÇADO, GESTÃO DE AGENDA E OS IMPACTOS PARA A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS): UM RELATO DE EXPERIÊNCIA COM A EDUCAÇÃO PERMANENTE
Pôster Eletrônico
1 CASSI
Período de Realização
Início em fevereiro de 2025 com perspectiva de continuidade, sem data definida.
Objeto da experiência
A educação continuada para a equipe de enfermagem de uma clínica de APS, responsável por gerir agenda multiprofissional, em 80/20 de Acesso Avançado.
Objetivos
Descrever os desafios de fazer gestão e classificar prioridades entre as demandas espontâneas da agenda com Acesso Avançado (AA), em uma Unidade de saúde da atenção suplementar.
Descrição da experiência
Após levantamento dos desafios da gestão de agenda e implementação do AA, que partiram de situações da prática e indicações dos médicos de família, iniciaram-se encontros quinzenais, presenciais, com a equipe de enfermagem da CliniCASSI Salvador. Os momentos foram construídos a partir de metodologias ativas e casos reais, para que a equipe pudesse vivenciar o que de fato ocorre na prática de inclusão de pacientes na agenda e as repercussões no tempo de espera.
Resultados
A partir dos encontros, pudemos evidenciar o olhar clínico e ampliado dos profissionais de enfermagem que atuam na linha de frente do acolhimento aos usuários, com uma visão mais aguçada dos casos e entendendo a gestão de agenda como pauta primordial de alinhamentos. Além disso, é possível observar maior alinhamento entre a equipe de enfermagem, onde o trabalho colaborativo e a escuta qualificada ao participante passaram a ser características fundamentais da porta de entrada.
Aprendizado e análise crítica
O AA reduz filas e resolve demandas em até 48h. Na CASSI, ampliou o acesso, com aumento da quantidade de usuários no cotidiano da clínica e a resolutividade para demandas agudas, em tempo hábil. Porém, exige equilíbrio na distribuição de usuários, maior classificação de risco e raciocínio clínico, reforçando a importância da Educação Permanente em Saúde (EPS) como ferramenta de gestão e qualificação do cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
A elaboração e realização das atividades de EPS proporcionaram qualificação e aumento do escopo de conhecimento, para que a prática no serviço se torne mais eficiente e objetiva, diminuindo os impactos e desconfortos com os participantes e aumentando a vinculação ao serviço, através da resolução das demandas de saúde.
UMA CONVERSA SOBRE SAÚDE: PROMOÇÃO DA SAÚDE DO HOMEM EM ESPAÇO INFORMAL NO NOVEMBRO AZUL
Pôster Eletrônico
1 AFYA GARANHUNS
2 SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE GARANHUS
Período de Realização
Estudo realizado em novembro de 2024, na UBS Aloísio Pinto, Garanhuns (PE).
Objeto da experiência
Promover ações de educação em saúde para homens adultos em espaço informal, estimulando o autocuidado e a prevenção de doenças, como o câncer de próstata.
Objetivos
Relatar a ação educativa realizada em bar da comunidade durante o Novembro Azul e promover o autocuidado masculino integrando a campanha à Atenção Primária à Saúde
Metodologia
A experiência foi realizada por discentes de Medicina em um bar próximo à UBS Aloísio Pinto, durante o Novembro Azul, considerando que o local é amplamente frequentado por homens da comunidade. A roda de conversa utilizou linguagem acessível e valorizou a escuta ativa, abordando temas levantados pelos participantes, como câncer de próstata, pressão arterial, saúde bucal, saúde sexual e autocuidado, respeitando o cotidiano e a cultura local.
Resultados
A ação despertou o interesse 16 participantes para o cuidado com a saúde, especialmente entre homens que nunca haviam procurado a UBS. O ambiente informal favoreceu o diálogo e gerou acolhimento. Entre os participantes 31,25% aceitaram agendar consultas médicas durante a atividade. A experiência evidenciou o potencial dos espaços informais para ampliar o acesso, promover o autocuidado e fortalecer o vínculo com os serviços de saúde.
Análise Crítica
A experiência evidenciou que a realização de ações educativas em espaços informais pode favorecer o acesso da população masculina aos serviços de saúde. Observou-se que o acolhimento, a escuta e o respeito ao território são fundamentais para estabelecer vínculos. Criticamente, identificam-se lacunas na atenção à saúde do homem na APS, o que demanda estratégias permanentes, intersetoriais e culturalmente sensíveis.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que ações educativas realizadas em espaços informais, como bares, especialmente durante campanhas como o Novembro Azul, são eficazes para sensibilizar os homens sobre o autocuidado e fortalecer o vínculo com a APS. Recomenda-se ampliar essas estratégias nos territórios, articulando escuta ativa, linguagem acessível e presença qualificada dos profissionais da saúde.
CAPACITAÇÃO DE ENFERMEIROS E MÉDICOS NO MANEJO DA INFECÇÃO LATENTE DA TUBERCULOSE (ILTB) EM UMA COORDENADORIA NO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO
Pôster Eletrônico
1 UFRJ
2 CAP 3.1
Período de Realização
Março de 2025
Objeto da experiência
Capacitação de profissionais de Saúde de uma Coordenadoria do Município do Rio de Janeiro para o manejo da ILTB.
Objetivos
Fortalecer as competências de médicos e enfermeiros da Coordenadoria no diagnóstico, tratamento e acompanhamento da ILTB visando ampliar o acesso e a resolutividade das unidades básicas de saúde no enfrentamento da tuberculose.
Descrição da experiência
Em março de 2025, a Coordenadoria Geral da Atenção Primária 3.1, organizou um curso teórico-prático voltado para responsáveis técnicos de medicina e enfermagem participaram da capacitação. Esse encontro foi realizado de forma dinâmica e contou com a abordagem de aspectos epidemiológicos da TB, identificação de contactantes, fluxo de exames para realizar nos contatos, fluxos de acompanhamento dos casos. Para realizar essa atividade, contamos com a realização de uma discussão de casos através de dinâmica.
Resultados
Foram capacitados 28 responsáveis técnicos de diferentes unidades da Atenção Primária. Observou-se que durante o treinamento os profissionais relataram suas duvidas e puderam trocar com os de demais unidades em relação as condutas tomadas. Os participantes relataram maior segurança para identificação e manejo dos casos, além de maior integração com os serviços de referência. Dos 28 participantes, 21 avaliaram como Muito bom, 6 avaliaram como bom e 1 como regular.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância de ações educativas presenciais e contextualizadas para fortalecer o enfrentamento da tuberculose na Atenção Primária. A participação ativa dos profissionais e o espaço para discussão de casos reais foram diferenciais positivos. Como desafio, destaca-se a necessidade de estratégias contínuas para manter o engajamento e atualização dos profissionais
Conclusões e/ou Recomendações
A capacitação contribuiu para a ampliação da oferta de diagnóstico e tratamento da ILTB na APS. Recomenda-se a continuidade dessas ações, de forma que se fortaleça a educação permanente de profissionais de saúde. Além disso, a ampliação dessas capacitações para a equipe multiprofissional.
A CAPILARIZAÇÃO DOS CUIDADOS PALIATIVOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO ESPÍRITO SANTO: A MUDANÇA NO TERRITÓRIO POR MEIO DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM CUIDADOS PALIAT
Pôster Eletrônico
1 ICEPi/SESA/ES
Período de Realização
Março de 2020 a junho de 2025, com implantação e consolidação da experiência em municípios capixabas.
Objeto da experiência
Fortalecimento dos cuidados paliativos na APS por meio da formação de residentes multiprofissionais de forma descentralizada no Espírito Santo.
Objetivos
Relatar uma experiência acerca dos avanços do fortalecimento dos cuidados paliativos na APS a partir da formação profissional e atuação nos eixos ensino-serviço-comunidade, promovida pela Residência Multiprofissional em Cuidados Paliativos no Espírito Santo, Brasil.
Descrição da experiência
Trata-se de um relato de experiência acerca do processo de implantação e consolidação da Residência Multiprofissional em Cuidados Paliativos como estratégia de fortalecimento da APS no estado do Espírito Santo, com atuação dos residentes nas Unidades Básicas de Saúde, adentrando aos territórios, com oferta de uma assistência voltada à dignidade da pessoa, abordagem precoce e alívio do sofrimento, atendendo ainda à demandas regionais de formação.
Resultados
A experiência resultou na ampliação qualificada da abordagem paliativa nos territórios, com reorganização dos processos assistenciais e indução de mudanças na prática das equipes locais. A atuação dos residentes, articulada à Rede de Atenção à Saúde, potencializou o cuidado precoce e centrado na pessoa. Observou-se inovação na formação em serviço, com fortalecimento da governança estadual e reconhecimento dos cuidados paliativos como componente da atenção integral.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou toda a potência da formação em serviço como estratégia estruturante de qualificação da APS. Entre os desafios, destacam-se a necessidade de fortalecimento dos cuidados paliativos e da quebra de tabus relacionados ao cuidado de pessoas que enfrentam doenças ameaçadoras de vida, além da sensibilização de equipes e gestores, a necessidade de institucionalização das ações e a fragilidade de políticas públicas específicas para os cuidados paliativos na APS.
Conclusões e/ou Recomendações
Como um fator inovador, a Residência Multiprofissional em Cuidados Paliativos, demonstrou uma estratégia de formação e cuidado efetiva e necessária para a capilarização dos cuidados na Rede de atenção à Saúde. A atuação dos residentes revelou-se catalisadora de mudanças e promotora do olhar dos cuidados paliativos para além da atenção especializada, com fortalecimento de ações regionais e vínculo nos territórios.
APRENDENDO A MANUSEAR O PRONTUÁRIO ELETRÔNICO DO CIDADÃO NA PRÁTICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM SAÚDE COLETIVA
Pôster Eletrônico
1 UFRN
2
Período de Realização
De 24 de março a 09 de maio de 2025, período de um dos estágios supervisionados do curso.
Objeto da experiência
Manuseio do Prontuário Eletrônico do Cidadão no estágio curricular da Graduação em Saúde Coletiva, em uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
Objetivos
Relatar a experiência do processo formativo durante estágio supervisionado quanto ao manuseio do Prontuário Eletrônico do Cidadão disponível na plataforma eSUS do Município de Natal (PEC-eSUS) em uma UBS.
Descrição da experiência
Além das demais atividades desempenhadas durante o estágio, a discente obteve cadastro temporário para uso do PEC-eSUS, com perfil de acesso limitado às seguintes funcionalidades: busca de cidadão, consulta de agendamentos e de relatórios. Quanto a estes, somente o de Absenteísmo de usuários é acessível para estagiários e através dele foi possível verificar situações de não comparecimento a consultas e outros procedimentos agendados na UBS.
Resultados
Elaborou-se indicadores sobre absenteísmo de usuários, identificando seu perfil, equipes e profissionais com maior quantitativo e proporção de absenteísmo. A UBS tem 02 equipes de Estratégia Saúde da Família (eSF) e 02 equipes de Atenção Primária (eAP) e evidenciou-se que as eSF têm menor absenteísmo se comparadas às eAP, provocando reflexões acerca da adesão dos usuários aos diferentes modelos presentes na Atenção Primária à Saúde (APS), o que pode ser objeto de futuros estudos.
Aprendizado e análise crítica
Manusear o PEC durante o estágio foi estratégia importante de aprendizagem, que valoriza a inserção de estudantes em cenário real de gestão. Acredita-se que haveria maior aprendizado caso, mantidos o sigilo e a proteção a dados sensíveis, o estagiário tivesse acesso a dados como histórico de consultas, produção de equipes e cadastramento , para estruturar outros indicadores, analisar melhor a situação de saúde do território e contribuir com a eficiência da gestão.
Conclusões e/ou Recomendações
É importante que se discuta a ampliação do acesso a dados por meio de perfil de estagiário no PEC-eSUS, a fim de que estudantes possam aplicar na prática habilidades desenvolvidas na graduação, qualificando a formação na e para a APS, especialmente para futuros sanitaristas, cuja atuação é pautada na análise de dados para melhor compreensão da realidade, o que pode subsidiar e qualificar a tomada de decisão da gestão local.
DESAFIO SILENCIOSO: VACINAÇÃO EXTRAMUROS E O RISCO INVISÍVEL DAS REAÇÕES ALÉRGICAS GRAVES
Pôster Eletrônico
1 UNB
Período de Realização
De jan a mar/2025, com discussão do caso em 26/03/2025 em uma UBS no Gama-DF.
Objeto da experiência
Discussão em unidade da APS sobre segurança na vacinação extramuros, com foco no manejo de eventos adversos, como a anafilaxia.
Objetivos
Relatar a experiência de uma unidade da APS que, ao planejar ações de vacinação extramuros, promoveu debate sobre prevenção e manejo de reações alérgicas graves, tema raro, mas com risco à vida e pouco discutido nos serviços de saúde
Metodologia
Durante a organização da campanha nacional de vacinação em uma região administrativa do DF (Gama), surgiu a dúvida: o que deve conter uma maleta de emergência para vacinação extramuros? Iniciou-se busca por normativas na SES/DF, sem êxito. A pesquisa foi ampliada para o Ministério da Saúde e Anvisa. O tema foi discutido em matriciamento com pediatra na unidade. As equipes da ESF realizaram vacinação em escolas, condomínios e domicílios de acamados, debatendo medidas de segurança.
Resultados
Foi identificada escassez de materiais normativos sobre eventos adversos em vacinação extramuros. Não há notas técnicas que orientem formalmente sobre o uso da maleta de emergência ou seu conteúdo. Em contato com outras unidades, constatou-se que a maioria não utiliza o recurso por falta de diretrizes. A reflexão local ampliou o debate sobre segurança vacinal e apontou a necessidade de padronização e maior suporte técnico-operacional para a APS nesse contexto.
Análise Crítica
A experiência evidenciou a importância de abordar riscos raros, como a anafilaxia. Ficou evidente a fragilidade dos protocolos voltados à vacinação extramuros e seu impacto na segurança do cuidado. O debate sensibilizou as equipes sobre a importância do preparo técnico e logístico. A falta de normativas claras do MS e da SES/DF revela lacunas que dificultam a resposta rápida em emergências
Conclusões e/ou Recomendações
A vacinação extramuros é essencial para ampliar o acesso, mas deve estar acompanhada de protocolos que garantam segurança. Recomenda-se que o Ministério da Saúde e as secretarias locais elaborem diretrizes específicas sobre o manejo de eventos adversos. A capacitação das equipes e a adoção padronizada de maletas de emergência, com itens definidos, devem ser instituídas como prática obrigatória nas ações de imunização fora das unidades.
FORMAÇÃO PROFISSIONAL PARA A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: EXPERIÊNCIA DOCENTE COM O PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO LOCAL EM SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Universidade Estadual de Santa Cruz
Período de Realização
Setembro a dezembro de 2024, no Estágio Obrigatório em Serviços de Atenção Primária à Saúde.
Objeto da experiência
Vivência docente na formação de estudantes de Enfermagem, utilizando o planejamento local em saúde para articular ensino, serviço e comunidade.
Objetivos
Relatar a vivência formativa no Estágio na Atenção Primária à Saúde, enfatizando o planejamento local em saúde como estratégia pedagógica para o fortalecimento da atenção primária e da articulação entre ensino, serviço e comunidade.
Metodologia
A partir da inserção dos estudantes nas Unidades de Saúde da Família, os docentes orientaram o processo de territorialização e conduziram oficinas de planejamento local em saúde com as equipes. Nesses encontros, foram identificados e priorizados problemas do estado de saúde da população e dos serviços, com base em metodologias ativas. As ações foram organizadas coletivamente, com definição de responsáveis e estratégias para enfrentamento dos problemas priorizados.
Resultados
A partir da supervisão docente, observou-se o fortalecimento da autonomia dos estudantes na identificação de problemas prioritários, como a descompensação clínica de pessoas com hipertensão e diabetes e a ausência de reuniões de equipe. As ações planejadas e executadas, como atividades educativas e busca ativa de usuários faltosos, refletiram o envolvimento dos estudantes com a realidade local e contribuíram para reorganizar práticas na atenção primária.
Análise Crítica
A experiência evidenciou o planejamento local em saúde como uma potente ferramenta de gestão participativa e de articulação entre ensino, serviço e comunidade. Para os estudantes, contribuiu com a formação crítica voltada ao Sistema Único de Saúde e à atenção primária, proporcionando uma aprendizagem significativa. Para as docentes, fortaleceu a mediação pedagógica e o vínculo com os serviços, favorecendo uma formação integrada, contextualizada e comprometida com a realidade dos territórios.
Conclusões e/ou Recomendações
A incorporação do planejamento local em saúde ao estágio obrigatório em Enfermagem revelou-se uma estratégia potente para integrar teoria e prática, fortalecer a articulação ensino-serviço e qualificar a formação crítica e reflexiva dos estudantes. Trata-se de uma ferramenta pedagógica aplicável a diversos contextos, com potencial para promover mudanças concretas nos serviços e nos territórios, alinhada com as reais necessidades de saúde da população.
VISITAS TÉCNICAS PARA A CRIAÇÃO DE PROTOCOLO HIPERTENSÃO E DIABETES NA SAÚDE PRISIONAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Ceará
Período de Realização
Julho a agosto de 2023
Objeto da experiência
Elaboração de protocolo de enfermagem para HAS e DM em unidade prisional.
Objetivos
Relatar a experiência de visitas técnicas para criação de protocolo assistencial a pessoas com hipertensão e diabetes em contexto prisional, visando aprimorar o cuidado integral.
Descrição da experiência
Foram realizadas visitas técnicas em unidade prisional, observando o fluxo de atendimento, anamnese, condutas e entrevistas com profissionais, para subsidiar a elaboração de protocolo de cuidados para HAS e DM.
Resultados
Identificou-se a necessidade de adequar o atendimento às especificidades do ambiente prisional. A experiência permitiu mapear desafios e propor melhorias baseadas em evidências para o cuidado integral dos internos.
Aprendizado e análise crítica
A vivência prática revelou algumas diferenças no acesso à saúde no sistema prisional, logo, percebe-se a importância de protocolos adaptados a esses ambientes. O contato direto com o serviço de saúde prisional foi essencial para propor intervenções efetivas na construção do protocolo.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reforça a necessidade de protocolos específicos para o contexto prisional, promovendo equidade e qualidade no cuidado à saúde de pessoas privadas de liberdade.
APOIO DA REDE APS NA IMPLEMENTAÇÃO DO CENSO NACIONAL DAS UBS: ESTRATÉGIAS DE MOBILIZAÇÃO NO RIO GRANDE DO NORTE
Pôster Eletrônico
1 UFRN
2 SMS/NATAL
3 ENSP/FIOCRUZ
Período de Realização
Maio a setembro de 2024 (adesão maio-junho; respostas junho-julho, prorrogação setembro de 2024)
Objeto da experiência
Apoio territorial da Rede de Pesquisa em APS/Abrasco na implementação do Censo Nacional das UBS 2024 no estado do Rio Grande do Norte.
Objetivos
Relatar experiência de apoio territorial realizada pela equipe da Rede APS no RN durante Censo Nacional das UBS 2024, analisando estratégias de mobilização utilizadas para garantir adesão universal e alta taxa de resposta, identificando fatores facilitadores e desafios na implementação da política.
Descrição da experiência
O Censo Nacional das UBS (2024-2025) representa a primeira avaliação nacional da APS em 12 anos, desde o PMAQ-AB/2012. Iniciativa do MS com CONASS, CONASEMS, Abrasco, CNS, OPAS, IPEA e Rede APS visa diagnosticar e aprimorar a PNAB. No RN, equipe da Rede APS/UFRN (1 coordenadora + 3 animadores) apoiou 167 municípios/1.314 UBS via: articulação SESAP/COSEMS, monitoramento, territorialização, apoio individualizado e capacitações virtuais.
Resultados
Nacionalmente: 100% adesão municipal e 86,6% conclusão. No RN: 100% adesão e 92,2% questionários concluídos, superando média nacional. Resistência inicial de 78% municípios por desconhecimento. Reunião COSEMS (27/05) foi marco para adesão integral em 48h. Municípios menores demandaram maior apoio. Fatores críticos: articulação interinstitucional, apoio técnico personalizado, integração às rotinas das equipes e uso de tecnologias de comunicação.
Aprendizado e análise crítica
O censo visa analisar infraestrutura, serviços e capacidade das UBS para aprimorar a PNAB e fortalecer investimentos na APS. A implementação evidenciou desafios da comunicação vertical entre níveis federativos. Barreiras: desconhecimento dos objetivos; instabilidade do e-Gestor; resistência por sobrecarga. Facilitadores: liderança SESAP/COSEMS; apoio territorializado da Rede APS; estratégias relacionais. Confirma necessidade de apoio acadêmico para implementação exitosa de políticas nacionais.
Conclusões e/ou Recomendações
A parceria MS-Rede APS demonstrou eficácia do apoio acadêmico territorializado para implementação de políticas nacionais. O modelo RN (articulação institucional + apoio técnico + monitoramento) mostrou-se replicável. A Rede APS foi fundamental na cultura de avaliação da APS no SUS. Recomenda-se institucionalizar parcerias academia-gestão; fortalecer comunicação prévia; investir em capacidades locais para futuras implementações
GRUPO GIRASSOL”: ESTRATÉGIA PARA CUIDADO EM SAÚDE MENTAL - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 Secretária municipal de Saúde da Vitória de Santo Antão.
Período de Realização
Setembro de 2024 até o presente momento, com encontros mensais
Objeto da experiência
Implementação do Grupo de saúde mental na UBS Água Branca promove cuidado psicossocial, escuta qualificada e fortalecimento de vínculos na Atenção Primária.
Objetivos
Relatar a implementação do Grupo Girassol como estratégia de cuidado em saúde mental na Atenção Primária; promover espaços de escuta, troca de experiências entre os usuários; fortalecer o vínculo entre a equipe de saúde e a comunidade; e contribuir para o bem-estar emocional da população.
Descrição da experiência
O Grupo Girassol foi iniciado em setembro de 2024 na UBS Água Branca, Vitória de Santo Antão–PE, como estratégia de cuidado em saúde mental. Os encontros são mensais, conduzidos pela equipe da ESF com apoio da psicóloga e assistente social da E-Multi. Através de rodas de conversa, dinâmicas e auriculoterapia, os usuários compartilham vivências, fortalecem vínculos e propõem temas, promovendo escuta, acolhimento e protagonismo no cuidado.
Resultados
A experiência demonstrou maior vínculo entre usuários e equipe, favorecendo a escuta qualificada e o acolhimento. Os participantes se mostraram mais abertos ao diálogo, criando um ambiente terapêutico e de apoio mútuo. Houve melhora na adesão ao cuidado em saúde mental e fortalecimento das relações interpessoais, além da ampliação do acesso às práticas integrativas, como a auriculoterapia, promovendo bem-estar e participação ativa da comunidade.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância de estratégias coletivas no cuidado em saúde mental na APS. O trabalho em grupo fortaleceu vínculos, promoveu escuta ativa e ampliou o olhar da equipe sobre as reais demandas dos usuários. Destaca-se a necessidade de manter a continuidade das ações, garantindo espaço para a fala e construção conjunta do cuidado, além de estimular o protagonismo dos participantes e o fortalecimento das redes de apoio locais.
Conclusões e/ou Recomendações
A implementação do Grupo Girassol demonstrou que ações em saúde mental na Atenção Primária promovem acolhimento, vínculo e bem-estar. A criação de um espaço terapêutico, com participação ativa da comunidade, fortaleceu a escuta e o cuidado coletivo. Conclui-se que a continuidade dessa estratégia é essencial para ampliar o acesso e qualificar a assistência em saúde mental no território.
A TERRITORIALIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE DIAGNÓSTICO SITUACIONAL, DIRECIONAMENTO DE AÇÕES E LONGITUDINALIDADE DO CUIDADO EM UM BAIRRO DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA - PE
Pôster Eletrônico
1 SSBE - VITORIA-PE
2 UFPE
3 UPE
Período de Realização
Período de Realização: No segundo semestre de 2024, no período de setembro a outubro.
Objeto da experiência
Objeto da produção: Territorialização da Unidade Básica de Saúde Loteamento de Báu, localizada em Vitória de Santo Antão - PE.
Objetivos
Objetivos: Apresentar um relato de experiência sobre a produção de um mapa digital no processo de territorialização em saúde em Vitória de Santo Antão – PE, como ferramenta de diagnóstico situacional e direcionamento de ações no cuidado longitudinal.
Descrição da experiência
Descrição da Produção: Se deu a partir de uma Equipe Multiprofissional na Atenção Primária à Saúde (eMulti-APS) em parceria com os Agentes Comunitários de Saúde para a condução das visitas no território. Para a elaboração do mapa utilizou-se a ferramenta Maps da plataforma Google, onde as ruas e suas características das microáreas foram identificadas in loco. Já os dados do território foram extraídos através do e-SUS, para tabulação em um software de tabelas, Microsofte Excel.
Resultados
Resultados: O mapa representa um território verticalizado, com microáreas identificadas por cores e ícones para equipamentos sociais e comércios. Há ainda QR code facilitando o acesso por dispositivos móveis, fora da unidade de saúde. O diagnóstico situacional realizado revela características da população e orienta ações nas áreas prioritárias, com uso de gráficos e percentagens para mensuração dos temas prioritários.
Aprendizado e análise crítica
Análise Crítica da Produção: A municipalização do sistema de saúde possibilitou refletir sobre o local onde o indivíduo está inserido e suas resultas. Apesar do termo “território” se referir a espaço geográfico, na saúde ele denota potenciais no cuidado ofertado. Dessa forma, o território refletirá como a saúde do coletivo e do indivíduo se encontra, suas causas e seus determinantes sociais em saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Considerações finais: Aliado aos princípios básicos do SUS, a territorialização é uma potente ferramenta para os profissionais da Atenção Básica, pois ao estar integrado ao território, os fazem terem contato com a realidade social dos comunitários da unidade, proporcionando-os um atendimento humanizado, com a identificação das vulnerabilidades, necessidades em saúde e potencialidades da região onde ele está inserido.
INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE COMO ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA ENTRE UNIMAX E PREFEITURA DE INDAIATUBA (SP)
Pôster Eletrônico
1 Centro Universitário Max Planck – UniMAX
2 Secretaria Municipal de Saúde, Prefeitura de Indaiatuba, SP
3 Secretaria Municipal de Saúde, Prefeitura de Indaiatuba, SP e Centro Universitário Max Planck – UniMAX
Período de Realização
Janeiro de 2023 a dezembro de 2024.
Objeto da experiência
Parceria entre o curso de Medicina da UniMAX e a Vigilância em Saúde de Indaiatuba-SP para ações de vigilância e educação permanente.
Objetivos
Relatar a experiência da parceria entre o curso de Medicina da UniMAX e a Vigilância em Saúde da Prefeitura de Indaiatuba-SP, destacando a participação de estudantes em estudos epidemiológicos, oficinas educativas e apoio às ações de educação permanente.
Metodologia
Entre 2023 e 2024, estudantes dos ciclos I e II do curso de Medicina da UniMAX participaram de ações integradas com a Vigilância Epidemiológica de Indaiatuba. As atividades incluíram oficinas formativas, análise de dados de notificação compulsória, visitas técnicas e produção de materiais educativos, promovendo articulação com profissionais da APS.
Resultados
A participação estudantil contribuiu para qualificar estudos epidemiológicos sobre agravos como raiva, sífilis, febre maculosa, leishmanioses e toxoplasmose congênita. As ações também fortaleceram a cultura de educação permanente nas equipes de saúde, favoreceram a aprendizagem contextualizada e reforçaram o papel da integração ensino-serviço-comunidade.
Análise Crítica
A vivência oportunizou aos estudantes o contato com práticas reais da vigilância em saúde e fomentou uma compreensão crítica sobre o território. A atuação intersetorial e colaborativa com profissionais do SUS proporcionou o desenvolvimento de competências para o trabalho em equipe, educação em saúde e análise situacional.
Conclusões e/ou Recomendações
A integração ensino-serviço-comunidade, com foco em vigilância em saúde, qualifica a formação médica, fortalece a gestão municipal, favorece a consolidação do SUS e o contato com o conceito de saúde única. Recomenda-se ampliar essas experiências como estratégias de educação permanente e valorização do território como espaço formativo para futuros profissionais de saúde.
TERRITÓRIO COMO CENÁRIO DE APRENDIZAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE RESIDENTE MULTIPROFISSIONAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFRN
Período de Realização
A disciplina que orientou o processo de territorialização ocorreu de 23 de março a 23 de maio de 2025
Objeto da experiência
Relatar a experiência vivenciada por residente na territorialização em saúde orientada pela disciplina de Território e Necessidades de saúde.
Objetivos
Apresentar e discutir sobre o processo de territorializacao em saúde na residencia de atencao básica e refletir sobre a importância do vínculo e pertencimento ao território para a promoção de sentido ao trabalho do residente.
Descrição da experiência
A 1ª etapa, foi realizada o processo de territorialização, conhecendo o bairro. Identificou-se os principais determinantes sociais e os problemas mais prevalentes (HAS, Tabagismo, DM, e uso de medicações Psicoativas, respectivamente), de acordo com levantamento de dados quantitativos fornecidos por 11 Agentes de saúde da unidade. Na 2ª etapa, ocorreram as entrevistas com a comunidade. Na 3ª etapa, foram realizadas atividades, utilizando o Mapa Vivo do bairro e apresentação de Seminário.
Resultados
Foram identificados, via agentes de saúde, os principais problemas do bairro: hipertensão, tabagismo, diabetes e uso de psicotrópicos. Em entrevista com comunitários foi possivel conhecer a origem do bairro e as concepções do território na perspectiva de quem vive nele. Realizou-se a cartografia com o Mapa Vivo. Ao final, os grupos apresentaram produtos da territorialização com música, cordel, jornais e documentários, que compartilhados na disciplina e também com a comunidade.
Aprendizado e análise crítica
A experiência na participação da disciplina possibilitou uma visão ampla crítica-reflexiva e a compreensão do território como vivo e dinâmico, influenciados pelas suas dimensões socioeconômicas, políticas, ambientais e históricas, reconhecendo as necessidades locais para o desenvolvimento de intervenções contribuindo para competência, as habilidades e experiências dos residentes multiprofissionais da Atenção Primária de Caicó e Currais Novos.
Conclusões e/ou Recomendações
Destarte, compreendemos a relevância da disciplina na grade curricular de um residente multiprofissional, na construção de profissionais capacitados, com acurácia na identificação dos principais problemas. É possível compreender que o cuidado está além de uma patologia e sim do comprometimento do profissional com a realidade socioeconômica, cultural, necessitando não apenas de políticas públicas, mas de transformadores de vida com qualidade.
ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DE FERIDAS NA ATENÇÃO BÁSICA: O USUÁRIO COMO PROTAGONISTA DO AUTOCUIDADO
Pôster Eletrônico
1 SMS de Catalão
2 UFCAT
3 PROFSAUDE
Período de Realização
Relato de experiência decorrente do estágio curricular na Atenção Básica entre 06/11/24 e 27/02/25.
Objeto da experiência
Experiência decorrente de um projeto de intervenção, intitulado Ficha de Autoavaliação para Tratamento de Feridas, implementado na unidade de saúde.
Objetivos
Relatar a experiência de uma ação desenvolvida na atenção primária à saúde quanto a implementação de um projeto de intervenção sobre o acompanhamento de feridas de usuários que são acompanhados em uma Unidade Básica de Saúde do Sudeste goiano.
Metodologia
A proposta de intervenção se deu por meio da elaboração de material impresso, o qual foi entregue semanalmente às sextas-feiras aos usuários portadores de feridas crônicas que realizavam tratamento na unidade, visando que estes fizessem a autoavaliação da evolução de suas lesões e da realização do tratamento implementado nos períodos de não funcionamento da Unidade Básica de Saúde, assim expondo suas perspectivas, dificuldades e/ou dúvidas. Na semana seguinte o material preenchido era devolvido.
Resultados
Inicialmente o material foi entregue para apenas um paciente portador de úlcera varicosa em membro inferior esquerdo e com autorrelato de alcoolismo, com intuito de identificar se haveria necessidade de alterações na estruturação das questões. Após o retorno, percebeu-se uma boa aceitação e compreensão por parte do usuário, além de evidenciar a maneira como esta responsabilidade de autoavaliação contribuiu para que apresentasse uma disposição para o autocuidado melhorado.
Análise Crítica
Atrair a atenção dos usuários aos curativos contribuíram para que estes adotassem uma postura de maior preocupação com relação ao avanço da ferida, uma vez que possibilita maior autonomia e participação durante o processo de tomada de decisões. De mesmo modo, o fortalecimento desse vínculo entre profissional e paciente potencializa a capacidade de monitoramento e avaliação da equipe de enfermagem, os usuários começaram a comparecer espontaneamente à unidade solicitando a ficha de autoavaliação.
Conclusões e/ou Recomendações
Tornou-se evidente os impactos do projeto na qualidade do cuidado prestado, pois em todos os casos houve melhorias nas condições da ferida, seja por redução de tamanho, forma ou presença de exsudato, comprovando os benefícios da identificação de fatores que afetam a adesão do usuário e solucioná-los. Ademais, a mudança postural dos usuários consolidou a Ficha de Autoavaliação para Tratamento de Feridas como uma ferramenta benéfica nestes casos.
AÇÕES EDUCATIVAS PARA MELHORIA DO ACESSO EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 UFRR
2 UFDPar
Período de Realização
outubro de 2024 a março de 2025.
Objeto da experiência
Este relato aborda uma intervenção educativa em uma UBS de Boa Vista-RR para melhorar o acesso através de ações participativas com profissionais.
Objetivos
Desenvolver e implementar ações educativas participativas para melhorar o acesso na UBS Raiar do Sol utilizando metodologias ativas como oficinas e rodas de conversa com os profissionais do serviço de acolhimento.
Descrição da experiência
A experiência ocorreu entre outubro de 2024 e março de 2025, iniciando com diagnóstico participativo, conduzido pela mestranda do PROFSAÚDE/UFRR, sob orientação docente, que identificou três desafios: acolhimento desorganizado, comunicação com migrantes e acessibilidade física. As atividades foram desenvolvidas em encontros com os profissionais, usando abordagens participativas, como rodas de conversa, que promoveram reflexões sobre o acolhimento, acesso e reorganização do processo de trabalho.
Resultados
As ações educativas ampliaram a escuta qualificada e a construção de propostas para reorganizar o acolhimento e o fluxo de atendimento. Houve maior engajamento da equipe na identificação de barreiras e no planejamento de soluções, com destaque para o protagonismo dos agentes comunitários de saúde para melhorar o acesso à UBS Raiar do Sol e reconhecimento dos limites estruturais. A abordagem também favoreceu o compartilhamento de experiências e o fortalecimento do vínculo entre os profissionais.
Aprendizado e análise crítica
A vivência demonstrou que a participação dos profissionais em espaços formativos favorece a corresponsabilização e o fortalecimento dos vínculos entre equipe e usuários. Contudo, persistem desafios, como a superação da fragmentação do processo de trabalho, a necessidade de melhorar a comunicação interna e a implementação efetiva da agenda inteligente com critérios de equidade. Ficou evidente a importância do planejamento coletivo, uso de dados territoriais e o protagonismo dos ACS no cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
Ações educativas participativas fortalecem o trabalho em equipe e melhoram o acesso. Recomenda-se manter discussões através de rodas de conversas, oficinas e grupos de monitoramento, além de investir em infraestrutura. Ressalta-se a importância de políticas locais de educação permanente integradas à realidade dos territórios. As estratégias requerem apoio institucional contínuo e gestão comprometida com o cuidado e a valorização da APS.
VÊNCIAS NO VER-SUS NORTE: ENCONTRO COM TERRITÓRIOS AMAZÔNICOS, SABERES POPULARES E FORMAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA COMPROMETIDA COM O SUS
Pôster Eletrônico
1 UNIFESSPA
Período de Realização
12 a 18 de maio de 2025, durante a edição do VER-SUS Norte com imersão nos territórios amazônicos.
Objeto da experiência
Vivência no VER-SUS Norte, com imersão em territórios amazônicos e práticas do SUS voltadas à saúde coletiva e equidade.
Objetivos
Refletir sobre a saúde na Amazônia a partir da vivência com o SUS; promover formação crítica e territorializada; fortalecer a equidade e o protagonismo estudantil; valorizar saberes locais e estimular o diálogo entre academia, gestão e comunidades
Descrição da experiência
Durante sete dias, vivenciei territórios urbanos, indígenas, ribeirinhos e do MST no VER-SUS Norte. Dialogamos com trabalhadores, usuários e gestores, reconhecendo práticas culturais e realidades diversas. A programação incluiu rodas de conversa, visitas técnicas e trocas afetivas, que permitiram aplicar conteúdos teóricos do curso em contextos reais
Resultados
A vivência proporcionou olhar sensível e crítico ao SUS amazônico. Identificamos avanços e desafios, como a escassez de profissionais e o difícil acesso. Conhecemos práticas tradicionais e fortalecemos a defesa do SUS. As devolutivas aos serviços mostraram a força da escuta, da articulação coletiva e do papel do estudante como agente de transformação.
Aprendizado e análise crítica
A experiência ressignificou minha formação, mostrando a importância do território, da cultura e da gestão participativa. Percebi que a saúde na Amazônia requer políticas sensíveis e interculturais. O VER-SUS é espaço potente de resistência, formação crítica e construção coletiva. Reforcei meu compromisso com a equidade, a juventude e a defesa do SUS.
Conclusões e/ou Recomendações
O VER-SUS Norte é uma ferramenta potente de educação para o SUS, fortalecendo a formação crítica e sensível ao território. Recomenda-se sua ampliação, valorização nas instituições de ensino e políticas que reconheçam a diversidade regional. Vivências como esta promovem empatia, engajamento e construção de profissionais comprometidos com o bem comum.
QUALIFICAÇÃO DO ACESSO E REDUÇÃO DE FILAS NA ATENÇÃO ESPECIALIZADA: UMA PERSPECTIVA DE ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA DA E-MULTI NA APS.
Pôster Eletrônico
1 IB SAÚDE
2 UFRGS
Período de Realização
Setembro de 2024 até abril de 2025.
Objeto da experiência
Apoio do Nutricionista da Equipe Multiprofissional às equipes de Estratégia de Saúde da Família na APS, no município de Porto Alegre (RS).
Objetivos
Analisar a atuação do Nutricionista da Equipe Multiprofissional (e-Multi), como apoio às equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) na Atenção Primária à Saúde (APS) e seu impacto na redução de encaminhamentos para atenção especializada no município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Descrição da experiência
A e-Multi na APS é uma equipe de apoio que reúne especialistas de diversas áreas que colaboram de maneira integrada com os profissionais das equipes de ESF para favorecer a saúde e o bem estar da população. O Nutricionista, assim como os outros profissionais da e-Multi, atua em quatro Unidades de Saúde, em diferentes territórios dentro do município. O encaminhamento do usuário para este profissional é feito através de cuidado compartilhado no sistema e-SUS.
Resultados
No município de Porto Alegre, a fila de encaminhamentos das Unidades de Saúde que o Nutricionista apoia, para a nutrição especializada, reduziu em 82,86% no período de setembro de 2024 a abril de 2025, quando comparado ao período de outubro de 2022 a abril de 2023. Essa redução foi associada à implementação do cuidado compartilhado, a escuta qualificada e a atuação territorial do nutricionista, com ações voltadas à educação alimentar e ao suporte direto às equipes de ESF.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou o potencial da atuação do nutricionista da e-Multi como estratégia de fortalecimento da APS. O cuidado compartilhado, articulado entre as equipes de ESF e o nutricionista, contribuiu para a qualificação do cuidado, eficácia na resolutividade e redução da necessidade de encaminhamentos. O modelo de apoio matricial, embora ainda enfrente desafios, mostrou-se potente ao favorecer a troca de saberes, o trabalho interdisciplinar e o fortalecimento do vínculo com os usuários.
Conclusões e/ou Recomendações
A inserção do nutricionista na e-Multi demonstrou impacto positivo na redução de encaminhamentos para a atenção especializada em nutrição. A experiência reforça o papel estratégico da nutrição na atenção primária e evidencia a necessidade de consolidar políticas públicas que garantam a presença e a valorização de equipes multiprofissionais no SUS, promovendo um cuidado mais integral, territorializado e resolutivo.
É PRECISO HUMANIZAR: EXPERIÊNCIAS EXITOSAS DO ACOLHIMENTO NA CONSULTA GINECOLÓGICA DE ENFERMAGEM
Pôster Eletrônico
1 UECE
Período de Realização
A experiência ocorreu entre os meses de novembro de 2022 a janeiro de 2024.
Objeto da experiência
Acolhimento e humanização durante consulta ginecológica de enfermagem na Atenção Primária à Saúde.
Objetivos
relatar a experiência do acolhimento e humanização durante a consulta ginecológica de enfermagem, para prevenção do câncer de colo de útero e de mama, no âmbito da Atenção Primária à Saúde.
Descrição da experiência
Participantes: Agentes Comunitários de Saúde, Médico, Técnicos de Enfermagem, recepcionista e Enfermeiro. Ocorreu em cinco etapas: identificação e busca ativa do público alvo, que não realizaram coleta de citologia de colo uterino nos últimos três anos; identificação das barreiras para a realização Papanicolau; manutenção do vínculo e acolhimento das mulheres; consulta de enfermagem humanizada; agilidade na realização do exame e obtenção de resultado em tempo oportuno.
Resultados
Após a busca ativa, identificação das barreiras, capacitação da equipe, foi possível captar as primeiras mulheres com demanda agendada. Para a primeira consulta de enfermagem, desenvolveu-se um ambiente de acolhimento desde a recepção, coleta de sinais vitais, até o momento da consulta. Os profissionais optaram por uma postura empática, com tempo e objetivo direcionados a sanar as dúvidas da mulher, com perguntas focalizadas nos bem-estar.
Aprendizado e análise crítica
O reconhecimento dos entraves relatados durante as visitas, colaborou com a decisão da enfermeira da unidade optar por capacitar os ACS e a equipe para ampliação e manutenção do vínculo entre equipe e comunidade e melhorar a percepção de estigmas sobre o procedimento e a consulta ginecológica de enfermagem.
Conclusões e/ou Recomendações
Percebeu-se que após a busca ativa empática, esclarecendo estigmas e primeiras consultas, houve uma maior divulgação do método humanizado entre a população. Verificou-se um aumento da procura pelas consultas junto às mulheres, o que fortaleceu a iniciativa entre profissionais e comunidade.
TERRITORIALIZAÇÃO/DIAGNÓSTICO EM SAÚDE DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE Nº 01 E 02 DO NÚCLEO BANDEIRANTE - REGIÃO DE SAÚDE CENTRO-SUL
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Brasília
Período de Realização
25 de março de 2025 a 09 de maio de 2025
Objeto da experiência
Território de abrangência das Unidades Básicas de Saúde n°01 e 02 do Núcleo Bandeirante
Objetivos
Identificar e mapear o território de abrangência das UBSs 01 e 02 do Núcleo Bandeirante, a fim de indicar as estruturas e os atores que compõem as dimensões geográfica, social, epidemiológica, política-institucional e cultural, e contribuir para a práxis em saúde de base territorial.
Descrição da experiência
A falta de registros atualizados e organizados sobre o território, incluindo informações básicas como delimitação das microáreas, número de famílias acompanhadas por cada ACS ou registros sistematizados de vulnerabilidades sociais, dificultou a análise detalhada da situação local. Contudo, o processo proporcionou uma aproximação importante dos autores com a realidade da comunidade atendida e reforçou a necessidade de alinhamento constante do cuidado oferecido.
Resultados
O processo de territorialização das UBSs 01 e 02 do Núcleo Bandeirante resultou em um diagnóstico aprofundado do território e do processo de trabalho, revelando as características socioeconômicas e de saúde da população adscrita. Foram identificados recursos disponíveis na região, bem como suas fragilidades, permitindo o planejamento de ações mais efetivas para qualificar o cuidado ofertado pelo serviços de atenção primária à saúde.
Aprendizado e análise crítica
A experiência de territorialização das UBSs 01 e 02 do Núcleo Bandeirante proporcionou identificar as riquezas e as fragilidades do território. Para além disso, observou-se, no decorrer da realização do trabalho, que apesar dos esforços por parte dos profissionais de operacionalizar o que esta previsto na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), há uma lacuna significativa entre o texto da política e o que é efetivamente realizado no cotidiano das UBSs.
Conclusões e/ou Recomendações
As conclusões alcançadas foram a potência do território em ofertar atividades de promoção à saúde para a sua comunidade, desde oferta de esportes até aulas de educação tecnológica. Além disso, a necessidade de capacitação dos profissionais para o cuidado humanizado, que propicie o fortalecimento do vínculo entre os trabalhadores da saúde e a comunidade, também foi uma conclusão e uma recomendação resultantes do trabalho realizado.
ATENÇÃO BÁSICA EM TERRITÓRIO VIVO: A EXPERIÊNCIA DE TERRITORIALIZAÇÃO NO P NORTE.
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz DF
Período de Realização
Durante os meses de Março e Abril de 2025, no P Norte, Ceilândia, Distrito Federal, (DF).
Objeto da experiência
Análise do território adscrito à Unidade Básica de Saúde 08 de Ceilândia, com foco nas condições de vida, acesso aos serviços e vínculos comunitários.
Objetivos
Conhecer e identificar o território adscrito da Unidade Básica de Saúde 08 de Ceilândia, compreendendo seu perfil demográfico, aspectos sociais e culturais da população atendida, além das principais demandas, vulnerabilidades e potencialidades locais.
Descrição da experiência
A territorialização forneceu conhecimento sobre a infraestrutura da cidade, assim como as redes de atenção, características da população. A atividade envolveu visitas em campo para reconhecimento das áreas de maior vulnerabilidade e levantamento de informações junto aos moradores. Durante as visitas, observou-se uma infraestrutura urbana marcada pela presença de vias pavimentadas, deficiência em saneamento básico em alguns lugares e um número limitado de equipamentos públicos de lazer e cultura.
Resultados
A territorialização permitiu compreender melhor os fluxos de acesso aos serviços de saúde e os desafios enfrentados pelos usuários da UBS 08, como o deslocamento até a unidade, a disponibilidade de transporte público e as barreiras relacionadas à linguagem, cultura e desigualdade social. Destaca-se ainda a sobrecarga enfrentada pela equipe da UBS 08, diante da alta demanda populacional que ultrapassa os limites preconizados por equipe de saúde.
Aprendizado e análise crítica
A experiência possibilitou compreender o território como espaço vivo, dinâmico e historicamente construído. Estimulou escuta ativa e reflexões críticas sobre o papel do profissional frente às desigualdades. O saber técnico deve se aliar ao conhecimento popular, construído com e para a comunidade. A territorialização vai além do mapeamento físico, abrangendo aspectos simbólicos, afetivos e subjetivos do cotidiano.
Conclusões e/ou Recomendações
A vivência da territorialização no P Norte, via UBS 08 de Ceilândia, ampliou a percepção sobre o território, permitindo identificar potências, desafios e complexidades. A atividade reforçou a importância do trabalho coletivo, da construção de vínculos e da valorização dos saberes locais como pilares do SUS. Consolidou também o compromisso com a equidade, integralidade e um cuidado centrado nas reais necessidades da população.
O ELO ENTRE O TERRITÓRIO LÍQUIDO E O SUS: O AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE RIBEIRINHO E A MATERIALIZAÇÃO DA SAÚDE COLETIVA
Pôster Eletrônico
1 IESC/UFRJ
2 SEMSA
Período de Realização
20 dias de atuação na saúde no período de cheia dos rios amazônicos (02/05/2025 - 21/05/2025).
Objeto da experiência
Relato da vivência de uma residente em saúde coletiva no interior do Amazonas sobre a atuação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) ribeirinhos.
Objetivos
Relatar a atuação dos ACS ribeirinhos com ênfase em seu protagonismo para a saúde coletiva e sua efetividade na atenção primária em territórios de difícil acesso.
Metodologia
Durante o estágio no interior do Amazonas, marcado pela vulnerabilidade social e ambiental, observou-se ACS confeccionando manualmente mapas do território, realizando atividades para além de suas atribuições, apoiando no tratamento de doenças crônicas e organizando o território para receber a equipe de saúde em meio à cheia. O cuidado e vínculo com a comunidade é bem estabelecido, entretanto os efeitos da falta de clareza sobre suas competências, gera insegurança profissional e conflitos.
Resultados
Observou-se que ACS desempenham papel central no acesso à saúde em comunidades ribeirinhas. A geografia instável afeta logística de trabalho, exigindo criatividade e responsabilidade social. São reconhecidos como figuras confiáveis e indispensáveis, evidenciando vínculo afetivo e institucional. Falta de materiais específicos para contextos fluviais compromete a segurança e padronização de suas práticas. Ainda assim, garantem a presença efetiva do SUS em territórios historicamente negligenciados.
Análise Crítica
O trabalho do ACS ribeirinho vai além das atribuições formais, incorporando saberes tradicionais e improvisações logísticas. Há um descompasso entre diretrizes nacionais e a realidade amazônica, exigindo reorientação das políticas públicas voltadas à prática desses profissionais. Reconhecer seu papel é essencial para garantir justiça social, equidade e integralidade, fortalecendo os princípios do SUS e contribuindo para uma saúde coletiva sensível às realidades amazônicas.
Conclusões e/ou Recomendações
O ACS ribeirinho é fundamental na construção da saúde coletiva. Sua atuação, que articula saber local, conhecimento territorial e vínculo comunitário, deve ser reconhecida como estratégia para fortalecimento do SUS, onde ele é, muitas vezes, a única presença do Estado. Logo, é necessário de materiais formativos específicos para esses ACS, considerando os fatores ambientais, culturais e logísticos da região amazônica.
DESAFIOS E ESTRATÉGIAS PARA A FORMAÇÃO EM TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE GUAXUPÉ / MG
Pôster Eletrônico
1 CUSC / IAV
2 USP / IAV
3 IAV
4 IAV / EMESP
5 UNIFESP
6 Prefeitura Municipal de Guxupé
Período de Realização
A Formação ocorreu no período de agosto de 2024 a abril de 2025
Objeto da experiência
150 profissionais da saúde, educação, social e gestores vinculados ao Município de Guaxupé - Minas Gerais
Objetivos
Descrever a experiência de formação em Terapia Comunitária Integrativa (TCI) para profissionais da rede municipal, apontar os desafios enfrentados, os resultados alcançados e refletir sobre as contribuições da TCI como tecnologia leve de cuidado na Atenção Primária em Saúde
Descrição da experiência
Trata-se de um relato de experiência, baseado na condução e acompanhamento da formação em TCI realizada entre agosto de 2024 e abril de 2025 pelo Instituto Afinando Vidas (IAV). Participaram 150 profissionais de diferentes categorias da saúde e da educação, a maioria profissionais da APS. A formação foi articulada pela Secretaria Municipal de Saúde do município de Guaxupé, conforme diretrizes da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares do SUS (Portaria nº 849/2017)
Resultados
Durante o processo formativo, foram enfrentados desafios institucionais, como mudanças na legislação de licitações e trocas na gestão administrativa, além de dificuldades logísticas, como ajustes de horário dos cursistas. Apesar disso, 45 profissionais concluíram a formação e passaram a atuar como terapeutas comunitários, conduzindo rodas de TCI que atenderam diretamente a 4.878 pessoas. A iniciativa promoveu vínculos, acolhimento e escuta qualificada nas comunidades atendidas
Aprendizado e análise crítica
A formação em TCI revelou que a motivação dos profissionais e a articulação intersetorial são cruciais para o sucesso. Obstáculos como mudanças na gestão e na legislação exigiram adaptação. A prática promoveu transformação pessoal nos participantes, impactando as formas de viver e de trabalhar. A evasão indicou a necessidade de maior suporte e o entendimento que para consolidar a TCI no SUS, requer acompanhamento contínuo, avaliação e apoio institucional efetivo
Conclusões e/ou Recomendações
O procedimento da Terapia Comunitária Integrativa presente na cesta Básica do SUS pode parecer algo simples de introduzir, mas para isso é necessário diversos esforços, desde a articulação no território até a motivação dos cursistas para concluírem o número de rodas necessárias para a certificação, além das lições que são aprendidas para além daquilo que os protocolos e guidelines possam ensinar.
MANEJO DO DIABETES MELLITUS TIPO 2 NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE UTILIZANDO O MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA: O PAPEL DA CRIAÇÃO DE VÍNCULO DESDE A PRIMEIRA CONSULTA
Pôster Eletrônico
1 ZARNS
Período de Realização
02 de dezembro de 2024 a 15 de junho de 2025
Objeto da experiência
Aplicação do Método Clínico Centrado na Pessoa para manejo de DM2 em paciente idoso na Atenção Primária à Saúde em Salvador, BA.
Objetivos
Descrever a aplicação do Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) no manejo de um caso de Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2) em Salvador-BA, demonstrando o papel essencial do vínculo para o sucesso terapêutico na Atenção Primária à Saúde (APS), promovendo melhora clínica e psicossocial
Metodologia
R.O.A.O, 73 anos, com DM2 descompensado, buscou atendimento em USF em 02/12/2024. Desde o primeiro contato, a anamnese revelou queixas clássicas de descompensação do DM2, ansiedade e medo. Iniciou-se ajuste medicamentoso e exames. No retorno em 06/12/2024, com HbA1c de 13,6%, o plano terapêutico foi expandido para abordagem integral, incluindo encaminhamento nutricional e orientações sobre a importância de mudança de estilo de vida, sempre priorizando a escuta ativa e a continuidade do vínculo." (488 caracteres). Esse pequeno ajuste realça a progressão e prepara para a seção de Resultados.
Resultados
O manejo do DM2 na APS, guiado pelo MCCP e foco no vínculo, resultou em desfecho clínico e psicossocial altamente positivo. Houve melhora exponencial da HbA1c (redução de 13,6% para 5,7%) e remissão dos sintomas do DM2 e da ansiedade, demonstrando a eficácia dessa abordagem. O vínculo sólido promoveu maior adesão ao tratamento, abordou preocupações emocionais e sociais, e gerou impacto social significativo ao promover a autonomia e a qualidade de vida do paciente e, indiretamente, da esposa
Análise Crítica
A experiência reforça a relevância do MCCP na Saúde Coletiva, transcendendo o modelo biomédico. O aprendizado central é que o sucesso terapêutico em doenças crônicas reside na construção de relações de confiança e na adaptação as necessidades individuais e contextuais. A inovação está na reafirmação de uma prática humanizada e integral, valorizando a dimensão subjetiva do paciente. A aplicabilidade é universal na APS, mas demanda tempo, capacitação profissional, longitudinalidade e integralidade
Conclusões e/ou Recomendações
A abordagem do DM2 na APS com o Método Clínico Centrado na Pessoa e a construção de vínculo resultou em melhora clínica significativa e psicossocial. Este caso demonstra que o sucesso terapêutico em condições crônicas vai além do biomédico, necessitando de relações de confiança e cuidado adaptado. Recomenda-se a valorização e investimento em práticas humanizadas e integrais na APS e capacitação profissional para um cuidado centrado no paciente.
A POTÊNCIA DO SUS NA AMAZÔNIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM ATENÇÃO FARMACÊUTICA RIBEIRINHA
Pôster Eletrônico
1 UFOPA
2 SEMSA Manicoré
Período de Realização
Maio e Junho de 2025
Objeto da experiência
Atenção farmacêutica realizada em comunidades ribeirinhas no município de Manicoré, Amazonas, no contexto do estágio em residência pelo programa PROADI-SUS.
Objetivos
Relatar a experiência da atenção farmacêutica em comunidades ribeirinhas do Amazonas, destacando a atuação do SUS na promoção da equidade e saúde, considerando as determinações sociais.
Descrição da experiência
A escolha do município deveu-se à sua reconhecida excelência na Atenção Básica e à sua estrutura, que demonstra um funcionamento exemplar do Sistema Único de Saúde (SUS), reafirmando a crença na potência do sistema. A atuação principal focou-se na atenção farmacêutica às populações ribeirinhas, especificamente na comunidade de Barro Alto, no Rio Manicoré.
Resultados
A experiência vivenciada em Manicoré evidenciou impactos relevantes, destacando a efetividade da atenção farmacêutica adaptada ao contexto local e a capacidade do SUS em atender populações de áreas remotas. Houve uma melhoria expressiva no acesso e na adesão aos tratamentos, impulsionada pela atuação da farmacêutica e por orientações individualizadas que respeitaram as especificidades da região, resultando em melhores desfechos clínicos.
Aprendizado e análise crítica
Vivenciar o cotidiano dessas populações permitiu compreender, de forma mais ampla, os desafios relacionados ao acesso a medicamentos, à adesão ao tratamento e às limitações estruturais que impactam diretamente a saúde. O contato direto com os usuários reforçou a necessidade de uma comunicação clara, acessível e culturalmente adequada, mostrando que a simples orientação técnica, quando não contextualizada, pode não surtir o efeito desejado.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a presença de um profissional farmacêutico, aliado a uma abordagem humanizada e contextualizada, contribui de maneira significativa para a melhoria da adesão aos tratamentos, a racionalização do uso de medicamentos e a redução de agravos evitáveis. Como recomendações, destaca-se a necessidade de ampliar e institucionalizar a presença do farmacêutico em ações itinerantes e fixas nas regiões remotas.
A AUTO AVALIAÇÃO DO PROGRAMA QUALIS-APS NO DISTRITO FEDERAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 ABMFC
Período de Realização
Abril a Dezembro de 2023
Objeto da experiência
O Programa de Auto avaliação Qualis-APS instituído no Distrito Federal em 2023.
Objetivos
Descrever a experiência de participar de um ciclo de Qualis-APS, discutir a importância da auto avaliação nos processos de trabalho na Atenção Primária à Saúde.
Descrição da experiência
Visão de médico residente de Medicina de Família e Comunidade da Escola de Saúde Pública do Distrito Federal sobre participar do Qualis-APS. A experiência aconteceu entre abril e dezembro de 2023, período durante o qual foram realizados encontros da equipe de saúde da família para a aplicação do Qualis-APS, um método desenvolvido pela Fiocruz Brasília, em parceria com a UnB e a Secretaria de Saúde do Distrito Federal. O Qualis-APS se desenvolve em 3 etapas, todas com foco na auto avaliação.
Resultados
Observou-se desafios e potencialidades deste instrumento, desde dificuldade de agenda para aplicação até as resistências dos próprios profissionais em dedicar tempo para tal atividade, muito em decorrência da descrença na real efetividade de tal instrumento ou qualquer outro, preponderando o sentimento de que "não ia dar em nada".
Aprendizado e análise crítica
Refletiu-se sobre o papel da Atenção Primária à Saúde e dos processos de avaliação e auto avaliação no trabalho nesse nível de cuidado, bem como o papel do médico residente nesse contexto e como isso colabora para o aprendizado de todos da equipe.
Conclusões e/ou Recomendações
Percebeu-se ao final a relevância da auto avaliação e como ela é essencial nos processos de trabalho pois podem propiciar a construção da reflexão sobre o trabalho vivo. Também conclui-se que para que estes processos de auto avaliação sejam encorajados é necessário que haja devolutiva e que existam momentos protegidos para a execução destas avaliações durante a carga horária trabalhada.
REFLEXÕES SOBRE ESTIGMA DE PESO NA APS: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM A EQUIPE DE SAÚDE DA FAMILIA DA UNIDADE DE SAÚDE BEIJA-FLOR
Pôster Eletrônico
1 UFBA
2 AFYA Guanambi
3 ABO
Período de Realização
A atividade foi realizada em maio de 2025 na Unidade de Saúde da Família Beija-Flor (Guanambi/BA).
Objeto da experiência
Reflexão coletiva com a equipe da UBS Beija-Flor sobre estigma de peso e seus impactos no cuidado em saúde.
Objetivos
Refletir coletivamente com profissionais da UBS Beija-Flor sobre vivências de estigma de peso, barreiras estruturais e estratégias para qualificar o cuidado às pessoas gordas na Atenção Primária à Saúde, promovendo um processo de escuta, sensibilização e enfrentamento coletivo.
Descrição da experiência
Atividade realizada na UBS Beija-Flor (Guanambi/BA), com a participação de profissionais da equipe de saúde. Após exibição do vídeo “Gordofobia e Estigma do Peso” (Ministério da Saúde), conduziu-se um grupo focal orientado por três perguntas. Os depoimentos foram registrados por escrito e anonimamente. A escuta sensível e horizontal foi o eixo metodológico, inspirado em abordagens da Educação Popular em Saúde e da vigilância participativa dos determinantes sociais.
Resultados
As falas revelaram experiências de gordofobia, tanto como vítimas quanto como observadoras. Foram apontadas barreiras estruturais na UBS (mobiliário inadequado, ausência de aparelho de pressão arterial) e no acolhimento, evidenciando a necessidade de mudanças institucionais e culturais. As reflexões mobilizaram empatia, reconhecimento de práticas estigmatizantes e proposições de ações educativas. A participação foi ativa e afetiva, promovendo um espaço cuidado e de sensibilização ética.
Aprendizado e análise crítica
A atividade evidenciou como o estigma de peso está presente nas vivências da equipe e dos usuários, muitas vezes de forma naturalizada. O grupo reconheceu barreiras estruturais e simbólicas que impactam o cuidado, promovendo reflexões críticas sobre suas práticas. O diálogo gerou aprendizado coletivo, reforçando a importância de abordagens inclusivas e éticas na Atenção Primária à Saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A roda de conversa gerou escuta mútua, reconhecimento de vulnerabilidades e vontade coletiva de transformação. O estigma de peso, naturalizado nas práticas cotidianas, precisa ser enfrentado com ações institucionais e educativas. A atividade mostrou que espaços de fala e reflexão com as equipes podem gerar mudanças potentes no cuidado, abrindo caminhos para uma APS mais inclusiva e crítica frente às opressões corporais.
POTÊNCIA DOS GRUPOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM GRUPO MULTIPROFISSIONAL E COLABORATIVO
Pôster Eletrônico
1 FMUSP
2 Centro de Saúde Escola Samuel Barnsley Pessoa - FMUSP
3 Centro de Saúde Escola Samuel B. Pessoa - FMUSP
Período de Realização
Este relato é referente às experiências do Grupo “Viver Bem com Diabetes” no ano de 2025.
Objeto da experiência
O Grupo “Viver Bem com Diabetes”, do Centro de Saúde Escola Samuel Barnsley Pessoa (CSEB) é o objeto da experiência.
Objetivos
Compartilhar a trajetória da reestruturação do grupo, contemplando o planejamento das atividades e as estratégias de divulgação e explorar as potências do atendimento em grupo para o incentivo ao cuidado em saúde e construção coletiva de um espaço de convivência compartilhada.
Descrição da experiência
O grupo teve seu início em 2024, porém os encontros foram descontinuados no mesmo ano, por dificuldade de adesão dos usuários. Em 2025, o grupo foi retomado, com a participação de uma enfermeira, uma farmacêutica e duas residentes de ambas as categorias. Foram realizadas estratégias de divulgação do grupo na unidade, através de reuniões e cartazes. Ainda, adotou-se uma nova condução do grupo, baseada na construção coletiva dos temas abordados e incentivando vínculos e trocas de experiências.
Resultados
As estratégias de divulgação do grupo foram essenciais para a adesão dos usuários após a retomada, acontecendo gradualmente a cada encontro. A proposta de uma abordagem horizontal e compartilhada entre usuários e profissionais da saúde impactou positivamente no interesse dos participantes, que se mostraram participativos nos encontros e temáticas discutidas. Nesta direção, evidencia-se o aumento do número de participantes e sua permanência, desde a retomada do grupo até o presente momento.
Aprendizado e análise crítica
O espaço dos grupos é fundamental no contexto da Atenção Primária à Saúde, uma vez que permite não apenas o cuidado em saúde, mas principalmente a troca de experiências e acolhimento. Usar abordagens que permitam a aproximação e o vínculo, tanto na relação profissional/usuário, quanto na relação usuário/usuário agrega sentido e faz com que o usuário escolha voltar. Além disso, a participação de uma equipe multiprofissional enriquece a prática e permite o exercício da integralidade.
Conclusões e/ou Recomendações
Com a experiência do Grupo “Viver Bem Com Diabetes” foi possível entender e vivenciar a potência de um ambiente coletivo, construído sob as perspectivas e demandas dos usuários. Tornar o usuário o protagonista do seu próprio cuidado foi a base da escolha da condução do grupo e o que estimulou a adesão a longo prazo.
ESTÁGIO EM PSICOLOGIA : CLÍNICA AMPLIADA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EXPERIÊNCIA EM CENTRO DE SAÚDE DE BELO HORIZONTE
Pôster Eletrônico
1 UFMG
Período de Realização
Em 2024, foi ofertado o estágio curricular de Atenção Primária em Saúde (APS) na UFMG
Objeto da experiência
Aproximar as alunas do campo de prática da Saúde Coletiva, pautado pela diretriz da Clínica Ampliada como estratégia para enfrentamento de sua complexidade.
Objetivos
Evidenciar caminhos para uma formação em psicologia na qual sejamos capazes de estimular uma maior autonomia dos usuários relativa ao seu processo saúde doença. Além de mostrar como a articulação com as equipes de saúde é fundamental para que o diálogo multiprofissional e interdisciplinar aconteça.
Metodologia
A experiência perpassa por uma concepção de clínica ampliada e compartilhada na qual o vínculo e a construção de autonomia se dão a partir da horizontalidade na prática do cuidado. Enquanto estagiárias acompanhamos a psicóloga do NASF em seu dia a dia no centro de saúde. Participamos do grupo terapêutico de terapia comunitária integrativa, realizamos atendimentos individuais, conduzimos um grupo de apoio a enlutados, acompanhamos reuniões de equipe e fizemos visitas domiciliares.
Resultados
Apesar de urgente como demanda no curso de psicologia na UFMG, uma disciplina sobre o SUS ainda não existe no percurso curricular obrigatório. O estágio curricular cumpre uma função importante ao possibilitar um primeiro contato com a atenção primária em saúde permitindo uma maior compreensão do funcionamento do SUS, dos métodos de organização do trabalho na atenção primária, dos profissionais que ocupam as equipes mínimas e também dos limites e potencialidades que esse trabalho em rede proporciona.
Análise Crítica
Acompanhar as atividades realizadas por uma psicóloga do NASF contribuiu extremamente para nossa formação. Pudemos visualizar a importância do trabalho interprofissional, da produção de saber e das práticas de cuidados que ocorrem no encontro com os usuários e os profissionais. Além disso, a vivência prática e a oportunidade de acompanhar outras profissionais da equipe possibilitaram também que fossemos confrontadas pelos desafios enfrentados naquela realidade muitas vezes distante do prescrito.
Conclusões e/ou Recomendações
Diversos dos desafios enfrentados evidenciaram que é preciso reconhecer os atravessamentos que o território exerce no cuidado em saúde dos usuários para a construção de planos de atenção em saúde que contemplem a realidade social e as possibilidades de cada indivíduo. Finalmente, notamos a necessidade de ajustes na nossa formação através da criação de novas disciplinas obrigatórias sobre o funcionamento do SUS.
ESTRATÉGIAS COLABORATIVAS NA MOBILIZAÇÃO E EXECUÇÃO DO CENSO NACIONAL DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE PARA O FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NA PARAÍBA
Pôster Eletrônico
1 UFPB
2 UNIFIP - PATOS
3 SAPS/MS
Período de Realização
A experiência foi realizada no período de maio a agosto de 2024
Objeto da experiência
A experiência teve como objeto a equipe da coordenação estadual com os apoiadores do Censo Nacional das Unidades Básicas de Saúde (UBS) na Paraíba.
Objetivos
Realizar o Censo Nacional das UBS na Paraíba; Articular com os entes e as instituições estratégicas para mobilizar os municípios a adesão e resposta; Apoiar tecnicamente o preenchimento do formulário; e estimular os profissionais e gestores no alcance da obtenção de todos os dados nas UBS.
Descrição da experiência
A Paraíba contou com um coordenador e 4 animadores. Foi criado um grupo de trabalho (GT) estadual com diversas representações para garantir a efetividade do Censo, com reuniões semanais, criação de grupos de WhatsApp por animador, envio de e-mails institucionais, produção de cards, webinários e plantões de dúvidas com os municípios, articulação com o apoio institucional do Ministério da Saúde (MS), monitoramento diário, respondômetros interativos e interlocução com o Disque Censo.
Resultados
O Censo alcançou 100% de adesão dos municípios, com os seguintes resultados: organização da indicação dos respondentes; organização dos serviços duplicados; consolidação do GT interinstitucional; operacionalização com instrumentos técnicos de comunicação; acolhimento, orientação e apoio técnico aos municípios com dificuldades com o sistema; articulação e contribuição dos apoiadores da APS, do MS, do Estado e dos municípios; mobilização e consolidação dos 100% dos questionários respondidos.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a potência do trabalho colaborativo interinstitucional e de articulação em rede. Entre os desafios: a necessidade de pactuações com atores estratégicos; fragilidades técnicas no sistema e-Gestor. As potencialidades: a presença ativa dos animadores e coordenadores de APS; reuniões com a equipe do Censo, COSEMS e SES-PB e apoio do MS. A experiência reafirma que a escuta ativa, a formação territorializada e a comunicação direta são pilares de uma APS forte e resolutiva.
Conclusões e/ou Recomendações
O sucesso do Censo das UBS na Paraíba demonstrou que a combinação entre estratégias comunicacionais inovadoras, articulação política e apoio técnico sistemático foi eficaz para mobilizações em larga escala no SUS. Recomendamos a instituição de grupos operativos interinstitucionais para pesquisas e ações na APS, bem como investimento em plataformas mais intuitivas e a orientação para os gestores e profissionais da APS em suporte técnico ágil.
ESTÁGIO ELETIVO EM ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO EXTERIOR: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA SAÚDE DA FAMÍLIA EM PORTUGAL
Pôster Eletrônico
1 Universidade de São Paulo
2 Universidade Estadual Paulista
Período de Realização
Vivenciada no período de outubro à novembro de 2024.
Objeto da experiência
Vivência em Saúde da Família durante estágio eletivo internacional em unidade de saúde familiar (USF) da Atenção Primária à Saúde (APS) portuguesa.
Objetivos
Realizar estágio eletivo internacional em unidade de atenção primária portuguesa, com o intuito de conhecer práticas assistenciais, modelos organizacionais e promover trocas formativas e culturais entre os sistemas de saúde do Brasil e de Portugal.
Metodologia
O estágio ocorreu na USF Afurada, em Vila Nova de Gaia, sob supervisão de uma enfermeira desse serviço. No âmbito assistencial, houve participação em consultas compartilhadas, visitas domiciliares e ações educativas. No campo organizacional, vivenciou-se a rotina da USF e seu modelo de cuidado. Na dimensão formativa, elaborou-se material sobre planejamento familiar e promoveu-se seminário reflexivo sobre a Estratégia Saúde da Família brasileira, fortalecendo o intercâmbio técnico-cultural.
Resultados
A experiência desenvolveu competências clínicas, educativas e colaborativas, ampliando a compreensão sobre os Cuidados de Saúde Primários em Portugal, com ênfase na autonomia organizacional das USF, trabalho colaborativo e continuidade do cuidado. O material educativo foi aprovado e incorporado na unidade. A atividade formativa estimulou reflexões sobre os sistemas de saúde e desafios da APS no século XXI, especialmente quanto à promoção da equidade, da democracia e da integralidade no cuidado.
Análise Crítica
A vivência evidenciou o potencial transformador dos intercâmbios na formação em saúde e na análise crítica da APS. O modelo português, centrado na autonomia das USFs e copagamentos, pode limitar o acesso e impactar a equidade. Em contraste, o SUS, apesar do subfinanciamento, busca integralidade e participação social como pilares democráticos. Adaptar práticas do SNS exige olhar crítico, atento à determinação social de saúde e aos princípios da Saúde Coletiva no Brasil.
Conclusões e/ou Recomendações
O estágio eletivo internacional ampliou a compreensão dos distintos modelos de APS, evidenciando desafios em equidade e acesso no contexto português e avanços em integralidade e participação social no SUS. Recomenda-se fomentar políticas públicas que incentivem intercâmbios na formação e adaptação crítica de práticas internacionais, fortalecendo a qualificação do cuidado e a integração entre ensino e serviço na Saúde Coletiva.
A SAÚDE COLETIVA NA ATENÇÃO BASICA E OS PROCESSOS EDUCATIVOS NA FORMAÇÃO EM ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA VISITA DOMICILIAR
Pôster Eletrônico
1 UFCAT
Período de Realização
A experiência descrita teve início em abril e término em setembro de 2023.
Objeto da experiência
A relevância da Saúde coletiva na atenção básica e suas contribuições na graduação em enfermagem e seus processos educativos com a visita domiciliar.
Objetivos
Destacar e relatar as experiencias da prática da disciplina de Saúde coletiva na atenção básica com a realização da visita domiciliar e os aprendizados na identificação dos determinantes sociais de saúde e na formação crítica e reflexiva para a transformação social.
Metodologia
Realizamos escuta ativa e dialógica com os princípios da educação popular em saúde na coleta de dados para identificação dos determinantes com sistematização dos dados autorizados previamente pelas pessoas entrevistadas e fundamentação teórica para compreendermos as patologias identificadas, os desafios e possibilidades de atendimento na rede de modo a minimizar as iniquidades em saúde identificadas e realizar o projeto de intervenção.
Resultados
Na coleta de dados identificamos diabetes, hipertensão, depressão, casos de esquizofrenia, autismo, epilepsia e auto estima prejudicada e câncer de mama. A escuta amorosa da realidade e esclarecimentos dos direitos dos usuários do SUS e a rede de atendimento do Município viabilizaram ações na atenção básica do território e encaminhamentos para a rede de cuidado para viabilizar atendimento conforme as necessidades apresentadas pelos sujeitos e relatórios no prontuário do E-SUS.
Análise Crítica
O período em que realizamos a VD e a intervenção tivemos a possibilidade em conhecer no primeiro semestre como ingressantes na Universidades as potencialidades do sistema Único de Saúde e a rede de atendimento que nem sempre é divulgada efetivamente para as pessoas e a experiência relatada demonstra o uso adequado de instrumentos técnico-científicos, como o preenchimento do sistema e-SUS e a consulta à literatura científica, refletindo uma prática com evidencia cientifica e crítica.
Conclusões e/ou Recomendações
Existem informações importantes e necessárias da história de vida e saúde dos usuários que só compreendemos com a visita domiciliar. Informações estas que muitas vezes não chegam na unidade, para melhor atendermos e identificarmos os determinantes sociais em saúde, as possibilidades de intervenção para melhorar a qualidade de vida, saúde e fortalecimento da rede de atendimento.
MÉTODO BALINT-PAIDEIA COMO ESTRATÉGIA DE IDENTIFICAÇÃO E ENFRETAMENTO AOS DESAFIOS NA FORMAÇÃO E FORTALECIMENTO DAS EQUIPES EMULTI DA APS: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Pôster Eletrônico
1 UFJF
2 UFCSPA
Período de Realização
O curso de formação virtual síncrono, com 4 horas semanais, entre de fevereiro e junho de 2025.
Objeto da experiência
Aplicar método Balint-Paideia como estratégia de identificação e enfretamento aos desafios na formação de profissionais das equipes eMulti da APS.
Objetivos
Relatar a experiência docente na utilização do método Balint-Paideia como dispositivo de identificação e enfretamento de desafios no processo formativo das eMulti na APS, segundo a seleção e discussão de casos pelos profissionais participantes do curso virtual de educação permanente.
Metodologia
A formação foi conduzida por dois docentes e estruturada em encontros semanais online. No encontro era realizada a apresentação e discussão de casos-problemas em rodas de conversa, segundo método Balint, pautadas escuta qualificada, no apoio, na oferta teórica e a interlocução desta com os saberes relativos ao processo de trabalho das equipes no território. A escolha dos casos foi mediada pela afetação, complexidade e dificuldade de construção do processo de cuidado pelos profissionais eMulti.
Resultados
Foram discutidos 15 casos com desafios na construção do cuidado em condições de saúde mental, abuso sexual, violência e vulnerabilidade social. Além de questões relativas à escassez nas equipes de vínculo e responsabilização pelo território, horários protegidos de reuniões e matriciamento, de interlocução com a RAS e de planejamento institucional das ações em APS. No enfrentamento foram indicados discussão de casos, PTS, agenda e ações compartilhadas, interlocução com RAS e educação permanente.
Análise Crítica
A experiência promoveu nos profissionais uma análise crítica do processo de trabalho e do papel da eMulti na APS. Além da ampliação da capacidade diagnóstica sobre os desafios para desenvolver o plano de cuidado envolvendo equipes, famílias/usuários, território e rede de atenção à saúde. Os profissionais reconhecerem no método Balint como uma estratégia de formação, matriciamento e enfretamento de desafios na construção ações no campo, no processo de trabalho e cuidado compartilhado em APS.
Conclusões e/ou Recomendações
O método Balint-Paideia revelou-se com uma estratégia exitosa de identificação e enfretamento aos desafios no processo de trabalho, cuidado compartilhado e formação das eMulti. Promovendo ampliação da capacidade de análise crítica, comunicação entre as equipes e formulação de diagnósticos pautados na relação usuário/família e território. Além do fortalecimento das ações no núcleo e especialmente no campo de saberes das equipes eMulti da APS.
IMPLANTAÇÃO DO ACOLHIMENTO COMO ESTRATÉGIA DE ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO NA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA PAULO AFONSO, CAMARAGIBE – PE
Pôster Eletrônico
1 SMS/ Camaragibe
2 SMS/Camaragibe
3 SMS/ Caruaru
4 UFPB
Período de Realização
Março até dezembro de 2024
Objeto da experiência
Ampliação e organização do acesso aos serviços ofertados por uma Unidade da Estratégia de Saúde da Família.
Objetivos
Qualificar o acesso ao serviços de saúde ofertados pela Estratégia de Saúde da Família;
Organizar a oferta de serviços ofertas pela Estratégia de saúde da família;
Ampliar o acesso da população aos serviços ofertados pela Estratégias de Saúde da Família.
Metodologia
A construção do processo foi coletiva e envolveu a elaboração de um fluxograma assistencial, que organizava o percurso do usuário desde sua chegada à unidade até a definição do desfecho de cada caso. O acolhimento passou a ser realizado por toda a equipe, com escuta qualificada, classificação das demandas conforme risco e vulnerabilidade, e definição de condutas imediatas ou encaminhamentos adequados.
Resultados
observou-se ampliação do acesso, maior resolutividade das ações, redução de filas de espera e melhoria na organização dos atendimentos. A experiência demonstrou que, quando institucionalizado e incorporado à rotina da equipe, o acolhimento fortalece o vínculo com a comunidade e promove uma APS mais eficiente, equitativa e humanizada.
Análise Crítica
A organização do processo de trabalho por meio do acolhimento na estratégia de saúde da família colabora para ampliação do acesso dos usuários as ações e serviços ofertados pela equipe, bem como otimiza o trabalho em equipe, potencializando o alcance de indicadores de qualidade da assistência.
Conclusões e/ou Recomendações
O acolhimento é uma ferramenta que favorece a organização do processo de trabalho das equipes de Estratégia de Saúde da Família, colabora para diminuição do enfoque medicalocentrico da Atenção Primária, fortalece o trabalho em Equipe, e amplia o acesso a ações e serviços de saúde.
EDUCAÇÃO PERMANENTE EM PROMOÇÃO DA SAÚDE NA ATENÇÃO BÁSICA: FORTALECIMENTO DE AÇÕES POR MEIO DE UM PROGRAMA INTERSETORIAL DE COOPERAÇÃO TÉCNICA
Pôster Eletrônico
1 CEDAPS/ UFRJ
2 CEDAPS
3 Fundação Vale
Período de Realização
As ações foram desenvolvidas no âmbito do Programa Ciclo Saúde Proteção Social no ano de 2024.
Objeto da experiência
Desenvolver ações Educação Permanente por meio de formação-ação para a promoção da saúde em municípios brasileiros
Objetivos
Desenvolver ações de educação permanente visando fortalecer o diagnóstico local, planejamento e o desenvolvimento das ações de promoção da saúde.
Ampliar as ações de promoção da saúde desenvolvidas pelos profissionais da Atenção Básica a partir da realidade local.
Descrição da experiência
O programa é uma cooperação técnica para fortalecimento da Atenção Básica (AB) e da Proteção Social Básica, através Oficinas com os profissionais e gestores da (AB) em 40 municípios de 5 estados brasileiros. Durante as formações, foi utilizada Construção Compartilhada de Soluções Locais, que é uma tecnologia social de planejamento participativo, pautada na realidade local e na busca conjunta de soluções que geram planos locais de Promoção da Saúde para serem desenvolvidos com a comunidade.
Resultados
Foram realizadas 1.582 atividades formativas, que alcançaram 11.413 profissionais e gestores da atenção Básica. Durante as formações foram elaborados e acompanhados 877 Planos Locais de Promoção da Saúde, que geram, no ano de 2024, 5.300 ações locais, alcançando 54.827 pessoas com as principais temáticas Saúde das pessoas que vivem com doenças crônicas, saúde da mulher, saúde do idoso e saúde do adolescente. Os principais parceiros intersetoriais foram a Educação e a Assistência Social.
Aprendizado e análise crítica
A AB é a porta de entrada do Sistema Único de Saúde e tem um papel estratégico na promoção da saúde (PS). São inúmeros os desafios enfrentados pelos profissionais para a sua operacionalização, destacando-se a formação insuficiente dos profissionais sobre a PS e a dificuldade de garantia de um horário protegido para o planejamento e monitoramento das ações. Para superar esses desafios é fundamental investir em ações de educação permanente e na reorganização do processo de trabalho das equipes.
Conclusões e/ou Recomendações
A PS requer uma prática de cuidado que vai além do modelo centrado nas doenças, sendo desenvolvidas a partir de ações que valorizem a autonomia, equidade, participação social e intersetorialidade. A Educação Permanente é uma estratégia fundamental para o fortalecimento e a ampliação dessas ações, pautadas na realidade de cada território, do diálogo e da construção conjunta para transformação das práticas e ampliação do acesso para a comunidade.
COORDENAÇÃO DO CUIDADO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: RESULTADOS EM UMA AUTOGESTÃO DE SAÚDE.
Pôster Eletrônico
1 CASSI
Período de Realização
Análise retrospectiva dos dados do ano de 2024.
Objeto da experiência
Avaliação do impacto do acompanhamento pela Atenção Primária à Saúde (APS) na racionalização da utilização dos serviços de saúde.
Objetivos
Comparar a utilização dos serviços de saúde entre os participantes acompanhados e não acompanhados pela APS, evidenciando os benefícios do cuidado longitudinal e integral na saúde da população assistida.
Descrição da experiência
Estudo quantitativo, descritivo e retrospectivo, baseado na análise de bases de dados de uma autogestão de saúde do estado do Rio de Janeiro. Foram comparados dois grupos populacionais: o primeiro composto por beneficiários acompanhados pela APS por três anos; e o segundo, por indivíduos que nunca foram cadastrados ou atendidos pela APS. O objetivo do estudo foi identificar diferenças na utilização de serviços, evidenciando o impacto do modelo de cuidado integral.
Resultados
Os dados demonstram que participantes com cuidado coordenado pela APS apresentam melhor utilização dos serviços de saúde e menor custo per capita em comparação aos não acompanhados. O acompanhamento longitudinal favoreceu a promoção da saúde, a prevenção e a resolutividade dos cuidados, reduzindo demandas desnecessárias e reforçando a eficácia do modelo de cuidado integral.
Aprendizado e análise crítica
A APS, ao promover cuidado contínuo e integral, melhora a qualidade de vida e contribui na redução da utilização desnecessária dos serviços de saúde. Os principais desafios consistem na necessidade de captar a população jovem e, simultaneamente, acompanhar o perfil envelhecido, majoritário entre os cadastrados na APS, que demanda atenção especial e maior assistência. É fundamental fortalecer o uso das ferramentas e a integração dos dados para aprimorar o monitoramento e a gestão da saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A APS demonstra eficácia na redução da utilização excessiva dos serviços de saúde, contribuindo para a diminuição dos custos assistenciais e promovendo um cuidado mais resolutivo, contínuo e coordenado, centrado nas necessidades da população e capaz de qualificar o acesso, fortalecer a prevenção e melhorar os desfechos em saúde.
TERRITORIALIZAÇÃO EM SAÚDE NA UBS 08 DE TAGUATINGA: UMA EXPERIÊNCIA DE IMERSÃO E DIÁLOGO COM A REALIDADE DO TERRITÓRIO
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz
Período de Realização
Janeiro a maio de 2024
Objeto da experiência
Relatar a vivência de territorialização na UBS 08 e refletir sobre o cuidado em saúde a partir da realidade do território.
Objetivos
Relatar a experiência de territorialização realizada por residentes na UBS 08 de Taguatinga, com foco na análise crítica do território, identificação de vulnerabilidades e potencialidades e fortalecimento do cuidado em saúde a partir da realidade local.
Metodologia
A territorialização foi realizada por residentes na UBS 08 de Taguatinga, a partir da escuta qualificada, análise de dados e cartografia participativa. A experiência permitiu identificar vulnerabilidades, promover integração com a comunidade e refletir sobre práticas no SUS.
Resultados
A imersão revelou um território com identidade comunitária e fortes vínculos entre equipe e usuários, apesar das desigualdades estruturais, como acúmulo de lixo e ausência de áreas verdes. A falta de grupos terapêuticos e a sobrecarga profissional foram desafios. A territorialização ampliou a visão dos residentes sobre o cuidado integral, favorecendo a identificação de determinantes sociais da saúde e incentivando ações participativas no fortalecimento do SUS.
Análise Crítica
O trabalho evidenciou a importância da territorialização como ferramenta para compreender as vulnerabilidades, potencialidades e demandas da população. A abordagem crítica destacou dificuldades estruturais, sobrecarga das equipes e resistência a práticas coletivas, indicando a necessidade de maior integração entre os profissionais para garantir cuidado contínuo e integral.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a territorialização fortalece o vínculo com a comunidade, mas requer tempo, envolvimento multiprofissional e suporte institucional para superar fragilidades estruturais e promover ações integradas que realmente impactem nos determinantes sociais da saúde do território.
EDUCAÇÃO PERMANENTE E MAPA VIVO - FERRAMENTAS PARA APRIMORAR O CUIDADO A TUBERCULOSE A PARTIR DO GEORREFERENCIAMENTO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Pôster Eletrônico
1 Escola Nacional de Saúde Publica sergio arouca
2 Centro Municipal de Saúde Nilza Rosa
3 Centro municipal de saúde Nilza rosa
4 Centro municipal de saúde Nilza Rosa
Período de Realização
Setembro de 2024 e Maio de 2025
Objeto da experiência
Educação Permanente e ações de Tuberculose no território adscrito da clínica da família
Objetivos
Refletir sobre as ações de Promoção à Saúde construídas em um espaço de Educação Permanente conduzido por uma equipe multiprofissional de saúde da família.
Metodologia
Em 2024, foi realizada busca ativa de sintomáticos respiratórios (SR) e ações de educação em saúde sobre tuberculose (TB) com distribuição de folder. Houve foco na coleta de escarro, sendo esses de SR ou não, com menor ênfase na promoção de saúde. Em 2025, a ação foi remodelada com orientação prévia em Educação Permanente para os profissionais, abordando fatores sociais e biológicos da TB, tratamento de Infecção Latente da Tuberculose (ILTB) e uso do Mapa Vivo para orientar a intervenção.
Resultados
Durante a ação, os profissionais demonstraram maior interesse em realizar visitas domiciliares para conscientizar os contactantes sobre avaliar a indicação para iniciar tratamento de ILTB. A solicitação de coleta da amostra foi direcionada apenas à SR e o folder foi entregue seguido de orientações. A Educação Permanente e o Mapa Vivo realizados previamente qualificaram a promoção de saúde para a população e guiaram a busca de SR e contactantes, resultando em uma ação mais efetiva.
Análise Crítica
As ações realizadas no território aparecem como potência de promoção e educação em saúde. Observa-se que a educação permanente realizada anteriormente a ação qualificou o trabalho e contribui com o saber coletivo. Assim, foi possível perceber uma melhora na abordagem dos profissionais aos usuários durante a ação, evidenciando uma testagem mais direcionada. O mapa vivo também foi fundamental ferramenta para guiar a ação, tendo como foco as áreas mais vulnerabilizadas pela doença.
Conclusões e/ou Recomendações
Observa-se a importância de uma ação orientada por um material pedagógico, científico e direcionada a partir do território. A educação permanente é um espaço para potencializar o trabalho e o cuidado multiprofissional. O mapa vivo feito de forma coletiva é uma importante ferramenta para orientar as ações e o cuidado, principalmente de questões de saúde transmissíveis, além de implicar os profissionais para o trabalho em equipe.
VIVÊNCIA ACADÊMICA NO AMBULATÓRIO DE NEFROLOGIA: PRIMEIRA CONSULTA INTEGRAL E REFLEXÕES SOBRE O CUIDADO LONGITUDINAL E MULTIPROFISSIONAL NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UNISC - Universidade de Santa Cruz do Sul
2 UNISC - Universidade de Santa Cruz do Sul/UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
3 UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
Período de Realização
Três semanas de maio/2025, no ambulatório SUS de nefrologia da Santa Casa de Misericórdia de PoA
Objeto da experiência
Vivência acadêmica com acompanhamento de atendimentos e realização de primeira consulta integral com paciente com doença renal crônica e DM.
Objetivos
Relatar e analisar experiência no ambulatório de nefrologia como espaço de aprendizagem e interface ensino-serviço; compreender as dinâmicas do cuidado à doença renal crônica no SUS; refletir sobre desafios do cuidado nos preceitos da Rede de Atenção à Saúde (RAS), e contribuição à formação médica.
Metodologia
Acompanhamento por três semanas, por acadêmica de Medicina no ambulatório de Nefrologia da Santa Casa: observação de atendimentos, realização de anamnese, exame físico e elaboração de condutas, sob supervisão. Destaca-se a condução de consulta integral com paciente pluripatológica, com dificuldade de acesso a tratamentos para saúde na rede do SUS. com foco na escuta qualificada, educação em saúde e abordagem biopsicossocial, em consonância com diretrizes da formação ética e humanizada.
Resultados
A experiência possibilitou vivenciar os desafios da atenção nefrológica no SUS, evidenciando fragilidades da Atenção Primária à Saúde (APS), como a ausência de contrarreferência na RAS e o diagnóstico tardio. A escuta ativa e o exame físico permitiram identificar sinais clínicos previamente negligenciados. O vínculo terapêutico e a abordagem integral favoreceram a adesão. Além disso, foi possível a análise das demandas reais do sistema e evidenciou a necessidade do trabalho multiprofissional.
Análise Crítica
A experiência mostrou o valor das Redes de Atenção à Saúde (RAS) e de uma APS forte para evitar agravamento de doenças crônicas. O caso ilustrou prejuízos da desarticulação intersetorial (Mendes, 2011; Santos et al., 2017). Reforçou a importância da colaboração, vínculo e educação permanente (Starfield, 1998; Freitas & Araújo, 2018). O contato com barreiras estruturais e sociais possibilitou ampliar a visão crítica sobre as políticas públicas do SUS.
Conclusões e/ou Recomendações
A vivência acadêmica no ambulatório de nefrologia evidenciou o valor da integração entre teoria e prática na formação médica e destacou a urgência de fortalecer os vínculos entre APS, atenção especializada formando uma rede de atenção à saúde (RAS) sólida. Recomenda-se a ampliação da atuação multiprofissional, adoção de protocolos de encaminhamento precoce e intensificação da educação em saúde, conforme Mendes (2011) e OPAS (2010).
A ATUAÇÃO DA AGSUS NO PROVIMENTO MÉDICO E NO CUIDADO COM A SAÚDE MENTAL: CAMINHOS PARA O FORTALECIMENTO DA APS
Pôster Eletrônico
1 Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS)
Período de Realização
Primeiro Quadrimestre de 2025
Objeto da experiência
Como a Agência Brasileira de Apoio ao SUS (AgSUS) promove o cuidado da saúde mental dos seus trabalhadores?
Objetivos
Objetivo geral: Implementar acolhimento profissional para melhorar o processo de trabalho nos serviços de saúde.
Específicos: Atender eficazmente usuários e trabalhadores; propor redirecionamento das ações; garantir cuidado acolhedor, humano e efetivo.
Descrição da experiência
A AgSUS atua na gestão de políticas públicas voltadas à APS, promovendo o acesso à saúde em regiões de difícil provimento. Coordena programas como Médicos pelo Brasil e Mais Médicos, enfrentando desigualdades regionais. Também desenvolve ações de acolhimento e cuidado com a saúde mental dos profissionais, fortalecendo os vínculos das equipes e a qualidade da atenção oferecida à população.
Resultados
No 1º quadrimestre de 2025, a CSPRO recebeu 43 solicitações por saúde mental, entre 103 pedidos de movimentação. Fatores como distanciamento familiar, sobrecarga e riscos no trajeto foram identificados. Acolhimentos resultaram em remanejamentos e suporte. Destaca-se o Programa de Saúde Mental e Bem Viver Indígena, via Núcleo Bem-te-vi, que oferece apoio emocional e escuta qualificada online aos profissionais da AgSUS.
Aprendizado e análise crítica
A alta rotatividade e a falta de vínculos estáveis comprometem a continuidade do cuidado e os laços comunitários, essenciais à APS. É urgente fortalecer políticas públicas que valorizem o trabalho em saúde, com incentivos, planejamento territorial e educação permanente, assegurando condições dignas e sustentáveis de atuação, sobretudo nas regiões mais vulneráveis do país, promovendo a equidade e a efetividade no SUS.
Conclusões e/ou Recomendações
A ampliação da APS reflete-se no aumento das consultas e na melhoria dos indicadores. Contudo, persistem fragilidades nas condições de trabalho dos profissionais, como jornadas exaustivas, escassez de recursos e pouco apoio institucional. Em municípios de difícil acesso, a precariedade da infraestrutura e o isolamento dificultam a fixação e permanência, exigindo políticas que valorizem e sustentem o trabalho em saúde.
ENVOLVIMENTO DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (ACS) NA CONCEPÇÃO DE UMA AÇÃO EDUCATIVA COM FOCO NA PREVENÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte
2 Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte
3 Secretaria Municipal de Saúde de Açú
4 Secretaria Municipal de Saúde de Natal
5 Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Faculdade de Ciências da Saúde do Trairí
6 Universidade Federal da Paraíba
Período de Realização
O resumo relata a experiência ocorrida entre novembro de 2024 a fevereiro de 2025.
Objeto da experiência
Elaboração de ação educativa com a participação do ACS sobre o ciclo gravídico-puerperal visando reduzir a mortalidade materna.
Objetivos
O objetivo é relatar a construção colaborativa de uma ação educativa sobre a prevenção da mortalidade materna, envolvendo Agentes Comunitários de Saúde em todas as etapas desde o planejamento a execução, enfatizando a relevância prática e a eficácia das ações educativas na Atenção Primária à Saúde.
Metodologia
Estudo qualitativo vinculado ao projeto “Despertar: uma proposta de intervenção educativa para o cuidado no ciclo gravídico-puerperal” (Chamada Nº 21/2023 - CNPq/Decit/SECTICS/MS, Processo nº444644/2023-7). Elaborou-se uma intervenção educativa inicial por equipe multidisciplinar, que foi apresentada aos ACS, por encontro virtual, para análise dos temas, conteúdo, linguagem e formato. A proposta foi desenvolvida e novamente apresentada aos ACS para ajustes com base nas sugestões apontadas.
Resultados
A colaboração dos ACS permitiu adequar os conteúdos à realidade dos territórios em que atuam, possibilitando maior aplicabilidade dos conteúdos abordados na ação educativa. Houve aprimoramento na linguagem, inserção de temas demandados e maior contextualização para aplicação prática, com estudos de caso e metodologias ativas. O processo colaborativo promoveu engajamento e valorização do agente comunitário como protagonista no processo de fortalecimento do cuidado em saúde na Atenção Primária.
Análise Crítica
A experiência reforçou que os ACS, por estarem inseridos diretamente nos territórios e conhecerem de forma mais aprofundada as demandas da população, são os sujeitos mais aptos a identificar lacunas e prioridades que muitas vezes não são visíveis aos elaboradores das ações educativas. A participação ativa na cocriação da proposta garantiu uma abordagem precisa e alinhada às reais necessidades locais, sendo potencializada pelo inédito e transformador envolvimento do público-alvo no processo.
Conclusões e/ou Recomendações
O engajamento dos agentes na construção da proposta educativa resultou em uma proposta mais relevante e sintonizada com a realidade. A experiência mostrou a importância e necessidade de metodologias participativas com envolvimento do público-alvo na construção dessas ações, evidenciando a coprodução como estratégia inovadora e essencial para fortalecer o cuidado na atenção primária e ampliar a efetividade das ações de saúde.
HORTA COMUNITÁRIA NA UBS 08 DE TAGUATINGA: PROMOÇÃO DA SAÚDE, EDUCAÇÃO POPULAR E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS ENTRE EQUIPE E COMUNIDADE
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz
Período de Realização
Outubro de 2024 a abril de 2025, com encontros semanais previstos a partir de abril de 2025.
Objeto da experiência
Implementar uma horta comunitária na UBS como estratégia de promoção da saúde e fortalecimento comunitário.
Objetivos
Promover saúde e bem-estar por meio da implementação de uma horta comunitária, fortalecendo vínculos entre UBS e usuários, incentivando hábitos saudáveis, educação alimentar, uso de plantas medicinais e participação popular no cuidado em saúde.
Metodologia
A experiência consistiu na criação de uma horta comunitária na UBS 08 de Taguatinga, com envolvimento de profissionais e usuários. A ação promoveu vínculos, incentivou o autocuidado, a alimentação saudável e a educação popular em saúde, além de resgatar saberes tradicionais.
Resultados
A horta foi implementada com participação ativa da comunidade e profissionais, criando um espaço terapêutico e educativo. Houve fortalecimento de vínculos, maior engajamento dos usuários e ampliação do acesso a alimentos saudáveis, promovendo saúde integral e pertencimento
Análise Crítica
A implementação da horta na UBS promoveu aprendizado coletivo e fortalecimento comunitário, evidenciando a importância da articulação entre servidores, usuários e parceiros. A experiência ressaltou desafios como a necessidade de coordenação e manutenção contínua, além de destacar o potencial da horta como espaço educativo e de promoção da saúde, valorizando saberes tradicionais e estimulando a alimentação saudável e sustentável.
Conclusões e/ou Recomendações
A horta implantada na UBS demonstrou ser um importante instrumento de integração social e ambiental, contribuindo para a autonomia dos usuários e fortalecimento do vínculo com a equipe de saúde. A experiência reforça o potencial de iniciativas comunitárias na atenção básica para promover saúde, sustentabilidade e qualidade de vida, apesar dos desafios organizacionais enfrentados.
ESCOPO DAS CONTRIBUIÇÕES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NO PLANO BRASIL SEM FOME: A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO ÂMBITO DA PROTEÇÃO SOCIAL E DA PROMOÇÃO DA CIDADANIA
Pôster Eletrônico
1 Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição/ / Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde / Secretaria de Atenção Primária à Saúde/ Ministério da Saúde
Período de Realização
2023
Objeto da experiência
Escopo das contribuições do Sistema Único de Saúde (SUS), a partir de sua gestão federal, para o Plano Brasil Sem Fome.
Objetivos
1.Descrever o escopo das ações e metas assumidas pelo Ministério da Saúde no Plano Brasil Sem Fome; 2. Destacar o papel da Atenção Primária à Saúde no âmbito da proteção social e promoção da cidadania.
Metodologia
O Plano Brasil Sem Fome (BSF) foi organizado em três eixos: 1. Acesso à renda, redução da pobreza e promoção da cidadania; 2. Alimentação adequada e saudável da produção ao consumo; 3. Mobilização para o combate à fome. Foi definido como uma das estratégias prioritárias do Eixo 1 “Expandir progressivamente a cobertura e a capacidade de atendimento dos sistemas públicos de acordo com a disponibilidade orçamentária e com os critérios definidos nas instâncias de pactuação do SUS, do SUAS e do SISAN”.
Resultados
Ao todo foram reunidas 4 ações com 9 metas do Ministério da Saúde no escopo do Eixo 1 do Plano BSF, sendo todas relacionadas à expansão e à qualificação da APS. Tal inclusão se deu mediante o potencial da capilaridade da APS no país para identificação de indivíduos em insegurança alimentar e nutrional (InSAN); promoção da alimentação adequada e saudável, prevenção, diagnóstico e tratamento de agravos nutricionais, articulação com outros serviços públicos do território, como a rede de Assistência Social.
Análise Crítica
O SUS é componente fundamental da proteção social no Brasil. O acesso universal e gratuito aos serviços de saúde evita que famílias destinem parte da sua renda para pagar procedimentos e medicamentos em detrimento da compra de alimentos adequados e saudáveis. Portanto, investir na APS contribui para proteger a renda disponível para compra de alimentos, promove a identificação precoce de pessoas em InSAN nos territórios e garante ações de cuidados as pessoas com agravos nutricionais.
Conclusões e/ou Recomendações
O investimento em saúde é componente fundamental no enfrentamento da fome, especialmente na Atenção Primária, que atua diretamente nos territórios e junto às populações mais vulneráveis. A identificação precoce dos determinantes sociais da insegurança alimentar, permite a oferta de cuidado integral e articulado, e pode prevenir o agravamento de desfechos negativos de saúde. Nesse contexto, o fortalecimento da APS tem um papel estratégico.
APRIMORAMENTO DE COMPETÊNCIAS EM SAÚDE COMUNITÁRIA NA FORMAÇÃO DE MFC: UMA ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA INTEGRADA EM RESIDÊNCIA MÉDICA
Pôster Eletrônico
1 Residência de Medicina de Família e Comunidade da SESAU – Recife
Período de Realização
Preparação e realização da atividade pedagógica durante os meses de maio e junho de 2025.
Objeto da experiência
Utilização de metodologias ativas no ensino de abordagem comunitária, territorialização e diagnóstico comunitário em residência médica de MFC.
Objetivos
Capacitar residentes em diagnóstico situacional de saúde e planejamento comunitário, desenvolvendo competências em territorialização, ecomapa e estimativa rápida participativa, conforme currículo da SBMFC (1.2.3.2 e 1.2.3.6) e das Unidades de Prática Profissional(EPAS MFC, em inglês) (EPA 13).
Metodologia
A experiência ocorreu em 11/06/2025 na atividade “Como Eu Faço? Abordagem Comunitária” da Residência de MFC - SESAU Recife. Integrou exposição dialogada sobre territorialização e diagnóstico comunitário, imersão audiovisual e dramatização de um caso fictício complexo (Recife), simulando desafios como trabalho informal e racismo ambiental. Os residentes, em grupos, elaboraram propostas estratégicas para o território, apresentando e refletindo coletivamente, com feedback final.
Resultados
A atividade ampliou a visão sobre território, de ideias fragmentadas para uma compreensão integrada. A dramatização facilitou a aplicação do diagnóstico comunitário e planejamento situacional, destacando fatores socioeconômicos e políticos envolvidos. Os grupos criaram “produtos estratégicos” com ações prioritárias em saúde, incorporando participação social e ferramentas pertinentes. Os resultados demonstraram domínio das competências curriculares, com ganho pedagógico direto na formação de MFC.
Análise Crítica
Demonstrou-se que o binômio teoria-prática fortalece o aprendizado, enquanto a condução parcial das atividades pelos residentes potencializou o “aprender fazendo e ensinando”. A problematização do território e a criação de propostas estratégicas desenvolveram pensamento crítico e soluções inovadoras, indo além da assimilação passiva. Metodologias ativas, como dramatização e trabalho em grupo, mostraram-se essenciais para vincular a teoria da abordagem comunitária à prática real da MFC no SUS.
Conclusões e/ou Recomendações
A metodologia adotada trouxe ganho pedagógico significativo, qualificando os residentes para atuação comunitária mais engajada. A integração entre teoria, simulação e prática ativa mostrou-se essencial no desenvolvimento das competências desejadas. Recomenda-se aprimorar continuamente metodologias ativas, com problematização da realidade e protagonismo discente, formando profissionais mais preparados para as complexas demandas de saúde no Brasil.
IMERSÃO EM IQUITOS: DESINFORMAÇÃO EM SAÚDE E OS DESAFIOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA NA AMAZÔNIA PERUANA
Pôster Eletrônico
1 UnB
2 UFG
Período de Realização
De 07 a 13 de junho de 2025.
Objeto da experiência
Conhecer a atuação dos profissionais da atenção primária à saúde e a suas práticas em relação a desinformação em saúde em Iquitos, Amazônia Peruana.
Objetivos
Detalhar a experiência de campo dos pesquisadores do Lab.ECoS na coleta de dados para o projeto Estudos Comparados sobre o papel dos profissionais da APS no enfrentamento da desinformação em saúde em 13 países, com foco na imersão cultural e compreensão das particularidades locais.
Descrição da experiência
A equipe realizou uma missão em Iquitos, Peru, para coleta de dados quantiquali, como entrevistas com profissionais da APS. Esta imersão etnográfica proporcionou uma compreensão profunda da estrutura de saúde local e das vivências dos profissionais, algo impossível de obter apenas por meios remotos. A proximidade com as fronteiras do Equador, Colômbia e Brasil enriqueceu a percepção das dinâmicas regionais, revelando nuances culturais e de saúde que aprofundaram a perspectiva da pesquisa.
Resultados
A colaboração de parceiros locais foi fundamental para a identificação de participantes e para a compreensão das especificidades do sistema de saúde local, que difere do Brasil. A observação direta dos problemas sociais da população permitiram uma visão multifacetada sobre a promoção da saúde e sobre as estratégias de enfrentamento da desinformação. Essa imersão ampliou o entendimento das abordagens locais e dos desafios práticos no combate à circulação de informações falsas em saúde.
Aprendizado e análise crítica
A vivência em Iquitos evidenciou que a desinformação em saúde assume formas distintas em territórios isolados, onde a comunicação em praças e o uso de Facebook e WhatsApp moldam o fluxo informacional. Embora o termo "desinformação" fosse pouco conhecido, as narrativas indicavam experiências com notícias falsas, reforçando a necessidade de abordagens sensíveis ao contexto cultural e tecnológico local.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência em Iquitos evidenciou que, mesmo sem conhecer o termo “desinformação”, profissionais da APS relataram vivências com informações falsas em saúde. A imersão na língua e no contexto local permitiu aos pesquisadores captar nuances não perceptíveis em entrevistas remotas. Destaca-se a importância de abordagens etnográficas e estratégias comunicacionais adequadas às realidades socioculturais e tecnológicas.
RECONECTANDO MULHERES À SAÚDE: PROJETO DE BUSCA ATIVA PARA REINTEGRAR PACIENTES DESVINCULADAS DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Centro Universitário Descomplica Uniamérica
Período de Realização
Setembro de 2024, na Unidade Básica de Saúde do bairro Campos do Iguaçu, Foz do Iguaçu – PR.
Objeto da experiência
Aumentar a conscientização e adesão das mulheres ao exame preventivo ginecológico por meio de busca ativa.
Objetivos
Conscientizar mulheres sobre a importância do exame preventivo ginecológico, facilitar o acesso ao procedimento, promover a educação em saúde, estimular o acompanhamento regular e fortalecer o vínculo entre a comunidade feminina e a unidade básica de saúde do bairro Campos do Iguaçu.
Descrição da experiência
O projeto realizou busca ativa, com a entrega de uma cartilha informativa e um evento especial de coleta de exame Papanicolau na UBS Campos do Iguaçu, com o auxílio das ACS, aconteceram as visitas, para mulheres de 25 a 64 anos e foi distribuído materiais educativos e agendamentos de coletas. Foi criada uma carteirinha da mulher para registro e estímulo à continuidade do cuidado, que foram ofertadas para mulheres que compareceram na ação na UBS.
Resultados
A ação alcançou cerca de 50 mulheres, com participação efetiva de 10 no dia do evento. 80% das participantes relataram maior compreensão sobre o exame e sua periodicidade. Apesar da adesão inicial de 20% das mulheres abordadas, observou-se boa aceitação da carteirinha como reforço de acompanhamento, fortalecendo o vínculo entre comunidade e UBS.
Aprendizado e análise crítica
O projeto evidenciou a necessidade de estratégias educativas aliadas a ações práticas de acesso, como dias especiais para coletas. Identificou-se que barreiras como medo e desinformação ainda limitam a adesão. A carteirinha se mostrou um recurso promissor para seguimento contínuo. Reforça-se o papel essencial da equipe de saúde no acolhimento e educação.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que intervenções que combinam busca ativa, educação em saúde e facilitação do acesso são eficazes para melhorar a cobertura do preventivo ginecológico. Recomenda-se ampliar a estratégia para outras regiões, com acompanhamento periódico e integração entre equipe, comunidade e lideranças locais, para superar barreiras sociais e culturais.
TRANSFORMAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO DE UMA ESF NO INTERIOR DE SERGIPE: DA AGENDA RÍGIDA AO CUIDADO INTEGRADO COM ÊNFASE NO ACESSO OPORTUNO
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de Sergipe (UFS)
2 Universidade Tiradentes (Unit)
3 Centro Universitário Planalto do Distrito Federal (UNIPLAN)
Período de Realização
De abril de 2020 até o presente.
Objeto da experiência
Reestruturação do processo de trabalho e da gestão da agenda de uma equipe de Saúde da Família no município de Lagarto, em Sergipe.
Objetivos
Relatar a reestruturação progressiva e coletiva do processo de trabalho e da agenda de uma eSF com foco no acesso oportuno, na resolutividade e na incorporação de práticas pedagógicas e assistenciais inovadoras, destacando os impactos dessas mudanças no cuidado e na organização da equipe.
Metodologia
Até 2020, a eSF atuava com agenda rígida e triagem, sem integração entre profissionais. Reuniões eram burocráticas e fragmentadas. A partir de ações formativas, a equipe implementou acolhimento diário, agenda híbrida e interconsultas médicas/enfermagem, promovendo cuidado integrado. As reuniões passaram a incluir discussão clínica e qualificação técnica.
Resultados
Houve ampliação do acesso, com atendimento oportuno e resolutivo. A integração entre profissionais qualificou o cuidado e reduziu barreiras de acesso. As reuniões se tornaram espaços de formação contínua e planejamento coletivo. O acolhimento diário fortaleceu o vínculo com os usuários, reduziu tempo de espera por consulta e aglomerações na Unidade Básica de Saúde. Com isso, aumentou a satisfação da população e da própria equipe.
Análise Crítica
A formação em serviço foi essencial para mudanças estruturantes, sobretudo fomentadas pelo Programa Mais Médicos, Mestrado Profissional em Saúde da Família (ProfSaúde) e pela preceptoria da residência em MFC e multiprofissional em Saúde da Família, internato de MFC e enfermagem. A integração ensino-serviço-comunidade fortalece práticas inovadoras e colaborativas. Agenda flexível e acolhimento diário são potentes estratégias para superar modelos tradicionais e tornar a APS mais efetiva.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência aponta que a educação permanente e o trabalho colaborativo são fundamentais para uma APS forte. Recomenda-se o estímulo à integração entre profissionais e estudantes, adoção de agendas híbridas e promoção de espaços coletivos de análise e planejamento como ferramentas para qualificação do cuidado e fortalecimento do SUS.
SISTEMATIZAÇÃO E GEOPROCESSAMENTO DE DADOS DO NOVO MODELO DE COFINANCIAMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE - APS: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM O MY MAPS E LOOKER STUDIO
Pôster Eletrônico
1 IMS - UERJ / CEDAPS
2 PUC-Rio (PPGGeo)
3 ENSP/Fiocruz
4 IESC/UFRJ
5 PPGG/UFRJ
6 UFJF
Período de Realização
As análises foram realizadas coletando os dados de janeiro a maio de 2025
Objeto da experiência
Estimular uso do My Maps e Looker Studio como ferramentas de sistematização de dados para análise dos componentes I e II do novo cofinanciamento da APS
Objetivos
Apresentar o processo de sistematização de dados para análise dos componentes I e II do cofinanciamento da APS, na Portaria GM/MS nº 3.493/2024, no Looker Studio e My Maps a partir da experiência de 40 municípios assessorados por um programa intersetorial de cooperação técnica.
Descrição da experiência
Construiu-se painéis interativos no Looker Studio, a fim de sistematizar dados para a análise dos componentes I e II do cofinanciamento. Foram mapeadas as áreas de abrangência de equipes de Saúde da Família (eSF), através de Mapa Falante CEDAPS, no Google My Maps e inseridas as informações do componente II aos mapas. Utilizou-se dados do SISAB e e-Gestor que foram tratados no Google Planilhas. Por fim, as informações foram organizadas em painéis, facilitando o monitoramento dos indicadores.
Resultados
A construção do painel na plataforma Looker Studio permitiu integrar dados de diversas fontes em um único ambiente analítico, facilitando a compreensão e articulação de informações essenciais para estratégias de promoção da saúde, de acordo com as especificidades territoriais. Foram elaboradas dez páginas para cada município contendo mapas do My Maps, gráficos e tabelas, baseadas nos Componentes I e II, incluindo considerações sobre portarias que definem critérios de avaliação.
Aprendizado e análise crítica
A geografia contribui à saúde através da análise espacial e com o georreferenciamento, permitindo uma leitura territorial qualificada e subsidiando ações eficazes, especialmente em localidades em situações de vulnerabilidade. Assim, o My Maps e Looker Studio são ferramentas facilitadoras da organização e visualização dos indicadores de avaliação dos componentes I e II, estimulando a cultura de monitoramento de dados, sendo uma ferramenta reaplicável em outros municípios.
Conclusões e/ou Recomendações
O uso do My Maps e Looker Studio potencializam a visualização e o acompanhamento das informações, facilitando a avaliação e a adequação das estratégias de saúde à realidade local. Assim, o geoplanejamento fortalece a cobertura da APS e avalia a necessidade de reterritorialização de unidades para atender aos parâmetros do cofinanciamento, levando em consideração as determinações sociais de saúde e a coparticipação no processo de tomada de decisão.
A LUTA CONTRA O TABAGISMO: EXPERIÊNCIA DA ESF VILA SÁBIA
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura de Sorocaba
Período de Realização
Junho a dezembro de 2024, com dois grupos de 7 encontros cada
Objeto da experiência
Condução de grupos para cessação do tabagismo na Atenção Primária, com apoio medicamentoso e terapêutico
Objetivos
Relatar a experiência da condução de grupos de cessação do tabagismo na APS, com abordagem multiprofissional, apoio terapêutico e medicamentoso, seguindo as recomendações do INCA
Descrição da experiência
Participaram ao todo 11 tabagistas, sendo 6 no primeiro grupo e 5 no segundo. A experiência contou com abordagem multiprofissional, apoio medicamentoso e rodas de conversa. A troca de vivências, o acolhimento e o vínculo foram fundamentais para promover a adesão e mudanças no estilo de vida.
Resultados
Dos 11 participantes, aqueles com baixo ou médio grau de dependência à nicotina apresentaram maior sucesso na cessação. Já os com dependência elevada, em sua maioria, reduziram o consumo ou recaíram Ansiedade e tristeza foram os principais gatilhos para o uso do tabaco. A maioria tinha alguma doença crônica, como diabetes ou hipertensão. A convivência com fumantes e o uso de álcool foram fatores associados à recaída. A definição de uma data concreta para cessar o tabagismo mostrou-se benéfica.
Aprendizado e análise crítica
Os resultados reforçam que o modelo de grupo terapêutico na APS, com abordagem multiprofissional e acompanhamento longitudinal, favorece a cessação do tabagismo. A escuta sensível, o apoio mútuo e o espaço coletivo de compartilhamento de experiências mostraram-se potentes instrumentos terapêuticos. Contudo, fatores como dependência elevada, uso de álcool e contexto familiar adverso exigem estratégias específicas de prevenção de recaídas.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência evidenciou a viabilidade e efetividade da condução de grupos de combate ao tabagismo na atenção primária, com impactos positivos na saúde dos participantes e fortalecimento do vínculo comunitário. Reforça-se a importância da continuidade dessas ações e da valorização da equipe multiprofissional no território.
GRUPO EMPODERA + MULHERES: PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO E DA SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA - CICLO ENTRELAÇOS.
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, Brasília, DF, Brasil.
Período de Realização
O grupo ocorreu de maio a junho de 2025, com previsão de ciclos trimestrais durante o ano.
Objeto da experiência
Grupo de promoção à saúde voltado ao fortalecimento da saúde mental, do autocuidado e do empoderamento de mulheres na Atenção Básica da UBS 11 de Samambaia.
Objetivos
Promover saúde mental e emocional; fortalecer autoestima e autonomia feminina; criar espaço seguro para escuta e acolhimento; desenvolver práticas coletivas de autocuidado e empoderamento alinhadas às diretrizes da Atenção Primária à Saúde.
Descrição da experiência
O Grupo Empodera + Mulheres é realizado na UBS 11 de Samambaia/DF, com base na Educação Popular em Saúde e práticas interdisciplinares. Organizado em ciclos de sete encontros semanais, o ciclo “EntreLaços” integrou rodas de conversa, vivências de autocuidado, oficinas criativas, articulação com a rede psicossocial e diagnóstico participativo com a “Roda da Vida”, que orientou os temas conforme as vivências das participantes.
Resultados
A atividade possibilitou escuta qualificada e fortalecimento de vínculos comunitários. Participantes relataram melhora no bem-estar, redução de sintomas de ansiedade, fortalecimento da autoestima e ampliação da rede de apoio. A ação favoreceu maior vínculo com a equipe de saúde e aumento da participação social das mulheres no território.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou o potencial transformador de práticas grupais na APS, reforçando a importância da abordagem interdisciplinar e da escuta ativa. Destaca-se a necessidade de ações permanentes, com apoio institucional e formação continuada, para consolidar práticas de cuidado voltadas à equidade de gênero e promoção da saúde integral.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reafirma o papel da eMulti na APS como resposta territorializada às demandas de saúde mental e gênero. Recomenda-se sua replicação com adaptações ao contexto, inclusão nos fluxos institucionais e valorização de espaços coletivos como ferramentas de cuidado, fortalecimento da autonomia e promoção de vínculos comunitários.
A COLABORAÇÃO MULTIPROFISSIONAL NA CRIAÇÃO DE ESTRATÉGIAS PARA IMPLANTAÇÃO DAS CONSULTAS DE CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DE ADOLESCENTES.
Pôster Eletrônico
1 UESC
Período de Realização
A atividade foi desenvolvida entre os meses de maio e dezembro do ano de 2024.
Objeto da experiência
Profissionais de saúde atuantes em duas Unidades de Saúde da Família de um município do sul da Bahia.
Objetivos
Apresentar a colaboração multiprofissional como potência na criação de estratégias para implantação de consultas de Crescimento e Desenvolvimento de adolescentes.
Descrição da experiência
Os profissionais das Unidade de Saúde da Família, apoiados por componentes do programa de extensão Núcleo Jovem Bom de Vida, da Universidade Estadual de Santa Cruz, foram convidados a refletir sobre seus processos de prática em prol da produção do cuidado para o público adolescente presente no seu território adscrito. As equipes dispuseram de dois encontros para delinear seus instrumentos de trabalho e material humano, potencialidades e dificuldades para realização de atividades voltadas a saúde.
Resultados
A atividade contou com a participação de uma equipe multiprofissional, contendo Agentes Comunitários de Saúde, Enfermeiros, Cirurgião-Dentista, Fisioterapeuta, Assistente Social, Psicóloga e Nutricionista. O primeiro encontro promoveu a reflexão acerca das ações já desenvolvidas pela equipe e suas potencias e entraves. O segundo encontro permitiu o delineamento de uma ação para os adolescentes estruturada em três momentos: acolhimento, abordagem da temática principal e encerramento/dispersão.
Aprendizado e análise crítica
Os trabalhadores puderam refletir conceitos que perpassaram as Políticas de Saúde do Adolescente e outras, ampliando seu escopo de possibilidades de atuação para as consultas de crescimento e desenvolvimento. O delineamento da intervenção, numa abordagem interdisciplinar, baseou-se nas discussões levantadas a partir de questões vividas no território, corroborando para o estabelecimento de processos de educação permanente em saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A reflexão interprofissional foi uma ferramenta potencializadora para o reconhecimento das possiblidades de atuação dos trabalhadores e desenvolvimento de projetos que promovam um cuidado mais integral e humanizado aos adolescentes. Recomenda-se a continuidade desse diálogo, a luz das outras políticas que contemplam a Atenção Primária à Saúde, visando aprimorar as práticas de saúde e atender de forma mais eficaz às necessidades do território.
CURSO DE GESTANTE COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde de Jataí
Período de Realização
O Curso de Gestante ocorreu no período de 21 de junho à 08 de agosto de 2024.
Objeto da experiência
Curso de Gestante: Promovendo a Saúde na Gestação, Parto, Puerpério e Cuidados com o Recém-Nascido realizado pela Unidade Básica de Saúde de Jataí-GO.
Objetivos
Promover a saúde da mulher no período gravídico puerperal e cuidados ao recém-nascido, com promoção da amamentação, atividade física, saúde mental, ensinar os primeiros socorros com bebê, ensinar fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, promover saúde bucal, planejamento do parto e familiar.
Descrição da experiência
O Curso de Gestante ocorreu com oito encontros semanais, contou com a participação de 12 gestantes, que faziam acompanhamento pré-natal na unidade. Foram realizados na sala de atividades coletivas e foram organizados para a discussão de dois temas por encontro, durando até duas horas, com a participação de cirurgiã-dentista, doula, educadora física, fonoaudióloga, médica, nutricionista e psicóloga. Os moderadores utilizaram a exposição dialogada em roda, oficinas com ensino prático e quiz.
Resultados
Nos oito encontros foram discutidos: desenvolvimento do embrião/feto, mudanças fisiológicas/corporais na gestante, alimentação, prevenção de doenças/complicações, emoções na gestação e depressão pós-parto, estimulação precoce, oficina de primeiros socorros, quiz de cuidados com o bebê, atividade física, fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, saúde bucal da gestante/bebê, mitos e verdades na amamentação, parto e medidas de alívio da dor, planejamento familiar, saúde da mulher no pós-parto.
Aprendizado e análise crítica
Muitas gestantes disseram que os conhecimentos e práticas apreendidos foram fundamentais para o seu empoderamento, frente aos familiares e sociedade, que durante a gravidez, parto e cuidado ao bebê sempre possuem uma opinião e costumes. A equipe, também, percebeu mudanças nos comportamentos das participantes, com maior vinculação à unidade, diminuição nas faltas às consultas e realização de exames, adesão e engajamento às orientações, além da participação em outros eventos e ações da unidade.
Conclusões e/ou Recomendações
O Curso de Gestante impactou sobremaneira no conhecimento, atitudes e práticas das participantes, onde as mesmas relataram que aprenderam muitas informações, que antes desconheciam ou que tinham uma ideia equivocada. Todas expressaram satisfação e felicidade com o curso. A Atenção Primária à Saúde é um espaço estratégico para um pré-natal de baixo risco de qualidade com educação em saúde efetiva, reduzindo desfechos perinatais negativos.
MONITORAMENTO DA COBERTURA DAS EQUIPES RIBEIRINHAS E FLUVIAIS NA AMAZÔNIA: EXPERIÊNCIA DA GESTÃO ESTADUAL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO ESTADO DO PARÁ
Pôster Eletrônico
1 SESPA
2 UEPA
Período de Realização
A experiência foi desenvolvida entre março e junho de 2025, com base na competência SCNES de março de 2025.
Objeto da experiência
Análise da cobertura, credenciamento, homologação e repasse federal das eSF, eSFR e UBSF no estado do Pará, com ênfase em áreas ribeirinhas
Objetivos
Avaliar o cenário da Atenção Primária à Saúde em áreas ribeirinhas paraenses, a partir de dados oficiais do e-Gestor, identificando lacunas na formalização e repasse federal. Subsidiar a gestão com informações estratégicas para qualificar o cuidado nos territórios.
Descrição da experiência
A equipe da Coordenação Estadual da Saúde da Família sistematizou dados do sistema e-Gestor sobre credenciamento, portarias de homologação e pagamentos das eSF, eSFR e UBSF. Foram produzidas tabelas comparativas por município, com foco na existência de equipes pagas sem homologação e na ausência de cofinanciamento. O relatório organizou dados por modalidade, destacando regiões com fragilidades ou ausência de cobertura oficial, e municípios com inconsistências administrativas.
Resultados
O estado apresenta 2.395 eSF credenciadas, 2.195 homologadas e 2.180 com repasse financeiro. Das 156 eSFR credenciadas, 141 têm portaria de homologação e 150 estão sendo pagas, revelando nove equipes com repasse sem homologação. Das 27 UBSF pagas, 10 não possuem portaria de homologação, o que não tem interferido no repasse federal de custeio.
Aprendizado e análise crítica
A experiência revelou a importância da vigilância contínua sobre dados federais e da articulação entre gestão estadual e municípios. A existência de equipes pagas sem homologação aponta para falhas no trâmite burocrático, que afetam o cofinanciamento e a segurança jurídica das ações em saúde. Observou-se, também, que o monitoramento qualificado pode orientar a regularização administrativa, prevenir a perda de recursos e reforçar a equidade da APS nos territórios de difícil acesso.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a institucionalização de rotinas de conferência dos sistemas oficiais, o fortalecimento do apoio técnico aos municípios e a revisão dos fluxos de homologação. É essencial garantir regularidade no financiamento federal, especialmente em áreas ribeirinhas, e valorizar o papel estratégico das eSFR e UBSF para ampliar o acesso à saúde nas realidades amazônicas, com políticas públicas sensíveis.
O PAPEL DA ODONTOLOGIA NA CONSULTA COMPARTILHADA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO ATENÇÃO INFANTIL.
Pôster Eletrônico
1 UESC
2 Faculdade de Ilhéus
Período de Realização
A atividade foi desenvolvida entre os meses de maio de 2023 e maio de 2024.
Objeto da experiência
Componentes da equipe de Saúde da Família participantes das consultas compartilhadas; crianças de 0-2 anos e seus pais e/ou responsáveis.
Objetivos
Relatar a experiência de um Cirurgião-Dentista, expondo o dinamismo das consultas compartilhadas de Crescimento e Desenvolvimento infantil em conjunto às profissionais da Enfermagem; observar a confluência do trabalho desenvolvido nas consultas e as diretrizes da Política Nacional de Humanização.
Descrição da experiência
Os atendimentos ocorreram prioritariamente no consultório destinado aos procedimentos de enfermagem. A consulta sofria variáveis de roteiro dependendo da realidade apresentada por cada usuário. Esta abordagem de trabalho é impulsionada pelo objetivo de ressaltar a importância do conceito de clínica ampliada. Nas consultas de retorno, foram observadas as condições clínicas de saúde bucal das crianças e a habilidade dos responsáveis em apreender as orientações transmitidas pela equipe de saúde.
Resultados
Desenhou-se, de maneira clara e objetiva o fluxograma do trabalho desenvolvido de modo interprofissional, considerando todo o trajeto do usuário na Unidade de Saúde e suas possíveis variações, com legendas adequadas para fácil compreensão. Foi desenvolvido um quadro com informações básicas destinadas aos pais e responsáveis a respeito da saúde bucal da criança. As informações foram divididas de acordo com a faixa etária, de modo que corrobore com a compreensão dos praticantes do cuidado.
Aprendizado e análise crítica
O trabalho vivo em ato é auto governável, e, portanto, capaz de subverter as normas já estabelecidas. Os trabalhadores de saúde podem estabelecer e operar novas conexões em suas relações produzindo cuidado na rede que se formou. Para se alcançar maior assertividade fez-se necessária a adoção de um exercício clínico que permita transformar a micropolítica das organizações, necessitando inovações como a inclusão da clínica ampliada entre outras diretrizes da Política Nacional de Humanização.
Conclusões e/ou Recomendações
Os trabalhadores de saúde puderam estabelecer e operar novas conexões em suas relações com a equipe de trabalho, produzindo cuidado na rede que se formou e não em uma estrutura rígida estabelecida previamente e/ou sob domínio das normas. A adesão da estratégia da consulta compartilhada mostrou-se potencializadora do processo de cuidado.
AÇÃO EDUCATIVA SOBRE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL EM ESCOLA MUNICIPAL DE SALVADOR: EXPERIÊNCIA LÚDICA NO ÂMBITO DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA
Pôster Eletrônico
1 UNEB
Período de Realização
16 de maio de 2025, no turno vespertino, em escola municipal vinculada à USF, Salvador – BA.
Objeto da experiência
Relato de ação educativa sobre alimentação saudável, realizada por estagiários de Nutrição em escola pública no contexto do Programa Saúde na Escola.
Objetivos
Relatar a experiência de uma intervenção educativa com escolares de 6 a 10 anos, no âmbito do Programa Saúde na Escola (PSE), com o objetivo de incentivar práticas alimentares saudáveis por meio de atividades lúdicas e adaptadas ao contexto local.
Descrição da experiência
As atividades do estágio supervisionado em Nutrição Social, vinculado ao curso de Nutrição e ao Departamento de Ciências da Vida da UNEB, foi desenvolvida uma ação educativa em uma escola pública associada à USF local, no âmbito do PSE. A atividade “Quem come melhor?” foi conduzida por um estagiário, uma estagiária do 9º semestre e a nutricionista da unidade, utilizando personagens lúdicos para ensinar a classificação de alimentos, promovendo aprendizado e reflexão sobre escolhas alimentares.
Resultados
As crianças participaram ativamente da dinâmica, demonstrando grande interesse e compreensão sobre a diferença entre alimentos saudáveis e ultraprocessados. O uso de personagens lúdicos, histórias e materiais visuais coloridos despertou a curiosidade e facilitou o aprendizado. Essa abordagem promoveu um ambiente acolhedor, estimulando o envolvimento, a interação e a construção de saberes sobre alimentação saudável de forma acessível, prazerosa e divertida.
Aprendizado e análise crítica
A ação mostrou que a ludicidade é eficaz na Educação Alimentar e Nutricional com crianças, destacando a importância de ouvir as necessidades do território. A falta de envolvimento da equipe multiprofissional limitou o impacto e a articulação entre setores. A experiência evidenciou que a interdisciplinaridade desafia estruturas rígidas, enquanto a transversalidade promove corresponsabilidade e práticas éticas, sensíveis e compartilhadas.
Conclusões e/ou Recomendações
A ação educativa alcançou seus objetivos de forma eficaz, fortalecendo o papel do nutricionista como agente de promoção da saúde no contexto escolar. Recomenda-se a inclusão ativa da equipe multiprofissional em futuras ações do PSE, bem como a continuidade de práticas educativas lúdicas que considerem o perfil nutricional dos estudantes e a realidade do território.
ORGANIZAÇÃO DA COLETA DE DADOS DAS LINHAS DE CUIDADO EM HIPERTENSÃO E DIABETES NA REGIÃO SUL DO RIO GRANDE DO SUL: PROJETO APSCRONISUL
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de Pelotas
2 Hospital de Clínicas de Passo Fundo
Período de Realização
O período para organização das atividades para coleta de dados foi de novembro de 2023 à agosto de 2024.
Objeto da experiência
Investigação das linhas de cuidado em Hipertensão e Diabetes.
Objetivos
Relatar a experiência de alunas da pós-graduação na coordenação da coleta de dados envolvendo 38 municípios pertencentes à 3ª, 7ª e 10ª Coordenadorias Regionais de Saúde do Rio Grande do Sul.
Metodologia
A partir de novembro de 2023 as alunas e suas orientadoras realizaram a elaboração do questionário, organização dos materiais, capacitação dos entrevistadores e a logística para coleta de dados realizada em 38 municípios entre abril e julho de 2024 para investigar as linhas de cuidado em hipertensão e diabetes do projeto APSCroniSul. Foram percorridos 11 municípios na primeira semana e 8 municípios na segunda.. Posteriormente, foram realizadas viagens diárias para atender aos demais municípios.
Resultados
Participar da coordenação de campo proporcionou um olhar diferenciado sobre a pesquisa científica que vai além de analisar dados. Foram necessárias horas de trabalho para pensar a estrutura das entrevistas, seleção de perguntas, organização dos materiais, contatos com profissionais e gestores, distribuição dos recursos financeiros e logística das viagens. Foram contempladas 97,4% (n=37) das cidades e entrevistados 247 profissionais, a maioria 81,8%(n=202) enfermeiros de 216 Unidades de Saúde.
Análise Crítica
A coleta de dados resultou em uma dissertação de mestrado do Programa de Pós-graduação em Epidemiologia e uma tese de doutorado, em andamento no Programa de Pós-graduação em Enfermagem, ambas da UFPel. A pesquisa proporcionou valiosos conhecimentos sobre as vivências em relação às linhas de cuidado da Hipertensão e Diabetes em diferentes municípios. Além disso, essa experiência permitiu as alunas uma prática diferenciada vivenciando todas as etapas de uma pesquisa científica.
Conclusões e/ou Recomendações
Pensar e organizar toda a estrutura da coleta de dados foi uma etapa fundamental na construção acadêmica das pesquisadoras, pois acrescentou múltiplos ensinamentos e vivências. Recomenda-se que todo aluno de pós-graduação que tenha a oportunidade de realizar uma coleta de dados indo diretamente a campo faça-o, pois é uma experiência única e que proporciona diversos aprendizados.
A RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM ATENÇÃO BÁSICA DA FIOCRUZ BRASÍLIA COMO FORMA DE FORTALECIMENTO DO SUS
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Brasília
Período de Realização
Março de 2020 a junho de 2025
Objeto da experiência
Promover a reflexão sobre a importância das residências em saúde como forma de fortalecimento do Sistema Único de Saúde no Distrito Federal.
Objetivos
Apresentar como o Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica da Fiocruz Brasília significa uma forma de fortalecimento do Sistema Único de Saúde no Distrito Federal.
Descrição da experiência
Desde 2020, o Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica, vem formando diversos trabalhadores com um olhar ampliado da saúde, contemplando em sua formação diversos núcleos profissionais sendo eles: enfermagem, psicologia, farmácia, serviço social, nutrição, fisioterapia e educação física. A implementação do programa se deu por meio da parceria entre Fiocruz Brasília e Secretaria de Saúde do DF para fortalecer a resposta sanitária do SUS no enfrentamento da pandemia da covid-19.
Resultados
Norteado pelos referenciais da saúde coletiva e princípios do SUS, o Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica (PRMAB) busca construir no processo formativo dos residentes, a promoção do cuidado integral à saúde da população, nos diferentes ciclos da vida, pautado na equidade, educação popular, participação e controle social, além de ter intrinsecamente a perspectiva do cuidado de base territorial.
Aprendizado e análise crítica
Com a perspectiva de especializar profissionais de saúde para atuarem no SUS, através da formação ensino em serviço, através de práticas de promoção, prevenção e recuperação da saúde, os residentes são a materialização da junção da prática e teoria capazes de instigar o avanço na saúde pública.
Conclusões e/ou Recomendações
Esse trabalho conclui que o Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica representa um avanço na formação de profissionais de saúde que tem como norte a integralidade do cuidado, promoção da autonomia, multidisciplinaridade e interprofissionalidade e gestão participativa.
CARTILHA PARA TRIAGEM E ENCAMINHAMENTO DE PACIENTES NEUROATÍPICOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: EXPERIÊNCIA NA USF BRASILIT, RECIFE–PE
Pôster Eletrônico
1 IAM/FIOCRUZ PE
2 UFPE
3 SESAU/PCR
Período de Realização
projeto de intervenção desenvolvido entre maio e junho de 2025
Objeto da experiência
crianças neuroatípicas
Objetivos
Elaborar uma cartilha de apoio à triagem e encaminhamento de pacientes neuroatípicos na APS, qualificando o cuidado, promovendo equidade no acesso e fortalecendo a atuação da equipe frente às demandas específicas desse público.
Descrição da experiência
A cartilha foi construída na USF Brasilit com participação de estudantes de enfermagem da UFPE, da gerência da unidade e as enfermeiras preceptoras das equipes. O trabalho foi articulado com base nas dificuldades enfrentadas pela equipe no acolhimento e encaminhamento de crianças diagnosticadas, com suspeita e/ou em investigação para diagnósticos diferenciais de condições neuroatípicas
Resultados
a cartilha padronizou condutas, organizou fluxos e reduziu dúvidas da equipe. O instrumento facilitou o encaminhamento adequado às redes de apoio, promovendo acesso mais qualificado e acolhedor. A equipe incorporou a cartilha à rotina da unidade com aceitação positiva.
Aprendizado e análise crítica
A escuta das necessidades do território e a valorização do conhecimento local foram essenciais para a elaboração de um material aplicável, acessível e eficaz no enfrentamento das demandas. Apesar da boa aceitação, desafios persistem, como a limitação da rede especializada e o tempo necessário para capacitação contínua da equipe. A cartilha é um avanço, mas requer atualização periódica e articulação com gestores para garantir efetividade e continuidade dos cuidados.
Conclusões e/ou Recomendações
a cartilha se consolidou como instrumento estratégico no fortalecimento do cuidado à pessoa neuroatípica na APS. Sua construção coletiva valorizou o território, ampliou a resolutividade da equipe e contribuiu para a qualificação do acesso. A experiência evidencia o potencial das ações interdisciplinares no enfrentamento das desigualdades no cuidado em saúde.
RESSIGNIFICANDO O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA APS DO CAMPO: CONSTRUÇÃO DO CUIDADO FARMACÊUTICO EM UBS RURAL DO DISTRITO FEDERAL
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Brasília
2 UFSC
Período de Realização
Janeiro de 2023 a dezembro de 2024, durante a residência multiprofissional – DF.
Objeto da experiência
Implantação do cuidado farmacêutico em uma Unidade Básica de Saúde do campo do Distrito Federal por residente farmacêutica.
Objetivos
Implantar e consolidar o cuidado farmacêutico na APS do campo, ressignificando o papel do farmacêutico como agente do cuidado integral e ampliado, promovendo o uso racional de medicamentos e a articulação com a equipe multiprofissional e o território.
Descrição da experiência
A farmácia da UBS havia sido recém-inaugurada e operava com limitações. A residente farmacêutica iniciou diagnóstico das práticas existentes e territorialização, integrando-se à equipe multiprofissional. Ações educativas e atendimentos individualizados foram implementados com foco no uso racional de medicamentos, adesão ao tratamento e vínculo com a comunidade.
Resultados
Pacientes com doenças crônicas, idosos e pessoas com baixo letramento passaram a receber acompanhamento farmacêutico qualificado. Houve aumento da adesão terapêutica, melhoria no uso de insulina e maior segurança na dispensação. A equipe passou a reconhecer o farmacêutico como agente do cuidado em saúde e a incluir o profissional em ações clínicas e educativas.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que, mesmo com limitações estruturais e resistência inicial, é possível ampliar a atuação farmacêutica na APS. A territorialização e o trabalho interprofissional foram essenciais para identificar vulnerabilidades e propor ações efetivas. O cuidado farmacêutico mostrou-se aplicável, inovador e com forte impacto no território do campo.
Conclusões e/ou Recomendações
É possível implantar o cuidado farmacêutico no campo com recursos limitados, desde que haja integração com a equipe e conhecimento do território. A atuação durante a residência impulsionou mudanças organizacionais e estruturais na UBS, reforçando a importância de políticas de valorização do farmacêutico, formação voltada ao campo e investimentos para garantir a continuidade dessas ações.
ATUAÇÃO DAS UNIDADES DE SAÚDE MÓVEL GERENCIADAS POR UMA ORGANIZAÇÃO SOCIAL DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 ICEPES
Período de Realização
O relato compreende o período de janeiro a maio de 2025.
Objeto da experiência
Atuação das Unidades de Saúde Móvel como suporte em territórios com vazios assistenciais na cidade de Fortaleza, Ceará.
Objetivos
Apresentar como as Unidades de Saúde Móvel podem contribuir, através da oferta de serviços da atenção primária à saúde, em territórios com vazios assistenciais em Fortaleza, Ceará.
Descrição da experiência
O programa “Vem Saúde” lançado pela Prefeitura de Fortaleza em 2023, operacionaliza estruturas móveis, que garantem a continuidade dos serviços de saúde. Os equipamentos são gerenciados por uma Organização Social de Saúde (OSS) e estão localizados em territórios identificados com vazios assistenciais. O estudo trata-se de um relato de experiência, a partir dos atendimentos médico, de enfermagem e odontológico realizados em uma USM, no período de janeiro a maio de 2025.
Resultados
De janeiro a maio de 2025, a USM realizou 7.772 atendimentos, dos quais 81,3% (n = 6.317) eram de usuários vinculados a uma UAPS em processo de reforma na sua estrutura física. O maior número de atendimentos da USM ocorreu em abril (2.168), com 81,2% desses também vinculados à unidade em reforma. Os atendimentos de usuários provenientes da UAPS incluíram atendimentos de puericultura, saúde mental, odontologia e diabéticos, com destaque para os hipertensos, que somaram 124 atendimentos.
Aprendizado e análise crítica
Conforme os dados apresentados, a USM constitui uma forma paliativa, pontual e transitória, para solução de problemas emergenciais ou de resoluções que demandam um tempo maior e adequado às questões legais para a instalação de serviços de saúde com base fixa. Os resultados apresentados mostram que a USM atendeu a sua expectativa que é de responder de forma proativa às demandas da população vinculada às UAPS, proporcionando aos usuários sua continuidade no sistema de saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Ao considerar as particularidades que envolvem o acesso e a continuidade do atendimento em saúde, especialmente em territórios onde os equipamentos estão em processo de requalificação, os dados de atendimentos realizados pela USM indicam que essas unidades se configuram como uma importante estratégia de apoio, contribuindo para a ampliação do acesso e a continuidade da assistência prestada à população.
INSERÇÃO PIONEIRA DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DA MULHER E DA CRIANÇA EM UM MUNICÍPIO DO ESTADO DO PARÁ COMO FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Pôster Eletrônico
1 UEPA
2 FACI WYDEN
3 UFPA
4 UNAMA
Período de Realização
Abril a maio de 2025, período que marcou os dois primeiros meses de atuação da residência.
Objeto da experiência
Implantação de um programa multiprofissional em Saúde da Mulher e da Criança na Atenção Primária, com atuação pioneira em um município paraense.
Objetivos
Relatar a inserção da primeira formação multiprofissional em Saúde da Mulher e da Criança na Atenção Primária, destacando ações, desafios e aprendizados, com ênfase no impacto social, na qualificação dos serviços e no fortalecimento das redes de atenção à saúde.
Descrição da experiência
Durante os dois primeiros meses de atuação, a equipe de residentes, composta por assistente social, psicólogo, nutricionista, fisioterapeuta e enfermeiro, realizou atendimentos individuais, visitas domiciliares, rodas de conversa e ações educativas, com foco na ampliação do acesso e da integralidade do cuidado. Dentre as iniciativas destaca-se o grupo de gestantes, com encontros semanais, e a formulação do projeto de estimulação precoce, estruturado e atualmente em fase de implementação.
Resultados
As ações desenvolvidas repercutiram na qualificação dos fluxos e na consolidação de práticas colaborativas na APS. Destaca-se o fortalecimento do vínculo com as usuárias por meio do grupo de gestantes, além de contribuir para a promoção em saúde materno-infantil. O projeto de estimulação precoce ampliou a identificação oportuna de atrasos no desenvolvimento infantil.
Aprendizado e análise crítica
A vivência proporcionou reflexões sobre os desafios cotidianos da Atenção Primária, evidenciando entraves institucionais e barreiras à inovação. Ressaltam-se aprendizados sobre a importância da escuta qualificada, da corresponsabilização no cuidado e da articulação intersetorial. A inserção estimulou práticas mais integradas e reafirmou o papel da formação crítica e colaborativa na construção de respostas mais equitativas e resolutivas no SUS.
Conclusões e/ou Recomendações
Constatou-se que a residência contribuiu para a reorganização das práticas em saúde e para o fortalecimento da integração ensino-serviço. Recomenda-se a continuidade e expansão do programa, com incentivo à atuação interprofissional e ao desenvolvimento de ações inovadoras, além da efetivação do projeto de estimulação precoce. A experiência reafirma o papel estratégico da formação crítica na construção do SUS.
PROMOÇÃO DE SAÚDE E PREVENÇÃO DE AGRAVOS: ABORDAGEM SOBRE HIPERTENSÃO ARTERIAL EM UMA COMUNIDADE DE VULNERABILIDADE SOCIAL
Pôster Eletrônico
1 Faculdades Pequeno Príncipe
Período de Realização
A ação ocorreu no dia 14 de junho de 2025 das 7h às 17h
Objeto da experiência
Moradores de uma comunidade em situação de vulnerabilidade socioeconômica da região metropolitana de Curitiba.
Objetivos
Promover educação em saúde com foco nos cuidados preventivos e sinais de alerta para a hipertensão arterial sistêmica (HAS)
Descrição da experiência
A ação realizada em parceria a uma Organização Não Governamental (ONG) em comunidades com baixo acesso à saúde. Estudantes de medicina e orientadora coletaram dados em planilhas - idade, sexo, medicamentos, fatores de risco e comorbidades - enquanto realizavam orientações sobre a HAS. Os sinais vitais foram aferidos e os participantes encaminhados para consulta no local. Distribuiu-se material educativo em linguagem adaptada para o perfil sobre os cuidados com a HAS.
Resultados
Dos 28 participantes atendidos, todos passaram por consulta médica, e 6 apresentaram pico hipertensivo. As comorbidades mais frequentes foram HAS (33%), Diabetes Mellitus (22%) e distúrbios emocionais (17%). Os dados foram registrados em prontuários para acompanhamento longitudinal pela ONG, com encaminhamento para a UBS de referência para continuidade do cuidado. Os resultados destacam a importância do rastreamento ativo em população vulnerável
Aprendizado e análise crítica
Ação proporcionou reflexão sobre a prática médica, ao evidenciar que os participantes desconheciam os impactos dos hábitos de vida na HAS. Para alguns, foi o único contato médico em muito tempo, revelando a necessidade da continuidade do cuidado. Reforçou-se a necessidade de ponderar orientações de acordo com as limitações dos moradores, bem como, proporcionou o conhecimento sobre os determinantes sociais de saúde, destacando a importância da escuta ativa, empatia e senso crítico.
Conclusões e/ou Recomendações
Evidencia-se o potencial da ação em suprir as lacunas dos serviços de saúde locais, garantindo um cuidado longitudinal. O principal pilar foi a prevenção, pois os moradores foram empoderados quanto ao cuidado da própria saúde, rastreados quanto às descompensações da HAS e devidamente encaminhados. Por fim, sugere-se que em ações futuras, sejam desenvolvidos materiais orientativos mais lúdicos e interativos, e que os retornos sejam bimestrais
MATERNAGEM COMO CUIDADO ENTRE TRABALHADORAS E FUTURAS TRABALHADORAS DO SUS: REFLEXÕES A PARTIR DO PRIMEIRO ANO DE PRECEPTORIA NO PET SAÚDE EQUIDADE
Pôster Eletrônico
1 SMS/Maceió/AL
2 SMS/Arapiraca/AL
3 UFAL
4 UNCISAL
5 CESMAC
Período de Realização
A atividade foi desenvolvida no período de março de 2024 a março de 2025.
Objeto da experiência
Relato de experiência de preceptoria em quatro projetos vinculados ao eixo da maternagem desenvolvido no Pet Saúde: Equidade, no estado de Alagoas.
Objetivos
Analisar a atuação da preceptoria em quatro projetos vinculados ao eixo da maternagem do Pet Saúde: Equidade no estado de Alagoas.
Compartilhar estratégias e vivencias formativas desenvolvidas ao longo do primeiro ano.
Refletir criticamente sobre as relações entre maternagem, cuidado e formação.
Descrição da experiência
A experiência ocorreu em quatro cenários ligados a instituições de ensino superior, em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde de Maceió e Arapiraca. Cada projeto desenvolveu ações formativas e investigativas voltadas à escuta e ao cuidado de pessoas que trabalham no SUS e vivenciaram ou vivenciam processos de maternagem, por meio de minicursos, rodas de conversa e seminários, com metodologias ativas e abordagens críticas sobre maternagem, saúde mental, gênero e direitos.
Resultados
As preceptoras se envolveram intensamente nos processos de formação, acolhendo discentes, promovendo discussões críticas sobre maternagem e equidade e apoiando a construção de diagnósticos participativos no território e discussão científica. Os encontros valorizaram experiências vividas, reconhecendo a sobreposição entre cuidado profissional, materno e lacunas institucionais, com destaque para o reconhecimento das diversas formas de maternar, as múltiplas identidades e os contextos singulares.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a preceptoria no PET Saúde: Equidade como um espaço potente para repensar práticas profissionais e as responsabilidades na formação para o SUS, de forma interprofissional e intersetorial. Quatro cenários com pontos em comum e divergentes, especialmente em relação a comunicação e participação, mas mesmo com desafios a preceptoria se mostrou como um espaço vivo de troca e aprendizado, valorizando saberes (muitas vezes silenciados) entre mulheres trabalhadoras e discentes.
Conclusões e/ou Recomendações
A preceptoria desenvolvida no eixo maternagem do PET Saúde: Equidade é um espaço de protagonismo, educação permanente, apoio, e formação crítica e comprometida com a equidade. Sugere-se que essas práticas sejam institucionalizadas nos municípios, de modo a garantir a continuidade das reflexões e a consolidação de estratégias transversais na formação em saúde com um olhar para o cuidado em saúde ampliado, interprofissional e equânime.
COMIDA DO CORAÇÃO: EDUCAÇÃO POPULAR E DIÁLOGO DE USUÁRIOS COM HIPERTENSÃO E DIABETES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Pôster Eletrônico
1 UFOPA
Período de Realização
03 de junho de 2025
Objeto da experiência
Ação educativa voltada para promoção de alimentação saudável com hipertensos e diabéticos participantes de um grupo de Hiperdia.
Objetivos
Promover o empoderamento dos usuários com hipertensão e diabetes em relação à alimentação saudável, utilizando princípios da educação popular em saúde e conteúdo do guia da alimentação cardioprotetora, visando ampliar a autonomia no cuidado e adesão ao tratamento.
Metodologia
A ação “Comida do Coração” foi realizada com usuários do grupo e com participação dos acadêmicos de medicina. A metodologia incluiu roda de conversa, construção do painel alimentar, exemplificação das calorias ocultas e interpretação de rótulos alimentares. As atividades foram realizadas de forma interativa, com materiais visuais, estímulo à troca de saberes e construção coletiva de quadro de alimentos saudáveis. Ao final, os participantes foram convidados a dar o seu feedback sobre a atividade.
Resultados
Os participantes demonstraram maior compreensão crítica sobre alimentação e sua relação com o controle de doenças crônicas. Houve envolvimento ativo na elaboração do painel, melhor percepção dos riscos de uma alimentação inadequada e maior disposição para modificar hábitos alimentares. Foram identificados elementos da cultura alimentar local integrados à discussão. Os usuários participaram ativamente e os alunos puderem abordar a educação em saúde de uma forma que não costumavam abordar.
Análise Crítica
A ação evidenciou o potencial da educação popular para aproximar saberes, estimular o protagonismo e fortalecer o cuidado na APS. A integração com a formação médica proporcionou aprendizado prático aos estudantes no qual relataram que puderam perceber a importância de uma comunicação eficaz respeitando os saberes e as trocas com os usuários.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reforça a importância de estratégias educativas dialógicas, culturalmente sensíveis e interdisciplinares no cuidado de pessoas com doenças crônicas. Recomenda-se a continuidade e ampliação de oficinas, com maior estrutura e integração com o planejamento regular da equipe de saúde. O engajamento dos acadêmicos é fundamental, estimulando sempre que possível a integração interdisciplinar.
VAMOS FALAR SOBRE TABAGISMO: DE UMA DEMANDA DO TERRITÓRIO À CONSTRUÇÃO DE ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE COM A JUVENTUDE DA PERIFERIA DE NITERÓI
Pôster Eletrônico
1 UFF
2 Três Romãs
Período de Realização
As atividades relacionadas ao tabagismo iniciaram em abril de 2025 e seguem em construção.
Objeto da experiência
Atividades articuladas entre meio ambiente e saúde com jovens integrantes do Programa Niterói Jovem EcoSocial a partir da educação popular.
Objetivos
Propor diálogos sobre as motivações para o uso de tabaco entre a juventude; compreender as condições psicossociais que incitam o ato de fumar; aproximar os jovens dos cuidados oferecidos nos serviços públicos de saúde, relacionados à rede de Saúde Mental e à Atenção Primária em Saúde (APS).
Descrição da experiência
O acúmulo de guimbas de cigarro em um território da periferia niteroiense e o tabagismo entre jovens percebidos por agentes do EcoSocial foram disparadores desta experiência. As conexões entre tabagismo e seus impactos na saúde da juventude tornou-se tema de uma roda de conversa, a ser construída por internos de medicina na APS, como ação de educação popular em saúde vinculada ao projeto extensionista Observatório da Integração Ensino-Serviços de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (OIESS-RJ).
Resultados
Na organização da roda de conversa, uma trajetória: criação de espaços de escuta com os jovens para compreender seus interesses, hábitos e percepções sobre saúde; levantamento de aspectos da vivência juvenil atravessados pelo ato de fumar, como relaxamento, integração, ansiedade e estresse; pesquisa virtual anônima com a juventude para compreender sua relação com o tabaco; construção de linguagens e conteúdos da roda de conversa convergentes com a realidade de jovens da periferia niteroiense.
Aprendizado e análise crítica
A escuta dos jovens revelou que a demanda percebida transcende o quê está aparente no cotidiano. Além do tabagismo, outras substâncias fumadas atravessam a vida da juventude nas periferias, como a maconha, porém sua criminalização atrelada a preconceitos raciais e sociais costuma silenciar esse diálogo. Como crítica, percebeu-se uma importante distância simbólica entre os jovens e os serviços públicos de saúde, onde esses não foram apontados como espaços de apoio ou cuidado em saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A educação popular em saúde assume o diálogo horizontal e afetivo como alicerce para a transformação da realidade. O processo de construção coletiva da roda de conversa ampliou sentidos, significados e possibilidades de cuidado da juventude, principalmente, a partir de questões trazidas por ela. Recomenda-se a revisão das práticas institucionais para maior aproximação dos profissionais e dos serviços de saúde da realidade vivida pelos jovens.
USO DE FERRAMENTAS DO E-GESTOR PARA AMPLIAR O ACOMPANHAMENTO DAS CONDICIONALIDADES DE SAÚDE DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 FioCruz Brasília
Período de Realização
De setembro de 2024 a janeiro de 2025
Objeto da experiência
Qualificar o uso do E-Gestor pela COAPS para garantir equidade no monitoramento das condicionalidades de saúde do Programa Bolsa Família.
Objetivos
Promover equidade no acesso à saúde de beneficiários do Bolsa Família, fortalecendo o acompanhamento das condicionalidades de saúde por meio de busca ativa, qualificação cadastral no E-Gestor e articulação intersetorial, assegurando direitos sociais em territórios vulneráveis.
Descrição da experiência
Estágio eletivo do programa de residência multiprofissional de gestão de políticas públicas para a saúde da Fiocruz/Brasília em uma Coordenação da Atenção Primária à Saúde (COAPS) de uma região de saúde do DF, com foco em equidade: selecionou-se UBS com maior vulnerabilidade social, em vista de auxiliar a enfrentar barreiras no cumprimento das condicionalidades de saúde do Bolsa Família.
Resultados
A intervenção resultou em um aumento no acompanhamento das famílias, principalmente de mulheres adultas. Atualização dos cadastros no E-Gestor e Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC e-SUS), além da primeira vinculação de famílias às equipes de saúde da família (eSF). Superou-se a barreira de gênero no acesso, com inclusão das mulheres em idade fértil no acompanhamento preventivo e pré-natal. Houve melhora da cobertura vacinal infantil e acompanhamento nutricional das crianças.
Aprendizado e análise crítica
O E-Gestor mostrou-se ferramenta estratégica para reduzir desigualdades quando usado de forma qualificada, mas requer integração com assistência social para enfrentamento multidimensional da pobreza. A experiência evidenciou a importância da integração entre gestão e assistência, do uso qualificado dos sistemas de informação e da comunicação efetiva com a população. Também revelou fragilidades no fluxo intersetorial e na divulgação dos direitos e deveres dos beneficiários do programa.
Conclusões e/ou Recomendações
É crucial institucionalizar fluxos intersetoriais entre saúde e assistência social, com monitoramento contínuo de indicadores de equidade. Capacitar equipes em determinantes sociais da saúde e no uso estratégico de sistemas como o E-Gestor para identificar vulnerabilidades territoriais. Tecnologia aliada à gestão participativa reduz iniquidades e fortalece a democracia na saúde, assegurando cuidado integral às populações vulneráveis.
INTERVENÇÃO INTERSETORIAL COM FAMÍLIAS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE E RISCO – PERCURSO VINCULAR
Pôster Eletrônico
1 GSAP 1 SES DF
2 CREAS Estrutural DF
Período de Realização
De março a maio de 2025: reuniões de planejamento; seis encontros com as famílias e avaliação final.
Objeto da experiência
Intervenção com pais e crianças de região em extrema pobreza do DF, realizada em parceria entre Assistência Social (CREAS e CECON) e Saúde (UBS).
Objetivos
Prevenir violações de direitos de crianças e adolescentes, desde negligências a medidas protetivas de acolhimento; Promover trocas entre famílias e fortalecimento de vínculos; Estimular padrões adequados de educação e avaliar necessidade de encaminhamento para políticas públicas e serviços da rede.
Metodologia
Parceria da UBS, CREAS e CECON foram realizados 6 encontros quinzenais, grupos fechados, com 12 famílias. Utilizou-se metodologia dos grupos multifamiliares. Os temas foram preestabelecidos, mas a forma de intervenção foi construída a cada encontro: Vínculos e modelos familiares; Padrões familiares; Comunicação não violenta; Cuidar de quem cuida (ensaio fotográfico) e Rede de apoio e proteção. O último encontro foi um passeio no Parque da Cidade, entrega das fotos e cartas devolutivas.
Resultados
Para as famílias os encontros possibilitaram: reflexão sobre práticas parentais transgeracionais violentas, abrindo espaço para mudanças; redução do isolamento social, com criação de espaços de escuta, acolhimento e pertencimento; fortalecimento da escuta mútua, dos vínculos familiares e reconhecimento da importância de cada membro no cuidado; identificação das potencialidades e características de cada integrante, favorecendo autonomia e auto estima e o acesso a serviços e políticas públicas.
Análise Crítica
Os encontros e a relação entre três serviços evidenciou a potencialidade do trabalho intersetorial, tanto no que tange à logística, quanto à ampliação dos recursos humanos e fortalecimento da rede. A escuta permitiu maior compreensão da realidade local e das complexidades que envolvem a parentalidade em territórios vulneráveis. O trabalho promoveu a prevenção de casos de acolhimento, fortalecimento da rede socioassistencial e de saúde, com ganhos na articulação e corresponsabilização dos serviços.
Conclusões e/ou Recomendações
O Percurso Vincular se mostra como metodologia adequada para psicoeducação, prevenção de violações de direitos e avaliação de desenvolvimento infantil. Necessita ser continuado devido às demandas constantes e graves. O trabalho poderia trazer melhores resultados com a discussão os casos em equipe antes de serem inseridos no grupo e com a construção de ferramenta auxiliar de avaliação e registro desenvolvimento infantil.
O APOIO À GESTÃO NO PROGRAMA DE COOPERAÇÃO TÉCNICA NO FORTALECIMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFRJ
2 UFMG
3 UNESA
4 FIOCRUZ
Período de Realização
O período de realização foi de 2024 .
Objeto da experiência
Fortalecimento da gestão participativa e qualificação da Atenção Primária à Saúde por meio do monitoramento de indicadores locais.
Objetivos
Aprimorar rotinas de monitoramento e avaliação na Atenção Primária, qualificando a gestão municipal e fortalecendo estratégias para ampliar o acesso e a qualidade dos serviços ofertados à população.
Metodologia
A experiência consistiu na construção compartilhada de instrumentos técnicos com gestores e técnicos municipais. Foram elaboradas matrizes de planejamento com definição de desafios, metas e responsáveis. As ações foram monitoradas a partir de dados oficiais, favorecendo a qualificação da gestão.
Resultados
Houve ampliação do acesso e melhoria de indicadores prioritários da Atenção Primária. A sistematização dos processos fortaleceu o uso da informação para a tomada de decisão. Destacou-se o aumento de atendimentos individuais em linha de cuidado prioritária após pactuação e implementação das ações.
Análise Crítica
O processo revelou que o engajamento da gestão é determinante para o sucesso da estratégia. Dificuldades como rotatividade de profissionais e baixa adesão impactaram negativamente alguns contextos. A experiência reafirma a importância da institucionalização do monitoramento e avaliação.
Conclusões e/ou Recomendações
A institucionalização de instrumentos técnicos e o fortalecimento de espaços participativos qualificam a gestão e a oferta de serviços. Recomenda-se ampliar a capacitação em análise de indicadores e formalizar rotinas de planejamento e monitoramento, garantindo continuidade e efetividade das ações.
RASTREAMENTO DE HANSENÍASE EM CONTATOS NA ATENÇÃO BÁSICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE ENFERMAGEM
Pôster Eletrônico
1 UFPI
Período de Realização
Maio de 2023, durante o estágio curricular do curso de Enfermagem em uma
Unidade Básica de Saúde.
Objeto da experiência
Vivência em atividade de rastreamento de hanseníase em contatos domiciliares,
com foco em educação em saúde e exame físico.
Objetivos
Relatar uma experiência prática de vigilância ativa de hanseníase em contatos de
um caso conhecido, refletindo sobre os aprendizados obtidos, os desafios enfrentados e a
importância da atuação da Enfermagem na Saúde Coletiva e no enfrentamento das
doenças negligenciadas.
Descrição da experiência
Durante estágio em uma Unidade de Saúde da Família, foi realizada ação
educativa com oito contatos de uma paciente em tratamento de hanseníase. Após roda de
conversa, foram feitos exames físicos individuais. Um dos contatos, um idoso com perda
de visão e comprometimento neurológico, foi identificado com sinais sugestivos da
doença e encaminhado para diagnóstico médico.
Resultados
A ação resultou na identificação de um novo caso suspeito de hanseníase com
sintomas avançados, indicando a importância do rastreamento de contatos. Além disso,
observou-se maior adesão ao exame clínico após a atividade educativa, fortalecendo o
vínculo com os usuários e promovendo maior conscientização sobre sinais e riscos da
doença.
Aprendizado e análise crítica
A experiência possibilitou compreender, na prática, o papel transformador da
Enfermagem na atenção primária. Destacou-se a importância da escuta qualificada e da
abordagem educativa para reduzir estigmas e garantir acesso ao diagnóstico. Reforçou-se
o valor do cuidado territorializado e da vigilância ativa no combate a doenças
negligenciadas.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a estratégia de educação em saúde seguida de avaliação clínica foi
eficaz no rastreamento da hanseníase. Recomenda-se ampliar essas ações nas unidades
básicas, fortalecendo o papel da enfermagem, promovendo diagnósticos precoces e
integrando ensino e serviço para uma formação crítica e sensível à realidade do SUS.
ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE E AS REFLEXÕES SOBRE O TERRITÓRIO:UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE DISCENTES DOS CURSOS DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UNB
Período de Realização
Ocorreu entre de janeiro de 2024 e junho de 2025 na Unidade básica de Saúde (UBS) 01 de Ceilândia-DF.
Objeto da experiência
Se trata de vivências acadêmicas de discentes da área da saúde em uma unidade básica de saúde, com ações integradas a Atenção Primária.
Objetivos
Compartilhar a experiência da integração ensino-serviço-comunidade por meio do Projeto de Extensão, no contexto da APS, em Ceilândia-Distrito Federal, que dialoga com a educação em saúde, práticas integrativas, atendimento domiciliar multiprofissional e promoção da saúde inserida no território.
Descrição da experiência
Liga Acadêmica de Saúde da Família e Comunidade da Universidade de Brasília desenvolve ações de ensino, pesquisa e extensão voltadas à Atenção Primária em Saúde.As atividades teórico-práticas ocorrem semanalmente na UBS 01 de Ceilândia, reunindo estudantes dos diversos cursos da área da saúde.As ações envolvem acolhimento dos usuários, práticas integrativas, visitas domiciliares e no território, promovendo vivências interdisciplinares e o fortalecendo a APS como pilar fundamental do SUS.
Resultados
As práticas na APS oportunizam aos discentes de graduação dos cursos de saúde vivências e aprendizados que formam conhecimento empírico apenas formado fora dos limites da universidade. Estas experiências favorecem a construção de um olhar coletivo em saúde que é essencial na formação de profissionais capacitados e preparados para atuar no território.
Aprendizado e análise crítica
O protagonismo dos integrantes na construção das atividades do projeto e a ampliação do olhar crítico sobre a realidade social estão entre os maiores aprendizados dessa experiência sem perder de vista sobrecarga assistencial da Unidade de saúde devido ao espaço restrito e grande quantitativo populacional. Entretanto, por meio das atividades realizadas e as demandas atendidas na APS, os pacientes vinculados à unidade revelam a relação de confiança construída com a população do território.
Conclusões e/ou Recomendações
A atuação da Liga Acadêmica no território da Ceilândia evidencia a potência da extensão universitária como pilar para uma formação crítica e comprometida com os princípios do SUS. As ações desenvolvidas no território, o contato com as equipes e com os usuários, permitiram compreender na prática as potencialidades e fragilidades da APS.
O TERRITÓRIO COMO ESPAÇO DE CUIDADO
Pôster Eletrônico
1 ESCOLA DE GOVERNO FIOCRUZ
Período de Realização
Maio a Setembro de 2024, na Região Administrativa do Gama, Brasília, Distrito Federal.
Objeto da experiência
Análise sobre as condições de vida no território, identificando grupos, famílias, indivíduos, os fatores condicionantes e determinantes de sua saúde.
Objetivos
Realizar diagnóstico situacional e identificar fatores que influenciam a saúde a fim de planejar as ações estratégicas de saúde e organização do cuidado ofertados pela Atenção Básica às necessidades da população.
Metodologia
Trata-se de um relato de experiência construído após a realização da territorialização como atividade inicial do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica (PRMAB) da Escola de Governo Fiocruz Brasília.
Resultados
Aproximadamente 25.558 pessoas estão cadastradas na UBS, onde cerca de 1.029 indivíduos são diabéticos, enquanto 1.926 apresentam hipertensão, demandando um acompanhamento constante para gerenciar suas condições de saúde. Além disso, a presença de 684 gestantes na população atendida destaca a importância dos cuidados pré-natais para garantir atenção integral ao binômio, além de muitos pacientes em cuidados paliativos domiciliares, e uma família indígena de etnia desconhecida refletindo na necessidade da equidade em saúde.
Análise Crítica
Conhecer a área de abrangência da UBS é um elemento crucial na prestação eficaz de serviços de saúde primária. A compreensão detalhada dessa área e da população adscrita é essencial para o planejamento e a oferta de serviços de saúde adequados e acessíveis à população, além de compreender como o território se organiza, produz saúde, cultura, vivências coletivas, movimentos sociais e populares, dentre outros.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se o processo de territorialização como atividade principal e prioritária. O território conta sobre as situações históricas, ambientais e sociais de uma população, é um espaço singularizado com limites sejam políticos, administrativos ou por grupos e atores sociais, desta forma, reconhecer esse território é uma das formas mais eficazes de caracterizar a população e suas necessidades de saúde e para a avaliação dos impactos nos serviços prestados
ASPECTOS PARADIGMÁTICOS NA PRODUÇÃO DO CUIDADO NO MATRICIAMENTO EM SAÚDE MENTAL: O PAPEL DO USUÁRIO
Pôster Eletrônico
1 UECE
2 Centro de Atenção Psicossocial
Período de Realização
Este relato descreve reflexões sobre o matriciamento na Atenção Básica entre os anos 2024 e 2025.
Objeto da experiência
Tem como analisador a participação do usuário em sofrimento psíquico, na produção do Projeto Terapêutico Singular (PTS) oriundo dos estudos de caso.
Objetivos
Descrever uma experiência de matriciadores em saúde mental na Atenção Básica refletindo sobre o papel do usuário na produção do seu cuidado mediante práticas sob o paradigma biomédico e centradas nos procedimentos.
Descrição da experiência
Trata-se de registro do vivido, ancorado na realidade presente nos encontros do matriciamento em saúde mental na Atenção Básica numa Coordenadoria Regional de Saúde em Fortaleza/CE, tendo como base a valorização das experiências vivenciadas pelos autores e seu diálogo crítico-reflexivo com o auxílio de aportes teóricos atinentes ao campo da Atenção Psicossocial. Assim, compreende-se a importância da produção de conhecimento a partir da realidade, suas tramas e os sujeitos envolvidos.
Resultados
O matriciamento ocorre em encontros mensais onde participam profissionais dos Centros de Atenção Psicosssocial e equipes de saúde da família. O apoio técnico e pedagógico fundamenta a ação e o resultado almejado é a produção de cuidados integrais por meio dos PTSs. Todavia, observa-se prevalência do paradigma biomédico nos casos discutidos em rodas de conversa, em detrimento do paradigma da atenção psicossocial. Igualmente há esvaziamento das discussões numa perspectiva interdisciplinar.
Aprendizado e análise crítica
Ainda se convive com a atenção em saúde mental voltada para intervenções medicalizantes e medicamentalizantes. O matriciamento tem potencial de transformar essa realidade se os agentes (matriciadores e matriciandos) adotarem posições críticas sobre a determinação social da saúde, valorizarem os múltiplos saberes e colocarem o sujeito com suas necessidades e potencialidades em evidência. É essencial o protagonismo do usuário na construção de seus PTSs considerando seus modos de existir no mundo.
Conclusões e/ou Recomendações
A produção do cuidado em saúde mental no contexto do matriciamento não deve prescindir da participação ativa do usuário enquanto sujeito da sua vida. Cabe aos profissionais de saúde compreenderem os fundamentos dessa ferramenta de cuidado no âmbito do paradigma da atenção psicossocial e refazerem suas rotas. Compete também aos matriciadores a responsabilidade de problematizar a persistência do paradigma biomédico e influenciar mudanças.
FORMAÇÃO DAS EQUIPES MULTIPROFISSIONAIS DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA DOCÊNCIA DE APRENDIZAGEM NA RETOMADA E FORTALECIMENTO AO CUIDADO MULTIPROFISSIONAL NA APS.
Pôster Eletrônico
1 UFJF
2 UFCSPA
Período de Realização
Formação virtual, com 8 horas semanais, 4 síncronas e 4 assíncronas, de fevereiro a junho de 2025.
Objeto da experiência
Utilizar o método Balint-Paideia na formação nacional das eMulti, na retomada e fortalecimento ao cuidado de forma multiprofissional na APS.
Objetivos
Relatar a experiência de utilização do método Balint-Paideia tanto processo de capacitação e formação docente quanto na formação das eMulti diante da retomada e fortalecimento ao cuidado de forma multiprofissional na APS.
Metodologia
A formação foi conduzida por dois docentes e estruturada em encontros semanais online. Foi dividida em duas fases, primeira na capacitação dos decentes com duração de 4 horas semanais síncronas, por quatro meses. Na segunda fase os docentes capacitados pelo método Balint-Paidéia o replicam na formação nacional para os profissionais atuantes nas eMulti por quatro semanais, por vídeo conferência síncrona. O método permitiu o aprofundamento sobre a eMulti e reestruturação dos processos de trabalho.
Resultados
Foram discutidos cerca de 30 casos pelo método Balint, 15 por fase. Estas discussões formaram de apoiadores/tutores docentes alinhados ao desafio de participar do momento histórico, representativo da retomada e fortalecimento ao cuidado multiprofissional na APS, pautados na ampla experiência, eficiência, potência, afetação e militância pelo SUS. Na segunda fase foi realizada a formação das equipes eMulti, pautadas no estímulo ao vínculo, responsabilização, apoio e trabalho interprofissional.
Análise Crítica
A experiência possibilitou observar a potência na produção de saberes promovida pelos processos formativos baseados nas discussões problematizadoras, como o método Balint-Paideia, do processo de trabalho no SUS. A formação das eMulti segundo este método, propiciou em âmbito nacional, um acolhimento e valorização ímpar destas equipes e com estímulo a discussões objetivas sobre o papel, a importância e responsabilidade da eMulti para o fortalecimento e consolidação da APS.
Conclusões e/ou Recomendações
A educação se destaca fundamentalmente como promotora de mudanças no SUS. A formação problematizadora, pelo método Balint-Paideia, centrada na valorização das experiências dos trabalhadores, perpassando amplamente o território nacional se configura em uma estratégia inclusiva, fortalecedora e fundamental para a atuação das equipes multiprofissionais na APS.
CONTRIBUIÇÕES DO SANITARISTA EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS) DE MARABÁ/PA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA A PARTIR DE VIVÊNCIA EM ESTÁGIO OBRIGATÓRIO
Pôster Eletrônico
1 Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi)
2 Faculdade de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa)
Período de Realização
As atividades foram realizadas no primeiro semestre de 2024, em UBS da área urbana de Marabá/PA.
Objeto da experiência
Atuação de graduanda no Estágio Supervisionado Obrigatório do Curso de Graduação em Saúde Coletiva (CGSC) da Unifesspa.
Objetivos
Desenvolver competências, habilidades e atitudes de natureza sócio-política e técnico-científica com vistas à formação profissional do sanitarista, bem como contribuir com o fortalecimento das práticas de cuidados primários em saúde a partir dos pressupostos da Política Nacional de Atenção Básica.
Metodologia
Integrado aos profissionais de uma UBS no sudeste paraense, desenvolveram-se atividades em três dimensões: 1) territorialização (acompanhamento de visitas domiciliares); 2) educação em saúde (execução de ações educativas sobre alimentação saudável para escolares e saúde mental para professores) e 3) vigilância e administração em saúde (busca ativa para execução do citopatológico, desenvolvimento de quadro físico para monitoramento de gestantes e elaboração de procedimentos operacionais padrão).
Resultados
Ainda que a responsabilidade da preceptoria fosse da gerente da UBS, identificou-se que a equipe como um todo foi bastante receptiva, integrando a estagiária nas diversas ações desenvolvidas, ora para conhecer algum processo de trabalho, ora para possibilitar que colaborasse com a execução de alguma tarefa. A partir das lacunas identificadas pela estagiária e das demandas dadas pelo serviço, o processo de supervisão permitiu uma análise crítica sobre os produtos que seriam construídos.
Análise Crítica
A inserção do sanitarista foi de grande relevância no planejamento, fomento e aplicação de novas medidas que visavam a melhoria do serviço, aperfeiçoando a efetividade e eficiência de alguns processos de trabalho para superar desafios presentes no funcionamento da unidade. Para além de conhecer o cotidiano da UBS, o estágio propiciou a vivência do trabalho em equipe e estimulou o engajamento na busca de soluções aos problemas identificados, bem como o necessário contato direto com os usuários.
Conclusões e/ou Recomendações
A integração ensino-serviço de centros formadores de sanitaristas com secretarias municipais, ao incorporar graduandos em UBS, possibilita a ampliação do (re)conhecimento desta categoria, podendo até favorecer sua empregabilidade (como gerente, apoiador institucional-matricial, etc). Ao mesmo tempo, dada a relevância deste ponto na rede, a UBS é um serviço central a ser conhecido pelo sanitarista, mesmo ao que atuará em outros espaços.
DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE RURÓPOLIS, PARÁ.
Pôster Eletrônico
1 UFOPA
Período de Realização
Este trabalho foi realizado no período que compreende entre setembro a novembro de 2024.
Objeto da experiência
Trata-se da realização de um diagnóstico situacional de uma unidade básica de saúde (UBS) do município de Rurópolis, PA.
Objetivos
Relatar dois principais nós críticos encontrados no âmbito de uma unidade básica de saúde de Rurópolis - Pará, voltados a qualidade do serviço em saúde.
Metodologia
Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, cujo atividades realizadas estão relacionadas ao mestrado PROFSAUDE/UFOPA. A pesquisa foi dividida em três momentos. 1º: Estimativa Rápida Participativa (ERP), na qual foi realizada a análise das condicionantes sociais, através de prontuários. 2º: Análise Observacional do Território, das características geográficas e sociais dispostas e da estrutura da UBS. 3º: Rodas de Conversa com profissionais, usuários e com uma liderança local da comunidade.
Resultados
Foram identificados 02 problemas prioritários: a) Dificuldade no acesso aos serviços devido à alta demanda populacional na unidade; b) A presença de um contexto de extrema vulnerabilidade social presente no território de abrangência da UBS. A população cadastrada da referida UBS é de 7.441 pessoas, porém, duas (02) novas comunidades (invasões) estão surgindo, estima-se que cerca de 1.500 pessoas residem nesses espaços totalizando cerca de 9.000 pessoas atendidas.
Análise Crítica
Os bairros possuem características periféricas, não há espaços públicos de lazer e a maioria das famílias vive com menos de 01 salário-mínimo. Essa situação de vulnerabilidade social vivenciada influencia consideravelmente a necessidade por saúde pública. Devido a isso, observou-se que os serviços estão insuficientes frente a realidade da população, há demora na efetivação de consultas e constantemente a UBS está lotada, gerando sobrecarga aos profissionais.
Conclusões e/ou Recomendações
O acesso na Atenção Primária a Saúde se caracteriza como a capacidade de entrada eficiente através de diversas alternativas do usuário ao serviço de saúde, embora essa seja a proposta ideal, em muitas UBS observa-se que não se constitui. Pra além disso, as determinações sociais influenciam diretamente na necessidade de saúde, uma vez que quanto mais vulnerabilizada determinada população é, mais dependente do serviço público de saúde ela será.
VIVÊNCIAS INTERDISCIPLINARES NA ATENÇÃO BÁSICA: FORMAÇÃO CRÍTICA E HUMANIZADA DE DISCENTES DA SAÚDE EM COMUNIDADES PERIFÉRICAS DE NATAL-RN
Pôster Eletrônico
1 UFRN
Período de Realização
As vivências ocorreram no período de agosto de 2024 a julho de 2025.
Objeto da experiência
Vivências práticas de alunos da graduação em saúde na Atenção Básica por meio da disciplina Atividade Interativa Interdisciplinar: Saúde e Cidadania.
Objetivos
Apresentar a estrutura organizativa e normativa do Sistema Único de Saúde (SUS);
Incentivar a aproximação do discente com a comunidade e as equipes de saúde na Atenção Básica;
Desenvolver atividades que promovam a interprofissionalidade;
Desenvolver a proatividade discente e o trabalho colaborativo.
Descrição da experiência
As experiências ocorreram na disciplina Atividade Interativa Interdisciplinar: Saúde e Cidadania, por meio de encontros semanais em duas Unidades de Saúde da Família (ESF) localizadas em bairros periféricos de Natal, Rio Grande do Norte. O componente curricular é obrigatório para os discentes de medicina, enfermagem e odontologia, sendo optativo ou complementar para os demais cursos. Ao término da disciplina, os discentes desenvolvem intervenções na comunidade ou na Unidade de Saúde.
Resultados
Estão sendo acompanhados 22 alunos, sendo 10 de medicina, 6 de enfermagem e 6 de odontologia. Entretanto, 18 responderam o questionário sobre as experiências vivenciadas. Foi utilizada uma escala psicométrica para avaliar o conhecimento prévio à disciplina e a sua relevância para a formação discente, constatando que todos os alunos tinham conhecimento muito baixo a moderado sobre o funcionamento do SUS e da ESF, bem como 78% consideraram a disciplina de grande relevância para a sua formação.
Aprendizado e análise crítica
Por meio do questionário aplicado, evidenciou-se que os discentes desenvolveram um aprendizado crítico sobre o conceito ampliado de saúde, compreendendo as atribuições dos profissionais, criação do vínculo com o paciente, bem como a compreensão do conhecimento sobre os serviços e fluxos das Redes de Atenção à Saúde. Nesse contexto, observa-se que os discentes puderam aproximar-se da realidade das comunidades periféricas e compreender os determinantes sociais que impactam na saúde da população.
Conclusões e/ou Recomendações
Destaca-se uma limitação na realização das atividades práticas devido a dificuldade dos serviços em integrar os discentes na rotina da unidade. Todavia, a disciplina possibilita o trabalho interprofissional, corroborando com uma assistência em saúde humanizada, integrada ao território e comprometida com a realidade da comunidade. Por fim, recomenda-se ofertar maior visibilidade ao componente curricular para os demais cursos da saúde.
SUPERVISÃO CLÍNICO INSTITUCIONAL: ESTRATÉGIA DE RECOMPOSIÇÃO DAS EQUIPES MULTIPROFISSIONAIS PARA O FORMATO EMULTI EM MARICÁ
Pôster Eletrônico
1 CEMPES - Centro de Medicina e Projetos Especiais (Maricá)
2 Prefeitura de Maricá (Secretaria Municipal de Saúde)
Período de Realização
Dezembro de 2024 a Junho de 2025
Objeto da experiência
A reformulação da proposta das equipes multiprofissionais no município de Maricá a partir da adoção do dispositivo da supervisão na APS.
Objetivos
Refletir sobre a condução do trabalho junto às diferentes categorias profissionais no processo de recomposição das equipes multiprofissionais a partir da indução da Portaria GM/MS nº 635/2023 do Ministério da Saúde, com a importância do espaço de qualificação das ações por meio da supervisão.
Descrição da experiência
Antes da adesão à eMulti, haviam duas equipes multiprofissionais com atuação na atenção primária em Maricá. Uma ainda nomeada de NASF e a outra de EMAP. A EMAP era uma equipe de atenção psicossocial e, apesar de estar vinculada a atenção especializada, tinha sua atuação na APS. A proposta de fusão das equipes tinha a razão de reorganizar e modificar o lugar de apoio das equipes. Inicialmente os profissionais apresentaram importantes críticas e resistências.
Resultados
Foram formados 10 núcleos de eMulti a partir de uma divisão estratégica sobre as demandas sociodemográficas e epidemiológicas da cidade. A resistência das equipes se relacionavam com um desconhecimento da proposta. Como estratégia, a gestão instituiu a supervisão clínico-institucional e reorganizou as reuniões de equipe com a intenção de fortalecer o trabalho das equipes no campo da saúde coletiva. Assim, foi possível sustentar a direção do trabalho na direção do fortalecimento da APS.
Aprendizado e análise crítica
O espaço da supervisão foi decisivo para a compreensão da eMulti como equipe especializada para o atendimento de casos leves e moderados no âmbito da RAS, atendendo à exigência de maior resolutividade na APS. Assim, a proposta compreendida inicialmente com a crítica do risco à "ambulatorização", passou a ser fortalecida no campo da clínica ampliada, com a proposição de um trabalho atuante nas necessidades das famílias e das comunidades.
Conclusões e/ou Recomendações
O fortalecimento da eMulti está sendo encaminhado na direção de fomentar a potência da clínica ampliada na APS, com a possibilidade da ampliação da oferta do cuidado especializado nas USF no contexto comunitário. A recomposição do trabalho, com o fortalecimento dessa direção só é possível com o diálogo constante com as equipes, a partir da fundamentação da eMulti no campo da saúde coletiva, muito sustentado pelo dispositivo da supervisão.
FORTALECER A ATENÇÃO PRIMÁRIA É CUIDAR DE NOSSO POVO: ATUAÇÃO DE APOIADORES INSTITUCIONAIS DA GESTÃO ESTADUAL NA CONSTRUÇÃO DO ACOLHIMENTO ÀS NOVAS GESTÕES MUNICIPAIS.
Pôster Eletrônico
1 Diretoria de Atenção Básica/Secretaria de Saúde do Estado da Bahia. Fundação Estatal Saúde da Família
2 Diretoria de Atenção Básica/Secretaria de Saúde do Estado da Bahia.
Período de Realização
A atuação foi construída no período entre julho de 2024 e fevereiro de 2025 e segue reverberando.
Objeto da experiência
Foca na reformulação de um Manual de Acolhimento às novas gestões municipais por Apoiadores Institucionais de uma gestão estadual da Atenção Primária.
Objetivos
Descrever a experiência de Apoiadores Institucionais (ApI) no processo coletivo de reformulação de um manual orientador, que trata da organização da Atenção Primária à Saúde (APS), destinado ao acolhimento às novas gestões municipais, disparado pela gestão estadual da APS de um estado do nordeste.
Descrição da experiência
A partir da demanda institucional de reformulação do manual, foi criado um grupo de trabalho (GT) para criação da nova versão. O GT atuou semanalmente, realizando escuta às coordenações municipais da APS, articulações para produção textual coletiva e criação de personagens representativos da gestão municipal. Concluído o documento, foi revisado pelo coletivo de ApI e grupo dirigente, publicizado virtualmente e utilizado como referência nos encontros de acolhimento às novas gestões municipais.
Resultados
O GT definiu diretrizes com foco no valor de uso do documento, a partir de material que não fosse extenso e prescritivo. A defesa da comunicação em linguagem popular, de modo dialógico, estimulou a criação de personagens que atuavam em distintas funções de gestão, em narrativa que inicia pela chegada de uma nova gestão. O documento estabeleceu foco na introdução ao SUS, com capítulos voltados para um guia aos principais temas, políticas e programas relacionados ao cotidiano da APS.
Aprendizado e análise crítica
A reformulação do material estimulou a construção coletiva, disparando, a partir do cerne do fazer do apoio institucional, a articulação com distintos setores da secretaria estadual e mobilizando uma rede colaborativa. A consulta ao território reafirmou a proposta inovadora, movimentando o próprio coletivo de ApI. O material fomentou novas formas de apoio, retomando a presença dos ApI em espaços de comissão intergestores regionais e atividades colegiadas junto às gestões municipais da APS.
Conclusões e/ou Recomendações
Fomentar espaços de criação na esfera da gestão alicerçados na escuta e construção dialógica pode mobilizar em torno de projetos coletivos e democráticos comuns com repercussão nos territórios. A estratégia do apoio institucional em seu caráter democrático, propositivo e transformador nas relações de gestão, tem potencial para produção de propostas alinhadas ao ideal democrático e resgate de valores éticos, políticos e estéticos associados ao SUS.
VIVÊNCIA TERRITORIAL DE ACADÊMICOS DE MEDICINA NA DISCIPLINA DE SAÚDE COLETIVA III: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 UFAM
Período de Realização
No período de maio de 2023 a julho de 2023
Objeto da experiência
Dois meses de estágio rotativo supervisionado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do estado do Amazonas
Objetivos
Relatar a experiência de um grupo de acadêmicos de medicina de uma universidade pública do Estado do Amazonas, obtida por meio de aulas práticas desenvolvidas em em Unidade Básica de Saúde (UBS)
Descrição da experiência
10 acadêmicos, organizados em duplas, foram selecionados para desenvolver ações na UBS, com visitas semanais ao longo de dois meses. Atuaram em diferentes setores da unidade, acompanhando os profissionais, como SISREG, sala de vacinas, coleta de preventivo, curativos, escuta inicial, triagem e em visitas domiciliares a pacientes com limitações de locomoção. Ao final, foi apresentado um seminário citando aspectos estruturais e funcionais da UBS, destacando os pontos fortes e possíveis melhorias.
Resultados
Vivenciar a Atenção Primária à Saúde (APS) em uma UBS distrital de Manaus, permitiu contato direto com as diversas realidades sociais e com a complexidade do processo saúde-doença. A experiência evidenciou a importância do acesso de primeiro contato, da longitudinalidade, integralidade e coordenação do cuidado, além de possibilitar o acompanhamento de ações de saúde voltadas ao enfrentamento de doenças prevalentes no território, respeitando e valorizando a diversidade cultural da população.
Aprendizado e análise crítica
A imersão prática foi essencial para compreender a importância do atendimento humanizado e as adaptações necessárias para promoção da saúde. Observou-se ainda uma baixa adesão ao exame de Papanicolau, feito majoritariamente por mulheres em busca do benefício do Bolsa Família, o que pode estar ligado à alta incidência de câncer do colo do útero na região. A vivência mostrou que, em um mesmo território, há singularidades que exigem a individualização do cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
A atividade proporcionou uma experiência significativa na formação dos graduandos. Ao adquiriram uma compreensão abrangente dos fundamentos da saúde coletiva, da formação médica e das ações de promoção à saúde. A participação nas atividades possibilitou a identificação de potencialidades e limitações da saúde pública, além de proporcionar a articulação entre os conhecimentos teóricos e a prática vivenciada no contexto da atenção primária.
O USO DE PAINÉIS INTERATIVOS PARA ACOMPANHAMENTO DE COLETAS DE DADOS EM PESQUISAS DE CAMPO
Pôster Eletrônico
1 UnB
Período de Realização
A atividade foi realizada entre os meses de julho de 2022 à junho de 2025
Objeto da experiência
Acompanhamento da coleta de dados em pesquisas de campo com Microsoft Power BI.
Objetivos
A criação de painéis interativos para facilitar a supervisão da coleta de dados em pesquisas e auxiliar na tomada de decisão.
Descrição da experiência
A oportunidade de construir os paineis surgiu com a necessidade de acompanhar a coleta de dados em tempo real nos projetos sobre as Práticas dos ACE/ACS, Letramento Digital dos profissionais da Atenção Primária à Saúde e Desinformação em Saúde. As informações captadas foram organizadas e analisadas no Power BI, permitindo visualizações dinâmicas para melhor compreensão e desempenho nas coletas.
Resultados
Os painéis desempenharam um papel fundamental no processo de gestão, permitindo acompanhamento contínuo dos dados por meio de atualizações diárias. Com base nesses indicadores, foi possível identificar rapidamente eventuais falhas, gargalos ou oportunidades de melhoria, possibilitando uma tomada de decisão ágil e estratégica. Dessa forma, os pesquisadores puderam repensar e ajustar as estratégias de coleta, sempre que necessário, otimizando recursos e tornando o processo mais eficiente e assertivo.
Aprendizado e análise crítica
A partir do acesso a dados atualizados, foi possível desenvolver uma maior capacidade de entendimento das estratégias adotadas em campo. Essa observação permitiu identificar falhas e oportunidades de melhoria, contribuindo diretamente para tomada de decisões mais conscientes e mudanças de estratégia, fundamentada em evidências observadas e alinhadas aos objetivos estratégicos dos projetos.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que dashboards de acompanhamento, além de permitir que coordenadores de pesquisa, independente do nível, possam consultar o desempenho dos registros diariamente, e reorganizar a equipe de coleta, caso necessário, e mitigar possíveis situações dificultadoras, baseados nos indicadores definidos nos painéis.
DESAFIOS E POTENCIALIDADES DA TERRITORIALIZAÇÃO NA SAÚDE DA POPULAÇÃO DO CAMPO: O OLHAR DE RESIDENTES DE UMA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ
2 SES/DF
Período de Realização
Março de 2025 a Junho de 2025
Objeto da experiência
Processo de territorialização de residentes de uma unidade básica de saúde situada na área rural da região leste do Distrito Federal recém implantada.
Objetivos
Refletir sobre os desafios e potencialidades encontrados no processo de territorialização desenvolvido por uma equipe multiprofissional de residentes atuantes na saúde da população do campo, compreendendo as dinâmicas e as demandas do território para uma atuação qualificada.
Descrição da experiência
A territorialização iniciou-se após um mês de imersão teórica, discutindo as particularidades do processo saúde-doença e fatores psicossociais da população do campo. Ao adentrar no território de atuação, deparou-se com três áreas adscritas extensas que se diferenciam em aspectos geográficos, econômicos, sociais e ambientais, sendo dois núcleos rurais e um condomínio urbano, necessitando traçar estratégias durante esse processo, dada a dificuldade de percorrer com autonomia e profundidade.
Resultados
A partir da territorialização foram encontrados diferentes desafios, principalmente em um dos territórios rurais, como difícil acesso, não identificação dos endereços, famílias mais propensas ao desenvolvimento de doenças devido a ausência de saneamento e desigualdades socioeconômicas e ambientais. No entanto, foi possível adentrar ao território e identificar as potencialidades existentes, como o interesse da comunidade quanto à melhoria dos serviços de saúde e a construção de vínculo com a UBS.
Aprendizado e análise crítica
Entendemos o processo de territorialização como uma prática contínua, visto que o território é dinâmico e está em constante transformação. Sendo necessário revisar e atualizar esse processo, a fim de garantir a continuidade e a efetividade do cuidado em saúde. O conceito de saúde varia conforme a localização, o acesso a serviços, as condições financeiras e habitacionais da população, o que reforça a importância de uma escuta sensível e de um olhar atento às especificidades de cada território.
Conclusões e/ou Recomendações
Depreende-se que a territorialização é fundamental para a atuação das equipes de estratégia de saúde da família e da Atenção Primária à Saúde como coordenadora do cuidado, pois permite que se tenha um olhar do território para além da doença, reforçando a necessidade de se considerar o sujeito a partir dos aspectos biopsicossociais
FORMAÇÃO EM SERVIÇO E PROTOCOLO DE ATENDIMENTO À HANSENÍASE: EXPERIÊNCIA NA APS DE LARANJAL DO JARI/AP
Pôster Eletrônico
1 PROFSAÚDE
Período de Realização
Realizada em novembro de 2024, no município de Laranjal do Jari/AP, com profissionais da APS.
Objeto da experiência
Formação em serviço voltada à reestruturação do cuidado à hanseníase na Atenção Primária a Saúde - APS e construção de protocolo clínico.
Objetivos
Fortalecer a capacidade da APS para o enfrentamento da hanseníase por meio de ação educativa, com construção de protocolo clínico, reorganização do fluxo assistencial e descentralização do atendimento, integrando saberes e ampliando a resolutividade dos profissionais de saúde.
Descrição da experiência
A ação formativa envolveu médicos e enfermeiros da APS em atividade educativa com foco em hanseníase, conduzida por enfermeira da rede local e mestranda do PROFSAÚDE. Foram abordados dados epidemiológicos, fluxos, protocolos e diagnóstico, seguidos da construção coletiva de um protocolo clínico de consulta voltado ao cuidado centrado na pessoa com hanseníase, com ênfase em escuta qualificada, avaliação de contatos e vigilância pós-alta.
Resultados
A capacitação revelou fragilidades na formação para o cuidado da hanseníase. A proposta de reorganização foi bem acolhida, com adesão à construção de novo fluxo e descentralização da atenção. Foram incluídas ferramentas como testes rápidos e fortalecido o papel da enfermagem na vigilância e adesão terapêutica. Espera-se ampliar a detecção precoce, qualificar o cuidado longitudinal e consolidar a educação em saúde como tecnologia leve na APS.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou o potencial das ações educativas na transformação do cuidado. A construção coletiva do protocolo ampliou o protagonismo profissional e o vínculo com o território. A articulação entre ensino, serviço e gestão foi estratégica para alinhar demandas e inovar na APS. Em territórios amazônicos, com alta rotatividade de profissionais e doenças negligenciadas, essas ações qualificam o cuidado e reduzem iniquidades.
Conclusões e/ou Recomendações
A formação em serviço, aliada à prática reflexiva e territorializada, mostrou-se eficaz na reorganização do cuidado em hanseníase. Recomenda-se institucionalizar protocolos clínicos adequados ao território e fortalecer formações contínuas, como as do PROFSAÚDE, integrando equipes e ampliando a equidade. Práticas educativas territorializadas devem tornar-se política permanente de qualificação da APS em áreas negligenciadas.
DESAFIOS NA ARTICULAÇÃO INTERSETORIAL PARA O CUIDADO À POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA: RELATO DA COORDENAÇÃO PMSIPSR DO RECIFE
Pôster Eletrônico
1 SMS de Recife
2 Residência em Saúde Coletiva, SMS de Recife
3 Residente em Saúde Coletiva, FCM/UPE
4 Residente em Saúde Coletiva, SMS de Recife
Período de Realização
Maio de 2024 a maio de 2025
Objeto da experiência
Atenção integral à saúde da população em situação de rua no Recife pelas eCRs, com foco em tensões observadas no cuidado e na articulação intersetorial.
Objetivos
O objetivo é refletir sobre o impacto no cuidado e propor estratégias de articulação entre os diferentes equipamentos da gestão pública um atendimento intersetorial entre as equipes de Consultório na Rua e os demais setores da gestão pública.
Descrição da experiência
A Coordenação é responsável pela supervisão das cinco eCRs que atuam nos distritos sanitários do Recife. Entre maio de 2024 a maio de 2025 foi desenvolvido um processo contínuo de monitoramento das ações de cuidado em saúde. Dentre os relatos recorrentes, identificou-se a ocorrência de tensões relacionadas ao recolhimento de pertences pessoais por equipes operacionais de limpeza urbana, fundamentadas na Lei Municipal nº 19.026/2022, geraram descontinuidade do cuidado.
Resultados
A partir do trabalho das eCRs e da escuta ativa promovida pela coordenação, foi possível registrar diversos episódios de recolhimento de pertences comprometeu o vínculo e a adesão ao tratamento de usuários. Profissionais relataram aumento da evasão de casos em seguimento, perdas de medicamentos, além de impacto emocional nos usuários, que se referiram a sentimentos de desamparo e insegurança. Tais episódios foram abordados em reuniões intersetoriais e encaminhados aos setores competentes para análise.
Aprendizado e análise crítica
O acompanhamento das equipes revelou que a construção de um cuidado integral e resolutivo para a população em situação de rua, para além do compromisso das equipes de saúde, uma articulação permanente e sensível entre os diversos setores da gestão pública. A experiência evidenciou a necessidade de aprofundar os espaços de pactuação e escuta entre os órgãos envolvidos na gestão do território.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que o fortalecimento da atenção à população em situação de rua exige um esforço contínuo de integração entre políticas públicas. Recomenda-se o desenvolvimento de protocolos intersetoriais que orientem as ações de ordenamento do espaço público.
VISITA DOMICILIAR, DETERMINANTES SOCIAIS E INTEGRALIDADE: OLHAR AMPLIADO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UEA
2 UFAM
Período de Realização
A experiência foi desenvolvida entre janeiro e junho de 2025.
Objeto da experiência
Refletir sobre visitas domiciliares como meio de reconhecer determinantes sociais e fortalecer o vínculo terapêutico com o usuário.
Objetivos
Descrever a experiência e analisar como as visitas domiciliares da ESF revelam fatores socioambientais que impactam a saúde, fortalecem o vínculo com os usuários e contribuem para práticas clínicas mais integrais, oferecendo subsídios para qualificação das equipes da Atenção Primária à Saúde.
Descrição da experiência
Visitas domiciliares semanais foram realizadas em área adscrita à UBS, com média de quatro atendimentos por saída, priorizando idosos, pessoas com doenças crônicas ou restritas ao leito. Os registros abordaram aspectos como habitação, renda e acesso a cuidados. Identificaram-se situações de insegurança alimentar, solidão, moradias em áreas alagadas e dificuldades de acesso a exames e especialistas. Relatos como “Tenho remédio, mas preciso de comida” evidenciam a força da escuta no território.
Resultados
A visita domiciliar permitiu identificar barreiras invisíveis na UBS, como falta de alimentos, transporte precário e redes de apoio frágeis. A partir disso, houve ajustes terapêuticos, acionamento do Melhor em Casa, discussões sobre cuidados paliativos e articulação com CRAS e prefeitura. A experiência ampliou a resolutividade da APS, fortaleceu vínculos e melhorou a adesão ao cuidado.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que a clínica eficaz requer compreensão do contexto de vida e valorização do território. As visitas suscitaram reflexões sobre os limites do modelo centrado na UBS, fortalecendo a atuação multiprofissional e intersetorial. O reconhecimento dos determinantes sociais orientou condutas mais integrais e consolidou competências como escuta, empatia e cuidado compartilhado.
Conclusões e/ou Recomendações
A visita domiciliar é essencial para efetivar a integralidade na APS, ampliando o cuidado às necessidades reais e fortalecendo o vínculo longitudinal. Recomenda-se sua institucionalização com agendas regulares, inserção na carga horária médica e formação contínua em abordagem territorial e interprofissional, articulando-se aos ACS e à rede intersetorial no enfrentamento das vulnerabilidades.
ATENÇÃO À SAÚDE NO CARNAVAL: A EXPERIÊNCIA DO CATAFOLIA COMO ESTRATÉGIA DE CUIDADO PARA CATADORES DE MATERAIS RECICLÁVEIS EM SALVADOR/BA, 2025
Pôster Eletrônico
1 SMS Salvador
Período de Realização
28 de fevereiro a 04 de março de 2025, durante o Carnaval de Salvador
Objeto da experiência
Oferta de atenção à saúde aos catadores de materiais recicláveis em pontos de apoio durante o Carnaval de Salvador.
Objetivos
A estratégia Catafolia teve como objetivos ofertar cuidados de saúde durante o período do carnaval a catadores de materiais recicláveis, tentando sempre que possível, se aproximar ao máximo da resolutividade do cuidado e estimular a vinculação do catadores à Rede de Atenção à Saúde do município.
Descrição da experiência
Durante o Carnaval de 2025, a SMS de Salvador implementou o Catafolia em dois locais próximos aos circuitos, oferecendo atenção à saúde de catadores cadastrados. Cada ponto contou com equipe multiprofissional formada por médico(a), dois enfermeiros(as), técnico(a) de enfermagem e assistente social. Foram ofertados atendimentos clínicos da equipe, testagem rápida para ISTs, com encaminhamentos para a RAS e assistência social.
Resultados
Foram realizados 254 atendimentos, dos quais 20,9% foram pessoas em situação de rua. Lesões e dores em membros inferiores foram as queixas mais comuns. Dos testes rápidos realizados, 28 foram positivos para ISTs, com início imediato de tratamento em 10 casos de sífilis. Foram realizados agendamentos para serviços especializados para 28 pessoas.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou o papel da APS como ordenadora do cuidado, mesmo em contextos não convencionais. Tentou-se promover a vinculação dos assistidos à unidades de saúde, e promover ao máximo a resolutividade dos casos, embora persistiram desafios como receio da interrupção da atividade laboral. A ação também demonstrou a importância da articulação intersetorial na oferta do cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
O Catafolia é uma estratégia inovadora e replicável a outros contextos de eventos de massa, que promove acesso a cuidados mínimo de saúde em situações , equidade e cidadania em saúde para catadores durante o Carnaval. A experiência evidencia a potência do SUS em eventos massivos e sua função social junto a populações historicamente invisibilizadas.
VACINAÇÃO EM ESPAÇOS NÃO CONVENCIONAIS: A EXPERIÊNCIA DO RECIFE COM CENTROS DE VACINAÇÃO EM SHOPPING CENTERS DURANTE E APÓS A PANDEMIA DA COVID-19
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Saúde do Recife
2 Universidade de Pernambuco (UPE)
Período de Realização
No período de Janeiro de 2021 até Junho de 2025
Objeto da experiência
Implantação e manutenção de centros de vacinação em shoppings como estratégia de acesso e ampliação da cobertura vacinal no Recife.
Objetivos
Relatar a experiência do Programa Municipal de Imunizações do Recife com centros de vacinação em shopping centers, iniciada na pandemia de Covid-19, e sua consolidação como estratégia permanente de multivacinação para ampliar acesso, equidade e cobertura vacinal.
Metodologia
No contexto da pandemia, Recife implantou em 2021 centros de vacinação nos shoppings da cidade, visando ampliar o acesso à vacinação contra a Covid-19. Com a boa aceitação da estratégia, os centros foram mantidos e passaram a oferecer também vacinas de rotina e campanhas. Funcionam com equipes fixas e plantonistas, em horários estendidos. A retirada dos centros de vacinação dos shoppings Plaza e Tacaruna se deu por revisão logística. A reposição diária dos imunobiológicos é feita pelas PMIs distritais.
Resultados
A iniciativa contribuiu para ampliar o acesso e a cobertura vacinal de diversos grupos, como adolescentes, adultos jovens e trabalhadores, favorecendo a adesão à vacinação de rotina. A permanência dos centros após a fase crítica da pandemia possibilitou ações de multivacinação e integração com eventos e campanhas educativas. A estratégia mostrou impacto positivo, mesmo diante de limitações, como a falta de cadeia de frio, que exige distribuição diária dos imunizantes pelos distritos.
Análise Crítica
A experiência demonstrou o potencial dos espaços urbanos para a promoção da saúde. No entanto, a ausência de rede elétrica compatível com equipamentos de conservação a frio nos shoppings impediu o armazenamento local dos imunobiológicos, contrariando as normas do PNI. Isso exigiu reestruturação logística com envio diário de vacinas pelas PNIs distritais e a complexidade operacional, especialmente em finais de semana e feriados.
Conclusões e/ou Recomendações
A vacinação em shopping centers tem se mostrado eficaz tanto no contexto pandêmico quanto na rotina. Sua continuidade como estratégia permanente reforça o acesso, a equidade e o enfrentamento da hesitação vacinal. Municípios que queiram replicar a iniciativa devem analisar previamente a infraestrutura elétrica e planejar a logística de imunobiológicos, garantindo a conservação adequada e a sustentabilidade das ações de multivacinação.
A IMPORTÂNCIA DA INSERÇÃO DO DISPOSITIVO INTRAUTERINO (DIU) EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE COMO FORMA FACILITAR O ACESSO A MÉTODOS ANTICONCEPTIVOS
Pôster Eletrônico
1 Aracaju
Período de Realização
Novembro de 2023 até junho 2025
Objeto da experiência
Mulher com quadro psiquiátrico e desejo de utilizar método anticonceptivo de longa duração e limitações para seu uso.
Objetivos
Esse trabalho objetiva relatar como a descentralização da inserção de DIU, com ampliação da inserção do método por médicos e enfermeiros das Equipes Estratégia Saúde da Família nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), pode facilitar o acesso a métodos anticonceptivos
Descrição da experiência
Paciente portadora de Transtorno Esquizoafetivo, sem uso de métodos anticonceptivos. Teve quatro gestações indesejadas, mas não tinha a guarda dos filhos. Após manifestar vontade, foi encaminhada para realização de laqueadura, porém não marcou o procedimento. Também já havia faltado em consulta agendada prévia para colocação de DIU. Em junho de 2025, voltou à UBS. Foi acolhida e informada sobre possibilidade de inserção de DIU no mesmo dia, que foi realizada pela enfermeira da UBS.
Resultados
A paciente, portadora de transtorno psiquiátrico, conseguiu acesso a método conceptivo seguro, de longa permanência, como desejava, a partir da descentralização da inserção de DIU e da flexibilização da agenda de uma Equipe de Estratégia Saúde da Família. Além disso, foi marcada retorno para avaliação, aproximando a usuária da ESF
Aprendizado e análise crítica
A Atenção Primária em Saúde constitui no primeiro nível de atenção da Rede de Atenção em Saúde e o primeiro acesso do usuário com o Sistema Único de Saúde. Assim, a APS assume um papel determinante no planejamento familiar e para a oferta de DIU.
A Unidade Básica, por estar próximo da residência da mulher, representa um local estratégico para inserção do dispositivo intrauterino, ainda mais em casos de pacientes com condições clínicas que dificultem o acesso da usuária em outros pontos da rede.
Conclusões e/ou Recomendações
A presença de profissionais capacitados para inserção de DIU nas UBS é de fundamental importância para aumentar a oferta desse método anticonceptivo, bem como para facilitar o acesso das usuárias a um método seguro, eficaz e de longa duração.
IMPLANTAÇÃO DO GRUPO DE LIAN GONG E AURICULOTERAPIA EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMILIA, CAMAÇARI-BA
Pôster Eletrônico
1
2 UFBA
Período de Realização
Maio de 2024 até o presente momento.
Objeto da experiência
A formação dos profissionais nas Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) e a ampliação das formas de cuidado na Saúde da Família
Objetivos
Relatar a experiência de formação dos profissionais de saúde e implantação de um grupo de Lian Gong e Auriculoterapia em uma Unidade de Saúde da Família em Camaçari-BA
Descrição da experiência
Ao longo dos meses de implantação, foram realizadas ações de educação permanente com a equipe da USF Gleba E, abordando os fundamentos das Práticas Integrativas e Complementares (PICS). A partir da adesão dos profissionais, foram estruturadas agendas semanais com sessões de Lian Gong em grupo e atendimentos individuais de Auriculoterapia, integrando essas práticas à rotina da atenção primária.
Resultados
A partir da implantação do grupo de Auriculoterapia e de Lian Gong na USF Gleba E, está sendo ampliada a oferta de cuidado em saúde com práticas não farmacológicas, com melhora na adesão dos usuários e acolhimento às queixas relacionadas à dor, ansiedade e tensões musculares. A equipe demonstrou maior engajamento com a proposta, e os usuários relataram melhora na qualidade de vida e no vínculo com a unidade.
Aprendizado e análise crítica
Ao ter o apoio dos gestores quanto à formação de profissionais de saúde nas PICS é possível organizar o processo de trabalho a fim de ampliar a oferta de serviços e proporcionar um cuidado em saúde mais integral. Embora os atendimentos dos profissionais de saúde sejam ainda pautados em atendimentos individuais baseados na medicina ocidental, já existe interesse dos trabalhadores da saúde em ofertar o cuidado a partir das PICS a partir de atividades coletivas e garantia de de agendas para essas práticas.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a partir da formação e qualificação dos trabalhadores de saúde quanto às PICS e do incentivo dos gestores é possível ampliar os serviços ofertados na Saúde da Família e tornar o cuidado dos usuários mais integral.
CARIOCA EM TERRAS CARUARUENSES: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DAS VIVÊNCIAS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA ZONA RURAL
Pôster Eletrônico
1 UFRJ
Período de Realização
Experiência realizada durante o mês de outubro de 2024
Objeto da experiência
Atuação e organização de equipe de saúde em atenção primária em uma unidade básica de saúde localizada em zona rural
Objetivos
Analisar as especificidades/desafios da produção do cuidado, descrever as características do campo (estrutura das unidades de saúde, modelo das equipes, população adscrita) e as atividades produzidas em uma unidade de saúde no contexto rural do município de Caruaru
Metodologia
A experiência do estágio ocorre desde a observação da rotina dos profissionais para chegada local de trabalho até o acompanhamento e participação no funcionamento da unidade, onde foram presenciados atendimentos individuais, visitas domiciliares e atividades coletivas em unidade básica de saúde localizada na zona rural do município de Caruaru. Tais vivências e diálogos com os profissionais e usuários da unidade foram registradas em diário de campo para posterior análise
Resultados
A prestação de cuidados em saúde na zona rural apresentou inúmeras especificidades dentre elas: a grande extensão territorial; a existência de diferentes barreiras de acesso; a adaptação de construções já existentes como unidade de saúde; o horário de funcionamento diferenciado; a visão uniprofissional na oferta de cuidado; a falta de colaboratividade dos agentes comunitários de saúde.
Análise Crítica
Tendo em vista as dimensões geográficas, seria interessante uma organização de agenda de atendimentos que priorizasse atividades em território. Quanto às construções adaptadas, como ausência de sala de curativos, propiciam um aumento de gasto de materiais. A redução no horário de funcionamento, A visão uniprofissional e a falta de colaboratividade dos agentes comunitários de saúde reduz o vínculo com a comunidade e impacta diretamente na quantidade e qualidade da assistência prestada a população
Conclusões e/ou Recomendações
Conhecer a realidade da APS em outros contextos territoriais é significativo para observar a importância do condicionamento do cuidado às necessidades da população adscrita e os diferentes arranjos profissionais. Portanto, este estudo contribui para instigar a ampliação do olhar do residente em saúde da família a desafiar-se em outros contextos de inserção da APS
DIÁLOGO E PROTAGONISMO JUVENIL: RODA DE CONVERSA A PARTIR DE CURIOSIDADES COMO ESTRATÉGIA DE ESCUTA E VÍNCULO NO PSE
Pôster Eletrônico
1 ENSP/Fiocruz
Período de Realização
junho de 2025
Objeto da experiência
Alunos de uma escola estadual do municipio do rio de janeiro
Objetivos
Compartilhar a experiência de uma atividade de promoção à saúde no Programa de Saúde na Escola.
Descrição da experiência
Com escuta qualificada e estímulo ao protagonismo juvenil, a atividade visou fortalecer o vínculo entre os residentes e os adolescentes. A dinâmica convidou os alunos a escreverem curiosidades sobre si em papéis, que foram trocados entre os participantes ao som de música. A cada pausa da música, os estudantes e profissionais trocavam os papéis entre si e, após três trocas, houve um momento descontraído de apresentação e integração.
Resultados
O envolvimento dos estudantes foi expressivo. Participaram ativamente da dinâmica, demonstraram interesse em futuros encontros e contribuíram com sugestões de temas. A experiência favoreceu a criação de um ambiente acolhedor, reforçando a confiança e a aproximação entre ambos os grupos. A roda de conversa mostrou-se uma ferramenta eficaz para iniciar o diálogo sobre saúde de forma sensível e participativa.
Aprendizado e análise crítica
A atividade reforçou a importância de estratégias que promovam a escuta e o vínculo no trabalho com adolescentes. A utilização de abordagens lúdicas e horizontais contribuiu para a construção de relações de confiança, fundamentais para o cuidado em saúde. A experiência permitiu que os jovens se sentissem à vontade para compartilhar vivências e refletir sobre questões do cotidiano.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui‑se que a articulação entre saúde e educação é fundamental para o bem‑estar dos adolescentes. A inserção de rodas de conversa no PSE revelou‑se prática eficaz para fortalecer a cidadania e estimular a participação ativa dos jovens no cuidado de si e dos outros. Evidencia-se, assim, a necessidade de garantir a continuidade e ampliação dessa estratégia nas escolas, com apoio de equipes interdisciplinares e articulação intersetorial.
ATENÇÃO PRIMÁRIA EM AÇÃO: A EXPERIÊNCIA CUBANA EM SAÚDE COLETIVA
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Brasília
Período de Realização
O Estágio Internacional e Multiprofissional ocorreu no período de 17 a 29 de maio de 2024.
Objeto da experiência
Trata-se de um relato de experiência acerca de um estágio internacional para conhecimento teórico-prático do sistema de saúde pública de Cuba.
Objetivos
O presente estudo tem por finalidade descrever e analisar a experiência do Estágio Internacional e Multiprofissional da Fiocruz, cujo objetivo principal foi o aprofundamento do conhecimento acerca do Sistema Nacional de Saúde Pública de Cuba.
Metodologia
O estágio foi viabilizado por meio da parceria entre a Fiocruz e o Ministério da Saúde Pública de Cuba, por meio da Escola Nacional de Saúde Pública, e mobilizada pela Coordenação Geral de Residências da Fiocruz. Integrando a Fiocruz Brasília, o Instituto Aggeu Magalhães e o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, participaram 3 preceptores e 14 residentes. Este estudo contempla a perspectiva de uma integrante do Programa Multiprofissional de Atenção Básica da Fiocruz Brasília.
Resultados
Foram visitados 12 unidades, focando na APS. O sistema tem 3 níveis administrativos, baseando-se em: medicina social, acessibilidade, prevenção, inovação científica, participação comunitária e cooperação internacional. Refere-se destaque a centralidade de ações de Promoção da saúde que além de prover qualidade de vida, demonstrou custo-efetividade nos investimento em saúde. O modelo de acompanhamento baseado em solidariedade, resolutividade e a medicina preventiva são marcas vigentes do sistema.
Análise Crítica
O funcionamento e estrutura do sistema a partir da colaboração integrada e intersetorial, embora seja um grande desafio, é uma ferramenta de logística importante. No entanto, o sistema de saúde enfrenta desafios para garantir sua sustentabilidade, apesar dos esforços para melhorar a qualidade dos serviços. Foi identificada pouca problematização do racismo e da violência como fatores determinantes e estruturais na saúde, na ocasião foram referidos avanços nos processos de trabalho no Brasil.
Conclusões e/ou Recomendações
O estágio foi inovação para as pós-graduações do modelo lato-sensu por ofertar o 1ª estágio multiprofissional integrado entre unidades Fiocruz. A ação incorporou distintos núcleos de atuação em saúde, além de promover o fortalecimento do Sistema Único da Saúde através de experiências que discutem de forma crítico-reflexivo em formatos de formação teórico-prático modelos, políticas, e serviços públicos em saúde.
OS CECCOS COMO UM PONTO ESTRATÉGICO DA RAPS: REFLEXÕES SOBRE A SAÚDE MENTAL NA APS
Pôster Eletrônico
1 UNICAMP
Período de Realização
As atividades foram realizadas no decorrer de 2025
Objeto da experiência
A prática de residentes inseridos em Centros de Convivência e Cooperativas em um programa de residência multiprofissional de uma cidade metropolitana
Objetivos
Apresentar a construção de oficinas convivência como dispositivos de cuidado em saúde na atenção básica
Refletir sobre a atuação de profissionais residentes na construção de dispositivos de convivência em articulação intersetorial com equipamentos da saúde, educação e assistência social
Descrição da experiência
Os Centros de Cooperação e Convivência são equipamentos da Atenção Primária à Saúde estratégicos na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Ao serem inseridos nos Ceccos, os residentes passaram a integrar como facilitadores as oficinas e grupos já existentes, destaca-se a participação em grupos de música, oficinas de pintura e interlocução com coletivos da cultura.
Resultados
Os efeitos práticos da inserção das residentes no Cecco se dão pela sustentação de espaços grupais dentro da sede de cada unidade, mas também pela articulação de rede e construção de ações conjuntas com Centros de Saúde, Centros de atenção psicossocial das três modalidades, centros de cultura e escolas. Adotam-se estruturas grupais e abertas, e as atividades desenvolvidas podem abranger aspectos corporais, expressivos, informativos ou estéticos.
Aprendizado e análise crítica
A clínica dos Ceccos se faz na ativação de experiências que permeiam o desejo, o afeto e a narrativa da própria vida. Percebe-se o efeito terapêutico da coletividade através da convivência em diversas atividades, de modo que amontoados de pessoas podem criar uma grupalidade, amenizando os sentimentos de solidão e proporcionando o restabelecimento de funções sociais no cotidiano dos indivíduos. Enfatiza-se a convivência também como um direito exercido entre pessoas heterogêneas.
Conclusões e/ou Recomendações
Os Ceccos operam como espaços abertos à comunidade, ampliando a participação social e promovendo práticas de cuidado pautadas na escuta, no acolhimento e no respeito às singularidades. A experiência dos residentes no segundo ano de residência nesses dispositivos indica como estes são essenciais na consolidação da Reforma Psiquiátrica brasileira e na efetivação de uma política pública de saúde mental humanizada e territorializada.
CURSO AUTOINSTRUCIONAL EM SAÚDE DIGITAL: AMPLIAÇÃO E FORTALECIMENTO DE AÇÕES DE SAÚDE MENTAL PELAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA COM SUPORTE ESPECIALIZADO
Pôster Eletrônico
1 UNIFESP/BS
2 UNIFESP/EPE
Período de Realização
O curso está em andamento e seu delineamento teve início em outubro de 2024.
Objeto da experiência
Curso autoinstrutivo com ênfase em saúde mental na atenção básica com suporte especializado em parceria com o Núcleo de Saúde Digital/UNIFESP
Objetivos
Fortalecer as ações de saúde mental em serviços de atenção primária à saúde por meio de oferta de recursos epistemológicos e práticos para trabalhadores com ênfase na construção de planos de cuidados territoriais para pessoas que vivenciam transtornos mentais comuns com recursos de saúde digital.
Metodologia
Implementação de cuidados em saúde mental com estratégia de cuidado territorial a partir da Atenção Básica reduzindo barreiras de acesso aos cuidados e também das vulnerabilizações vivenciadas pela pessoa em sofrimento psíquico. A saúde digital é mecanismo de capilarização e suporte aos cuidados, fortalecendo a Atenção Básica com suporte especializado aos trabalhadores para qualificação diagnóstica e intervenções comunitárias não medicalizantes com ênfase na promoção da saúde mental.
Resultados
O cuidado se inicia no território e contexto do sujeito, uma vez que o sofrimento psíquico é construído no corpo social. Assim são apresentados percursos formativos com uso de textos, e-book, podcast, videoaula, slide de apresentações, infográficos, atividade avaliativa reflexiva com feedback: quiz, questionário, exercício prático, simulações, jogos, mapas mentais interativos, caça-palavras, jogo da memória. Recursos e estratégias interativas foram elaborados exclusivamente para este fim
Análise Crítica
O curso se articula a um conjunto de iniciativas do Núcleo de Saúde Digital com vistas a ampliar a resolutividade e qualidade do atendimento em saúde mental pelas equipes de da atenção primária com suporte especializado. Utiliza diferentes recursos digitais facilitadores do cuidado do sofrimento psíquico territorial garantindo acolhimento, promoção de saúde mental e redução de agravos. Desafios de inclusão digital que se impõem, demanda acompanhar o uso das estratégias levantadas pelo curso
Conclusões e/ou Recomendações
Há ampla gama de recursos audiovisuais facilitadores de o acesso à saúde mental, embora não garanta. Por isso, é necessário que esta proposta se mantenha articulada a espaços de apoio ao trabalhador em que ele possa apresentar situações e refletir sobre ações de promoção de saúde nos territórios e planos de cuidado de modo que os instrumentos da saúde digital permitam manter o trabalho vivo em rede integrada que possibilite novos processos inventivos.
VIVÊNCIAS E DESAFIOS DE IDOSOS NA CONDUÇÃO DA INSULINOTERAPIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA A PARTIR DE UM ESTUDO PILOTO NO CEARÁ
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Ceará
2 Fundação Oswaldo Cruz Ceará
Período de Realização
Outubro de 2023 a Junho de 2024
Objeto da experiência
As dificuldades observadas em idosos acompanhados na Atenção Primária à Saúde na condução da insulinoterapia.
Objetivos
Relatar as vivências e desafios enfrentadas por idosos na condução da insulinoterapia na Atenção Primária à Saúde em Fortaleza-CE.
Metodologia
Foram observados as vivências e desafios enfrentados por idosos no processo de insulinoterapia em duas unidades de Atenção Primária à Saúde da cidade de Fortaleza-Ceará, para a identificação dos principais desafios enfrentados por eles, a partir do recorte de um estudo piloto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, sob o número 6.216.755.
Resultados
Durante o acompanhamento de idosos em tratamento com insulinoterapia na Atenção Primária à Saúde, foi observada a confusão entre os tipos de insulina, dificuldade no manuseio da caneta e na visualização da dose a ser administrada, ocorrência de hematomas, dor e sensibilidade nas áreas de aplicação, insegurança, ansiedade e medo como as principais dificuldades encontradas. Essas vivências revelaram tanto dificuldades técnicas quanto emocionais, que se entrelaçam no cotidiano desses pacientes.
Análise Crítica
Após a observação das diversas dificuldades enfrentas pelos pacientes, algo que se manifestou de forma enfática foi a expectativa de melhor qualidade de vida e maior segurança na condução da insulinoterapia, de forma a conseguir adequar as ações de saúde necessárias para a manutenção do controle glicêmico, porém com a possibilidade de realizar as atividades de vida diária e lazer.
Conclusões e/ou Recomendações
Percebeu-se que o manejo da insulinoterapia vai muito além do contexto clínico, pois abrange questões emocionais e de convivência em comunidade.
Principalmente no tangente à Atenção Primária à Saúde, por ter como principal característica a maior proximidade com a comunidade, tornando-se um veículo influente no compartilhamento de ações de promoção da saúde e prevenção de agravos.
PACIENTES COM TUBERCULOSE ATENDIDOS EM CONSULTÓRIO NA RUA SOB GESTÃO DE UMA ORGANIZAÇÃO SOCIAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 Instituto Cisne de Ensino e Pesquisa em Saúde/ICEPES
Período de Realização
O relato abrange os atendimentos realizados de janeiro a dezembro de 2024.
Objeto da experiência
Descrição dos casos de tuberculose nos pacientes atendidos pelas equipes de Consultório na Rua (CR) em Fortaleza, Ceará
Objetivos
Descrever o perfil de usuários atendidos por equipes de Consultório na Rua (CR)
Descrição da experiência
O programa Consultório na Rua é composto por equipes multiprofissionais que desenvolvem suas atividades de forma itinerante e, quando necessário, realizam ações em parceria com as equipes das unidades de atenção primária à saúde. No município de Fortaleza, seis equipes de CnR são gerenciadas por uma OSS, as quais abrangem os territórios das seis regionais de saúde, sendo compostas por profissionais médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e agentes sociais.
Resultados
Durante o ano de 2024 foram atendidos 58 usuários diagnosticados com tuberculose. Todas as equipes registraram atendimentos desta patologia, dentre as quais uma equipe registrou 25 diagnósticos. Outros agravos observados foram os transtornos mentais e comportamentais, que somaram 16 atendimentos.
Aprendizado e análise crítica
A identificação de usuários com tuberculose é útil para se trabalhar a terapêutica adequada, contribuindo para se evitar a disseminação da doença no território.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência evidencia a importância das equipes de Consultório na Rua na identificação e cuidado de usuários com tuberculose, reforçando o papel das abordagens itinerantes e intersetoriais na atenção integral à saúde da população em situação de vulnerabilidade. A presença ativa nos territórios e a integração com a atenção primária reforçam o cuidado integral e contribuem para o controle da doença.
DESAFIOS NA ADESÃO AO SERVIÇO DE SAÚDE DIGITAL
Pôster Eletrônico
1 UFPA
2 SESMA
3 UEPA
4 CESUPA
5 SESPA
Período de Realização
Novembro de 2024 a Janeiro de 2025
Objeto da experiência
Usuários da Atenção Primária à Saúde na adesão ao serviço Saúde Belém Digital no município de Belém.
Objetivos
Relatar a experiência dos assistentes do projeto Saúde Belém Digital na divulgação do serviço e percepção das experiencias dos usuários.
Metodologia
Os assistente do projeto faziam visitas programadas e ações em unidades de saúde do município de Beĺem para divulgar a plataforma de serviços de saúde digital que contava com equipe multidisciplinar realizando atendimentos primários tais como consulta com médico clínico geral, nutricionista, educador físico e psicólogo. A divulgação era feita por meio de abordagem individual ou coletiva, panfletagem e demonstração do serviço.
Resultados
Os desafios encontrados foram o desconhecimento da população quanto a possibilidade do atendimento virtual, em que muitos suspeitavam da veracidade deste, ou não sabiam que era uma realidade em ascenção. Percebeu-se que grande parte dos usuários possui baixo letramento digital, deconhecendo o uso de serviços digitais. Por outro lado, é notório a precariedade de conexões de internet na região Norte o que prejudica na adesão do serviço.
Análise Crítica
Esta experiência permitiu perceber que para o avanços das tecnologias em saúde e serviços digitais é necessário avistar investimentos de infraestrutura tecnológica na região, como melhoria da conectividade e computadores nas unidades de saúde, além de capacitação de profissionais e usuários com vista a melhoria do índice de lettramento digital.
Conclusões e/ou Recomendações
O avanço de serviços digitais na saúde pode possibilitar maior acessibilidade, bem como ser suporte para os atendimentos presenciais, auxiliando a reduzir fluxos nas unidades de saúde por causas que podem ser resolvidas com orientações no campo virtual. Ademais integrar o serviço presencial, sobretudo, a Atenção Primária à Saúde permite um melhor acompanhamento do usuário e garantia de serviços de qualidade e com segurança.
A IMPORTÂNCIA DO GRUPO DE APOIO CONTRA O TABAGISMO NA APS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 UNIR
2 UNISL
Período de Realização
Março de 2024 a junho de 2025
Objeto da experiência
Estimular a cessação do tabagismo por meio de grupo de apoio, promovendo mudanças de vida e cuidado integral na atenção primária.
Objetivos
Promover o abandono do tabagismo por meio de suporte coletivo, escuta qualificada e estratégias educativas; fortalecer vínculos, reduzir agravos relacionados ao uso crônico de tabaco e ampliar o cuidado integral na atenção primária à saúde.
Descrição da experiência
A UBS desenvolveu grupo de apoio à cessação do tabagismo com encontros baseados no manual do INCA. Um casal idoso participou ativamente: ela utilizou adesivo e bupropiona; ele não usou fármacos por alergia. O grupo seguiu metodologia educativa, com rodas de conversa, escuta ativa e vínculo com os participantes.
Resultados
Ambos cessaram o uso do tabaco, reduziram a ansiedade e o consumo de cafeína. Relataram melhora no relacionamento e qualidade de vida. Economizaram cerca de mil reais por mês, trocaram de carro e viajaram. O grupo se mostrou efetivo como ferramenta de mudança e cuidado ampliado na APS.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que grupos de apoio são potentes ferramentas terapêuticas. O acolhimento, escuta ativa e vínculo fortaleceram a adesão. A abordagem individualizada e a construção coletiva do cuidado foram essenciais. O caso reforça a importância de espaços contínuos e humanizados na APS.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a replicação da experiência, com garantia de recursos, adesão voluntária e capacitação das equipes. Grupos como este ampliam o cuidado além do biomédico, promovendo transformação social e vínculos duradouros, reafirmando o papel estratégico da APS no combate ao tabagismo.
PROJETO VIDA ATIVA NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE: FERRAMENTA DE PROMOÇÃO DE SAÚDE NA ZONA RURAL DE CRATO, CE
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde
2 Secretaria Municipal de Saúde de Crato
Período de Realização
Maio de 2023 a Maio de 2024.
Objeto da experiência
Incentivo à prática regular de atividade física como parte integrante da rotina das mulheres residentes na zona rural do município de Crato.
Objetivos
Desenvolver ações de práticas corporais e atividades físicas para mulheres da zona rural, visando prevenção de doenças crônicas, melhoria da qualidade de vida, redução do risco de complicações de saúde, além de promover interações sociais saudáveis, contribuindo para a saúde mental.
Descrição da experiência
As atividades ocorriam em três áreas adscritas rurais de Estratégia Saúde da Família. As sessões, ministradas por profissional de Educação Física, eram divididas em três momentos. Primeiro, atividades de aquecimento e alongamentos. Depois, exercícios cardiorrespiratórios e neuromotores. E por fim, atividades de relaxamento. Eram respeitadas as individualidades, considerando os grupos heterogêneos e com diferentes níveis de riscos.
Resultados
Após 12 meses de implementação do projeto, observou-se impacto dessa iniciativa na vida das participantes, onde a maioria reconhece os efeitos da atividade física regular em relação aos aspectos físicos, como na melhoria da resistência, redução das dores, controle de pressão arterial, aumento da força muscular, mas também em relação aos aspectos psicológicos e sociais, com promoção da socialização das mesmas e da saúde mental.
Aprendizado e análise crítica
O Projeto “Vida Ativa na Unidade Básica de Saúde” é uma estratégia valiosa para a promoção da saúde e prevenção de doenças. Sua capacidade de influenciar as mulheres a adotarem um estilo de vida ativo melhora significativamente sua qualidade de vida e bem-estar geral. Além disso, a estratégia fortalece a Atenção Primária à Saúde, contribuindo no desenvolvimento de ações para a prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde e a consolidação dos princípios do Sistema Único de Saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Ressalta-se, portanto, a importância das práticas corporais para melhoria da saúde da população, além dos aspectos sociais, culturais e ambientais.
Desse modo, recomenda-se a continuidade do projeto e a disseminação do mesmo nos demais territórios do município, bem como outros municípios possam adaptar o projeto de acordo com suas realidades, para fortalecimento da promoção da saúde e consequentemente, melhoria da qualidade de vida da população.
IMPLEMENTAÇÃO DE FLUXO EM SAÚDE MENTAL NA APS: CAMINHOS E DESAFIOS DE UMA PSICÓLOGA DA EMULTI
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal de Campinas
Período de Realização
A experiência iniciou em Junho de 2023 até o presente momento.
Objeto da experiência
Trata-se da experiência em uma eMulti que realiza a cobertura de 2 UBS e 7 equipes de Saúde da Família com população em torno de 30 mil habitantes.
Objetivos
Analisar a implementação do fluxo para o atendimento em saúde mental em duas UBS, levando em conta as estratégias utilizadas para efetivar o cuidado compartilhado e melhorar o acesso às ofertas em saúde mental pela população.
Descrição da experiência
Através de educação permanente em reunião geral, implementamos um fluxo e um roteiro para o acolhimento em saúde mental nas unidades. Construímos um documento norteador com base em protocolos de classificação de risco em saúde mental com o objetivo de apoiar as eSF na identificação dos casos e na estratificação de risco, bem como orientar as possibilidades de ofertas de cuidado para as diversas fases do desenvolvimento (crianças, adolescentes, adultos e idosos).
Resultados
A partir desse fluxo, os grupos de crianças já existentes foram reorganizados e também outros grupos foram criados (grupo de adolescentes e de adultos). Casos identificados como leves têm sido direcionados, principalmente, aos grupos após avaliação da eSF de referência com pactuação de retornos. Os casos moderados e graves têm sido prioritários nas discussões para construção de PTS que podem incluir cuidado compartilhado, individualizado, grupos e articulações em rede intra e intersetorial.
Aprendizado e análise crítica
A efetivação do fluxo contribuiu para a melhor utilização dos recursos pelas eSF diminuindo os encaminhamentos para atendimento individual de forma indiscriminada. Observamos que houve melhora no acesso ao cuidado em saúde mental, principalmente após a implementação do grupo de saúde mental para adultos. Além do aumento da capacidade das eSF em realizar avaliações de casos prioritários para acompanhamento pela especialista sem deixar de fortalecer os espaços coletivos na APS.
Conclusões e/ou Recomendações
O atual cenário da APS apresenta-se centrado em agendas individuais e com escassez de ações de promoção e prevenção. Tendo em vista o aumento da demanda em saúde mental, da violência e da vulnerabilidade social, a efetivação do cuidado longitudinal e interprofissional tem sido um desafio. Uma das condições para garantir as ofertas e acesso à saúde mental na APS é a adequação do dimensionamento populacional.
TÁ LIGADA? REFLEXÕES A RESPEITO DO ACESSO À LAQUEADURA TUBÁRIA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO APÓS A IMPLEMENTAÇÃO DA LEI Nº 14.443/2022
Pôster Eletrônico
1 IFF-Fiocruz/SMS-Rio
Período de Realização
De 2023 até 2025 (atual).
Objeto da experiência
Análise do encaminhamento para laqueadura no SUS do Rio após a Lei 14.443/22, com foco nos fluxos, na demanda e nas iniquidades territoriais.
Objetivos
Refletir sobre os efeitos da implementação da Lei nº 14.443/2022 nos fluxos de encaminhamento para laqueadura no SUS do Rio, analisando como a organização da demanda expressa permanências e desafios na garantia dos direitos reprodutivos e nas iniquidades territoriais.
Descrição da experiência
A promulgação da Lei nº 14.443/2022 resultou em mudanças nos fluxos de encaminhamento para laqueadura no SUS do Rio. A análise combinou a observação dos fluxos na atenção primária, navegação no Portal da Transparência do SISREG e dados do SISAB, buscando compreender como a rede organizou a demanda crescente e como se expressam as iniquidades territoriais no processo.
Resultados
A mudança na legislação foi seguida de um aumento expressivo na demanda por laqueadura na rede do Rio, com aumento da oferta de vagas para o procedimento em resposta. Persistem desigualdades territoriais, com maior demanda nas zonas Norte e Oeste. A laqueadura segue ocupando um lugar central no planejamento reprodutivo, apesar do investimento nos métodos LARC e na esterilização masculina.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidencia o impacto da mudança da lei do planejamento familiar na ampliação do acesso a autonomia reprodutiva. Ao mesmo tempo, evidencia os limites de um planejamento reprodutivo ainda centrado nas mulheres e atravessado por desigualdades sociais e territoriais. O aumento da oferta de métodos reflete avanços, mas também aponta desafios persistentes na garantia dos direitos reprodutivos.
Conclusões e/ou Recomendações
É necessário manter investimentos na oferta diversificada de contraceptivos, inclusive métodos reversíveis de longa duração. Entretanto, a garantia dos direitos sexuais e reprodutivos também demanda a ampliação de ações de educação em saúde e do enfrentamento às desigualdades sociais, atravessadas pelas iniquidades de gênero, raciais e territoriais.
UNIVERSO CRIATIVO: ARTE, ACOLHIMENTO E PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL DE ADOLESCENTES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 CASSI
2 Fiocruz Brasília
Período de Realização
Março a junho de 2025, com encontros mensais de duas horas, voltados a adolescentes de 12 a 17 anos.
Objeto da experiência
Grupo de adolescentes da APS com foco em saúde mental, arte, vínculo, acolhimento e expressão na adolescência.
Objetivos
Promover saúde mental, acolher e fortalecer vínculos com adolescentes na APS; fomentar protagonismo, autocuidado, autoconhecimento e expressão criativa; criar espaço de apoio, socialização e lazer; estimular hábitos saudáveis e consciência social.
Descrição da experiência
O grupo “Universo Criativo” foi realizado mensalmente entre março e junho de 2025 na APS da saúde suplementar do Distrito Federal, com adolescentes de 12 a 17 anos. Os encontros, de duas horas, foram conduzidos por psicóloga, nutricionista e assistente social. Utilizou-se a arte como meio para expressão de afetos, fortalecimento de vínculos e promoção de saúde mental. As atividades incluíram oficinas artísticas, rodas de conversa, dinâmicas de grupo e momentos de socialização e lazer.
Resultados
Os encontros promoveram vínculo, escuta e expressão dos adolescentes, que demonstraram grande adesão e envolvimento. Houve melhora na interação social, reconhecimento de emoções e fortalecimento do cuidado de si. A arte facilitou o diálogo e a reflexão sobre saúde e cotidiano. A avaliação positiva do grupo reforçou o desejo de continuidade e maior periodicidade.
Aprendizado e análise crítica
A experiência reafirma a importância de espaços acolhedores na APS voltados à adolescência. A arte mostrou-se uma ferramenta potente na mediação de conflitos, fortalecimento de identidade e construção de vínculos. O desafio é ampliar o acesso, garantir continuidade e maior integração com redes de apoio e políticas públicas voltadas à juventude.
Conclusões e/ou Recomendações
Grupos como o “Universo Criativo” ampliam o cuidado em saúde na APS, especialmente na adolescência. Recomendam-se ações contínuas, com escuta ativa, estímulo à expressão artística e criação de espaços seguros. A intersetorialidade e o protagonismo juvenil são fundamentais para fortalecer a promoção da saúde mental nesse ciclo da vida.
A LITERATURA DE CORDEL E A POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA: ARTE E FORMAÇÃO EM SAÚDE DE BRAÇOS DADOS.
Pôster Eletrônico
1 Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Período de Realização
Março de 2025, durante as atividades preparatórias para o Estágio Curricular Supervisionado em Enfermagem.
Objeto da produção
Produção de Cordel para discussão da Política Nacional de Atenção Básica em oficina preparatória para Estágio Curricular Supervisionado em Enfermagem.
Objetivos
Utilização de Cordel para embasar a discussão sobre a Política Nacional de Atenção Básica, como forma de promover o conhecimento participativo, crítico e reflexivo de discentes de enfermagem através da arte e da cultura popular.
Descrição da produção
Utilizando a arte popular, os discentes organizadores da oficina produziram e apresentaram um Cordel autoral que trouxe, de forma crítica e poética os princípios, diretrizes e desafios da atenção básica. O Cordel estruturou-se com ênfase nos princípios e diretrizes, a composição e formação da equipe, atuação profissional e mudanças da PNAB nos últimos anos. Os participantes da oficina precisavam, a partir de cada verso, descobrir sobre qual tópico da PNAB o cordel se referia.
Resultados
Seja de onde for, seja quem for, te acolho de braços abertos, sem distinção de cor. Olho para cada um do jeito que precisa, e garanto um cuidado que não improvisa. Não sou uma visita rápida, sou um compromisso, eu sempre te acompanho, sem desperdício. Eu construo um vínculo para cuidar melhor de mim mesmo, E com o tempo, minha atenção fica ainda maior. Juntos, trabalhamos para servi-los, do cuidado ao cuidado, você pode escolher. Há também um médico, enfermeiro e técnico. E o ACS conhece o bairro como ninguém.
Análise crítica da produção
A experiência do uso do Cordel para construção do conhecimento, trouxe leveza ao conteúdo da PNAB, propiciando trabalho coletivo e revelou-se uma mediação potente ao articular dimensões cognitivas, afetivas e culturais. Ao valorizar a cultura nordestina, o cordel ultrapassa a rigidez das abordagens tradicionais e demonstra a relevância de práticas educativas que promovam a articulação entre cultura, política e saúde na formação em enfermagem.
Considerações finais
A atividade evidenciou o potencial do uso de metodologias lúdicas e culturais, como o cordel, no ensino das políticas públicas de saúde, promovendo engajamento, pensamento crítico e formação sensível dos estudantes para a atuação no SUS. A experiência reforça a importância da criatividade e da coletividade na construção do conhecimento em saúde, e da valorização da arte nordestina.
ENTRE GUERRA E CUIDADO: O TERRITÓRIO DE MANGUINHOS NA PERSPECTIVA DE UMA RESIDENTE EM SAÚDE COLETIVA
Pôster Eletrônico
1 UFF
Período de Realização
Dezembro de 2024 a fevereiro de 2025.
Objeto da produção
Vídeo-performance baseada na vivência de uma residente em Saúde Coletiva na APS, em território periférico do Rio de Janeiro.
Objetivos
Relatar, em linguagem audiovisual, a vivência de uma residente na APS de Manguinhos, expondo os desafios do cuidado em um território marcado por desigualdades, violência e negligência, valorizando o SUS como prática ética, política e afetiva diante das adversidades.
Descrição da produção
A obra consiste em uma vídeo-performance, com duração aproximada de três minutos. O material audiovisual combina registros autorais realizados no território com uma narrativa original, construída a partir das vivências da autora no cotidiano da APS, enquanto enfermeira, partindo de um olhar sensível e crítico. A composição sonora mescla ruídos urbanos e fragmentos poéticos que reforçam as tensões entre precariedade e potência, medo e compromisso ético com a vida.
Resultados
Análise crítica da produção
A proposta rompe com o formato tradicional da produção científica ao adotar uma linguagem artística sensível e insurgente, que desafia as formas hegemônicas de comunicação em saúde. Revela a conexão entre cuidado e denúncia, mostrando a APS em contextos sociais complexos e violadores de direitos. A obra promove reflexão crítica sobre o modelo tecnocrático e biomédico, questionando seus limites para o cuidado em Saúde Coletiva.
Considerações finais
A vídeo-performance reafirma a importância das linguagens artísticas na produção e comunicação do conhecimento em Saúde Coletiva. A partir de uma vivência situada, propõe uma leitura humanizada e crítica da atuação em territórios marcados por desigualdade e violência. A obra valoriza o SUS como espaço de resistência e destaca o cuidado como ato ético, corajoso e afetivo, mesmo diante da exclusão e abandono.
ATENÇÃO PRIMÁRIA ORIENTADA PARA COMUNIDADE: HISTÓRIA GLOBAL E LOCAL
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde
Período de Realização
Parte da tese realizada durante os anos de 2018 à 2024.
Objeto da produção
Analisar a abordagem comunitária na Estratégia de Saúde da Família (ESF) à luz do modelo teórico da Atenção Primária Orientada para a Comunidade (APOC).
Objetivos
Produzir e analisar a linha do tempo da APS a nível global e local relacionado à transição de sistemas centrados em hospitais para a atenção primária e orientação comunitária;
Descrição da produção
Pesquisa documental e revisão narrativa abarcaram o recorte temporal de 1910 a 2020, utilizando as seguintes temáticas: atributos da APS; o conceito de APS na Declaração de Alma-Ata; e a APOC. Os documentos foram analisados por meio de análise de conteúdo, nos moldes do proposto por Bardin (2011), o que permitiu encontrar um quadro teórico composto por três eixos: Atributos da APS em Alma-Ata (OMS, 1978), Atributos da APS (STARFIELD, 2002) os princípios e práticas da APOC.
Resultados
Análise crítica da produção
O infográfico “Linha do tempo da APS” é uma estratégia pedagógica eficaz que articula texto e imagem para facilitar a compreensão de processos históricos e políticos da APS e da APOC. Produzido no Canva, destaca marcos como Alma-Ata, SUS e ESF, além de trazer experiências pouco hegemônicas, como a dos feldshers na Rússia, ampliando o olhar sobre a transição de modelos biomédicos para abordagens comunitárias.
Considerações finais
A abordagem da APOC trata-se de uma inovação ao passo que é pouco abordado. O infográfico apresenta-se como uma ferramenta didática e crítica com grande potencial para a formação em saúde, especialmente por promover o diálogo entre história, teoria e prática da APOC. Sua qualidade está na articulação entre a produção acadêmica e a linguagem visual acessível, o que possibilita ampliar o alcance do conhecimento sobre a APS e sua orientação comunitária.
IMPLEMENTAÇÃO DO PACK FLORIANÓPOLIS E ALINHAMENTO AOS PROTOCOLOS DE ENFERMAGEM COMO ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DA APS
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis
Período de Realização
Dezembro de 2023 a março de 2025
Objeto da produção
Integração do guia clínico PACK aos Protocolos de Enfermagem de Florianópolis, com foco na qualificação do cuidado e protagonismo da Enfermagem na APS.
Objetivos
Qualificar o cuidado na APS por meio da implementação do PACK Florianópolis, promovendo alinhamento com os Protocolos de Enfermagem locais. Fortalecer o protagonismo da Enfermagem como liderança clínica e assegurar práticas mais seguras, resolutivas e baseadas em evidências.
Descrição da produção
A implementação do PACK seguiu modelo em cascata, com Treinadores Locais capacitando profissionais da APS. Em 2023, adotou-se uma Estratégia de Treinamento Híbrida. A avaliação ocorreu por estudo transversal com questionário (escala Likert 1–5) aplicado entre dez/2023 e mar/2025, abordando cinco domínios: Aspectos Gerais do Treinamento, Organização e Estrutura, Estratégia Híbrida, Impacto na Prática Clínica e Participação e Motivação.
Resultados
No módulo 1, o domínio "Impacto na Prática Clínica" obteve média de 4,72, evidenciando o uso efetivo do PACK aliado aos Protocolos de Enfermagem. "Organização e Estrutura" alcançou média de 4,64, destacando a qualidade da formação dos Treinadores Locais. No módulo 2, os resultados mantiveram padrão elevado: 4,75 para o impacto na prática e 4,7 para estrutura organizacional. Os demais domínios também confirmaram a aceitação da metodologia híbrida e a efetividade do alinhamento PACK–protocolos.
Análise crítica e impactos da produção
A integração entre PACK e Protocolos de Enfermagem qualificou a APS em Florianópolis, fortalecendo a Enfermagem como liderança técnica, ampliando a autonomia clínica e promovendo padronização do cuidado. A Estratégia Híbrida ampliou o alcance e a flexibilidade da formação, com alta satisfação. O alinhamento entre guia e protocolos favoreceu o compartilhamento de tarefas e consolidou o trabalho interprofissional.
Considerações finais
A experiência demonstrou que o PACK, integrado a protocolos locais, qualifica a APS e valoriza a Enfermagem como agente estratégico. A metodologia híbrida mostrou-se eficaz e bem avaliada, favorecendo a expansão do programa. O modelo é replicável em outros municípios, desde que respeitadas as especificidades locais e assegurada a participação ativa da equipe de Enfermagem na adaptação e implementação.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL PARA CUIDADORES DE IDOSOS: PRODUÇÃO DE VÍDEOS COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFAL
Período de Realização
Outubro de 2024 à Abril de 2025
Objeto da produção
Material didático (Produção de vídeos educacionais sobre cuidados em saúde bucal voltado para os cuidadores de idosos dependentes).
Objetivos
Orientar os cuidadores de idosos dependentes sobre os cuidados em saúde bucal visando promover educação em saúde, auxiliando-os a adquirir conhecimentos básicos e essenciais para estimular o desenvolvimento das competências necessárias a fim de melhorar a qualidade dos cuidados ofertados.
Descrição da produção
Produto Técnico resultante da pesquisa do Mestrado PROFSAÚDE/FIOCRUZ/ UFAL, intitulado: “Cuidadores Informais de Idosos Acamados e Domiciliados: Conhecimento acerca da saúde bucal”, consta da produção de 5 vídeos educacionais curtos sobre cuidados em saúde bucal elencados a partir dos resultados da pesquisa, que também subsidiou a construção do roteiro. Os vídeos foram filmados e editados por profissional e validados por representantes do público-alvo antes da disponibilização em mídia digital.
Resultados
Os vídeos permitiram ampliar o acesso à informação especialmente entre cuidadores com baixa escolaridade e dificuldade de se ausentar do domicílio para se capacitar (principais entraves identificados na pesquisa base). Através da linguagem acessível, explicações detalhadas e exemplos práticos, a estratégia se mostrou viável como ferramenta de educação em saúde na APS, fortalecendo o cuidado domiciliar e promovendo autonomia, segurança e melhoria da qualidade de vida dos idosos dependentes.
Análise crítica e impactos da produção
As precárias condições de saúde bucal observadas nos idosos dependentes tem alertado para necessidade de orientar seus cuidadores a fim de ofertar um cuidado qualificado. Assim, os vídeos educacionais foram escolhidos como estratégia de educação em saúde, por propiciar o acesso a informação de qualidade e fácil compreensão, de forma simples e eficaz. A disponibilização dos vídeos nas mídias digitais faculta a aplicabilidade em outros territórios, ampliando o acesso e potencializando o impacto.
Considerações finais
O uso de vídeos como tecnologia em saúde é uma estratégia crescente e potente na promoção do cuidado da APS, sobretudo para públicos com barreiras de acesso. Sua disponibilização em mídia digital propicia ampliação do acesso e aplicabilidade contribuindo para democratizar a informação, reduzir iniquidades e servir como importante estratégia de apoio aos cuidadores em conformidade com a Política Nacional de Cuidados e as diretrizes do SUS.
NOTA TÉCNICA: DIMENSÃO DE ACOMPANHAMENTO E CADASTRO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE DE CUIABÁ/MT. ÚLTIMO QUADRIMESTRE (Q3), 2024.
Pôster Eletrônico
1 UFMT
2 SMS/Cuiabá
Período de Realização
06 de fevereiro a 15 de maio de 2025
Objeto da produção
Elaboração de nota técnica baseada na nova metodologia de cofinanciamento do piso da Atenção Primária à Saúde (APS) no âmbito do Sistema Único de Saúde.
Objetivos
Avaliar o “componente de vínculo e acompanhamento territorial” das equipes de saúde da família (ESF) segundo regionais de saúde de Cuiabá-MT, referente ao terceiro quadriênio de 2024, objetivando a reorientação dos processos de trabalho e qualificação da atenção na APS.
Descrição da produção
Os dados foram extraídos do e-Gestor/Sisab - relatório de indicador - visão de acompanhamento, referente ao último quadrimestre de 2024. Foram avaliados os indicadores dimensão de acompanhamento e dimensão de cadastro. Cada ESF foi classificada conforme orientações da Portaria SAPS/MS Nº 161 de 10 de dezembro de 2024: 1) vínculo e acompanhamento: Ótimo: 7 pontos; Bom: 5,25; Regular: 1,75; Suficiente: 3,5; 2) cadastro: Ótimo: 3 pontos; Bom: 2,25; Regular: 0,75; Suficiente: 1,50.
Resultados
Na dimensão de acompanhamento, a maioria das 117 ESF foi inserida na categoria “regular” (74,4%) e somente seis ESF (5,1%) com “ótimo” desempenho. Três dessas são localizadas na região Norte, duas na Sul e uma na Oeste. Quanto o indicador “dimensão cadastro”, entre 118 ESF avaliadas, foi possível verificar que a classificação “regular” (55,0%) foi predominante seguidas da classificação “ótimo” (20,3%), sendo nove na região Norte, oito na Sul, quatro na Oeste, duas na Leste e uma na Rural.
Análise crítica e impactos da produção
O cadastro completo e atualizado é fundamental para identificar as necessidades de saúde da população assim como acompanhar os usuários no território, promovendo intervenções mais eficazes por meio da criação de vinculo na APS. Nesse sentido, espera-se que a produção dessa nota técnica seja uma das ferramentas que tragam subsídios para a reorientar o processo de trabalho da APS fortalecendo o planejamento local, o processo de monitoramento e avaliação desses indicadores.
Considerações finais
A partir da produção da nota técnica verificou-se que a categoria “regular” é predominante nas duas dimensões avaliadas indicando que há fragilidades quanto ao “componente de vínculo e acompanhamento territorial” que objetiva o fortalecimento do acompanhamento das ESF em seus territórios de atuação. Lançar mão de diferentes estratégias que busquem fortalecer o vínculo entre as equipes da APS e a população de seu território são fundamentais.
GUIA PARA A IMPLANTAÇÃO DE GRUPO DE APOIO AO AUTOCUIDADO (GAC) PARA PESSOAS ACOMETIDAS PELA DOENÇA DE CHAGAS
Pôster Eletrônico
1 CUIDA Chagas, INI, Fiocruz
2 UFBA - CUIDA Chagas, INI, Fiocruz
3 INI, Fiocruz - UFRJ
Período de Realização
De agosto 2023 a Junho 2025
Objeto da produção
Criar uma material técnico-pedagógico para a implantação de Grupos de Apoio ao Autocuidado (GAC) para pessoas acometidas pela doença de Chagas (DC)
Objetivos
Contribuir na qualificação do cuidado às pessoas acometidas pela DC por meio da implantação de GAC;
Orientar profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS), facilitadores e usuários, na criação de espaços grupais formativos, inclusivos e promotores do cuidado individual e coletivo.
Descrição da produção
Pesquisa qualitativa participativa, inserida na pesquisa de implementação, para desenvolver um guia de autocuidado para pessoas com risco ou diagnóstico da doença de Chagas. Realizada em três municípios endêmicos, a metodologia inclui co-construção do material com usuários e profissionais da APS, retorno das experiências locais e validação participativa com ajustes finais para uso em contextos diversos.
Resultados
O produto se estrutura em 10 encontros de GAC que abordam temáticas em relação a cuidado clínico, estilo de vida e aspectos socioemocionais. No processo de elaboração, implantação piloto e revisão participaram especialistas, pessoas acometidas e familiares, profissionais de saúde e pesquisadores. O guia apresentou-se eficaz para a implementação dos GAC como metodologia de fortalecimento das ações de cuidado, educação em saúde e mobilização social em comunidades acometidas pela doença de Chagas.
Análise crítica e impactos da produção
A experiência evidenciou o potencial dos GACs para fortalecer vínculos entre usuários e serviços, combater o estigma, ampliar o acesso ao cuidado e estimular a participação social. A produção também apontou desafios na adaptação das dinâmicas a diferentes contextos e para sua sustentabilidade como estratégia constante na APS, demandando apoio institucional contínuo e políticas públicas comprometidas com DTNs.
Considerações finais
O GAC mostra-se potente como metodologia de promoção do cuidado por meio de uma abordagem integral, sensível, informada, participativa e inclusiva. A socialização do guia é fundamental para sua adaptação local. Reforça-se a importância de ampliar a formação de facilitadores e de estabelecer mecanismos de revisão e atualização contínua do produto, buscando sua efetividade e sustentabilidade como política de saúde pública em diferentes territórios.
PAINEL DE MONITORAMENTO DA FORÇA DE TRABALHO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DA REGIÃO DE SAÚDE SUDOESTE DO DISTRITO FEDERAL
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal
Período de Realização
Painel publicado em setembro de 2023, com atualizações em 2024 e 2025
Objeto da produção
Monitoramento da força de trabalho da APS da Região Sudoeste do DF através de banco de dados online e dashboard desenvolvido no Power BI
Objetivos
Consolidar dados e monitorar automaticamente a força de trabalho nas UBS, com foco na adequação de categorias e cargas horárias às normas legais e às demandas da APS, otimizando a gestão e o planejamento de recursos humanos.
Descrição da produção
O monitoramento da força de trabalho na APS é feito com base nas informações enviadas mensalmente pelos gestores das UBS. Os dados são consolidados em um banco online, alimentam os sistemas oficiais e integram um painel interativo que permite visualizar a distribuição da força de trabalho, identificar equipes incompletas, afastamentos e déficits, subsidiando a gestão de pessoas.
Resultados
Aprimora o monitoramento da força de trabalho com dados confiáveis, permitindo quantificar déficits por categoria e carga horária. Gera subsídios para decisões sobre afastamentos e movimentações, apoia respostas a órgãos de controle e contribui para otimizar a alocação da força de trabalho, promovendo o acesso qualificado à Carteira de Serviços da APS
Análise crítica e impactos da produção
Espera-se identificar deficiências como equipes incompletas, ausência de critérios para movimentação de profissionais e tornar visíveis licenças e afastamentos prolongados. A iniciativa busca fortalecer a gestão da força de trabalho e qualificar a oferta de serviços, conforme a Carteira da APS.
Considerações finais
O painel interativo, fonte consolidada e atualizada de dados, oferece visualização clara sobre a alocação e disponibilidade de profissionais nas UBS. A ferramenta apoia decisões estratégicas, otimiza o atendimento à população e garante conformidade com normas legais, focando na eficiência e qualidade da prestação dos serviços de saúde.
ORIENTAÇÃO COMUNITÁRIA E COMPETÊNCIA CULTURAL: CURSO DE QUALIFICAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal de Santa Cruz Cabrália- BA
2 Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia (Dsei-Ba)
3 Profsaúde/UFSB
Período de Realização
Proposta de capacitação elaborada entre os meses de outubro e novembro de 2024.
Objeto da produção
Curso de qualificação profissional para equipes da Atenção Primária à Saúde com foco nos atributos orientação comunitária e competência cultural.
Objetivos
Apresentar a proposta de um curso de qualificação voltado a profissionais da Estratégia Saúde da Família, com o objetivo de fortalecer os atributos orientação comunitária e competência cultural por meio de oficinas temáticas fundamentadas na Educação Permanente em Saúde.
Descrição da produção
A proposta foi desenvolvida como Produto Técnico do Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAÚDE/UFSB). Iniciou-se com grupo focal com profissionais da APS de Santa Cruz Cabrália-BA, utilizando roteiro baseado no Instrumento de Avaliação da APS. Os dados subsidiaram a elaboração de curso com seis oficinas mensais, articulando teoria e prática, metodologias ativas e valorização do território como espaço pedagógico.
Resultados
A proposta resultou na estruturação de curso com seis oficinas temáticas, com duração de 120 minutos cada, a serem realizadas ao longo de seis meses. As oficinas integram conteúdos teóricos e práticos, com foco em planejamento participativo e contextualização territorial. A iniciativa visa fortalecer os atributos da APS, promovendo práticas sensíveis à diversidade sociocultural dos territórios.
Análise crítica e impactos da produção
A proposta evidencia a importância de formações territorializadas para a consolidação dos atributos da APS. Destaca-se a superação de desafios estruturais e organizacionais, como vínculos precários e baixa integração interprofissional. A qualificação técnica apresentada contribui para práticas mais inclusivas, fundamentadas na escuta ativa e no reconhecimento da diversidade cultural nos territórios.
Considerações finais
A construção participativa da proposta formativa favoreceu o protagonismo dos profissionais e a valorização das especificidades socioculturais dos territórios. A experiência reforça a necessidade de integrar o saber interprofissional à prática cotidiana, ainda que desafios relacionados à fragilidade dos vínculos laborais persistam.
CRIAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO DA REDE MATERNO INFANTIL DA IX REGIÃO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO
Pôster Eletrônico
1 ESPPE
2 GERES
Período de Realização
O plano foi desenvolvido no primeiro semestre de 2025, visando estruturar a rede materno-infantil na região.
Objeto da produção
Garantir a organização da Rede Materno-Infantil para um cuidado humanizado durante a gravidez, parto, puerpério e nascimento e crescimento saudável.
Objetivos
Promover um novo modelo de atenção à saúde da gestante e da criança, priorizando o parto, nascimento, crescimento e desenvolvimento dos primeiros 24 meses. Estruturar a Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil para garantir acesso, acolhimento e eficiência, reduzindo a morbimortalidade.
Descrição da produção
Este plano foi desenvolvido a partir da revisão de documentos normativos e estruturado conforme o manual e modelo disponibilizado pelo estado, seguindo a normativa da Rede Alyne. Seu objetivo é garantir uma organização eficiente da atenção materno-infantil, promovendo acesso, acolhimento e qualidade nos serviços prestados.
Resultados
A implementação da Rede Alyne fortalece o acesso ao pré-natal básico e especializado nos onze municípios da IX Região de Saúde de Pernambuco. Com hospitais e maternidades estratégicos, melhora-se a cobertura do parto e nascimento, garantindo atendimento obstétrico adequado. No entanto, a falta de um hospital para gestação de alto risco exige encaminhamento ao Hospital Dom Malan, destacando um desafio na regionalização do atendimento.
Análise crítica e impactos da produção
A Rede Alyne fortalece a atenção materno-infantil, ampliando o acesso ao pré-natal e parto na IX Região de Saúde de Pernambuco. No entanto, a ausência de um hospital para gestação de alto risco exige deslocamento para outra região, o que pode comprometer a continuidade do cuidado. A estruturação da rede melhora a eficiência, mas desafios como gestão de recursos e equidade no atendimento precisam ser aprimorados para garantir um impacto positivo e duradouro.
Considerações finais
A Rede Alyne fortalece a atenção materno-infantil na IX Região de Saúde, garantindo acesso ao pré-natal e parto. A estruturação dos serviços melhora a cobertura e eficiência, mas a ausência de hospital para gestação de alto risco exige ajustes na regionalização do atendimento. O aprimoramento da rede pode garantir um cuidado mais equitativo e resolutivo, beneficiando gestantes e recém-nascidos.
DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE UM QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DOS ASPECTOS CLÍNICOS DA COVID LONGA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFPB
Período de Realização
O estudo foi realizado a partir de dados monitorados desde 2020. A coleta foi realizada em 2022.
Objeto da produção
Um instrumento para aplicação na atenção primária em saúde com intuito de dispor de diagnóstico clinico epidemiológico para COVID Longa
Objetivos
Desenvolver e validar um instrumento para mensurar características clínicas e diagnósticas de indivíduos com COVID longa na atenção primária à saúde.
Descrição da produção
O tamanho da amostra foi definido por meio de amostra aleatória simples com reposição, totalizando 40 indivíduos. O desenvolvimento do questionário foi realizado em três etapas. Primeiramente, foi elaborada uma matriz conceitual, mapeando a cobertura de sintomas de estudos de revisão sistemática (etapa prototípica). Em seguida, foi realizada a validação de conteúdo com profissionais de saúde (etapa empírica). Por fim, o teste-reteste foi realizado com indivíduos (etapa de reprodutibilidade).
Resultados
O IVC na fase de protótipo variou de 0,22 a 1,00, com média de 0,69, e 14 itens (58,4%) foram classificados como excelentes ou bons. O teste-reteste apresentou alto percentual de concordância (70,8% a 97,3%). No entanto, o coeficiente Kappa de Cohen variou de regular (K = 0,228 – dificuldade para resolver problemas) a excelente (K = 0,946 – dificuldade para respirar). Em relação à consistência interna, o valor global do α de Cronbach foi de 0,873.
Análise crítica e impactos da produção
O Sistema Único de Saúde (SUS) carece de dados sobre o número de indivíduos acometidos pela COVIDlonga e os sintomas mais prevalentes, o que dificulta o planejamento e a assistência em saúde para indivíduos com COVID longa. Nesse sentido, este questionário é importante para caracterizar os sintomas, destacando a carga de sintomas exercida pelos sintomas coexistentes e o impacto autorrelatado do curso temporal permitindo uma melhor padronização para COVID longa.
Considerações finais
O instrumento seria útil para caracterizar os sintomas a partir de uma perspectiva de carga de sintomas e do impacto do curso temporal autorrelatado, levando a uma melhor identificação de padrões e melhor gerenciamento de indivíduos com COVID-19 longa que usam sistemas de atenção primária à saúde.
GUIA DO PRÉ-NATAL E PUERPÉRIO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE, 2024: ATUALIZAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Atenção Primária à Saúde/Ministério da Saúde
2 Política de Saúde das Mulheres/Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul
3 Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
Período de Realização
A ação ocorreu entre 2023 e 2024 na Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul (SES/RS).
Objeto da produção
Atualização do Guia do Pré-Natal pelo Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde (DAPPS) da SES/RS e sugestão de modelo de plano de parto.
Objetivos
Qualificar a atenção ao pré-natal, parto e puerpério na Atenção Primária à Saúde (APS) e fomentar o acesso resolutivo, considerando a garantia de direitos, a humanização do cuidado, as questões de gênero e étnico/raciais, assim como a participação dos(as) parceiros(as) no pré-natal e no puerpério.
Descrição da produção
O processo partiu da análise da última versão do Guia, de 2018, e foi conduzido pelas técnicas(os) da Política de Saúde das Mulheres e contou com a participação de outras áreas da SES/RS, bem como especialistas e sociedade civil. A atualização abordou temas como pré-concepção, pré-natal, violência, equidade e saúde puerperal. Após publicação, ocorreram capacitações pelo estado, priorizando temas como rede materno-infantil, estratificação de risco, puericultura e planejamento reprodutivo.
Resultados
A atualização do Guia do Pré-Natal, agora intitulado de Guia do Pré-natal e Puerpério na APS, reflete um movimento estratégico e necessário para qualificar o cuidado às pessoas gestantes e puérperas, e como parte de uma estratégia de qualificação do cuidado como um todo e, em especial da estratificação do risco gestacional e do fomento ao parto vaginal, visando o enfrentamento à mortalidade materna infantil e fetal.
Análise crítica e impactos da produção
A incorporação de diretrizes atualizadas, demandas regionais e aspectos socioculturais evidencia o compromisso da SES/RS com a equidade, integralidade e humanização do cuidado. A construção participativa, com especialistas, sociedade civil e profissionais da ponta, fortalece a legitimidade do documento e favorece sua adesão. Formações descentralizadas e alinhadas às necessidades regionais demonstram sensibilidade à diversidade e ampliam o impacto do novo Guia.
Considerações finais
A consolidação das diretrizes exige monitoramento contínuo, apoio técnico e articulação entre os níveis de gestão. É essencial manter ações formativas, acompanhar a implementação nos territórios e qualificar a escuta de profissionais e usuários. Assim, fortalece-se a atenção à saúde materna e do(a) parceiro(a), com equidade, respeito às diversidades e redução das iniquidades.
PESSOAS NO CENTRO: IMPLANTAÇÃO DO GUIA DE ACESSO, ACOLHIMENTO E PROCESSO DE TRABALHO NA ATENÇÃO BÁSICA DO RECIFE.
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Executiva de Atenção Básica do Recife
Período de Realização
Agosto de 2023 até o presente momento.
Objeto da produção
Guia Prático Pessoas no Centro: Facilitação do Acesso, Acolhimento e Processo de Trabalho.
Objetivos
Ampliar o acesso dos usuários às Unidades de Saúde da Família do Recife; Reorganizar o processo de trabalho das equipes para garantia do acesso e qualificação da demanda; Instituir uma tecnologia do cuidado acolhedora; Estabelecer rotina e fluxos considerando a demanda programada e espontânea.
Descrição da produção
O guia propõe 04 passos. Mapear a rotina de acolhimento: as eSF são apresentadas a instrumentos para conhecer o caminho do usuário na USF; Qualificar a demanda: dimensionar as demandas do serviço; Analisar dados e intervir: ajustar o fluxo para reduzir filas e sobrecargas; Avaliar o acolhimento: usar parâmetros de avaliação para garantir melhorias. Na avaliação quadrimestral o acolhimento é categorizado como: Implantado, Parcialmente Implantado, Implantado de Forma Incipiente ou Não Implantado.
Resultados
Uma análise comparativa das avaliações, dos períodos de agosto de 2023, junho, agosto e dezembro de 2024, revelam progressos. As USF com acolhimento implantado, passaram de 14 em agosto/23 para 76 em dezembro/24. Já as implantadas de forma incipiente tiveram um aumento inicial, passando de 32 em agosto/23 para 37 em junho/24, reduzindo para 20 em dezembro. As parcialmente implantadas oscilaram, antes de caírem para 22 em dezembro/24. As que não implantaram eram apenas 20 em dezembro/24.
Análise crítica e impactos da produção
Uma melhoria significativa evidencia resultados concretos das capacitações realizadas, do monitoramento contínuo e das intervenções estratégicas. As experiências acumuladas na implantação, estão se revelando essenciais para aprimorar a garantia do acesso do usuário, melhora na organização da demanda espontânea do território, o estabelecimento de fluxo de acolhimento entre os profissionais das USF e a melhoria da satisfação do usuário em relação às suas eSF, e consequentemente, do vínculo.
Considerações finais
Os resultados indicam avanços no acolhimento nas USF do Recife. A implementação do Guia foi fundamental para o engajamento das equipes, a legitimação das mudanças e a melhoria qualitativa do atendimento. Além dos indicadores quantitativos, destaca-se a importância das ferramentas do guia para transformar os processos de trabalho. Por meio destas, os profissionais que atuam nas USF acolhem, escutam e respondem/orientam adequadamente os usuários.
AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DO USUÁRIO: TRANSFORMANDO A SAÚDE ATRAVÉS DA ESCUTA DO USUÁRIO
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde do Recife
Período de Realização
Implantada desde 2023.
Objeto da produção
Formulário avaliativo da qualidade da Atenção Básica para os usuários.
Objetivos
Implantar a avaliação da satisfação do usuário(a) na rede de atenção básica. Disponibilizar à pessoa usuária do SUS do Recife ferramenta para registro da experiência no serviço de atenção básica. Instituir cultura de monitoramento e avaliação dos resultados da ASU.
Descrição da produção
Criada pela Secretaria de Saúde do Recife, em parceria com o Instituto de Estudos para Políticas de Saúde e a Empresa Municipal de Informática – EMPREL, a ASU é disponibilizada via link no WhatsApp ou QR Code nas unidades, o usuário responde a seis perguntas sobre os atributos da AB e duas sobre o atendimento e receptividade das equipes, podendo deixar comentários. De acordo com a pontuação gerada pelas respostas, a ASU é classificada em zonas (Excelência, Qualidade, Aperfeiçoamento ou Crítica).
Resultados
Disponível em todas as Unidades de Saúde da Atenção Básica, a ferramenta já contabiliza mais de 244.00 avaliações realizadas, sendo 63.279 no ano de 2023, 114.438 em 2024 e 66.283 até 04/06/2025. No período entre 2023 e 2024, houve um aumento de 80% de avaliações de satisfação realizadas no ano de 2024. Na classificação das equipes, em 2023, tivemos 24,7% em zona de qualidade e 1,5% em zona de excelência, com um aumento em 2024 para 49,2% de equipes na qualidade e 6,7% de equipes em excelência.
Análise crítica e impactos da produção
A ASU no SUS é valiosa para a co-gestão, unindo usuários, profissionais e gestores na melhoria contínua dos serviços. A ferramenta possibilita que os resultados das avaliações realizadas pelos usuários(as), sejam analisados pelos profissionais de saúde possibilitando desta forma um acompanhamento sistemático dos resultados, fortalecendo a cultura de monitoramento e avaliação, fomentando a análise e discussão dos resultados em reuniões de equipe com os gestores(as) e com a comunidade.
Considerações finais
A discussão sobre ferramentas digitais em saúde é cada vez mais necessária, assim sendo, a Secretaria de Saúde do Recife e o IEPS se colocaram na vanguarda da discussão ao incorporar a ASU da rede AB. A iniciativa fortalece a transparência, o controle social e permite à população influenciar no processo das políticas públicas. Também contribui para um cuidado centrado na pessoa, com escuta qualificada e uso dos dados para ações mais efetivas.
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E SEGURANÇA DA PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS POR ENFERMEIROS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UPE/UEPB
2 UPE
3 UFRN
4 UEPB
Apresentação/Introdução
Erros podem ocorrer em diferentes momentos no processo da medicação, a etapa de prescrever medicamentos é a que está mais susceptível a erros. O enfermeiro está apto a prescrever medicamentos de acordo com os protocolos do Ministério da Saúde, com base na Lei do Exercício Profissional. Mas, ainda não existem estudos que demonstrem a qualidade e segurança dessas prescrições de medicamentos.
Objetivos
Avaliar a qualidade da prescrição de medicamentos por enfermeiros na Atenção Primária à Saúde.
Metodologia
Foi realizada uma pesquisa observacional, com corte transversal, de abordagem quantitativa. A população foi composta por enfermeiros atuantes na Atenção Primária à Saúde em Campina Grande – PB. A coleta realizou-se no período entre fevereiro e agosto de 2024. Fizeram parte da pesquisa enfermeiros que prescrevem medicamentos na Atenção Primária. A técnica utilizada para a coleta foi o registro fotográfico das receitas realizadas pelos enfermeiros que foram aplicadas ao QualiPresc, que avalia a qualidade e a segurança da prescrição de medicamentos. Na análise, foi utilizado a estatística descritiva com posterior organização dos resultados em tabelas e gráficos de distribuição de frequências.
Resultados
A amostra foi composta por 52 enfermeiros, contabilizando 210 receitas, com 71 medicamentos diferentes. A mediana da qualidade das prescrições, em uma escala de 0-100, foi 72. A maioria das prescrições de medicamentos por enfermeiros apresentou um nível de qualidade acima da média, todavia, nenhuma atingiu o nível máximo de qualidade. Houve uma variabilidade nos níveis de qualidade, sendo o nível mais alto, 88 e o mais baixo, 23. Nenhuma prescrição atingiu 100% de conformidade nos indicadores. Os indicadores com maior índice de não conformidade foram: data de nascimento (100%); Registro de Relato de Alergia (99,5%) e Recomendações não Farmacológicas (99,5%).
Conclusões/Considerações
Embora o estudo tenha revelado que o nível de qualidade das prescrições de medicamentos seja mediano, o que assemelha-se ao nível de qualidade das prescrições de medicamentos de outros profissionais, o não alcance de 100% do nível de qualidade pode demonstrar um alerta de saúde pública quanto ao uso irracional dos medicamentos. A ausência de informações pode promover tanto a ineficiência do tratamento como pode por em risco a vida do usuário.
PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL: UM ESTUDO DE AVALIABILIDADE
Pôster Eletrônico
1 SES/DF
2 Fiocruz
Apresentação/Introdução
O Programa de Qualificação da Atenção Primária à Saúde do Distrito Federal - Qualis-APS se desenvolve na APS do Distrito Federal, desde 2019, com o intuito de qualificação dos trabalhadores e gestores da Atenção Primária à Saúde. O programa é um convênio entre Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, Fiocruz Brasília e Fundação de Apoio à Fiocruz - FIOTEC.
Objetivos
Analisar a avaliabilidade do Programa Qualis-APS e compreender a lógica de intervenção e a teoria do programa, com a construção do modelo lógico.
Metodologia
O estudo de avaliabilidade é entendido como uma análise sistemática e preliminar que precede a avaliação de um programa. Seu objetivo é verificar se o estágio de desenvolvimento do programa permite sua avaliação e quais aspectos do programa devem ser priorizados no processo de avaliação (THURSTON; RAMALIU, 2005). Para o estudo de avaliabilidade serão utilizadas as etapas sugeridas por Leviton et al. (1998): (a) análise documental para esclarecimento sobre os objetivos e metas do programa; (b) entrevista com os informantes-chave; (c) modelização da intervenção; (d) realização de oficina para pactuação do modelo lógico com os interessados; (e) formulação das perguntas avaliativas
Resultados
O estudo está em andamento e, a partir da análise documental preliminar, identificou-se que o Qualis-APS apresenta desenho consistente, com objetivos alinhados aos desafios da APS no DF. A implementação revela variações na capacidade de gestão e apoio às equipes entre regiões de saúde. Foram observadas fragilidades no monitoramento sistemático. Os documentos indicam potencial para realização do estudo de avaliabilidade, com indicadores estruturados, permitindo avaliação futura e uso dos resultados para aprimorar políticas de qualificação na APS no DF.
Conclusões/Considerações
A análise preliminar indica que o Qualis-APS possui bases estruturadas para avaliação, apesar de desafios na implementação e monitoramento. O potencial para o estudo de avaliabilidade é promissor, oferecendo subsídios importantes para fortalecer a qualificação da APS no DF, orientar ajustes e promover o uso sistemático dos resultados na gestão e melhoria contínua do programa.
AGENDAMENTOS DE CONSULTAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: SÍNTESE DE EVIDÊNCIAS PARA APOIO À DECISÃO DA GESTÃO
Pôster Eletrônico
1 USJT
2 IS
Apresentação/Introdução
O acesso na APS deve atender demandas programadas e espontâneas com qualidade e em tempo oportuno, priorizando a continuidade do cuidado. Apesar de muito estudado, ainda há agendamento excludente, filas de espera e dificuldades no uso das evidências para a tomada de decisão, demandando estratégias eficazes.
Objetivos
Identificar na literatura científica as estratégias capazes de melhorar o processo de agendamento de consultas em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) com a finalidade de ampliar o acesso, contextualizando-as à realidade da APS
Metodologia
Foi elaborada uma Síntese de Evidências para Informar Políticas. Foram realizadas buscas em dez bases científicas e uma de literatura cinzenta. Estudos passaram por triagem, elegibilidade e extração por duas revisoras. Os resultados foram agrupados por similaridade, descritos com foco no apoio aos tomadores de decisão e linguagem acessível. Após isso, foi realizado um Diálogo Deliberativo com atores sociais para discutir implementação, equidade e avaliar o conteúdo por análise temática.
Resultados
As buscas resultaram em 1.190 títulos; após seleção, 14 revisões foram incluídas para extração. Os resultados foram classificados em seis opções: 1) ampliação de consultas do dia; 2) monitoramento por equipes; 3) aumento de capacidade; 4) pacotes de intervenção; 5) intervenções prévias; 6) regulação entre níveis. Barreiras e facilitadores foram descritos em quatro níveis: usuários, profissionais, organização e sistemas. Evidenciou-se a importância da reorganização do trabalho, uso de tecnologia e comunicação entre profissionais e pacientes.
Conclusões/Considerações
A síntese oferece base teórica para a implementação de estratégias de agendamento de consultas na atenção primária, apoiando decisões de gestores e profissionais. O diálogo trouxe evidências locais e destacou o impacto nas iniquidades. No entanto, devido a limitações metodológicas e à baixa qualidade das evidências, os resultados devem ser interpretados com cautela.
CICLO DE QUALIFICAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA: ESTRATÉGIAS DE FORTALECIMENTO DA DISCUSSÃO SOBRE O NOVO COFINANCIAMENTO FEDERAL DA APS JUNTO AOS TERRITÓRIOS PERNAMBUCANOS
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco
2 Ministério da Saúde.
Período de Realização
A experiência foi desenvolvida entre os meses de Março a Maio de 2025
Objeto da experiência
Realização do 1º Ciclo de Qualificação da Atenção Primária à Saúde (APS) no estado de Pernambuco.
Objetivos
Apresentar e discutir os movimentos e diálogos institucionais e interfederativos para a construção teórico-prática do 1º Ciclo de Qualificação da Atenção Primária à Saúde no estado de Pernambuco.
Descrição da experiência
O 1º Ciclo de Qualificação da APS em Pernambuco foi uma agenda desdobrada pelo planejamento ascendente entre o Plano Estratégico do Apoio Institucional da SAPS, realizado junto à SES PE. Abordou, temáticas do contexto da APS, identificadas como nós críticos para o processo de trabalho. Estrategicamente definiu-se as temáticas do Novo Financiamento e da estratégia e-SUS APS, a partir da parceria entre Secretaria Estadual de Saúde, Regionais de Saúde e Ministério da Saúde.
Resultados
O 1º Ciclo de Qualificação da APS ocorreu nas 4 macrorregiões de saúde, contemplando 580 profissionais. Foi organizado em dois dias, divididos entre a abordagem do Novo Financiamento e da estratégia e-SUS PEC. Os espaços foram conduzidos a partir de oficinas, facilitadas pelas equipes do Ministério da Saúde e Secretaria Estadual de Saúde. A partir das necessidades reais, foram pautadas as novas mudanças trazidas com a metodologia de cofinanciamento federal para a APS.
Aprendizado e análise crítica
O Ciclo de Qualificação da APS mobilizou a participação das equipes de gestão e assistência da APS, considerando a relevância da temática para o campus prático, por meio da abordagem de um tema sensível e incipiente nas equipes, demandado pelo próprio território a partir da lógica da gestão ascendente e participativa. A discussão do cofinanciamento federal demanda esforços articulados para ecoar a mensagem nos territórios de forma direcionada e coordenada, considerando os multiplicadores.
Conclusões e/ou Recomendações
A horizontalidade na comunicação e capilarização são elementos centrais para o êxito nas políticas de saúde. A agenda do Ciclo de Qualificação da APS, centrado na discussão do novo cofinanciamento da APS pode ser considerada uma agenda pioneira e estratégica, construída em parceria entre a SES e Ministério da Saúde, com produtos técnicos construídos, com o intuito de empoderar gestores e as equipes locais.
METODOLOGIA DE IMPLANTAÇÃO DOS MACROPROCESSOS DA PLANIFICAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE EM PERNAMBUCO
Pôster Eletrônico
1 SES PE
Apresentação/Introdução
A Planificação da Atenção à Saúde (PAS) é um processo metodológico de organização da atenção à saúde. Busca estruturar a Atenção Primária à Saúde (APS) e a Rede de Atenção à Saúde (RAS) para qualificação dos processos de trabalho. Assim, busca superar desafios da APS, como a fragmentação do cuidado, baixa resolutividade e dificuldades na articulação entre diferentes níveis de atenção.
Objetivos
Apresentar a metodologia de implantação dos macroprocessos na Atenção Primária à Saúde no âmbito da Planificação da Atenção à Saúde em duas macrorregiões de saúde do estado de Pernambuco
Metodologia
Estudo descritivo e exploratório, estruturado por elementos qualitativos. O objeto de estudo é a implantação dos macroprocessos da PAS no contexto da APS em duas macrorregiões de saúde no estado de Pernambuco (Agreste e Sertão), com ênfase no desvelamento dos microprocessos básicos da territorialização, a classificação de risco das famílias e a estratificação das condições crônicas. Os macroprocessos e microprocessos definidos para o processo de trabalho foram pactuados entre os proponentes e atores do território, considerando as necessidades de discussão e transformação do processo de trabalho, mediado por tecnologias leves e interpessoais.
Resultados
São implantados sete macroprocessos nas macrorregiões: Macroprocessos básicos da APS; Atenção aos Eventos Agudos; Atenção às Condições Crônicas; Atenção Preventiva; Demandas Administrativas; Atenção Domiciliar; Autocuidado Apoiado. A implantação segue as etapas de planejamento, pré-tutoria, tutoria e oficinas com o envolvimento das equipes de profissionais e coordenadores da APS do município, mediados por tutores e apoiadores. Como resultados, tem-se a reorganização territorial, a produção de planos de ação, o fortalecimento da educação permanente e a ampliação da captação e registro dos indicadores monitorados pelas equipes de saúde da APS.
Conclusões/Considerações
A implantação da PAS tem sido exitosa no contexto da APS, promovendo maior resolutividade de problemáticas crônicas associadas ao processo de trabalho na APS, sobretudo mediado por tecnologias leves. Ainda persistem desafios, como o enfrentamento das relações culturais e burocráticas que envolvem o cenário de trabalho, bem como a necessidade de investimento estrutural e processual adequado e a priorização da PAS por parte da gestão.
ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS PARA O FORTALECIMENTO DO MANEJO CLÍNICO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: UM OLHAR PARA A PRÁTICA PROFISSIONAL.
Pôster Eletrônico
1 Hospital Israelita Albert Einstein
Período de Realização
O período foi de Abril à Junho de 2025.
Objeto da experiência
Capacitar profissionais da APS no manejo clínico de crônicas prevalentes com práticas inovadoras e baseadas em evidências via PROADI em 18 estados.
Objetivos
Aprimorar a prática clínica na Atenção Primária à Saúde por meio de estratégias educacionais ativas e inovadoras, desenvolvidas pela equipe do projeto de manejo clínico em fase de implantação, com foco futuro na qualificação da resolutividade e na promoção da integralidade do cuidado no território.
Metodologia
A equipe responsável pela coordenação do Projeto de Manejo Clínico conduziu ações estratégicas por meio de encontros, com o desenvolvimento de jornadas imersivas fundamentadas em referenciais teóricos atualizados, metodologias ativas e estudos de caso. Para viabilizar a jornada, foi estruturado um processo de onboarding com etapas de desenvolvimento. Foram elaborados materiais de apoio voltados à capacitação de docentes e multiplicadores dos territórios, enfatizando o cuidado em HAS, DM e PN.
Resultados
A experiência do projeto de manejo clínico na APS resultou em maior segurança entre os profissionais, fortalecimento do conhecimento sobre protocolos assistenciais, desenvolvimento das equipes e aprimoramento da comunicação interprofissional, refletindo na qualidade do cuidado. Os resultados incluem melhores desfechos clínicos, redução de internações evitáveis e práticas mais seguras, eficazes e integradas.
Análise Crítica
Conclui-se que estratégias pedagógicas ativas e contextualizadas à realidade dos serviços ampliam o engajamento e fortalecem competências clínicas. No entanto, desafios como sobrecarga de trabalho e turnover limitam a continuidade das ações, exigindo apoio da gestão para institucionalização das práticas formativas. A EP estruturada em metodologias participativas fortalece o cuidado na APS. Recomenda-se integrar essas ações aos planos de educação em saúde, para a manutenção do processo educativo.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência evidenciou que estratégias educacionais ativas e inovadoras fortalecem o manejo clínico na APS, promovendo segurança, integração e qualificação das equipes. As jornadas imersivas e o apoio a multiplicadores favoreceram práticas mais resolutivas. Desafios como sobrecarga e rotatividade exigem apoio da gestão e integração das ações aos planos municipais, garantindo sustentabilidade e continuidade do processo formativo.
ARTICULAÇÃO INTERSTORIAL E GESTÃO DO CUIDADO EM AÇÃO DE SAÚDE EM UMA UNIDADE DE EDUCAÇÃO INFANTIL DO VALE DO JEQUITINHONHA
Pôster Eletrônico
1 UFVJM
Período de Realização
20 de setembro de 2024, período da tarde.
Objeto da experiência
Ação intersetorial em saúde e educação, com foco em imunização, educação em saúde bucal e gestão participativa do cuidado.
Objetivos
Descrever a experiência de planejamento, articulação e execução de ação intersetorial em saúde coletiva em uma instituição de educação infantil, com ênfase na atuação da enfermagem, odontologia e Estratégia Saúde da Família.
Descrição da experiência
Relato de ação conduzida em instituição de educação infantil municipal por acadêmicos de enfermagem do Estágio Supervisionado da Área Comunitária e de odontologia junto à ESF local. Incluiu mobilização com a Secretaria de Educação, orientação às famílias, organização de materiais e insumos, transporte de kits de escovação e vacinas. Realizaram-se escovação supervisionada, vacinação e checagem de cartões vacinais.
Resultados
Atendimento a 176 crianças de 2‑5 anos. Alta adesão à escovação e educação em saúde bucal. Sete crianças tiveram atualização vacinal; houve limitação por falta de alguns imunobiológicos no município. Fortaleceu vínculo ensino‑serviço‑comunidade e integração com a ESF.
Aprendizado e análise crítica
Revelou importância da organização antecipada, articulação intersetorial e protagonismo discente no SUS. Destacou desafios na gestão de insumos e serviços em contexto vulnerável. Fortalecimento das competências em gestão do cuidado, liderança e trabalho em equipe.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se fortalecer parcerias entre saúde e educação para ampliar metas vacinais e promoção de hábitos saudáveis. Ações discente‑lideradas potencializam vínculo territorial e qualificação dos serviços. A continuidade dessas atividades consolida a Atenção Primária à Saúde infantil.
INTEGRALIDADE DA ATENÇÃO E PREVENÇÃO DA INCAPACIDADE PARA O TRABALHO: PERSPECTIVAS PARA COORDENAÇÃO DO CUIDADO E ATIVAÇÃO INTRA/INTER SISTEMAS DE SAÚDE E PROTEÇÃO SOCIAL
Pôster Eletrônico
1 UFRJ e UFBA
2 UFBA
3 UFRJ
Apresentação/Introdução
O reconhecimento de usuários-trabalhadores no cotidiano de trabalho na Atenção Básica é o primeiro passo para desencadear a integralidade da atenção a trabalhadores no SUS. A capilaridade e a longitudinalidade do cuidado conferem às equipes a possibilidade de identificar situações de risco e exposição ocupacional e operar a coordenação de ações, como as de prevenção da incapacidade para o trabalho
Objetivos
Discutir barreiras para o reconhecimento de usuários-trabalhadores em encontro clínico no contexto de uma Unidade de Saúde da Família e apontar potencialidade para a integralidade do cuidado e prevenção de incapacidade para o trabalho
Metodologia
Trata-se de um relato de pesquisa-intervenção interinstitucional multicomponente, em curso desde 2018, que tem abrigado pesquisas de mestrado e doutorado. Nesse recorte, a problemática da prevenção da incapacidade para o trabalho no contexto da atenção básica será apresentada a partir do itinerário de um usuário-guia, revelando caminhos (possíveis), interlocuções entre atores de diferentes pontos da rede de atenção do SUS e ativações (não)realizadas. A produção de dados empíricos se deu numa Unidade de Saúde da Família da cidade de Salvador-BA, no período de 2018 a 2019, por meio de técnicas de observação participante e entrevistas situadas com usuários e profissionais de saúde
Resultados
O reconhecimento de que aquele usuário com diabetes de difícil controle e queixa de dor severa no ombro que o impedia de trabalhar ganhou visibilidade numa discussão trazida por estudante do internato de medicina preventiva e social em reunião de equipe com a docente supervisora. A vulnerabilidade social ganhou ênfase como agravante da condição clínica e de incapacidade para o trabalho. Dar visibilidade ao trabalho do usuário revelou caminhos possíveis para integralidade do cuidado, com integração da Atenção Básica com a Vigilância em Saúde do Trabalhador, bem como barreiras de acesso à rede de apoio diagnóstico e atenção especializada; justiça do trabalho, assistência e previdência social
Conclusões/Considerações
A pauta do trabalho do usuário-guia no curso do seu itinerário terapêutico ao tempo em que contribui para visibilizar iatrogenias decorrentes de problemas na comunicação entre os diversos sistemas de “proteção social” que operam uma lógica de cuidado compartimentalizada, aponta para potência da atuação intersetorial e da integralidade da atenção no SUS para o manejo e prevenção da incapacidade prolongada para o trabalho
Realização: