Programa - Pôster Eletrônico - PE12 - Doenças Transmissíveis
ANÁLISE ESPACIAL DA TAXA DE INCIDÊNCIA DA DENGUE POR REGIÃO ADMINISTRATIVA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO NO PERÍODO DE 2014 A 2023
Pôster Eletrônico
1 INI - FIOCRUZ
2 SMS/RJ
Apresentação/Introdução
A propagação do Aedes Aegypti, principal vetor da dengue, é influenciada por condições ambientais, demográficas e socioeconômicas. O município do Rio de Janeiro apresenta grande desigualdade social com a presença de favelas, consideradas proxy para fatores relacionados aos serviços de abastecimento de água, coleta de lixo, saneamento básico e densidade da população no território.
Objetivos
Identificar os padrões de distribuição espacial da taxa de incidência da dengue nas 33 regiões administrativas do município do Rio de Janeiro no período de 2014 a 2023.
Metodologia
Estudo ecológico e descritivo aprovado no CEP SMS/RJ, parecer nº 6.989.751. O banco de dengue do Sistema de Informação de Agravos de Notificação foi cedido pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Foram consideradas as variáveis: sexo, raça/cor, escolaridade, faixa etária, data de início dos sintomas, classificação final, evolução, hospitalização e sinais clínicos dos casos prováveis de dengue. Foi calculado as taxas de incidências das 33 regiões administrativas do MRJ para a construção de mapas temáticos por ano. Foi verificada a autocorrelação espacial pelo Índice de Moran Global e Local. As análises foram realizadas nos softwares: Excel, EpiInfo, QGIS e Geoda.
Resultados
Foram notificados 102.694 casos prováveis de dengue em residentes do Município do Rio de Janeiro. Indivíduos entre 20 e 39 anos, sexo feminino, raça/cor parda com ensino fundamental incompleto ou ensino médio completo foram os mais acometidos. A maioria dos casos foi de dengue clássica, evolução cura e não necessitou de internação hospitalar (66,1%). Foram registrados 11 óbitos, 7 deles no ano de 2023. Foi observada autocorrelação espacial positiva nos anos de 2018, 2019, 2022 e 2023. Regiões administrativas da zona oeste da cidade mantiveram padrões de alta incidência ao longo dos anos, formando clusters alto-alto em 2018, 2019, 2022 e 2023.
Conclusões/Considerações
O estudo identificou a sobreposição dos clusters espaciais em áreas de maior vulnerabilidade, como as regiões de favelas do município. Isso reforça a necessidade de medidas de intervenção personalizadas para as regiões administrativas com o objetivo de mitigar epidemias e promover equidade de acesso a recursos básicos.
ANÁLISE TEMPORAL, ESPACIAL E FATORES RELACIONADOS À MORBIMORTALIDADE POR SÍFILIS ADQUIRIDA, GESTACIONAL E CONGÊNITA EM MINAS GERAIS, 2007-2021
Pôster Eletrônico
1 Programa de Pós-Graduação em Infectologia e Medicina Tropical - Universidade Federal de Minas Gerais
2 Núcleo de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento (NESPE) – FIOCRUZ MINAS
Apresentação/Introdução
A sífilis é uma infecção bacteriana crônica, endêmica em países de baixa renda, e que ocorre com taxas mais baixas em países de média-alta rendas. É uma infecção curável, dividida em adquirida, gestacional ou congênita. Em todo o mundo, são mais de 5 milhões de novos casos todos os anos. No Brasil, representa um desafio significativo para a saúde pública, com taxas crescentes nos últimos anos.
Objetivos
Analisar a distribuições espacial e temporal da morbimortalidade das Sífilis Adquirida (SA), Gestacional (SG) e Congênita (SC) em Minas Gerais (MG) entre 2007 e 2021, investigando indicadores socioeconômicos e de acesso à saúde associados no espaço.
Metodologia
Estudo ecológico de base populacional com dados do Portal da Vigilância em Saúde de Minas Gerais, nos municípios e Regiões de Planejamento. A dependência espacial foi analisada utilizando Índices de Moran Global e Local, e tendência temporal analisada pelas curvas de risco estimadas com Modelos Aditivos Generalizados (GAM). Foram identificados clusters espaciais de alto risco com a estatística Scan e os riscos em cada município estimados via Modelos Autorregressivos Condicionais (CAR). Associações espaciais consideraram o Índice de Desenvolvimento Humano, Índice de Gini, cobertura da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e cobertura de consultas de pré-natal com um mínimo de sete consultas.
Resultados
Entre 2007 e 2021, foram notificados 83.432 casos de SA (36,0/100mil hab.), 36.517 casos de SG (9,5/1.000 Nascidos Vivos (NV)), 21.483 casos (5,58/mil NV) e 141 óbitos (3,63/100mil NV) de SC no estado. Houve diminuição da detecção em 2020, com retomada no ano subsequente. Os riscos de ocorrência cresceram e foram positivos para SG e SC a partir de 2014, e de 2015 para SA. Clusters espaciais de alto risco de SG e SC ocorreram nas regiões Central, Norte, Rio Doce, Mata e Jequitinhonha–Mucuri, e para SA nas regiões Central, Mata, Rio Doce e Centro-Oeste. Houve associação entre o mínimo de 7 consultas pré-natal e menor mortalidade por SC, e entre maior cobertura de ESF e menor incidência de SA.
Conclusões/Considerações
O estudo mostra a relevância do uso de Sistemas de Informação Geográfica e modelos espaço-temporais nas análises em saúde, contribuindo para a compreensão da dinâmica epidemiológica da sífilis, e fornecendo subsídios para o aprimoramento das estratégias de controle e prevenção em Minas Gerais. Visando evitar óbitos por SC, é essencial a ampliação do número de consultas de pré-natal, especialmente nas regiões mais vulneráveis do estado.
TENDÊNCIAS DE PUBLICAÇÃO SOBRE EPIDEMIAS PRIORITÁRIAS DE ACORDO COM OS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEIS EM PERIÓDICOS FARMACÊUTICOS, 2000-2024
Pôster Eletrônico
1 Universidade Estadual de Campinas
2 Universidade de Brasília
3 University of Ottawa
Apresentação/Introdução
As epidemias propostas para acabar pela meta 3.3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) (aids, tuberculose e malária) impactam significativamente a morbimortalidade, demandando uma resposta adequada. O monitoramento das publicações sobre essas epidemias pode orientar estratégias para priorização de pesquisas e financiamento.
Objetivos
Avaliar as tendências de publicação sobre as epidemias previstas para acabar até 2030 segundo a meta 3.3 dos ODS em periódicos farmacêuticos nos últimos 25 anos e os efeitos da adoção dos ODS em 2015.
Metodologia
Estudo transversal com periódicos de Pharmacology & Pharmacy do Journal Citation Reports. Desfecho primário foi proporção de artigos sobre AIDS, tuberculose e malária. Total de artigos e artigos sobre as epidemias de 2000 a 2024 foram identificados no Web of Science (WoS) Core Collection em 19/12/2024. Classificação de renda do país (baixa e média ou alta) foi atribuída a cada autor com metadados de afiliação institucional do WoS, aplicando critérios de classificação do Banco Mundial. Coeficiente de regressão (β) e intervalo de confiança (IC) de 95% da proporção de artigos (/1.000 publicações) sobre o ODS3.3 antes e após adoção foram calculados por análise de séries temporais interrompidas.
Resultados
Foram incluídos 354 periódicos, totalizando 1.313.671 artigos, 3,8% sobre ODS3.3, 2,9% com autor de país desenvolvido e 0,9% de país em desenvolvimento. De 2000 a 2015 a proporção de artigos sobre ODS3.3 cresceu (β:0,47;IC95%:0,18;0,76,p=0,003), em especial com autores de países de alta renda (β:0,69; IC95%:0,38;1,00;p<0.001), sem significância com autores de países em desenvolvimento (β:0,21;IC95%:-0,19;0,062;p=0,30). Após 2015, as publicações sobre ODS3.3 caíram até 2024 (β:-1,00;IC95%:-1,54;-0,47;p=0,001), com padrão semelhante em países de alta renda (β:-1,40;IC95%:-2,00;-0,81;p<0,001), enquanto países de baixa e média renda mantiveram seu padrão não significativo (β:0,05;IC95%:-0,05;0,73;p=0,89).
Conclusões/Considerações
Adoção dos ODS em 2015 não impactou na prioridade de publicação em periódicos farmacêuticos até 2024, indicando que tais medidas potencialmente não estimularam investimentos em pesquisa e publicações. Mesmo considerando que resultados de pesquisas levariam anos até a publicação para então indicar prioridades em pesquisa, a tendência de aumento nas publicações, observada até 2015, não se manteve após a publicação dos ODS.
ANÁLISE DA DINÂMICA ESPACIAL DA COBERTURA VACINAL DA POLIOMIELITE NO ESTADO DE SÃO PAULO DE 2016 A 2022.
Pôster Eletrônico
1 UNISANTOS
Apresentação/Introdução
A vacinação infantil é uma medida preventiva de saúde de grande impacto na redução da morbimortalidade de crianças, evitando de 2 a 3 milhões de mortes por ano, relatado pela Organização Mundial de Saúde. Desde 2016, ocorreram progressivas quedas nas coberturas vacinais da poliomielite junto ao registro de casos do poliovírus em países considerados livres, aumentando o seu risco de reintrodução.
Objetivos
Analisar a dinâmica espacial da cobertura vacinal da Poliomielite no estado de São Paulo nos anos de 2016 a 2022.
Metodologia
Estudo ecológico misto que utiliza dados secundários de domínio público. As doses aplicadas da vacina contra a poliomielite foram obtidas do sistema de informação do Programa Nacional de Imunização, e as informações do número de nascidos vivos foram obtidas junto ao Sistema de Informação de Nascidos Vivos do banco de dados do Sistema Único de Saúde. Foram calculadas as taxas da cobertura vacinal da poliomielite por município e ano. Foi realizada a análise descritiva da cobertura vacinal, testes de Kruskal-Wallis e de comparações múltiplas de Dunn, Teste de Qui-quadrado e a análise da autocorrelação espacial com Índice de Moran. O nível de significância foi de 5%.
Resultados
Diferenças foram observadas entre os anos (p< 0,001) onde os anos de 2016, 2020, 2021 e 2022 diferem entre si (p<0,01). Evidência consecutivas quedas na cobertura vacinal da poliomielite de 2016 até 2021, ano abaixo da meta, com cerca de 70% dos municípios com índice baixo nas quatro macrorregiões (p<0,001), e pandemia do COVID19 como fator contribuição na queda. A análise espacial demonstrou predominância de clusters baixo-baixo na quarta macrorregião e clusters alto-alto na primeira macrorregião. Ocorrendo uma reversão em 2022, com aumento em 95% dos municípios com índice elevado nas quatro macrorregiões (p<0,001).
Conclusões/Considerações
Conhecer o cenário de imunização é importante para aplicar ações estratégicas e políticas públicas mais efetivas a fim de melhorar a saúde infantil, evitando o risco de reintrodução da poliomielite no estado de São Paulo.
TUBERCULOSE E FATORES CLÍNICO E SOCIODEMOGRÁFICOS ASSOCIADOS EM UMA CAPITAL DO SUDESTE BRASILEIRO
Pôster Eletrônico
1 UFMA
Apresentação/Introdução
A tuberculose (TB) permanece um relevante problema de saúde pública, especialmente em contextos de coinfecção pelo HIV, que agrava sua progressão clínica. O Brasil concentra a maioria dos casos nas Américas, com destaque para o estado do Rio de Janeiro. A análise desse cenário epidemiológico é fundamental para orientar estratégias de controle mais eficazes.
Objetivos
Determinar a prevalência de TB associada ao HIV/AIDS, na cidade do Rio de Janeiro, RJ, Brasil, em 2023. Verificar a existência de associação entre TB relacionada ao HIV/AIDS e fatores sociodemográficos.
Metodologia
Os dados de TB na cidade do Rio de Janeiro em 2023 foram obtidos no SINAN e analisados quanto à coinfecção por HIV/AIDS. Foram incluídos casos com preenchimento completo das variáveis sexo, idade, raça e escolaridade, resultando em N = 6.532. Variáveis categóricas foram descritas por frequências absolutas e percentuais; idade, com distribuição assimétrica, foi expressa em mediana e quartis. Para análise inferencial, idade foi categorizada conforme a OMS. As associações entre TB/HIV e variáveis sociodemográficas foram avaliadas por testes de Qui-quadrado de Pearson e post-hoc. Utilizou-se o RStudio® 4.3.3, com p < 0,05.
Resultados
Das 6.532 notificações de TB em 2023 no Rio de Janeiro, 67,85% eram homens, 45,66% pardos e 78,43% adultos, com mediana de idade de 35 (25–49) anos. A coinfecção TB/HIV ocorreu em 522 casos (8%), prevalente entre homens pardos adultos. Houve associação estatisticamente significante entre TB/HIV e raça (p=0,005) e faixa etária (p<0,001). Testes post-hoc indicaram diferenças significantes entre brancos e pretos (p=0,0104), brancos e pardos (p=0,0138), e entre as faixas etárias (p<0,001).
Conclusões/Considerações
Em 2023, a maioria dos pacientes com TB no Rio de Janeiro era do sexo masculino (67,85%), parda (45,66%) e adulta (78,43%), sendo 8% coinfectados por HIV/AIDS. A prevalência em adultos jovens chama atenção por possíveis impactos sociais. Houve associação estatisticamente significativa entre coinfecção TB/HIV e raça e faixa etária, reforçando o impacto dos determinantes sociais da saúde.
COVID-19: CUSTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS E DESFECHOS NA SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Unimontes
2 UFMG
Apresentação/Introdução
A pandemia Covid-19 representou um dos maiores desafios sanitários, sociais e econômicos das últimas décadas. No Brasil, exigiu respostas rápidas e emergenciais dos governos, aumentando gastos públicos e impactando significativamente a saúde pública e a economia. Elevados índices de morbimortalidade sobrecarregaram o sistema de saúde resultando em perdas econômicas e impacto social generalizado.
Objetivos
Analisar os aspectos relacionados a morbimortalidade da Covid-19 no Brasil e no Estado de Minas Gerais e suas respectivas perdas econômicas, sociais e desfechos no setor saúde.
Metodologia
Estudo transversal analítico baseado em dados secundários de fontes oficiais como o Ministério da Saúde, Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais e relatórios financeiros públicos. A coleta de dados foi realizada a partir da base de dados específica sobre a Covid-19 no Brasil, disponibilizada pelo Ministério da Saúde, na plataforma DATASUS. A série histórica analisada envolveu o período de 2022 a 2024, pós pandemia. Para a organização do banco de dados foram estabelecidos os seguintes critérios na coleta dos dados: Unidade Federativa, períodos e morbimortalidade por covid. As tabulações estatísticas foram realizadas utilizando o software TabWin desenvolvido pelo DATASUS/MS.
Resultados
Os impactos da Covid no Brasil foram bastante evidenciados, resultando em aumento de gastos e perdas significativas na saúde pública e na economia. Em 2022, ocorreram no Brasil 693.853 óbitos por Covid. Em 2023, mesmo com a pandemia já controlada, foram 708. 638 óbitos (3% a mais) e em 2024 houve 714.597 óbitos por esta doença, 0,84% a mais que no ano anterior. Em Minas Gerais, em 2022, foram 64.447 óbitos por Covid (9% dos óbitos do país), em 2023, 66.096 óbitos (9,3%) e em 2024 foram 66.956 óbitos (9,4%). Mesmo no período pós pandemia, registra-se no Brasil número expressivo de internações por covid, sobrecarga hospitalar e aumento de mortalidade, especialmente em grupos vulneráveis.
Conclusões/Considerações
A Covid gerou impactos expressivos na saúde pública e na economia do Brasil e de Minas Gerais. A elevada morbimortalidade por Covid esteve diretamente relacionada ao aumento dos gastos públicos em saúde, além de provocar perdas econômicas associadas à redução da força de trabalho, afastamento de profissionais e aumento da demanda por serviços de saúde. Isto reafirma a importância de investimentos contínuos e estruturantes no sistema de saúde.
ANÁLISE DA TENDÊNCIA TEMPORAL E INCIDÊNCIA DA SÍFILIS CONGÊNITA NO RIO GRANDE DO NORTE
Pôster Eletrônico
1 UFRN
Apresentação/Introdução
A sífilis é uma infecção sistêmica causada pelo Treponema pallidum, transmitida principalmente pelas vias vertical e sexual. A facilidade de transmissão e as complicações na evolução crônica têm representado um desafio para a saúde pública apesar da existência de medidas de prevenção. O diagnóstico durante a gestação aumenta o risco de aborto espontâneo, prematuridade, malformação e morte neonatal.
Objetivos
Analisar a incidência e a tendência temporal com base nos dados notificados de 2008 a 2022 da Sífilis Congênita (SC) no estado do Rio Grande do Norte (RN).
Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico utilizando dados secundários, empregando técnicas de análise espacial e tendências temporais que destacam os resultados relacionados à Sífilis Congênita no RN, de 2008 a 2022. Em outubro de 2023, os casos notificados pelo SINAN foram coletados por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis dependentes do estudo tratam-se do número absoluto de nascidos vivos, número absoluto de casos de sífilis congênita e taxa de incidência média e estimativa da sífilis congênita no período de 2008 a 2022 no estado do Rio Grande do Norte. Como variáveis independentes, o estudo analisou Região de Saúde e ano de ocorrência.
Resultados
A 3ª RS apresentou a maior média de casos de sífilis congênita do território com 25,51 casos por 1.000 nascidos vivos. Seguida da 1ª RS com 10,91 casos, a 8ª RS com 8,8 casos e a 7ª RS com 8,6 por 1.000 nascidos vivos. Estima-se que a 8ª RS terá a maior média de sífilis congênita a partir de 2024, com 175,58 casos por 1.000 nascidos vivos. Já em 2026, a expectativa é que a média chegue a 245,19 casos por 1.000 nascidos vivos. A 1ª e 2ª RS também apresentaram tendência de aumento. A 1ª passará de 11,20 para 12,06 casos por 1.000 nascidos vivos até 2027 e a 2ª RS irá variar de 7,01 a 7,10 casos por 1.000 nascidos vivos.
Conclusões/Considerações
Constatou-se um maior acometimento pela exposição à sífilis congênita nas 1ª, 3ª, 7ª e 8ª regiões de saúde. Diante dos dados estudados, espera- se um aumento nas regiões de saúde que podem resultar em uma sobrecarga no serviço. Dessa maneira, o manejo adequado das gestantes infectadas deve ser reforçado na Atenção Básica, assim como o investimento em ações de prevenção e educação em saúde.
MORTALIDADE POR HIV/AIDS EM ÁFRICA E SUA RELAÇÃO COM O ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO ENTRE 2001 E 2023
Pôster Eletrônico
1 FSP
Apresentação/Introdução
A mortalidade por HIV/AIDS permanece um grave problema de saúde pública, especialmente na África, onde a carga da doença é a mais elevado no mundo. Analisar sua tendência ao longo do tempo e sua associação com o IDH contribui para compreender as desigualdades socieconómicas em saúde e orientar políticas públicas.
Objetivos
Descrever a tendência mortalidade por HIV/AIDS nas regiões do continente e associar a mortalidadade por HIV/AIDS nos países do continente africano com IDH.
Metodologia
Os dados de mortalidade ajustada pela idade dois países e regiões foram obtidas no estudo Global Burden of Disease (GBD). Os valores do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países ao longo dos anos foram extraídos do banco de dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Para a análise de tendência da mortalidade, utilizou-se o teste de Prais-Winsten. A relação entre as taxas de mortalidade e o IDH foi avaliada por meio da correlação de Pearson. Todas as análises foram realizadas no software Stata considerando o nível de significância de 0.05.
Resultados
Entre 2003 e 2023, a mortalidade por HIV/AIDS declinou significativamente nas regiões da África. No Norte da África, a taxa reduziu 20,7% (de 1,3 para 1,1 por 100 mil habitantes); na África Ocidental, 62,3% (de 100,0 para 37,6); na África Oriental, 78,6% (de 174,6 para 37,4); na África Central, 76,7% (de 140,1 para 32,6); e na África Austral, 73,7% (de 517,9 para 136,1). b)De 2001 a 2019 a maioria dos países apresentou correlação negativa entre o IDH e a mortalidade por HIV/AIDS, indicando que o aumento do IDH está associado à queda da mortalidade ao longo dos anos. Contudo, sete países mostraram correlação positiva indicando com aumento simultâneo do IDH e da mortalidade.
Conclusões/Considerações
A África Austral segue com os maiores índices de mortalidade por HIV/AIDS, apesar da tendência geral de queda significativa de mortalidade em todas as regiões da África. De 2001 a 2019, a maioria dos países apresentou correlação negativa entre IDH e mortalidade, indicando que o desenvolvimento humano contribuiu para a redução dos óbitos. No entanto, em sete países a relação foi positiva, revelando desigualdades.
REINTERNAÇÕES PRECOCES EM PACIENTES INTERNADOS POR HIV/AIDS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
Pôster Eletrônico
1 UFMG
2 Fiocruz/RJ
3 MS/UFMG
Apresentação/Introdução
Pessoas vivendo com HIV/Aids têm elevadas proporções de reinternações após alta hospitalar, indicador que sinaliza sobre a qualidade da atenção às pessoas vivendo com o vírus. Essas informações ainda são escassas para países do sul global.
Objetivos
Investigar reinternações precoces de pessoas internadas por HIV, entre 2000 e 2015, no Sistema Único de Saúde (SUS), e seus fatores associados.
Metodologia
Coorte não-concorrente, usando dados da Base Nacional em Saúde, uma base centrada no paciente, desenvolvida por pareamento determinístico-probabilístico e que inclui dados do SIH e do SIM. Foram incluídos maiores de 18 anos que internaram no SUS pelos códigos B20-B24, F024, R75 e Z21 da CID-10 entre 01/01/2000 e 30/06/2015. A variável independente foi reinternação precoce (em até 30 dias após uma primeira internação) por CID primário ou secundário relacionado ao HIV/Aids. A associação entre sexo, idade no início da coorte, região do país, comorbidades graves e óbito por HIV e a variável independente foi investigada com o uso de modelos de regressão logística bruta e ajustada.
Resultados
Foram investigados 222.354 pacientes, que tiveram 465.421 internações. Deste total de pacientes, 21,2% (n=47.196) reinternaram em até 30 dias. A mediana de reinternações foi de 1 (IIQ 1-2). Após ajustes, os fatores associados à reinternação precoce foram ser do sexo masculino (OR 1,22), residir nas regiões Nordeste (OR 1,10), Sudeste (OR 1,09), Sul (OR 1,37) e Centro-Oeste (OR 1,20) em comparação à Norte, ter ao menos uma comorbidade grave (OR 1,12) e ter ido a óbito por HIV/Aids (OR 1,59). Foi associado a menor frequencia de reinternações precoces ter 40-49 anos (OR 0,91), 50-59 anos (OR 0,81) e 60 anos ou mais (OR 0,69), em comparação aos internados de 20-29 anos.
Conclusões/Considerações
Reinternações estão associadas à maior chance de óbito por HIV/Aids. Persistem iniquidades regionais e de gênero na atenção às pessoas vivendo com HIV. Os mais jovens parecem ter mais chance de reinternar precocemente, indicando maior dificuldade no manejo da infecção neste grupo. O conhecimento de fatores associados à reinternação pode auxiliar no aprimoramento da Política Nacional de Prevenção às IST/Aids e na eliminação de novas infecções.
MAPEAMENTO DE TECNOLOGIAS DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E CONTROLE DA HEPATITE A: REVISÃO DE ESCOPO
Pôster Eletrônico
1 1- Universidade Federal de São João del-Rei, Divinópolis, MG, Brasil.
2 2- Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
Apresentação/Introdução
A Hepatite A é uma doença infectocontagiosa transmitida por via oro-fecal, alimentos contaminados e práticas sexuais desprotegidas. Representa um desafio à saúde pública, especialmente entre populações vulneráveis, exigindo a atuação qualificada da enfermagem na vigilância, prevenção e controle. Destarte, faz-se necessário traçar artifícios de atenção, como no contexto da assistência de enfermagem.
Objetivos
Mapear tecnologias utilizadas pela enfermagem na prevenção e controle da hepatite A.
Metodologia
Trata-se de revisão de escopo, conduzida a partir das diretrizes do Joanna Briggs Institute e protocolo PRISMA-ScR. Realizada busca nas bases de dados PubMed/MEDLINE; Latin American and Caribbean Health Sciences; Índice Bibliográfico Español en Ciencias de la Salud; Base de dados de Enfermagem; EMBASE; Scopus; Web of Science; CINAHL Database; Cochrane Library e literatura cinzenta. Os resultados foram exportados para o software Rayyan, triados por dois revisores independentes, a partir de título e resumo. Após seleção, realizada leitura integral dos resultados. Realizou-se síntese dos achados.
Resultados
Foram identificadas 10 obras que compuseram o corpus da revisão, publicadas entre 2004 e 2022, majoritariamente nos Estados Unidos. As principais tecnologias empregadas pela enfermagem estavam concentradas na Atenção Primária à Saúde, destacando-se: vacinação, testagem sorológica, uso de softwares e lembretes eletrônicos, educação em saúde, consulta de enfermagem, notificação de doenças e agravos, formação de duplas de apoio em programas de reabilitação, além de ações de acompanhamento e rastreamento.
Conclusões/Considerações
A assistência de enfermagem frente à Hepatite A transita entre os diversos níveis de assistência à saúde, envolvendo ações de prevenção, controle e tratamento e acompanhamento. Mormente, a vacinação é descrita como principal artifício. Também, são destacadas necessidades de vigilância em relação à população LGBTQIAPN+.
CONDIÇÕES CARDÍACAS PÓS-COVID: FATORES DE RISCO, DE PROTEÇÃO E PROGNÓSTICOS REUNIDOS EM UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA
Pôster Eletrônico
1 UnB
2 Ministério da Saúde
3 Hospital Universitário de Brasília
4 Instituto de Ensino e Investigações Avançadas em Saúde Aramari APO
Apresentação/Introdução
Condições cardíacas estão entre as três principais condições pós-covid. Este estudo procurou responder três perguntas de pesquisa para contribuir com a compreensão da história natural da covid-19 e suas repercussões cardíacas, a fim de auxiliar no atendimento integral desses pacientes, da prevenção à assistência especializada.
Objetivos
O objetivo da revisão foi sintetizar as evidências sobre os fatores associados ao desenvolvimento de condições cardíacas pós-covid, a frequência de desfechos clínicos em pacientes afetados e os potenciais fatores prognósticos.
Metodologia
Foi realizada uma revisão sistemática, de acordo com as diretrizes do PRISMA, nas bases: EBSCOhost, MEDLINE via PubMed, BVS e Embase, de 2020 a dezembro de 2023; como também, na literatura cinzenta. Todas as etapas foram pareadas e independentes. Para a avaliação da qualidade metodológica dos estudos incluídos, foram utilizadas as ferramentas de avaliação: Newcastle-Ottawa Scale (perguntas 1 e 2) para estudos observacionais, e o QUIPS Tool para estudos de prognóstico (pergunta 3).
Resultados
Dos 8.343 artigos captados, sete foram incluídos na extração dos dados. A vacinação atuou como fator protetor, ao reduzir o risco de desenvolver condições cardíacas pós-covid em 28 (RR:0,49; IC95%: 0,43-0,57) e 90 dias (RR:0,35; IC95%: 0,29-0,44), enquanto que as reinfecções da covid-19 aumentaram o risco de doenças cardiovasculares após 30 dias (RR:2,19; IC95%: 1,99-2,41) da última infecção. Em cerca de 20% dos pacientes, os sintomas persistiram após 200 dias de seguimento. Sobre os fatores prognósticos, o artigo observou que, entre as crianças acompanhadas, quatro não se recuperaram até o final do estudo. Elas tinham de dois a cinco anos de idade e sintomas gastrointestinais no quadro de SIM-P.
Conclusões/Considerações
A vacinação contra a covid-19 reduz o risco de desenvolver condições cardíacas pós-covid. Políticas públicas de prevenção, como o incentivo à imunização, devem ser estimuladas para evitar infecções e reinfecções do SARS-CoV-2, bem como, condições cardíacas pós-covid. Estudos como este ajudam a fundamentar estratégias de prevenção, monitoramento e assistência aos pacientes com condições pós-covid, para garantir o acesso justo e integral à saúde.
DESAFIOS PARA A PREVENÇÃO DA SÍFILIS CONGÊNITA: PERCEPÇÕES DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE NA ATENÇÃO BÁSICA
Pôster Eletrônico
1 UFF
Apresentação/Introdução
A transmissão vertical da sífilis se apresenta como problema de interesse em saúde pública, com compromissos internacionais, sendo um desafio para o mundo, bem como para o Brasil, a eliminação da sífilis congênita. Considerando haver protocolos definidos com vistas à prevenção da sífilis congênita, tal situação questiona a qualidade das práticas de saúde, principalmente no pré-natal.
Objetivos
Analisar os desafios para a prevenção da sífilis congênita a partir do cuidado às gestantes com sífilis durante o pré-natal, enfatizando as percepções de profissionais de saúde a respeito das dificuldades encontradas nesse contexto.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, em que se optou pelo Estudo de Caso, cuja unidade-caso foi a Unidade Básica de Saúde (UBS) de Santa Bárbara, no município de Niterói/RJ. O estudo no campo aconteceu entre maio e julho de 2023, com a participação de 10 profissionais de saúde da UBS: 05 enfermeiras/os, 01 técnica de enfermagem, 01 médico, 2 assistentes sociais e 01 psicóloga. Para análise, a inspiração foi o método de interpretação dos sentidos, considerando o quadro teórico em relação à vulnerabilidade quanto às dimensões individual, social e programática.
Resultados
Sobressaiu-se vulnerabilidade programática, principalmente, no que tange aos serviços e processos de trabalho, levando a dificuldades no cuidado às pessoas com sífilis para se prevenir à transmissão vertical. Em relação à vulnerabilidade individual e social identificaram-se questões como falta de informação, dor pela aplicação do medicamento, baixa adesão ao pré-natal, ausência dos parceiros no cuidado pré-natal, e a necessidade de se atentar para temas como violência obstétrica, racismo, machismo, classe, a forma como as infecções sexualmente transmissíveis e a sexualidade são vistas e interpretadas, a ideia de maternidade pela sociedade e a pouca presença de jovens no serviço de saúde.
Conclusões/Considerações
Percebeu-se a necessidade de potencializar os encontros produtores de cuidado entre profissionais e usuárias, valorizando a relação dialógica, também necessária entre profissionais da unidade de saúde, com toda a rede de saúde, e intersetorialmente, sem desconsiderar que a redução das vulnerabilidades exige ações da gestão e investimento em políticas públicas, com vistas à prevenção a transmissão vertical da sífilis.
INTERNAÇÕES POR SÍFILIS E HIV/AIDS NO BRASIL: UMA ABORDAGEM SEGUNDO A RAÇA/COR
Pôster Eletrônico
1 UEFS
Apresentação/Introdução
A sífilis e o HIV/aids compõem um grande problema de saúde pública, devido aos elevados índices de morbimortalidade e internações, especialmente nas regiões que apresentam maior vulnerabilidade social. Demandam alta procura por atendimento perante os graves efeitos que causam sobre a saúde sexual e reprodutiva, com destaque à população negra e aos grupos que adotam comportamentos de risco.
Objetivos
Analisar o perfil epidemiológico dos pacientes hospitalizados com diagnóstico de sífilis e HIV/aids nas Regiões da Federação Brasileira, segundo os aspectos temporais e de acordo com os diferenciais de raça/cor, no período de 2008 a 2023.
Metodologia
Estudo ecológico misto com dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do DATASUS, que tem como instrumento operacional a Autorização de Internação Hospitalar (AIH). Foram consideradas as internações com diagnóstico principal de sífilis ou HIV/aids para adultos de ambos os sexos, sendo que para sífilis foram observadas as formas adquirida e gestacional. Os dados populacionais e de raça/cor advieram do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram executadas a estatística descritiva na linguagem R e a estimativa da matriz de covariância pelo estimador de Newey-West. Nota-se o ineditismo deste trabalho, pois não há publicações voltadas ao tema e métodos aqui utilizados.
Resultados
Houve 18.835 internações por sífilis, com maior frequência no sexo feminino (62,2%), faixa etária de 18-29 anos (42,7%) e em negros (46,3%). As maiores taxas de sífilis perfizeram as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. O comportamento temporal foi estatisticamente significante (p-valor < 0,05) e com tendência crescente nas cinco regiões. Em relação ao HIV/aids houve 496.060 hospitalizações, com destaque ao sexo masculino (64,5%), faixa de 30-39 anos (32,2%) e em negros (41,5%). As maiores taxas de HIV/aids foram observadas no Sul, Norte e Centro-Oeste. Não houve significância estatística apenas no Centro-Oeste; a tendência foi crescente nessa região, no Nordeste e Norte do país.
Conclusões/Considerações
É evidente a sobremortalidade da população negra no cenário das internações por sífilis e HIV/aids, o que demanda a reavaliação dos programas, protocolos e políticas públicas com ênfase para os grupos em situação de vulnerabilidade social. Assim será possível efetivar direitos sexuais e reprodutivos, reduzir a cadeia de transmissão e alcançar melhores resultados clínicos a partir da Atenção Primária à Saúde.
MORTALIDADE EM GESTANTES POR COVID-19 NO ESTADO DO MARANHÃO
Pôster Eletrônico
1 UFMA
Apresentação/Introdução
No Brasil, houve um aumento das mortes maternas em 2021 em comparação aos anos anteriores. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, a taxa de letalidade por COVID-19 em gestantes naquele ano foi de 7,2%, apesar dos esforços do Ministério da Saúde e dos estados para qualificar a assistência e os dados. Ainda assim, há suspeita de subnotificação, o que pode mascarar a real gravidade do cenário.
Objetivos
Este trabalho teve por objetivo analisar a mortalidade por Covid-19 entre gestantes, no período de 2020 a 2022, no estado Maranhão.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo longitudinal e transversal no qual foi analisada a mortalidade entre gestantes por Covid-19 (SARS-CoV-2) no período de 2020 a 2022, empregando-se o método de relacionamento probabilístico de registros. Foram utilizados dados secundários provenientes dos sistemas de informação e-SUS Notifica, SIVEP-Gripe, SIM e SI-PNI.
Resultados
Entre 2020 e 2022, o SIM registrou 7.670 óbitos de mulheres de 10 a 49 anos no Maranhão, sendo 322 mortes maternas, das quais 71 tiveram como causa básica a COVID-19. O percentual de óbitos maternos por COVID-19 foi de 22%. A maioria das vítimas tinha entre 25 e 29 anos, era parda, solteira e com 8 a 11 anos de estudo. Donas de casa, trabalhadoras rurais e do comércio foram as ocupações mais comuns. Apenas 4,2% tinham registro vacinal no SI-PNI. Imperatriz, São Luís, Balsas e São José de Ribamar concentraram os casos. Foram identificadas taxas de subinformação (12,67%) e subnotificação (8,45%), resultando em 86 óbitos por COVID-19, 21,12% a mais que os registros oficiais.
Conclusões/Considerações
A subnotificação de óbitos por COVID-19 em gestantes representa um desafio relevante para a saúde pública, impactando diretamente a gestão de crises sanitárias. Nesse sentido, é essencial dispor de informações atualizadas e qualificadas para orientar ações de prevenção e controle. Além disso, a existência de sistemas de informação estruturados favorece a integração e o compartilhamento de dados, promovendo respostas mais eficientes e coordenadas.
EPIDEMIOLOGIA DOS CASOS NOTIFICADOS DE DENGUE, 2024
Pôster Eletrônico
1 UEMG
2 EEUSP
Apresentação/Introdução
A dengue é uma doença infecciosa que se destaca entre as enfermidades tropicais de relevância para a saúde pública. Anualmente, cerca de 390 milhões de pessoas são acometidas. Sua predominância ocorre em zonas urbanas, em razão de múltiplos fatores inter-relacionados. Assim, a análise epidemiológica é essencial para analisar padrões de incidência, territórios e grupos de maior vulnerabilidade
Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico dos casos notificados de dengue em um município de pequeno porte de Minas Gerais
Metodologia
Estudo transversal descritivo, realizado a partir da análise das fichas individuais de notificação de dengue, examinadas in loco em um município de pequeno porte do estado de Minas Gerais, em 2024. Foram extraídas variáveis sociodemográficas e clínicas, com posterior análise descritiva dos dados. Adicionalmente, procedeu-se a uma análise comparativa entre os dados coletados no estudo e as informações disponibilizadas no Painel de Vigilância das Arboviroses do Estado de Minas Gerais
Resultados
Das 3.448 fichas de notificação recebidas, 2.489 foram incluídas na análise. Observou-se maior concentração de casos entre a 6ª e a 10ª semanas epidemiológicas, com pico na 9ª semana. A maioria das confirmações ocorreu por critério clínico-epidemiológico. Houve predomínio de casos em mulheres, na faixa etária de 20 a 59 anos, de etnia branca, residentes em áreas urbanas. Os sintomas mais frequentes foram mialgia, cefaleia e febre. A Unidade de Pronto Atendimento foi identificada como a principal fonte de notificação. Destacaram-se limitações no preenchimento das fichas, com número expressivo de campos ignorados ou em branco, além da identificação de discreta subnotificação de casos
Conclusões/Considerações
A análise proporcionou uma compreensão ampliada da dinâmica de transmissão da dengue. Os dados subsidiam a formulação de estratégias eficazes de prevenção e controle, entre as quais se destacam as campanhas de mobilização social e educação em saúde, o fortalecimento das ações de controle vetorial e a alocação adequada de recursos e insumos, como testes laboratoriais, visando à mitigação dos impactos da doença e à promoção do bem-estar da população
VARIAÇÃO TEMPORAL DA SINTOMATOLOGIA DA COVID-19 SEGUNDO SEXO: UM ESTUDO POR ONDAS EPIDÊMICAS
Pôster Eletrônico
1 ENSP/FIOCRUZ
2 ICICT-FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
O Brasil foi um dos países duramente afetado pela doença durante a pandemia. Atualmente, a taxa de letalidade é de 1,8%. A COVID-19 continua a infectar e causar óbitos, mas, como uma doença endêmica, seja de natureza respiratória, foi identificado uma variedade de sintomas atribuídos à doença, o que dificultou o diagnóstico clínico.
Objetivos
Dessa forma, o objetivo é analisar a tendência temporal da incidência de sintomas da COVID-19 por sexo, segundo ondas epidêmicas no Brasil, no período de 2020 a 2022.
Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico de base temporal. As ondas foram definidas com base nas semanas epidemiológicas, número de casos e na literatura científica. Os dados foram obtidos do SIVEP-Gripe. Foram identificados 11 grupos de sintomas que compões a análise da tendência temporal. Calculou-se a taxa de incidência dos grupos de sintomas por 100.000 habitantes, estratificada por faixa etária e sexo. Para compor o modelo foi explorado o que apresentasse o menor valor do Critério de Informação Bayesiano (BIC), geralmente, valor p<0,05 e maior coeficiente de determinação (R2), optando-se pelo Modelo Aditivo Generalizado (GAM) com estrutura de suavização.
Resultados
Nos grupos de sintomas cabeça/pescoço e estado vígil, não houve ponto de inflexão no sexo feminino; no masculino, a ausência foi no grupo linfático. No sexo masculino, sintomas digestórios e de mal-estar apresentaram inflexões entre a 2ª e 3ª onda, e entre a 3ª e 5ª, respectivamente. No feminino, houve inflexões significativas no grupo termorregulador (2ª a 4ª onda) e no de equilíbrio (3ª a 5ª). Nos demais, observou-se tendência inicial de aumento seguida de redução, com destaque para aumento acentuado na 2ª onda entre mulheres nos grupos digestório, dor, respiratório e termorregulador.
Conclusões/Considerações
Embora a segunda onda da pandemia no país tenha sido a mais grave em relação à mortalidade em quase todas as faixas etárias e segmentos sociais, verificou-se uma queda expressiva na incidência dos grupos de sintomas. A explicação mais plausível para essa redução é o avanço da vacinação. Espera-se que este estudo possa colaborar com a comunidade científica, ampliando a compreensão acerca da dinâmica da COVID-19 no Brasil.
ANÁLISE DAS TAXAS DE NOTIFICAÇÃO E DO PERFIL DOS CASOS DE SÍFILIS EM GESTANTES RESIDENTES NA ÁREA DA AP 5.2 DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, NO PERÍODO DE 2015 A 2024.
Pôster Eletrônico
1 Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro/UERJ
2 Secretaria Municipal de Saúde do Município do Rio de Janeiro
Apresentação/Introdução
A sífilis gestacional é uma infecção grave que pode causar aborto, morte fetal, prematuridade e sequelas neurológicas. Em 2020, o Brasil liderou em casos, com mais de 22 mil registros. Para mitigar o problema, a triagem pré-natal e o tratamento da paciente e seu parceiro em momento oportuno são essenciais, conforme as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Objetivos
Descrever os casos de sífilis em gestantes residentes na área programática 5.2 do Município do Rio de Janeiro no período de 2015 e 2024 e analisar as taxas de incidência por ano de notificação.
Metodologia
Trata-se de estudo ecológico descritivo com dados públicos extraídos do TabNet municipal em maio de 2025. A área programática 5.2 é localizada na região oeste da cidade. Os casos de sífilis em gestantes são notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Foram utilizadas as variáveis: ano da notificação; bairro de residência; faixa etária; escolaridade; raça/cor; trimestre de gestação; tratamento do parceiro; motivo do não tratamento do parceiro e classificação clínica. Para o cálculo da taxa de incidência foi utilizado no denominador os nascidos vivos registrados a cada ano. As frequências absolutas e relativas foram realizadas no Excel com organização em gráficos e tabelas.
Resultados
Entre 2015 e 2024 foram notificados 6.482 casos de sífilis em gestantes residentes na área de planejamento 5.2. Os anos de 2020, 2021, 2022 e 2024 apresentaram o maior número de casos, porém a maior taxa de incidência foi observada em 2024 (105,9 por 1.000 nascidos vivos). Em todos os anos, mais da metade dos casos foram entre os residentes dos bairros de Campo Grande (34,6%) e Guaratiba (22%). A maioria dos casos são mulheres entre 15 e 24 anos, raça/cor parda com ensino médio, diagnosticada no primeiro trimestre de gestação (61%) com predomínio da forma latente (51,4%). 41,3% dos casos o parceiro não foi tratado, quanto ao motivo do não tratamento em 48,6% dos casos não foi informado.
Conclusões/Considerações
Nossos resultados apontam para desigualdades territoriais no risco de adoecer, a predominância de forma latente indica infecções antigas assintomáticas e o não tratamento do parceiro indica fragilidades no cuidado da rede de assistência ao paciente. Reforça-se a importância de incorporação de experiências bem-sucedidas em outros territórios visando o controle da doença.
DISPARIDADES REGIONAIS NA INCIDÊNCIA DE SÍFILIS EM MATO GROSSO: SUBSÍDIOS PARA O FORTALECIMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Pôster Eletrônico
1 UNEMAT
2 ENSP/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível, curável, cuja transmissão ocorre por via oral, anal, vaginal. Caracteriza-se por períodos de atividade e latência, o acometimento é sistêmico e pode evoluir para complicações graves quando não tratada. Apesar da ampliação do diagnóstico, a sífilis permanece como um desafio persistente em saúde pública, com aumento da incidência nos últimos anos.
Objetivos
Descrever os casos de sífilis adquirida nas macrorregiões do Estado de Mato Grosso nos anos de 2016 a 2023.
Metodologia
Estudo descritivo, com dados secundários do sistema de informações e notificações SINAN. O estado de Mato Grosso conta com seis macrorregiões, as quais estão distribuídos 141 municípios. Para análises, foram realizadas frequências absolutas, e taxa de incidência da sífilis por 100 mil habitantes por macrorregião, realizadas através da linguagem estatística R (R Development Core Team, 2010).
Resultados
No período analisado, foram notificados 13.208 casos de sífilis adquirida em Mato Grosso. A macrorregião Médio Norte apresentou a maior incidência (640/100.000 hab.). Já a região Noroeste, com a menor densidade populacional (185.156 hab.), apresentou taxa de 354/100.000 hab. A análise estatística evidenciou variações significativas entre as macrorregiões (χ²=615,41; p<0,001). A região Centro-Sul, onde se localiza a capital do estado, registrou incidência de 500/100.000 hab., possivelmente influenciada pelo maior contingente populacional.
Conclusões/Considerações
O estudo evidencia disparidades regionais na incidência de sífilis no estado de Mato Grosso, indicando áreas prioritárias para intervenção. Os resultados reforçam a necessidade de fortalecer políticas públicas, com alocação estratégica de recursos, ações educativas, ampliação do diagnóstico e tratamento, e vigilância epidemiológica qualificada.
Descritores: Sífilis Adquirida, Macrorregiões e Saúde Pública.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS CONGÊNITA EM VITÓRIA DA CONQUISTA, BAHIA: UM ESTUDO DE 2020 A 2024
Pôster Eletrônico
1 UFBA
2 Secretaria Municipal de Saúde - Vitória da Conquista
Apresentação/Introdução
A sífilis congênita é um agravo evitável por meio do diagnóstico e tratamento oportunos na atenção pré-natal. Apesar disso, sua incidência tem aumentado, revelando fragilidades no cuidado, e desigualdades sociais subjacentes ao adoecimento, o que a torna um desafio ainda não superado. Conhecer seu perfil epidemiológico é essencial para qualificar as ações de prevenção e eliminação da transmissão vertical.
Objetivos
Analisar o perfil epidemiológico da sífilis congênita no município de Vitória da Conquista, Bahia, no período de 2020 a 2024, considerando variáveis sociodemográficas, clínicas e obstétricas.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa. Os dados que foram extraídos do SINAN, são de casos confirmados de sífilis congênita notificados entre 2020 e 2024, para o município investigado. As variáveis analisadas incluíram ano da notificação, faixa etária, raça/cor, escolaridade, idade materna, momento do diagnóstico da sífilis materna, acesso ao pré-natal, tratamento do parceiro e classificação final dos casos. Foi realizada análise de frequência absoluta e relativa, além de cálculo da taxa de incidência por 1.000 nascidos vivos para cada ano, utilizando como denominador os dados do SINASC. As análises foram realizadas com apoio do software Excel.
Resultados
Entre 2020 e 2024, foram notificados 54 casos de sífilis congênita em Vitória da Conquista. A taxa de incidência oscilou, com pico em 2023 (5,02/1.000 NV). A maioria das mães tinha entre 20 e 24 anos (33,3%), baixa escolaridade (55,5%) até ensino médio incompleto e se autodeclararam pardas (74%). Apesar de 76% relatarem ter feito pré-natal, 53,7% dos diagnósticos ocorreram apenas no parto. O tratamento do parceiro foi registrado em apenas 9,2% dos casos, 4 casos evoluíram para natimorto (7,4%).
Conclusões/Considerações
Os achados revelaram que o período analisado retrata um cenário persistente e preocupante de sífilis congênita no município, com fragilidades no diagnóstico e tratamento adequado durante o pré-natal, além de vulnerabilidades sociais das gestantes acirrando este quadro. A análise local reforça a necessidade de estratégias intersetoriais, qualificação da assistência, vigilância ativa dos casos e fortalecimento das ações na atenção ao pré-natal.
ASSOCIAÇÃO ENTRE FORMAS CLÍNICAS DE TUBERCULOSE E ALCOOLISMO EM SÃO LUÍS/MA
Pôster Eletrônico
1 UFMA
Apresentação/Introdução
A tuberculose é um problema recorrente de saúde pública no Brasil, particularmente em contextos de vulnerabilidade social. O uso abusivo de álcool tem sido associado à maior incidência e gravidade da doença, porém, a relação com as formas clínicas de tuberculose ainda não é plenamente compreendida na literatura.
Objetivos
Avaliar a associação entre o alcoolismo e as formas clínicas de tuberculose (pulmonar, extrapulmonar e mista) em indivíduos residentes na cidade de São Luís, Maranhão, no ano de 2023.
Metodologia
Estudo transversal com dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), referentes ao ano de 2023. Foram incluídos 1.337 casos notificados de tuberculose em residentes de São Luís/MA. As variáveis analisadas foram: forma clínica da tuberculose, alcoolismo, sexo, faixa etária, raça/cor e escolaridade. A variável dependente foi a forma clínica da tuberculose (pulmonar, extrapulmonar e mista) e a principal variável independente foi o alcoolismo (sim/não). Foi realizada análise descritiva e teste Qui-quadrado para verificar associação entre variáveis, com nível de significância de 5%. Os resíduos padronizados ajustados foram utilizados na análise pós-teste.
Resultados
Entre os casos analisados, a maioria era do sexo masculino (73,1%), de raça parda (69,8%) e com ensino fundamental incompleto. A forma pulmonar foi a mais frequente (91,7%). O alcoolismo foi identificado em 27,7% dos indivíduos. Verificou-se associação significativa entre alcoolismo e formas clínicas da tuberculose (p = 0,032). O alcoolismo foi mais prevalente entre os casos com forma pulmonar (resíduo padronizado ajustado > 1,96) e menos prevalente entre os casos com forma extrapulmonar (resíduo < -1,96), indicando uma associação estatisticamente relevante entre essas variáveis.
Conclusões/Considerações
O estudo evidenciou associação entre o alcoolismo e formas clínicas da tuberculose, com maior prevalência do uso de álcool em casos da forma pulmonar. Estes achados reforçam a importância de estratégias intersetoriais que integrem o enfrentamento da tuberculose com ações voltadas à redução do uso abusivo de álcool, especialmente em contextos socioeconômicos vulneráveis.
TENDÊNCIA TEMPORAL DA INCIDÊNCIA E LETALIDADE POR TUBERCULOSE NA REGIÃO SUDESTE, 2012 A 2022.
Pôster Eletrônico
1 UFJF-GV
Apresentação/Introdução
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa com alto potencial de letalidade e fácil mecanismo de transmissão via inalação de aerossóis, persistindo como grave entrave à saúde no Brasil.
Objetivos
Analisar a tendência temporal das taxas de incidência e a evolução das taxas de letalidade por tuberculose nos estados da Região Sudeste, de 2012 a 2022.
Metodologia
Foi realizado um estudo ecológico espaço-temporal exploratório com dados de pessoas de 20 anos ou mais, de ambos os sexos, e dos quatro estados do Sudeste, de 2012 a 2022. Os dados de notificação e mortalidade por tuberculose foram obtidos do SINAN e os populacionais do IBGE. Calcularam-se as taxas brutas e padronizadas de incidência e de letalidade por tuberculose. Utilizou-se o método de regressão de Prais-Winsten para análise temporal das taxas de incidência, considerando a taxa de incidência padronizada como variável dependente e os anos como independente. Calculou-se a Variação Percentual Anual (VPA) e intervalos de confiança, considerando p<0,05 como significativo.
Resultados
Rio de Janeiro e São Paulo apresentaram as maiores taxas médias padronizadas de incidência por tuberculose (82,47 por 100.000 e 46,48 por 100.000). Minas Gerais e Espírito Santo registraram as maiores taxas médias de letalidade (4,63% e 4,46%). Em todo período, houve queda na letalidade no Rio de Janeiro e Espírito Santo (-11,16% e -25,06%) e aumento em Minas Gerais e São Paulo (26,68%; 51,92%). Nas tendências temporais, Minas Gerais apresentou queda anual de 1,62% da incidência ao ano (IC95%: −2,55; -0,68; p=0,004) e os outros estados exibiram tendência estacionária [p=0,737; p=0,464 (IC95%: −2,36; 4,95) e p=0,055 para São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro, respectivamente].
Conclusões/Considerações
A média das taxas de incidência por tuberculose foi maior no Rio de Janeiro e a média de letalidade foi maior em Minas Gerais. Houve tendência de redução das taxas de incidência por tuberculose apenas no estado de Minas Gerais. Fica evidente a necessidade do fortalecimento estratégias de controle e prevenção da tuberculose nos estados com tendência estacionária.
ANÁLISE DA PERDA DE SEGUIMENTO DA TARV EM PVHIV E ESTRATÉGIAS PARA A ADESÃO E RETENÇÃO NA REGIÃO MÉDIO NORTE MATO-GROSSENSE
Pôster Eletrônico
1 UNEMAT
2 SMS- Tangará da Serra
Apresentação/Introdução
A perda de seguimento da TARV em pessoas vivendo com HIV (PVHIV) compromete o controle da infecção, eleva o risco de desfechos clínicos graves, transmissão do vírus e resistência medicamentosa. A perda de seguimento possui relação com fatores sociais, estruturais e assistenciais que influenciam a adesão e exigem dos serviços de saúde estratégias de retenção no cuidado.
Objetivos
Analisar a experiência do serviço de referência na implementação de estratégias de monitoramento para a retomada do seguimento da terapia antirretroviral (TARV) em pessoas vivendo com HIV (PVHIV) na região Médio Norte Mato-Grossense.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa e quantitativa, realizado em serviço de referência para PVHIV na região Médio Norte Mato-Grossense, no período janeiro de 2025. O serviço acompanha atualmente 896 pacientes que vivem com HIV, sendo referência para dez municípios da região de saúde. Os dados foram obtidos por meio de registros do SICLOM, prontuários e entrevistas com profissionais de saúde. A análise combinou estatística descritiva para os casos da perda de segmento e análise de temática a partir da descrição das ações adotadas, os resultados obtidos em termos de sensibilização e adesão, além dos principais desafios enfrentados no processo. CAAE 01481918.0.0000.5393.
Resultados
Foram identificados 98 pacientes em perda de seguimento. Das estratégias aplicadas dos pacientes monitorados, 22 (22,4%) retomaram, enquanto 4 (4%) recusaram o tratamento. Foram registrados 4 (4%) óbitos, 4 (4%) pacientes não localizados e 64 (65,3|%) pessoas identificadas, mas sem êxito no contato, seja na regional de Tangará da Serra 42 (42,8%) ou em outras cidades 22 (22,4%), visto a mobilidade laboral que influencia diretamente, especialmente homens oriundos do Maranhão e Alagoas que migraram em busca de trabalho temporário, foram testados em ações de triagem realizadas em fazendas e empresas. A alta rotatividade e a ausência de vínculo contínuo dificultam a adesão ao tratamento.
Conclusões/Considerações
Esses achados reforçam a importância de estratégias interinstitucionais para garantir a continuidade do cuidado e fortalecimento da rede assistencial. A experiência de monitoramento realizada contribuiu para identificar desafios importantes para a continuidade do cuidado, que requer estratégias intersetoriais para ampliar a adesão ao tratamento. As estratégias aplicadas potencializam o retorno visto o envolvimento da equipe multiprofissional.
FATORES DE RISCO ASSOCIADOS ÀS CONDIÇÕES PÓS-COVID: UM ESTUDO DE CASO CONTROLE
Pôster Eletrônico
1 UFSCar
Apresentação/Introdução
A Condição Pós-Covid (CPC) é caracterizada por sinais e sintomas que surgem ou persistem por mais de quatro semanas após a infecção aguda pelo SARS-CoV-2 e não pode ser explicado por outro diagnóstico. A CPC pode afetar diversos sistemas do corpo e variar em intensidade e duração, impactando diretamente a saúde das pessoas.
Objetivos
Analisar os fatores de risco para o desenvolvimento de CPC de usuários de serviços públicos de saúde de São Carlos-SP.
Metodologia
Trata-se de um estudo do tipo caso controle não pareado. A coleta de dados foi realizada no Serviço de Vigilância Epidemiológica, Departamento de Atenção Básica e Ambulatorial, Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos do município de São Carlos. A amostra do estudo foi composta 821 casos de CPC e 821 controles, que obtiveram diagnóstico laboratorial de Covid-19, no período de março de 2020 a dezembro de 2023. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva e foi utilizada regressão logística para calcular Odds Ratio (OR) brutos e ajustados, adotando um nível de significância de 5%. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa de São Carlos.
Resultados
Pessoas entre 18 e 29 anos apresentaram 42% menos chance de desenvolver CPC quando comparados às pessoas nas faixas etárias entre 40 a 59 anos (p<0,01); pessoas entre 18 e 29 anos apresentaram 51% menos chance de desenvolver CPC quando comparados às pessoas nas faixas etárias entre 70 a 79 anos (p<0,01). Ainda, pessoas entre 30 a 39 anos apresentaram 36% menos chance de manifestar CPC quando comparadas às pessoas nas faixas etárias de 40 a 59 anos (p=0,02). Foi identificado que pessoas do sexo feminino apresentaram 55% mais chance de manifestar CPC quando comparadas ao sexo masculino.
Conclusões/Considerações
Os resultados reforçam a importância de estratégias de cuidado adaptadas a diferentes perfis populacionais, inclusive em casos leves, com abordagem personalizada e acompanhamento contínuo das pessoas afetadas por CPC.
ANÁLISE ESPACIAL E TEMPORAL DA COBERTURA VACINAL DA POLIOMIELITE NOS MUNÍCIPIOS QUE FAZEM FRONTEIRA COM OUTROS PAÍSES DA AMÉRICA DO SUL ENTRE 2016-2022
Pôster Eletrônico
1 UniSantos
Apresentação/Introdução
O declínio nas coberturas vacinais contra a poliomielite no Brasil representa um risco de reintrodução do vírus no País. Os municípios de fronteira são os que apresentam um maior risco de reintrodução do poliovírus no País. A vacinação constitui uma das estratégias mais eficazes no controle de doenças imunopreveníveis, contribuindo para o controle e a eliminação de doenças.
Objetivos
Analisar a dinâmica espacial e temporal da cobertura vacinal da poliomielite nas cidades Brasileiras de fronteira entre 2016-2022
Metodologia
Estudo ecológico misto, de dados secundários de domínio público para o período de 2016 a 2022. As doses aplicadas da vacina foram obtidas do sistema de informação do Programa Nacional de Imunização, o número de nascidos vivos junto ao Sistema de Informação de Nascidos Vivos. Foram calculadas as taxas da cobertura vacinal (CV) por município e ano. A base cartográfica foi obtida no IBGE. Foi realizada a análise descritiva, Teste de Kruskal-Wallis e comparações de Dunn. Georreferenciamento e análise espacial com a autocorrelação espacial foi realizada por meio do Índice de Moran Global e Local e o Índice Local de Associação espacial, com nível de significância de 5%.
Resultados
Nota-se uma diferença da CV entre os anos de estudo (p<0,001), sendo que 2016 apresentou a melhor cobertura em relação aos outros anos (p<0,05). Entre 2021 e 2022 há uma redução de 12,06% na CV (p < 0,005). Na pandemia observa-se diferenças entre 2020 e os anos de 2021 e 2022 (p<0,05). Embora a CV tenha alcançado a meta em 2020 e 2022, o ano de 2021 não atingiu a meta. Observa-se uma autocorrelação global positiva em todos os anos do estudo. A análise espacial da cobertura vacinal da poliomielite nos 590 municípios brasileiros localizados na faixa de fronteira revelou variações importantes na distribuição das categorias de cobertura ao longo do período de 2016 a 2022.
Conclusões/Considerações
Os resultados deste estudo evidenciam um risco epidemiológico de reintrodução do poliovírus no País. A análise sistemática dos dados identifica padrões espaciais e temporais que permitem a proposição de intervenções direcionadas com a implementação de estratégias intersetoriais (saúde, educação, comunicação e relações exteriores) adaptadas às peculialiaridades das regiões de fronteira.
MICROCEFALIA ASSOCIADA À INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA NO CEARÁ, NO PERÍODO DE 2015 A 2024
Pôster Eletrônico
1 UECE
Apresentação/Introdução
A síndrome congênita associada à infecção pelo vírus Zika (SCZ) ocorre devido à infecção gestacional pelo vírus Zika, tem como vetores os mosquitos do gênero Aedes, especialmente o A. aegypti e o A. albopictus. A SCZ consiste em sinais e sintomas apresentados por conceptos que foram expostos à infecção pelo vírus Zika na gestação, como relevante destaca-se a anomalia congênita por microcefalia.
Objetivos
Descrever a distribuição temporal dos casos de microcefalia associada à infecção pelo vírus Zika no Ceará, no período de 2015 a 2024.
Metodologia
Estudo transversal e descritivo, por meio da análise de dados secundários do Registro de Eventos em Saúde Pública (RESP)–Microcefalia, ocorridos no Ceará, no período de 2015 a 2024. Foram incluídos na amostra, somente aqueles que apresentaram microcefalia, conforme as variáveis: microcefalia apenas, microcefalia com alteração do sistema nervoso central e microcefalia com outras alterações congênitas. Os dados foram processados no programa Microsoft Excel, estratificados entre período epidêmico (2015-2017) e pós epidêmico (2018-2024) e apresentados em gráfico, por meio da análise frequencial. A pesquisa não necessitou de aprovação em Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados
Avaliando a evolução temporal, no período de 2015 a 2024, no universo de 950 casos confirmados no RESP-Microcefalia, 584 apresentaram microcefalia. Os casos de microcefalia se concentraram no período de 2015 a 2017 (período epidêmico) (n=435; 74,5%), com pico no ano de 2016 (n=279; 47,8%). A pesquisa epidemiológica revelou uma significativa redução nos casos desde o ano de 2017, após o surto no ano de 2016, podendo ter relação com a pandemia de Coronavírus e com uma possível subnotificação. Os menores registros de casos ocorreram no período pós-epidêmico (n=149; 25,5%).
Conclusões/Considerações
O estudo contribuiu para descrever o perfil dos casos de microcefalia ao longo de dez anos após a declaração da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional. Tendo em vista as consequências da infecção do vírus Zika, o enfrentamento dos desafios para as medidas de prevenção e controle da transmissão transplacentária é necessário a reflexão para a prática integrada entre a assistência e vigilância visando o controle da microcefalia.
PERFIL DOS CASOS NOVOS DE TBDR POR TIPO DE RESISTÊNCIA NO MUNICÍPIO DE MANAUS, 2015 A 2022
Pôster Eletrônico
1 UFRJ
2 FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
A tuberculose persiste como uma das principais doenças de relevância em saúde pública. No cenário epidemiológico brasileiro, a emergência e difusão de casos drogarresistentes (TBDR) vem colocando novos desafios em termos de vigilância e controle.
Objetivos
Analisar o perfil sociodemográfico, clínico-epidemiológico e fatores associados aos casos novos de tuberculose drogarresistente (TBDR) segundo tipo de resistência no município de Manaus.
Metodologia
Estudo descritivo de série histórica com dados dos casos novos de TBDR notificados no SITETB em residentes de Manaus, 2015 a 2022. Foram analisadas as variáveis sexo, raça/cor, faixa etária e escolaridade, forma clínica, padrão de resistência e situação de encerramento segundo tipo de resistência (primária e adquirida). O teste do qui-quadrado de Pearson foi utilizado para identificar as variáveis significativamente associadas ao tipo de resistência (p<0,05).
Resultados
Entre 2015 e 2022, foram notificados 468 casos novos de TBDR, sendo 71,3% com resistência primária. Houve predominio de indivíduos do sexo masculino, raça/cor parda, entre 20 e 39 anos e com menos de 8 anos de escolaridade em ambos os tipos de resistência. A forma pulmonar foi a mais frequente (96,7% na primária e 92,5% na adquirida). MDR/XDR-TB foi o padrão de resistência mais predominante (inicial: 76,9%/62,9%; atual: 54,6%/70,2%). O sucesso terapêutico foi o principal desfecho (51,2% na primária e 42,5% na adquirida), seguido da perda de seguimento. Raça/cor, forma clínica e padrão de resistência se associaram ao desfecho.
Conclusões/Considerações
Identificar os fatores associados ao tipo de resistência pode contribuir para ações de vigilância e controle mais específicas em Manaus.
ANÁLISE DA DINÂMICA ESPACIAL DA COBERTURA VACINAL DA HEPATITE A NOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE SÃO PAULO.
Pôster Eletrônico
1 UNISANTOS
Apresentação/Introdução
A Hepatite A Viral (HAV) tem uma longa história, com surtos documentados desde o século XVIII. A transmissão ocorre principalmente pela via fecal-oral, afetando populações que vivem em condições sanitárias precárias. A vacinação é a forma mais eficaz de prevenção, entretanto, a cobertura vacinal ainda apresenta variações regionais e enfrenta desafios.
Objetivos
Analisar a dinâmica espacial da cobertura vacinal da Hepatite A em São Paulo entre 2016 e 2022, identificando áreas de alta e baixa cobertura vacinal
Metodologia
Estudo ecológico misto com dados secundários de domínio público. Doses aplicadas de vacina foram obtidas do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações, nascidos vivos do Sistema de Informação de Nascidos Vivos, e dados de mortalidade do Sistema de Informação de Mortalidade do banco de dados do Sistema Único de Saúde; as bases cartográficas foram obtidas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foi calculada a cobertura vacinal baseada nos imunobiológicos. Foi realizada a análise descritiva e testes de Kruskal-Wallis e comparações múltiplas de Dunn. Foi realizada a análise espacial, incluindo os Índices de Moran Global e Local. O nível de significância foi de 5%.
Resultados
Entre 2016 e 2022, a cobertura vacinal contra HAV foi analisada nos 645 municípios do estado de São Paulo, revelando variações significativas (p<0,05). Em 2017, a cobertura média atingiu níveis adequados, mas houve uma diminuição nos anos seguintes, exceto em 2019 (p<0,05). Em 2022, a cobertura variou significativamente entre os municípios, com 26 municípios apresentando cobertura muito baixa e 392 municípios com cobertura baixa. A análise espacial, utilizando o Índice de Moran Global (p<0,05), mostrou variações na autocorrelação espacial ao longo dos anos, indicando padrões aleatórios e de agrupamento (p<0,001).
Conclusões/Considerações
Essas flutuações refletem a necessidade de políticas públicas eficazes, campanhas de vacinação intensificadas e melhorias na infraestrutura de saúde para aumentar a cobertura vacinal e garantir a proteção coletiva contra a HAV. A identificação dos bolsões de alta e baixa CV possibilitam a criação de táticas efetivas para assegurar uma alta e duradoura cobertura vacinal.
ANÁLISE DA DINÂMICA ESPACIAL DA COBERTURA VACINAL DA DIFTERIA, COQUELUCHE E TÉTANO E SARAMPO, CAXUMBA E RUBÉOLA PARA O BRASIL
Pôster Eletrônico
1 Unisantos
Apresentação/Introdução
A vacina é uma das principais medidas de controle disponíveis para uma grande parcela das doenças infecciosas e transmissíveis. A vacina contra Difteria, coqueluche e tétano é marcadora de saúde da população infantil. Sarampo, embora controlável, permanece uma ameaça em muitas regiões do mundo e a erradicação global exige esforços coordenados de saúde pública, pesquisa e cooperação internacional.
Objetivos
Analisar a dinâmica espacial da cobertura vacinal (CV) da Difteria, Coqueluche e Tétano (DPT) e do Sarampo, Caxumba e Rubéola (SCR) para o período de 2016 a 2021 para o Brasil por região.
Metodologia
Estudo ecológico misto, de dados secundários de domínio público para o período de 2016 a 2021. Doses aplicadas foram obtidas do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização, nascidos vivos do Sistema de Informação de Nascidos Vivos e mortalidade do Sistema de Informação de Mortalidade do Banco de Dados do Sistema Único de Saúde. As bases cartográficas foram obtidas do Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística. Foram calculadas as coberturas vacinais (CV) da DPT e da SCR. Foi realizada a análise descritiva, Teste de Qui-quadrado e Teste de Kruskal-Wallis. Foi realizada a análise de autocorrelação espacial utilizando-se os índices de Moran Global e Local.
Resultados
Na região norte a CV da DPT apresentou uma redução progressiva ao longo do tempo com queda superior a 10% entre 2016 e 2021 (p<0,001), a SCR1 uma redução de 30% entre 2018 e 2021 (p<0,001). A CV da SCR2 está em queda em todas as regiões (p<0,05). A região Centro-oeste, depois de um período de estabilidade, demonstrou redução da CV nos últimos anos (p<0,05). A região nordeste apresenta queda dessas vacinas ao longo do período (p<0,05). As regiões sul e sudeste são as que apresentam melhores níveis de CV (p<0,05).
Conclusões/Considerações
O estudo demonstrou a diminuição da CV da DPT e SCR em diversas regiões do Brasil, identificando os bolsões de baixa CV por todo o território Brasileiro. Essas discrepâncias regionais apontam para a necessidade de estratégias específicas, levando em consideração os desafios e contextos locais.
INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS E OPERACIONAIS DOS CASOS NOVOS DE TUBERCULOSE NA BAHIA, 2015 A 2024
Pôster Eletrônico
1 SESAB
Apresentação/Introdução
A tuberculose (TB) é a principal causa de morte entre as doenças infecciosas em todo o mundo. Os indicadores epidemiológicos e operacionais da tuberculose são ferramentas indispensáveis no monitoramento da evolução da doença, avaliação da eficácia das ações de controle e planejamento de estratégias de intervenção.
Objetivos
Descrever indicadores epidemiológicos e operacionais dos casos novos de Tuberculose na Bahia, período 2015 a 2024.
Metodologia
Estudo ecológico descritivo de tendência temporal, abrangendo indicadores epidemiológicos e operacionais considerados prioritários para eliminação da doença no estado, com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, sobre o período de 2015 a 2024.
Resultados
No período estudado, foram notificados 43.330 casos novos de tuberculose, resultando em um coeficiente médio de incidência estável (30/100.000 hab), exceto no período pandemico, com regressão em 2020 (25,4/100.000 hab) e 2021( (27,9/100.000 hab). Maior proporção de casos novos foi observada no sexo masculino (66%), faixa etária 60 anos e mais (65%), pardos (58,6%) e forma clínica pulmonar (85,4%). Nas populações vulneráveis a maior incidência foi nas pessoas vivendo com HIV/AIDS (10,2%). A proporção de contatos examinados foi 52,8% e a proporção de teste HIV realizado nos casos novos de TB diagnosticados foi de 52,8%. Nos desfechos de tratamento predominou a cura (69,45%).
Conclusões/Considerações
Os indicadores epidemiológicos sinalizaram alta carga da doença na Bahia, mas sugerem subnotificação. Os indicadores operacionais abaixo do preconizado apontam para a necessidade qualificação da assistência e ampliação de ações de prevenção, diagnóstico e tratamento com foco no acesso ampliado a serviços de saúde e redução de desigualdades sociais.
PERFIL SOCIOEPIDEMIOLÓGICO DE PESSOAS COM COVID LONGA NO MUNICÍPIO DE MARABÁ – PA
Pôster Eletrônico
1 UNIFESSPA
2 Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
Apresentação/Introdução
A COVID longa é caracterizada pela persistência de sintomas após a fase aguda da infecção por SARS-CoV-2, essa condição compromete significativamente a saúde física, cognitiva e emocional dos acometidos. No contexto do Sistema Único de Saúde, ainda há poucos dados sobre esse fenômeno em populações específicas, como a da região Norte, o que reforça a importância de estudos com foco local.
Objetivos
Descrever o perfil socioepidemiológico de pessoas com COVID longa no município de Marabá, incluindo as características da infecção aguda, os sintomas persistentes e os impactos na qualidade de vida dos indivíduos acometidos
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo de abordagem quantitativa, e é um recorte do “Estudo COVID Longa Brasil”, vinculado à Unesp de Botucatu. Os dados randomizados são provenientes dos sistemas de vigilância e-SUS Notifica e SIVEP-Gripe. O projeto da região Norte foi aprovado pelo CEP da UFPA. Os dados foram coletados via telefone entre fevereiro de 2024 e junho de 2025 por meio de um questionário com perguntas estruturadas no REDCap, com até cinco tentativas de contato em horários distintos. Foram incluídas pessoas com 18 anos ou mais com diagnóstico confirmado de COVID-19. Foram excluídos os casos de óbito, incapacidade para responder, desistência, contatos inválidos ou recusas.
Resultados
Foram entrevistadas 63 pessoas que tiveram COVID-19, das quais 10 relataram sintomas persistentes e foram incluídas na análise de COVID longa. A média de idade foi de 38,5 anos; 80% era do gênero feminino e 70% se declarou parda. A maioria tinha ensino superior (60%) e renda entre R$ 1.500 e R$ 4.500. Os sintomas mais frequentes foram perda de olfato/paladar (70%), perda de memória (60%), dores de cabeça (50%) e fadiga (40%). Em uma escala de 0 a 5, o impacto dos sintomas no cotidiano foi avaliado com uma média de 3,8, indicando interferência moderada a elevada nas atividades diárias. No momento da entrevista, 70% dos participantes ainda apresentava pelo menos um sintoma persistente.
Conclusões/Considerações
Compreender o perfil social e os sintomas persistentes de COVID longa é essencial para planejar políticas públicas de saúde. Os resultados destacam a importância do acompanhamento pelo SUS e da reabilitação integral. Reforça-se a necessidade de mais estudos na região Norte, marcada por desigualdades no acesso à saúde e pela escassez de dados sobre os impactos da COVID longa.
INDICADOR COMBINADO PARA MONITORAMENTO DA VACINAÇÃO NA INFÂNCIA EM PAÍSES DE BAIXA E MÉDIA RENDA
Pôster Eletrônico
1 Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva. Universidade Federal do Paraná.
2 Centro Internacional de Equidade em Saúde. Universidade Federal de Pelotas
Apresentação/Introdução
A Agenda de Imunização (AI) da OMS, alinhada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), propõe o monitoramento das coberturas vacinais ao longo da vida, estabelecendo como meta coberturas de 90% para as vacinas contra difteria-coqueluche-tétano (DTP), pneumococo, sarampo e HPV. Até então, o monitoramento tem sido realizado para cada vacina individualmente.
Objetivos
O objetivo do presente estudo foi criar um indicador combinado de vacinação baseado na AI e avaliar a desigualdade socioeconômica em sua cobertura utilizando dados de inquéritos populacionais.
Metodologia
Buscamos inquéritos nacionais conduzidos a partir de 2015 em países de baixa e média renda com dados de vacinação para DTP, pneumococo e sarampo em crianças e contra HPV em adolescentes. Apenas sete inquéritos incluíram dados sobre HPV; por esse motivo, essa vacina foi excluída da análise. O desfecho foi definido como a proporção de crianças de 24 a 35 meses que receberam três doses das vacinas DTP e pneumocócica, e duas doses da vacina contra sarampo. Usamos a posição socioeconômica como dimensão de desigualdade e calculamos o índice absoluto de desigualdade (SII) que pode ser interpretado como a diferença em pontos percentuais entre o desfecho nos extremos da distribuição de riqueza.
Resultados
De 81 inquéritos identificados, 33 (41%) possuíam dados completos de vacinação, totalizando 63.459 crianças. As medianas de cobertura para DTP, pneumocócica e sarampo foram de 83,2%, 79,3% e 64,3%, respectivamente. A mediana da co-cobertura (crianças que receberam todas as doses recomendadas das três vacinas) foi 60,1% (IIQ 28,0%-66,3%), variando entre 6.1% na Etiópia e 92.9% em Rwanda. Dos 33 países, 30 apresentaram SII positivo (dos quais 19 com p<0,05), indicando um padrão de desigualdade pró-rico, com maiores coberturas nas crianças dos domicílios mais ricos. Três países mostraram maior co-cobertura entre os mais pobres, somente um com p<0.05.
Conclusões/Considerações
Observou-se uma marcante desigualdade na co-cobertura vacinal entre países e grupos socioeconômicos dentro dos países, em um contexto em que a maioria ainda está distante da meta de 90%. A proposta de um indicador de co-cobertura para o monitorar a vacinação ao longo do ciclo da vida alinha-se à AI e aos ODS. No entanto a escassez de dados, particularmente sobre a vacina contra HPV, representa uma limitação importante para o monitoramento.
ANÁLISE DA COBERTURA VACINAL DE COVID-19 EM DISCENTES DE UM CENTRO UNIVERSITÁRIO: UM ESTUDO DE CORTE TRANSVERSAL
Pôster Eletrônico
1 UFES
2 SESA/ES
Apresentação/Introdução
A imunização é fundamental para o controle de infecções, dado que a partir dela é possível reduzir as taxas de transmissão e maximizar a imunidade coletiva. Ademais, o Espírito Santo sofre com uma redução nas taxas de coberturas vacinais, em que urge a necessidade de analisar a situação vacinal do corpo de discente dos cursos de graduação do Centro Universitário Norte do Espírito Santo.
Objetivos
Analisar a cobertura vacinal de Covid-19, com base no calendário de imunização do adulto, de discentes de todos os cursos de graduação de um Centro Universitário do estado do Espírito Santo (ES).
Metodologia
Trata se de um estudo transversal, do tipo inquérito, com os discentes de todos os cursos de graduação, no período de 2023 a 2024. A população do estudo é composta pelos discentes com matrícula ativa, na faixa etária de 18 a 59 anos. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário estruturado e registro do cartão de vacina por meio de foto e as analises estatísticas intermediadas pelo STATA V. 14.0. Foi estimada a prevalência do esquema vacinal completo e a prevalência de cada imunizante com intervalo de confiança de 95%. Para verificar a associação das variáveis independentes com a cobertura vacinal completa foi utilizado a regressão de POISSON de variância robusta.
Resultados
A vacina da Covid-19 tem o esquema completo caracterizado por pelo menos as duas primeiras doses do esquema primário em conjunto com a vacina de Covid-19 Bivalente. Nessa perspectiva, a cobertura vacinal de Covid-19 entre os discentes do CEUNES o foi de 29,88% (IC95% 24,50;35,87), o que é relativamente baixa. O estudo em evidência apresenta limitações devido o encontro de uma prevalência muito baixa da cobertura vacinal, a análise de fatores associados possa ter sido afetada. Foi identificado que o curso de enfermagem apresentou a maior cobertura vacinal, com 73,91%, o que evidencia que o maior conhecimento referente a composição e necessidade promove um aumento na vacinação.
Conclusões/Considerações
Foi identificado que a cobertura vacinal de Covid-19 entre os discentes do Centro Acadêmico Norte do Espírito Santo (CEUNES) é consideravelmente baixa. Diante disso, a partir da análise dos fatores sociodemográficos, identificou-se menor vacinação pela raça/cor preta e aqueles que exercem funções trabalhistas o que torna fundamental a implementação de educações em saúde e promoção de campanhas vacinais dentro da instituição acadêmicas.
INTEGRALIDADE NO CUIDADO NA ATENÇÃO ÀS HEPATITES VIRAIS NA REGIÃO MÉDIO NORTE MATO GROSSENSE
Pôster Eletrônico
1 UNEMAT
2 SMS - Tangará da Serra
3 UFR
Apresentação/Introdução
As hepatites representam relevante problema de saúde, com destaque para sua elevada carga de morbimortalidade e impacto silencioso sobre populações vulneráveis. A integralidade do cuidado no contexto da atenção às hepatites não envolve apenas o acesso aos testes e medicamentos, mas a escuta qualificada, articulação em rede de serviços e o enfrentamento das barreiras sociais e institucionais.
Objetivos
Analisar como o princípio da integralidade tem sido efetivado no processo de trabalho da atenção às hepatites virais.
Metodologia
Estudo descritivo qualitativo realizado em um serviço de referência regional para hepatites virais de uma região de saúde do estado de Mato Grosso. Participar do estudo profissionais de nível superior com, no mínimo, seis meses de atuação no serviço, por meio de grupo focal, com gravação em áudio, com roteiro que abordava o cuidado integral às pessoas com hepatites virais. As entrevistas foram transcritas na íntegra e submetidas à análise temática, e as categorias empíricas emergidas foram: Desafios na efetivação da integralidade; Práticas de cuidado centradas no usuário; e Fragilidades na articulação intersetorial e da rede de atenção à saúde. CAAE 01481918.0.0000.5393.
Resultados
Há limitação de recursos humanos, sobrecarga dos profissionais e a dificuldade de continuidade do seguimento, em especialmente entre populações vulneráveis. A fragmentação da desarticulação entre os pontos de cuidado dificulta a resposta. Reconhecem a prática centrada no usuário, como a organização de fluxos assistenciais e o acompanhamento multiprofissional, há também integração de usuários oriundos da rede privada ao cuidado público, além da inclusão de aspectos sociais nos prontuários. A ausência de espaços formais de integração intersetorial compromete a resolutividade e continuidade do cuidado, apesar da adoção de protocolos clínicos e critérios baseados para rastreamento e tratamento.
Conclusões/Considerações
A efetivação da integralidade exige mais do que diretrizes técnicas, demanda compromisso político, financiamento adequado, espaços de escuta e governança compartilhada. A ausência de uma rede articulada e de ações planejadas, de forma intersetorial, enfraquece o cuidado em situação de vulnerabilidade. É importante investir em educação permanente, sistemas de informação integrados e estratégias de cogestão.
MONITORAMENTO DA CIRCULAÇÃO DE VÍRUS RESPIRATÓRIOS PRÉ E PÓS EVENTO DE MASSA EM MUNICÍPIO DA BAHIA
Pôster Eletrônico
1 Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB)
2 Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana (SMS FSA)
3 Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)
4 Professora Titular do Departamento de Saúde da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS)
Apresentação/Introdução
A realização de Eventos de Massa traz benefícios econômicos e culturais, mas para a saúde pública podem repercutir negativamente, possibilitando a disseminação de doenças e aumento da demanda pelos serviços de saúde. O evento “Micareta de Feira de Santana-BA” demanda monitoramento da ocorrência de agravos e doenças no período pré e pós evento que recebe em média mais de 600 mil foliões a cada ano.
Objetivos
Considerando que os vírus influenza apresentam comportamento sazonal, o estudo objetiva monitorar a ocorrência da circulação deste e de outros vírus respiratórios em um Evento de Massa realizado em períodos distintos por dois anos consecutivos.
Metodologia
Estudo ecológico, que analisa ocorrência de doenças e outros eventos de saúde em populações, tendo como cenário a cidade de Feira de Santana/BA, que sedia carnaval fora de época. Para coleta de dados utilizou-se Base não nominal do SIVEP Gripe, concentrando a análise nas Síndromes Gripais, registradas por Unidade Sentinela do município, nas Semanas Epidemiológicas 13 a 20 de 2024 e SE 15 a 22 do ano de 2025, o que correspondeu a um mês antes e após o Evento de Massa “Micareta de Feira de Santana” dos referidos anos. Nos atendimentos por síndrome gripal observamos as variáveis: tipos de vírus respiratórios circulantes por sexo e faixa etária, analisados por meio do Microsoft Excel.
Resultados
Após a festividade em 2024 houve incremento de apenas 5,49% dos atendimentos por Síndrome Gripal (SG) na Unidade Sentinela, com uma maior concentração de atendimentos na faixa etária 20-29 anos, que corresponde a 15,6% do total de atendimentos (n=461) e detecção de Influenza A em 69% (46% H3N2) de amostras enviadas ao Laboratório Central- LACEN. Após Micareta 2025 verificou-se ocorrência de 1 óbito por Influenza A (51 anos) no município e incremento de 118,6% em atendimentos por SG na Unidade, com maior demanda na faixa etária 20-29 anos, correspondendo a 16,4% dos atendimentos (n=881). Amostras para LACEN no mesmo período tiveram maior detecção para Influenza A ( 84% ), sendo 72% H1N1.
Conclusões/Considerações
Influenza tem rápida disseminação e maior incidência em estações do ano mais chuvosas e de baixas temperaturas, como observado no evento Micareta de Feira 2025. Expansão da vacina contra gripe ao público com mais de 6 meses ocorreu em 20/05, sendo que o evento iniciou em 01/05. Desse modo, vacinação antes da sazonalidade e expansão da faixa etária é relevante medida preventiva contra influenza grave, reduzindo riscos à saúde da população.
EPIDEMIOLOGIA COMPARADA E AMPLIADA DAS NOTIFICAÇÕES DE TUBERCULOSE ENTRE INDÍGENAS E NÃO INDÍGENAS NO BRASIL: UMA ANÁLISE DA SÉRIE HISTÓRICA DE 2015 A 2024
Pôster Eletrônico
1 UFPB
Apresentação/Introdução
A tuberculose (TB) é um grave problema de morbimortalidade no Brasil e tende a afetar desproporcionalmente populações vulnerabilizadas. Avaliar e ampliar a comparação das especificidades epidemiológicas das notificações da TB entre indígenas e não indígenas é crucial para documentar as desigualdades e propiciar o direcionamento de ações estratégicas para a redução das iniquidades em saúde no país.
Objetivos
estimar e comparar as incidências anuais médias das notificações (IAMN) de TB entre populações indígenas (PI) e não indígenas (PNI) no Brasil, tendências temporais e os perfis demográficos de sexo e faixa etária mais afetados no período de 2015-2024.
Metodologia
Estudo quantitativo, descritivo e transversal, com dados do DATASUS/TABNET das notificações de TB (2015-2024) em PI e PNI, calculando-se as IAMN (por 100.000 habitantes) e respectivos coeficientes de variação (CV), considerando-se as projeções intercensitárias (Censos IBGE 2010 e 2022) aproximadas (obtidas via taxa exponencial) da PI e as projeções anuais da PNI (obtidas pela diferença entre as projeções anuais gerais do IBGE e as projeções intercensitárias da PI). As tendências foram estimadas via regressão de Prais-Winsten (software RStudio), com coeficiente de regressão anual (β) e p-valor. Os perfis demográficos foram obtidos pelas proporções das notificações por sexo e faixa etária.
Resultados
Entre as 887.182 notificações de TB com etnia identificada, apenas 1,06% foram atribuídas à PI. Contudo, quanto à IAMN, a PI obteve 63,86/100.000 (CV≈18,37%) e a PNI 42,46/100.000 (CV≈10,06%), o que representa uma IAMN da PI 50,04% maior quando comparada a PNI. As tendências temporais demonstram, ainda, que as IAMN da PI (β≈-2,861; p=0,0592) apresentam tendência de queda sem significância estatística, já as da PNI (β≈1,156; p=0,0206) apresentam tendência de aumento estatisticamente significativo. Os perfis mais afetados foram a faixa etária de 20 a 39 anos, com ≈37,55% (PI) e ≈45,74% (PNI), e o sexo masculino, com ≈58,58% (PI) e ≈69,9% (PNI).
Conclusões/Considerações
Adultos jovens e homens tendem a liderar os casos. Diferente das notificações absolutas, a PI sustenta IAMN ≈50% maior que a PNI. A precária tendência de queda da IAMN da PI, somada à efetiva tendência de agravamento da PNI demandam atenção. Urge ampliar e reforçar a busca ativa e as ações científicas e culturalmente adequadas nos territórios, a fim de combater a ampliação das iniquidades e desfechos de morbimortalidades evitáveis no país.
ESTRUTURA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE DOENÇAS NEGLIGENCIADAS
Pôster Eletrônico
1 UESB
2 UERJ
Apresentação/Introdução
As doenças negligenciadas formam conjunto de agravos decorrentes de agentes infectoparasitários, consideradas endêmicas em populações de baixa renda por causa danos físico, cognitivo e socioeconômico. Comprometem a dinâmica familiar e social; oneram os sistemas de saúde e impactam na capacidade produtiva de sua população, formando um ciclo vicioso de elevada repercussão no desenvolvimento humano
Objetivos
Analisar a estrutura das representações sociais dos profissionais de saúde sobre as doenças negligenciadas.
Metodologia
Estudo qualitativo sustentado pela Teoria das Representações Sociais, abordagem estrutural, desenvolvido em unidades de atenção primária e secundária de um município do interior da Bahia. A amostra do tipo intencional e não-probabilística de 90 profissionais de saúde. A coleta de dados aconteceu em duas fases: na primeira aplicou-se a técnica de evocações livres, com uso do termo indutor: doenças negligenciadas, analisada pela técnica do quadrante de quatro casas, com auxílio do software EVOC versão 2005; na segunda, aplicou-se os testes de centralidade: constituição de pares pareados e esquemas cognitivos de base submetidos a análise de similitude e índices de valência, respectivamente.
Resultados
Os resultados evidenciaram uma estrutura representacional de profissionais de saúde sobre as doenças negligenciadas constituída por três dimensões: individual; social e imagética, gerenciadas por um núcleo central formado pelos termos descaso e ignorância. As dimensões e o núcleo central apontam a presença do Estado e a redução das iniquidades sociais como determinante na erradicação destas enfermidades.
Conclusões/Considerações
A estrutura representacional implicou na construção de práticas colaborativas dos profissionais de saúde, gestores e indivíduos no controle e nas estratégias de enfrentamento as doenças negligenciadas.
PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E EPIDEMIOLÓGICO DO ABANDONO DO TRATAMENTO DA HEPATITE B CRÔNICA EM MATO GROSSO: ESTUDO RETROSPECTIVO (2021-2023)
Pôster Eletrônico
1 Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT)
2 Universidade Federal de Rondonópolis (UFR)
3 Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso, Assessoria Técnica e Coordenação de Apoio.
4 Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto Usp, Departamento de Enfermagem Geral e Especializada.
Apresentação/Introdução
A hepatite B é uma infecção viral, de transmissão predominante por via sexual, sendo que a demora no diagnóstico e início do tratamento, além da baixa percepção de risco a tornam-se desafios à saúde pública, por isso foi incluída na Agenda 2030. O abandono do tratamento compromete o controle da doença e exige dos serviços de saúde corresponsabilização no monitoramento.
Objetivos
Identificar o perfil sociodemográfico e epidemiológico dos indivíduos que abandonaram o tratamento da hepatite B crônica.
Metodologia
Estudo epidemiológico retrospectivo realizado no Mato Grosso, no período de maio de 2021 a dezembro de 2023. Os dados dos casos notificados foram extraídos do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN) e os dos casos de abandono do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos Antirretrovirais (Siclom) para comparação dos usuários que abandonaram o tratamento. Esses dados foram fornecidos pela Secretaria de Estado de Saúde, visto a indisponibilidade pública dos dados de abandono, sendo esses duplamente verificados em software Excel e submetidos a análise estatística univariada no software STATA versão 16.1.Foram apresentados em tabelas, os grupos com e sem abandono.
Resultados
Variáveis sociodemográficas: predomínio da faixa etária inferior a 60 anos (n=22; 78,6%) a maior frequência foi do sexo masculino (n=16; 57,1%), raça/cor não branca (n=20; 71,4%) e residentes na zona urbana (n=25; 89,3%). Com proporção de escolaridade equivalente entre indivíduos igual ou menor a oito anos de estudo e indivíduos com escolaridade superior a oito anos (=11; 39,3%). Epidemiológicas: usuários vacinados (n=12; 42,8%), pertenciam a alguma instituição 17,9% (n=5), formas de contato sexual 21,4% (n= 6), contato domiciliar 17,9% (n=5) e contato ocupacional 10,7% (n=3). 60,7% (n=17) relataram algum tipo de exposição ao vírus, provável fonte de infecção (46,4%; n=13) a via sexual.
Conclusões/Considerações
O estudo identificou um padrão sociodemográfico que indica a existência de um grupo prioritário para ações de monitoramento, visto a maior frequência por exposição prévia por via sexual, cuja identificação é fundamental para orientar políticas públicas, ações de cuidado, cuja compreensão é essencial para evitar o abandono. A relevância do tema se evidencia pela escassez de estudos nacionais sobre os fatores associados ao abandono.
ANÁLISE DOS ÓBITOS POR COVID-19 SEGUNDO STATUS VACINAL E CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS EM VITÓRIA (ES), 2020-2023
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde, Vitória
2 UFES
Apresentação/Introdução
A pandemia de covid-19 causou milhões de mortes. A vacinação demonstrou impacto na redução da gravidade e mortalidade. Apesar da vacinação, a COVID-19 segue causando mortes, sobretudo entre idosos e vulneráveis. Compreender os fatores associados aos óbitos, mesmo entre vacinados, é essencial para orientar ações de saúde pública e fortalecer estratégias de proteção.
Objetivos
Analisar a situação vacinal contra covid-19 e fatores associados entre os óbitos pelo agravo.
Metodologia
Estudo transversal com dados dos óbitos por covid-19 em Vitória–ES, entre 2020 e 2023, incluindo pessoas com 18 anos ou mais e situação vacinal registrada. Foram considerados óbito por covid-19 todas as pessoas que preencheram os critérios diagnósticos (confirmação laboratorial, critérios clínicos epidemiológicos) e com o registro no Sistema de Informação sobre Mortalidade com a causa básica a covid-19. Considerou-se vacinados aqueles com duas doses ou mais no Sistema de Informação de Imunizações. Foram analisadas variáveis sociodemográficas, clínicas. Utilizou-se regressão de Poisson de variância robusta para calcular a razão de prevalência (RP) com intervalos de confiança de 95% (IC95%).
Resultados
Incluíram-se 1.460 óbitos, dos quais 244 (16,7%) apresentavam ≥2 doses dos imunizantes. Nos não vacinados, a maior frequência de óbitos foi registrada em pessoas com 60 a 79 anos (47,9%), do sexo masculino (56,4%), raça/cor da pele não branca (53,0%). A RP do óbito nos vacinados foi maior em pessoas ≥80 anos (RP 5,55; IC95% 2,92; 10,55), 60-79 anos (RP 3,61; IC95% 1,95; 6,69), com doença pulmonar crônica (RP 1,35; IC95% 1,03; 1,78) ou neurológica crônica (RP 1,37; IC95% 1,08; 1,72), dificuldade respiratória (RP 1,51; IC95% 1,02; 2,23), dessaturação (RP 1,97; IC95% 1,35; 2,88) e adinamia (RP 2,80; IC95% 2,02; 3,90).
Conclusões/Considerações
A maior prevalência de óbitos entre os vacinados foi associado a idade ≥60 anos, doença pulmonar ou neurológica crônica, dificuldade respiratória, dessaturação e adinamia. Esses achados reforçam a necessidade de estratégias direcionadas para proteger os grupos mais vulneráveis, como reforços vacinais, vigilância contínua e equidade no acesso à saúde para reduzir a mortalidade.
ANÁLISE ESPACIAL DOS CASOS DE ABANDONO DO TRATAMENTO DE HEPATITE B CRÔNICA EM MATO GROSSO
Pôster Eletrônico
1 Amanda Gabriela de Carvalho/ CARVALHO, A.G. Universidade Federal de Rondonópolis (UFR).
2 Josué Souza Gleriano/ GLERIANO, J.S./ Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT).
3 Cláudia Beatriz da Cunha Oliveira/ OLIVEIRA, C.B.C/ Centro de testa e aconselhamento, serviço de atendimento especializado (CTA/SAE.Tangará da Serra).
Apresentação/Introdução
A hepatite B é uma infecção viral que atinge o fígado e tem nas relações sexuais sem proteção um dos principais meios de contágio, além que o abandono do tratamento aumenta as causas de cirrose hepática e carcinoma hepatocelular. Estudos que analisam espacialmente os casos permitem identificar padrões territoriais, apoiar o planejamento e orientar ações focais.
Objetivos
Descrever a distribuição espacial dos usuários que abandonaram o tratamento de hepatite B crônica.
Metodologia
Estudo epidemiológico, retrospectiva (2021 a 2023), realizado em Mato Grosso a partir dos dados extraídos do SINAN e Siclom fornecidos pela Secretaria de Estado de Saúde, visto a indisponibilidade pública dos dados de abandono, o que justificou o recorte temporal. Para a caracterização espacial o município de residência foi considerado a unidade de análise, representados por número e o percentual de casos de abandono. O percentual foi calculado pela divisão do número de casos de abandono pelo número total de casos notificados multiplicado por 100. Os mapas foram construídos no software QGIS 3.4.0, e os resultados apresentados em mapas.
Resultados
Os casos de abandono (n=28) variaram entre um e seis casos por município, distribuídos em apenas treze municípios do estado, a saber: Cuiabá (n=6), Sinop (n=6), Rondonópolis (n=4), Sorriso (n=2), Várzea Grande (n=2), Alta Floresta (n=1), Barra do Garças (n=1), Matupá (n=1), Mirassol d’Oeste (n=1), Poxoréo (n=1), Primavera do Leste (n=1), Tangará da Serra (n=1) e Terra Nova do Norte (n=1).O percentual de casos de abandono ao tratamento da hepatite B crônica variou entre 2,4% e 50%. Os municípios com as maiores proporções foram Poxoréo (50,0%), Terra Nova do Norte (33,3%), Matupá (8,3%) e Mirassol d’Oeste (7,7%), seguido dos demais municípios que apresentaram um percentual entre 5,9 e 2,4%.
Conclusões/Considerações
Verificou-se concentração dos casos em 13 municípios, com destaque para percentuais elevados em algumas localidades, no entanto, ainda pode-se verificar a centralidade dos abandonos em municípios que possuem serviços de referência, o que apontam a necessidade de estratégias específicas de intervenção. Nesse sentido, a análise espacial se mostrou útil para orientar ações dos gestores.
DETERMINANTES SOCIAIS DE SAÚDE E SUA INFLUÊNCIA NA HOMOGENEIDADE DA COBERTURA VACINAL NA PARAÍBA
Pôster Eletrônico
1 UFPB
2 UNISANTOS
3 UEPB
4 USP
Apresentação/Introdução
A homogeneidade da cobertura vacinal (HCV) é um indicador de saúde utilizado pelo Programa Nacional de Imunização no Brasil para avaliar se as coberturas vacinais entre diferentes territórios se encontram homogêneas. Apesar da importância da vacinação, a cobertura vacinal encontra-se abaixo das metas estabelecidas e diversos fatores são apontados como responsáveis pelas baixas coberturas vacinais.
Objetivos
Esse estudo tem como objetivo analisar a distribuição espacial da HCV nos municípios paraibanos e relacioná-la com os determinantes sociais de saúde.
Metodologia
Trata-se de um estudo com delineamento ecológico do tipo misto, utilizando dados secundários e de domínio público, referentes aos anos 2016 a 2020. A HCV foi considerada a variável dependente e os determinantes sociais de saúde as variáveis independentes. Foi realizada análise descritiva em todas as variáveis do estudo, teste de Levene e Kolmogorov-Smirnov e os testes de Kruskal-Wallis e comparações múltiplas de Dunn. Foram aplicados métodos de análise espacial, como o Índice I de Moran e o Índice Local de Associação Espacial (LISA) para identificar clusters e padrões espaciais. E os modelos de regressão logística e regressão espacial para identificar os fatores relacionados a HCV inadequada.
Resultados
A HCV mostrou-se heterogênea em todo o Estado, com formação de bolsões de indivíduos susceptíveis. João Pessoa, capital do Estado, teve consistentemente a menor HCV, com 2017 e 2020 sendo os períodos mais desafiadores. Observou-se clusters de baixa HCV cercados por municípios semelhantes (Baixo/Baixo) em todos os anos, exceto 2017. A cobertura de pré-natal (OR 0,572; IC 95% 0,409-0,799; p<0,001) associou-se positivamente à HCV adequada. Por outro lado, a proporção de indivíduos com rede de água e esgoto inadequada (OR 1,345; IC 1,007-1,796; p=0,045) e proporção de mulheres como chefes de família (OR 1,512; IC 1,082-2,113; p=0,015) associam-se negativamente à HCV adequada.
Conclusões/Considerações
Nosso estudo destaca a importância de incorporar a dimensão espacial na vigilância em saúde e no planejamento de políticas públicas. Ao identificar áreas geográficas com indivíduos susceptíveis, bem como os fatores que interferem, individualmente e em conjunto, na HCV, é possível implementar ações mais direcionadas e eficazes, assegurando maior resolutividade nas intervenções de saúde.
TENDÊNCIAS DA COQUELUCHE NO ESTADO DE SÃO PAULO (2014–2024): ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E IMPLICAÇÕES PARA A SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UNILUS
Apresentação/Introdução
A coqueluche, doença respiratória aguda causada por Bordetella pertussis, é um desafio contínuo para a saúde pública, especialmente entre crianças não vacinadas ou com esquema vacinal incompleto. Mesmo com os avanços na imunização, surtos têm sido registrados, especialmente no estado de São Paulo, com implicações significativas para a saúde pública.
Objetivos
Identificar e analisar os padrões de incidência da coqueluche na população menor de um ano de idade no estado de São Paulo entre os anos de 2014 a 2024 com foco nas implicações para a saúde pública e a eficácia das estratégias de imunização.
Metodologia
Este estudo epidemiológico de análise temporal é baseado em dados secundários provenientes do Sistema de Informações de Agravos de Notificações (SINAN), consolidados e coletados pelo Ministério da Saúde até junho de 2025. Utilizou-se uma abordagem quantitativa e descritiva para examinar os padrões de incidência da coqueluche em crianças menores de um ano no estado de São Paulo ao longo do período de 2014 a 2024.
Resultados
Entre 2014 e 2024, foram confirmados 2.807 casos de coqueluche na faixa etária de menores de um ano no estado de São Paulo, com pico aos 2 meses de idade (631). O estado de São Paulo foi o mais afetado no país, com variações anuais. O maior número de casos ocorreu em 2014 (1.400) e os menores números foram em 2021 e 2022 (apenas 9 casos). Contudo, após o valor mínimo, observou-se um aumento no número de casos em 2024, com 303 notificações.
Quanto ao desfecho dos casos, 88,2% (2.476) evoluíram para cura e 3,2% (89) resultaram em óbito devido a complicações da doença. A taxa de letalidade foi mais alta entre os menores de um mês, com 6,7 óbitos para cada 100 casos, grupo ainda não vacinado.
Conclusões/Considerações
O aumento no número de casos em 2024 sugere a possibilidade de novos surtos, o que evidencia a necessidade de estratégias de saúde pública mais eficazes, incluindo reforço na vacinação e maior vigilância epidemiológica para prevenir o agravamento da doença.
DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA: ESTUDO ECOLÓGICO EM SORRISO, MATO GROSSO, NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS
Pôster Eletrônico
1 Mestrado Profissional em Saúde de Família PROFSAÚDE
2 Universidade Federal de Rondonópolis
Apresentação/Introdução
A sífilis congênita ocorre quando uma gestante não tratada, ou tratada inadequadamente, transmite o Treponema pallidum por via transplacentária. É um agravo evitável se ocorrer a detecção precoce e o tratamento adequado durante o pré-natal. A prevalência elevada revela fragilidades na atenção primária à saúde, exigindo análises locais que subsidiem o planejamento em saúde.
Objetivos
Analisar a distribuição da prevalência dos casos de sífilis congênita no município de Sorriso, Mato Grosso, entre 2015 e 2024.
Metodologia
Estudo ecológico, descritivo, com dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. A população foi todas notificações de sífilis congênita de Sorriso, MT, entre 2015 e 2024, considerando casos confirmados, descartados e desfechos aborto ou natimorto. Foram excluídos dados em branco e/ou ignoradas. As variáveis analisadas foram classificação do caso (recente ou tardio), evolução e ano da notificação, organizadas em planilha e analisadas descritivamente quanto às frequências absoluta e relativa, pelo software R. Este estudo integra atividade acadêmica do Mestrado Profissional em Saúde da Família, sendo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer: 6.272.995).
Resultados
No período analisado, foram notificados 118 casos de sífilis congênita, sendo 73,8% classificados como casos recentes. Não houve registro da classificação tardia da doença. Houve aumento dos casos recentes ao longo dos anos de estudo, variando de 4,6% dos casos em 2015 e 2020, para 28,8% dos casos em 2024. Foram notificados 9 abortos (7,6%), 9 natimortos (7,6%) e 13 casos descartados (11%). Houve prevalência dos casos de aborto (44,45%) e natimorto (44,45%) em 2024. A redução nos registros da sífilis congênita entre 2020 a 2022 pode estar relacionada ao impacto da pandemia COVID-19 na vigilância e no acesso ao pré-natal.
Conclusões/Considerações
Foi notável o aumento dos casos de sífilis congênita no município, o que pode indicar falhas na linha de cuidado materno-infantil, especialmente, no rastreamento e tratamento da sífilis. O achado reforça a importância de ações integradas da atenção básica, vigilância e Rede Alyne, conforme preconizado por políticas nacionais. O cenário evidencia a necessidade de fortalecer o pré-natal como estratégia para prevenção da transmissão vertical.
SÍFILIS GESTACIONAL: TAXA DE INCIDÊNCIA AO LONGO DE DEZ ANOS EM UM MUNICÍPIO ENDÊMICO DO ESTADO DE MATO GROSSO
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de Rondonópolis
2 Mestrado Profissional em Saúde de Família PROFSAÚDE
Apresentação/Introdução
A sífilis gestacional constitui-se um problema grave de saúde pública e define-se como toda mulher que durante o pré-natal, parto ou puerpério apresente teste treponêmico ou não treponêmico reagente. As elevadas taxas de incidência de sífilis gestacional indicam falha no pré-natal e justificam a importância dos estudos epidemiológicos para o planejamento de ações para redução dos casos.
Objetivos
Analisar a incidência dos casos de sífilis gestacional notificados em Rondonópolis, Mato Grosso, no período de 2014 a 2023.
Metodologia
Estudo ecológico e analítico, com todos os casos notificados de sífilis gestacional residentes em Rondonópolis (MT), 2014 a 2023. Dados de fonte secundária da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, sendo excluídos os transferidos de outros municípios, estados e país. As variáveis foram número de casos de sífilis gestacional (SG) e de nascidos vivos (NV) do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. Para determinar a taxa de incidência utilizou-se a fórmula proposta pelo Ministério da Saúde: número de casos de SG em determinado ano dividido pelo número total de NV no mesmo ano, multiplicado por mil. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer:6.272.995).
Resultados
Foram notificados 594 novos casos de sífilis gestacional de 2014 a 2023 em Rondonópolis (MT). A ocorrência de sífilis gestacional aumentou no período entre 2014 a 2023, com exceção do ano de 2020. As taxas de incidência variaram de 8 a 27 a cada 1.000 nascidos vivos, sendo 2023 o ano de destaque com maior taxa de incidência (27 a cada 1.000 nascidos vivos). O número anual de casos de sífilis gestacional variou entre 34 e 110 casos, com uma média de 59,4 casos e uma mediana de 52,5. O primeiro quartil foi de 37,75, indicando que 25% dos anos apresentaram até esse valor, enquanto o terceiro quartil foi de 75, indicando que 75% dos anos registraram até essa quantidade de casos.
Conclusões/Considerações
A incidência da sífilis gestacional no município em estudo é alta, o que o torna endêmico. A implementação de ações assertivas que garantam o acesso ao diagnóstico, tratamento e monitoramento apropriado da sífilis gestacional, aliadas ao fortalecimento das ações de educação em saúde e aumento do vínculo entre a atenção primária e a gestante/família, podem transformar a realidade do município.
PESO AO NASCER DE BEBÊS EXPOSTOS AO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA RESIDENTES EM RECIFE, PERNAMBUCO
Pôster Eletrônico
1 Instituto Aggeu Magalhães – IAM/FIOCRUZ
2 Secretaria de Vigilância em Saúde do Recife - SEVS/Recife
Apresentação/Introdução
A transmissão vertical do HIV é a principal via de infecção em crianças. Apesar da redução nas taxas de contaminação com medidas profiláticas, cresce o número de crianças expostas ao HIV/TARV não infectadas, mas com maior risco de problemas nutricionais e metabólicos.
Objetivos
Verificar a adequação do peso ao nascer de bebês expostos ao HIV, residentes em Recife-PE e descrever as características sociodemográficas, epidemiológicas, clínicas e o uso de profilaxia nas pelo binômio mãe-bebê.
Metodologia
Trata-se de um estudo epidemiológico, retrospectivo, descritivo e quantitativo. O universo da pesquisa foi de base populacional, constituída dos recém-nascidos (RN) expostos verticalmente ao HIV, nascidos entre 2015 e 2020, residentes no Recife-PE e notificados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A coleta de dados se deu entre junho e dezembro de 2022.Os dados das fichas de notificação do SINAN foram cruzados com os registos de nascimento incluídos no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos, através da técnica de “linkage”, utilizando o Reclink. Em seguida, foi realizada dupla checagem (manualmente) para limpeza das informações duplicadas e/ou incompletas.
Resultados
Obteve-se uma amostra de 599 RN expostos ao HIV. A maioria das genitoras eram adultas (89,3%), autodeclaradas negras (92%) e com escolaridade ≤ a 8 anos de estudo(96%). Cerca de 68,8% das mães fizeram uso de terapias antirretrovirais (TARV) durante a gestação e 74,1% usaram TARV no parto. Dentre os RN, 33,1% nasceram prematuros, , 51,6% tinham até 2.999 gramas, sendo considerados com peso insuficiente/baixo peso ao nascer e 5,8% da amostra passou a viver com HIV. De acordo com a INTERGROWT-21, entre os 198 prematuros, 13,6% eram Pequenos para idade gestacional. Já com relação aos RN a termo, 41,9% foram classificados com peso insuficiente para idade gestacional pelos critérios da OMS, 2006.
Conclusões/Considerações
Os Recém-nascidos expostos ao HIV que fizeram parte desse estudo apresentaram um percentual elevado de baixo peso ao nascer e de baixo peso para idade. Além disso, as mães vivendo com HIV enfrentaram dificuldades de acesso à escolaridade, aspecto este que pode afetar negativamente a renda familiar, e consequentemente, prejudicar a alimentação adequada e impactar o crescimento e desenvolvimento na primeira infância.
ANÁLISE ESPACIAL DA MORBIMORTALIDADE POR TUBERCULOSE NO BRASIL (2016-2023): EFEITOS DA PANDEMIA DE COVID-19 E ASSOCIAÇÃO COM INDICADORES SOCIOECONÔMICOS E DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFRN
Apresentação/Introdução
A Tuberculose é uma infecção respiratória de relevância global com implicações severas quando não realizado o diagnóstico e tratamento da maneira adequada. Após a pandemia da COVID-19 houve um aumento significativo na morbimortalidade em diversos países, inclusive no Brasil, sendo um retrocesso ao combate da patologia e provocando mais um desafio à saúde pública nacional.
Objetivos
Analisar a localização e distribuição da morbimortalidade da Tuberculose no Brasil de 2016 a 2023, além de identificar a tendência antes, durante e pós pandemia da COVID-19, analisando a associação dos indicadores socioeconômicos com esse desfecho.
Metodologia
A pesquisa adota uma abordagem quantitativa, com análise ecológica de série temporal, utilizando dados secundários, provenientes do DATASUS. Foram extraídos dados de morbimortalidade por Tuberculose no Brasil no período de 2016 a 2023, considerando os impactos da pandemia em 2020. Portanto, como exposição foram utilizadas escolaridade, cobertura da Atenção Básica, índice de Gini e IDH e como desfecho a morbimortalidade por Tuberculose, através de uma análise descritiva e geoespacial.
Resultados
O estudo evidencia um ponto de inflexão a partir do período pandêmico. De 2016 a 2019, observou-se um aumento moderado da morbidade em todos esses anos, seguido por uma redução em 2020 e, posteriormente, um crescimento acentuado, superior a 27% até 2023. Quanto aos óbitos, o impacto foi ainda mais expressivo, com aumento superior a 34% no mesmo intervalo. Entre as variáveis independentes, destacam-se correlações espaciais relevantes com os índices de Gini, IDH e a cobertura da Atenção Básica. Esses achados sugerem que a redução na oferta de serviços durante o isolamento social pode ter contribuído significativamente para os desfechos negativos observados nos anos seguintes.
Conclusões/Considerações
Os dados revelam um aumento na morbimortalidade no Brasil nos últimos anos, agravados pela pandemia por COVID-19, demonstrando um retrocesso epidemiológico. Além disso, a partir da análise espacial ficou evidenciado desigualdades associadas a fatores socioeconômicos, reforçando a importância de estratégias em Saúde Coletiva que promovam atualizações, incentivos e ações voltadas à equidade no enfrentamento dessas condições.
LEPTOSPIROSE NO SUL E SUDESTE DO BRASIL (2014-2024): UMA ANÁLISE DA INCIDÊNCIA E LETALIDADE
Pôster Eletrônico
1 ICICT/Fiocruz
2 UFRRJ
Apresentação/Introdução
A análise de indicadores de saúde é necessária para atender às necessidades da população diante de desigualdades e causalidades de doenças. A leptospirose, influenciada por determinantes sociais, é complexa, endêmica no Brasil especialmente em capitais e regiões metropolitanas e, causada pela bactéria Leptospira, tendo como sua principal transmissão o contato com urina de roedores infectados.
Objetivos
O presente estudo tem como objetivos analisar os indicadores taxa de incidência e letalidade da leptospirose nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil, nos anos de 2014 a 2024.
Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico, tendo como fontes o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) através de dados secundários disponíveis no TABNET/DATASUS e, estimativas populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para cálculo dos indicadores. As variáveis analisadas foram número de casos e óbitos pelo agravo, registrados no período de 2014 a 2024, nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil.
Resultados
Os resultados evidenciaram uma grande variação dos indicadores nas regiões analisadas. Taxas de incidência foram maiores na Região Sul, enquanto a letalidade se mostrou maior na Região Sudeste. A maior taxa de incidência na Região Sul foi encontrada no ano de 2015 com 5,43 por 100 mil hab. frente a Região Sudeste com 1,12 neste ano. Vale ressaltar que 2015 foi o ano que apresentou a maior variação das taxas deste indicador entre as regiões. Quanto a letalidade, a maior variação entre os índices ocorreu no ano de 2020, sendo observado 14,7% na Região Sudeste, enquanto a Região Sul apresentou 5,1%. Destacou-se também que, a maior letalidade na Região Sul foi 8,7% no ano de 2024.
Conclusões/Considerações
A análise revelou diferenças importantes entre os indicadores nas regiões estudadas. Isso reforça a leptospirose como uma doença negligenciada com variações no manejo clínico e vigilância desse agravo em diferentes regiões do Brasil. Portanto, este estudo pode auxiliar na prevenção e redução de novos casos e óbitos, contribuindo com o planejamento de políticas públicas frente ao território e ao grupo populacional exposto.
VIGILÂNCIA DA DENGUE E DA LEPTOSPIROSE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (2014 – 2024): INCIDÊNCIA E ANÁLISE DOS CRITÉRIOS DE CONFIRMAÇÃO DOS CASOS NOTIFICADOS
Pôster Eletrônico
1 ICICT/Fiocruz
2 UFRRJ
Apresentação/Introdução
O Rio de Janeiro, com alta densidade demográfica e áreas de vulnerabilidade social, enfrenta desafios contínuos na vigilância e controle de doenças como a dengue e a leptospirose. Entender a dinâmica desses agravos é essencial na saúde coletiva. A incidência, medida por casos confirmados (laboratorial ou clínico-epidemiológico), é um importante indicador para a análise da situação de saúde local.
Objetivos
O presente estudo tem como objetivos apresentar as taxas de incidência da dengue e da leptospirose no Estado do Rio de Janeiro, nos anos de 2014 a 2024 e, analisar a proporção de casos confirmados por critérios frente ao número de casos notificados.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, tendo como fontes de dados o Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) através de dados secundários disponíveis no TABNETBD da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro. As variáveis utilizadas foram taxas de incidência, número de casos notificados e número de casos confirmados por critério laboratorial e critério clínico-epidemiológico no Estado do Rio de Janeiro no período de 2014 a 2024 para os agravos dengue e leptospirose.
Resultados
A incidência e os critérios de confirmação de dengue e leptospirose variaram. A leptospirose teve incidência bem menor, com pico de 10,57 por 100 mil hab. em 2024. Sua confirmação foi predominantemente laboratorial variando entre 17 e 29% frente aos casos notificados. A dengue atingiu taxas epidêmicas (maior que 300 por 100 mil hab.) nos anos de 2015, 2016, 2023 e 2024, tendo este último registrado a taxa alarmante de 1.885 por 100 mil hab. A confirmação da dengue foi principalmente clínico-epidemiológica entre 2014 e 2020 e, em 2024 (56,8%), enquanto nos anos de 2021 a 2023 o critério laboratorial foi o mais prevalente e em proporções também maiores frente à leptospirose.
Conclusões/Considerações
A análise revelou diferenças importantes no manejo clínico e vigilância desses agravos. Apesar de determinantes similares, a leptospirose se mantém negligenciada e a dengue marcada por epidemias reforçando a necessidade do fortalecimento das ações de prevenção, diagnóstico e tratamento desses agravos. Assim, essa análise pode contribuir para o planejamento de políticas públicas frente a determinantes que afetam diretamente esta população.
HESITAÇÃO VACINAL E SUA INFLUÊNCIA NA VACINAÇÃO DE CRIANÇAS DE ATÉ DOIS ANOS DE IDADE: PERFIL SOCIOECONÔMICO E FATORES COMPORTAMENTAIS EM SUBGRUPOS TERRITORIAIS
Pôster Eletrônico
1 UNISANTOS
Apresentação/Introdução
A hesitação vacinal pode ser considerada como o atraso em aceitar vacinar ou a recusa de certas vacinas recomendadas, apesar de sua disponibilidade nos serviços de saúde. O combate a hesitação vacinal passa por reconhecer o processo que vem se ampliando e que se acentuará caso estratégias de vacinação não forem ajustadas ao conhecimento sociocultural das comunidades.
Objetivos
Analisar os fatores associados à hesitação vacinal de crianças com até dois anos de idade, considerando o perfil socioeconômico materno e os fatores comportamentais em subgrupos territoriais.
Metodologia
Estudo transversal de inquérito domiciliar realizado na Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS), com amostragem aleatória proporcional por município. Entrevistaram-se 831 mães ou responsáveis por crianças nascidas em 2018. Aplicou-se questionário estruturado com dados demográficos, socioeconômicos, caderneta vacinal e questões sobre hesitação vacinal com base no modelo 5C. As análises incluíram qui-quadrado, ANOVA, Kruskal-Wallis e regressão logística, utilizando o SPSS 24.0. O estudo seguiu diretrizes da OMS, assegurando rigor metodológico e permitindo compreender fatores associados à hesitação vacinal nos diferentes subgrupos territoriais da RMBS.
Resultados
O teste de Kruskal-Wallis mostrou variação regional (p = 0,003), a Região Sul apresentou maior hesitação vacinal que a Norte (p = 0,017). A Região Polo teve a menor hesitação. Já na regressão logística, a Região Polo tem 2,78 (IC95%: 1,64; 4,64 vezes mais chance de hesitação que o Sul, e os da Norte, 2,04 (IC95%: 1,18; 3,63) vezes. O Polo apresentou os maiores índices de hesitação para "Vacinas são importantes para a saúde de minha criança" (27,2%) "Vacinas funcionam?" (30,1%); "Vacinar minha criança é importante para a saúde de outras crianças em meu bairro" (28,6%);"Minha criança não precisa de vacinas para doenças que não são comuns atualmente" (44,7%)
Conclusões/Considerações
A pesquisa destaca que para enfrentar a hesitação vacinal é necessária uma resposta coordenada e multidimensional, que envolva a colaboração entre governos, profissionais de saúde e a sociedade civil. Estratégias educativas aliadas a uma comunicação clara e ao envolvimento ativo das comunidades, é essencial para fortalecer a adesão vacinal e reconstruir a confiança no sistema de saúde, garantindo assim a proteção coletiva.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE SÍFILIS ADQUIRIDA EM UMA CIDADE UNIVERSITÁRIA SUL MINEIRA NO PERÍODO DE 2014 A 2023
Pôster Eletrônico
1 Unifal
Apresentação/Introdução
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) representam grave problema de saúde pública. Entre elas, a sífilis adquirida tem crescido no Brasil, especialmente entre jovens com menor escolaridade. Este estudo analisa o perfil epidemiológico da sífilis em Alfenas (2014–2023) para orientar ações de prevenção, controle e políticas públicas.
Objetivos
O estudo objetiva descrever o perfil epidemiológico da sífilis adquirida em uma cidade universitária do sul de Minas, analisando fatores sociodemográficos e comparando a distribuição da doença entre os sexos e os diferentes níveis de escolaridade.
Metodologia
Trata-se de um estudo observacional, descritivo e retrospectivo em Alfenas, MG, baseado em dados secundários do SINAN/SES-MG/DATASUS. Incluiu todos os casos notificados de sífilis adquirida no período, com critérios diagnósticos padronizados. Analisou variáveis sociodemográficas (idade, sexo, escolaridade, raça/cor) e ano de notificação. Os dados foram importados do Tabnet para Excel 2016 e analisados no Stata 13.0 por estatística descritiva. É um estudo populacional, sem amostragem, seguindo a Resolução CNS 466/12, com dados públicos e anonimato garantido. Houve ausência de coleta direta para evitar vieses.
Resultados
De 2014 a 2023, foram notificados 987 casos de sífilis adquirida em Alfenas (SES-MG) e 1.123 pelo DATASUS, com diferença de 136 casos. A maior concentração ocorreu em 2022 e 2023 (48,23%), com aumento de 97,67% em 2022. A maioria era do sexo masculino (60,89%), média de 32,9 anos, cor branca (38,40%) ou ignorada (31,61%), com ensino médio completo (16,62%) ou dado ignorado (44,79%). O elevado percentual de dados incompletos afeta a qualidade da informação. O estudo revela padrão crescente na incidência, com concentração em adultos jovens e alto grau de incompletude, impactando vigilância e controle.
Conclusões/Considerações
A análise mostrou aumento da sífilis adquirida em Alfenas (2014–2023), reforçando a vulnerabilidade dos jovens adultos. A alta proporção de dados ignorados compromete a vigilância epidemiológica e o planejamento de políticas públicas locais. É essencial melhorar os registros para apoiar ações de controle específicas e aprofundar pesquisas sobre vulnerabilidades sociais.
TUBERCULOSE EM SÃO PAULO (2020–2024): ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E ADESÃO AO TRATAMENTO
Pôster Eletrônico
1 UNILUS
2 SLMandic
Apresentação/Introdução
O tratamento da tuberculose exige o uso de múltiplos medicamentos por tempo prolongado, e a adesão é crucial para o controle da doença e a redução da mortalidade. Assim, a análise da incidência e da adesão ao tratamento em São Paulo contribui para avaliar a eficácia das medidas adotadas e orientar a atuação da equipe multidisciplinar de saúde.
Objetivos
Analisar a incidência de tuberculose no brasil e a adesão ao tratamento nos últimos cinco anos (2020-2024).
Metodologia
Este estudo epidemiológico de análise temporal é baseado em dados secundários provenientes do Sistema de Informações de Agravos de Notificações (SINAN), consolidados e coletados pelo Ministério da Saúde até junho de 2025. Utilizou-se uma abordagem quantitativa e descritiva para examinar a incidência de tuberculose e a adesão ao tratamento no estado de São Paulo entre 2020 a 2024.
Resultados
Entre 2020 e 2024, o estado de São Paulo registrou 112.587 casos de tuberculose, representando 22,4% dos casos de todas as unidades federativas. O número de novos casos foi de 89.735, sendo 11.800 provenientes de reingressos após abandono, em relação a adesão ao tratamento teve uma taxa de 16,3% de abandono, correspondendo à 18.399 casos, sendo 4 abandonos primários. Os grupos mais afetados respectivamente foram: população em situação de rua (2.305), pessoas privadas de liberdade (1.178) e profissionais de saúde (67).
Conclusões/Considerações
O estado de São Paulo apresentou alta carga de tuberculose no Brasil. A adesão ao tratamento continua sendo um desafio, com taxas significativas de abandono, especialmente entre populações vulneráveis como a de rua e privadas de liberdade. As estratégias de controle precisam ser aprimoradas, com maior atenção à adesão ao tratamento, para reduzir a carga e melhorar os índices da doença.
PERCEPÇÃO DA POPULAÇÃO FLUMINENSE SOBRE O HPV E A VACINAÇÃO: ANÁLISE PRELIMINAR DE UM INQUÉRITO ONLINE
Pôster Eletrônico
1 UFRJ
Apresentação/Introdução
O papilomavírus humano (HPV), transmitido sexualmente, causa câncer do colo do útero. Desde 2014, o Brasil oferece gratuitamente a vacina contra o HPV no SUS para meninas, e depois meninos, atualmente de 9 a 14 anos. Apesar da disponibilidade, a cobertura vacinal permanece abaixo das metas preconizadas pelo PNI, evidenciando fragilidades no enfrentamento da desinformação e na adesão da população.
Objetivos
O presente estudo tem como objetivo avaliar, de forma preliminar, o conhecimento da população do estado do Rio de Janeiro sobre o HPV, sua prevenção e a vacina, a partir de dados coletados por inquérito online através da plataforma GoogleForms.
Metodologia
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 75344123.2.0000.5699). Trata-se de estudo descritivo de abordagem quantitativa, com 88 respondentes até o momento (76 mulheres e 12 homens), analisados segundo faixa etária, sexo e escolaridade.
Resultados
Maior participação feminina sugere maior engajamento com a vacinação contra o HPV, coerente com a política pública inicialmente voltada às meninas. Jovens mulheres (≤24 anos) demonstraram alto conhecimento (100%) e adesão (75,8%). Entre mulheres >30 anos, apesar de 93,6% conhecerem a vacina, só 17% foram vacinadas, principalmente por não terem tido acesso na adolescência. O desconhecimento do HPV também afeta mulheres escolarizadas. Entre os 12 homens, os mais jovens mostraram maior intenção de se vacinar, enquanto os mais velhos demonstraram desconhecimento sobre a vacina.
Conclusões/Considerações
As campanhas de vacinação contra o HPV no Brasil mostram eficácia parcial, com melhor adesão entre mulheres jovens. Persistem lacunas de conhecimento entre adultos e homens, mesmo entre os mais escolarizados. A hesitação vacinal e a desinformação ainda são desafios. Ampliar ações educativas e incluir efetivamente os homens são passos essenciais para o controle do HPV.
INIQUIDADES EM SAÚDE E ANÁLISE ESPACIAL DA MORBIDADE POR HIV NO BRASIL, DE 2000 A 2022
Pôster Eletrônico
1 UFRN
Apresentação/Introdução
Mesmo com o avanço em estratégias de enfrentamento ao HIV, ainda se esbarra em uma grande desigualdade na oferta dos serviços e ações de saúde, podendo ocasionar um retrocesso significativo na área. Ademais, ainda é fortemente presente, em países em desenvolvimento, as iniquidades em saúde, que estão associadas a divergências sistemáticas no estado de saúde entre grupos sociais distintos.
Objetivos
O estudo objetiva avaliar os determinantes e condicionantes de saúde que estão associados à morbidade por HIV nas Regiões Intermediárias de Articulação Urbana do Brasil, no período de 2000 a 2022.
Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico, de análise espacial, que utilizou dados secundários de 2000 a 2022, oriundos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/DATASUS). A coleta foi realizada em dezembro de 2024. A unidade geográfica utilizada foi as Regiões Intermediárias de Articulação Urbana do Brasil (RIAU), sendo considerada a população de 2011, intermediária do período. A variável dependente do estudo é a morbidade por HIV, já as independentes referem-se ao IDH, Índice de Gini e Cobertura da Atenção Básica. Para a análise espacial utilizou-se o Geoda. Os métodos empregados foram análise exploratória e o Índice de Moran Local Bivariado. Não foi necessária aprovação ética.
Resultados
A morbidade por HIV é especialmente elevada em algumas RIAU das regiões Norte, Sudeste e Sul do Brasil, com destaque para áreas urbanas e com grande densidade demográfica, como Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus e Belém. Observou-se que nas RIAU mais afetadas da região Norte e Nordeste, o IDH baixo pode estar correlacionado com altos índices de HIV. Da mesma forma, a alta desigualdade social, demonstrada por meio do Índice de Gini, evidenciou maior impacto em áreas da região Norte. Todavia, 24 RIAUs demonstraram baixa morbidade mesmo com Gini alto. Por fim, a cobertura da Atenção Básica é inversamente proporcional à morbidade em 20 RIAU.
Conclusões/Considerações
A morbidade por HIV no Brasil entre os anos de 2000 e 2022 mostra estar concentrada nas RIAU litorâneas, em áreas urbanas com grande densidade populacional e na fronteira com outros países. Observou-se que determinantes sociais como IDH e Índice de Gini apresentaram influência significativa apenas nas regiões Norte e Nordeste, Já a cobertura da Atenção Básica mostrou uma correlação inversamente proporcional com os indicadores estudados.
TUBERCULOSE NAS PRISÕES DO RIO DE JANEIRO, SÃO PAULO E BELO HORIZONTE, 2014-2023.
Pôster Eletrônico
1 IMS/UERJ
2 IMS/UERJ; ENSP/Fundação Oswaldo Cruz
Apresentação/Introdução
A tuberculose (TB) é um desafio relevante de saúde pública, especialmente entre pessoas privadas de liberdade (PPL), que têm risco até 34 vezes maior de adoecer. O Brasil está entre os 30 países com maior carga de TB e possui uma das maiores populações prisionais, concentrada quase a metade em SP, MG e RJ, o que impõe desafios ao controle da doença.
Objetivos
(i) Descrever e analisar a evolução temporal da proporção de PPL entre os casos novos de TB nas capitais RJ, SP e BH (2014–2023) e (ii)comparar a perfis etários desses pacientes e a avaliação clinico-laboratorial da TB entre os casos dessas capitais.
Metodologia
Estudo ecológico, descritivo, com dados de casos de TB pulmonar notificados no Sinan como PPL, de 2014 a 2023, nas três capitais. Calculou-se a proporção anual de PPL entre os casos novos. Também foram analisados dois aspectos que podem justificar as diferenças do diagnóstico e vigilância da TB entre as três capitais.
Resultados
Foram notificados 624.398 casos novos de TB pulmonar no Brasil, dos quais 104.907 nas capitais estudadas. Desses, 9.828 (9,4%) eram PPL: 7.749 (78,8%) no Rio, 2.019 (20,5%) em São Paulo e 60 (0,6%) em Belo Horizonte. No Rio, a proporção subiu de 2% (2014) para 25,7% (2019), caindo para 13,5% em 2023. Em São Paulo, variou de 3,2% a 6%. Em Belo Horizonte, entre 0,5% e 2,6%. No Rio, 68,2% dos casos estavam entre 15 a 29 anos (vs. 50,1% em São Paulo e 38,3% em Belo Horizonte). A testagem para HIV foi realizada em 56,4% dos casos no Rio, frente a 80% em Belo Horizonte e 93,5% em São Paulo, assim como a cultura (12,3% no Rio vs. 82,1% em São Paulo).
Conclusões/Considerações
O Rio apresentou a maior proporção de casos de TB em PPL, com pico em 2019. As demais capitais mantiveram proporções mais baixas e estáveis. A predominância de jovens e a menor cobertura diagnóstica no Rio, como testagem para HIV e cultura, sugerem dinâmica de transmissão distinta entre as capitais e reforçam a importância da vigilância ativa e da investigação sobre os fatores que contribuíram para o aumento de casos no sistema prisional no Rio.
PERSPECTIVA DO PACIENTE SOBRE A ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO CONTEXTO DA COVID-19
Pôster Eletrônico
1 Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
2 Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
3 Universidade Nova de Lisboa, Escola Nacional de Saúde Pública
4 Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop)
Apresentação/Introdução
Um dos desafios impostos pela pandemia causada pela Covid-19 se refere à manutenção da qualidade do atendimento nos serviços de saúde. A perspectiva do paciente no processo de avaliação de serviços de saúde se apoia na ideia do cuidado centrado no paciente e se destaca como um dos objetivos propostos no plano de melhoria da qualidade do cuidado de saúde.
Objetivos
Discutir a perspectiva do paciente sobre a assistência à saúde para Covid-19 no estado do Rio de Janeiro.
Metodologia
Estudo de abordagem qualitativa, descritiva e delineamento transversal. O cenário foi o sistema de saúde do estado do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados no período de julho a outubro de 2020, por meio de um questionário eletrônico autoaplicável, com perguntas abertas e fechadas, elaborado com a ferramenta Google Forms. A estatística descritiva dos dados foi realizada com auxílio do software estatístico SPSS. Os dados qualitativos referentes à perspectiva dos pacientes sobre a assistência à saúde foram submetidos à análise temática de conteúdo.
Resultados
Participaram do estudo 160 pessoas, com sintomas e/ou diagnóstico de Covid-19. Dentre os resultados, emergiram três principais categorias: 1-Satisfação do paciente sobre a assistência à saúde (Tempo de espera, relação profissional-paciente, comunicação); 2-Perspectivas do paciente diante da conduta clínica (exames diagnósticos, testes, prescrição de medicamentos, encaminhamentos, internação e se recebeu, ou não, orientações); 3-Sentimentos expressados pelo paciente (Medo, angústia, revolta, tranquilidade, esperança, confiança e calma). Destacou-se a ausência de apoio e suporte emocional, além do déficit de recursos humanos e estrutura, interferindo no atendimento à saúde.
Conclusões/Considerações
O estudo permitiu identificar lacunas importantes decorrentes da assistência no decurso da pandemia pela Covid-19. O conhecimento e a discussão da perspectiva do paciente sobre a assistência à saúde possibilitam a problematização de aspectos importantes que poderão contribuir para um cuidado de qualidade, seguro e centrado no paciente, salientando-se a singularidade e as necessidades expressadas pelos pacientes.
SENTIDOS E DESAFIOS DO CUIDADO: ABANDONO DO TRATAMENTO DA HEPATITE B NA MACRORREGIÃO CENTRO-NORTE DE MATO GROSSO
Pôster Eletrônico
1 UNEMAT
2 PREFEITURA MUNICIPAL DE TANGARÁ DA SERRA
3 UFR
Apresentação/Introdução
A hepatite B é uma infecção viral de relevância global, com potencial de evolução para formas crônicas. Apesar da existência de protocolos clínicos e tratamentos eficazes, a descontinuidade do cuidado persiste como um desafio nos serviços de saúde, especialmente em regiões com desigualdades sociais e fragilidade na organização das redes de atenção.
Objetivos
Compreender, a partir da perspectiva dos usuários, os sentidos que contribuem para o abandono do tratamento da hepatite B.
Metodologia
Estudo com delineamento na Pesquisa Convergente Assistencial (PCA), realizado na Macrorregião Centro-Norte do estado de Mato Grosso, conduzido em duas fases: levantamento de dados secundários do SINAN e Siclom, entre os anos de 2021 e 2024. Após, realização de entrevistas com os usuários com diagnóstico confirmado de hepatite B que, conforme registros institucionais, haviam interrompido o tratamento no período estabelecido. A abordagem ocorreu de forma individualizada, por meio de contato telefônico, e as entrevistas foram realizadas com auxílio de roteiro semiestruturado, e gravadas. Após a transcrição os dados foram organizados e submetidos à análise temática. CAAE: 01481918.0.0000.5393.
Resultados
54 pessoas foram identificadas em situação de abandono, destes 36 (66,67%) eram do sexo masculino e 18 (33,33%) feminino. Notou-se inconsistência no banco de dados, limitações por vínculo de contato de terceiros, além de inconsistências cadastrais. 37% dos usuários não atenderam ou encerraram a ligação abruptamente, enquanto 1,85% recusaram formalmente. As entrevistas indicam que a obtenção de medicamentos em quantidade superior ao necessário, geram atrasos nas retiradas posteriores. Em outros casos, o uso do medicamento foi esporádico, por não necessitar do tratamento contínuo, seja por cura, abandono ou por utilizar em situações específicas, como gestação, procedimentos cirúrgicos.
Conclusões/Considerações
A expressiva dificuldade de contato e a ausência de vínculos ativos com os serviços de saúde demonstram, por si só, um elemento central do fenômeno investigado, a invisibilização e a fragilidade das estratégias de seguimento dos casos pela rede de atenção. Tais barreiras revelam não apenas questões de ordem técnica e sistêmica, mas também sociais e subjetivas, que se tornam parte do campo analítico da integralidade e da permanência no cuidado.
EVOLUÇÃO TEMPORAL DA PROPORÇÃO DE ABANDONO DO TRATAMENTO DA TUBERCULOSE NO BRASIL: ESTUDO ECOLÓGICO (2010-2023)
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Piauí- UFPI
Apresentação/Introdução
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. A doença afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. Apesar de ser tratável, continua sendo um grave problema de saúde pública, agravado pelo abandono do tratamento.
Objetivos
Analisar a evolução temporal da proporção de abandono do tratamento da tuberculose no Brasil, no período de 2010 a 2023.
Metodologia
Estudo ecológico de série temporal, que analisou dados secundários obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, referentes às notificações de casos de tuberculose com desfecho de abandono do tratamento, no período de 2010 a 2023 das cinco regiões do Brasil (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste). A proporção de abandono do tratamento foi calculada utilizando como numerador o número de casos de abandono e, como denominador, o total de casos notificados de tuberculose, multiplicando-se o resultado por 100. A análise das tendências temporais foi realizada por meio do modelo de regressão linear de Prais-Winsten, utilizando o software Stata®, versão 16.0.
Resultados
A proporção média de abandono do tratamento no Brasil foi de 13,5%, com tendência crescente no país (VPA=2,2%; p=0,011) e nas regiões Norte (Média=13,2%; VPA=3,7%; p<0,001), Sudeste (Média=14,3%; VPA=2,6%; p=0,012) e Centro-Oeste (Média=12,8%; VPA=4,3%; p<0,001). Por outro lado, a proporção de abandono do tratamento foi considerada estacionária nas regiões Sul (Média=14,5%; VPA=1,8%; p=0,214) e Nordeste (Média=12,1%; VPA=0,8%; p=0,068), sem variações estatisticamente significativas ao longo do período analisado.
Conclusões/Considerações
A proporção de abandono do tratamento da tuberculose apresentou crescimento significativo no Brasil e nas regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste, indicando fragilidades na continuidade do tratamento da doença. Recomenda-se fortalecer estratégias de adesão ao tratamento, com foco em ações regionais, acompanhamento contínuo e suporte ao paciente.
SÍFILIS CONGÊNITA E GESTACIONAL NO BRASIL: TENDÊNCIA TEMPORAL DA INCIDÊNCIA - 2014 A 2023
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Piauí- UFPI
Apresentação/Introdução
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável, de etiologia exclusivamente humana, causada pela bactéria Treponema pallidum. Quando não diagnosticada ou tratada adequadamente durante a gestação, pode ser transmitida ao feto, resultando em sífilis congênita.
Objetivos
Analisar a tendência temporal das taxas de incidência de sífilis gestacional e congênita no Brasil, no período de 2014 a 2023.
Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico de série temporal, que analisou dados secundários obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, referentes a casos da sífilis congênita e gestacional, no período de 2014 a 2023 das cinco regiões do Brasil. A incidência de sífilis em gestantes foi calculada pelo número de casos de sífilis em gestantes pelo número de nascidos vivos (nv), multiplicado por 1.000. Para sífilis congênita, considerou-se o número de casos de sífilis em menores de um ano pelo número de nv, multiplicado por 1.000. A análise das tendências temporais foi realizada por meio do modelo de regressão linear de Prais-Winsten, utilizando o software Stata®, versão 16.0.
Resultados
Foram notificados 585.242 casos de sífilis gestacional e 233.152 de sífilis congênita. Na análise da tendência temporal da sífilis gestacional, observou-se aumento expressivo em nível nacional (VPA=15,47%; p < 0,001). Os maiores incrementos foram observados nas regiões Nordeste (VPA=16,92%) e Norte (VPA=16,06%). As demais regiões também apresentaram crescimento: Sudeste (VPA=15,55%), Sul (VPA=13,23%) e Centro-Oeste (VPA=15,00%). Para a sífilis congênita, observou-se tendência crescente para o Brasil (VPA =5,86%; p=0,002) e suas regiões: Norte (VPA=8,31%), Centro-Oeste (VPA=6,31%), Sul (VPA=5,90%), Sudeste (VPA=5,99%) e Nordeste (VPA+5,11%).
Conclusões/Considerações
As taxas de sífilis gestacional e congênita apresentaram crescimento significativo em todas as regiões do Brasil, refletindo falhas no cuidado pré-natal e na prevenção da transmissão vertical da doença. Recomenda-se intensificar ações de rastreamento, diagnóstico precoce e tratamento oportuno das gestantes em todo o país.
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA ESPOROTRICOSE HUMANA NO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL DE 2021 A MARÇO DE 2025
Pôster Eletrônico
1 SES/MS; UFMS
2 HUMAP/UFMS; UFMS
3 SES/MS
4 UFMS
Apresentação/Introdução
A esporotricose humana é uma micose causada por fungos Sporothrix spp., de evolução subaguda ou crônica, geralmente benigna, restrita à pele e vasos linfáticos adjacentes. A forma zoonótica, de transmissão felina por S. brasiliensis, se expandiu pelo Brasil e em Mato Grosso do Sul há relatos desta transmissão desde 2010. Tornou-se de notificação compulsória estadual em 2020 e nacional em 2025.
Objetivos
O objetivo deste estudo é descrever a situação epidemiológica da esporotricose humana no estado do Mato Grosso do Sul no período de janeiro de 2021 a março de 2025.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, utilizando dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) fornecidos pela Secretaria Estadual de Saúde do estado de Mato Grosso do Sul no período de janeiro de 2021 a março de 2025. A análise estatística descritiva foi realizada em planilha eletrônica (Microsoft® Excel versão 16.89.1) utilizando as variáveis: idade, sexo, raça, escolaridade, município de notificação, município de residência, bairro, data da investigação, classificação final, critério de confirmação/descarte, autóctone do município de residência, doença relacionada ao trabalho, evolução do caso, data do óbito e data do encerramento.
Resultados
Foram registradas 120 notificações de suspeitos de esporotricose em todo período, destes 46% foram confirmados, 48% descartados e 6% casos sem classificação final. Quanto ao critério, 80% foram confirmados por critério laboratorial e 20% clínico-epidemiológico. Quanto à raça, 65% eram pardos, 27% brancos, 4% pretos, 2% indígena e 2% ignorado. Quanto ao sexo, 71% sexo feminino e 29% masculino. O maior número de confirmados foi em Corumbá (82%), seguido de Campo Grande (11%), Aquidauana (4%), Ladário e Sidrolândia (2% cada). Quanto à faixa etária, 20% entre 41 e 50 anos e 20% entre 51-60 (média 38,2 anos). Em relação à evolução, 51% evoluíram para cura e 49% não tiveram o desfecho registrado.
Conclusões/Considerações
Os dados reforçam a importância da vigilância e do preenchimento completo da ficha de notificação, a fim de subsidiar a criação de uma política de profilaxia e controle desta zoonose emergente e negligenciada em Mato Grosso do Sul, com especial atenção aos aspectos socioeconômicos e de equidade no acesso à saúde .
ANÁLISE QUALITATIVA DO MONITORAMENTO DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS EM GOIANA PERNAMBUCO
Pôster Eletrônico
1 XII Gerência Regional de Saúde de Pernambuco
2 Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco
Apresentação/Introdução
As doenças diarréicas agudas (DDA) representam uma das causas mais comuns de desequilíbrio da saúde, sobretudo nas populações mais vulneráveis. É consenso que existe uma dificuldade em relação ao monitoramento das DDA tendo em vista que os casos incidentes são configurados como normais pela população e pelos profissionais que atuam no sistema de saúde público.
Objetivos
Analisar qualitativamente o processo de monitoramento das doenças diarreicas agudas de acordo com a percepção dos profissionais de saúde no município de Goiana-PE.
Metodologia
Estudo descritivo de abordagem e qualitativa desenvolvido em Unidades de Saúde Sentinela que realizam monitoramento das doenças diarreicas agudas, além das coordenações dos setores de Vigilância epidemiológica e da Atenção à Saúde em um município do estado de Pernambuco. A coleta dos dados se deu através de entrevistas semiestruturadas com dois enfermeiros de cada uma das Unidades Sentinela e as coordenações dos setores de Vigilância Epidemiológica e da Atenção à Saúde do município, totalizando uma amostra de dez pessoas, sendo oito enfermeiros e dois coordenadores. O estudo foi submetido ao comitê de ética em pesquisa e aprovado sob número de parecer 6.316.669.
Resultados
A partir da análise dos dados emergiram três categorias empíricas: Compreensão dos Determinantes Sociais em Saúde; Integração entre Atenção em Saúde e Vigilância Epidemiológica no monitoramento das doenças diarreicas agudas e Monitoramento das doenças diarreicas agudas nas unidades notificadoras. O baixo percentual de domicílios com saneamento básico e a elevada ocorrência de casos, internações e óbitos presentes na população residente estão associados e devem ser considerados no monitoramento das DDA. O monitoramento das DDA é um processo que depende da atuação complementar entre os atores da assistência em saúde, sobretudo os da APS e demais Unidades Sentinelas, e da Vigilância em Saúde.
Conclusões/Considerações
Para qualificar o monitoramento no município é necessário que a Gestão em Saúde atue junto aos profissionais da ponta, garantindo os insumos para realização de coletas, estimulando encontros entre os atores para discutir e aprimorar o monitoramento e realize ações de educação em saúde para a população e capacitações para os profissionais de saúde.
ANÁLISE QUANTITATIVA DO MONITORAMENTO DAS DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS EM GOIANA PERNAMBUCO
Pôster Eletrônico
1 XII Gerência Regional de Saúde de Pernambuco
Apresentação/Introdução
As doenças diarréicas agudas (DDA) são caracterizadas pelo aumento da frequência e quantidade de evacuações e também diminuição da consistência fecal. As DDA estão atreladas aos fatores socioeconômicos, culturais, e principalmente ambientais e de infraestrutura, os municípios que possuem menor cobertura de rede de esgoto apresentam maior número de notificações.
Objetivos
Analisar quantitativamente o processo de monitoramento das doenças diarreicas agudas no município de Goiana-PE de acordo com dados secundários obtidos no Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológica das Doenças Diarreicas Agudas (SIVEP-DDA).
Metodologia
Estudo descritivo de abordagem quantitativa desenvolvido utilizando dados secundários obtidos no Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológica das Doenças Diarréicas Agudas (SIVEP-DDA) através de acesso restrito da Gerência Regional de Saúde A amostra do estudo constituiu-se pelo total de casos de diarréia aguda ocorridas na população geral, no período de 2018 a 2023. O estudo foi submetido ao comitê de ética em pesquisa e aprovado sob número de parecer 6.316.669.
Resultados
A análise dos números de notificações de doenças diarreicas agudas em um município de Pernambuco demonstra que entre 2018 e 2023 foram registrados 18.535 casos de DDA, destes, 5.501 (30%) acometeram a população menor de cinco anos, sendo 1.470 casos em crianças menores que um ano. Além disso, 27 casos foram notificados com idade ignorada. Sobre os planos de tratamento mais comumente ofertados foram 8.910 casos tratados com o plano A, 8.031 com o plano C e 1.355 com o plano B, e 239 casos notificados com plano de tratamento ignorado. O ano com maior número de casos de DDA notificados dentro do período da análise foi 2023, já o ano de 2020 obteve o menor registro de casos.
Conclusões/Considerações
Diante do exposto é possível destacar que a análise das notificações de DDA constitui uma atividade necessária para avaliar a quantidade e a qualidade dos registros, bem como direcionar ações e estratégias de intervenção em saúde, sobretudo nos grupos mais vulneráveis para esse conjunto de doenças e suas complicações. A educação em saúde ofertada para a população surge como uma das principais ferramentas para mitigar o impacto das DDA.
SÍFILIS GESTACIONAL NO DEPARTAMENTO REGIONAL DE SAÚDE IX DO ESTADO DE SÃO PAULO: ESTUDO TRANSVERSAL
Pôster Eletrônico
1 Famema
Apresentação/Introdução
Sífilis é uma IST causada pelo Treponema pallidum e é um problema de saúde pública no Brasil. O pré-natal é crucial para detectar a sífilis gestacional e prevenir a sífilis congênita. A falta de tratamento pode causar aborto, prematuridade e morte neonatal. Entre 2014-2023, houve mais de 225 mil casos no Brasil.
Objetivos
Analisar as características sociodemográficas e de morbidade das gestantes notificadas com sífilis na Diretoria Regional de Saúde IX do Estado de São Paulo
Metodologia
Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo transversal, utilizando dados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN). Os dados foram descarregados da ferramenta de transferência de dados do Datasus, com filtro específico para sífilis em gestantes. As variáveis avaliadas incluíram idade, raça/cor, escolaridade e fatores de risco clínicos. O processamento dos dados foi realizado no RStudio para análise descritiva, estatísticas de frequência e associação, enquanto o Excel foi usado para visualização e cruzamento de dados por ano e município.
Resultados
Houve 2.201 notificações de sífilis gestacional na DRS IX de 2014 a 2023, com variação anual significativa. 2022 teve o pico de casos (380), enquanto 2023 registrou o mínimo (150). Mudanças em políticas de saúde e a ampliação dos testes rápidos em 2019 podem ter influenciado este processo. A tendência decrescente em 2023 requer mais investigações para determinar se reflete uma redução real ou desafios no rastreamento. Observou-se que a maioria das gestantes eram brancas e com ensino médio completo, o que sugere desigualdades no acesso ao diagnóstico e tratamento. Cidades com menos habitantes podem estar subnotificadas devido à menor disponibilidade de serviços.
Conclusões/Considerações
Observa-se que a variação dos casos ao longo dos anos pode estar ligada a políticas de saúde e à disponibilidade de testes rápidos. Destaca-se a necessidade de melhorar o rastreamento e o tratamento da sífilis gestacional na DRS IX, com fortalecimento do pré-natal e foco especial em populações vulneráveis, como mulheres negras, indígenas e residentes de áreas rurais.
CAMINHOS PERCORRIDOS NOS SUBSISTEMAS DE SAÚDE INFORMAL E POPULAR NA EXPERIÊNCIA DE PESSOAS QUE VIVEM COM HIV
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal da Bahia
2 Universidade Federal Fluminense
Apresentação/Introdução
Pessoas que vivem com HIV (PVH) atravessam um cenário onde as dinâmicas sociais e culturais influenciam suas decisões e possibilidade de acesso aos serviços de saúde. A compreensão das interações entre os subsistemas de saúde formal e informal é fundamental para garantir um cuidado integral que valorize os contextos familiar, coletivo e comunitário que responda às necessidades dos usuários.
Objetivos
Analisar os caminhos de cuidados percorridas por pessoas que vivem com HIV (PVH) nos subsistemas de saúde informal e popular.
Metodologia
Estudo avaliativo, qualitativo a partir de 45 entrevistas presenciais com PVH, guiadas por roteiro contendo o perfil socioeconômico, percepções sobre a vivência com o HIV; cuidado nos serviços formais de saúde, além de questões que buscavam explorar outros caminhos percorridos na composição em busca do cuidado e produção de saúde. O local do estudo foi nas sete Policlínicas Regionais de especialidades, referência do acompanhamento do HIV no município do estudo. Buscou-se compreender as experiências de busca por cuidado por PVH nos subsistemas informal e popular, segundo caracterizado por Kleinman (1988). Foi realizado análise temática do conteúdo.
Resultados
Houve predominância de crenças dos participantes sobre comportamentos que condicionam o contágio pelo HIV. A descoberta do diagnóstico do HIV gerou sofrimento para todas as PVH. No subsistema informal o apoio de familiares, amigos e comunidades favoreceu a aceitação, adesão ao tratamento e melhora na saúde mental. Ainda assim, o medo de revelar o diagnóstico persistiu por conta do preconceito e estigma. Mídias sociais foram fonte importante de informações, complementadas por orientações médicas do subsistema formal. No subsistema popular, destacaram-se o uso de ervas, chás e práticas complementares para melhorar a saúde geral, integrando o cuidado com o HIV.
Conclusões/Considerações
Compreender a organização e acionamento dos subsistemas de saúde, a partir da perspectiva dos cuidados informais e populares, possibilita uma análise da busca por cuidados alternativos. As relações entre os subsistemas contribuem para uma visão ampla das necessidades de saúde das PVH, permitindo um tratamento mais integral que respeite as crenças e demandas dos usuários.
PERFIL DA TUBERCULOSE NA POPULAÇÃO COM 10 ANOS OU MAIS NO BRASIL: UM ESTUDO ECOLÓGICO, 2003-2023
Pôster Eletrônico
1 SLMA
Apresentação/Introdução
A tuberculose, apesar de prevenível e curável, continua sendo um dos mais relevantes problemas de saúde pública, especialmente em países de baixa e média renda, como o Brasil. Compreender o comportamento da doença nos diferentes segmentos populacionais, considerando as características sociodemográficas e de saúde, é essencial para orientar ações de vigilância, prevenção e controle mais eficazes.
Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico dos casos de tuberculose notificados no Brasil entre 2003 e 2023 na população ≥ 10 anos, segundo as características sociodemográficas, clínicas e de saúde, bem como a incidência por região, sexo e faixa etária.
Metodologia
Estudo ecológico descritivo, de séries temporais, com dados de casos de tuberculose registrados na população com idade ≥ 10 anos no Brasil entre 2003-2023. Os dados dos casos foram obtidos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação e os dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no DATASUS. Considerou-se as variáveis região de residência, sexo, faixa etária, raça/cor da pele, escolaridade, forma clínica, coinfecção por HIV, diabetes, tratamento diretamente observado e situação de encerramento. Na análise dos dados, utilizou-se estatística descritiva e foram calculados os coeficientes de incidência por 100 mil habitantes por região, sexo e faixa etária.
Resultados
Foram registrados 1.522.384 casos, a maior proporção no Sudeste (45,4%), sexo masculino (67,2%), idade 20-39 anos (45,6%), pardas (42,3%), ensino fundamental incompleto (36,0%), forma clínica pulmonar (83,4%), sem HIV (57,2%) e sem diabetes (68,3%). No Brasil, os coeficientes reduziram de 51,8 para 43,5 casos/100 mil no período. A maior incidência foi na região Norte (média de 58,3/100 mil), homens (média de 59,9 versus 27,7 nas mulheres), grupos de 20-39 anos e ≥ 60 anos (média de 51 e 46 casos/100 mil, respectivamente). Menor incidência foi no Centro-Oeste e em adolescentes (média 26,7 e 16,5 casos/100 mil, respectivamente). Após 2020, houve aumento na incidência em todas regiões e grupos.
Conclusões/Considerações
Apesar da tendência de queda de tuberculose no Brasil no período, sociodemograficamente essa redução não ocorreu de forma homogênea, indicando a existência de desigualdades que desafiam o sistema de saúde brasileiro no controle da doença. O aumento após 2020 aponta para o impacto da pandemia na ocorrência da doença. Os achados destacam a necessidade de estratégias mais equitativas e direcionadas para o controle e prevenção da tuberculose no país.
PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE GESTANTES COM SÍFILIS NO ESTADO DE SÃO PAULO (2014-2023)
Pôster Eletrônico
1 Faculdade São Leopoldo Mandic Araras
Apresentação/Introdução
A sífilis gestacional é uma Infecção Sexualmente Transmissível com graves impactos perinatais. Entre 2014 e 2023, sua incidência aumentou no estado de São Paulo. Apesar do avanço em diagnósticos, persistem falhas no pré-natal e no tratamento. O estudo busca compreender o perfil das gestantes afetadas e as desigualdades envolvidas.
Objetivos
Analisar o perfil sociodemográfico de gestantes com sífilis no estado de São Paulo (2014–2023).
Metodologia
Estudo ecológico, descritivo e quantitativo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) entre 2014 e 2023. Foram incluídos casos confirmados de sífilis em gestantes residentes no estado de São Paulo. As variáveis analisadas foram faixa etária, raça/cor e escolaridade. A incidência foi calculada a partir do número de casos de gestante com sífilis dividido pelo número nascidos vivos. Os dados foram organizados em frequências relativas e absolutas. Por se tratar de dados públicos, não houve necessidade de submissão ao Comitê de Ética.
Resultados
De 2014 a 2023, a maioria das gestantes com sífilis tinha entre 20 e 39 anos (76%), era parda (41%) e com ensino médio incompleto ou completo (49%). A incidência de sífilis em gestantes teve um aumento de 362% (1021 a 3701 casos a cada 100.000 nascidos vivos) entre 2014 e 2023. As faixas etárias com maior incidência de sífilis em gestantes ao longo dos anos, 2014 a 2023, foram de 10 a 14 anos e 15 a 19 anos. Em 2023, houve queda na taxa de incidência, mas o índice ainda é alto, indicando falhas tratamento durante o pré-natal.
Conclusões/Considerações
O crescimento da sífilis gestacional no estado de São Paulo reflete desigualdades sociais e falhas na atenção à saúde. O enfrentamento exige fortalecimento da atenção primária, testagem ampliada e ações intersetoriais. Políticas públicas eficazes podem reduzir a transmissão vertical e proteger a saúde materno-infantil.
HANSENÍASE, VULNERABILIDADE SOCIAL E VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS DE ACORDO COM AS NARRATIVAS DE QUEM VIVEU A DOENÇA
Pôster Eletrônico
1 UFMG
Apresentação/Introdução
A hanseníase é uma doença marcada pela discriminação e exclusão social que atinge, principalmente, populações pobres. Soma-se a isso, a ausência de políticas públicas e tecnologias que subsidiem o diagnóstico, tratamento e cuidados inviabilizando-a. A violação de direitos data do surgimento da patologia que atravessou o tempo, perpetuando o estigma oriundo das sequelas por ela causadas.
Objetivos
Compreender a repercussão da hanseníase na vida das pessoas atingidas pela doença tendo como referência os direitos humanos
Metodologia
Trata-se de um estudo qualitativo que busca compreender a repercussão da hanseníase na vida das pessoas por meio de suas narrativas. Foram realizadas 16 entrevistas de pessoas diagnosticadas com a doença em 3 municípios que fazem parte da regional de saúde de Pedra Azul, na região do Alto Jequitinhonha, no mês de maio de 2024. A GRS Pedra Azul, cenário do estudo, apresenta taxa de detecção de hanseníase muito alta (10 a 19 casos por 10 mil habitantes). A análise foi feita na perspectiva da Análise de Discurso Crítica, reconhecendo que o discurso está intrinsecamente ligado à sociedade, refletindo e influenciando as relações de poder, ideologias e crenças.
Resultados
Os resultados demonstram os desafios presentes na vida das pessoas com hanseníase. Sua etiologia, modos de transmissão e tratamento são desconhecidos, mesmo em regiões endêmicas, fato que contribui para a procura dos serviços de saúde já na presença de sinais e sintomas, muitas vezes com algum grau de incapacidade física. O tratamento tem se resumido à oferta do medicamento. O preconceito ocorre inclusive nos serviços de saúde, seja por meio da negligência no diagnóstico, nas orientações errôneas ou no impedimento ao acesso ao cuidado integral.
Conclusões/Considerações
As repercussões da hanseníase na vida das pessoas afetadas incluem, além das incapacidades físicas resultantes de um diagnóstico tardio, o preconceito, a desinformação e a negligência de cuidados. É urgente a necessidade de maior investimento em ações de saúde que deem visibilidade à hanseníase e dignidade às pessoas por ela atingida.
PERFIL DOS CASOS DE COINFECÇÃO TUBERCULOSE/HIV SEGUNDO DESFECHOS DESFAVORÁVEIS AO TRATAMENTO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO EM 2020
Pôster Eletrônico
1 SES-RJ
2 UFRJ
Apresentação/Introdução
A tuberculose é um importante problema de saúde pública e ainda é a principal causa de morte entre as pessoas vivendo com HIV. A proporção de coinfecção TB-HIV entre os casos de TB no Estado do Rio de Janeiro foi de 9,8% em 2020. Traçar as características associadas aos desfechos desfavoráveis desses casos é essencial para subsidiar o planejamento de ações estratégias de controle da coinfecção.
Objetivos
Descrever o perfil dos casos de coinfecção de TB-HIV de adultos residentes no Estado do Rio de Janeiro segundo a situação de encerramento.
Metodologia
Estudo transversal de casos novos de TB coinfectados por HIV em adultos residentes no ERJ em 2020. Utilizou-se dados de base oriunda de relacionamento probabilístico entre SINAN, SIM, SISCEL e SICLOM. Foram analisadas variáveis sociodemográficas e epidemiológicas associadas aos desfechos desfavoráveis ao tratamento de TB-HIV (perda de seguimento e óbito versus não óbito). As diferenças entre as proporções entre os grupos foram comparadas utilizando-se o teste do qui-quadrado ou exato de Fisher, considerando significância estatística se p-valor < 5%. Os dados foram analisados utilizando a linguagem de programação R.
Resultados
Em 2020, dos 614 casos novos de TB coinfectados com HIV, 17,4% perderam o seguimento e 15,5% foram a óbito. Houve predomínio do sexo masculino (p=0,9) e da raça/cor parda (p=0,3) em todos os desfechos. A faixa etária apresentou uma maior proporção de perdas de seguimento entre jovens de 20 a 30 anos (31,8%) e maior proporção de óbitos entre indivíduos com 60 anos ou mais (13,7%) (p=0,01). Indivíduos com menos de 8 anos de estudo representaram a maioria entre os casos com perda de seguimento (64,9%) e óbitos (56,9%) (p< 0,001). Pessoas em situação de rua foram mais prevalentes entre os casos com perda de seguimento (16,7%) e menos comum entre os óbitos (2,4%) (p< 0,001).
Conclusões/Considerações
Os resultados evidenciam que fatores sociodemográficos, como faixa etária, escolaridade e viver em situação de rua, estão associados à perda de seguimento e óbito dos casos de TB-HIV residentes no ERJ. A associação de vulnerabilidades à desfechos desfavoráveis indica a necessidade de estratégias direcionadas de vigilância e cuidado para reduzir iniquidades e melhorar os desfechos clínicos nessa população.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR DENGUE NO DISTRITO FEDERAL EM 2024
Pôster Eletrônico
1 ESCOLA DE GOVERNO FIOCRUZ BRASÍLIA
2 SECRETARIA DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL
Apresentação/Introdução
A dengue é uma arbovirose endêmica no Distrito Federal (DF), com importância significativa para a saúde pública. Em janeiro de 2024, o DF declarou “Emergência em saúde para doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti” devido ao aumento exponencial de casos, que resultou em grande número de óbitos. Comparado a 2023, houve um aumento de 3.050% nos óbitos por dengue no DF em 2024.
Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico dos óbitos por dengue no Distrito Federal em 2024.
Metodologia
Os dados utilizados são secundários oriundos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e foram obtidos através do TABNET/DataSUS. Foram considerados os casos de dengue do ano de 2024 encerrados com evolução clínica “óbito pelo agravo”. As variáveis foram analisadas por meio de estatística descritiva no Microsoft Excel, sendo elas: semana epidemiológica da notificação, faixa etária, sexo, raça/cor e sorotipo viral.
Resultados
Foram registrados 441 óbitos, sendo 232 (53%) casos do sexo feminino e 209 (47%) do sexo masculino. As faixas etárias mais acometidas foram: 40-59 (n=99, 22%); 70-79 (n=100, 23%) e ≥80 anos (n=117, 27%), enquanto a raça/cor predominante foi parda, com 243 (55%) óbitos, no entanto, n=128 (29%) casos tiveram esse campo incompleto (ou ignorado/ em branco). As semanas epidemiológicas (SE) SE06, SE08, SE10, SE11 e SE12 apresentaram o maior número de notificações que evoluíram ao óbito, com 38, 36, 40, 35 e 31 registros, respectivamente. Acerca do sorotipo de vírus da dengue (DENV), 314 foram ignorados/em branco. O sorotipo DENV 2 foi identificado em 119 (27%) dos óbitos.
Conclusões/Considerações
A maioria dos óbitos ocorreu em pacientes com mais de 40 anos, com destaque para o período até junho, refletindo a sazonalidade da doença no DF. A SE08 registrou o maior número de notificações com evolução para óbito, seguida da SE06. O preenchimento inadequado das fichas devido à sobrecarga dos serviços e a ausência de solicitação de PCR para diagnostico laboratorial configuram-se limitações às análises.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE DENGUE COM SINAIS DE ALARME E DENGUE GRAVE NOS MESES DE JANEIRO A ABRIL DE 2024 EM RESIDENTES DO DISTRITO FEDERAL
Pôster Eletrônico
1 SECRETARIA DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL
2 ESCOLA DE GOVERNO FIOCRUZ BRASÍLIA
Apresentação/Introdução
A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica e dinâmica, de amplo espectro clínico de casos assintomáticos a graves. Trata-se de um importante problema de saúde pública no Distrito Federal e Brasil, com determinantes sociais e ambientais, sendo assim parte do rol das doenças determinadas socialmente.
Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico dos casos de dengue com sinais de alarme e dengue grave em residentes do Distrito Federal (DF) no período de janeiro a abril de 2024.
Metodologia
Estudo descritivo realizado no DF com os dados de dengue referentes ao primeiro quadrimestre de 2024, período escolhido pelo maior número de casos registrados durante a epidemia de dengue ocorrida na sazonalidade de 2023/2024, a maior registrada até então no DF. Os dados foram provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação online (SINAN On-line), banco de dados públicos, extraído através da transferência de arquivos do site do Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Para incidência, foram utilizados dados públicos de estimativa populacional de 2024 do Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (IPEDF) /Companhia de Planejamento do Distrito Federal (CODEPLAN).
Resultados
No 1º quadrimestre de 2024, o DF registrou 257.400 casos prováveis de dengue, sendo 11.088 com sinais de alarme e 460 graves (n=11548). Mulheres foram mais acometidas (54,7%); idosos e crianças tiveram maior gravidade (986,3 casos por 100 mil hab). Quanto à evolução, 6276 evoluíram para cura, 331 foram óbitos confirmados por dengue, 6 óbitos por outras causas, 3.483 em branco e 1.452 ignoradas. O sorotipo DEN-2 foi identificado em 93,56% e DEN-1 em 6,29% das amostras. Pardos representaram 48,51% dos casos; apenas 949 tinham escolaridade registrada.
Conclusões/Considerações
A epidemia da sazonalidade 2023/2024 foi a maior enfrentada pelo Distrito Federal até o presente momento e seu enfrentamento contou com diversas frentes intersetoriais. Foram registrados 11548 casos graves, sendo a população feminina mais acometida, bem como a faixa etária de 80 anos ou mais, 30% dos casos foram curados e 2,9% evoluíram à óbito. A inversão da predominância do sorotipo DEN 2 pode ter sido um fator que contribuiu para este cenário.
CARACTERIZAÇÃO DOS SURTOS DE SÍNDROME DIARREICA AGUDA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, BRASIL, DE 2014 A 2023
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde da Cidade do Rio de Janeiro
2 Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Angra dos Reis
Apresentação/Introdução
A Síndrome Diarreica Aguda é caracterizada pela diminuição da consistência fecal, associada ao aumento de evacuações. Embora geralmente seja autolimitada, grupos vulneráveis possuem risco de agravamento e óbito. Em 2021, a Secretaria de Saúde do município do Rio de Janeiro (MRJ) implementou as Unidades de Resposta Rápida para melhorar a investigação de surtos.
Objetivos
O objetivo deste trabalho foi descrever o perfil epidemiológico dos surtos de Síndrome Diarreica Aguda (CID A08) ocorridos no MRJ, entre 2014 e 2023.
Metodologia
Estudo quantitativo descritivo das notificações de surto com CID A08. Foram utilizados registros não identificados do SINAN-Net Módulo Surtos fornecido pela Secretaria de Saúde do MRJ. Os surtos foram definidos pela existência de dois ou mais casos com vínculo epidemiológico, após a ingestão de alimento ou água de mesma origem. Foram calculadas mediana, intervalo, frequência absoluta, proporção e taxa de incidência das variáveis de interesse no software Microsoft Excel®. Para o cálculo da incidência, foi utilizada a população estimada com base no censo de 2010. Foi dispensada a submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados
No período foram notificados 526 surtos, envolvendo 4722 casos. A maioria dos surtos (18,8%) e casos vinculados (19,9%) ocorreram em 2023, ano com a maior taxa de incidência de casos (14,6 casos por 100000 habitantes). Os sintomas mais relatados foram diarreia (77%), dor abdominal (36%) e vômito (35%). No período, 4,2% dos casos foram hospitalizados, e três evoluíram a óbito.
Conclusões/Considerações
A atuação das Unidades de Resposta Rápida pode estar relacionada ao aumento de detecção dos surtos no MRJ no ano de 2023. A sensibilização dos profissionais quanto à identificação de casos suspeitos e vinculação a possíveis surtos é de extrema importância para o planejamento das ações de vigilância e a promoção da saúde da população.
ANÁLISE ESPACIAL DA PROPORÇÃO DE CONTATOS INTRADOMICILIARES EXAMINADOS DE CASOS NOVOS DE HANSENÍASE DIAGNOSTICADOS NOS ANOS DAS COORTES NO DISTRITO FEDERAL
Pôster Eletrônico
1 Escola de Governo Fiocruz Brasilia - EGF
2 Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal - SES/DF
3 Escola de Governo Fiocruz Brasília - EGF
Apresentação/Introdução
A hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa de evolução crônica que afeta principalmente os nervos periféricos, a pele e as mucosas. O Brasil ocupa a segunda posição mundial em número de casos novos notificados.
Em 2023, o Distrito Federal (DF) apresentou um desempenho considerado “precário” no indicador de proporção de contatos examinados, com menos de 75% de avaliações realizadas.
Objetivos
Analisar a proporção de contatos examinados de casos novos de hanseníase diagnosticados nas coortes de 2023 e 2024 no Distrito Federal por meio de representação cartográfica.
Metodologia
Análise espacial da proporção de contatos examinados de casos novos de hanseníase diagnosticados nos anos das coortes no DF até 31 de dezembro de 2024, referentes a dados secundários extraídos do SINAN NET via Lei de Acesso à Informação (LAI). Os parâmetros de classificação definidos pelo Ministério da Saúde são: Bom ≥ 90,0%; Regular 75,0%; e Precário < 75%. Utilizou-se o Microsoft Excel 365 e o QGIS 3.40.3.
Critérios de inclusão: contatos examinados de casos novos de hanseníase paucibacilares (2024) e multibacilares (2023) residentes no DF.
Critérios de exclusão: casos fora do período supramencionado, não residentes no DF e sem informações sobre o Distrito/Região Administrativa (RA).
Resultados
Os dados foram extraídos em 4 de junho de 2025. Observou-se uma inconsistência na RA de Sobradinho II, em que o número de contatos examinados superou o total de contatos registrados. As RAs de Ceilândia, Guará e Itapoã apresentaram indicadores classificados como “precários”. A Região de Saúde Leste, composta por Jardim Botânico, São Sebastião, Paranoá e Itapoã, registrou as menores taxas de proporção de contatos examinados. Ainda assim, o DF foi classificado como “bom”, com mais de 90% dos contatos registrados e examinados nos anos das coortes analisadas.
Conclusões/Considerações
Embora o DF apresente até o momento um indicador “bom”, é necessário o monitoramento junto aos Núcleos de Vigilância Epidemiológica e Imunização (NVEPIs), com foco no correto preenchimento das fichas de acompanhamento do SINAN-NET dos usuários acometidos pela hanseníase e na capacitação das equipes a fim de minimizar incompletudes e inconsistências nos registros.
INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR DOENÇAS TROPICAIS NEGLIGENCIADAS NA BAHIA: DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E CUSTOS
Pôster Eletrônico
1 ISC/UFBA
2 UCSAL
Apresentação/Introdução
As Doenças Tropicais Negligenciadas são causa de inúmeras hospitalizações em países menos desenvolvidos, atingindo especialmente populações vulnerabilizadas.
O descaso social às populações atingidas e a falta de manejo oportuno favorece quadros mais graves, levando à necessidade de busca por serviços de maior densidade tecnológica, nos quais os custos de atenção são mais elevados.
Objetivos
Analisar a distribuição espacial e os custos relativos às internações hospitalares por Doenças Tropicais Negligenciadas no sistema público de saúde da Bahia, entre 2013 e 2022.
Metodologia
Realizado estudo ecológico espacial sobre as internações hospitalares por Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs) na Bahia (2013–2022), com dados do SIH/SUS. As internações foram analisadas quanto à magnitude, tempo médio de duração, custos, mortalidade e perfil demográfico. As DTNs selecionadas estão entre as de maior histórico de hospitalização no estado: dengue, hanseníase, hepatite, leishmaniose, meningite e tuberculose. Realizou-se análise de autocorrelação espacial, com cálculo dos índices de Moran Global e Local. Utilizou-se o Microsoft Excel para tabulação dos dados e o software GeoDa 1.22 para todos os passos da análise espacial e criação dos mapas temáticos.
Resultados
Entre 2013 e 2022, a Bahia registrou 63.285 internações por DTNs, com custo de R$ 40,6 milhões. A dengue apresentou maior volume de hospitalizações (64,6%), a tuberculose os maiores custos (44,8%), a leishmaniose o maior tempo médio de internação (16,1 dias) e as hepatites a maior mortalidade (12,9%). Dengue e tuberculose corresponderam a 83,4% das internações e 77,1% dos custos totais. Homens, pardos, de 20 a 39 anos, da macrorregião Leste foram maioria. As macrorregiões Sul, Centro-Leste e Centro-Norte estiveram entre as maiores taxas para um maior número de doenças, e a leishmaniose apresentou a maior dependência espacial (Moran I=0,437).
Conclusões/Considerações
O estudo destaca o impacto da dengue e da tuberculose entre as hospitalizações por DTNs na Bahia. Foram detectados aglomerados espaciais para a leishmaniose e um perfil de acometidos composto principalmente por homens, jovens/adultos e pardos. O combate às DTNs demanda ações e políticas voltadas à redução das desigualdades sociais e em saúde, além de melhorias nas redes de atenção e ampliação do acesso aos meios de prevenção e tratamento.
TENDÊNCIA DA MORTALIDADE DE IDOSOS PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA NO BRASIL, 2000-2022
Pôster Eletrônico
1 SLM
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional no Brasil vem acompanhado de desafios, entre eles, o aumento da vulnerabilidade dos idosos ao vírus da imunodeficiência humana (HIV). A sexualidade dos idosos ainda é tabu e dificulta o diagnóstico precoce. A desinformação, o baixo uso de preservativos e imunossenescência também contribuem para o aumento de casos e óbitos, demandando políticas públicas específicas.
Objetivos
Descrever a tendência da mortalidade de idosos pelo vírus da imunodeficiência humana no Brasil entre 2000 e 2022, segundo as regiões do país, o sexo e faixas etárias.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, ecológico e de série temporal, realizado com dados secundários de óbitos por HIV em idosos (≥ 60 anos), obtidos do Sistema de Informação sobre Mortalidade/DATASUS e estimativas populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Os óbitos foram classificados segundo a causa CID-10 (doença pelo vírus da imunodeficiência humana). As variáveis analisadas foram ano, região de residência, sexo e faixa etária. Utilizou-se estatística descritiva (frequências absolutas e relativas) e taxa de mortalidade por 100.000 pessoas idosas para análise da tendência; e o Microsoft Excel para organização e análise dos dados.
Resultados
Foram registrados 23.110 óbitos por HIV em idosos entre 2000-2022. No geral, a tendência da mortalidade foi crescente no período, passou de 2,6 óbitos/100.000 idosos em 2000 para 6,0 óbitos/100.000 em 2022. A região Sul apresentou a maior taxa (média de 6,0 óbitos/100.000 idosos), seguida pela região Norte (média de 4,7 óbitos/100.000), ambos com tendência crescente; a região Nordeste apresentou as menores taxas, mas com tendência crescente (passou de 1,0 óbito/100.000 idosos em 2000 para 4,5 óbitos/100.000 em 2022). A faixa etária de 60-69 anos e o sexo masculino apresentaram as maiores taxas de mortalidade (média de 4,7 e 4,4 óbitos/100.000 idosos, respectivamente) no período.
Conclusões/Considerações
Observou-se tendência de aumento nas taxas mortalidade por HIV nos idosos no Brasil. Os dados indicam diferenças regionais, de gênero e etárias na mortalidade, o que mostra a importância de políticas públicas específicas que considerem essas diferenças. Além disso, a ampliação do acesso à prevenção, diagnóstico precoce e tratamento oportunos para a redução da mortalidade por HIV, sobretudo devido ao rápido envelhecimento populacional brasileiro.
OBESIDADE INFANTIL E SÍNDROME INFLAMATÓRIA MULTISSISTÊMICA PEDIÁTRICA (SIM-P): UM SINAL DE ALERTA PARA A SAÚDE DA CRIANÇA
Pôster Eletrônico
1 IMS-UERJ / HGVF
2 HGVF
3 IMS-UERJ / ENSP
Apresentação/Introdução
A obesidade pode agravar a resposta imune em crianças com covid-19 e aumentar o risco de desenvolver a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P). Estudos recentes observaram maior incidência da SIM-P em crianças com excesso de peso, devido a uma resposta inflamatória exacerbada e consequentemente maior necessidade de cuidados intensivos.
Objetivos
Avaliar se a obesidade é um fator de risco independente para Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) em crianças internadas com covid-19 em um hospital da região metropolitana II do estado do Rio de Janeiro.
Metodologia
Foi realizado um estudo transversal, com 201 crianças internadas por covid-19, entre março de 2020 e abril de 2023, no Hospital Getúlio Vargas Filho, referência em pediatria do município de Niterói (RJ). Para avaliar essa relação causal, utilizou-se um diagrama acíclico direcionado (DAG) construído pelo método da síntese de evidências. A razão de chances e seu respectivo intervalo de confiança foram estimados por meio de regressão logística múltipla, considerando as variáveis idade, sexo, etnia e asma como fatores de confundimento.
Resultados
A obesidade esteve associada à SIM-P, com razão de chances de 17,14 (IC95%: 2,31–127,20). Nossos resultados são semelhantes aos achados da literatura ainda que poucos estudos tenham utilizados desenhos mais apropriados para testar essa hipótese. As covariáveis (idade, sexo, etnia e asma) também estiveram associadas à SIM-P também semelhante ao observado em outros estudos.
Conclusões/Considerações
A obesidade é um fator de risco para SIM-P devido a covid-19. Esse achado indica a necessidade de reconhecer esta condição para melhorar o manejo clínico e as atividades de vigilância devem considerar essas crianças como um grupo vulnerável para prevenir as complicações relativas à covid-19.
INEQUIDADES NA ADMINISTRAÇÃO OPORTUNA DAS VACINAS BCGID E HEPATITE B EM RECÉM-NASCIDOS: INQUÉRITO NACIONAL DE COBERTURA VACINAL DE CRIANÇAS NASCIDAS EM 2017-2018
Pôster Eletrônico
1 Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Apresentação/Introdução
No Brasil, é orientado pelo Ministério da Saúde a aplicação da vacina BCGID e da hepatite B na criança ainda na maternidade. Apesar disso, recentemente, há dados que sugerem que as vacinas não estão sendo administradas conforme o orientado, o que pode ser um risco à imunização coletiva e à cobertura vacinal infantil.
Objetivos
Analisar a cobertura das vacinas da BCGID e hepatite B em crianças nascidas em 2017 e 2018, verificar se suas aplicações estão ocorrendo nas maternidades e se há relação entre o momento de aplicação e o estrato socioeconômico.
Metodologia
Os dados são do Inquérito Nacional de Cobertura Vacinal, coorte retrospectiva com 37.801 crianças nascidas em 2017 e 2018, residentes em áreas urbanas das 26 capitais, do Distrito Federal e de 12 municípios com mais de 100.000 habitantes. As datas de aplicação das vacinas foram obtidas por registro fotográfico das cadernetas. Considerou-se vacinação fora da maternidade quando a aplicação ocorreu quatro ou mais dias após o nascimento. As análises, de acordo com o delineamento do estudo, consideraram pesos amostrais no módulo Survey Data Analysis do programa Stata. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética (parecer nº 4.380.019).
Resultados
No país, 89,8% das crianças receberam a vacina da BCGID e, dessas, 50,1% receberam o imunizante na maternidade. A cobertura por estratos socioeconômicos A, B, C e D foram, respectivamente, 83,3%, 88,7%, 91,3% e 90,8%. Não houve significância estatística para aplicação fora da maternidade em relação aos estratos. Para a vacina da hepatite B, no país, 88,7% das crianças receberam a vacina e, dessas, 74,4% receberam na maternidade. A cobertura por estratos socioeconômicos A, B, C e D foram, respectivamente, 82,5%, 88,0%, 90,3% e 89,7% e, dessas, 69,9%, 68,1%, 73,7% e 76,9% receberam a vacina ainda na maternidade.
Conclusões/Considerações
Foram constatadas fragilidades na administração oportuna das vacinas BCGID e hepatite B, visto que grande parte ocorreu fora do ambiente hospitalar. A discrepância entre os estratos socioeconômicos reforça a importância de políticas públicas voltadas à equidade do cuidado neonatal. É necessário fortalecer estratégias para garantir a vacinação no tempo oportuno, essencial para o início e seguimento adequado do calendário vacinal.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE COINFECÇÃO TUBERCULOSE-HIV NO ESTADO DA PARAÍBA
Pôster Eletrônico
1 UFCG
2 UFRN
Apresentação/Introdução
Mesmo com avanços na medicina, tuberculose e HIV continuam sendo problemas globais, principalmente em países de baixa e média renda. Estima-se que o risco de morte por TB em pessoas com HIV pode ser até 19 vezes maior do que em pacientes sem HIV. A análise de aspectos sociodemográficos e epidemiológicos permite traçar o perfil das populações mais afetadas.
Objetivos
Caracterizar o perfil epidemiológico da coinfecção por tuberculose e HIV no estado da Paraíba
Metodologia
Trata-se de estudo epidemiológico de natureza ecológica, baseado em dados secundários, com análise espacial e espaço‑temporal. A população foi composta por 412 casos novos de coinfecção tuberculose‑HIV, organizados conforme município de residência e ano de diagnóstico. Incluíram-se casos notificados na Paraíba entre janeiro de 2018 e dezembro de 2022. A análise envolveu estatística descritiva e avaliação de indicadores epidemiológicos, obtidos por meio do endereço eletrônico do TABNET/DATASUS.
Resultados
A coinfecção TB-HIV apresentou predominância no sexo masculino (78,4%), idade entre 30–39 anos (32,52%), raça/cor parda (80,83%) e ensino médio completo (16,02%). A TB pulmonar foi a mais incidente (72,33%). Formas extrapulmonares ocorreram em 22,57% e associadas em 5,10%. Tipos mais comuns: ganglionar (8,98%), pleural (5,34%) e miliar (4,61%). A maioria dos pacientes (88,83%) apresentava AIDS. Apenas 33,98% fizeram uso de TARV, 8,98% realizaram TDO. As principais situações de encerramento foram cura (43,2%), abandono (19,66%) e óbito por outras causas (10,92%).
Conclusões/Considerações
Há fragilidades no manejo da coinfecção TB‑HIV na PB, pois menos de metade realizou baciloscopia, apesar da alta positividade; apenas um terço usava TARV e só 10% estavam em TDO. Esses dados indicam adesão insuficiente, refletida por baixo índice de cura, alta taxa de abandono e óbitos expressivos. É urgente implementar estratégias integradas de diagnóstico precoce, monitoramento, TARV, TDO e suporte multidisciplinar.
AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DAS UNIDADES SENTINELAS DA VIGILÂNCIA DA SÍNDROME GRIPAL NO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UEM
Apresentação/Introdução
As infecções respiratórias agudas são prioritárias devido à alta morbimortalidade e risco de surtos e pandemias. Nesse contexto, o Brasil adota a vigilância de síndrome gripal (SG) por meio de unidades sentinelas (US). A estratégia de coleta semanal de amostras de casos de SG permite o monitoramento e a identificação de cepas virais e subtipos, garantindo dados oportunos e representativos.
Objetivos
Avaliar a adequação das unidades sentinelas da vigilância de síndrome gripal referente a coleta de amostras clínicas semanais no Brasil, no período de 2009 a 2024.
Metodologia
As notificações foram obtidas do SIVEP-Gripe pelo Fala.BR em outubro de 2024, e as informações sobre as US do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde em março de 2025. A avaliação da coleta de amostras clínicas semanais das US baseou-se na classificação do Ministério da Saúde: >9 coletas ("Excelente"), 7–9 ("Muito bom"), 4–6 ("Bom") e <4 ("Baixo"), considerando a mediana por semana epidemiológica. Realizou-se a análise descritiva da classificação das US por regiões do país considerando todo o período, e a análise da tendência temporal da proporção de US com baixa coleta de amostra por semana epidemiológica segundo regiões, utilizando o teste de Mann-Kendall com alfa de 5%.
Resultados
No período foram coletadas 522.538 amostras. A maioria das US localizava-se na região Sudeste (n=134), Centro-Oeste (n=122), Nordeste (n=112), Sul (n=102) e Norte (n=72). Foram consideradas 524 US ativas para avaliação da coleta de amostras, com predomínio da classificação "Baixo" (n=350), seguida de "Bom" (n=134), "Muito bom" (n=23) e "Excelente" (n=17). Observou-se uma tendência decrescente de US com baixa coleta no país entre 2009 e 2024 (τ = –0,502; p < 0,001). Ao considerar as regiões, notou-se uma redução mais evidente no Sul (τ = –0,467; p < 0,001), Sudeste (τ = –0,459; p < 0,001), Nordeste (τ = –0,310; p < 0,001), Centro-Oeste (τ = –0,243; p < 0,001) e Norte (τ = –0,083; p < 0,001).
Conclusões/Considerações
A avaliação demonstrou baixa coleta de amostras clínicas, com melhora significativa ao longo do tempo, entretanto, a região Norte apresentou avanços menores, evidenciando desigualdades regionais. A adesão das US para manutenção da cobertura das coletas é fundamental para garantir dados epidemiológicos representativos e oportunos, essenciais para o monitoramento da circulação viral e detecção precoce de cepas de interesse para saúde pública.
COQUELUCHE EM ADULTOS NO SÉCULO XXI: ANÁLISE DA INCIDÊNCIA E DAS DESIGUALDADES TERRITORIAIS NAS EPIDEMIAS DE 2014 E 2024 NO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UFF
2 UFRJ
Apresentação/Introdução
A coqueluche é uma infecção respiratória aguda, altamente contagiosa, causada pela bactéria Bordetella pertussis. Afeta principalmente crianças menores de um ano, pode acometer indivíduos de todas as idades, incluindo adultos. Apesar da disponibilidade de vacinas eficazes, o ressurgimento da doença é preocupante, devido à queda na imunidade, hesitação vacinal e baixa cobertura vacinal no Brasil.
Objetivos
Analisar a evolução epidemiológica das taxas de incidência em adultos da coqueluche no Brasil no século XXI, com ênfase na comparação das epidemias de 2014 e 2024, destacando as desigualdades territoriais entre as Unidades da Federação.
Metodologia
Trata-se de um estudo observacional, de base populacional, que analisou os casos de coqueluche notificados no SINAN/SUS em pessoas com 20 anos ou mais, disponibilizados via DATASUS. Foram calculadas as taxas de incidência por 100.000 habitantes de 2001 a 2024. Para os anos epidêmicos, 2014 e 2024 foi realizada uma análise ecológica, calculando as taxas de incidência e variação percentual para cada Unidade da Federação. A organização, limpeza e análise dos dados foram realizadas nos programas IBM SPSS Statistics versão 29.0 e Microsoft Excel 2021.
Resultados
Entre 2001 e 2010, a incidência de coqueluche em adultos no Brasil manteve-se baixa, aumentando progressivamente a partir de 2011 e atingindo o pico em 2014, com incidência nacional de 0,6 por 100.000 habitantes. Após queda e estabilidade até 2023, em 2024 houve novo aumento expressivo, superando 2014 (1,2) . O Paraná teve um salto de 1,02 (2014) para 9,83 (2024). A variação percentual entre 2014 e 2024 revelou crescimento acentuado em vários estados, como o Rio de Janeiro (aumento de 1318%). Já o Distrito Federal passou a ser 4,36 em 2024, que representa um aumento de 747% em relação a 2014.
Conclusões/Considerações
Este estudo evidenciou alta da incidência da coqueluche em adultos em 2024, em patamar ainda não observado neste século, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste. Os resultados sugerem que a ampliação da cobertura vacinal nessa faixa etária, por meio da introdução da vacina dTpa no cronograma e de campanhas de reforço regulares, pode ser uma medida eficaz para reduzir a transmissão, especialmente nas regiões com maior incidência da doença.
COVID-LONGA EM PESSOAS VIVENDO COM HIV E FATORES ASSOCIADOS
Pôster Eletrônico
1 UEPG
Apresentação/Introdução
Pessoas vivendo com HIV (PVHIV), por imunossupressão, infecções oportunistas e pelo uso de TARV, possuem risco de COVID-19 grave e de pior prognóstico. Parcela de PVHIV pode evoluir com COVID-Longa, manifestando variados sintomas prolongados que influenciam a qualidade de vida e ampliam a carga de doenças associadas ao HIV. Todavia, não está evidente o impacto da COVID-Longa em PVHIV.
Objetivos
Avaliar a prevalência de COVID-Longa em PVHIV em Ponta-Grossa (PR) e identificar fatores associados.
Metodologia
Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo transversal, em que estão sendo entrevistados PVHIV que tiveram COVID-19 confirmado por RT-PCR nos anos de 2020 e 2021, e que foram diagnosticadas em etapas prévias deste trabalho com COVID-Longa. Foi realizada análise descritiva da amostra parcial (estudo em fase de coleta).
Resultados
A prevalência de PVHIV na cidade de Ponta-Grossa com Covid-longa foi de 97 pessoas, 14 aderiram ao estudo, destes 85,71% possuíam COVID-Longa. A amostra foi prioritariamente de sexo masculino (57,14%) e de cor branca (85,71%). A média de idade foi de 51,8±13,4. A maior parte dos indivíduos possuía ensino fundamental incompleto (42,86%), 50% trabalhavam e 50% recebia auxílio doença, era pensionista ou aposentado. 64,29% possuíam comorbidades prévias, 42,86% referiram transtornos psiquiátricos. 64,29% da amostra teve COVID-19 uma vez. Os principais sintomas na COVID-Longa foram cansaço (57,14%%), dificuldade para dormir (50%), perda de paladar (42,85%) e perda de olfato (42,85%).
Conclusões/Considerações
A COVID-Longa impacta negativamente nas vidas profissionais, domésticas e sociais, reduzindo significativamente a qualidade de vida a ponto de enquadrar PVHIV e COVID-longa em fenótipos de fragilidade. Neste estudo, parcela significativa de PVHIV foram impactadas pela patologia, relatando diversos sintomas. Diante disso, espera-se expandir a amostra deste estudo e futuramente analisar a relação entre PVHIV e COVID-Longa de forma mais robusta.
PREVENÇÃO AO HIV/AIDS: PERFIL DA DISTRIBUIÇÃO DE PREP NO INTERIOR DE RONDÔNIA
Pôster Eletrônico
1 Instituto de saúde coletiva - ISC - UFMT/UNINASSAU/ SEMUSA CACOAL
2 Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas – INI/FIOCRUZ/ Centro Universitário São Lucas – AFYA
3 SEMUSA CACOAL
4 Instituto de saúde coletiva - ISC - UFMT
5 SEMUSA
Apresentação/Introdução
A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) é uma estratégia de prevenção ao HIV que envolve o uso de medicamentos antirretrovirais, começou a ser distribuído no Brasil em 2017. O atual cenário epidemiológico nacional com o crescente número de casos de HIV em adolescentes e jovens da faixa etária entre 15 e 29 anos, tornando esse grupo prioritário para as ações de prevenção do SUS.
Objetivos
Descrever o perfil dos usuários que utilizam PrEP em um município no interior do estado de Rondônia.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo com base em dados secundários extraídos do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM). Foram incluídos os dados de todos os usuários que receberam a PrEP no ano de 2024 a maio de 2025. Avaliando as seguintes variáveis: faixa etária; cor; identidade de gênero; orientação sexual; escolaridade. São apresentados dados com estatística simples.
Resultados
Atualmente o serviço atende 50 usuários com distribuição de Prep. A média de idade foi de 54 anos, analisando em detalhes: 45% estão entre 19 e 29 anos, 30 e 49 anos representam 39%, por fim na faixa etária de 50 e 70 anos corresponde a 16%. Com relação a variável cor: parda (63%); branca (32%); indígena (2%); preta (2%). Na identidade de gênero evidencia um predomínio de homens CIS (80%); mulher CIS (16%); homem trans (2%) e travesti (2%). A variável orientação sexual aponta que 59% são homossexuais; 33% são heterossexuais e 8% bissexual. O último item avaliado foi a escolaridade: mais de 12 anos de estudo (45%); de 8 a 11 anos (43%); de 4 a 7 anos (10%) e de 1 a 3 anos (2%).
Conclusões/Considerações
Conclui-se a necessidade de intensificar a distribuição (PrEP) entre os grupos populacionais prioritários, como adolescentes com menos de 19 anos e pessoas trans. Para que os princípios do SUS sejam efetivamente aplicados no enfrentamento da epidemia do HIV, é fundamental ampliar o acesso dessas populações aos serviços de saúde, por meio de estratégias que promovam o acolhimento, o respeito às diversidades e a garantia do direito à saúde com qualidade.
HANSENÍASE: INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS E OPERACIONAIS EM MUNICÍPIOS COM COMUNIDADES QUILOMBOLAS
Pôster Eletrônico
1 UFPI
Apresentação/Introdução
A hanseníase é uma doença tropical negligenciada (DTN), de evolução crônica causada pelo Mycobacterium leprae, microorganismo que acomete sobretudo a pele e os nervos periféricos do corpo. A doença é comum em regiões mais vulneráveis, como as comunidades quilombolas.
Objetivos
Analisar o comportamento epidemiológico da hanseníase quanto aos indicadores operacionais e distribuição espacial em municípios com comunidades quilombolas situados no estado do Piauí entre os anos de 2017 e 2021.
Metodologia
Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, retrospectivo, realizado a partir de dados agregados de quatro indicadores epidemiológicos e operacionais de hanseníase em comunidades quilombolas situados no Estado do Piauí, no período de 2017 a 2021. Os estudos epidemiológicos descritivos têm por objetivo determinar a distribuição de doenças ou condições relacionadas à saúde, segundo tempo, lugar e/ou perfil dos indivíduos, respondendo quando, onde e quem adoece (SOUZA, 2018).
Resultados
A taxa de detecção anual variou de 0,00 a 48,49/100.000 hab. para o diagnóstico de hanseníase em menores de 15 anos; com relação a proporção de contatos examinados de casos novos de hanseníase, Amarante avaliou todos (100%) os contatos registrados. Quanto a distribuição espacial, Pipiripi apresentou taxa hiperendêmica. Já no ano de 2019, Piripiri, Amarante e Paulista apresentaram taxa muito alta. E em 2021, todos os cinco municípios tiverem seus índices elevados. Observou-se distribuição heterogênea nos municípios.
Conclusões/Considerações
O comportamento epidemiológico da hanseníase nos municípios selecionados, comportam as principais comunidades quilombolas do Estado do Piauí, apresentaram um número significativo com parâmetros “precário” ou “regular” em todos os indicadores estudados e a subnotificação, evidenciando a necessidade de fortalecimento de ações de vigilância e controle, da atenção e cuidado prestados nos serviços de saúde, com vista a alta endemicidade no estado.
COBERTURA VACINAL DE CRIANÇAS ATÉ 2 ANOS DE IDADE NA MACRORREGIÃO OESTE DA BAHIA
Pôster Eletrônico
1 UNISANTOS
Apresentação/Introdução
A imunização é a política pública de saúde mais eficaz por salvar milhões de vidas no mundo. O PNI se consolidou como uma política pública bem-sucedida que contribui para mudança no perfil da morbidade e mortalidade garantindo a inclusão social de todos os brasileiros distribuindo anualmente em torno de 300 milhões de doses de vacinas e soros em mais de 36.500 postos de vacinação em todo país.
Objetivos
Analisar a cobertura vacinal de crianças de zero a dois anos de idade na macrorregião Oeste da Bahia entre 2016 a 2019
Metodologia
Estudo ecológico misto que utiliza informações sobre doses aplicadas obtidos junto ao Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SIPNI), dados de nascidos vivos no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) e dados de mortalidade do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) disponibilizados pelo DATASUS. As informações socioeconômicas, demográficas e ambientais foram obtidas no IBGE. Foram calculadas as CV por antígeno, que considerou a dose aplicada, para as vacinas de dose única, e a última dose para as vacinas de multidoses. Foi realizada a análise descritiva, testes de comparação e análise da dinâmica espacial.
Resultados
Em 2016 observou-se que Barreiras tem a menor CV da BCG em relação às outras macrorregiões; Ibotirama teve todas as médias adequadas; e Santa Maria teve as piores médias (p<0,05). Em 2017 observou-se que as regiões diferem entre si para as vacinas da BCG, hepatite B, HIB, DPT, polio, rotavírus, pneumocócica, meningocócica e hepatite A (p<0,05). Em 2018 houve uma diferença entre as regiões para a CV da BCG, meningocócica, SCR2 e varicela.
Barreiras tem a menor CV da BCG. A CV da meningocócica na macrorregião de Santa Maria apresentou a menor média (p<0,05). Já em 2019 observou-se que as três regiões diferem entre si para a CV da BCG, SCR2 e varicela (p<0,01).
Conclusões/Considerações
Houve declínio no período estudado e se intensificou em 2019 nas macrorregiões. Por meio de comparações e por ano de estudo houve uma heterogeneidade nas as macrorregionais. A macrorregião de Barreiras apresenta o melhor IDHM e menor risco para baixa CV. Os dados comprovam a importância de uma CV eficiente, com estruturação competente que permita um alcance em áreas rurais menos favorecidas, na construção de um Estado que valoriza a vida humana.
FATORES DE RISCO PARA A ADEQUADA COBERTURA VACINAL DE CRIANÇAS MENORES DE 2 ANOS
Pôster Eletrônico
1 UNISANTOS
Apresentação/Introdução
De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS) a vacinação está “em queda e as coberturas vacinais não atingem nenhuma meta no calendário infantil desde 2018”. A partir desta constatação essa baixa cobertura gera um problema de saúde pública e é de suma importância que sejam tomadas medidas efetivas de prevenção de doenças imunopreveníveis.
Objetivos
Analisar os fatores de risco para a adequada cobertura vacinal das crianças de 0 até 2 anos, moradoras da Região Metropolitana da Baixada Santista – São Paulo.
Metodologia
Estudo transversal, baseado em dados primários obtidos por meio de um inquérito populacional realizado na Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS) aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Foi utilizada uma amostra probabilística aleatória e estratificada pelos municípios da RMBS composta por mães de crianças com até 2 anos de idade. Foi realizada a análise descritiva, teste de Qui-quadrado e de regressão logística bivariada e múltipla. As variáveis que apresentaram significância p<0,20 no modelo bivariado entraram para o modelo múltiplo. Porem no modelo múltiplo final foi mantido o nível de significância de 5%.
Resultados
A relação entre renda familiar e cobertura vacinal demonstram que crianças que pertencem a famílias de menor renda têm taxas de vacinação significativamente mais baixas (p<0,05). Fatores como informar a mãe sobre a vacina (OR=2,59; IC95%: 1,26; 5,33); a pandemia do COVID19 (OR=3,19; IC95%: 1,81; 5,62) e não participar em campanha de vacinação (OR=3,61; IC95%: 2,10; 6,24) são conjuntamente significativos para a adequada cobertura vacinal.
Conclusões/Considerações
Faz-se necessária políticas públicas focadas na redução das desigualdades socioeconômicas, como incentivos financeiros, elaboração de campanhas educativas e deslocamentos de postos de vacinação para regiões de baixa cobertura vacinal. Tais ações são essenciais para melhorar o acesso e a adesão às vacinas. A capacitação contínua dos profissionais de saúde também é crucial para que eles possam dar informações sobre as vacinas com empatia e clareza.
DETERMINANTES SOCIOAMBIENTAIS DA LEISHMANIOSE VISCERAL HUMANA NA MICRORREGIÃO DE SALGUEIRO/PE
Pôster Eletrônico
1 VII GERES / PE
2 UNIVASF
Apresentação/Introdução
A Leishmaniose Visceral (LV) é uma protozoonose infeciosa sistêmica e não contagiosa que acomete o homem e outros animais tendo o cão como reservatório fundamental para sua transmissão. A enfermidade apresenta alta incidência na região Nordeste, onde sofre acentuado processo de urbanização e associação à bolsões de pobreza.
Objetivos
Avaliar os determinantes socioambientais da LV na microrregião de Salgueiro/PE, no período de 2013 a 2022, com avaliação das vulnerabilidades em saúde nas áreas de maior risco dos dois municípios de maior incidência
Metodologia
Pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa observacional. Dados sociodemográficos foram obtidos do SINAN e os dois municípios de maior incidência avaliados quanto aos aspectos de vulnerabilidade em saúde por meio de visitas aos peridomicílios com casos confirmados nos anos do estudo. As áreas de risco foram classificadas com base na frequência de casos em anos consecutivos, na taxa de Incidência Acumulada (IAc) por 100 mil habitantes e na razão de cães/habitante (RCH).
Resultados
Foram registrados 136 casos novos, com incidência média anual de 12,18 casos/ano, sendo 2017 o de maior incidência (14,28). A incidência acumulada no período foi de 9,26 e os municípios de Mirandiba (16,37) e Salgueiro (11,25) os mais expressivos. A maioria era do acometidos era do sexo masculino (68%) e das faixas etárias de 1 a 4 anos (21%); 20 a 34 anos (19%) e 35 a 49 anos (16%). Salgueiro apresentou quatro ATL classificadas como de alto risco de transmissão e Mirandiba apresentou duas ATL. Vulnerabilidades em saúde mais prevalentes foram saneamento básico inadequado; presença de terrenos baldios, vegetação alta e rasteira em quintal, falta de pavimentação e de cães errantes.
Conclusões/Considerações
Conclui-se que o estudo revela processo de endemização e urbanização da LV, particularmente nos municípios de Salgueiro e Mirandiba, necessidade de investimentos para a melhoria das condições de vida da população das áreas com maior risco e de políticas públicas voltadas a prevenção e redução das vulnerabilidades em saúde, principalmente do nascimento até quatro anos de idade e na população idosa.
IMPACTO SOROLÓGICO DA VACINA CHADOX1 NCOV-19 EM ADULTOS DA ILHA DE PAQUETÁ (RJ): EVIDÊNCIAS DA COORTE POPULACIONAL PAQUETÁ VACINADA, 2021
Pôster Eletrônico
1 ENSP / FIOCRUZ
2 INI / FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
A COVID-19, causada pelo SARS-CoV-2, resultou em milhões de casos e óbitos no Mundo. Idosos e pessoas com comorbidades foram os mais afetados. A vacinação em massa foi decisiva para o controle da doença. Avaliar a resposta imune em condições reais de serviço contribui para compreender a eficácia vacinal no cenário populacional.
Objetivos
Avaliar fatores demográficos, antecedentes patológicos e clínicos associados à soropositividade antes e 30 dias após a segunda dose da vacina Covid-19 (AstraZeneca) em adultos de um bairro insular do Rio de Janeiro.
Metodologia
Este trabalho integra o estudo Paquetá Vacinada, coorte prospectiva da Fiocruz com a Secretaria Municipal de Saúde do RJ, que avaliou o impacto da vacinação contra Covid-19 em adultos e adolescentes da Ilha de Paquetá em 2021. Nesta análise, foram incluídos apenas adultos 543 participantes que receberam duas doses da vacina AstraZeneca. Avaliaram-se fatores sociodemográficos, clínicos e antecedentes associados à soropositividade antes e 30 dias após a segunda dose. Utilizou-se regressão logística binária e critérios rigorosos para seleção de variáveis, com análise feita no software R.
Resultados
Antes da vacinação, 32,6% dos participantes elegíveis eram soropositivos para IgG anti-SARS-CoV-2. Na análise pré-vacinal, faixa etária, suspeita de infecção prévia e contato domiciliar com casos suspeitos mostraram associação significativa (p < 0,05). Indivíduos de 31–45 anos apresentaram 45% menos chance de soropositividade, enquanto aqueles com suspeita prévia tiveram chance 158% maior. Atuação fora (OR 2,18; IC 1,19–4,05) e na ilha (OR 2,03; IC 1,16–3,64) também se associaram ao desfecho. Após a vacinação, 99,6% tornaram-se reagentes, inviabilizando novas análises associativas.
Conclusões/Considerações
Idade, histórico de infecção e local de exposição influenciaram a soropositividade pré-vacinal. A alta soroconversão após duas doses da vacina AstraZeneca/Fiocruz (ChAdOx1 nCoV-19) confirma sua eficácia em condições reais. Apesar de não fazer parte do esquema atual, foi crucial no controle da pandemia. O estudo reforça a importância da vacinação, políticas baseadas em evidências e vigilância para futuras emergências.
ANÁLISE DESCRITIVA DOS CASOS CONFIRMADOS DE DENGUE NO MUNICÍPIO DE IPATINGA, MINAS GERAIS
Pôster Eletrônico
1 Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais
Apresentação/Introdução
A dengue é uma arbovirose transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, com quatro sorotipos circulantes no Brasil. Em 2023, houve o maior registro de casos de dengue no país, com mais de 4,5 milhões de notificações, sendo mais de 11 mil somente no município de Ipatinga-MG. Sob tal ótica, é imperativo analisar a distribuição dos casos no município e os fatores associados à evolução da doença.
Objetivos
Analisar a distribuição espacial e o perfil epidemiológico dos indivíduos acometidos pela dengue no município de Ipatinga, Minas Gerais, no período de 2019 a 2024, mediante variáveis sociodemográficas e clínicas.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, de caráter descritivo e natureza quantitativa. A amostra corresponde aos casos confirmados de dengue em Ipatinga, Minas Gerais, durante o período de 2019 a 2024, coletados no setor de vigilância epidemiológica do município, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Os dados foram analisados de forma descritiva, sendo feitos cálculos das medidas de média, desvio padrão, frequências absolutas e relativas, através do programa IBM SPSS Statistics for Windows, versão 22.0 (Armonk, NY: IBM Corp).
Resultados
Dos 21.711 casos confirmados de dengue no município, 52,8% (n=11.462) ocorreram em 2023. 50,4% (n=10.939) eram do sexo feminino e 74,8% (n=16.243) eram pardos. 16,6% (n=2.864) tinham apenas o ensino médio completo. 14,4% (n=3.129) foram no bairro Bethânia. A média de idade foi de 27,7 ± 20,1 e 22,3% (n=4.841) dos casos foram na faixa etária de 10 a 19 anos. O sintoma mais frequente foi a febre, em 87,2% (n=18.933) dos casos. Houve confirmação clínico-epidemiológica em 96% (n=23.853) dos casos. 99,7% (n=21.636) foram classificados como dengue clássica. Houve hospitalização em 3,5% (n=746) dos casos. 99,3% (n=21.565) dos casos evoluíram para cura e 0,009% (n=2) para óbito.
Conclusões/Considerações
Em suma, foi possível observar o perfil epidemiológico da doença na região. A distribuição sociodemográfica apontou maior número de casos entre mulheres e pardos, além de uma concentração relevante entre crianças e adolescentes, indivíduos com apenas o ensino médio completo e residentes de bairros vulneráveis. Portanto, evidenciam-se padrões epidemiológicos que podem auxiliar na formulação de estratégias de prevenção e controle da patologia.
IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NAS INTERNAÇÕES E MORTALIDADE POR DENGUE NO CENTRO-OESTE: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA
Pôster Eletrônico
1 UFR
Apresentação/Introdução
No Brasil, áreas tropicais e subtropicais favorecem a coexistência de infecções virais, como COVID-19 e dengue, devido à sobreposição de fatores climáticos e sociais. A OMS declarou o fim da pandemia de COVID-19 em maio de 2023, mas sua emergência impactou outras doenças, como a dengue, com aumento de internações e mortes, especialmente no Centro-Oeste.
Objetivos
Analisar a relação da pandemia de COVID-19 com o perfil epidemiológico de internações e mortalidade por dengue na região Centro-Oeste.
Metodologia
Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo e retrospectivo. Realizou-se uma análise comparativa dos dados de internação e mortalidade por dengue na região Centro-Oeste durante o período pandêmico, de janeiro de 2020 a maio de 2023 (41 meses), e período pré-pandêmico, isto é, de agosto de 2016 a dezembro de 2019 (41 meses), para analisar o perfil dos pacientes acometidos por essa doença, conforme sexo e idade. Os dados foram obtidos por meio de tabelas disponibilizadas na plataforma DATASUS.
Resultados
Durante a pandemia, as internações por dengue no Centro-Oeste aumentaram 36,05% em relação ao período pré-pandêmico. O perfil dos pacientes internados manteve-se similar, predominando indivíduos do sexo feminino na faixa de 40 a 49 anos. As taxas de mortalidade foram similares, mas o perfil dos óbitos variou: na pandemia, a prevalência foi do sexo masculino com idade entre 70 e 79 anos, versus homens com idade ≥ 80 anos na pré-pandemia. Goiás foi o estado com maior número de internações e mortes em ambos os períodos. No cenário nacional, o Centro-Oeste foi 3º em internações e 2º em óbitos. Houve um aumento de 65,74% das mortes no período pandêmico e ausência de óbitos em menores de um ano.
Conclusões/Considerações
A pandemia de COVID-19 afetou a dengue no Centro-Oeste, com alta de 36,05% nas internações e 65,74% dos óbitos. A mudança no perfil de mortalidade (homens de 70-79 anos) e a concentração de casos em Goiás sugerem uma sobrecarga dos serviços de saúde. Os achados reforçam a necessidade de políticas públicas regionais de prevenção e de uma gestão de saúde melhor preparada para os impactos de emergências sanitárias em doenças endêmicas como a dengue.
PERFIL DOS DOADORES COM SOROLOGIA ALTERADA PARA SÍFILIS: EVIDÊNCIAS DE UM HEMOCENTRO NO INTERIOR DO CEARÁ
Pôster Eletrônico
1 Hemocentro Regional de Sobral
Apresentação/Introdução
A doação de sangue é essencial para garantir o fornecimento de componentes sanguíneos seguros e de qualidade. Nesse processo, a realização de triagem sorológica a cada doação é fundamental para detectar infecções transmissíveis pelo sangue, como a sífilis. Essa etapa é crucial, pois protege o receptor de possíveis riscos à saúde e reforça a importância de uma vigilância rigorosa nos hemocentros.
Objetivos
Descrever o perfil dos doadores com sorologia alterada para Sífilis em um hemocentro regional do interior do Ceará.
Metodologia
Trata-se de um relato de pesquisa documental, com abordagem quantitativa e descritiva, realizado em um hemocentro regional do interior do Ceará. Os dados foram obtidos através do Sistema de Banco de Sangue SBS-WEB, no período de janeiro a dezembro de 2024. Para a pesquisa, foram considerados somente os exames sorológicos alterados para sífilis na triagem de doadores de sangue. As informações coletadas incluíram número de exames reagentes, tipo de doação, sexo e faixa etária. Os dados foram organizados em planilhas eletrônicas e analisados de forma estatística e descritiva, respeitando os princípios éticos e o sigilo das informações.
Resultados
No ano analisado, foram obtidas 18.532 doações. Destas, 227 (1,2%) apresentaram sorologia alterada, sendo 125 (55%) para Sífilis. Os doadores de 1ª vez representaram 58,4%, enquanto os doadores de repetição 41,6%. A diferença entre homens e mulheres (44,8% e 55,2%, respectivamente) é relativamente equilibrada, embora haja uma leve predominância de mulheres. Os dados mostram que as faixas etárias de 18 a 29 anos e 30 a 49 anos representam quase metade dos casos (46,4% cada). Isso indica que os jovens adultos e adultos jovens são os grupos mais afetados ou mais propensos a apresentar resultados alterados. A faixa etária de 50 a 69 anos apresenta uma quantidade menor (7,2%), mas ainda relevante.
Conclusões/Considerações
A presença significativa de casos em doadores de 1ª vez, reforça a importância de campanhas de conscientização e rastreamento em populações que ainda não doaram. O perfil etário aponta para a necessidade de ações específicas voltadas para os jovens adultos, que representam o maior grupo de doadores com resultados alterados. A distribuição equilibrada por sexo, reforça que as ações de prevenção devem ser direcionadas a ambos os gêneros.
REINTERNAÇÕES PRECOCES DE PESSOAS INTERNADAS COM HIV NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE EM BELO HORIZONTE, PORTO ALEGRE E MANAUS
Pôster Eletrônico
1 UFMG
Apresentação/Introdução
Reinternações hospitalares indicam qualidade da assistência a pessoas com HIV/AIDS. Fatores associados incluem baixa contagem de CD4+ e falta de cuidados pós-alta. Estudos no Norte Global estimam que 18,8% dos pacientes reinternam em até 30 dias, mas ainda há uma lacuna de estudos no Sul Global que comparem contextos distintos da epidemia, como aqueles observados nas diferentes regiões do Brasil.
Objetivos
Comparar as chances de reinternações precoces em pessoas vivendo com HIV/AIDS, internadas no SUS entre 2000 e 2015, em Belo Horizonte (BH), Porto Alegre (POA) e Manaus, cidades com distintos perfis da epidemia de HIV.
Metodologia
O estudo utilizou dados da Base Nacional em Saúde, integrando informações do SIA/SUS, SIM e SIH, através de pareamento determinístico-probabilístico. Foram incluídos pacientes com 18 anos ou mais internados entre 2000-2015 com CID B20-B24, Z21 e F024, além dos de doenças definidoras de HIV/AIDS de acordo com o CDC. A magnitude da associação entre residir em Belo Horizonte, Porto Alegre e Manaus e ter tido reinternações precoces (em menos de 30 dias) foi estimada por Regressão Logística bruta e ajustada por sexo, idade, ano de arrolamento na coorte (indicando o regime terapêutico vigente na época) e comorbidades (Score de Elixhauser).
Resultados
Foram investigadas 3.637 reinternações em BH, 11.551 em POA e 4.823 em Manaus. Manaus e BH apresentaram maior proporção de homens que POA. Em Manaus, a população era mais jovem que nas outras duas cidades. Em BH e POA, havia maior proporção de sujeitos incluídos na coorte há mais tempo do que em Manaus. POA teve maior percentual de indivíduos com comorbidades graves que as outras duas localidades. Assim, POA registrou a maior proporção de reinternação em 30 dias (27,4% vs. 25,7% em BH e 25,6% em Manaus), com chance 9% (IC95% 1,01-1,19) maior mesmo após ajuste por idade, sexo, regime terapêutico e comorbidades. Manaus, por sua vez, não diferiu estatisticamente de BH (RC 0,97; IC95%0,87-1,07).
Conclusões/Considerações
Porto Alegre apresentou maior chance de reinternação, compatível com uma epidemia mais antiga e sugerindo diagnóstico tardio ou falhas no manejo da doença. Manaus não diferiu de Belo Horizonte, possivelmente por ter tido um aumento mais recente de novas infecções. A análise de reinternações reflete desigualdades na qualidade da atenção e pode indicar caminhos para políticas locais voltadas ao alcance da meta de erradicação da epidemia até 2030.
MODELO DE GERENCIAMENTO INTERDISCIPLINAR PARA AVALIAÇÃO DOS EFEITOS TARDIOS DA COVID-19
Pôster Eletrônico
1 Faculdade de Medicina da USP
2 Instituto do Coração HCFMUSP
Apresentação/Introdução
A Covid-19 teve grande impacto global, com milhões de casos, óbitos e sobreviventes. O HCFMUSP tornou-se referência no tratamento, ampliando UTIs e atendendo pacientes graves. Diante do desafio de acompanhamento dos sintomas persistentes enfrentados pelos sobreviventes da infecção, estruturou-se a coorte Pós-Covid do HCFMUSP para estudar sintomas persistentes e promover cuidados integrados.
Objetivos
Este estudo visou estruturar um modelo interdisciplinar para gestão dos seguimentos de avaliação das sequelas de médio e longo prazo em pacientes com Covid-19 moderado e grave sobreviventes à internação no HCFMUSP.
Metodologia
O presente estudo consistiu em uma pesquisa observacional tendo a coorte Pós-Covid do HCFMUSP como objeto de avaliação. Foram convocados 749 pacientes sobreviventes à internação por Covid-19 no HCFMUSP entre 30 de março e 31 de agosto de 2020 que realizaram a avaliação de seguimento de 6-11 meses após a alta. O 3º seguimento (2023–2024) contou o envolvimento de 18 especialidades médicas e avaliações multidisciplinares físicas, cognitivas e psicológicas. O estudo teve 4 etapas: teleconsulta, 2 avaliações presenciais e devolutiva médica e contou com uma equipe executora para logística e coordenação das avaliações, a fim de proporcionar uma abordagem interdisciplinar e centrada no paciente.
Resultados
No 3º seguimento, foram avaliados, através de teleconsulta, 526 pacientes dos 749 incluídos inicialmente no projeto. Dos 526 pacientes que completaram a teleconsulta, 434 compareceram à 1ª avaliação presencial e, destes 368 pacientes participaram da 2ª avaliação. As perdas entre as etapas foram decorrentes dos óbitos, contatos não localizados e desistências. Para a devolutiva médica, todos os 368 pacientes foram convocados. Os resultados preliminares sugerem que a maioria dos pacientes apresenta um ou mais sintomas decorrentes da internação pela Covid-19, no entanto, não foi ainda possível estabelecer correlações entre os múltiplos órgãos e sistemas para confirmar a hipótese.
Conclusões/Considerações
A condução do estudo de forma interdisciplinar contribuiu para a adesão dos participantes e a otimização dos recursos físico-financeiros disponíveis. A articulação entre os pesquisadores possibilitou o alinhamento dos protocolos e otimização das avaliações e dos exames laboratoriais realizados, minimizando a duplicidade de procedimentos e favorecendo a condução da pesquisa clínica de modo eficiente e alinhada as necessidades dos participantes.
ASSOCIAÇÃO ENTRE ASPECTOS CLÍNICOS E SOCIODEMOGRÁFICOS DE ÓBITOS POR SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE POR COVID-19
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de São Carlos
Apresentação/Introdução
A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), manifestação clínica grave que pode ser causada pelo SARS-CoV-2 apresenta alta morbidade, mortalidade e letalidade, com maior impacto em pessoas idosas e indivíduos com comorbidades como doenças cardiovasculares, diabetes, frequentemente evoluindo para quadros críticos.
Objetivos
Analisar a associação entre indicadores sociodemográficos, clínicos e vacinais e o risco de óbito entre pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave associada à COVID-19 no Brasil.
Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico analítico que avaliou dados de óbitos por SRAG associada à COVID-19, notificados entre 05/05/2023 e 31/12/2024, obtidos da plataforma OpenDataSUS. Foram analisadas variáveis com potencial associação estatística ao risco de óbito, incluindo idade, sexo, escolaridade e estado vacinal. Aplicaram-se análises descritivas e regressão logística para estimar Odds Ratios brutos e ajustados, adotando nível de significância de 5% para determinar associações relevantes.
Resultados
Foram analisados 6.407 óbitos de SRAG associada à COVID-19. Os resultados mostraram que a chance de óbito aumenta 1,4% para cada ano adicional de idade; pessoas do sexo masculino apresentaram 14% maior chance de óbito do que o sexo feminino. Pessoas com ensino médio e superior apresentaram, respectivamente, 25% e 34% menos chance de óbito do que pessoas analfabetas. Cabe destacar que pessoas vacinadas contra COVID-19 apresentaram 20% menos chance de ir a óbito por SRAG. Ainda, doença hepática e pneumopatia crônica aumentaram em 39% a chance de óbito por SRAG associada à Covid-19.
Conclusões/Considerações
A análise evidenciou que idade avançada, sexo masculino, menor escolaridade e comorbidades específicas elevam significativamente a chance de óbito em pacientes com SRAG associada à COVID-19. Destaca-se a importância da vacinação contra a COVID-19, consistindo em um mostrou efeito protetor relevante. Esses achados reforçam a necessidade de estratégias direcionadas para grupos vulneráveis visando reduzir a mortalidade e aprimorar o manejo clínico da doença.
DETECÇÃO DE ÁREAS DE ALTO RISCO PARA SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA EM RIO DE JANEIRO: ANÁLISE ESPACIAL E IMPLICAÇÕES PARA POLÍTICAS LOCAIS
Pôster Eletrônico
1 UFRJ; SMS-RJ
2 Fiocruz
3 UNL
Apresentação/Introdução
Entre 2015 e 2018, o Brasil registrou 18.282 casos suspeitos de Síndrome Congênita do Zika (SCZ), refletindo 61,4 % dos casos nas Américas. O diagnóstico clínico é desafiador e a SCZ gera malformações graves. Mapeamentos espaciais podem revelar desigualdades territoriais e apoiar intervenções direcionadas.
Objetivos
Identificar áreas de alto risco para SCZ em bairros do Rio de Janeiro (2015-2016) e analisar o perfil clínico-epidemiológico materno-infantil, relacionando incidência e desenvolvimento social dos territórios.
Metodologia
Foram utilizados dados de SCZ em crianças nascidas entre 2015 e 2016 no município do Rio de Janeiro. Aplicou-se análise de clusters espaciais com modelo de Poisson no software SatScan 10.1.3. Foram gerados mapas temáticos relacionando incidência, índice de desenvolvimento social (IDS) por bairro e perfil clinico-epidemiológico materno-infantil. As taxas de incidência por 100.000 nascidos vivos foram calculadas e comparadas entre regiões de saúde da cidade.
Resultados
Em 2015 e 2016, as taxas de SCZ foram de 8,84 e 46,96 por 100.000 nascidos vivos, respectivamente. 47 crianças apresentaram manifestações graves: microcefalia, danos cerebrais, alterações osteoarticulares, oculares e auditivas. A distribuição espacial concentrou-se nas zonas norte e oeste da cidade, regiões de saúde com maior ocorrência em bairros com IDSs mais baixos. O SatScan identificou três clusters na zona norte, com riscos relativos 7,86; 1,46; 2,08, sem significância estatística. Os dados apontam maior ocorrência de SCZ em áreas socioeconômicas vulneráveis.
Conclusões/Considerações
A SCZ no Rio de Janeiro foi espacialmente concentrada em bairros socioeconomicamente vulneráveis, evidenciando desigualdades territoriais. A identificação de clusters, mesmo sem significância estatística, oferece subsídios para políticas públicas mais focalizadas. Recomenda-se monitoramento contínuo e ações intersetoriais dirigidas às áreas de maior risco para prevenir e mitigar os impactos da SCZ.
VARIABILIDADE GENÉTICA DO HPV16 NO DISTRITO FEDERAL: DADOS DE LABORATÓRIOS PRIVADOS COMO ESTRATÉGIA PARA VIGILÂNCIA E PREVENÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA
Pôster Eletrônico
1 Universidade de Brasília, Bolsista de iniciação científica FAPDF.
2 Bolsista de iniciação científica da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh)/ Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
3 Laboratório e Instituto Sabin
4 Universidade de Brasília
5 Núcleo de Saúde da Mulher (NUSAME), FIOCRUZ Brasília, Brasília, Brasil.
6 Laboratório Analítico de Competências Moleculares e Epidemiológicas (ACME Lab), FIOCRUZ-CE, Eusébio, CE, Brasil.
7 Laboratório Analítico de Competências Moleculares e Epidemiológicas (ACME Lab), FIOCRUZ-CE, Eusébio, CE, Brasil
Apresentação/Introdução
A infecção pelo HPV é uma IST relacionada ao câncer do colo do útero (CC), segunda causa de morte entre mulheres no Brasil. O HPV16, tipo de alto risco (HR-HPV), é frequentemente associado a lesões precursoras e tumores invasivos. Investigou-se a presença da sublinhagem D do HPV16 no Distrito Federal, vinculada ao adenocarcinoma na América do Sul, para apoiar ações de prevenção.
Objetivos
Analisar a variabilidade genética do oncogene E6 do HPV16 em amostras do Distrito Federal, comparando-as com sequências disponíveis no GenBank, a partir de amostras residuais de citologia em meio líquido obtidas em laboratório privado, respeitando a LGPD.
Metodologia
Foram utilizadas amostras cervicovaginais com HPV16, oriundas do Distrito Federal e cedidas pelo Laboratório Sabin, preservadas em meio líquido com dados anonimizados, conforme a LGPD. O DNA foi extraído com o kit EXTRACTA FAST (MVXA-PU16 FAST) e robô Extracta 32 (Loccus). A região do oncogene E6 foi amplificada por PCR com primers específicos. Os produtos foram purificados e sequenciados por Sanger, nas Plataformas Tecnológicas da Fiocruz. As sequências foram analisadas por BLASTn e submetidas à análise filogenética com o software MEGA 12, utilizando o modelo de substituição T92 e o método Neighbor-Joining (NJ).
Resultados
As sequências foram curadas e testadas para o melhor modelo de substituição nucleotídica. A árvore filogenética foi construída com 18 sequências de HPV16 (amostras locais e referências do GenBank), totalizando 469 posições. Dois agrupamentos principais foram observados: um relacionado à sublinhagem A1 (KU298880.1) e outro à sublinhagem D3 (HQ644289.1), esta associada a maior risco oncológico e prevalente na América do Sul. A presença da sublinhagem D3 nas amostras do Distrito Federal sugere circulação local de variantes com potencial oncogênico elevado.
Conclusões/Considerações
A presença da sublinhagem D3 do HPV16 no Distrito Federal sugere a circulação de variantes com maior risco oncológico, reforçando a necessidade de vigilância genômica contínua. O sequenciamento completo das amostras será realizado, integrando um projeto mais amplo que mapeia os HR-HPVs no Brasil. Dados de laboratórios privados mostram potencial estratégico para a saúde pública, auxiliando políticas baseadas em evidências científicas.
PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DA ESQUISTOSSOMOSE NA BAHIA: DESAFIOS PARA A SAÚDE COLETIVA
Pôster Eletrônico
1 UESB
2 HC-UFU
Apresentação/Introdução
A esquistossomose é uma doença parasitária causada por trematódeos do gênero Schistosoma, amplamente disseminada em regiões com infraestrutura sanitária precária. Sua ocorrência reflete desigualdades sociais e ambientais, configurando um desafio em saúde coletiva, devido à persistência de focos endêmicos associados à falta de saneamento básico e questões sociodemográficas.
Objetivos
Descrever o perfil sociodemográfico dos casos de esquistossomose na Bahia entre 2018 e 2023, destacando sua importância para a compreensão das desigualdades sociais e para as ações em saúde coletiva.
Metodologia
Estudo epidemiológico, de desenho ecológico, realizado com dados obtidos no Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), de casos notificados de esquistossomose na Bahia, entre 2018 e 2023. Foram analisadas as seguintes variáveis sociodemográficas: sexo, faixa etária, escolaridade e raça/cor. A abordagem buscou destacar padrões sociodemográficos relevantes para a compreensão do perfil dos casos notificados.
Resultados
No período, registraram-se 1.902 (100%) casos de esquistossomose na Bahia. O sexo masculino foi o mais afetado, com 1.076 casos (56,57%). A faixa etária de 40 a 59 anos concentrou 647 casos (34,01%), indicando maior prevalência em idade economicamente ativa. Quanto à escolaridade, prevaleceu a variável Ign/Branco, com 1.041 casos (54,73%), indicando incompletude dos dados, necessidade de educação permanente em saúde para melhor qualificação profissional e maior acesso aos dados. Sobre a raça/cor, a maioria dos casos ocorreu entre pessoas pardas (67,82%). Os achados podem estar relacionados ao menor acesso a informações, condições precárias de saneamento e dificuldades no acesso à saúde.
Conclusões/Considerações
A esquistossomose permanece como um importante indicador de iniquidades sociais. Sua persistência revela a urgência de ações intersetoriais em saúde coletiva, com foco na ampliação do saneamento básico, no enfrentamento das vulnerabilidades sociodemográficas e na promoção da equidade em saúde. Compreender o perfil social, econômico e territorial das populações vulneráveis é essencial para o controle sustentável da doença.
PANORAMA EPIDEMIOLÓGICO DA HANSENÍASE NA MACRORREGIÃO NORTE DA BAHIA
Pôster Eletrônico
1 Sesab
2 UEFS
3 Univasf
Apresentação/Introdução
A Hanseníase é uma doença crônica e infectocontagiosa, causada pelo Mycobacterium
leprae, que afeta a pele e nervos periféricos. Considerada um problema de saúde pública
no Brasil, sua transmissão ocorre por contato próximo e prolongado com indivíduos não
tratados. A carga da doença em uma área é medida por meio da classificação dos territórios
por grau de endemicidade para a Hanseníase.
Objetivos
Descrever o panorama epidemiológico da Hanseníase na Macrorregião Norte da Bahia no
período de 2019 a 2024
Metodologia
Este é um estudo descritivo, transversal, com dados secundários extraídos da base oficial
do Estado da Bahia TabNET (Suvisa). No tocante ao período analisado, optou-se por um
estudo das notificações realizadas entre os anos de 2019 a 2024, a partir disso foram
calculadas as taxas de detecção para a macrorregião e por região de saúde. Tal estudo
dispensa apreciação por Comitê de Ética em Pesquisa, conforme a Resolução CNS Nº
510/2016, por utilizar dados secundários de domínio público.
Resultados
Os territórios são classificados por grau de endemicidade para a Hanseníase, assim,
evidencia-se que a Macrorregião, durante o período estudado, apresentou uma taxa de
detecção média de 29,53 casos/100 mil hab. A região de Juazeiro apresentou as maiores
taxas de detecção durante todo o período analisado, oscilando entre “muito alto” e
“hiperendêmico”. Entretanto, isso não necessariamente significa dizer que essas altas taxas
estão ligadas à eficazes estratégias de detecção, uma vez que se percebe a dificuldade das
equipes da ponta realizar ações de rastreio e diagnóstico precoce, nesse caso as taxas
provavelmente refletem a endemicidade da doença na região
Conclusões/Considerações
A meta principal da Estratégia Nacional para Enfrentamento à Hanseníase 2024-2030 é
reduzir a carga da doença, interromper a transmissão e, consequentemente, a erradicação
da doença, visto que o objetivo é interromper a transmissão em 99% dos municípios até
2030. Dessa maneira, faz-se necessário a intensificação das ações de qualificação das
equipes para ações de rastreio e diagnóstico da Hanseníase.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA TUBERCULOSE ENTRE HOMENS PRIVADOS DE LIBERDADE NO RIO DE JANEIRO: UMA ANÁLISE TRANSVERSAL COM FOCO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 SMS UNIDADES PRISIONAIS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA 1.0
2 UFRJ
Apresentação/Introdução
A tuberculose é uma das principais causas de morte evitável no sistema prisional, agravada por superlotação, negligência estrutural e acesso limitado à saúde. A população carcerária masculina é altamente vulnerável e carece de políticas efetivas de controle. Este estudo busca evidenciar o perfil da TB e as falhas da atenção primária prisional no estado do Rio de Janeiro.
Objetivos
Analisar o perfil epidemiológico dos casos de tuberculose entre homens privados de liberdade no estado do Rio de Janeiro e avaliar os principais desafios da atenção primária prisional na detecção, tratamento e vigilância da doença.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, com abordagem quantitativa descritiva, realizado a partir da análise de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e de prontuários disponíveis nas 24 unidades prisionais masculinas do estado do Rio de Janeiro. Foram incluídos todos os casos de tuberculose notificados entre setembro de 2022 a junho de 2024. As variáveis analisadas incluíram faixa etária, raça/cor, forma clínica, coinfecção por HIV, exames diagnósticos, tipo de tratamento e desfechos. A análise estatística foi conduzida no software SPSS, com cálculos de frequência e prevalência, buscando identificar lacunas assistenciais.
Resultados
Foram identificados 1.928 casos de tuberculose em 45.638 homens privados de liberdade, com uma prevalência de 4,2%. A maior parte dos casos foi na faixa etária de 20 a 29 anos (61,5%), com predominância de indivíduos autodeclarados negros (71,9%). 92,8% dos casos foi da forma pulmonar. Apenas 37% dos pacientes receberam tratamento diretamente observado (TDO) e 11,5% abandonaram o tratamento. Cerca de 50% dos internos não realizaram radiografia de tórax, e 58,8% não foram submetidos a teste de sensibilidade. A taxa de cura foi de 72,7%, inferior à meta de 85%. Algumas unidades, como o Presídio Evaristo Moraes, apresentaram prevalência superior a 11%, evidenciando desigualdades estruturais.
Conclusões/Considerações
A pesquisa evidencia que a tuberculose mantém elevada prevalência entre homens privados de liberdade, agravada por falhas na atenção primária prisional, baixa adesão ao TDO e deficiência na realização de exames diagnósticos. O contexto reforça a necessidade urgente de fortalecer a vigilância ativa, ampliar testagens, qualificar o cuidado e garantir a articulação intersetorial entre saúde e justiça, conforme orientações da PNAISP e da OMS.
ANÁLISE DA DINÂMICA ESPACIAL DA COBERTURA VACINAL DA BCG EM UMA REGIÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO ENTRE 2016 E 2023.
Pôster Eletrônico
1 Unisantos
Apresentação/Introdução
O Ministério da Saúde, recomenda o uso da vacinação de BCG nas primeiras 24 horas de vida ou em até 30 dias após o nascimento, necessária para o desenvolvimento de anticorpos com o intuito de evitar a propagação de doenças imunopreveníveis. Apesar da vacina BCG ser distribuída à população pelo Sistema Único de Saúde, tem se observado uma queda relevante da cobertura vacinal.
Objetivos
Analisar a dinâmica espacial da cobertura vacinal de recém-nascidos na Região Metropolitana da Baixada Santista nos anos de 2016 a 2023.
Metodologia
Estudo ecológico misto, de dados secundários de domínio público para o período de 2016 a 2023. As doses aplicadas da vacina foram obtidas do sistema de informação do Programa Nacional de Imunização (PNI), o número de nascidos vivos junto ao Sistema de Informação de Nascidos Vivos do banco de dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram calculadas as taxas da cobertura vacinal (CV) por município e ano. A base cartográfica foi obtida no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foi realizada a análise descritiva, Teste de Kruskal-Wallis e comparações de Dunn. A análise de autocorrelação espacial foi realizada por meio do Índice de Moran, com nível de significância de 5%.
Resultados
A Cobertura vacinal (CV) da BCG na Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS) apresentou variações significativas entre os anos analisados, com destaque para os anos de 2020, 2021 e 2022, que diferiram entre si e em relação aos anteriores (p < 0,01). A pandemia de COVID-19 representou o período de maior queda na CV. A CV dos municípios diferem entre si (p<0,001). Santos, Bertioga e Peruíbe registraram CV inferiores a 85% (p<0,001). Em contraste, Itanhaém manteve CV acima de 100% até 2020 (p<0,001). Guarujá, São Vicente e Praia Grande mostraram índices predominantemente abaixo da meta de 90% estipulada pelo PNI (p<0,001).
Conclusões/Considerações
A pandemia agravou o cenário da baixa CV, comprometendo o acesso à vacinação infantil. É urgente implementar estratégias integradas e territoriais para retomar os índices adequados e garantir a proteção contra formas graves de tuberculose.
ANÁLISE DA DINAMICA ESPACIAL DA COBERTURA VACINAL DO SARAMPO EM UMA REGIÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO DE 2016 A 2023
Pôster Eletrônico
1 Unisantos
Apresentação/Introdução
Introdução: O sarampo é uma doença viral com alta transmissibilidade, que afeta principalmente o público infantil e apresenta maior incidência em países com baixa cobertura vacinal e falta de saneamento básico. No Brasil, surtos recentes evidenciam queda na vacinação, tornando necessário avaliar a situação imunológica em regiões prioritárias como a Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS).
Objetivos
Objetivo: Análise da dinâmica espacial da cobertura vacinal do sarampo nos municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista entre os anos de 2016 e 2023.
Metodologia
Metodologia: Estudo ecológico misto que utilizou dados secundários de domínio público. Doses aplicadas foram obtidas do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização e do Departamento de monitoramento, Avaliação e Disseminação de Informações Estratégicas em Saúde, nascidos vivos no Sistema de Informação de Nascidos Vivos e mortalidade do Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde. As coberturas vacinais foram calculadas para a primeira (SCR1) e segunda (SCR2) dose da vacina contra o Sarampo. Os cálculos foram realizados por ano e município. Foi realizada a análise descritiva, teste de Kruskal-Wallis, e análise da autocorrelação especial pelo índice de Moran.
Resultados
Resultados: Entre 2016 e 2022, a maioria dos municípios apresentaram queda nas CV SCR 1 (p<0,001), e SCR2 (p<0,001). Guarujá, Mongaguá e São Vicente não atingiram a meta de 95% para SCR1 (p<0,05). Apenas Santos alcançou a meta para SCR2 nesse período. Em 2023, dados atualizados de Bertioga, Praia Grande e Santos revelaram cobertura extremamente baixa para ambos os imunizantes: 1,96%, 1,48% e 5,29% para SCR1 e 2,68%, 1,43% e 4,54% para SCR2, respectivamente. A análise especial identificou bolsões de baixa CV, tanto para a SCR1 como para SCR2, em vários municípios da RMBS (p<0,001).
Conclusões/Considerações
Conclusão: A queda acentuada na cobertura vacinal, especialmente em 2023, compromete a proteção coletiva e evidencia fragilidades na vigilância imunológica. É necessário fortalecer os sistemas de registro, retomar estratégias ativas de imunização e investir em campanhas educativas para conter o avanço da vulnerabilidade imunológica infantil na RMBS.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO ATENDIMENTO ANTIRRÁBICO HUMANO DA REGIÃO METROPOLITANA DA BAIXADA SANTISTA DE 2019 A 2023
Pôster Eletrônico
1 Unisantos
Apresentação/Introdução
A raiva é uma doença viral infecciosa que acomete mamíferos, de caráter zoonótico, com alta letalidade, considerada um grave problema de Saúde Pública. A transmissão ao homem ocorre através de animais mamíferos infectados, pelo contato com saliva, lambedura, arranhadura ou mordedura. Devido à alta letalidade da doença, a melhor estratégia de prevenção é a vacinação pré ou pós exposição.
Objetivos
analisar a adesão e o acompanhamento antirrábico humano no tratamento profilático pós-exposição.
Metodologia
Estudo ecológico misto de análise temporal com dados secundários de domínio público para o período de 2019 a 2024. As notificações de atendimento antirrábico foram obtidas pelo Sistema de Informação De Agravos de Notificação (SINAN), do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram obtidas informações demográficas, tipo de exposição, profilaxia, tratamento, evolução, espécie de animal, região acometida, vacinação, efeitos adversos. Foi realizada a análise descritiva, teste de associação de Qui-quadrado. O nível de significância de 5%.
Resultados
No período de estudo houve 14.604 ocorrências, sendo que 25,5% dos casos (3718) ocorreram em 2023 e 16% em 2020 (p;0,05). O município de Santos concentra a maior prevalência de casos (p;0,05). Observou-se um predomínio de pessoas do sexo masculino (51,8%) e brancos (42%). Os casos mais prevalentes foram causados por cães (83,8%) (p;0,05), sendo que 50,9% destes cães estavam saudáveis. A causa foi direta por mordida (90,9%) (p;0,05) nas mãos (36,2%) (p;0,05). A associação entre observação do animal e vacinação foi adotada em 21,0% dos casos (p;0,01). O uso combinado de soro e vacinação profiláticos foi indicado em situações de risco elevado ou exposições graves em 4,1% dos casos (p;0,05)
Conclusões/Considerações
A utilização sistemática e adequada do SINAN configura-se como uma ferramenta estratégica para a democratização do acesso às informações em saúde, possibilitando que profissionais e gestores orientem suas ações com base em evidências. Dessa forma, o sistema contribui para o planejamento e definição de prioridades em saúde pública, bem como para a avaliação do impacto das intervenções implementadas.
ANÁLISE DA INTERRUPÇÃO DO TRATAMENTO DE CASOS NOVOS DE TUBERCULOSE CONFIRMADOS LABORATORIALMENTE EM POPULAÇÕES VULNERÁVEIS (MRJ, 2013–2023)
Pôster Eletrônico
1 Instituto de Saúde Coletiva - Universidade Federal do Rio de Janeiro.
2 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro – SMS/RIO.
Apresentação/Introdução
Este estudo avalia a proporção média de interrupção do tratamento em três grupos populacionais vulneráveis no Rio de Janeiro ao longo de 10 anos. População de Rua, Privados de Liberdade e Pessoas vivendo com HIV/AIDS foram comparados à média municipal para identificar grupos com maior risco de interrupção do tratamento, desafio central para a quebra da cadeia de transmissão da doença no MRJ.
Objetivos
Quantificar e comparar a proporção de interrupção do tratamento entre populações vulneráveis e a média municipal.
Metodologia
Trata-se de análise quantitativa de dados secundários de tuberculose notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), referentes a residentes no município do Rio de Janeiro. Utilizaram-se dados agregados, de acesso público, extraídos do DATASUS, o que dispensa a necessidade de aprovação por comitê de ética. Inicialmente, realizou-se o processo de limpeza e padronização dos dados. A análise estatística foi conduzida por meio de testes de proporção e teste qui-quadrado, visando identificar diferenças significativas entre desfechos observados nos diferentes grupos, utilizando o software R, de acesso livre.
Resultados
Os resultados indicam que a proporção de interrupção do tratamento é significativamente maior nos grupos analisados em comparação com a média do município. O grupo "população em situação de rua" apresenta uma proporção de interrupção quase 3 vezes maior que a média municipal (46,8% vs. 15,6%; p-valor < 0,001). Os grupos "Privados de Liberdade" e "Pessoas vivendo com HIV/AIDS" também mostram proporções maiores, cerca de 1,2 vezes a média municipal (p-valor < 0,001). Esses achados evidenciam que esses grupos estão sujeitos à maiores frequências de interrupção do tratamento em relação à população geral do município.
Conclusões/Considerações
Conclui-se que as populações vulneráveis analisadas têm maior risco de interrupção do tratamento da tuberculose, especialmente a população em situação de rua. Os achados destacam a importância de compreender os fatores envolvidos em cada grupo para fortalecer estratégias específicas, garantindo a continuidade do cuidado e a efetividade das ações de controle da doença no município.
CONHECIMENTOS E PRÁTICAS RELACIONADAS ÀS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS DE PESSOAS EM SITUAÇÃO PRISIONAL, PIAUÍ
Pôster Eletrônico
1 UFPI
Apresentação/Introdução
Em todo o mundo, as pessoas em situação prisional apresentam inúmeras condições de vulnerabilidade e de adoecimento devido às condições de confinamento em que vivem. Tal realidade amplia a predisposição ao risco de contágio e transmissão de infecções sexualmente transmissíveis (IST), o que requer que ações preventivas de enfrentamento devam ser realizadas para prevenir contaminação em massa
Objetivos
Analisar os conhecimentos e práticas relacionadas às infecções sexualmente transmissíveis de pessoas em situação prisional
Metodologia
Estudo transversal realizado em sete unidades prisionais do Piauí no período de abril a outubro de 2022, com amostragem probabilística por conglomerado. Utilizou-se formulário contendo variáveis sociodemográficas e conhecimentos, atitudes e práticas em relação à IST. Foram calculadas frequências ponderadas, prevalência e razão de prevalência com seus intervalos de confiança de 95% (IC95%) por meio de regressão de Poisson com variância robusta. A pesquisa seguiu todas as recomendações éticas e foi aprovada por um Comitê de Ética em Pesquisa (nº 4.578.002).
Resultados
Das 857 pessoas entrevistadas, a maioria era do sexo masculino (90%) e faixa etária de 25 a 34 anos (40%). Sobre o conhecimento, a maioria acertou as perguntas verdadeiras sobre a transmissão de IST por meio de relação sexual sem preservativos, lâminas de barbear ou de depilar compartilhadas (>80% para ambos os sexos). O relato de práticas de risco foi superior entre os homens para: uso de outras drogas ilícitas (87,1%), relação sexual sob efeito de álcool (78,0%) ou outra droga (74,2%). Já o relato de colocação de piercings (61,9%), vacinação com ao menos uma dose de vacina contra hepatite B (46,4%) e relação sexual forçada (7,4%) apresentou maior frequencia entre as mulheres.
Conclusões/Considerações
Conhecimentos e práticas sobre IST foram considerados adequados para menos da metade dos entrevistados, com pior desempenho para os homens. Esses resutados poderão instrumentalizar a gestão das unidades prisionais para a reflexão e implementação de estratégias que possam reorganizar suas práticas e reduzir os riscos de adoecimento de pessoas em situação prisional.
IMPACTO DO PROGRAMA DE HABITAÇÃO SOCIAL MINHA CASA MINHA VIDA NA INCIDÊNCIA DE HANSENÍASE NO BRASIL: ANÁLISE DA COORTE DE 100 MILHÕES DE BRASILEIROS (2010-2015)
Pôster Eletrônico
1 Cidacs/Fiocruz-BA/UFBA/UFPE
2 Cidacs/Fiocruz-BA/LSHTM
3 UnB
4 Cidacs/Fiocruz-BA/UFBA
5 Cidacs/Fiocruz-BA
6 MRC/CSO/UofG
7 UnB/Fiocruz-Brasília
Apresentação/Introdução
A pobreza e a privação nos domicílios/bairros, como infraestrutura precária, aglomeração e ausência de saneamento básico e serviços sociais, são fatores de risco para doenças infecciosas. Habitação saudável é reflexo de boas condições de vida no lar e na vizinhança. A garantia de acesso e qualidade da moradia representa grande avanço para a saúde pública, contribuindo para o controle da hanseníase.
Objetivos
Estimar o impacto do programa de habitação social Minha Casa Minha Vida (MCMVP) na detecção de novos casos de hanseníase utilizando bases de dados de saúde e administrativas do Brasil, no período de 2010 a 2015.
Metodologia
Avaliamos indivíduos na Coorte de 100 Milhões de Brasileiros, construída com registros do CadÚnico linkados às bases do SINAN-Hanseníase e MCMVP. Estimamos a taxa de detecção de casos novos (TDCN) por 100.000 pessoas-ano (pa), pelo status do benefício e variáveis clínicas. Utilizamos regressão de Cox ponderada pela probabilidade inversa de receber o tratamento (IPTW) para estimar a razão de risco (HR) do efeito do MCMVP. Os pesos foram obtidos por escore de propensão com variáveis demográficas e socioeconômicas. Em análises de sensibilidade, consideramos atrasos no recebimento do MCMVP, o tamanho populacional do município e avaliamos o risco basal de hanseníase nos potenciais beneficiários.
Resultados
Acompanhamos 2.458.4768 indivíduos, 618.883 (2,5%) beneficiários-MCMVP, e detectamos 8.874 casos novos de hanseníase (2010-2015). A TDCN foi maior entre beneficiários (13,32/100.000 pa; IC95%=11,45-15,49) versus não beneficiários (11,72; IC95%=11,47-11,97). Beneficiários-MCMVP apresentaram maior incidência de hanseníase (HR=1,66; IC95%=1,34-2,06). As estimativas foram menores para atrasos de 6 ou 12 meses na mudança para o novo domicílio (HR=1,53; IC95%=1,20–1,95 e HR=1,37; IC95%=1,05–1,78, respectivamente) e em municípios pequenos/médios (≤300.000 hab.) (HR=1,95; IC95%=1,51–2,52); e maiores nos indivíduos (posteriormente beneficiários) antes de receber o benefício (HR=2,29; IC95%=1,93–2,72).
Conclusões/Considerações
O estudo encontrou um risco maior de hanseníase associado ao MCMVP, o que pode refletir causalidade reversa. Os achados sugerem que o programa está, de fato, alcançando indivíduos mais vulneráveis, conforme pretendido em seus objetivos. Ademais, o maior risco de hanseníase para beneficiários-MCMVP, mesmo antes do benefício, observado na análise de sensibilidade, pode refletir fatores de confusão residuais relacionados à pobreza estrutural.
PANORAMA DA TUBERCULOSE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO BRASIL EM 2022
Pôster Eletrônico
1 FSL
Apresentação/Introdução
A tuberculose (TB) em crianças e adolescentes é um desafio à saúde pública. Este boletim analisou dados nacionais de 2022 em menores de 18 anos por faixa etária, sexo e raça/cor. A dificuldade diagnóstica nessa população contribui para a subnotificação. Globalmente, apenas 49% dos casos em menores de 15 anos foram notificados em 2022.
Objetivos
Analisar a tuberculose em crianças e adolescentes no Brasil em 2022, monitorar os casos por regiões, colaborar com ações de vigilância, prevenção e controle e alertar profissionais sobre a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado.
Metodologia
Este boletim apresenta a análise dos casos de tuberculose em menores de 18 anos no Brasil em 2022, com base em dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. Foram considerados todos os registros notificados entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2022, em todos os estados do país. As variáveis analisadas incluíram sexo, faixa etária e raça/cor. As análises quantitativas buscaram identificar a distribuição dos casos e possíveis padrões epidemiológicos nas diferentes regiões brasileiras.
Resultados
Em 2022, o Brasil notificou 5.803 casos de TB em menores de 18 anos, representando 7,2% do total nacional. A maioria dos casos ocorreu na faixa de 16-18 anos (43,3%), seguida por 10-15 anos (25,7%), 0-4 anos (20,8%) e 5-9 anos (10,3%). O Amazonas teve a maior taxa de incidência (29,8/100 mil hab.), seguido pelo Rio de Janeiro (24,2), sendo São Paulo o maior número absoluto de casos (1.275). A maioria dos casos foi em pessoas pardas e do sexo masculino, exceto entre 10-15 anos, onde houve predominância feminina (53%). Registrou-se 112 óbitos, mais frequentes em menores de 4 anos e adolescentes mais velhos, indicando urgência nas ações de diagnóstico precoce, vigilância e cuidado integral.
Conclusões/Considerações
Em 2022, crianças e adolescentes representaram uma parcela significativa dos casos de tuberculose no Brasil, com maior incidência entre jovens de 16 a 18 anos, sobretudo pardos e do sexo masculino. As regiões Sudeste e Norte concentraram o maior número de notificações. A taxa de cura e o abandono do tratamento seguem como desafios, reforçando a necessidade de ações específicas para essa população vulnerável.
HESITAÇÃO VACINAL DA VACINA CONTRA O HPV ENTRE ADOLESCENTES BRASILEIROS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Pôster Eletrônico
1 Escola Estadual Canadá
2 Universidade Católica de Santos
Apresentação/Introdução
A hesitação à vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV), reforçada por desinformação e estigmas sociais, compromete a adesão ao programa de imunização e dificulta a prevenção de cânceres associados ao vírus, especialmente entre adolescentes em situação de vulnerabilidade.
Objetivos
Compreender por meio de uma revisão integrativa os fatores associados à hesitação vacinal em adolescentes brasileiros à vacina contra o HPV.
Metodologia
A busca foi realizada nas bases BVS, LILACS, MEDLINE e SciELO, no período de 2006 a 2024, com os descritores: HPV Papillomavirus 31 Humano, imunização, hesitação vacinal, adolescência e ADOLEC, nos idiomas português, inglês e espanhol. Incluíram-se estudos realizados no Brasil, com adolescentes em contextos escolares e não escolares, urbanos, disponíveis na íntegra e com foco exclusivo na vacina contra o HPV. Foram excluídos estudos quantitativos sem participação direta dos adolescentes, revisões e comentários.
Resultados
A revisão integrativa identificou dez estudos que apontam como principais fatores para a hesitação vacinal contra o HPV: desinformação, crenças culturais e religiosas, ausência de políticas educativas, desigualdades de acesso a serviços e informações, e baixa percepção de risco, especialmente entre meninos. Escolaridade e renda familiar influenciam a adesão, assim como barreiras geográficas e logísticas. A escola se destaca como espaço estratégico para promoção da saúde, frente à fragilidade das ações intergovernamentais.
Conclusões/Considerações
O enfrentamento da hesitação vacinal contra o HPV no Brasil demanda estratégias intersetoriais e culturalmente sensíveis, que promovam a equidade no acesso à informação e aos serviços de saúde. É essencial fortalecer ações educativas e comunitárias para ampliar a cobertura vacinal, especialmente entre populações vulneráveis."
ESTRATÉGIAS DE ENGAJAMENTO PARA PESSOAS COM HANSENÍASE: MAPEAMENTO DE EVIDÊNCIAS A PARTIR DE UMA REVISÃO DE ESCOPO
Pôster Eletrônico
1 Grupo de Estudos Interdisciplinar em Cuidado Farmacêutico (GEICF), Universidade Federal de Juiz de Fora campus Governador Valadares
2 Grupo de Estudos Interdisciplinar em Cuidado Farmacêutico (GEICF), Universidade Federal de Juiz de Fora campus Governador Valadares /Grupo de pesquisa em cuidado farmacêutico. Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre.
3 Grupo de pesquisa em cuidado farmacêutico. Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre.
4 Grupo de Estudos Interdisciplinar em Cuidado Farmacêutico (GEICF), Universidade Federal de Juiz de Fora campus Governador Valadares /Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde, Universidade Federal de Juiz de Fora campus Governador Valadares
Apresentação/Introdução
A hanseníase é uma doença infecciosa e negligenciada que pode causar incapacidades físicas e estigmatização social. O estigma e a exclusão social frequentemente levam ao abandono do tratamento. Apesar dos avanços, há lacunas na sistematização de estratégias de engajamento. Assim, mapear e caracterizar tais estratégias pode promover maior compreensão sobre a doença e sobre o tratamento.
Objetivos
Identificar na literatura as estratégias de engajamento para pessoas com hanseníase.
Metodologia
Foi realizada uma revisão de escopo sobre estratégias de engajamento de pessoas que convivem com hanseníase, realizada conforme as diretrizes do JBI e do PRISMA para revisão de escopo, com protocolo registrado na Open Science Framework. A estratégia de busca utilizou termos relacionados à "hanseníase" e "comportamento de saúde". A busca foi realizada até fevereiro de 2025 nas bases de dados EMBASE, Scopus, BVS/LILACS, PubMed e Web of Science, além de literatura cinzenta. Dois revisores realizaram a leitura de títulos, resumos e textos completos de acordo com os critérios de elegibilidade e extraíram os dados dos artigos incluídos.
Resultados
Após a busca, foram encontrados 854 estudos, dos quais 18 foram incluídos. A maioria foi conduzida na Ásia (n = 12; 66,67%). Foram identificadas 12 estratégias de engajamento distintas, sendo as principais: intervenções para prevenção de incapacidades (n = 3; 16,67%), uso de aplicativos móveis para educação em saúde e detecção de casos de hanseníase (n = 2; 11,11%), grupos de autoajuda (n = 2; 11,11%), treinamento para profissionais de saúde e agente comunitário de saúde (n = 2; 11.11%) e projeto comunitário para melhorar as atitudes da comunidade, detectar novos casos de hanseníase e reduzir o estigma relacionado à doença (n = 2; 11,11%).
Conclusões/Considerações
A revisão de escopo identificou diversas estratégias de engajamento voltadas a pessoas com hanseníase, seus familiares e a comunidade. Essas estratégias podem promover uma melhor compreensão da doença e do tratamento, contribuindo para a melhoria dos cuidados em saúde e para a redução do estigma. Destarte, é necessário desenvolver novas abordagens, ampliar a aplicação das existentes e investigar sua efetividade e impacto a longo prazo.
MUDANÇAS NO PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS SUSPEITOS DE DENGUE EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NO RIO DE JANEIRO: UMA ANÁLISE RETROSPECTIVA
Pôster Eletrônico
1 IESC/UFRJ
2 HUCFF/UFRJ
Apresentação/Introdução
A dengue é uma doença endêmica no Brasil e apresentou mudanças na sua evolução clínica nos últimos anos, com implicações para a saúde pública, vigilância e manejo clínico. O conhecimento do perfil clínico-epidemiológico dos casos de dengue é fundamental para identificar grupos de risco e planejar a assistência nos serviços de saúde, contribuindo para a redução da morbimortalidade.
Objetivos
Analisar as mudanças epidemiológicas nos casos suspeitos de dengue notificados em um hospital universitário no Rio de Janeiro entre os períodos 2014 a 2019 e 2020 até abril de 2025, comparando variáveis sociodemográficas, clínicas e os desfechos.
Metodologia
Trata-se de um estudo retrospectivo baseado na análise de fichas de notificação compulsória de casos suspeitos de dengue em um hospital universitário no Rio de Janeiro. Foram comparadas variáveis sociodemográficas, sinais e sintomas, comorbidades, sinais de alarme e evolução da doença entre os períodos propostos. A idade foi expressa em média ± desvio padrão e comparada pelo teste t de Student. Dados categóricos foram analisados por testes qui-quadrado e exato de Fisher. A significância estatística foi estabelecida para p <0,05, permitindo identificar diferenças significativas na apresentação clínica da doença entre dois períodos epidemiológicos.
Resultados
Entre 2014 e 2019, foram notificados 140 casos suspeitos de dengue, com 34,3% de confirmação. De 2020 a 2025, houve 76 casos, com 59,2% de confirmação. Casos descartados subiram de 15,7% para 40,8%, e os inconclusivos caíram de 50% para zero, possivelmente pela maior oferta de testes. Houve redução da idade média e aumento de homens (p = 0,035). Febre e mialgia foram mais prevalentes no segundo período (96,1% e 78,9%, p < 0,0001). Casos com diabetes e hipertensão cresceram (17,1% e 25%, p < 0,0001). Sinais de alarme como plaquetopenia e dor abdominal também aumentaram (35,5% e 21,1%, p < 0,0001).
Conclusões/Considerações
Os achados indicam mudanças significativas na epidemiologia da dengue, com maior gravidade dos casos, especialmente em pacientes com comorbidades. As epidemias de 2016 e 2024 podem ter influenciado essas alterações, refletindo a circulação de cepas mais agressivas. O estudo reforça a necessidade de monitoramento contínuo, ampliação de recursos laboratoriais e estratégias integradas para prevenção, controle e manejo da doença.
ENDEMICIDADE DA HANSENÍASE NO BRASIL (2010-2023): EVIDÊNCIAS ESPACIAIS PARA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA TERRITORIAL
Pôster Eletrônico
1 Fundação Oswaldo Cruz
2 Universidade de Brasília
Apresentação/Introdução
A hanseníase é uma Doença Tropical Negligenciada (DTN) que expressa profundas desigualdades sociais. O Brasil é o 2º país com maior número de casos no mundo em 2022 (11%), concentrando 92% dos registros nas Américas, com elevada carga nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Apesar do tratamento gratuito pelo SUS, persistem desafios como estigma, diagnóstico tardio e vigilância fragilizada.
Objetivos
Descrever a distribuição espacial dos casos novos de hanseníase no Brasil, por região e unidade federativa, no período de 2010 a 2023, visando à identificação de áreas prioritárias para ações de vigilância e controle
Metodologia
Estudo ecológico descritivo, com dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e estimativas populacionais do IBGE (TabNet) abrangendo os 5.570 municípios brasileiros, entre 2010 e 2023. Foram analisados as taxas de detecção dos casos novos de hanseníase por município de residência (casos novos/população total × 100.000), com tabulação no Excel e mapeamento no QGIS 3.40.7, utilizando malha cartográfica oficial do IBGE. A classificação de endemicidade seguiu parâmetros do Ministério da Saúde.
Resultados
Entre 2010 e 2023, a hanseníase apresentou padrão heterogêneo no Brasil, com maior taxa nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, onde se concentram a maioria dos municípios hiperendêmicos (≥40 casos/100 mil hab.). Mato Grosso e Tocantins mantiveram esse parâmetro em todo o período, com médias de 92,3 e 71,5 casos/100 mil hab., nessa ordem. Houve tendência de queda das taxas de detecção ao longo do período em todas as regiões do país. Do mesmo modo, houve uma redução de 46% do número de municípios hiperendêmicos, de 865 (2010) para 401 (2023). Sul e Sudeste tiveram as menores taxas médias, com 3,2 e 4,9 casos/100 mil hab., nessa ordem. O Rio Grande do Sul apresentou a menor taxa da série.
Conclusões/Considerações
A hanseníase segue como desafio de saúde pública no Brasil, com marcantes desigualdades territoriais. A concentração de casos em áreas específicas exige estratégias intersetoriais, fortalecimento da atenção básica e ampliação da vigilância ativa. A análise espacial se mostra essencial para o planejamento territorial em saúde, contribuindo para a superação das iniquidades e a eliminação da hanseníase como problema de saúde pública.
INIQUIDADES SOCIAIS E MORTALIDADE POR TUBERCULOSE NO DISTRITO FEDERAL: UMA ANÁLISE ESPACIAL ENTRE 2019 E 2023
Pôster Eletrônico
1 Fundação Oswaldo Cruz
Apresentação/Introdução
A tuberculose segue como uma das principais causas de morte por doenças infecciosas no Brasil. Em 2022, a taxa de mortalidade foi de 2,72/100 mil habitantes. No Distrito Federal, onde há o maior IDH do país, convivem extremos sociais, como o Sol Nascente, uma das maiores favelas da América Latina, refletindo profundas desigualdades que impactam diretamente a morbimortalidade por tuberculose.
Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico e socioeconômico dos óbitos de tuberculose nas Regiões Administrativas do Distrito Federal numa abordagem espacial, no período de 2019 a 2023.
Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico, descritivo e quantitativo, com base em dados secundários de óbitos por tuberculose registrados no SIM/InfoSaúde-DF entre 2019 e 2023. Indicadores socioeconômicos foram extraídos da PDAD 2021, abrangendo as 35 Regiões Administrativas do DF. Foram criados mapas temáticos no QGIS 3.34.11, com categorização por quartis, para a análise espacial da taxa de mortalidade e dos indicadores: percentual de beneficiários do Bolsa Família, acesso à água e esgoto, Índice de Vulnerabilidade Social (IVS), densidade domiciliar e Índice de Gini. A análise buscou padrões territoriais e possíveis associações entre desigualdades sociais e mortalidade por tuberculose.
Resultados
Dos óbitos registrados, 76% ocorreram em indivíduos acima de 40 anos, com predomínio masculino. Observou-se tendência de queda nas taxas de mortalidade por tuberculose no DF no período analisado, com impacto da pandemia de COVID-19 entre 2020 e 2022, sugerindo possível subnotificação. Regiões como SCIA/Estrutural, Sol Nascente e Planaltina concentraram os maiores coeficientes, associados a elevados Índices de Vulnerabilidade Social e baixa cobertura de saneamento básico. A desigualdade de renda, medida pelo Índice de Gini, e a baixa cobertura de água e esgoto estão associadas às maiores taxas da doença, reforçando a centralidade dos determinantes sociais da saúde.
Conclusões/Considerações
Os achados evidenciam a persistência de iniquidades sociais como determinantes da mortalidade por tuberculose no DF, apesar da redução das taxas. Os óbitos se concentram em regiões vulneráveis, evidenciando a urgência de políticas públicas integradas nos âmbitos da saúde coletiva É crucial ampliar os estudos territoriais e implementar ações de vigilância sensíveis às desigualdades sociais para superar a tuberculose como problema de saúde pública.
OCORRÊNCIA E DETERMINANTES DAS DOENÇAS TROPICAIS NEGLIGENCIADAS EM UM MUNICÍPIO DO SUL DA BAHIA
Pôster Eletrônico
1 Centro Universitário de Excelência- UNEX Itabuna
Apresentação/Introdução
As Doenças Tropicais Negligenciadas (DNT) são um conjunto de doenças que persistem apesar de existirem ferramentas para a sua prevenção e controle. Afetam as populações mais vulneráveis que vivem em locais com baixas condições socioeconômicas, dificuldades de acesso à água e de saneamento básico, bem como, precárias condições de moradias, dificuldades de acesso aos serviços de saúde e outros.
Objetivos
Descrever a ocorrência e os determinantes de Doenças Tropicais Negligenciadas no município de Itabuna-bahia.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo e quantitativo realizado através de dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Os dados foram obtidos através da busca no site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As DTN incluídas foram: dengue, leptospirose, leishmaniose tegumentar e visceral, acidentes ofídicos, hanseníase, esquistossomose, doença de chagas, hantavirose e raiva. O período da busca foi 2013 à 2024. As principais variáveis descritas foram: sexo; raça/cor; faixa etária e desfecho. Os dados foram tabulados e analisados através de frequências absolutas e relativas no programa Excel 2016 para Windows.
Resultados
Foram notificados 35.737 casos de dengue (56,7% sexo feminino; 11,6% pardos; 93,7% evoluíram pra cura). Leptospirose: 79 casos (73% sexo masculino; 48% pardos; 31% com 40-59 anos; 73% evoluíram pra cura). Leishmaniose tegumentar: 98 casos (62% sexo masculino; 63% pardos; 26% com 20-39 anos; 61% evoluíram pra cura). Leishmaniose visceral: 3 casos (67% sexo feminino; 100% pardos; 33% cura). Acidentes ofídicos: 338 casos (76,1% sexo masculino; 50,5% pardos; 88,5% cura). Hanseníase: 467 casos (50,3% sexo masculino; 57,2% pardos; 81,4% tiveram cura). Esquistossomose: 33 casos (63,6% sexo feminino; 81,8% pardos). Sem notificação de Chagas, Hantavirose ou Raiva humana no período no município.
Conclusões/Considerações
Os dados apresentados evidenciam que as Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs), afetam desproporcionalmente populações em situação de vulnerabilidade social. As desigualdades observadas na distribuição dos casos, tanto por características sociodemográficas quanto por gênero, reforçam a necessidade de políticas públicas intersetoriais que priorizem ações de prevenção, vigilância e promoção da saúde.
TRIAGEM UNIVERSAL DE SÍFILIS EM PESSOAS COM HIV (PHIV) DURANTE HOSPITALIZAÇÃO: UMA OPORTUNIDADE PARA FORTALECER A PREVENÇÃO COMBINADA
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz
Apresentação/Introdução
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) reemergente e uma crescente preocupação de saúde pública no Brasil. Esse cenário afeta desproporcionalmente minorias sexuais e de gênero, evidenciando desigualdades no acesso à prevenção, diagnóstico e tratamento. Em pessoas com HIV (PHIV), a coinfecção por sífilis associa-se a maiores cargas virais e risco aumentado de transmissão do HIV.
Objetivos
Avaliar a prevalência de sífilis ativa e fatores associados em PHIV hospitalizadas em centro de referência no estado do Rio de Janeiro, no contexto de uma estratégia de triagem universal para enfrentamento das epidemias de HIV e IST.
Metodologia
Estudo transversal com análise de dados de PHIV internadas no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), entre outubro de 2021 e abril de 2024. A triagem universal para sífilis foi realizada na admissão hospitalar, considerando-se sífilis ativa os casos com VDRL ≥1/8. Foram coletadas informações sociodemográficas e clínicas: idade, identidade de gênero, raça/cor, escolaridade, carga viral do HIV (CV-HIV), contagem de linfócitos T-CD4+ (LT-CD4+) e coinfecções. As características foram comparadas segundo o diagnóstico de sífilis ativa (sim vs. não), utilizando-se os testes qui-quadrado/Fisher (variáveis categóricas) e Wilcoxon (variáveis contínuas).
Resultados
Entre 1.881 PHIV hospitalizadas, a prevalência de sífilis ativa foi de 13,8%, sendo mais frequente entre homens cisgênero (70,4% vs. 60,7%; p<0,01) e mulheres trans/travestis (4,3% vs. 2,7%; p<0,01) do que entre mulheres cisgênero (25,3% vs. 36,5%; p<0,01). Quanto à raça/cor, a maioria se autodeclarou preta ou parda (70,9%; 1.050/1.480). Em relação à escolaridade, 32,7% tinham nível primário ou inferior. Pessoas com sífilis ativa apresentaram mais frequentemente carga viral do HIV elevada e contagens de LT-CD4+ reduzidas. As prevalências totais de coinfecções foram de 1,9% para mpox, 2,1% para hepatite B e 2,3% para hepatite C.
Conclusões/Considerações
A triagem universal de sífilis em PHIV hospitalizadas amplia o acesso ao diagnóstico e tratamento oportunos. Essa estratégia pode ser avaliada em hospitais gerais e pessoas sexualmente ativas, independente do status sorológico, fortalecendo a prevenção combinada. Urge ampliar políticas públicas integradas para responder à reemergência da sífilis, um desafio crescente de saúde coletiva que exige atenção à diversidade e redução de desigualdades no cuidado.
TUBERCULOSE EM POPULAÇÕES VULNERÁVEIS – IMPACTOS DA DISPERSÃO TERRITORIAL PÓS-CRACOLÂNDIA – SÃO PAULO, 2025
Pôster Eletrônico
1 FSL
2 FSL / FCMSCSP
Apresentação/Introdução
A tuberculose permanece como desafio crítico entre populações em extrema vulnerabilidade. Em São Paulo, a dispersão territorial decorrente da desarticulação da Cracolândia surge como fator que pode impactar a dinâmica da TB entre pessoas em situação de rua. Este estudo analisa o perfil epidemiológico atual e discute os efeitos desse cenário sobre vigilância, cuidado e políticas públicas.
Objetivos
Descrever o perfil da tuberculose em pessoas em situação de rua e usuárias de substâncias em São Paulo (2025), analisar os efeitos da dispersão territorial na evolução da doença e propor recomendações para aprimorar vigilância e políticas públicas.
Metodologia
Este estudo realizou análise descritiva retrospectiva de dados secundários do SINAN, do Programa Estadual de Controle da Tuberculose e da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. Foram incluídos casos de TB até 2023 em indivíduos em situação de rua e/ou usuários de substâncias psicoativas. Analisaram-se incidência, coinfecção TB/HIV, abandono, mortalidade e distribuição espacial e temporal, buscando compreender padrões epidemiológicos e desafios emergentes. Essa abordagem permite detalhar perfil e tendências, essenciais para monitoramento e planejamento em saúde pública. Limitações: ausência de dados públicos para início de 2025, subnotificação e dificuldades pós dispersão.
Resultados
Em 2023, São Paulo notificou 6.500 casos novos de TB, com 15% em populações vulneráveis, que apresentavam coinfecção TB/HIV de até 40% e abandono de tratamento de 20%, resultando em letalidade até 4 vezes maior. Predominam homens jovens (82%) entre 25-44 anos (65%), expostos a ambientes insalubres e uso de substâncias. Observa-se tendência de aumento dos casos em bairros periféricos como Brás, Lapa, Mooca e Capão Redondo, reforçando hipótese de que a mobilidade forçada pós-Cracolândia atua como possível fator amplificador da transmissão, embora ainda não quantificada. Essa dispersão cria cenário propício à expansão da doença, indicando necessidade de estratégias focalizadas e intersetoriais.
Conclusões/Considerações
A tuberculose segue como grave desafio em populações vulneráveis de São Paulo. A dispersão territorial pós-Cracolândia fragiliza redes de cuidado, dificulta diagnóstico e adesão, e amplia a transmissão. É urgente uma resposta integrada, social e territorial, que vá além do modelo biomédico e enfrente os determinantes sociais da doença.
SÍFILIS CONGÊNITA, INIQUIDADES E DESFECHOS PERINATAIS DESFAVORÁVEIS EM PORTO ALEGRE: UMA COORTE RETROSPECTIVA.
Pôster Eletrônico
1 UFRGS
Apresentação/Introdução
A sífilis congênita (SC) constitui importante causa de agravos neonatais. Apesar de prevenível, os desfechos desfavoráveis (óbitos, abortos, natimortos) seguem em ascensão no Brasil. Porto Alegre registrou a maior taxa do país (39,4/1.000 NV) em 2023, porém faltam análises locais sobre fatores de risco associados a esses desfechos.
Objetivos
Investigar os fatores associados aos desfechos desfavoráveis em crianças notificadas com SC em Porto Alegre, no período de 2012 até 2022.
Metodologia
Estudo de coorte retrospectiva de janeiro/2012 a dezembro/2022 com dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) sobre sífilis congênita no município de Porto Alegre/RS. A população foi de 5456 crianças notificadas, e a amostra final foi de 3510, após exclusões por falta de dados. Variáveis maternas: escolaridade, idade, raça/cor, pré-natal, momento do diagnóstico, tratamento materno e do parceiro. Variáveis neonatais: data de nascimento e quadro clínico. Utilizou-se modelo conceitual com abordagem hierárquica e regressão de Poisson com variância robusta. Análises realizadas no RStudio®.
Resultados
a incidência de desfechos desfavoráveis foi de 13,67% (n=738). Na análise de regressão, observou-se associação estatisticamente significativa entre o risco de desfechos desfavoráveis e o diagnóstico de sífilis no momento do parto/curetagem (RR 3,450; IC 1,297 - 9,174) e a não realização do pré-natal (RR 2,724; IC 1,370 - 5,416). Além disso, observou-se que mais de nove anos de estudo foi um fator protetor para o risco de desfechos desfavoráveis por SC (RR 0,000000632; IC 0,000000295 - 0.00000135).
Conclusões/Considerações
O diagnóstico tardio da sífilis e a ausência de pré-natal aumentam o risco de desfechos desfavoráveis por SC, enquanto maior escolaridade materna é fator protetor. Estes fatores revelam determinantes sociais cruciais: acesso limitado aos serviços e desigualdades educacionais podem comprometer direitos humanos e reprodutivos. Reforça-se a necessidade de ações intersetoriais para enfrentar iniquidades e garantir saúde como direito universal.
HOSPITALIZAÇÕES POR SÍFILIS CONGÊNITA NA BAHIA ENTRE 2013 E 2022: AVALIAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E CUSTOS
Pôster Eletrônico
1 UCSAL
Apresentação/Introdução
A sífilis congênita é uma doença grave que pode causar óbito fetal/neonatal, prematuridade e baixo peso ao nascer. O Nordeste tem a 2ª maior incidência no Brasil, com destaque para Pernambuco, Ceará e Bahia. A região também apresenta a 2ª maior taxa de hospitalização, a maior letalidade hospitalar pela doença e uma das menores coberturas de pré-natal do país.
Objetivos
Analisar a distribuição espacial e os custos das hospitalizações por Sífilis Congênita no sistema público de saúde da Bahia, entre 2013 e 2022.
Metodologia
Realizado estudo ecológico espacial sobre as hospitalizações por Sífilis Congênita (CID-10: A50) na Bahia com dados do SIH/SUS, entre 2013 e 2022. As internações foram analisadas quanto à magnitude, tempo médio de duração, custos, mortalidade e perfil demográfico. Foi realizada uma análise de autocorrelação espacial, com cálculo dos índices de Moran Global e Local. Utilizou-se o Microsoft Excel para tabulação dos dados e o software GeoDa 1.22 para todos os passos da análise espacial, criação do mapa temático e Lisa Map.
Resultados
Entre 2013 e 2022, a Bahia registrou 10.441 internações por sífilis congênita, com um custo total de R$ 4,9 milhões, mortalidade hospitalar de 0,2% e um tempo médio de internação de 9,7 dias. Foi encontrada dependência espacial para a doença (Moran I= 0,6), com clusters de altas taxas de internação nas macrorregiões Sul e Leste.
Conclusões/Considerações
O estudo aponta para os impactos da sífilis congênita no sistema de saúde da Bahia, especialmente nas macrorregiões Sul e Leste. A doença é evitável e seu controle demanda uma atuação eficiente da atenção primária. Para minimizar seus impactos é imprescindível ampliar a cobertura e a qualidade das consultas pré-natais, de modo a possibilitar a detecção precoce e o tratamento oportuno da gestante, evitando a transmissão vertical.
LEPTOSPIROSE NO BRASIL (2007-2024): ANÁLISE SOCIODEMOGRÁFICA DE UMA DOENÇA TROPICAL NEGLIGENCIADA E SEUS DETERMINANTES SOCIAIS
Pôster Eletrônico
1 Faculdade São Leopoldo Mandic de Araras
2 Faculdade São Leopoldo Mandic Araras
3 Faculdade São Leopoldo Mandic Araras6+9
Apresentação/Introdução
A leptospirose é uma das zoonoses de maior incidência global. No entanto, no Brasil, ainda há escassez de dados robustos que subsidiem seu pleno reconhecimento como tal. A subnotificação, decorrente do subdiagnóstico, contribui significativamente para essa limitação. No contexto brasileiro, a doença é classificada como negligenciada e fortemente associada aos determinantes sociais da saúde.
Objetivos
Descrever os casos notificados de leptospirose de acordo com as variáveis sociodemográficas e a tendência das taxas de incidência, segundo região, entre os anos 2007 a 2024, no Brasil.
Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico, com abordagem quantitativa, com dados extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizado no sítio do TabNet/DataSUS. Foram incluídos todos os casos notificados de leptospirose (CID A27), no período de 2007 a 2024. As variáveis utilizadas foram sexo, escolaridade, faixa etária, raça/cor, área de infecção (urbana ou rural) e região do país. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, calculando-se proporções e taxas, organizados e analisados em planilha de Excel. Por se tratar de um estudo com dados secundários de domínio público, não houve necessidade de submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados
Foram notificados 61.106 casos de leptospirose no Brasil (2007-2024), com predomínio em homens (80,2%) e na faixa etária de 20-59 anos (72,9%). Pardos (37,6%) e brancos (45,0%) concentraram maior proporção. Em relação à escolaridade, a maioria possuía ensino fundamental incompleto (29,7%), porém, houve 39,4% de casos sem informação da escolaridade. A maioria dos casos ocorreu em áreas urbanas (54,5). As maiores taxas nacionais ocorreram em 2014 (2,4/100 mil hab.), com queda até 2021 (0,8/100 mil hab.) e oscilações posteriores. A Região Norte apresentou pico expressivo (10,1/100 mil hab.) em 2014 e a região Sul, apesar da tendência de queda, apresentou maiores taxas em quase todo o período.
Conclusões/Considerações
Os resultados obtidos a partir desse estudo ressaltam a importância de implementar estratégias em Saúde Pública e Coletiva direcionadas para os grupos e regiões considerados de alto risco, com abrangência dos fatores determinantes e condicionantes do processo saúde-doença. Torna-se necessária uma abordagem com ações educativas e preventivas, além de ações e políticas intersetoriais que possam minimizar os efeitos causados pela leptospirose.
SÉRIE HISTÓRICA DOS CASOS DE COQUELUCHE NO DISTRITO FEDERAL, 2015 A ABRIL DE 2025
Pôster Eletrônico
1 Centro Universitário Euro-Americano
Apresentação/Introdução
A coqueluche é uma infecção bacteriana respiratória altamente contagiosa. Afeta todas as idades, embora mais grave em lactentes. Apesar da vacinação, a doença tem ressurgido como um desafio de saúde pública, com grande impacto na morbimortalidade. A produção de evidências locais pode contribuir para a atualização de dados e estratégias e, assim, subsidiar ações de vigilância e controle da doença.
Objetivos
Avaliar a tendência temporal dos casos confirmados de coqueluche no Distrito Federal (DF) no período de 2015 a 2025, com enfoque nas taxas de incidência da doença.
Metodologia
Trata-se de um estudo epidemiológico ecológico descritivo. Foi realizada uma série histórica de 2015 a abril de 2025 dos casos confirmados de coqueluche no DF notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN). Foram incluídos no estudo todos os casos confirmados por avaliação clínica, laboratorial ou clínica-epidemiológica. Os dados da população do DF foram obtidos pela estimativa populacional de 2024, disponibilizada pelo site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com auxílio da plataforma Excel, efetuou-se o cálculo das taxas de incidência de coqueluche por 100.000 habitantes, por ano.
Resultados
Foram confirmados 631 casos de coqueluche no DF no período analisado. A maior taxa de incidência ocorreu em 2024 com 8,64 casos/100.000 habitantes e a menor taxa ocorreu em 2023, 0,16 casos/100.000 habitantes. No período de 2015 a 2019 ocorreram 291 casos, 46% do total. No ano de 2019, a taxa de incidência foi 1,86 casos/100.000 habitantes. De 2020 a 2022, 19 casos (3%) foram confirmados e de 2023 a 2025, 321 (51%). Em 2025, de janeiro a abril, foram observados 58 casos e a taxa de incidência foi 1,93 casos/100.000 habitantes.
Conclusões/Considerações
Os dados sugerem redução da taxa de incidência no período da pandemia da covid-19, o que pode envolver a diminuição das notificações, fatores de confusão ao diagnóstico clínico e o isolamento da população. Após a pandemia, houve aumento da incidência, superior ao período pré-pandêmico, o que evidencia a necessidade de estudos para compreensão deste cenário.
ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DE ESTIGMATIZAÇÃO PELA COMUNIDADE ÀS PESSOAS ACOMETIDAS PELA HANSENÍASE EM ITAGUAÍ-RIO DE JANEIRO
Pôster Eletrônico
1 UERJ
Apresentação/Introdução
O estigma associado à hanseníase e a discriminação às pessoas acometidas são desafios à política de eliminação da doença, independente do contexto social, político e econômico. Entre 2001 e 2021 foram diagnosticados 451 casos de hanseníase em residentes de Itaguaí-Rio de Janeiro, 34 casos em menores de 14 anos. Em média foram registrados 22,5 casos/ano, sendo um problema de saúde pública local.
Objetivos
Analisar a prevalência de estigmatização pela comunidade às pessoas acometidas pela hanseníase em Itaguaí-Rio de Janeiro.
Metodologia
Estudo de agregado comunitário do tipo descritivo, observacional e de prevalência, com amostra aleatória de 1.022 residentes em Itaguaí-Rio de Janeiro. Critérios de inclusão foram: idade igual ou superior a 18 anos, ter informação prévia sobre hanseníase e participar mediante assinatura do termo de consentimento. Critério de exclusão foi ser pessoa acometida pela hanseníase ou contato intradomiciliar. A Escala de Estigma Explanatory Model Interview Catalogue para membros da Comunidade foi o instrumento utilizado. Os dados foram analisados através de medidas descritivas simples e de prevalência. O estudo é parte do projeto aprovado em comitê de ética sob parecer 6.810.145.
Resultados
Na análise parcial, 22 primeiras entrevistas feitas com os membros da comunidade do município de Itaguaí revelaram a prevalência de uma atitude estigmatizante em relação à pessoa afetada pela hanseníase. Porém, esta atitude não é percebida com a mesma intensidade em relação aos contatos dessa pessoa. A maioria dos participantes afirmou que a hanseníase não seria um problema para a pessoa se casar, informando uma atitude positiva da comunidade em relação à vida afetiva de pessoas afetadas. A maioria dos participantes também afirmou que ter hanseníase causaria dificuldade para uma pessoa encontrar trabalho, indicando um impacto socioeconômico importante na vida das pessoas afetadas pela doença.
Conclusões/Considerações
Os dados parciais revelam que entre os danos resultantes do estigma da comunidade estão a exclusão social e a dificuldade de obtenção de trabalho. O estudo demonstra a necessidade de ações de capacitação, advocacy e mediação a serem desenvolvidas pelos serviços de saúde, educação, assistência social e justiça para enfrentamento do estigma às pessoas acometidas pela hanseníase e seus familiares na comunidade.
DESAFIOS DA GESTÃO DA CLÍNICA NA ATENÇÃO ÀS HEPATITES VIRAIS EM UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA REGIONAL MATO-GROSSENSE
Pôster Eletrônico
1 UNEMAT
2 UFR
3 SES/MT
4 COSEMS/MT
5 EERP/USP
Apresentação/Introdução
As hepatites virais representam um problema de saúde pública que exige respostas organizacionais para o alcance da meta de eliminação pactuada na Agenda 2030 da Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesse cenário, a gestão da clínica surge como uma estratégia essencial para reorganizar os processos assistenciais, articular fluxos, fortalecer a integralidade do cuidado.
Objetivos
Analisar os desafios da gestão da clínica na atenção às hepatites virais em um serviço de referência regional.
Metodologia
Pesquisa exploratória e descritiva, de abordagem qualitativa, CAAE 01481918.0.0000.5393, realizada em um Centro de Testagem e Aconselhamento/Serviço de Assistência Especializada (CTA/SAE) da Região de Saúde Médio Norte Mato-Grossense. Participaram do estudo todos os profissionais de saúde de nível superior vinculados ao serviço há, no mínimo, seis meses. A coleta de dados foi realizada em 2024, por meio de um grupo focal conduzido com roteiro semiestruturado, questões do perfil e da organização do processo de trabalho, foi gravado e posteriormente transcrito. Material submetido à análise temática, e o corpus foi organizado com base nas sete diretrizes que orientam a gestão da clínica.
Resultados
Na integralidade do cuidado as práticas são centradas em iniciativas individuais. A qualidade e segurança apresenta inexistência de processos estruturados de avaliação e de reuniões clínicas sistemáticas. A articulação e valorização dos diferentes saberes e práticas é o desafio central. A fragilidade na corresponsabilização entre os níveis de atenção leva à sobrecarga do serviço de referência. Na educação de pessoas há predomínio de ações isoladas e iniciativas individuais. Na orientação aos resultados ausência da análise crítica da efetividade do cuidado, desfechos clínicos ou impacto social das ações. A transparência e responsabilização é pontual e restrita a campanhas sazonais.
Conclusões/Considerações
Evidencia-se que a gestão da clínica no serviço de referência enfrenta desafios que vão além da dimensão técnica-assistencial. Eles envolvem questões estruturais, políticas, que exigem maior articulação intersetorial, fortalecimento da educação permanente, integração efetiva com a rede de atenção e comprometimento dos gestores nas esferas municipal, regional e estadual. Superar esses entraves é essencial para avançar na meta de eliminação.
EXPANSÃO DA PREP-HIV NO BRASIL DURANTE O PERÍODO DE 2020 A 2024: UM ESTUDO ECOLÓGICO
Pôster Eletrônico
1 IPTSP/UFG
Apresentação/Introdução
Diante da meta 3.3 dos Objetivos de Desenvolvimento Social (ODS) de acabar com a epidemia do HIV até 2030, nos lança a necessidade de refletirmos sobre as ações estratégicas para o enfrentamento ao HIV. No Brasil a PrEP é ofertada através do SUS, porém ainda existem iniquidades presentes em seu acesso. Assim, se faz necessário compreender a distribuição dos serviços e as desigualdades regionais.
Objetivos
Analisar a distribuição de municípios e unidades de dispensação de medicamentos (UDM) ofertantes de PrEP nas regiões brasileiras.
Metodologia
Foi realizado estudo observacional ecológico descritivo a partir de dados secundários de todas as unidades federativas (UF) durante o período de 2020 a 2024 extraídos do painel de monitoramento da PrEP do Ministério da Saúde. Na categoria “Indicadores” da referida base de dados, foram considerados os dados quantitativos de municípios e UDM ofertantes de PrEP-HIV de acordo com a UF no período de interesse. Os dados foram agrupados por regiões (Norte; Nordeste; Centro-Oeste; Sul e Sudeste) em uma planilha no programa Microsoft Excel versão 365 e analisados estatisticamente. Este estudo utilizou apenas dados de domínio público e já anonimizados sem qualquer tipo de identificação de indivíduo.
Resultados
A partir dos dados analisados observou-se que durante o período investigado houve uma tendência crescente no aumento de municípios e respectivamente de UDM’s na dispensação de PrEP. Em 2020 havia no país 177 municípios e 243 UDM’s que ofertavam PrEP, em 2024 foi identificado 659 municípios e 1103 UDM ofertantes, ou seja, um crescimento de 372% em relação aos municípios, e respectivamente 454% em relação às UDM’s. Observa-se que a região Sudeste apresenta maior concentração de municípios com 41% e 51% das UDM’s, seguido pela região Sul com 23,8% e 17,2%; Nordeste com 16,6% e 14,4%, Centro-Oeste com 9,4% e 8,7% e Norte com 9,1% e 8,5%.
Conclusões/Considerações
Diante dos dados encontrados observa-se a expansão de municípios e de UDM’s na oferta de PrEP para população em risco substancial de infecção ao HIV, porém os dados encontrados corroboram com outros estudos sobre a concentração de serviços de saúde no eixo Sul-Sudeste do país. Destarte, novas pesquisas são necessárias para verificar se a expansão da oferta da PrEP tem produzido impactos significativos para a diminuição de novos casos de HIV.
VIVÊNCIAS DE QUEM VIVE COM HIV: RELATOS SOBRE DESAFIOS DO TRATAMENTO DIANTE DO PRECONCEITO SOCIAL E AFETIVO
Pôster Eletrônico
1 UEPA
Apresentação/Introdução
A infecção causada pelo vírus do HIV é um importante problema de Saúde Pública global. Seu tratamento tem se transformado ao longo das últimas décadas, principalmente com o advento da terapia antirretroviral (TARV). No entanto, apesar dos avanços, a descontinuidade da terapia persiste como grande desafio para os Centros de Referência que atuam no cuidado a pessoas e manejo dessa condição.
Objetivos
Descrever os desafios que as pessoas que vivem com HIV (PVHIV) enfrentam em relação ao preconceito no tratamento a doença em um Centro de Referência.
Metodologia
Realizou-se pesquisa exploratória, descritiva, com abordagem qualitativa, aprovada por CEP, realizada no Centro de Atenção à Saúde em Doenças Infecciosas Adquiridas (CASA DIA), na cidade de Belém-Pará. Foram entrevistados 13 participantes, maiores de 18 anos, de ambos os sexos, com mais de 1 ano de tratamento com a TARV. A entrevista foi semiestruturada, gravada e transcrita pelo software Descript. Na análise dos dados foi utilizado o software IRaMuTeQ®, gerando um único corpus com apresentação de taxa de retenção de 99,98% do material utilizado para a análise. Obteve-se duas análises estatísticas: Classificação Hierárquica Descente (6 classes distintas) e a Nuvem de Palavras.
Resultados
O preconceito se entrelaça ao medo, de como lidar com o vírus e se relacionar com as pessoas. A pesquisa mostra como os participantes se sentem ao serem confrontados a esses preconceitos, revelando que o estigma associado ao HIV/AIDS é presente. Preconceitos velados, explícitos, emocionais, afetivos e sociais foram os mais relatados. Para PVHIV entrevistadas esconder o diagnóstico é a opção escolhida como forma de proteção. Destaca-se também o impacto do preconceito ao tratamento, com consequências de depressão, o que gera culpa e julgamento às PVHIV, levando-os a pensamentos suicidas. A desinformação à síndrome e o medo da rejeição são fatores importantes à descontinuidade ao tratamento.
Conclusões/Considerações
O preconceito é um desafio significativo que afeta negativamente a adesão, a continuidade do tratamento e o bem-estar geral das PVHIV. É importante que instituições de saúde adotem políticas rigorosas contra a discriminação e promovam ambientes de cuidado acolhedor e inclusivos para garantir que o tratamento seja acessível e livre de julgamentos, como garantia de seus direitos no que diz respeito ao cuidado eficaz, humano e completo.
ENTRE A VONTADE DE DESISTIR E PERSISTIR: EXPERIÊNCIAS DE PESSOAS VIVENDO COM HIV FRENTE ÀS REAÇÕES E COMPLICAÇÕES DA TERAPIA ANTIRRETROVIRAL
Pôster Eletrônico
1 UEPA
Apresentação/Introdução
O advento da terapia antirretroviral (TARV) tem transformado o prognóstico da infecção pelo vírus do HIV em uma condição crônica e tratável. No entanto, reações adversas, entre elas metabólicas, gastrointestinais, neuropsiquiátricas, podem ocorrer. O que, em alguns casos, pode contribuir para interrupção do projeto terapêutico.
Objetivos
Identificar as principais reações adversas à TARV de pessoas que vivem com HIV (PVHIV) acompanhadas em um Centro de Referência.
Metodologia
Pesquisa exploratória, descritiva, com abordagem qualitativa, aprovada por CEP, realizada no Centro de Atenção à Saúde em Doenças Infecciosas Adquiridas (CASA DIA), na cidade de Belém-Pará. Participaram 13 pessoas, maiores de 18 anos, de ambos os sexos, com mais de 1 ano de tratamento com a TARV. Realizou-se entrevista semiestruturada, gravada e transcrita pelo software Descript. Na análise dos dados foi utilizado o software IRaMuTeQ®, com 99,98% de taxa de retenção do corpus. Realizou-se duas análises estatísticas: Classificação Hierárquica Descente (6 classes distintas) e a Nuvem de Palavras. Neste trabalho utiliza-se resultados da classe: Sentir reações ao começar a tomar os medicamentos.
Resultados
Observou-se que apesar do tratamento ter ocasionado reações entre alguns participantes, é notável o reconhecimento de sua importância nas falas. Relatos mostram experiências desagradáveis e dolorosas com as reações adversas à TARV, afetando tanto a dimensão física quanto psicológica dos participantes. Tais reações são um fator crítico que contribuiu para a descontinuidade do tratamento entre parte dos entrevistados, principalmente nos primeiros meses. Alguns participantes consideraram desistir, entre eles há os que persistiram por reconhecer seu efeito benéfico, outros buscaram distintas alternativas para suprimir ou minimizar, em nível tolerável, seus impactos no dia a dia.
Conclusões/Considerações
O reconhecimento do impacto das reações adversas como uma barreira à continuidade do tratamento é de grande importância para fomentar ações de educação em saúde com os usuários sobre seu tratamento, suas medicações e os possíveis reações adversas. Nesse sentido, supervisão e orientação aos profissionais de saúde mostram-se necessárias para melhor gerenciamento das condições e estratégias para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.
PRESCREVER PARA PREVENIR: A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA AMPLIAÇÃO DO ACESSO À PREVENÇÃO DA TUBERCULOSE EM MANAUS, 2024/2025
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ AMAZONIA; Secretaria Municipal de Saúde de Manaus
2 Secretaria Municipal de Saúde de Manaus
3 Universidade Federal do Rio de Janeiro; Secretaria Municipal de Saúde de Manaus; Rede TB
Apresentação/Introdução
A prescrição do tratamento preventivo da tuberculose (TPT) por enfermeiros representa um avanço importante na resposta ao enfrentamento da tuberculose no Brasil. Respaldado pela Nota Informativa nº 4/2024 do MS e pelo Parecer nº 040/2023 do COFEN, o enfermeiro contribui diretamente para a ampliação do acesso ao cuidado, a prevenção da doença e, a longo prazo, redução da incidência da tuberculose.
Objetivos
Analisar a atuação do enfermeiro na prática de prescrição do tratamento preventivo da tuberculose em Manaus.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa, baseado na análise de dados secundários extraídos do Sistema de Informação da Infecção Latente por Tuberculose (IL-TB), no período de maio de 2024 a maio de 2025. As variáveis analisadas incluíram a categoria profissional do prescritor, a indicação para o tratamento e o tipo de regime terapêutico prescrito. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva, utilizando o software SPSS.
Resultados
Entre maio/2024 e maio/2025, enfermeiros prescreveram 811 TPT, representando 37% das 2.189 prescrições. Houve crescimento nos quatro primeiros meses — maio (20), junho (79), julho (109) e agosto (115) — seguido de estabilidade (40–68/mês). As principais indicações foram contatos de TB (n=408; 50,3%) e pessoas vivendo com HIV (n=385; 47,5%), com outras indicações somando 18 casos (2,2%). O regime terapêutico mais utilizado foi rifapentina + isoniazida por 3 meses (3HP), com 760 (93,7%). Os demais regimes somaram 51 prescrições (6,3%).
Conclusões/Considerações
A prescrição do TPT por enfermeiros em Manaus representou cerca de um terço do total. A concentração em grupos prioritários, como contatos de tuberculose e pessoas vivendo com HIV, reforça o papel da enfermagem na ampliação do acesso à prevenção. A predominância do regime 3HP evidencia alinhamento com as diretrizes nacionais e fortalece as ações de controle da tuberculose no município.
FATORES ASSOCIADOS À MORTALIDADE POR CÓLERA NO HAITI: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Pôster Eletrônico
1 UFRJ
2 UFES
Apresentação/Introdução
Introdução: Em diversos países, incluindo o Brasil, as ocorrências de doenças transmissíveis estão em franco declínio e as condições crônicas já correspondem às causas de maior magnitude nos indicadores de mortalidade. Estima-se que em países com indicadores socioeconômicos desfavoráveis, a exemplo do Haiti, as causas de doenças e mortes sejam predominantemente infecciosas e transmissíveis.
Objetivos
Objetivo: identificar produções científicas disponíveis na literatura acerca dos fatores associados à mortalidade por cólera no Haiti.
Metodologia
Método: estudo de revisão integrativa, que incluiu artigos publicados no recorte temporal de 2014 a 2024, em português, inglês e/ou espanhol, nas bases de dados eletrônicas: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline) via PubMed, Web of Science via Portal de periódicos da CAPES, Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Eletronic Library Online (Scielo).
Resultados
Resultados: Foram incluídos um total de 16 artigos. O aumento no número de casos e óbitos por cólera no Haiti estiveram associados aos seguintes aspectos: vulnerabilidade de grupos populacionais específicos, como crianças e idosos; influência de determinantes sociais como insegurança alimentar, pobreza e falta de acesso a serviços de saúde e de saneamento básico.
Conclusões/Considerações
Conclusão: o conhecimento dos fatores associados ao aumento dos casos e óbitos por cólera aponta para a importância do aprimoramento de políticas públicas intersetoriais que considerem as especificidades socioambientais dos países na vigilância das ações de saúde e assim contribuam para a melhoria das condições de vida da população.
EPIDEMIOLOGIA DO CÓLERA NO HAITI: ANÁLISES DAS OCORRÊNCIAS NO PERÍDO 2010-2023
Pôster Eletrônico
1 UFRJ
2 IOC
3 UFES
Apresentação/Introdução
Introdução: Há alguns anos o Haiti, país caribenho com aproximadamente 12 milhões de habitantes, vem enfrentando diversas crises políticas com consequenciais nas condições de vida e saúde da população. Dentre elas, as constantes epidemias de cólera alertam para investimentos básicos, sobretudo em estruturas sanitárias adequadas.
Objetivos
Objetivo: Descrever os coeficientes de incidência, letalidade e mortalidade por cólera no Haiti e entre os anos 2010 a 2023, discutindo possíveis fatores que influenciaram na variação destes indicadores.
Metodologia
Método: estudo ecológico, realizado a partir de análises de dados secundários de domínio público, disponíveis nas bases de dados da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde Pública do Haiti. Apresentam-se análises descritivas (casos absolutos e taxas populacionais)
Resultados
Resultados: No recorte temporal estudado, o volume anual de cólera alcançou 3.336 casos e a taxa de mortalidade chegou a 40 óbitos para cada 100 mil habitantes. A taxa de letalidade por cólera registrou 2,3%. A epidemia de cólera ocorrida no Haiti entre 2010 e 2011 foi associada às consequências do terremoto ocorrido em 2010. E a baixa incidência ou o novo aumento em 2022 foi atribuída à fragilidade na notificação dos casos (estrutura dos serviços de saúde), permanência das condições de pobreza e falta de acesso a serviços de saúde e de saneamento básico adequado.
Conclusões/Considerações
Conclusão: o conhecimento dos indicadores de saúde e dos fatores associados à ocorrência dos casos e óbitos por cólera aponta para a importância do aprimoramento das medidas eficazes de promoção de saúde de caráter intersetorial, voltadas para a redução ou eliminação desta doença e consequentemente para a melhoria das condições de vida da população.
EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE POR HANSENÍASE EM GOIÁS: ANÁLISE DESCRITIVA DE 2013 A 2023
Pôster Eletrônico
1 UFG
Apresentação/Introdução
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pela Mycobacterium leprae, e com potencial de causar incapacidades físicas². Embora seja uma doença curável, o estigma e o diagnóstico tardio ainda contribuem para mortes evitáveis¹. Dessa forma, analisar a mortalidade torna-se fundamental, pois permite dimensionar esses impactos e evidenciar a necessidade de intervenções eficazes.
Objetivos
Descrever a taxa de mortalidade por hanseníase no estado de Goiás entre os anos de 2013 e 2023, a partir de dados oficiais do Sistema de Informações sobre Mortalidade.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem quantitativa, fundamentado em dados secundários provenientes de sistemas públicos de informação em saúde. Foram analisados os óbitos por hanseníase ocorridos em Goiás entre 2013 e 2023. As informações foram obtidas do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), acessado via DATASUS, com base no código A30 da Classificação Internacional de Doenças (CID-10). As estimativas anuais da população residente em Goiás foram fornecidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As taxas de mortalidade foram calculadas por 100.000 habitantes, por meio da fórmula: n* de óbitos no ano dividido pela população do mesmo ano, X por 100.000.
Resultados
Entre 2013 e 2023, foram registrados 113 óbitos por hanseníase em Goiás. As taxas de mortalidade variaram de 0,08 a 0,25 por 100 mil habitantes, com o maior valor em 2014 (0,25) e o menor em 2020 (0,08). Os maiores índices ocorreram em 2013, 2014 e 2017. Do total de óbitos, 80 foram em homens e 33 em mulheres. A maioria ocorreu em pessoas com 50 anos ou mais (84 casos), destacando-se as faixas de 60 a 69 anos (30), 50 a 59 (22), 70 a 79 (21) e 80 anos ou mais (11). Quanto à escolaridade, 26 não tinham instrução, 22 tinham 1 a 3 anos de estudo, 21 tinham 4 a 7, 7 tinham 8 a 11, e 2 tinham 12 anos ou mais; 35 casos não informaram.
Conclusões/Considerações
A análise revelou taxas baixas de mortalidade por hanseníase em Goiás ao longo da década,mas mesmo valores reduzidos mostram falhas no diagnóstico precoce e no acesso ao tratamento, condições centrais para prevenir os óbitos.Em consonância com estudos recentes que trazem a mortalidade relacionada a vulnerabilidade de populações idosas e de menor escolaridade³,reforçando a necessidade de fortalecer a vigilância epidemiológica e ações educacionais.
O IMPACTO DO COVID-19 NA VACINAÇÃO EM GOIÂNIA E GOIÁS
Pôster Eletrônico
1 Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva IPTSP/UFG
2 Faculdade de Medicina, UFG
3 Secretaria Municipal de Saúde, Goiânia
4 Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, IPTSP/UFG
Apresentação/Introdução
INTRODUÇÃO: As vacinas estão entre as intervenções mais seguras e eficazes, prevenindo milhões de mortes ao ano. A cobertura vacinal reflete a proteção coletiva e orienta estratégias para ampliar a adesão. Assim, entender os fatores associados à sua queda durante a pandemia de Covid-19 é essencial para preservar os avanços em saúde pública.
Objetivos
OBJETIVOS: Avaliar o efeito da pandemia da Covid-19 na cobertura vacinal na cidade de Goiânia e no estado de Goiás.
Metodologia
METODOLOGIA: Foi realizado um estudo analítico, ecológico, com dados secundários, utilizando a base de dados do SIPNI, disponibilizado publicamente pela plataforma do DATASUS nos períodos 2015-2019 e 2020-2023. Foi realizado o teste t de Student para estimar o nível de significância, sendo considerados os valores de p<0,05 como estatisticamente significantes.
Resultados
RESULTADOS: A análise dos dados de cobertura vacinal entre os períodos de 2015-2019 e 2020-2023, pré e pós-pandêmico, revela uma queda no segundo intervalo. A vacina da poliomielite, por exemplo, apresentava uma cobertura em Goiânia e Goiás no período pré de 76,2% e 82,1%; e na pós-pandemia, a taxa foi de 65,6% e 78,1%, respectivamente. Em todas as vacinas aplicadas em Goiás, a tendência desde 2015 foi de queda (p=0,0472), com essa redução mais acentuada no período pós pandemia, e em Goiânia com padrão semelhante (p=0,0472). Esses dados suscitam projetos e ações para elevar as taxas de imunização e proceder com a melhora da saúde pública.
Conclusões/Considerações
CONCLUSÃO: A ampliação da cobertura vacinal é um desafio contínuo, exigindo o fortalecimento de todo o processo de imunização no país, com maior produção de imunobiológicos, capacitação de profissionais e ampliação dos horários das salas de vacina pelos municípios. Também é fundamental integrar a vigilância em saúde com a atenção primária, identificando áreas de baixa cobertura e bolsões de não imunizados.
REPRESENTAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS DA HANSENÍASE A PARTIR DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA COM LÓCUS EM MATO GROSSO
Pôster Eletrônico
1 UFMT
2 UNIC
3 UNIVAG
Apresentação/Introdução
A Hanseníase é considerada por muitos como um problema de Saúde Pública, especialmente em países e áreas endêmicas e é uma doença que pode atingir indivíduos inseridos em toda e qualquer classe social; porém aponta uma maior incidência na população de baixa renda, devido ao desfavorecimento socioeconômico, condições precárias, propiciando a contaminação e propagação do bacilo causador.
Objetivos
Analisar as representações socioambientais presentes no universo reificado a respeito da hanseníase com lócus no Estado de Mato Grosso.
Metodologia
Para o desenvolvimento deste trabalho foi utilizado um procedimento de modelagem estatística multivariado desenvolvido por Max Reinert. Para sua implementação utilizou-se o software open source IRAMUTEQ. O uso do procedimento de classificação hierárquica descendente pelo método de Reinert organizou o discurso em dois grandes eixos que são compostos por 4 classes. Os nomes atribuídos foram designados de modo a considerar o conteúdo discursivo selecionado pelo software, que inclui as palavras mais frequentes e, portanto, mais características de cada classe.
Resultados
As classes desenvolvidas nas Análises dos Resultados deste estudo, apontaram informações importantes como maior incidência da doença conforme faixa etária entre menores de 15 anos ou maiores de 15 anos, maior prevalência da referida patologia, maior número de casos em grau de incapacidade I e II, as formas clínicas Dimorfa e Multibacilar foram encontradas com maior frequência, medidas de controle e prevenção, bem como perfil epidemiológico e socioeconômico, ou seja, local de habitação, saneamento básico, nível de escolaridade, e renda familiar dos participantes.
Conclusões/Considerações
Mato Groso ainda é considerado como um dos estados mais emergentes no que tange a Hanseníase. Fatores apontados como: precariedade, saneamento básico, acesso a saúde, fatores socioeconômicos e diagnóstico precoce têm uma forte influência neste alto índice da doença, é fundamental que haja um incentivo para maiores estudos referentes ao tema, bem como a implementação de medidas educativas em saúde, em prol da prevenção e controle da doença.
COBERTURAS VACINAIS EM CRIANÇAS DE ATÉ 2 ANOS NA REGIÃO NORTE DO BRASIL: COMPARAÇÃO ENTRE INQUÉRITO DE COBERTURA VACINAL E DADOS DO SIPNI
Pôster Eletrônico
1 Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
2 Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
Apresentação/Introdução
O Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) é a fonte oficial de dados sobre cobertura vacinal. No entanto, inquéritos de cobertura vacinal bem conduzidos metodologicamente, representam uma ferramenta importante para estimar a cobertura vacinal real da população, fornecendo informações mais precisas, em contextos onde o registro de dado informatizados pode ser impreciso.
Objetivos
Comparar as coberturas vacinais (CVs) em crianças de até 2 anos nascidas entre 2017 e 2018 das capitais Manaus e Belém, segundo o Inquérito de Cobertura Vacinal (ICV) e o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI).
Metodologia
O inquérito foi realizado nas 26 capitais brasileiras, Distrito Federal (DF) e em 12 cidades com mais de 100 mil habitantes situadas fora das regiões metropolitanas, localizadas nas diferentes regiões geográficas, com exceção da Região Norte, para qual foram estudadas apenas as capitais. O plano amostral usado na realização da pesquisa foi desenhado em dois estágios: setor censitário e domicílio elegível (os que têm pelo menos uma criança moradora nascida em 2017 ou 2018). No ICV as coberturas vacinais foram obtidas por meio dos registros da caderneta de vacinação, que foram comparadas com as doses registradas no SIPNI, divididas pela população-alvo.
Resultados
Em Manaus, segundo ICV, em 2017, atingiram a meta BCG (93,8%;IC95% 90,3;96,1), 1ª pneumocócica (96,3%;IC95% 92,9;98,1), meningocócica (96,5%;IC95% 93,2;98,2), SCR (96,6%;IC95% 94,2;98,0), VIP (96,6%;IC95% 93,3;98,3), 2ª VIP (95,4%;IC95% 91,6;97,5) e FA (96,6%;IC95% 91,8;97,7). Segundo SIPNI, BCG (100,1%), hepatite B (99,6%) e 1ª SCR (124,4%).Em 2018, segundo ICV, BCG (93,5%;IC95% 88,8;96,3), 1ª VIP (98,2%;IC95% 95,3;96,2), pentavalente (97,9%;IC95% 95,1;99,1) e SCR (95,2%;IC95% 92,0;97,1). Segundo SIPNI, BCG (98,2%), hepatite B (97,8%) e 1ª SCR (147%). Em Belém, em 2017, nenhuma atingiu a meta. Em 2018, segundo ICV, apenas BCG (90,1%;IC95% 82,4;94,7); segundo SIPNI, apenas 1ª SCR (103,0%).
Conclusões/Considerações
As coberturas vacinais permanecem aquém das metas preconizadas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), evidenciando fragilidades importantes no alcance e efetividade da imunização infantil. São imprescindíveis estimativas mais precisas e sistematicamente atualizadas para o monitoramento adequado da situação vacinal.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS NOTIFICAÇÕES DE ATENDIMENTO ANTIRRÁBICO HUMANO NA BAHIA, 2020 A 2024.
Pôster Eletrônico
1 SESAB- Núcleo Regional de Saúde do Sudoeste
2 SESAB- Núcleo Regional de Saúde Leste
Apresentação/Introdução
A raiva é uma doença viral grave que afeta o sistema nervoso central, transmitida aos humanos pela saliva ou secreções de mamíferos domésticos ou selvagens infectados. Cães e gatos são as principais fontes de infecção nas áreas urbanas. A prevenção inclui profilaxia pré-exposição para grupos de risco, profilaxia pós-exposição após acidentes com animais potencialmente transmissores ou reexposição.
Objetivos
Caracterizar o perfil epidemiológico das notificações de atendimento antirrábico humano no Estado da Bahia, considerando características sociodemográficas, incidência segundo macrorregião de saúde e município de residência e antecedentes epidemiológicos.
Metodologia
Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, de abordagem quantitativa que utiliza dados secundários das notificações de atendimento antirrábico informadas no Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN), na Bahia (2020 a 2024). Os dados foram organizados e analisados através do R, Microsoft Excel365 e Tabwin, e apresentados por meio de tabelas, mapas e gráficos. A distribuição espacial dos casos considerou os municípios de residência dos atendimentos. Os dados são secundários, anonimizados e encontram-se publicamente disponíveis no portal de transferência de arquivos do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), dispensando submissão a um comitê de ética em pesquisa.
Resultados
Foram notificados 230.803 atendimentos (média de 46.161 casos/ano). A maioria acometeu pessoas do sexo masculino (52,03%), negras (71,92%), com faixa etária de 35-49 anos (21,39). A taxa de incidência foi crescente, variando de 302,71 (2021) a 324,49 casos por 100.000 habitantes (2024), com destaque para Macrorregiões Norte e Centro-Leste. 95,61% dos animais agressores foram cães e gatos, e mordedura/arranhadura, os principais tipos de exposição (94,35%). Observação e vacina (32,87%) e observação do animal (cão e gato) (29,99%) foram as principais indicações de tratamento. Destaca-se a incompletude muito ruim das variáveis motivo, interrupção do tratamento e busca ativa em caso de abandono.
Conclusões/Considerações
Campanhas educativas voltadas para regiões com maiores taxas de incidência de atendimento antirrábico, considerando características da população mais acometida, são estratégias importantes para a prevenção da raiva humana. Destaca-se ainda a educação continuada para profissionais de saúde responsáveis pelo preenchimento das fichas de investigação como ações importantes que podem ser norteadas pelos descritivos epidemiológicos.
ANALISE DA COBERTURA VACINAL DA HEPATITE A NA REGIÃO METROPOLITANA DA BAIXADA SANTISTA ENTRE 2016 A 2023
Pôster Eletrônico
1 Universidade Católica de Santos (UNISANTOS)
Apresentação/Introdução
A hepatite A tem sido relatada há séculos, especialmente em surtos de icterícia, mas foi apenas no século XX que seu agente causador foi identificado, revelando a transmissão fecal-oral e destacando a importância do saneamento básico na prevenção. A Região Metropolita da Baixada Santista (RMBS) é composta por nove municípios e possui um dos maiores portos da América Latina.
Objetivos
Analisar a dinâmica espacial da Cobertura Vacinal da hepatite A na Região Metropolitana da Baixada Santista no período de 2016 a 2023.
Metodologia
Este é um estudo ecológico misto que utiliza dados secundários de domínio público. Serão obtidas informações sobre doses aplicadas junto ao sistema de informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI), nascidos vivos junto ao sistema de informação de nascidos vivos (SINASC), e óbitos junto ao Sistema de Informação de Mortalidade, todos esses sistemas de informação fazem parte do Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foi realizado o calculo da cobertura vacinal (CV) e feita a análise descritiva, teste de Kruskal-Wallis, teste de Qui-quadrado e análise da autocorrelação espacial. O nível de significância foi de 5%.
Resultados
A vacinação contra Hepatite A é essencial, especialmente em regiões com saneamento básico precário. Após oscilar entre 2016 e 2022 (p<0,001), a cobertura caiu com a pandemia de COVID-19 (p<0,05). Em 2023, Santos, Guarujá e São Vicente lideraram em doses aplicadas na RMBS (p<0,05), enquanto Mongaguá teve a menor cobertura (p<0,05).
Conclusões/Considerações
As variações regionais refletem diferenças em infraestrutura, campanhas e acesso aos serviços de saúde. Serão necessárias medidas políticas mais assertivas para melhorar a CV da Região.
ANÁLISE DA TENDÊNCIA DOS INDICADORES DA HANSENÍASE NO ESTADO DE GOIÁS, NO PERÍODO DE 2013 A 2023
Pôster Eletrônico
1 UFG
Apresentação/Introdução
A hanseníase ainda representa um importante desafio de saúde pública no Brasil, especialmente em regiões com alta endemicidade, como o estado de Goiás, que teve taxa de detecção geral de 11,82 casos/100 mil habitantes em 2023. O monitoramento de indicadores epidemiológicos é fundamental para avaliar a efetividade das ações de controle e fortalecer estratégias de diagnóstico e tratamento oportuno.
Objetivos
Analisar a tendência temporal dos indicadores da hanseníase no estado de Goiás, no período de 2013 a 2023.
Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico de série temporal dos indicadores da hanseníase no estado de Goiás, região Centro-Oeste, que utilizou dados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), no período de 2013 a 2023. Os dados foram analisados por meio de tabelas e gráficos criados no software Microsoft Excel®. Foram avaliados os seguintes indicadores: taxa de detecção geral de casos novos de hanseníase; taxa de detecção de casos novos de hanseníase em menores de 15 anos; proporção de casos novos de hanseníase com grau 2 de incapacidade física no momento do diagnóstico; proporção de casos novos multibacilares e proporção de cura entre os casos novos de diagnóstico nos anos das coortes.
Resultados
Em 2013, a taxa de detecção geral foi de 30,16/100 mil hab., caindo para 11,71 em 2023 (- 61%). Em menores de 15 anos a taxa caiu de 7,87 para 0,75 (queda superior a 90%). A proporção de casos com grau 2 de incapacidade física teve tendência crescente, atingindo o maior valor da série em 2022 (10,9%). Em 2023, houve redução para 7,4%. Em 2013, 72,5% dos casos eram multibacilares, percentual que chegou a 86,1% em 2021 e manteve-se elevado até 2023 (79,7%). Entre 2013 e 2016, a proporção de cura oscilou entre 82,2% e 88,0%, atingindo a maior taxa em 2023 (89,1%). Houve uma leve queda nos anos de 2021 (82,9%) e 2022 (83,9%), possivelmente relacionada a impactos da pandemia.
Conclusões/Considerações
A tendência dos coeficientes de detecção na população geral e em menores de 15 anos mostrou-se decrescente em Goiás. No entanto, a manutenção de proporções elevadas de casos multibacilares e com grau 2 de incapacidade física indicam a persistência do diagnóstico tardio. Os resultados reforçam a necessidade de intensificar as ações de vigilância, diagnóstico precoce e prevenção de incapacidades, visando o controle efetivo da doença no estado.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ATENDIMENTOS ANTIRRÁBICOS HUMANOS NA REGIÃO NORTE DO CEARÁ, 2015 A 2024.
Pôster Eletrônico
1 SESA-Ceará
2 SESA-ceará
Apresentação/Introdução
A raiva é uma encefalite viral aguda, transmitida principalmente por mordedura ou lambedura de animais infectados. A exposição ao risco de transmissão é um agravo frequente nos serviços de atenção primária à saúde. A conduta exige conhecimento técnico e habilidade por parte dos profissionais, sendo fundamental a avaliação criteriosa do tipo de exposição e da condição do animal agressor.
Objetivos
Analisar a epidemiologia dos atendimentos antirrábicos humanos nas Áreas Descentralizadas de Saúde da região norte do Ceará, considerando o período de 2015-2024.
Metodologia
Estudo transversal dos atendimentos antirrábicos humanos, no período de 2015 a 2024, nos cinquenta e cinco municípios que compõem as cinco Áreas Descentalizadas de Saúde (ADS) da região norte do Ceará. Os dados foram coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, tendo como variáveis exposição, ano, município, ADS, idade, sexo, zona de residência, tipo de exposição e observação do animal. A análise foi realizada no software Stata 11, por meio do teste do qui-quadrado, com nível de significância de 5%. Calculou-se também a incidência média de atendimentos por município. Os resultados foram expressos em tabelas, gráficos e mapas espaciais.
Resultados
Foram analisados 32.503 atendimentos. A ADS Sobral concentrou 99,9% dos registros (32.482 casos), enquanto a ADS Acaraú apresentou o menor número (5 casos). A exposição mais frequente foi mordedura (28.763 casos), seguida por lesão profunda (13.867), arranhão (5.460) e lambedura (1.219). A maioria dos casos ocorreu em zona urbana, com destaque para Sobral (5.188 casos urbanos) e Massapê (395 casos urbanos), enquanto zona rural foi mais expressiva em Meruoca (71 casos) e Forquilha (120 casos). Quanto ao sexo, observou-se predominância do sexo masculino na maioria dos municípios. A faixa etária mais acometida foi de 20 a 29 anos, seguida pelas faixas de 30 a 39 e 10 a 19 anos.
Conclusões/Considerações
O atendimento antirrábico humano na região norte do Ceará é um agravo de grande importância para a atenção primária. A análise revelou padrões de vulnerabilidade, especialmente entre jovens adultos do sexo masculino residentes em zonas urbanas. destacando a necessidade de ações educativas e estratégias locais de prevenção, especialmente nos territórios com maior densidade de notificações.
PREVALÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO GEORREFERENCIADA DA DOENÇA DE CHAGAS CRÔNICA EM MULHERES EM IDADE FÉRTIL NO DISTRITO FEDERAL, 2023-2024.
Pôster Eletrônico
1 SECRETARIA DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL
2 ESCOLA DE GOVERNO FIOCRUZ BRASÍLIA
3 MINISTÉRIO DA SAÚDE
Apresentação/Introdução
Com a redução de casos por transmissão vetorial e transfusional, a via vertical tornou-se uma forma de propagação do Trypanosoma cruzi. No âmbito do Plano Distrital para Eliminação da Transmissão Vertical da DC e outras doenças, implementou-se o monitoramento de mulheres em idade fértil com DC crônica, com vistas à identificação de possíveis casos agudos.
Objetivos
Analisar a prevalência e a distribuição da Doença de Chagas crônica (DCC) em mulheres em idade fértil no DF de 2023 e 2024.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo utilizando dados secundários não nominais da DCC, extraídos do e-SUS Notifica e os dados populacionais, com projeções da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (CODEPLAN), disponibilizados no Infosaúde-DF. Foram incluídas mulheres entre 10 e 49 anos, com sorologias reagentes em duas metodologias distintas, notificadas desde em 2023. As variáveis analisadas incluíram faixa etária, sexo e Região Administrativa (RA) de residência. A análise descritiva foi realizada no Microsoft Excel ® e a distribuição espacial dos casos foi mapeada com o software QGIS®, permitindo identificar as áreas com maior prevalência da doença no Distrito Federal.
Resultados
Foram encontradas 160 mulheres em idade fértil (MIF) notificadas no DF, as RA com os maiores números de casos são Paranoá (prevalência de 5,19 casos por 10 mil habitantes), Arniqueira (4,54 casos por 10 mil habitantes) e São Sebastião (3,97 casos por 10 mil habitantes). Em contrapartida, as RA's Park Way, Sobradinho II, SIA, Fercal e Sudoeste/Octogonal não notificaram nenhum caso. A ausência de dados reflete a baixa aceitabilidade e sensibilidade dos profissionais, em virtude da recente implementação do sistema, o que compromete a precisão na avaliação do cenário epidemiológico.
Conclusões/Considerações
A baixa notificação em algumas RA pode refletir tanto a baixa sensibilidade dos profissionais de saúde quanto os desafios inerentes a um sistema ainda em consolidação. Reforça-se, portanto, a necessidade de capacitação contínua, com a sensibilização dos profissionais de saúde, visando aprimorar a vigilância e diagnóstico oportunos, além do fortalecimento das ações nas RA com cenário silencioso, indicando baixa adesão no rastreio da DCC.
AVALIAÇÃO DAS DUPLICIDADES ENTRE AS PESSOAS PRIVADAS DE LIBERDADE NOS MUNICÍPIOS PRISIONAIS PRIORITÁRIOS PARA AÇÕES DE CONTROLE DA TUBERCULOSE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Pôster Eletrônico
1 SES-RJ
Apresentação/Introdução
O Ministério da Saúde recomenda que, semanalmente, o profissional responsável pela vigilância da tuberculose (TB) municipal analise o relatório de duplicidades de modo a entender os casos e decidir pelo encaminhamento adequado de cada situação (Brasil, 2019). Porém, persistem falhas na operacionalização e gerenciamento do Sinan pela vigilância da TB no nível municipal.
Objetivos
Avaliar o banco de duplicidades em TB dos nove municípios com unidades prisionais ano diagnóstico 2024, da população privada de liberdade (PPL).
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo epidemiológico das duplicidades encontradas na base de dados do Sinan Estadual de Tuberculose, referentes aos casos notificados pelo Sistema Prisional. Foram selecionados os registros intramunicipais dos diagnósticos realizados no ano de 2024, onde pelo menos uma das notificações envolvidas na duplicidade o campo População Privada de Liberdade (PPL) da ficha de notificação apresentava a categoria - sim, nos 9 municípios onde existem Unidades Prisionais (UP), sendo eles: Campos dos Goytacazes, Itaperuna, Magé, Niterói, Resende, Rio de Janeiro, São Gonçalo e Volta Redonda. O banco de dados foi exportado em 02 de abril de 2025.
Resultados
Foram encontrados 91 casos de duplicidades no sistema prisional para serem analisados, representando 4,1% do total de casos notificados.
Os municípios de Itaperuna, Niterói e Resende não apresentaram nenhum caso de duplicidade no sistema prisional, o que sugere que esses municípios estejam realizando a qualificação das informações do banco antes do envio dos lotes ao estado.
13,2% das duplicidades referiam-se à tratamentos diferentes, 12,1% à transferências intramunicipais, 16,5% duplicidade verdadeira e 52,7 % representaram “pendências”, ou seja, mais da metade do banco avaliado, o que dificulta a realização da rotina, pela falta de compreensão das situações dos casos.
Conclusões/Considerações
A análise das duplicidades no sistema prisional evidenciou deficiências na operacionalização municipal das rotinas de qualificação da informação em Campos dos Goytacazes, Japeri, Magé, Rio de Janeiro e Volta Redonda.
A eficácia dessas rotinas depende da implementação de práticas sistemáticas de monitoramento e qualificação dos bancos de dados por parte dos municípios, e para tanto é essencial promover a capacitação contínua dos profissionais.
COBERTURA DA VACINA BCG E INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS DA TUBERCULOSE EM CRIANÇAS NAS REGIÕES DO BRASIL ENTRE 2013 E 2023: UM ESTUDO ECOLÓGICO
Pôster Eletrônico
1 Faculdade São Leopoldo Mandic – Araras/SP
2 Faculdade São Leopoldo Mandic – Araras/SP e Faculdade São Leopoldo Mandic – Campinas/SP
Apresentação/Introdução
A tuberculose em crianças é um indicador de vulnerabilidades sociais e sanitárias. Apesar da disponibilidade da vacina BCG, a doença persiste como desafio relevante no Brasil. Oscilações recentes na cobertura vacinal suscitam preocupações quanto à proteção de crianças frente às formas graves da doença.
Objetivos
Analisar a cobertura vacinal da BCG e os indicadores de incidência, internação e mortalidade por tuberculose em crianças menores de 10 anos nas cinco regiões brasileiras, entre 2013 e 2023.
Metodologia
Estudo ecológico, descritivo, com dados de tuberculose notificados em crianças menores de 10 anos no Brasil, entre 2013 e 2023. Os dados foram obtidos do SINAN, do SIH (internações), do SIM (mortalidade); os dados de cobertura vacinal foram obtidos do SI-PNI, a projeção da população do IBGE e a cobertura de planos de saúde da ANS. Calculou-se a cobertura vacinal de BCG e as taxas de incidência da doença, de internações e de mortalidade por tuberculose, por regiões do Brasil. As variações percentuais foram obtidas pela diferença relativa entre o primeiro e o último ano da série. As análises foram realizadas no Excel®, com organização dos resultados em tabelas, gráficos e mapas.
Resultados
Foram notificados 17.436 casos de tuberculose em crianças no período, a maior proporção no sexo masculino (56,5%), nas crianças de 1- 4 anos (38,1%) e 5-9 anos (34,5%) e raça/cor parda (48,4%). O percentual de cura foi de 70,9%, de abandono 8,1% e de óbito 1,9%. As regiões Sudeste (41,7%) e Nordeste (27,1%) concentraram a maioria dos casos. Entre 2013-2023, houve redução de 22% na cobertura vacinal por BCG no país. Nesse período, o Norte apresentou aumento de 110% na incidência e 307% na mortalidade, enquanto o Centro-Oeste registrou crescimento de 291% nas internações e de 290% na mortalidade. A região Sul ocupou o segundo lugar no aumento das internações (131%) e na mortalidade (292%).
Conclusões/Considerações
A tuberculose em crianças menores de 10 anos persiste como desafio no Brasil. A redução da cobertura vacinal da BCG e o aumento da incidência, internações e mortalidade por tuberculose infantil em algumas regiões revelam desigualdades e fragilidades na prevenção. Os achados reforçam a necessidade de fortalecer a imunização para a prevenção de casos graves e adotar ações intersetoriais que enfrentem as vulnerabilidades sociais associadas à doença.
ANÁLISE DO CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS PENITENCIÁRIOS SOBRE AS MEDIDAS DE PREVENÇÃO DA TUBERCULOSE NO SISTEMA PRISIONAL
Pôster Eletrônico
1 UNISC
2 UFES
3 SESA/ES
4 SEJUS/ES
Apresentação/Introdução
Em 2024, o Brasil registrou 909 mil pessoas privadas de liberdade (PPL), com taxa de encarceramento de 448/100 mil. A saúde prisional enfrenta superlotação, doenças como tuberculose (TB) e HIV. Analisar o conhecimento da equipe ajuda a identificar falhas, promover prevenção e conter a TB. Políticas como PNAISP e PNEPS buscam garantir saúde no cárcere, onde a TB é 28 vezes mais comum.
Objetivos
Analisar o conhecimento, práticas e atitudes dos servidores penitenciários em relação à tuberculose no estado do Espírito Santo (ES).
Metodologia
Estudo transversal com questionários aplicados a gestores, profissionais de saúde e segurança do sistema prisional do ES. Foram incluídas unidades com equipes de saúde atuando ≥20h/semana. Análises foram feitas com o programa STATA. Foram seguidos os preceitos éticos conforme Res. 466/2012 e o projeto foi aprovado pelo CEP/UFES, de número 7.164.431.
Resultados
612 profissionais preencheram o formulário. O estudo revelou que 65,86% da equipe do sistema prisional têm conhecimento adequado sobre TB, com destaque para coordenadores de UBS (89,29%) e profissionais de saúde (77,48%). Diretores e coordenadores apresentam atitude positiva elevada (96,67% e 96,43%, respectivamente), indicando liderança engajada. No entanto, policiais penais, maior grupo da amostra, registram os piores valores: 57,99% têm conhecimento adequado, 82,30% expõem atitude positiva e só 50% adotam práticas proativas — cenário preocupante, dado o contato direto com a PPL. A adesão geral às práticas proativas, como vigilância ativa e cumprimento de protocolos, é de apenas 61,71%.
Conclusões/Considerações
A eliminação da TB no sistema prisional vai além da estrutura física: exige conhecimento, atitude e práticas integradas. Embora o estudo mostre atitude positiva, há uma grande lacuna no conhecimento e nas ações proativas dos profissionais, comprometendo a saúde coletiva. O enfrentamento eficaz depende de qualificação contínua, integração intersetorial e fortalecimento da Educação Permanente em Saúde como base das políticas de controle.
LETALIDADE POR TUBERCULOSE RESPIRATÓRIA NAS CAPITAIS DO NORDESTE BRASILEIRO: ANÁLISE DE UMA DÉCADA (2014-2023)
Pôster Eletrônico
1 UFMA
Apresentação/Introdução
A tuberculose permanece um importante problema de saúde pública no Brasil, com impactos na morbimortalidade, especialmente nas regiões onde há maior vulnerabilidade. Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, elevadas taxas de letalidade podem evidenciar fragilidades na vigilância epidemiológica e no acesso equitativo ao cuidado em saúde.
Objetivos
Analisar o indicador Letalidade por tuberculose respiratória nas capitais do Nordeste brasileiro no período de 2014 a 2023, com base em dados secundários disponíveis no DATASUS.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa, realizado a partir da análise de dados secundários extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram coletados dados sobre óbitos por tuberculose respiratória e casos confirmados da doença nas 9 capitais da região Nordeste do Brasil, entre 2014 a 2023. O indicador de letalidade foi calculado dividindo-se os óbitos pelos casos confirmados no mesmo período, multiplicado por 100. As informações foram organizadas em planilhas e analisadas de forma descritiva. Foi calculada a média aritmética das médias anuais por capital, oferecendo uma visão geral da letalidade no período.
Resultados
As taxas de letalidade por tuberculose respiratória variaram significativamente entre as capitais do Nordeste brasileiro de 2014 a 2023. Maceió apresentou a maior média do período (5,56%), enquanto João Pessoa registrou a menor (3,81%). Em termos anuais, o ano com maior média regional foi 2014, com 5,46%, e o menor foi 2019, com 4,20%. Observou-se uma oscilação ao longo do tempo, com picos em determinados anos, como 2014, e estabilidade relativa, indicando heterogeneidades no enfrentamento da doença.
Conclusões/Considerações
Os achados reforçam a persistência da tuberculose como desafio de saúde pública no Nordeste. A letalidade elevada sugere desigualdades no acesso ao diagnóstico precoce, tratamento oportuno e cuidado contínuo. Nota-se a importância de desenvolver uma forma de classificação para as taxas de letalidade, além da qualificação da atenção básica e do fortalecimento da vigilância em saúde, os quais são essenciais para o enfrentamento efetivo da doença.
PREVALÊNCIA DA COINFECÇÃO DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV) E SÍFILIS EM MULHERES TRANSEXUAIS E TRAVESTIS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Pôster Eletrônico
1 UFPA
Apresentação/Introdução
As mulheres transexuais e travestis por anos tiveram seus direitos negados, o que contribuiu para a marginalização e exclusão do grupo. Estudos demonstram alta prevalência para a infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e sífilis neste grupo populacional. A dificuldade de acesso à saúde pode contribuir para a exposição às infecções sexualmente transmissíveis neste grupo .
Objetivos
Descrever a prevalência da coinfecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e sífilis em mulheres transexuais e travestis que residem na cidade de Belém, Pará
Metodologia
O estudo foi do tipo transversal. Foram realizadas entrevistas durante atendimentos de saúde entre os anos de 2022 a 2024 na Cidade de Belém, Pará. Durante as entrevistadas foi aplicado um questionário contendo perguntas referentes ao perfil demográficas e conhecimento sobre IST. Foi utilizado teste rápido para diagnóstico do HIV e para o diagnóstico laboratorial da sífilis foi adotado o fluxograma 2 preconizado pelo Ministério da Saúde, primeiro foi realizado um teste treponêmico (teste rápido) e as amostras reagentes foram submetidas ao VDRL para conhecimento da presença ou não da infecção. Todas as participantes assinaram o termo de consentimento livre esclarecido.
Resultados
Participaram do estudo 23 mulheres transexuais e travestis, com média de idade de 27,5 anos. A maioria das participantes tinham idade maior ou igual a 26 anos (47,83%; 11/23), autodeclarou-se parda (43,48%; 10/23), com o ensino médio completo (47,83%; 11/23), com renda familiar de 1 salário mínimo (65,22%; 15/23), solteiras (91,30%; 21/23) e com 1 a 2 parceiros sexuais causais nos últimos 6 meses. A prevalência para a coinfecção HIV e sífilis neste estudo foi de 21,73% (5/23). As participantes que apresentaram a coinfecção, apresentavam idade maior ou igual 26 anos, pardas, com o ensino fundamental e médio, renda familiar 1 salário mínimo, solteiras e com mais 2 de parceiros casuais.
Conclusões/Considerações
A prevalência da coinfecção pelo HIV e sífilis na população do estudo foi alta, o que destaca a importância de mais estudos voltados para a qualidade de vida de mulheres transexuais e travestis, principalmente as que residem na região Norte do país. É fundamental garantir o acesso à saúde de qualidade, considerando que, por anos, os direitos à saúde e ao cuidado foram negados a essa população
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS CASOS DE HIV/AIDS NO BRASIL: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA NO PERÍODO DE 2015 A 2024
Pôster Eletrônico
1 UFC
Apresentação/Introdução
A síndrome da imunodeficiência humana adquirida (AIDS) é uma retrovirose transmitida principalmente por via sexual e parenteral, sendo uma doença de notificação compulsória no Brasil. A distribuição geográfica dos casos de AIDS no Brasil é heterogênea, tanto em função da amplitude do território como pela concentração de casos em determinadas regiões, como a região Norte e Sul do país.
Objetivos
Objetivou-se analisar a distribuição e a autocorrelação espacial dos casos de AIDS no Brasil durante os anos de 2015 a 2024.
Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico obtido a partir de informações no painel Tabnet do DATASUS, realizado nos 26 estados e no Distrito Federal, entre os anos de 2015 e 2024. Os dados foram analisados com o cálculo do coeficiente de prevalência acumulada, seguido de análise de autocorrelação espacial e elaboração de mapas temáticos.
Resultados
O coeficiente de prevalência do Brasil foi de 96,61 casos para cada 100.000 habitantes. Os estados de Roraima, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, apresentaram os maiores coeficientes de prevalência, 246,37 casos por 100.000 hab, 165,05 casos por 100.000 hab, 164,54 casos por 100.000 hab, respectivamente. O estado do Tocantins apresentou o menor coeficiente de prevalência, 57,56 casos por 100.000 hab. O índice de Moran global foi de 0,276 (p<0,05) em 2024 com a formação de três agregados de estados, um do tipo alto-alto, no nordeste do país e dois do tipo baixo-baixo, sendo um no sudeste abrangendo os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro e outro agregado com Roraima e Mato Grosso.
Conclusões/Considerações
Há uma dependência espacial dos casos de AIDS com concentração maior nas regiões norte e sul do país considerando o período avaliado, enquanto os estados das regiões sudeste e nordeste apresentam valores menores comparados às outras regiões. Urge a necessidade de monitoramento e políticas públicas de rastreamento dos casos de AIDS direcionados para as particularidades regionais do país, tendo em vista as diferenças de acometimento por região.
DO INFORMAR AO INTEGRAR: CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE ENGAJAMENTO DE PESSOAS COM HANSENÍASE, FAMILIARES E COMUNIDADES
Pôster Eletrônico
1 Grupo de Estudos Interdisciplinar em Cuidado Farmacêutico (GEICF), Universidade Federal de Juiz de Fora campus Governador Valadares
2 Grupo de Estudos Interdisciplinar em Cuidado Farmacêutico (GEICF), Universidade Federal de Juiz de Fora campus Governador Valadares/Grupo de pesquisa em cuidado farmacêutico. Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre.
3 Grupo de pesquisa em cuidado farmacêutico. Universidade Federal do Espírito Santo, campus Alegre.
4 Grupo de Estudos Interdisciplinar em Cuidado Farmacêutico (GEICF), Universidade Federal de Juiz de Fora campus Governador Valadares/Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde, Universidade Federal de Juiz de Fora campus Governador Valadares.
Apresentação/Introdução
Dentre as doenças negligenciadas, a hanseníase se destaca pela possibilidade de causar incapacidades físicas e estigma social. Nesse contexto, estratégias de engajamento buscam envolver pessoas com hanseníase, familiares e comunidades no cuidado. Embora existam estudos sobre o engajamento do paciente, ainda há lacunas na literatura quanto à classificação das estratégias de engajamento.
Objetivos
Classificar as estratégias de engajamento para pessoas com hanseníase, seus familiares e comunidades identificadas na literatura segundo os diferentes níveis de engajamento.
Metodologia
Foi realizada uma revisão de escopo sobre estratégias de engajamento de pessoas que convivem com hanseníase, suas famílias e comunidades, conduzida conforme as diretrizes do JBI e PRISMA-ScR, com protocolo registrado na Open Science Framework. A busca foi realizada até fevereiro de 2025 nas bases EMBASE, Scopus, BVS/LILACS, PubMed, Web of Science e literatura cinzenta. As estratégias identificadas nos estudos incluídos na revisão foram organizadas e classificadas de acordo com os cinco níveis de engajamento: (1) Informação sobre cuidados em saúde, (2) Informações sobre engajamento, (3) Empoderamento, (4) Parceria e (5) Integração.
Resultados
Nos 18 estudos incluídos, foram identificadas 12 estratégias. “Empoderar” constituiu o nível de engajamento com o maior número de estratégias (n = 8; 44,44%), consistindo em capacitar as pessoas para se envolverem em seu próprio cuidado e se comunicarem com as equipes de saúde. O segundo nível mais comum foi “Informação sobre cuidados em saúde” (n =7; 38,89%) no qual indivíduos, familiares e comunidade são informados sobre o cuidado em saúde, mas sem incentivo à participação ativa. O terceiro foi o de “Informações sobre engajamento” (n = 3; 16,67%) que incentiva as pessoas a se envolverem no seu próprio cuidado. Os níveis "Parceria” e “Integração” não foram identificados nesta revisão.
Conclusões/Considerações
A revisão de escopo evidenciou que as estratégias de engajamento, em sua maioria, estão centradas nos níveis “Empoderamento”, “Informação sobre cuidados em saúde” e “Informações sobre engajamento”. Observou-se a ausência de estratégias que promovam os níveis mais altos de engajamento. Neste sentido, é necessário o desenvolvimento de novas estratégias a fim de integrar e formar parcerias com os pacientes, cuidadores e profissionais de saúde.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE TUBERCULOSE NA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO DIAGNOSTICADOS ENTRE 2019 A 2023.
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde
Apresentação/Introdução
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10 milhões de pessoas adoecem por tuberculose anualmente, resultando em mais de um milhão de mortes em todo o mundo. No Brasil, são notificados aproximadamente 80 mil novos casos, com cerca de 5,5 mil óbitos decorrentes da doença. A População em Situação de Rua (PSR), apresenta um risco até 54 vezes maior de adoecer por tuberculose.
Objetivos
Analisar o perfil epidemiológico dos casos de tuberculose diagnosticados na população em situação de rua, no município do Rio de Janeiro, no período entre 2019 a 2023.
Metodologia
Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo sobre os casos de tuberculose na população em situação de rua no município do Rio de Janeiro de 2019 a 2023.
Para esta análise foi utilizado o banco de dados de Tuberculose disponível no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
Em relação ao cálculo da taxa de incidência considerou-se como caso novo de tuberculose todo caso classificado como “caso novo”, “não sabe” e o “pós óbitos” e como base populacional o censo municipal de população em situação de rua realizado no ano de 2022.
Foram realizadas análises descritivas Tabelas e gráficos foram construídos através do programa Microsoft Excel e o mapa através do software R.
Resultados
De 2019 a 2023 houve 2630 notificações de tuberculose em pessoas em situação de rua no município do Rio de Janeiro. A Taxa de incidência passou de 24,0 no ano de 2019 para 37,8 no ano de 2023. Em relação ao quesito raça/cor o percentual de pretos e pardos somam 81,79% dos casos notificados, maior parte do sexo masculino com ensino fundamental incompleto e adultos. Verificou-se que 64,14% não recebem nenhum tipo de benefício do governo. Observou-se que a interrupção do tratamento (46,73%) é muito maior que o percentual de cura (23,92%). Em relação a distribuição espacial segunda área de planejamento, percebe-se maior incidência no ano de 2023 no território que possui os menores IDS da cidade.
Conclusões/Considerações
O perfil da população em situação de rua com tuberculose, é predominantemente composto por homens adultos, negros e com ensino fundamental incompleto. A maioria desses indivíduos não acessa seus direitos sociais. Além disso, observa-se uma alta taxa de abandono do tratamento da tuberculose nessa população. A maior incidência da doença ocorre principalmente no ano de 2023 em quase todas as áreas de planejamento da cidade.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICAS DE GESTANTES VIVENDO COM HIV ACOMPANHADAS PELO SERVIÇO DE ATENÇÃO ESPECIALIZADA DE UM HOSPITAL REFERÊNCIA EM INFECTOLOGIA EM GOIÁS
Pôster Eletrônico
1 EBSERH
2 HDT-GO
3 HC-UFG
4 SES-GO
Apresentação/Introdução
A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) é causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). A AIDS em gestantes é considerada um problema de saúde pública mundial devido à possibilidade da transmissão vertical (TV), que pode ocorrer durante a gestação, no parto ou na amamentação. Em gestantes que recebem o diagnóstico precoce e manejo adequado, a chance de TV é reduzida a 2%.
Objetivos
Descrever o perfil clínico-epidemiológico de gestantes que vivem com HIV (GVHIV) que foram acompanhadas no Serviço de Atenção Especializada (SAE) de um Hospital Referência em Infectologia em Goiás e suas respectivas crianças expostas ao HIV.
Metodologia
Estudo epidemiológico e transversal realizado a partir de dados secundários obtidos no Hospital de Referência em Infectologia e no Laboratório de Referência em Saúde Pública localizados em Goiás. A população de estudo foi constituída por GVHIV que realizaram acompanhamento no SAE do Hospital de Referência em Infectologia entre maio de 2018 e novembro de 2020 e suas respectivas crianças expostas ao HIV. Os critérios de exclusão foram aborto, natimorto, óbito da GVHIV, GVHIV e/ou criança exposta ao HIV não acompanhadas pelo SAE do Hospital em estudo. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (CAAE:77183124.2.0000.0034).
Resultados
Foram elegíveis para o estudo 140 GVHIV. A idade variou de 17 a 43 anos, prevaleceu a raça parda (n=105), ensino médio completo (n= 46) e estado civil solteira (n= 87). A maior parte já sabia do diagnóstico antes da gestação (n= 88) e a via sexual foi o modo de transmissão prevalente (n= 29). A maioria realizou menos de 6 consultas (n=125), com média de 3 consultas durante a gestação, e utilizou TARV (n=114). Grande parte das crianças (n=118) fez uso de profilaxia com ARV oral, das quais 68 receberam por 28 dias. Das 140 crianças que iniciaram o acompanhamento no hospital do estudo, 104 não foram infectadas, 35 tiveram perda de seguimento e 1 foi transferida para outro Município e/ou Estado.
Conclusões/Considerações
O Ministério da Saúde adverte que quando todas as intervenções profiláticas são realizadas, a TV pode ser menor que 2%, contudo, não é possível afirmar que não houve crianças infectadas, pois a perda de seguimento dificultou a estimativa real da taxa de transmissão. Além disso, a incompletude de dados importantes resultou em um impacto negativo na construção do perfil epidemiológico do estudo.
DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DAS AÇÕES DE CONTROLE DA HANSENÍASE EM ITAGUAÍ - RIO DE JANEIRO: VISÃO DOS PROFISSIONAIS
Pôster Eletrônico
1 UERJ
Apresentação/Introdução
Para alcançar a meta de eliminação da transmissão da hanseníase por localidades endêmicas são necessários capacitação e estruturação dos sistemas e serviços. Em Itaguaí-Rio de Janeiro, as ações de controle da hanseníase permanecem centralizadas em uma unidade de saúde. A estruturação de linha de cuidado contribuirá para coordenação e melhoria do cuidado as pessoas acometidas pela hanseníase.
Objetivos
Reconhecer a visão dos profissionais de saúde sobre os fatores do contexto que facilitam ou dificultam a descentralização das ações de controle da hanseníase em Itaguaí-Rio de Janeiro.
Metodologia
Estudo do tipo descritivo, observacional e abordagem quanti-qualitativa. Os participantes foram selecionados entre os trabalhadores atuantes nas 20 unidades de saúde, vinculadas a atenção primária à saúde de Itaguaí-Rio de Janeiro. Critério de inclusão é ter no mínimo 6 meses de atuação na unidade de saúde e ser profissional de saúde. O número de entrevistas mínimo por unidade correspondeu a uma equipe de saúde da família cadastrada. O instrumento de coleta possui 14 perguntas (11 fechadas e 3 abertas). A análise de dados foi feita com medidas estatísticas simples e análise de conteúdo, apoiada por software. O estudo é parte do projeto aprovado em comitê de ética sob parecer 6.810.145.
Resultados
A análise parcial dos dados, demonstrou que das 7 entrevistas realizadas até o momento, 42,9% relataram ações de enfrentamento ao estigma e discriminação em unidades atenção primária à saúde. Apesar da centralidade do programa em uma unidade de saúde, 14,3% indicaram a realização de tratamento de reações hansênicas, prevenção de incapacidades, busca ativa de casos novos, grupos de autocuidado, teste rápido de contatos e avaliação neurológica simplificada, evidenciando o desconhecimento dos fluxos e da rede. Para descentralização do programa, 71,4% referem falta de insumos, estrutura e espaço físico. As principais dificuldades foram a falta de capacitação e de informação.
Conclusões/Considerações
Os dados parciais revelam que a mudança da gestão devido as eleições municipais e a contratação de novos trabalhadores da saúde reverberam a necessidade de rediscussão e negociação para descentralização das ações de controle da hanseníase, para as equipes de saúde da família do município. Além disso, faz se necessário o debate sobre a linha de cuidado e a inserção de atividades de educação permanente sobre a hanseníase junto as equipes.
INFECÇÃO PELO HTLV NA BAHIA: ANÁLISE ECOLÓGICA DOS CASOS NOTIFICADOS ENTRE 2012 E 2023
Pôster Eletrônico
1 PRESC/UFF
2 Instituto de Saúde Coletiva/UFF
Apresentação/Introdução
O vírus HTLV-1/2 é um retrovírus humano negligenciado, com distribuição geográfica desigual e relevante impacto na saúde pública. A Bahia apresenta alta endemicidade da infecção, porém carece de estudos epidemiológicos regionais atualizados que orientem ações de vigilância e prevenção da transmissão vertical.
Objetivos
Este estudo teve como objetivo descrever a distribuição temporal, demográfica e geográfica dos casos confirmados de infecção por HTLV no estado da Bahia entre 2012 e 2023, segundo variáveis sociodemográficas e regionais.
Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico, descritivo e quantitativo, com dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), acessados via TABNET/SESAB. Foram incluídos casos confirmados de HTLV registrados no estado da Bahia de 2012 a 2023. As variáveis analisadas incluíram sexo, faixa etária, raça/cor, escolaridade, ano de notificação e Núcleo Regional de Saúde (NRS). As taxas de incidência foram calculadas utilizando estimativas populacionais do IBGE. A análise incluiu frequências absolutas, relativas e análise espacial da distribuição dos casos, com representação gráfica e cartográfica.
Resultados
Foram notificados 6.564 casos de HTLV no período, com 4.473 confirmações. A incidência aumentou de 0,12 para 3,83 casos por 100 mil habitantes entre 2012 e 2023. A infecção foi mais frequente em mulheres, especialmente entre 20 e 49 anos. Crianças menores de um ano apresentaram incidência crescente, sugerindo transmissão vertical ativa. A Região Leste concentrou 45% dos casos confirmados, com incidência de 48,78/100 mil habitantes. O interior do estado mostrou heterogeneidade, com municípios da região Sul e metropolitana de Salvador com as maiores taxas. A pandemia afetou negativamente o diagnóstico, com queda expressiva em 2020.
Conclusões/Considerações
O estudo evidencia desigualdades regionais na infecção por HTLV na Bahia, com destaque para a transmissão vertical e disparidades no acesso ao diagnóstico. Reforça-se a necessidade de vigilância ampliada, rastreamento em gestantes e fortalecimento dos sistemas de informação para enfrentar esse agravo negligenciado com base territorial e equitativa.
TENDÊNCIA TEMPORAL E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA COINFECÇÃO TUBERCULOSE-HIV NO NORDESTE BRASILEIRO ENTRE 2015 E 2024
Pôster Eletrônico
1 UFMA
Apresentação/Introdução
A tuberculose (TB) ativa em indivíduos infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) é um problema de saúde pública que afeta diretamente as taxas de mortalidade desses indivíduos, além disso os mesmos apresentam maior probabilidade de contrair TB ativa em comparação com a população em geral. O presente estudo busca analisar o agravamento da coinfecção TB-HIV na região Nordeste do Brasil.
Objetivos
Analisar a tendência temporal e a distribuição espacial da coinfecção tuberculose-HIV na população residente da região Nordeste do Brasil, entre os anos de 2015 e 2024.
Metodologia
Estudo ecológico utilizando dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), referente à coinfecção tuberculose-HIV na região Nordeste do Brasil, no período de 2015 a 2024. A análise temporal foi realizada por meio de regressão, estimando a variação percentual anual (APC) com seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%), a fim de identificar mudanças nas tendências ao longo do tempo, utilizando o software Joinpoint Regression Program v.5.4.0®. Já a análise espacial considerou as taxas brutas calculadas por município, as quais foram representadas em um mapa temático elaborado com o software QGIS v.3.40.7®.
Resultados
A análise temporal identificou um ponto de inflexão em 2021. De 2015 a 2021, a tendência foi estável (APC = 1,07%; IC95%: -5,52 - 3,62; p = 0,65). A partir de 2021, observou-se um crescimento estatisticamente significativo (APC = 13,32%; IC95%: 6,84 - 23,72; p < 0,000001). Na distribuição espacial, foi observado que as menores taxas (0 a 1,4 casos por 100 mil habitantes) concentram-se em áreas do interior, como sul da Bahia, Piauí, oeste de Pernambuco e partes do Maranhão. Já as maiores taxas (21,9 a 51,7 casos por 100 mil habitantes) ocorreram em municípios litorâneos, especialmente no litoral da Bahia, Pernambuco, norte do Maranhão e algumas áreas do Ceará.
Conclusões/Considerações
Os resultados evidenciam o recente agravamento da coinfecção TB-HIV no Nordeste, especialmente após 2021, além de marcadas desigualdades territoriais. O padrão espacial indica concentração urbana e possíveis falhas de vigilância no interior. Reforça-se a necessidade de estratégias regionalizadas, integrando diagnóstico oportuno, vigilância ativa e fortalecimento da rede de atenção à saúde.
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA LEPTOSPIROSE NA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO DO GUAMÁ NO ESTADO DO PARÁ, BRASIL, AMAZÔNIA ORIENTAL
Pôster Eletrônico
1 UEPA
2 UFPA, UEPA E CESUPA
3 UFPA e UEPA
4 UFRA
5 UFPA
Apresentação/Introdução
A leptospirose é um problema de saúde pública no Brasil, sendo que os surtos epidêmicos no território brasileiro aparecem associados com questões ambientais, tais como períodos chuvosos, com ocorrência de enchentes e inundações. Este cenário epidemiológico agrava-se com negligências ao saneamento básico e a vigilância em saúde, destacando vulnerabilidades socioambientais a esta doença.
Objetivos
Este estudo analisou a distribuição espacial da leptospirose e sua relação com variáveis socioeconômicas, ambientais e de políticas públicas em saúde na região de integração do Guamá, no Pará, no período de 2015 a 2024.
Metodologia
Para tal, foi realizado um estudo descritivo e ecológico. Os dados formam coletados no Sistema de Informações de Agravos de Notificação, Instituto Nacional de Meteorologia e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Após a depuração, retirada de inconsistências e duplicidade dos dados, os dados foram georreferenciados e indexados às bases cartográficas. Para medir as significâncias estatísticas das variáveis foi aplicado o teste Qui-quadrado de proporção. A análise espacial foi realizada por meio de mapas coropleticos expressos em mapas temáticos.
Resultados
Foram confirmados 174 casos na região de estudo. O perfil epidemiológico seguiu o padrão nacional de ocorrência da doença, com maior quantitativo de casos em homens adultos, pardos e de baixa escolaridade, com evolução para a cura. Foi observada uma dependência espacial entre a prevalência da doença e os indicadores socioeconômicos e a cobertura de saúde. A doença apresentou caráter sazonal, acompanhando o período de maior pluviosidade na região.
Conclusões/Considerações
Há um padrão não homogêneo de distribuição dos casos, com relação direta entre áreas com casos e de baixa condição social e de baixa cobertura de saúde, identificando possíveis áreas de risco de transmissão. A produção socioambiental da doença ultrapassa os limites fronteiriços dos municípios, potencializada pelo desenvolvimento não sustentável. As tecnologias utilizadas foram satisfatórias para a construção dos cenários epidemiológicos.
TENDÊNCIA DOS CASOS DE SÍFILIS GESTACIONAL E CONGÊNITA NA MICRORREGIÃO DO TOCANTINS, BICO DO PAPAGAIO, ENTRE 2019-2023: ESTUDO ECOLÓGICO
Pôster Eletrônico
1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO TOCANTINS
Apresentação/Introdução
A sífilis gestacional e a sífilis congênita, no contexto da infecção pelo T. pallidum, são condições intimamente relacionadas. A primeira diz respeito à infecção identificada em gestantes, enquanto a sífilis congênita corresponde à transmissão vertical da infecção para o feto, seja durante a gestação ou no momento do parto. Ambas são um problema de saúde pública e de desigualdades sociais neste grupo.
Objetivos
Investigar a tendência dos casos de sífilis gestacional e congênita na microrregião do Tocantins, Bico do Papagaio, entre 2019-2023.
Metodologia
Estudo com delineamento ecológico e quantitativo, a partir dos dados secundários provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Sistema de Informação para Atenção Básica (SISAB) acerca dos casos de sífilis gestacional e congênita da região do Bico do Papagaio, Tocantins, entre 2019 a 2023. As variáveis de interesse foram: pré-natal, diagnóstico de sífilis gestacional e congênita. As análises foram apresentadas por meio de médias, frequências e percentuais. Utilizou-se o teste Exato de Fisher para identificar associações entre os desfechos. Todas as análises foram realizadas no software STATA versão 14.
Resultados
Os maiores casos de sífilis gestacional foram nos municípios de Augustinópolis (n=78), Araguatins (n=62), Tocantinópolis (n=37) e São Miguel do Tocantins (n=31). Enquanto a sífilis congênita em Araguatins, com a média de casos acima dos demais (Me=10,8). A maioria dos diagnósticos ocorreu no 3º trimestre gestacional (n=177), o que sugere testagem tardia. Faixas etárias mais afetadas: 15–19 (n=106) e 20–29 anos (n=240). Houve associação entre cobertura pré-natal e cor (negra) e sífilis gestacional (p valor<0,05). Os casos de sífilis congênita mostram uma tendência de declínio nos cinco anos avaliados enquanto os casos de sífilis gestacional apresentam um estacionamento.
Conclusões/Considerações
Os achados sugerem a necessidade urgente de fortalecimento das ações preventivas para evitar aumento de casos de sífilis gestacional e congênita no estado do Tocantins, em especial para os municípios que não apresentam número de casos com tendência de redução. As medidas de saúde pública são necessárias para mudança do cenário avaliado.
PANORAMA DOS CASOS DE HANSENÍASE EM MUNICÍPIOS DA AMAZÔNIA LEGAL (2015–2024) - UMA ANÁLISE A PARTIR DOS DADOS DO SINAN
Pôster Eletrônico
1 UNB
Apresentação/Introdução
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica que, embora curável, ainda é endêmica no Brasil. Associada à pobreza, representa um desafio de saúde pública, sobretudo em regiões vulneráveis como a Amazônia Legal. Seu controle é essencial para o país atingir a meta 3.3 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que prevê eliminar as Doença Tropical Negligenciada até 2030.
Objetivos
Descrever o panorama dos casos de hanseníase nos municípios da Amazônia Legal entre os anos de 2015 e 2024.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, com base em dados secundários obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), acessado por meio da plataforma TabNet/DATASUS. Foram analisadas variáveis relacionadas ao número de casos totais de hanseníase registrados entre os anos de 2015 e 2024 nos estados que compõem a Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. A análise foi feita utilizando estatística descritiva, com organização em tabelas e gráficos para melhor visualização dos padrões de distribuição espacial e temporal dos casos.
Resultados
Foram notificados 137.892 casos totais de hanseníase entre 2015 e 2024 na Amazônia Legal, com maior número no Mato Grosso (45.520). A maior parte dos casos ocorreu em homens (78.736) e adultos de 42 a 53 anos. Observou-se queda nas notificações em 2020-2021, com retomada a partir de 2022. A forma clínica predominante foi dimorfa (87.401), com classificação operacional multibacilar em 117.737 casos. Foram registrados 67.692 casos com grau II de incapacidade e 40.632 sem realização de baciloscopia. Houve inconsistências em algumas variáveis, indicando falhas no preenchimento das fichas.
Conclusões/Considerações
A hanseníase segue como problema de saúde pública. A elevada proporção de casos multibacilares e de alto grau de incapacidade física aponta para o diagnóstico tardio. Esse cenário evidencia falhas na detecção precoce, reforçando a necessidade de fortalecer a atenção primária e as estratégias de vigilância. A frequência de dados ausentes ou inconsistentes reforça a necessidade de qualificação das ações de vigilância.
ASPECTOS CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICOS DA DESCONTINUIDADE DO TRATAMENTO DA TUBERCULOSE NO ESTADO DE MATO GROSSO
Pôster Eletrônico
1 UFR
Apresentação/Introdução
A descontinuidade do tratamento da tuberculose pode levar ao agravamento da doença, a manutenção da cadeia de transmissão e ao desenvolvimento de resistência bacteriana. Como consequência, há prejuízos individuais e comunitários. Compreender os determinantes associados a esse desfecho é essencial para a proposição de ações que busquem o sucesso na terapêutica da tuberculose e controle da doença.
Objetivos
O objetivo desse estudo foi descrever o perfil clínico-epidemiológico dos casos de descontinuidade do tratamento da tuberculose no estado de Mato Grosso nos anos de 2007 a 2022.
Metodologia
Trata-se de um estudo analítico, descritivo, retrospectivo dos casos de tuberculose registrados em residentes no estado de Mato Grosso de 2007 a 2022. Foram incluídos todos os casos novos notificados no período em estudo. Os dados foram coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponível no DATASUS. Foi realizada a estatística descritiva. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Rondonópolis, com CAAE: 76904224.0.0000.0126 e número de parecer 6679133.
Resultados
Foram incluídos no estudo 19.038 casos de tuberculose. A proporção de descontinuidade ao tratamento foi 10,38%. Entre os indivíduos que interromperam o tratamento predominaram aqueles que não faziam uso de bebidas alcoólicas (72,17%), tabaco (57,24%) e drogas ilícitas (61,69%). Identificou-se que a maioria não apresentou coinfecção por HIV (79,35%), diabetes (88,46%) e doenças mentais (91,35%). Prevaleceram os casos de tuberculose pulmonar (90,54%), com baciloscopia de escarro (67,81%), radiografia de tórax (75,50%) e teste para HIV (58,60%), sem cultura de escarro (88,56%), sem exame histopatológico (85,55%). Uma frequência de 38,36% dos casos realizou o tratamento diretamente observado.
Conclusões/Considerações
Os dados apontam para a necessidade da adoção de ações que busquem reduzir a descontinuidade do tratamento da tuberculose, sobretudo, no grupo de indivíduos que fazem uso de álcool e drogas ilícitas. Há necessidade de se ampliar a realização da cultura de escarro e o tratamento diretamente observado no estado de Mato Grosso.
TENDÊNCIA TEMPORAL DA TAXA DE MORTALIDADE POR TUBERCULOSE NA REGIÃO SUDESTE, 2012 A 2022
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de Juiz de Fora - Campus GV
Apresentação/Introdução
A tuberculose é uma doença de transmissão aérea altamente infecciosa, representando ainda um grave problema de saúde pública no Brasil.
Objetivos
Analisar a tendência temporal das taxas de mortalidade por tuberculose nos quatro estados da Região Sudeste, de 2012 a 2022.
Metodologia
Foi realizado um estudo ecológico misto exploratório. Os dados de óbitos por tuberculose (CID-10: A15-A19) de pessoas de 20 anos e mais, de ambos os sexos, foram obtidos do SIM e os dados populacionais foram obtidos do IBGE. Foram calculadas as taxas de mortalidade padronizadas, considerando a população estimada de Minas Gerais em 2022 como padrão. Foi realizada a Regressão de Prais Winsten para análise de série temporal, considerando as taxas padronizadas como variável dependente e os anos como variável independente. Calculou-se a Variação Percentual Anual (VPA) e respectivos intervalos de confiança, considerando p<0,05 como significativo.
Resultados
Em todos os anos estudados, o estado do Rio de Janeiro apresentou a maior taxa média padronizada de mortalidade por tuberculose (6,38 óbitos por 100000 hab.), seguido pelo Espírito Santo (3,16 óbitos por 100000 hab.) e São Paulo (2,90 óbitos por 100000 hab.). Ao considerar o primeiro e último anos da série descritivamente, houve queda na taxa de mortalidade no Rio de Janeiro (-12,37%) e em Minas Gerais (-6,16%). Porém, as tendências temporais das taxas de mortalidade por tuberculose foram estacionárias para todos os estados (p=0,651; p=0,531; p=0,055; p=0,322, para Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente).
Conclusões/Considerações
Todos os estados apresentaram tendências estacionárias, demonstrando baixo impacto na redução da mortalidade pelas estratégias do Plano nacional pelo fim da tuberculose como problema de saúde pública no Sudeste brasileiro. Torna-se relevante fortalecer as ações de cuidado integrado e intensificação da pesquisa e inovação previstas no plano Brasil livre da tuberculose.
CASOS DE HANSENÍASE EM POVOS INDÍGENAS DO TOCANTINS: UMA ANÁLISE TEMPORAL PRÉ E PÓS-PANDEMIA DE COVID-19
Pôster Eletrônico
1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO TOCANTINS
Apresentação/Introdução
A hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae, negligenciada e associada às desigualdades sociais, afetando, significativamente, populações indígenas.No que diz respeito à pandemia de COVID-19, essa impactou consideravelmente o estudo epidemiológico da doença, ampliando o subdiagnóstico em grupos vulneráveis
Objetivos
Analisar de forma comparativa a prevalência de hanseníase em indígenas no estado do Tocantins nos períodos pré-pandemia (2017-2019) e pós-pandemia (2020-2024) de SARS-CoV-2.
Metodologia
Estudo descritivo, de abordagem quantitativa, com dados secundários extraídos da plataforma DATASUS, por meio do sistema TABNET – Informações de Saúde. Foram selecionados registros de morbidade relacionados à hanseníase, classificada como doença de notificação compulsória. A amostra foi delimitada com base nas seguintes variáveis de interesse: o período de 2017 a 2024; o estado do Tocantins como delimitação geográfica e a população indígena como recorte étnico-racial. Os dados foram analisados comparativamente entre os períodos pré e pós-pandemia de COVID-19.
Resultados
Evidenciou-se que, entre 2017 e 2024, foram diagnosticados 116 casos de hanseníase em indígenas no Tocantins, com média anual de aproximadamente 14,5 casos. No período pré-pandemia (2017-2019), registraram-se 72 casos, enquanto no pós-pandemia (2020-2024) houve redução para 44. Comparativamente, o total de casos no Tocantins foi expressivamente maior, com pico de 2.072 em 2018 e queda para 1.140 em 2024. De tal modo, a prevalência entre indígenas acompanhou a tendência estadual e queda pós-pandemia possivelmente associada ao subdiagnóstico e à redução das ações de vigilância.
Conclusões/Considerações
A hanseníase permanece como um desafio à saúde pública no Brasil. Apesar da redução nos diagnósticos, a pandemia de COVID-19 impactou ações de busca ativa entre 2020 e 2021, afetando a
detecção da doença. Assim, infere-se que os dados não indicam necessariamente queda na incidência.
CARACTERIZAÇÃO DOS CASOS DE HANSENÍASE NO ESTADO DO PIAUÍ, BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UFPI
Apresentação/Introdução
A hanseníase, apesar de tratável e curável, é uma doença associada a discriminação e estigma. Trata-se de uma ameaça à saúde pública com forte associação com condições sociais e econômicas. O Brasil se destaca pelo elevado número de casos, segundo maior número no mundo. O Piauí é o sexto estado com maior prevalência de hanseníase no Brasil e o segundo do Nordeste.
Objetivos
Descrever os casos notificados de hanseníase no estado do Piauí, de 2014 a 2024.
Metodologia
Estudo descritivo no qual foram analisados os casos de hanseníase notificados no Piauí, de 2014 a 2024, por meio da coleta de dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, disponivéis no sítio eletrônico do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Foram realizadas analises descritivas do número de casos notificados por ano, sexo, raça, faixa etária (em intervalos de 0 a 14 anos, 15 e mais) e macrorregião de saúde. As informações coletadas foram tabuladas no Microsoft Excel. Por se tratar de dados de domínio público, dispensa autorização de Comitê de Ética e Pesquisa.
Resultados
Durante o período analisado, foram notificados 11.744 casos de hanseníase no Piauí. Observou-se aumento de casos notificados nos anos de 2015 (n:1.270; 10,82%), 2017 (n: 1.332; 11,34%) e 2018 (n:1.399; 11,46%), com decréscimo a partir de 2020 (n:717; 6,10%). A maior frequência de notificações se deram em pacientes do sexo masculino (n: 6.703; 57,06%), na faixa etária de 15 anos e mais (n: 11.145; 94,90%) e na raça parda (n: 8.132; 69,24%). Dentre as macrorregiões piauienses, Meio-norte (n:6.150; 52,40%), que engloba Teresina, e Cerrados (n:2.158; 18,40%) apresentaram os maiores números de casos da doença notificados.
Conclusões/Considerações
Apesar da diminuição dos casos notificados de hanseníase no Piauí no decorrer de 2014 a 2024, o estado ainda apresenta elavada prevalencia. È necessário potencializar ações de vigilância e atenção à saúde, com enfâse no diagnóstico e tratamento precoce, de forma a contribuir para a redução do cenário endêmico da hanseníase.
MONITORAMENTO DA SÍNDROME CONGÊNITA ASSOCIADA À INFECÇÃO PELO VÍRUS ZIKA: LIMITAÇÕES E POTENCIALIDADES DO FORMULÁRIO RESP-MICROCEFALIA
Pôster Eletrônico
1 UNIRIO
2 UFF
3 SES-RJ
Apresentação/Introdução
O formulário RESP-Microcefalia foi elaborado como uma resposta à Síndrome Congênita associada à infecção pelo vírus Zika (SCZ), declarada como Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional em 2015. Em 2025, com o aumento da circulação do Oropouche e a detecção de alterações congênitas e óbito fetal em gestantes infectadas no país, o formulário volta a ser usado para monitoramento da doença.
Objetivos
Analisar a distribuição e a coerência entre a classificação final e a etiologia das notificações no RESP-Microcefalia entre 2015 e 2016 no estado do Rio de Janeiro.
Metodologia
Estudo descritivo, do tipo transversal, com análise secundária de dados do RESP-Microcefalia. Foram incluídas as notificações de recém-nascidos em 2015 (n=210) e em 2016 (n=769) no estado. As variáveis observadas foram: classificação final, etiologia e critério de confirmação. Os dados coletados foram tratados e analisados utilizando o software R, versão 4.2.2.
Resultados
Dos 210 casos de 2015, 55 (26,2%) foram classificados como confirmados, 10 (4,8%) como prováveis, 102 (48,6%) descartados e os demais (43; 20,5%) ficaram sem classificação final, inconclusivos e em investigação. Em 2016, dos 769 casos, 230 (29,9%) foram confirmados, 51 (6,6%) prováveis, 334 (43,4%) descartados e os demais (154; 20,0%) ficaram sem classificação final, inconclusivos e em investigação. Dos 285 casos confirmados, apenas 34 (11,9%) tiveram o Zika vírus como etiologia, sendo 3 de 2015 e 31 de 2016, e 197 (69,1%) tiveram a etiologia não informada. Dos 34 casos confirmados com etiologia Zika, 12 (35,3%) tiveram critério de confirmação laboratorial (Zika).
Conclusões/Considerações
O formulário RESP-Microcefalia apresentou-se como uma importante ferramenta para o monitoramento de fetos e recém-nascidos de gestantes infectadas com o Zika vírus. Porém, a não continuidade na investigação e na conclusão dos casos impactou nas ações de vigilância dos casos de SCZ no passado, e ressalta a importância do uso desta ferramenta para uma vigilância oportuna no que se refere ao acompanhamento de gestantes com Oropouche em 2025.
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE CASOS DE COINFECÇÃO TUBERCULOSE/HIV QUE EVOLUÍRAM PARA ÓBITO NO ESTADO DO MATO GROSSO, 2007 - 2022
Pôster Eletrônico
1 UFR
Apresentação/Introdução
A tuberculose é uma infecção bacteriana que afeta frequentemente os pulmões, com elevados índices de morbimortalidade entre as pessoas com HIV. Conhecer o perfil epidemiológico dos casos de tuberculose/HIV poderá contribuir com a implementação de ações e estratégias eficazes para o enfrentamento da doença nessa população, garantindo a continuidade dos serviços de saúde e o acesso ao tratamento adequado.
Objetivos
Analisar o perfil epidemiológico dos casos de coinfecção por tuberculose/HIV que evoluíram para óbito no estado do Mato Grosso no período 2007 - 2022.
Metodologia
Estudo epidemiológico, descritivo e retrospectivo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde. Foram incluídos os casos novos e pós-óbito por tuberculose com co-infecção por HIV em residentes do Mato Grosso nos anos de 2007 a 2022. A taxa de mortalidade foi calculada a partir do número total de óbitos por tuberculose em indivíduos com HIV dividido pelo número total de casos novos e pós-óbito com co-infecção HIV no período, multiplicados por 100. Realizou-se a estatística descritiva no programa JAMOVI e Excel.
Resultados
Na série temporal analisada foram notificados 22.885 casos novos de tuberculose, desse 1907 (8,33%) foram de coinfecção tuberculose/HIV. rua e 3,0% beneficiários de programa de transferência de renda do governo. A taxa de mortalidade por tuberculose foi de 3,46%, com predomínio nos anos de 2022 (10,60%),2016 e 2021 (9,09%). Os indivíduos com co-infecção tuberculose/HIV que morreram por tuberculose eram em sua maioria do sexo masculino (69,7%), faixa etária de 40 a 59 anos (53,0%), cor parda (63,6%) e possuíam ensino fundamental incompleto (37,9%). Nessa população, 1,5% eram moradores de rua e 3,0% beneficiários de programa de transferência de renda do governo.
Conclusões/Considerações
Os casos de óbito por co-infecção tuberculose/HIV ocorreu predominantemente em homens, de meia idade, pardos e de baixa escolaridade. Torna-se imprescindível a implantação de estratégias e ações de enfrentamento e prevenção à tuberculose e ao HIV nesse grupo em vulnerabilidade social.
INCIDÊNCIA DE HANSENÍASE EM DOZE MUNICÍPIOS DA REGIÃO NOROESTE DE MINAS GERAIS
Pôster Eletrônico
1 SES/MG
Apresentação/Introdução
A hanseníase é problema de saúde pública e faz parte das Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs). É agravo de notificação compulsória. A demora na detecção dos casos prejudica o manejo clínico e prevenção de complicações. Segundo o Ministério da Saúde (2023) em 2021 foram 140.594 casos novos da doença no mundo. Nas Américas registram-se 19.826 notificações, das quais 18.318 ocorreram no Brasil.
Objetivos
Este estudo objetivou apresentar a situação epidemiológica da hanseníase e traçar um perfil dos casos notificados entre 2018 a 2022 na microrregião de saúde de Unaí/Paracatu, para fomentar a discussão acerca das práticas de vigilância epidemiológica.
Metodologia
Estudo epidemiológico, documental, quantitativo que investigou as notificações de Hanseníase inseridas no banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no período entre 2018 a 2022, nos doze municípios do Noroeste de Minas pertencentes à Gerência Regional de Saúde de Unaí/Paracatu. Os dados foram extraídos em março de 2023. As variáveis contidas nas notificações e utilizadas foram: municípios notificadores, ano de notificação, escolaridade, sexo, raça, idade, grau de incapacidade física e forma clínica diagnosticada. Os resultados foram demonstrados através da estatística descritiva em forma de gráficos utilizando números absolutos e percentuais.
Resultados
Entre 2018 a 2022 ocorreram 254 novos casos de hanseníase em sete dos 12 municípios da microrregião de saúde de Unaí/Paracatu. Os casos ocorreram principalmente em homens (61%), da raça parda (75,1%) e com baixa escolaridade. Foram encontrados cinco casos em menores de 15 anos, o que denota transmissão recente da doença. Em 50% das notificações, a forma clínica mais comum foi a dimorfa (após longo período de incubação), com destaque para os registros de incapacidade física de grau 2 ou 3 em 19,29% dos investigados, evidenciando diagnóstico tardio e comprometimento das habilidades do indivíduo. Em algumas variáveis observaram-se falhas no preenchimento nas fichas de notificação.
Conclusões/Considerações
Os resultados do estudo apontam que a avaliação do paciente pelo profissional deve ser criteriosa. O registro das informações na ficha de notificação é fundamental para traçar o perfil epidemiológico e planejar as ações que visem interromper a transmissão da doença. Sugere-se que as práticas de vigilância à hanseníase promovam a detecção precoce dos casos, a prevenção da disseminação da doença e das incapacidades com o tratamento precoce.
CONHECIMENTO SOBRE FATORES DE RISCO PARA HEPATITES VIRAIS EM MULHERES PRIVADAS DE LIBERDADE.
Pôster Eletrônico
1 UEMS
Apresentação/Introdução
A privação de liberdade impõe desafios significativos à saúde da população
Carcerária no ambiente prisional com superlotação, infraestrutura inadequada, condições de vida insalubres, dificuldade de acesso a saúde e insuficiência de programas educativos e preventivos. Esses fatores contribuem para a disseminação de doenças infectocontagiosas e dificultam a adesão a medidas de proteção e autocuidado.
Objetivos
Identificar o conhecimento sobre os fatores de risco para infecção pelo vírus da Hepatite entre mulheres privadas de liberdade em unidade prisional semi-aberta.
Metodologia
Pesquisa qualitativa, descritiva e transversal realizada através de entrevista com mulheres internas da unidade prisional semi-aberta. Todas foram coletivamente convidadas a participar do estudo, sob escolta de agentes penitenciários. As entrevistas individuais foram gravadas sendo fornecido à entrevistada uma cópia do TCLE assinado por ambos os lados, pesquisadores e entrevistada. Os discursos foram tabulados pelo método do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) e analisados a luz das referências da área. Estudo aprovado pelo CEP/UEMS, no. CAAE 68618623.8.0000.8030 após autorizado pela direção da unidade prisional (AGEPEN).
Resultados
A pesquisa, com um grupo de 13 mulheres com idades entre 23 e 61 anos, revelam um conhecimento
superficial e incorreto sobre as hepatites virais, mostraram um uso inconsistente de preservativos e uma alta taxa de não vacinação ou falta de clareza sobre a situação vacinal, aumentando o risco de infecção. A maioria das participantes tem filhos e enfrenta condições de vida precárias, fatores
potencializadores da vulnerabilidade a infecções sexualmente transmissíveis (IST).
A análise dos resultados revelou que, apesar de existirem diretrizes para a promoção da saúde nos presídios, a implementação de estratégias educativas e preventivas é inadequada em unidades fechadas e baixa procura no semiaberto.
Conclusões/Considerações
O estudo enfatiza a urgência de ações educativas mais eficazes e de políticas públicas
que atendam às lacunas existentes, incentivando uma melhor educação sobre IST e
facilitando o acesso a métodos preventivos, como vacinas e preservativos. Essas ações são fundamentais para a diminuição da incidência de hepatites virais, para a melhoria da saúde dessas mulheres e para a detecção de novos casos.
ANÁLISE ESPACIAL-TEMPORAL DAS INTERNAÇÕES POR DOENÇAS RELACIONADAS AO SANEAMENTO AMBIENTAL INADEQUADO EM CRIANÇAS DE 0 A 9 ANOS NO ESTADO DE MINAS GERAIS - 2013-2024
Pôster Eletrônico
1 USP
Apresentação/Introdução
Este trabalho analisa a distribuição espacial-temporal das internações por Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI) em crianças de 0 a 9 anos em Minas Gerais, entre 2013 e 2024. O estudo busca identificar padrões geográficos, tendências temporais e fatores estatísticos associados à ocorrência dessas internações no estado.
Objetivos
Analisar a distribuição espacial-temporal das internações por DRSAI em crianças de 0 a 9 anos em Minas Gerais, entre 2013 e 2024, identificando padrões geográficos, tendências temporais e fatores socioambientais associados.
Metodologia
Estudo ecológico e quantitativo, baseado em dados secundários referentes às internações por Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI) em crianças de 0 a 9 anos, em Minas Gerais, entre 2013 e 2024. As informações de internação foram obtidas no SIH/SUS. As estimativas populacionais foram extraídas do IBGE. Indicadores socioeconômicos e ambientais foram obtidos junto ao IPEA, Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal e do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Taxas de internação foram padronizadas por 10 mil habitantes da faixa etária-alvo. Aplicaram-se análises descritivas, regressão logística para identificar fatores associados e análise espacial.
Resultados
Entre 2013 e 2024, houve uma tendência de redução nas taxas de internação por DRSAI em crianças de 0 a 9 anos em Minas Gerais, com desigualdades regionais persistentes. Clusters de alta incidência foram identificados nas regiões Norte e Nordeste, associando-se a piores indicadores de saneamento e desenvolvimento. A regressão logística apontou que a ampliação das equipes da ESF, o aumento do esgotamento sanitário adequado e maiores níveis do IFDM elevaram a chance de redução das internações. A análise espacial (LISA) destacou hotspots de baixa taxa de internação, indicando melhora, principalmente no Sul e Triângulo Mineiro do estado.
Conclusões/Considerações
Conclui-se que, apesar da redução nas internações por DRSAI em crianças, persistem desigualdades regionais relacionadas ao saneamento e à vulnerabilidade social. Reforça-se a necessidade de intensificar a vigilância em saúde infantil e ampliar os investimentos em saneamento ambiental, especialmente em regiões mais críticas, como forma de prevenir agravos e promover equidade em saúde.
AVALIAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DA TESTAGEM MOLECULAR POR PCR PARA CHLAMYDIA TRACHOMATIS E NEISSERIA GONORRHOEAE EM ADOLESCENTES EM UMA UNIDADE SOCIOEDUCATIVA NO RJ
Pôster Eletrônico
1 SMS/RJ
2 INI/FIOCRUZ
3 ENSP/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
As IST representam grave problema de saúde pública, especialmente entre adolescentes em vulnerabilidade, como os em medidas socioeducativas. Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae são prevalentes e muitas vezes assintomáticas, dificultando o diagnóstico. Dados sobre IST em adolescentes em conflito com a lei são escassos, exigindo estratégias específicas.
Objetivos
Avaliar a implementação da testagem por PCR para CT e NG em adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa em uma unidade do MRJ, analisando fluxos, prevalências e a continuidade da testagem após a incorporação à rotina das equipes locais.
Metodologia
Estudo observacional, retrospectivo e analítico, com abordagem quantitativa e qualitativa, realizado no complexo DEGASE-Ilha/RJ. A testagem de CT e NG por PCR foi aplicada em adolescentes que ingressaram nas unidades entre dois períodos: outubro/2023 a maio/2024 (fase pesquisa) e julho/2024 a março/2025 (fase pós pesquisa). Foram analisadas amostras de urina processadas em laboratórios de referência do SUS. Avaliaram-se prevalências e proporções de testagem, além da continuidade da implementação pelas equipes locais.
Resultados
Na fase inicial (out/2023–mai/2024), 965 adolescentes foram testados: 7,77% positivos para NG e 23,62% para CT. Na segunda fase (jul/2024–mar/2025), com foco em adolescentes do sexo feminino (n=68), observou-se 22,06% de positividade para NG e 26,47% para CT. Houve aumento na detecção de NG e leve redução para CT. As altas prevalências reforçam a vulnerabilidade dessa população e a importância da testagem sistemática.
Conclusões/Considerações
A implementação da testagem por PCR nas unidades socioeducativas mostrou-se eficaz para diagnóstico precoce e cuidado integral em saúde sexual. A continuidade da testagem em rotina, especialmente entre meninas, demonstrou viabilidade e impacto. A ampliação da estratégia para todas as unidades é urgente para reduzir desigualdades e garantir direitos à saúde.
CARTOGRAFIA DA COINFECÇÃO TB-HIV EM PESSOAS PRIVADAS DE LIBERDADE NO BRASIL ENTRE 2019 E 2023
Pôster Eletrônico
1 Universidade Santo Amaro
Apresentação/Introdução
A ocorrência da coinfecção tuberculose (TB) com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) representa um desafio global e a prevalência desta coinfecção na populaçao privada de liberdade (PPL) é significativamente maior, o que pode impactar no aumento da taxa de mortalidade devido às vulnerabilidades da condição privada.
Objetivos
Investigar a distribuição e a autocorrelação dos casos notificados de coinfecção de TB- HIV na PPL entre as unidades federadas do Brasil.
Metodologia
Estudo ecológico exploratório com dados de casos confirmados de TB e HIV na população privada de liberdade (PPL) entre 2019 e 2023, obtidos do SINAN. As populações foram extraídas dos Relatórios de Informações Penais de dezembro de cada ano. As médias foram calculadas no Jamovi® (v.2.3.26.0). A autocorrelação espacial foi avaliada pelo Índice de Moran Univariado e os padrões espaciais, pelo LISA. Mapas foram gerados no QGIS® (v.3.38.3), com base no SIRGAS 2000. A análise espacial e os mapas foram complementados no GeoDa® (v.1.22.0.4).
Resultados
Entre 2019 e 2023, 2.884 pessoas privadas de liberdade foram diagnosticadas com coinfecção TB-HIV. Pará, Pernambuco, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul apresentaram as maiores médias. Houve associação espacial negativa (0,111), sem significância estatística (p = 0,108), indicando em termos globais, que as médias de coinfecção TB-HIV não estão distribuídas de maneira homogênea no país. A autocorrelação local apontou o Pará como outlier alto e Santa Catarina como outlier baixo. Embora existam estudos sobre TB-HIV na PPL, não foram encontradas pesquisas com análise espacial em nível nacional para comparação.
Conclusões/Considerações
O Brasil não apresenta padrão espacial homogêneo na coinfecção HIV/TB na PPL. Pará e Santa Catarina se destacam com diferenças significativas. A coinfecção agrava a progressão das doenças, eleva a mortalidade e favorece a resistência à TB, exigindo ações específicas de saúde para interromper a cadeia de transmissão no sistema prisional.
INCIDÊNCIA E EVOLUÇÃO DA MENINGITE POR FATORES SOCIODEMOGRÁFICOS EM MINAS GERAIS: UM ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO
Pôster Eletrônico
1 FCMMG
Apresentação/Introdução
A meningite infecciosa, doença de acometimento neurológico e sistêmico, é responsável por cerca de 5 milhões de casos por ano no mundo, causando, aproximadamente, 500 mil mortes. Por ser uma doença de notificação compulsória, o uso dos dados epidemiológicos, de domínio público, pode ser uma ferramenta importante na análise da evolução e do panorama da meningite nos últimos anos.
Objetivos
Descrever a incidência e a evolução dos quadro de meningite no Estado de Minas Gerais de acordo com as características sociodemográficas da população acometida pela doença.
Metodologia
Trata-se de um estudo epidemiológico de delineamento ecológico com casos confirmados por meningites em Minas Gerais no período de 2009 a 2023. Foi realizada análise da incidência da meningite no período analisado e a descrição da evolução clínica dos casos pelas características sociodemográficas sexo, idade, escolaridade e raça. Para verificar a significância estatística, foi feito o teste Qui-quadrado de Pearson sendo alfa de 5%. Os dados foram analisados utilizando o software Stata versão 17.
Resultados
A partir da análise dos dados, foi possível identificar um total de 24.353 casos de meningite notificados no Estado de Minas Gerais no período de 2009 a 2023. Em relação às evoluções clínicas analisadas, observou-se relação estatisticamente significativa na variável raça, mostrando uma maior porcentagem de alta médica por meningite em pacientes de cor branca. As variáveis escolaridade e idade também foram estatisticamente significativas, sendo observada maior prevalência de alta médica em pacientes mais novos e com maior escolaridade e maior mortalidade nos indivíduos acima de 60 anos, e com menor escolaridade. A variável sexo não mostrou significância estatística.
Conclusões/Considerações
Os resultados indicam diferenças na evolução clínica da meningite pelas características sociodemográficas escolaridade, idade e raça. Isso permite avaliar e propor intervenções em grupos mais vulneráveis, como idosos, pessoas não brancas e com baixa escolaridade. Chama a atenção o alto número de informações ignoradas, sugerindo preenchimento desqualificado da ficha de notificação, o que exige maior atenção dos profissionais e serviços de saúde.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE DENGUE NO PERÍODO DE 2020 A 2024 NO ESTADO DA BAHIA
Pôster Eletrônico
1 UEFS
2 UNIGRAD
Apresentação/Introdução
A dengue é uma patologia sistêmica, febril aguda, tendo como agente vetorial o mosquito Aedes Aegypti. As manifestações clínicas incluem febre, dor de cabeça, dor retro-ocular, mialgia, artralgia e alterações nos parâmetros hematológicos. Essa doença pode ser classificada de acordo com os sinais e sintomas em três formas: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave
Objetivos
Analisar o perfil epidemiológico de dengue no período de 2020 a 2024 no estado da Bahia
Metodologia
Estudo exploratório, descritivo e quantitativo, a partir das informações disponibilizadas pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). A coleta de dados foi realizada em junho de 2025, mediante o seguinte questionamento: Qual o perfil epidemiológico dos casos notificados de dengue no ano de 2020 a 2024 na Bahia? Os critérios de inclusão adotados consistem nos casos notificados no SINAN de 2020 a 2024 de dengue no estado baiano. Já os critérios de exclusão englobam cor da pele e escolaridade.
Resultados
Foram notificados 421.688 casos de dengue, o período compreendido A faixa etária e o sexo mais acometidos foram as pessoas com 20 a 39 anos (36,14%) e o sexo feminino (55,93%). Na classificação clínica, predominou a dengue clássica (62,43%), em seguida dengue com sinais de alarme (1,91%) e dengue grave (0,19%). Cerca de 57,22% dos indivíduos evoluíram para a cura e 0,06% foram a óbito. No entanto, não houve o preenchimento no espaço de evolução clínica da ficha de notificação de 42,67% dos notificados. No que tange a hospitalização, 46,82% não foram internados e evidenciou-se percentual elevado de casos ignorados (49,01%).
Conclusões/Considerações
Observa-se o crescimento exponencial no período de 2024, contudo há a prevalência de casos notificados como dengue clássica. Nota-se o preenchimento incompleto na ficha relacionada a hospitalização e a evolução clínica, sendo necessário manter o acompanhamento dos pacientes notificados.
AVANÇO DA ESPOROTRICOSE ZOONÓTICA NO CEARÁ: A EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO HOSPITALAR
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Ceará (UFC)
2 Hospital São José (HSJ)
Apresentação/Introdução
A esporotricose está na lista de doenças tropicais negligenciadas (DTN) da Organização Mundial da Saúde (OMS) como outras micoses profundas. É uma micose subcutânea causada por um dimórfico do gênero Sporothrix. Nas últimas décadas a transmissão zoonótica tem se tornado epidemiologicamente relevante. O Brasil é o país com o maior número de casos da doença.
Objetivos
Descrever a ocorrência de esporotricose de transmissão zoonótica no Ceará, entre junho/2022-janeiro/2025.
Metodologia
Estudo transversal dos pacientes com esporotricose acompanhados entre junho/2022 e janeiro/2025 no Hospital São José, Ceará, Brasil.Foram incluídos no estudo todos os pacientes com quadro de esporotricose confirmado por método laboratorial ou clínico-epidemiológico (caracterizado por lesão sugestiva associada a contato com felinos doentes).
As variáveis clínicas e epidemiológicas foram coletadas através da revisão dos prontuários médicos. As análises estatísticas foram realizadas através do software Epi-Info.
Resultados
No total, 29 pacientes foram diagnosticados com esporotricose no Hospital São José entre junho/2022 e janeiro/2025.O ano de 2024 teve um aumento significativo em relação aos anos anteriores. A maioria dos casos ocorreram na capital do estado, Fortaleza (82,7%). Os casos de Fortaleza ocorreram, principalmente, em bairros de baixas condições hidrossanitárias. A média de idade dos participantes foi de 42,9 anos, sendo a maioria do sexo feminino. Contato direto com felinos doentes ocorreu em 86,2%. Os locais mais frequentes de aparecimento das lesões iniciais foram na mão (39,29%) e antebraço/punho (25%). O tempo médio de aparecimento da lesão até o primeiro atendimento foi de 63,5 dias.
Conclusões/Considerações
O nosso estudo demonstra um aumento de casos de esporotricose no estado do Ceará, especialmente na capital, semelhante ao que vem ocorrendo em todo o país. Apesar disso, a doença permanece negligenciada, acometendo, principalmente, populações vulneráveis. Políticas públicas e investimento em pesquisas no contexto de saúde única são necessárias para conter o avanço dessa doença.
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA DOENÇA DE CHAGAS E SEUS FATORES DE RISCOS AMBIENTAIS E SOCIOECONÔMICOS, NA MESORREGIÃO DO MARAJÓ, NO ESTADO DO PARÁ, BRASIL, AMAZONIA ORIENTAL
Pôster Eletrônico
1 UFPA, UEPA e CESUPA.
2 UFPA e UEPA.
3 UFPA
4 UEPA
5 CESUPA
6 IEC
7 UFPA, UEPA
Apresentação/Introdução
A Doença de Chagas (DC) constitui um crescente problema de saúde pública no Brasil. No estado do Pará a política desenvolvimentista implantada em seu território incentivou a execução de empreendimentos que ocasionaram grandes transformações ambientais gerando fatores de risco para a DC nos seus diversos municípios.
Objetivos
Este trabalho analisou a distribuição espacial da doença de Chagas relacionada às variáveis ambientais e socioeconômicas, na mesorregião do Marajó, no estado do Pará, no período de 2013 a 2022.
Metodologia
Para tal, foi realizado um estudo descritivo e ecológico. Foram utilizados dados epidemiológicos do Ministério da Saúde, socioeconômicos e cartográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e ambientais do MapBiomas Brasil. Após a depuração, retirada de inconsistências e duplicidade dos dados, estes foram georreferenciados e indexados às bases cartográficas. As análises de significância estatística foram realizadas com o teste Qui-quadrado, e as de dependência espacial entre as variáveis, com as técnicas de Kernel e Moran.
Resultados
Foram confirmados 921 casos da doença na área de estudo. O maior percentual dos casos foi em indivíduos do sexo masculino (55,8%), pardos (77,4%), adultos (58,7%), escolaridade baixa (41,6%) e residentes da zona rural (50,8%). A forma de contaminação oral foi a mais expressiva. Foi confirmada dependência espacial dos casos da doença com os diferentes tipos de uso e cobertura do solo identificados no território. A distribuição da doença ocorreu de forma não-homogênea. Foram observadas diferentes relações entre as variáveis estudadas e a ocorrência da doença.
Conclusões/Considerações
A doença apresentou um padrão não homogêneo de distribuição dos casos, com relação direta entre áreas com casos e de desmatamento associado a diferentes atividades antrópicas. Existe uma produção socioambiental da doença que ultrapassa os limites fronteiriços das mesorregiões, sendo seu estabelecimento relacionado ao modelo de desenvolvimento não sustentável implementado na região.
TENDÊNCIAS DA MORTALIDADE POR TUBERCULOSE NAS MACRORREGIÕES DE SAÚDE DO CEARÁ NO PERÍODO DE 2014 A 2023
Pôster Eletrônico
1 UVA
Apresentação/Introdução
A tuberculose é um problema de saúde pública agravado por determinantes sociais. No Ceará, a mortalidade permanece alta e desigual entre regiões. Este estudo analisa tendências de óbitos por tuberculose nas cinco macrorregiões de saúde do estado entre 2014 e 2023.
Objetivos
Analisar a tendência da mortalidade por tuberculose nas cinco macrorregiões de saúde do Ceará (2014–2023), estimando coeficientes por sexo e região, e identificando padrões temporais e espaciais da mortalidade segundo essas variáveis.
Metodologia
Estudo ecológico, quantitativo, com dados de óbitos por tuberculose (CID-10: A15–A19), residentes nas cinco Macrorregiões de Saúde do estado do Ceará: Fortaleza, Cariri, Litoral Leste/Jaguaribe, Sertão Central e Sobral, registrados entre 1º de janeiro de 2014 e 31 de dezembro de 2023, extraídos do SIM/DATASUS. Foram calculados coeficientes brutos e médios por 100.000 habitantes, estratificados por macrorregião e sexo. A tendência temporal foi analisada com o Joinpoint, estimando a variação percentual anual (APC), IC95% e p<0,05. A população foi obtida do IBGE. As análises permitiram identificar tendências crescentes, decrescentes e estacionárias.
Resultados
Entre 2014 e 2023, o Ceará registrou 2.095 óbitos por tuberculose. Fortaleza concentrou 70% dos casos e teve o maior coeficiente médio (3,1/100 mil); o menor foi no Litoral Leste (0,7). Homens apresentaram maior mortalidade em todas as regiões. O Sertão Central teve queda significativa após 2016 (APC = -7,8%). No Cariri, a mortalidade entre mulheres passou de queda (-25,3%) a forte aumento recente (+27,4%). Sobral apresentou crescimento recente (+11,7%). As tendências foram estáveis em Fortaleza e Litoral Leste. Os dados evidenciam desigualdades regionais e por sexo, agravadas pela pandemia..
Conclusões/Considerações
A mortalidade por tuberculose no Ceará varia entre regiões e sexos. Fortaleza concentrou os maiores índices; Cariri e Sobral exigem atenção. Homens mantêm maiores taxas. Os achados destacam desigualdades e reforçam a necessidade de ações regionais e equitativas. É essencial fortalecer o diagnóstico precoce, a adesão ao tratamento e o enfrentamento dos determinantes sociais.
CARACTERIZAÇÃO DA LETALIDADE DA LEPTOSPIROSE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2023 A 2025
Pôster Eletrônico
1 Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ) | SES-RJ
2 Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ)
3 Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ)
4 Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
5 Universidade Federal Fluminense
Apresentação/Introdução
A leptospirose é uma infecção bacteriana causada por espécies do gênero Leptospira, transmitida principalmente pelo contato com urina de animais infectados, especialmente roedores, ou com água e solos contaminados. No estado do Rio de Janeiro (ERJ), em 2023, foram registrados 304 casos confirmados e 35 óbitos; em 2024, 335 casos e 41 óbitos; e em 2025, até maio, 95 casos e 10 óbitos.
Objetivos
Caracterizar a letalidade da leptospirose no ERJ entre 2023 e 2025, por meio da análise dos casos confirmados, óbitos, distribuição geográfica e manifestações clínicas.
Metodologia
Estudo exploratório descritivo, com análise dos dados da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, referentes aos casos confirmados, óbitos e as variáveis sexo, faixa etária, município de residência, região de saúde de residência e sintomas clínicos.
Resultados
Em 2023, os óbitos destacaram-se no município do Rio de Janeiro (MRJ) (74 casos, 7 óbitos), São Gonçalo (27, 4) e Duque de Caxias (14, 1). Itaguaí teve letalidade de 100% (1, 1). Em 2024, o MRJ (72, 8), Belford Roxo (46, 6), São João de Meriti (16, 4) e Duque de Caxias (22, 3). Maricá, Resende, Rio das Ostras e São Francisco de Itabapoana apresentaram letalidade de 100%. Em 2025, os principais foram MRJ (30, 5) e Campos dos Goytacazes (10, 1). Itatiaia, Magé, Nilópolis e São José do Vale do Rio Preto tiveram letalidade de 100%. A maioria dos óbitos ocorreu em homens (86%), principalmente entre 40 e 49 anos. Sintomas comuns: mialgia, icterícia, febre, prostração, insuficiência renal e vômito.
Conclusões/Considerações
Observa-se a persistência da leptospirose no ERJ, com impacto em regiões de alta densidade populacional, como a Metropolitana I, que compreende o município do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, São João de Meriti e Nilópolis. A elevada letalidade em diversos municípios reforça a necessidade de fortalecer a vigilância, o diagnóstico precoce e a assistência oportuna.
TENDÊNCIAS DA SÍFILIS ADQUIRIDA NO BRASIL ENTRE 2019 E 2023: UM ESTUDO DESCRITIVO COM FOCO EM DESIGUALDADES REGIONAIS E SOCIODEMOGRÁFICAS
Pôster Eletrônico
1 UFSC
Apresentação/Introdução
A Sífilis Adquirida (SA) é uma infecção sexualmente transmissível curável, que causa complicações graves quando não tratada, sendo um desafio na saúde pública. Entre 2019 e 2023, houve no Brasil uma queda inicial nos casos, seguida de retomada do crescimento. Em vista disso, é evidente a necessidade contínua de políticas públicas eficazes de prevenção, diagnóstico e controle da infecção.
Objetivos
Analisar o perfil e evolução das notificações de SA no Brasil (2019–2023) por região, sexo e raça/cor; comparar períodos pré e pós-pandemia; avaliar a completude das variáveis sociodemográficas.
Metodologia
Estudo descritivo de base secundária, com análise dos casos de sífilis adquirida notificados ao SINAN entre janeiro de 2019 e dezembro de 2023. Os microdados foram obtidos no OpenDataSUS e tratados no R. Realizou-se padronização das variáveis de interesse (ano, região, sexo e raça/cor), remoção de duplicatas e exclusão de registros com campos obrigatórios ausentes. As variáveis categóricas foram recodificadas e as frequências absolutas e relativas calculadas por ano, região, sexo e raça/cor. A série temporal foi apresentada em tabelas. Os scripts foram validados por dupla leitura. Entre as limitações estão a subnotificação e a indisponibilidade de dados de 2024.
Resultados
Entre 2019-2023 foram notificados 932995 casos de SA no Brasil. 166317 em 2019, e 127438 em 2020 (-23,4%). A partir de 2020, observou-se um aumento progressivo: 171189 em 2021 (+34,4%), 219030 em 2022 (+27,9%) e 249021 em 2023 (+13,7%). Em 2020, todas as regiões apresentaram redução no número de casos, com maior destaque N (–23,6%), e NE (–38,7%). Em 2021, houve um crescimento expressivo em todas as regiões, especialmente N (+60,2%) e NE (+60,6%). Na análise acumulada do período, maior concentração no SE, com 442441 notificações (47,4% do total). Quanto ao sexo, 572969 entre os homens (61,4%) e 359882 entre as mulheres (38,6%). A prevalência masculina variou entre 60,7%(N) e 65,4%(CO).
Conclusões/Considerações
Conforme os objetivos, nota-se a queda inicial por subnotificação e baixa testagem. O aumento posterior reflete mais testes rápidos em UBS e ações governamentais de rastreio. A disparidade regional deve-se à densidade populacional e acesso desigual ao SUS com iniquidade no Norte e Centro-Oeste. O predomínio é masculino: maior testagem; menor procura por mulheres não-gestantes. Portanto, é urgente fortalecer Políticas Públicas equitativas na saúde.
PERFIL DE GESTANTES COM SÍFILIS NO ESTADO DE GOIÁS
Pôster Eletrônico
1 UniRV, Campus Aparecida de Goiânia
Apresentação/Introdução
Sífilis é uma infecção causada pela bactéria Treponema pallidum, transmitida via sexual, vertical ou transfusão sanguínea. A transmissão de sífilis para o feto pode ocorrer em qualquer fase da gestação ou estágio clínico. O Brasil tem registrado um crescimento nos casos de sífilis gestacional e congênita na última década, apesar da possibilidade de prevenção, diagnóstico e tratamento.
Objetivos
Conhecer o perfil das gestantes com sífilis no Estado de Goiás, atendidas na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).
Metodologia
Trata-se de um estudo epidemiológico observacional analítico transversal que utilizou como fontes: dados obtidos por meio do questionário aplicado presencialmente às gestantes, na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), de julho de 2023 a maio de 2024. A caracterização do perfil sociodemográfico dos pacientes, bem como as variáveis relacionadas à sífilis, antecedentes ginecológicos e obstétricos, foi realizada utilizando-se frequências absolutas e relativas. Para avaliar as associações entre as variáveis, foram realizadas análises de contingência utilizando o teste do Qui-quadrado de Pearson e Qui-quadrado Post Hoc.
Resultados
A maioria das gestantes são pardas, tem ensino médio completo e vivem em áreas urbanas. Em 62,5% dos casos, o diagnóstico ocorre no primeiro trimestre. Metade delas tem conhecimento sobre sífilis gestacional e a maioria relatou saber sobre prevenção de infecções sexualmente transmissíveis. Grande parte iniciou a vida sexual e engravidou na adolescência, geralmente com um único parceiro, mas apenas 50% dos parceiros recebem tratamento
Conclusões/Considerações
Conclui-se que o diagnóstico precoce é um dado positivo, mas o tratamento insuficiente dos parceiros preocupa. O estudo aponta que é fundamental promover intervenções educativas focadas no tratamento de parceiros e facilitar o diagnóstico
SINTOMÁTICOS RESPIRATÓRIOS E INCORPORAÇÃO DO TESTE RÁPIDO MOLECULAR NO DIAGNÓSTICO DE TUBERCULOSE EM GOVERNADOR VALADARES/ MINAS GERAIS, 2017 A 2024
Pôster Eletrônico
1 UFJF-GV
2 UNIVALE
3 SMS-GV
Apresentação/Introdução
A tuberculose (TB) é causada pelo Mycobacterium tuberculosis, através da inalação de aerossóis emitidos por pessoas com formas infectantes sem tratamento. Considera-se sintomático respiratório (SR) pessoas com tosse por 3 semanas ou mais, com variações no tempo para alguns grupos. Deve-se avaliar 1% da população do território a cada ano, esperando-se detectar TB ativa em 3 a 4% dos SR examinados.
Objetivos
Caracterizar a série histórica de SR de TB em Governador Valadares - Minas Gerais, no período de 2017 a 2024, destacando a realização do teste rápido molecular (TRM-TB) no município a partir de dezembro de 2018.
Metodologia
Estudo descritivo, quantitativo de SR examinados no município de 2017 a 2024 e seu acesso a exames laboratoriais. Para as análises dos indicadores “proporção de SR examinados entre os estimados” e “percentual de positividade das amostras” utilizou-se o consolidado dos relatórios gerenciais elaborados mensalmente a partir dos consolidados dos laboratórios no território. Para a “proporção de casos novos de TB com TRM-TB realizado e proporção de detectáveis”, utilizou-se a base de dados anonimizada do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Por se tratar de dados consolidados e anonimizados, dispensa-se apreciação pelo sistema CEP/CONEP.
Resultados
De 2017 a 2024, 11820 SR foram examinados (média global de 54,5% dos estimados), variando entre 30,7% (2021) e 94,8% (2019), com tendência à estabilidade nos últimos 3 anos em valores próximos a 55%. O percentual de positividade das amostras variou de 2,8% (2019) a 15,2% (2024), numa tendência crescente. Dentre os casos novos de TB, 50% destes realizaram TRM-TB no período, com valores acima de 80% de 2022 a 2024 (84,3%, 92,5% e 81,6%, respectivamente), demonstrando a utilização do recurso diagnóstico incorporado após a pandemia. Além disso, a positividade dos TRM-TB em casos novos variou de 72,6% (2023) a 88,9% (2020).
Conclusões/Considerações
Apesar de a meta de exame de SR não ter sido alcançada, destaca-se a indicação correta, a partir da definição de SR. Em 2019 houve oferta ampliada, mas de baixa assertividade; já na pandemia, redução do acesso, com maior positividade. Finalmente, comprova-se a importância da incorporação do TRM-TB no diagnóstico. Investir na formação profissional e educação em saúde são caminhos para a integração da rede no cuidado à pessoa com TB.
COQUELUCHE NO BRASIL: ESTUDO DA CORRELAÇÃO ENTRE A INCIDÊNCIA E A COBERTURA VACINAL DA PENTAVALENTE EM MENORES DE 1 ANO, 2013 A 2024
Pôster Eletrônico
1 Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro/UERJ
Apresentação/Introdução
A coqueluche é uma infecção respiratória aguda, imunoprevenível, com distribuição global e alta morbimortalidade em crianças menores de 1 ano. Apesar da inclusão da pentavalente e da dTpa no calendário vacinal, a persistência de casos evidencia desafios na vigilância, como a cobertura vacinal e controle da doença no Brasil.
Objetivos
Analisar a cobertura vacinal da pentavalente (3ª dose) e a taxa de incidência de coqueluche em menores de 1 ano no Brasil, no período de 2013 a 2024, e a correlação entre esses dois indicadores.
Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico temporal analítico. A população de estudo foi composta por crianças menores de 1 ano. Foram estimadas: taxas de incidência de coqueluche em menores de um ano - SINAN (casos confirmados) e SINASC (nascidos vivos) e a cobertura vacinal de pentavalente - SI-PNI, para cada ano de estudo. Para a análise temporal dos indicadores e aplicação do coeficiente de correlação de Pearson (r), com intervalo de confiança de 95% e nível de significância de 5% (α = 0,05) foi utilizado o software R.
Resultados
Entre 2013 e 2024, a cobertura vacinal da pentavalente variou de 24,9% a 90,1%, com queda expressiva entre 2019 e 2022. A taxa de incidência da coqueluche apresentou tendência de redução entre 2013 a 2023, mas voltou a crescer em 2024 (54,42/100 mil NV). A correlação entre as taxas de incidência e a cobertura vacinal foi fraca (r = -0,15), mas, ao considerar a relação entre a cobertura vacinal no ano anterior e a taxas de incidência no ano seguinte, observou-se correlação negativa moderada a forte (r = -0,69), indicando possível efeito protetor da cobertura vacinal sobre a incidência da doença em menores de 1 ano no Brasil.
Conclusões/Considerações
O estudo reforça a importância da manutenção de elevadas coberturas vacinais para o controle da coqueluche no Brasil. A queda da vacinação infantil interfere na proteção, sendo importante o fortalecimento da rede, as ações de vigilância em saúde, comunicação em saúde e estratégias de enfrentamento à hesitação vacinal, visando avanços no Programa Nacional de Imunizações.
PAPILOMAVÍRUS HUMANO EM CAVIDADE ORAL DE MULHERES TRANSGÊNERO: PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS
Pôster Eletrônico
1 UFG
2 PUC-GO
Apresentação/Introdução
O Papilomavírus Humano (HPV) configura-se como uma das IST mais prevalentes no mundo e é associado ao desenvolvimento de neoplasias, incluindo câncer de cavidade oral. As Mulheres Transgêneras (MT) destacam-se por vulnerabilidades socioeconômicas, exclusão no acesso à saúde e comportamentos de risco, fatores que podem aumentar o risco de aquisição das infecções, como por HPV.
Objetivos
O objetivo deste estudo é estimar a prevalência de DNA-HPV em cavidade oral de MT; além de identificar características sociodemográficas e fatores comportamentais sexuais das MT.
Metodologia
É um estudo transversal e o recrutamento foi realizado pelo método Respondent Driven Sampling–RDS. As amostras foram obtidas por auto-coleta com uma escova tipo cytobrush. A detecção do DNA-HPV foi realizada por reação em cadeia da polimerase. Os dados foram analisados pelo STATA 13.0.
Resultados
Foram recrutadas 270 MT. A média de idade foi de 26 anos e 64,4% tinham entre nove e doze anos de escolaridade. A maioria era pardas/pretas (55,9%) e solteiras (88,5%). Cerca de 70,7% eram profissionais do sexo. O uso inconsistente de preservativo no sexo oral foi relatado por 17,8%. A prevalência de HPV na cavidade oral das MT foi de 10,8%.
Conclusões/Considerações
Conclui-se que é fundamental fortalecer as ações educativas voltadas ao bem-estar da população transgênera, aprimorar as orientações sobre a prevenção das IST e intensificar as campanhas de vacinação contra o HPV. Além disso, ressalta-se a necessidade de fomentar a produção científica, a fim de suprir as lacunas ainda existentes no conhecimento sobre o tema.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ÓBITOS POR DENGUE NO ESTADO DA BAHIA, 2015 A 2024
Pôster Eletrônico
1 CIEVS REGIONAL NORTE JUAZEIRO-BA
2 SESAB
Apresentação/Introdução
A Dengue é um tipo de arbovirose pertencente ao gênero Flavivírus, transmitida, principalmente, pelo mosquito fêmea do Aedes aegypti. É uma doença febril aguda, de natureza sistêmica e evolução dinâmica, que pode se manifestar em diferentes formas clínicas desde formas leves até progredir para quadros graves e, até mesmo, levar ao óbito.
Objetivos
Analisar o perfil epidemiológico dos óbitos por dengue no estado da Bahia, no período de 2015 a 2024.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, descritivo, observacional, baseado na análise de dados secundários referentes aos óbitos por dengue confirmados registrados no estado da Bahia no período de 2015 a 2024. Em relação aos dados sobre óbitos por dengue foram obtidos do Sistema de Informações de Agravos e Notificação (SINAN) a partir do portal de Transferência de Arquivos do DATASUS.
Resultados
No contexto dos óbitos por Dengue na Bahia, o estado apresentou um total de 339 óbitos confirmados entre os anos de 2015 e 2024. Observou-se que o sexo feminino concentra ligeiramente mais óbitos (50,15%), O perfil etário dos óbitos por dengue no estado da Bahia revela uma predominância entre adultos de 20 a 59 anos, que concentraram (45,43%), a raça/cor parda (60,18%), destaca-se que hipertensão arterial foi a comorbidade mais frequente, presente em (29,50%) dos pacientes, a confirmação laboratorial predominou, sendo responsável por (78,47%) dos casos confirmados de dengue que evoluíram a óbito.
Conclusões/Considerações
O cenário de óbitos por dengue no estado da Bahia evidencia um preocupante agravamento do quadro epidemiológico principalmente no ano epidêmico de 2024, onde o estado contabilizou o maior número de óbitos do período analisado, pessoas pardas e com hipertensão, indicando fatores sociais e clínicos associados aos óbitos. A predominância da confirmação laboratorial reforça a importância do diagnóstico oportuno para a vigilância e controle da doença.
CONTEXTOS COMUNITÁRIOS E PERCEPÇÕES PROFISSIONAIS E DE USUÁRIOS SOBRE O CONTROLE DA TUBERCULOSE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UVA
Apresentação/Introdução
A tuberculose persiste como problema de saúde pública, especialmente em contextos vulneráveis. Na Atenção Primária à Saúde (APS), o controle da doença enfrenta desafios relacionados aos determinantes sociais, à organização do serviço e às percepções de usuários e profissionais sobre cuidado e adesão.
Objetivos
Analisar as percepções de profissionais e usuários da APS sobre o controle da tuberculose, considerando aspectos comunitários, sociais e organizacionais que influenciam a adesão ao tratamento e o enfrentamento da doença em territórios vulneráveis.
Metodologia
Trata-se de estudo qualitativo, de natureza exploratória, realizado em cinco Unidades da Estratégia Saúde da Família (ESF) de Sobral, Ceará, escolhidos aleatoriamente entre as 23 existentes no município. Foram 10 enfermeiros das equipes da ESF, 25 Agentes Comunitários de Saúde e 25 usuários assistidos pelas equipes. Utilizou-se roteiro semiestruturado, com questões sobre percepção da doença, acesso, adesão e organização do cuidado. As entrevistas foram gravadas, transcritas e submetidas à análise de conteúdo temática, conforme Bardin. A pesquisa observou os preceitos éticos da Resolução CNS nº 466/2012, com aprovação no Comitê de Ética da Universidade Estadual Vale do Acaraú.
Resultados
Identificou-se que fatores como pobreza, estigma, baixa escolaridade e vulnerabilidade social impactam a adesão ao tratamento da tuberculose. Profissionais destacaram sobrecarga de trabalho, dificuldades na vigilância e limites na articulação com outros setores. Usuários relataram desconhecimento sobre a doença e barreiras de acesso. A presença de agentes comunitários foi vista como positiva no acompanhamento. O estigma social e o medo do diagnóstico persistem como obstáculos. A confiança no serviço e o vínculo com a equipe favorecem o controle, mas requerem maior investimento em educação em saúde e ações intersetoriais.
Conclusões/Considerações
O controle da tuberculose na APS exige abordagem integral que considere vulnerabilidades sociais e fortaleça vínculos com os usuários. A atuação dos agentes comunitários é estratégica, mas insuficiente diante de estigmas, barreiras estruturais e limites organizacionais. É necessário ampliar ações educativas e intersetoriais para reduzir desigualdades no enfrentamento da doença.
O RESSURGIMENTO DO SARAMPO: COMPREENDENDO AS OCORRÊNCIAS DE CASOS NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO DE 2018 A 2022.
Pôster Eletrônico
1 SMS_RJ
2 ENSP_FIOCRUZ
3 SES_RJ
Apresentação/Introdução
O sarampo é uma doença viral, infecciosa aguda, potencialmente grave, de notificação compulsória, é uma das doenças mais contagiosas do mundo. Uma ameaça, pesar de haver uma vacina segura e eficaz disponível no SUS. Com a circulação do vírus em diversos países, fluxo de turistas e migrantes no MRJ, queda da cobertura vacinal, formou-se a tríade que foi decisiva para a disseminação do sarampo.
Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico dos casos confirmados. Relacionar as coberturas vacinais contra sarampo e ocorrências de casos no período do estudo. E identificar as potencialidades e fragilidades no processo de investigação epidemiológica e laboratorial.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, de natureza descritiva, com a utilização de métodos mistos, realizada no município do Rio de Janeiro. Foi realizada uma análise documental no SINAN dos casos confirmados para o sarampo e no SIPNI das doses da vacina tríplice viral aplicadas durante o período do estudo. Associado a isso, foi realizada uma entrevista semiestruturada em 20 profissionais da rede de vigilância em saúde do município do Rio de Janeiro (MRJ).
Resultados
Primeiros casos começaram a aparecer no MRJ em 2018, com ocorrência sustentada e crescente de casos confirmados de julho de 2019 a março de 2020. Evidente protagonismo dos profissionais da atenção primária na notificação e investigação dos casos. A relevância da vigilância laboratorial com 74% dos casos confirmados pelo critério laboratorial. Em 2020 atingiu a maior incidência (9,16) desde a eliminação do sarampo do Brasil. Os homens foram os mais acometidos pelo sarampo, cerca de 57,4% das notificações do período. As medidas de isolamento durante a pandemia em 2020 e orientações sobre etiqueta respiratória refletiram diretamente na diminuição dos casos de sarampo.
Conclusões/Considerações
Necessidade de uma vigilância mais ativa nos períodos de férias, com maior trânsito de turistas. Para além de recuperar as altas coberturas vacinais, é preciso garantir a homogeneidade em todo território. Promover a articulação entre as unidades assistenciais e os serviços de vigilância. É essencial a divulgação sistemática nos veículos de comunicação do que é a doença e do risco que representa à saúde pública.
PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA: ANÁLISE DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO ATRAVÉS DA AVALIAÇÃO DE ATRIBUTOS DE OPORTUNIDADE E QUALIDADE DOS DADOS
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde Rio de Janeiro - RJ
2 UFRJ-SMSRJ
Apresentação/Introdução
A notificação de acidentes com animais, possíveis transmissores da raiva humana, deve ser realizada através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). O monitoramento e a avaliação dos atributos do sistema de informação em saúde são essenciais, tanto para a qualificação do sistema de vigilância epidemiológica, quanto para o atendimento adequado e oportuno à população.
Objetivos
Avaliar os atributos de qualidade dos dados e a oportunidade do sistema de informação do atendimento antirrábico no município do Rio de Janeiro entre maio de 2022 e maio de 2024.
Metodologia
Estudo descritivo com casos notificados extraídos do SINAN. Foram avaliados os atributos do sistema de informação da profilaxia pós-exposição segundo diretrizes do Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Para avaliação da oportunidade foram analisadas as médias e medianas do tempo de digitação, ocorrência e encerramento; para a completitude foi analisada adequação das variáveis sociodemográficas e de conduta a escores pré definidos; para as inconsistências analisou-se os campos relacionados à prescrição do tratamento, classificando o escore de adequação em "Excelente, bom, regular, ruim e muito ruim”. O tratamento estatístico empregou Excel®, Tabwin e Epi Info™.
Resultados
As principais inconsistências foram quanto às prescrições: acidentes com animais domésticos observáveis com sinais sugestivos de raiva e domésticos não observáveis ou de produção em acidente grave foram "Muito Ruim". Em contraste, animais domésticos sadios e observáveis, tanto acidentes leves, quanto graves apresentaram a melhor avaliação "Muito Bom". Quanto à completitude, a variável "gestante" teve 97,31%, "escolaridade" 59,4%. Em relação à oportunidade, as medianas de tempo foram: acesso à APS em 1 dia, digitação dos casos em 33 dias, encerramento: 1) observação do animal - 15 dias e 2) tratamentos com imunobiológicos - 29 dias.
Conclusões/Considerações
A pesquisa forneceu resultados importantes para o alinhamento da conduta na profilaxia da raiva humana, uma doença letal, porém imunoprevenível. Observou-se que a maioria dos profissionais segue a última orientação técnica. No entanto, inconsistências na prescrição para acidentes com alto risco de óbito por raiva ainda são expressivas, demandando atenção contínua para aprimorar as práticas e garantir a segurança dos pacientes.
PADRÕES ESPAÇO-TEMPORAIS DA MORTALIDADE POR COVID-19 NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL DURANTE CINCO ONDAS EPIDÊMICAS, 2020–2023
Pôster Eletrônico
1 Escola Nacional de Saúde Pública - ENSP
Apresentação/Introdução
Na Amazônia brasileira, epicentro inicial da Covid-19, o colapso hospitalar evidenciou vulnerabilidades únicas da Região Norte. A dinâmica espaço-temporal da mortalidade, porém, permanece pouco quantificada. Mapear focos municipais de alto risco é crucial para orientar vigilância, logística de insumos e pactuação interestadual de leitos.
Objetivos
Detectar e caracterizar clusters espaço-temporais de mortalidade por Covid-19 nos municípios da Região Norte (2020-2023), avaliando mudanças entre ondas epidêmicas e sua relação com privação socioeconômica.
Metodologia
Trata-se de estudo ecológico, com varredura espaço-temporal de Poisson (SaTScan) com óbitos confirmados (SIVEP-Gripe) em municípios por cinco ondas epidêmicas, janelas ≤10 % da população regional e ≤50 % da duração, com ajuste por sexo, faixa etária. Significância: p<0,05 via 999 simulações de Monte Carlo. Para cada cluster obtiveram-se risco relativo (RR), mediana GeoSES e IQR.
Resultados
Foram identificados 59 clusters significativos. Na 1ª onda, Manaus e nove municípios vizinhos exibiram RR = 3,53 e GeoSES mediano –0,7. A 2ª onda (variante Gama) gerou clusters na região oeste do Amazonas sendo o maior com 13 municípios, RR = 6,6, 5 078 óbitos. Da 3ª a 5ª ciclo ocorreu redução no número de clusters e em número de óbitos, mas aumento no raio dos clusters, indicando expansão da doença para áreas mais vulneráveis. Em todo o período, 71 % dos clusters possuíam GeoSES muito baixos, reforçando o vínculo entre privação e letalidade.
Conclusões/Considerações
A mortalidade por Covid-19 no Norte deslocou-se das capitais ao interior vulnerável, associada à desvantagem socioeconômica. A varredura espaço-temporal revelou-se útil para priorizar vacinação, planejar unidades sentinela e antecipar ações no SUS.
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA DOENÇA DE CHAGAS E SEUS FATORES DE RISCOS AMBIENTAIS E SOCIOECONÔMICOS, NA MESORREGIÃO NORDESTE DO ESTADO DO PARÁ, BRASIL, AMAZONIA ORIENTAL
Pôster Eletrônico
1 UFPA
2 UFPA e UEPA
3 UEPA
4 UFPA, UEPA e CESUPA
Apresentação/Introdução
A Doença de Chagas (DC) é um crescente problema de saúde pública no estado do Brasil. Atualmente, a região Norte brasileira é considerada endêmica para DC com emergência de casos isolados de forma vetorial e ocorrência de microsurtos familiares relacionados a transmissão oral por ingesta de alimentos contaminados com fezes ou macerado do vetor infectado
Objetivos
Este trabalho analisou a distribuição espacial da doença de Chagas relacionada às variáveis ambientais e socioeconômicas, na mesorregião Nordeste Paraense, no estado do Pará, no período de 2013 a 2022.
Metodologia
Para tal, foi realizado um estudo descritivo e ecológico. Foram utilizados dados epidemiológicos do Ministério da Saúde, socioeconômicos e cartográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e ambientais do MapBiomas Brasil. Após a depuração, retirada de inconsistências e duplicidade dos dados, estes foram georreferenciados e indexados às bases cartográficas. As análises de significância estatística foram realizadas com o teste Qui-quadrado, e as de dependência espacial entre as variáveis, com as técnicas de Kernel e Moran.
Resultados
Foram confirmados 1807 casos da doença na área de estudo. O maior percentual dos casos foi em indivíduos do sexo masculino (52,9%), pardos (84,9%), adultos (58,9%), escolaridade baixa (40,5%) e residentes da zona rural (50,6%). A forma de contaminação oral foi a mais expressiva. Foi confirmada dependência espacial dos casos da doença com os diferentes tipos de uso e cobertura do solo identificados no território. A distribuição da doença ocorreu de forma não-homogênea. Foram observadas diferentes relações entre as variáveis estudadas e a ocorrência da doença
Conclusões/Considerações
A doença apresentou um padrão não homogêneo de distribuição dos casos, com relação direta entre áreas com casos e de desmatamento associado a diferentes atividades antrópicas. Existe uma produção socioambiental da doença que ultrapassa os limites fronteiriços das mesorregiões, sendo seu estabelecimento relacionado ao modelo de desenvolvimento não sustentável implementado na região.
MAPEAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DE POPULAÇÕES MAIS VULNERÁVEIS ÀS HEPATITES VIRAIS BRASIL
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde/ Fiocruz
2 Ministério da Saúde
Apresentação/Introdução
As hepatites virais representam um grande desafio à saúde pública no Brasil, com impacto significativo na morbimortalidade, atingindo de forma desproporcional populações em situação de vulnerabilidade social, como pessoas em situação de rua, pessoas que usam drogas, trabalhadores(as) do sexo, pessoas privadas de liberdade, população LGBTQIAPN+ e comunidades tradicionais.
Objetivos
Descrever a situação epidemiológica das hepatites virais em populações vulneráveis no Brasil, visando subsidiar estratégias de prevenção, testagem e cuidado integral, orientadas pelos princípios da equidade e integralidade do SUS.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo com base em revisão de dados secundários provenientes de boletins epidemiológicos, inquéritos nacionais e literatura científica. Foram analisados estudos sobre prevalência de hepatites B e C, fatores associados e barreiras de acesso em grupos vulnerabilizados, incluindo pessoas privadas de liberdade, em situação de rua, trabalhadoras(es) do sexo, pessoas que usam drogas, gays e homens que fazem sexo com homens e comunidades tradicionais. As análises foram organizadas por grupo populacional e região geográfica, considerando os determinantes sociais da saúde, o acesso aos serviços e as desigualdades estruturais no enfrentamento das hepatites virais.
Resultados
Estudos evidenciam prevalências elevadas de hepatites B e C em populações vulneráveis: entre usuários de drogas injetáveis, até 55% para HBV e 83% para HCV; pessoas em situação de rua com prevalência de 8,5% para HCV; e em populações privadas de liberdade, entre 13% e 19% para HCV. Trabalhadores(as) do sexo e HSH também apresentam prevalências acima da média nacional. Em comunidades tradicionais, destacou-se a baixa cobertura vacinal para HBV e exposição ambiental, reforçando a necessidade de estratégias territorializadas. Barreiras de acesso, estigma e exclusão social dificultam diagnóstico precoce e adesão ao tratamento.
Conclusões/Considerações
O levantamento evidencia a necessidade urgente de intensificar ações de prevenção e testagem focalizada em populações vulnerabilizadas. Estratégias territoriais e intersetoriais de vacinação, educação em saúde e articulação com a rede de atenção devem ser fortalecidas para reduzir iniquidades e garantir o cuidado integral, contribuindo para a eliminação das hepatites virais como problema de saúde pública no Brasil.
VIGILÂNCIA LABORATORIAL DA LEISHMANIOSE VISCERAL HUMANA (LVH) NO BRASIL, 2015-2024
Pôster Eletrônico
1 Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS (EpiSUS/FETP Brasil). Coordenação-Geral de Preparação para as Emergências em Saúde Pública (CGPRESP). Departamento de Emergências em Saúde Pública (DEMSP). Secretaria de Vigilância em S
2 Consultor técnico; Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB)
3 Consultora técnica; Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB)
4 Coordenadora; Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB)
Apresentação/Introdução
Originalmente associada a ambientes rurais, a leishmaniose passou a se manifestar em outras regiões devido a intensa pressão da urbanização e invasão de áreas silvestres. A LVH é uma doença infecciosa parasitária sistêmica grave e fatal, podendo causar sinais clínicos diversos. O diagnóstico se dá por meio da realização de exames, sendo a forma mais eficaz os testes rápidos imunocromatográficos.
Objetivos
Avaliar série histórica de exames realizados para LVH no Brasil 2015-2024; identificar o perfil epidemiológico dos exames com resultado positivo no país; analisar a distribuição dos exames confirmados por unidade federativa, mês e ano de realização.
Metodologia
Estudo observacional do tipo descritivo, utilizando dados provenientes do Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), registrados entre 01/01/2015 a 31/12/2024, extraídos em 27 de maio de 2025. Para análise dos dados, foi utilizada a estatística descritiva, a partir de medidas de frequência relativa e absoluta, medidas de tendência central e dispersão. Utilizou-se os softwares Microsoft Excel 2010 e Tableau 2023.1.
Resultados
Foi registrado um total de 186.858 requisições para exames de LVH, 182.450 amostras coletadas, dentre estes 20.309 (11,13%) confirmados. A maior incidência de positivos foi entre homens 13.369 (65,83%), pessoas pardas 6.633 (33,53%), faixa etária de 1 a 4 anos 3.552 (17,49%). As zonas de maior ocorrência dos exames positivos foram: urbana 7.615 (37,5%) e rural 2.810 (13,84%). As unidades federativas que apresentaram maiores índices de positividade foram: Minas Gerais 3.980 (19,91%), Pará 3.058 (15,30%) e Tocantins 2.303 (11,52%).
Conclusões/Considerações
Fica evidente que a quantidade de suspeitos é superior ao de positivos, o que sinaliza uma alta investigação do agravo no país. Além disso, reforça ainda a importância laboratorial para investigação e controle da LVH. Diante do exposto, evidencia-se a necessidade de reforçar as políticas públicas voltadas à investigação oportuna de casos suspeitos em crianças, homens e pessoas pardas, bem como fortalecer a vigilância do agravo em áreas urbanas.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS USUÁRIOS QUE RECEBERAM PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO CONTRA A RAIVA HUMANA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO ENTRE ABRIL DE 2020 E MAIO DE 2024
Pôster Eletrônico
1 UFRJ; SMS-RJ
2 SMS-RJ
Apresentação/Introdução
A raiva humana é uma zoonose letal presente em quase todo o mundo. Apesar de 100% imunoprevenível, leva ao óbito 59 mil pessoas em mais de 150 países. No Brasil, altas coberturas vacinais de cães e gatos, o monitoramento dos animais de produção e o tratamento pós-exposição reduziram a transmissão da doença por estas espécies. Entretanto, houve um aumento de casos veiculados por animais silvestres.
Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico dos usuários que receberam profilaxia pós- exposição contra a raiva humana no município do Rio de Janeiro entre abril de 2020 e maio de 2024.
Metodologia
Foi realizada análise descritiva das notificações de atendimento antirrábico humano pós-exposição realizadas entre abril de 2020 a maio de 2024 em unidades de saúde do município do Rio de Janeiro, segundo perfil do usuário, local de residência, tipo de acidente, animal envolvido, tratamento prescrito e tipo de encerramento, segundo o período I (2020 a 2022) e o período II (20222 a 2024). Com intuito de avaliar, de forma comparativa, o impacto da nota técnica no atendimento, a pesquisa definiu como Períodos I e II os dois anos anteriores e posteriores à nota técnica nº 8 do MS, respectivamente.
Resultados
Mulheres com idade entre 20 a 59 anos, não gestantes, pessoas negras, residentes da zona oeste da cidade foram mais frequentes. A maioria dos acidentes foi classificado como grave, envolvendo caninos sadios e passíveis de observação. Com a mudança do protocolo em 2022, a prescrição mais prevalente, “observação + vacina” passou a ser “observação do animal”. Acidentes graves envolvendo animais não observáveis, silvestres e de produção com prescrição de “observação + vacina” e “Vacina” foram mais frequentes no Período I. Houve um aumento dos casos entre os períodos envolvendo quirópteros e primatas. A variável escolaridade apresentou a menor qualificação de completude.
Conclusões/Considerações
Não houve mudança significativa no perfil de atendimento. Entretanto, foi observado aumento de acidentes envolvendo quirópteros e primatas. Foram identificadas inconsistências de prescrição para acidentes com alto risco para o óbito por raiva, embora a maioria tenha seguido a nota técnica implementada. Destaca-se a importância da educação continuada dos profissionais de saúde como uma das estratégias fundamentais na profilaxia da raiva humana.
O TRABALHO CONJUNTO ENTRE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E PRESÍDIO: AÇÕES PARA MITIGAÇÃO DA TUBERCULOSE NA POPULAÇÃO PRIVADA DE LIBERDADE EM CATAGUASES-MG
Pôster Eletrônico
1 SMS Cataguases
Período de Realização
2023 aos dias atuais
Objeto da experiência
Diagnósticar e controlar a disseminação da Tuberculose na população privada de liberdade
Objetivos
Implantação de testes de triagem (sífilis, hepatites virais, HIV e TRM TB). Capacitar a equipe local do sistema carcerário para a realização dos testes rápidos para ISTs.Implantação do TRM TB como teste diagnóstico para a TB
Descrição da experiência
Testagem Rápida para ISTs e TRM TB sintomático na população privada de liberdade.Inserção do profissional Pneumologista para acompanhamento das pessoas privadas de liberdade. Capacitação da equipe de saúde da unidade prisional a realização dos testes rápidos para ISTs no momento da prisão se estiver com sintomas respiratórios já é colhido o TRM.Quando um privado de liberdade abre sintomas para TB é separado dos demais e colocado em outro local, o mesmo é testado e todos da cela também.
Resultados
Organização da rede de atenção a população privada de liberdade no enfrentamento as ISTs e a Tuberculose
Implantação da triagem a toda população privada de liberdade para garantir integralidade em saúde
Aprendizado e análise crítica
Articulação e fortalecimento da rede de atenção à saúde da população privada de liberdade.
Direito a saúde integral da população privada de liberdade
Aprimoramento e treinamento dos conhecimentos em TB
Conclusões e/ou Recomendações
Essa experiência demonstra que a integração entre vigilância epidemiológica e o sistema prisional pode levar a melhorias significativas na saúde dos detentos, contribuindo para a redução da transmissão de doenças e promovendo um ambiente mais saudável dentro das prisões.
AÇÃO INTEGRADA: ESTADO E MUNICÍPIO NO COMBATE À TUBERCULOSE NA UNIDADE PRISIONAL DO MUNICÍPIO DE CATAGUASES/MG
Pôster Eletrônico
1 SMS Cataguases
2 UNIFAGOC
Período de Realização
14/01/2024 e encontra-se em andamento.
Objeto da experiência
Identificar e tratar precocemente os casos de novos de tuberculose no sistema prisional e realizar a investigação dos contatos.
Objetivos
Garantir diagnóstico e tratamento a detentos com suspeita de tuberculose.Fortalecer educação em saúde na unidade prisional, capacitando servidores,conscientizando sobre tuberculose sobre medidas de prevenção.Implantar tratamento diretamente observado para evitar abandono e obter maior sucesso tratamento.
Descrição da experiência
Objetivando o alcance do diagnóstico foram implantadas as triagens periódicas de tuberculose,com a realização de exames de raio-X nos detentos e realização de TRMTB nos detentos com sintomas.Detento sendo admitido passa por avaliação médica em 7 dias, realiza o raio x e se apresentar sintomas respiratórios é realizado o TRMTB.Quando possível é realizado isolamento do detento sintomático ou com diagnóstico de tuberculose em cela separada,são utilizadas máscaras nos primeiros 15 dias de tratamento
Resultados
Identificação dos sintomáticos respiratórios, diagnóstico e tratamento precoce;
Melhor adesão ao tratamento, com acompanhamento dos pacientes conforme necessidade apresentada;
Controle de surtos dentro da unidade prisional;
Sensibilização dos presos e profissionais de saúde sobre a prevenção e tratamento da tuberculose.
Aprendizado e análise crítica
Importância da integração das esferas governamentais no enfrentamento à tuberculose na unidade prisional;
Necessidade de investimentos em infraestrutura para melhorar as condições sanitárias e reduzir o risco de transmissão;
Eficácia do modelo tratamento diretamente observado no controle da tuberculose na unidade prisional;
Melhoria na identificação dos sintomáticos respiratórios;
Conclusões e/ou Recomendações
Ao controlar a tuberculose nas unidades prisionais, há uma redução no risco de transmissão para a comunidade em geral, o que beneficia a saúde pública, proporcionando um ambiente mais seguro após a reintegração dos egressos.
Campanhas e programas de sensibilização sobre a tuberculose dentro e fora dos presídios podem aumentar a conscientização sobre a doença, estimulando a prevenção e o sucesso do tratamento nas comunidades.
PROMOÇÃO DA SAÚDE SEXUAL NO AMBIENTE UNIVERSITÁRIO: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE AÇÃO EDUCATIVA COM PALESTRA, TESTAGEM E DISTRIBUIÇÃO DE PRESERVATIVOS
Pôster Eletrônico
1 Unesp - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
Período de Realização
As ações foram realizadas nos os dias 14, 15 e 16 de abril e 28 de maio de 2025.
Objeto da experiência
Desenvolver ações educativas voltadas à prevenção, testagem e conscientização sobre ISTs no contexto universitário.
Objetivos
Relatar a experiência de uma ação de promoção da saúde sexual no campus da Unesp de Presidente Prudente, com atividades educativas, testagem rápida de HIV e sífilis, distribuição de preservativos e fortalecimento da prevenção e do acesso à informação no ambiente universitário.
Descrição da experiência
As ações ocorreram com a realização de testagem rápida para HIV e Sífilis, palestra educativa abordando aspectos clínicos, prevenção, importância do diagnóstico precoce e combate ao estigma relacionado às ISTs, além da distribuição gratuita de preservativos masculinos e femininos, acompanhada de orientações, reforçando o uso correto e a importância do preservativo como método de prevenção das ISTs e também da gravidez não planejada. A atividade foi direcionada a toda a comunidade acadêmica.
Resultados
A ação teve relevante participação do público-alvo e retorno positivo por parte dos participantes. Foram realizados 80 testes e distribuídos cerca de 50 kits de preservativos. A abordagem permitiu o esclarecimento de dúvidas, identificação de demandas e fortalecimento do vínculo da comunidade acadêmica com a Seção Técnica de Saúde. Além de possibilitar o estímulo ao autocuidado e ao acesso a informações, reforçando o papel da universidade na promoção da saúde integral da comunidade acadêmica.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância de ações intersetoriais e contínuas em saúde coletiva com foco na prevenção. A adesão expressiva e o retorno positivo demonstraram que a abordagem educativa favorece o engajamento da comunidade e amplia o acesso à informação qualificada sobre saúde sexual e prevenção das ISTs.
Ficou evidente que ações como essa promovem mudanças de comportamento, desmistificam tabus e contribuem para a criação de um ambiente universitário mais acolhedor, seguro e informado.
Conclusões e/ou Recomendações
Iniciativas como essa contribuem para a formação de uma comunidade acadêmica mais informada, consciente e saudável. Reforça-se a importância da atuação multiprofissional e contínua em saúde no contexto universitário.
A Unesp, enquanto integrante da Rede Brasileira de Universidades Promotoras de Saúde, tem papel fundamental na consolidação de políticas de promoção da saúde e reforça seu compromisso com a saúde e o bem-estar da comunidade acadêmica.
IPATINGA NO COMBATE À SÍFILIS: ESTRATÉGIAS QUE TRANSFORMARAM OS NÚMEROS
Pôster Eletrônico
1 PMI
Período de Realização
A análise dos dados sobre Sífilis, em Ipatinga-MG, entre os anos de 2022 e 2024.
Objeto da experiência
Relatar as estratégias implementadas pela Atenção Primária à Saúde, no município de Ipatinga, para o enfrentamento da sífilis.
Objetivos
Apresentar as estratégias adotadas para o controle da infecção, especialmente da transmissão vertical. Apresentar os resultados alcançados na redução dos casos de sífilis. Descrever as principais ações implementadas pelo Comitê, como prevenção, rastreamento, tratamento e capacitação profissional.
Metodologia
O Comitê Municipal de Investigação da Transmissão Vertical de ISTs, criado em 2022, investiga casos de transmissão vertical dessas infecções, propondo medidas educativas e qualificação profissional. Analisa casos notificados de sífilis adquirida, congênita e em gestantes, revisa protocolos e fluxos assistenciais, e utiliza documentos normativos que ressaltam a importância do tratamento da gestante, parceiro e acompanhamento da criança exposta ou com sífilis congênita.
Resultados
Entre 2022 e 2024, houve redução nos casos de sífilis em Ipatinga: sífilis adquirida caiu de 602 para 424; congênita, de 117 para 34; e em gestantes, de 136 para 75. Essa melhora reflete ações do Comitê, como prevenção, rastreamento, tratamento precoce e capacitação dos profissionais. A investigação da transmissão vertical permitiu identificar falhas no atendimento, gerando estratégias eficazes para controle e prevenção.
Análise Crítica
O Comitê Municipal de Investigação da Transmissão Vertical de ISTs, criado em 2022, impulsionou avanços importantes no controle da sífilis em Ipatinga, com queda significativa dos casos entre 2022 e 2024. O que reforça a relevância da qualificação profissional, revisão de protocolos e ações educativas contínuas. E aponta que, apesar dos resultados positivos, é essencial ampliar esforços para garantir atendimento integral, fortalecer a prevenção e erradicar a transmissão vertical dessas infecções.
Conclusões e/ou Recomendações
O Comitê contribuiu para a redução significativa dos casos de sífilis entre 2022 e 2024. A combinação de prevenção, capacitação e revisão de protocolos foi essencial para esses avanços. Contudo, é fundamental ampliar e fortalecer essas ações para garantir atendimento integral, diagnóstico precoce e tratamento adequado, visando a eliminação da transmissão vertical e a melhoria da saúde materno-infantil.
EXPERIÊNCIA NO NÚCLEO DE VIGILÂNCIA DE ROEDORES E VETORES DA PREFEITURA DE PORTO ALEGRE - RS
Pôster Eletrônico
1 ESP
2 UFRGS
Período de Realização
O período relatado vai do dia 17 de março de 2025 até o dia presente, 9 de junho de 2025.
Objeto da experiência
A participação nas atividades do Núcleo de Vigilância de Roedores e Vetores do município de Porto Alegre - RS.
Objetivos
Apresentar e avaliar criticamente os desafios da atuação desse Núcleo da Diretoria de Vigilância em Saúde de Porto Alegre no monitoramento e combate à dengue.
Descrição da experiência
Nesse período, os serviços realizados pelo município, que estava em situação de emergência por dengue, incluíram a geoprocessamento dos casos confirmados de dengue para elaboração de mapas, planejamento e acompanhamento das ações realizadas pelos ACEs, identificação taxonômica dos mosquitos e larvas, aplicação de métodos de contenção química e mecânica de vetores, atividades de educação ambiental em escolas, universidades e empresas.
Resultados
O município enfrenta um aumento recente e acelerado da dengue, gerando uma demanda inédita por intensificação das medidas de combate. Assim, muitas delas têm sido adotadas de forma reativa, sem atender aos princípios de planejamento e programação da vigilância em saúde. Apesar dos esforços do núcleo, decisões técnicas são desconsideradas, priorizando ações apenas destinadas a reforçar a percepção pública de atuação do município, que enfrenta um cenário de precarização orçamentária.
Aprendizado e análise crítica
Entre 2019 e 2024 os casos confirmados de dengue em Porto Alegre passaram de 472 para 17.676, tornando esse agravo uma preocupação recente e progressiva para o município. Frente a um cenário de sucateamento de recursos orçamentários e humanos, a contenção química tem sido feita com poucos estudos sobre sua efetividade na redução dos casos e seu impacto ambiental, muitas vezes contrária a opinião do corpo técnico, apenas para fins midiáticos, tendo a promoção de saúde em segundo plano.
Conclusões e/ou Recomendações
Mesmo acompanhando uma equipe multiprofissional competente, esta experiência evidencia a fragilidade estrutural e gerencial da resposta municipal. A priorização de ações imediatistas e midiáticas, em detrimento do planejamento técnico e sustentável, compromete a efetividade das medidas adotadas. Como sugestão, investir em educação ambiental e valorizar decisões baseadas em evidências podem ser estratégias essenciais para enfrentar a dengue.
DO PLANEJAMENTO À PRÁTICA: EXPANSÃO DA PREP COMO ESTRATÉGIA TERRITORIAL DE PREVENÇÃO NA REGIÃO MÉDIO NORTE-MATOGROSSENSE
Pôster Eletrônico
1 UNEMAT
2 SMS- Tangará da Serra
3 SMS- Tangará da serra
Período de Realização
Trata-se de uma experiência realizada a partir de 2024 em articulação regional.
Objeto da experiência
Ampliar o acesso à PrEP por meio de estratégias territoriais de prevenção e fortalecimento da rede de cuidados em perspectiva de matriciamento.
Objetivos
Promover a ampliação do acesso à PrEP na região de saúde por meio da articulação regional, fortalecimento da rede de atenção, ações de educação permanente e estratégias de prevenção combinada voltadas a populações-chave e vulneráveis.
Descrição da experiência
A estratégia foi estruturada nas etapas: Capacitação das equipes de saúde da APS para prescrever e monitorar a adesão à PrEP; Descentralização da oferta da PrEP tendo a APS; Sensibilização e divulgação por meio de campanhas educativas e de conscientização, utilizando canais de comunicação locais e regionais; Monitoramento e acompanhamento do processo de implantação, com visitas técnicas, e análise periódica da adesão à PrEP e Avaliação de impacto dos resultados da implantação.
Resultados
A capacitação das equipes aconteceu em 5 encontros e oportunizou formar 200 profissionais de saúde. No que tange o impacto, observou-se avanços no aumento do acesso à e da adesão à prevenção do HIV, com a dispensação da PrEP para 93 usuários em 2023, e 162 em 2024. A descentralização da oferta possibilitou maior capilaridade e agilidade no cuidado, reforçando a importância da APS e da articulação em rede para estratégias de prevenção territorializadas.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que a articulação regional e o fortalecimento da APS são fundamentais para ampliar o acesso à PrEP. A qualificação das equipes e a comunicação efetiva foram decisivas para o sucesso. Como desafio, destaca-se a necessidade de manter o seguimento, superar estigmas e garantir sustentabilidade das ações A experiência também revela o novo papel do CTA/SAE dentro da rede de atenção, que, por meio de uma abordagem matricial.
Conclusões e/ou Recomendações
A descentralização da PrEP mostrou-se importante para ampliar o acesso e fortalecer a prevenção do HIV. Recomenda-se manter ações de educação permanente, fortalecer o vínculo com a APS e ampliar estratégias de comunicação, inclusive investir na mandala da prevenção, não somente focar na entrega da profilaxia. Investir na articulação regional é essencial para garantir a continuidade, o seguimento e a sustentabilidade da iniciativa.
AMPLIANDO O CUIDADO AO HIV, SÍFLIS E HEPATITE B E C POR MEIO DE CAPACITAÇÃO EM TESTAGEM RÁPIDA COMO ESTRATÉGIA DE DIAGNÓSTICO PRECOCE EM SERVIÇOS ESTRATÉGICOS
Pôster Eletrônico
1 UNEMAT
2 SMS - Tangará da Serra
Período de Realização
Atividade extensionista desenvolvida desde agosto de 2024 na região de saúde médio norte mato-grossense.
Objeto da experiência
Capacitar profissionais de serviços estratégicos na região de saúde para a realização da testagem rápida como estratégia de diagnóstico precoce.
Objetivos
Fortalecer a capacidade técnica da rede de atenção à saúde por meio da prática dos profissionais em testagem rápida para ampliar o acesso ao diagnóstico precoce de infecções sexualmente transmissíveis em serviços estratégicos da rede ambulatorial e hospitalar de atenção à saúde na região de saúde.
Metodologia
A experiência consiste na articulação com a Comissão de Integração Ensino-Serviço da Região Médio Norte Mato-grossense, que abrange dez municípios, para capacitações teórico-práticas com carga horária de 8h, sendo 4h teóricas e 4h práticas, ministrada pela equipe multiprofissional do CTA/SAE. O processo de ensino é ancorado na Aprendizagem Baseada em Problemas subsidiada em casos elaborados com base nos protocolos, fluxos da testagem rápida e linha de cuidado.
Resultados
Foram pactuados três cursos para os municípios da região de saúde. Inicialmente, a capacitação foi realizada no município sede, por concentrar o maior número de profissionais, capacitando 13 profissionais. Após a formação, foram realizados 199 testes rápidos, resultando em 12 casos positivos para sífilis, um para hepatite B e um para HIV. Registra dificuldades de oferta das turmas visto que as reuniões da CIES, instância responsável pela articulação das datas, não têm ocorrido regularmente.
Análise Crítica
A experiência demostra impacto direto da capacitação na ampliação do diagnóstico precoce. A abordagem de ensino-aprendizagem foi considerada apropriada pelos participantes. A experiencia revela fragilidades na articulação regional, especialmente na ausência de reuniões regulares da CIES, o que reforça a dificuldade do engajamento dos responsáveis pelo processo de governança regional para garantir a sustentabilidade das ações.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a implementação de programas de educação permanente, com ênfase na análise das ações pactuadas e a resposta da organização regional para cumprir, além de incluir espaços de discussão ética na perspectiva do aprendizado significativo sobre a abordagem ao usuário. Vale investir em uma supervisão técnica como pilares da formação regional, por isso, deve-se revistar o espaço de corresponsabilidade da gestão regional e do CIES.
DESAFIOS NO DIAGNÓSTICO DA HANSENÍASE EM UMA UNIDADE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA Á SAÚDE E A IMPORTÂNCIA DA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Pôster Eletrônico
1 Biológo Gerente ESF/AP5.1/SMS-RJ
2 Enfermeira DAPS/CAP5.1/SMS-RJ
3 Médico ESF/AP5.1/SMS-RJ
4 Enfermeira ESF/AP5.1/SMS-RJ
5 Médica estagiária ESF/AP5.1/SMS-RJ
6 Enfermeira diretora DAPS/CAP5.1/SMS-RJ
7 Médica ESF/AP5.1/SMS-RJ
8 Enfermeira DAPS5.1/SMS-RJ
Período de Realização
A investigação teve início em março de 2024 e o diagnóstico foi confirmado após um ano.
Objeto da experiência
Experiência da equipe no diagnóstico de hanseníase virchowiana com sintomas atípicos da área programática (AP5.1).
Objetivos
Descrever caso clínico de hanseníase virchowiana de difícil diagnóstico e o manejo clínico realizado pela equipe, destacando os desafios enfrentados e a importância do trabalho multidisciplinar.
Metodologia
A usuária JFP, 66 anos, negra, do sexo femino, relatava dor e edema articular há três anos em braços e pernas, câimbras noturnas, xerose e manchas hipocrômicas e avermelhadas. Exames complementares revelaram fator reumatóide elevado e biópsia sugestiva de nódulo reumatóide. Inicialmente confundida com doença reumatológica, entretanto a biópsia do palato evidenciou “BAAR” e baciloscopia com “IB= 4,75”. O diagnóstico foi confirmado em conjunto com o apoio matricial.
Resultados
O desfecho foi a confirmação do diagnóstico tardio de hanseníase virchowiana, início do tratamento e acompanhamento multidisciplinar possibilitando a melhora clínica da usuária e a remissão das lesões. A ampliação do cuidado no território com o manejo da reação hansênica evitando deslocamentos e aumentando a adesão. Implementação de políticas públicas da linha de cuidados com ações voltadas para vigilância de contatos e prevenção de incapacidades, fortalecendo a equipe e a rede.
Análise Crítica
A complexidade do diagnóstico requer uma abordagem clínica minuciosa além da gestão do tempo e coordenação da agenda. O trabalho multidisciplinar foi fundamental para o diagnóstico, e o apoio matricial mostrou-se uma ferramenta importante para o cuidado integral. A experiência reforçou a eficácia no manejo multidisciplinar demonstrando que quando a UAPS é estruturada e apoiada pode superar até casos mais complexos.
Conclusões e/ou Recomendações
A hanseníase apresenta uma vasta sintomatologia que pode ser confundida com outras doenças e o diagnóstico tardio é a principal causa de incapacidades. É necessária a capacitação contínua dos profissionais para garantir o acesso ao diagnóstico precoce e o manejo correto. Assim como, a estruturação eficiente da rede com a equipe multiprofissional é fundamental pela complexidade do cuidado.
O PAPEL DOS LABORATÓRIOS NA IMPLEMENTAÇÃO DE UMA NOVA CARTEIRA DE SERVIÇOS DOS CENTROS DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO (CTA)
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Brasília
Período de Realização
A implementação de uma nova carteira de serviços ocorrereu entre janeiro de 2022 e junho de 2024.
Objeto da experiência
Laboratórios de referência para AIDS, HIV, Tuberculose, Hepatites Virais e IST preparados para ampliação da carteira de serviços dos CTA
Objetivos
Estabelecer fluxos para qualificação da rede de laboratórios locais/regionais para ampliação do diagnóstico das doenças constantes da nova carteira de serviços dos CTA
Metodologia
Projeto executado em parceria entre Fiocruz/DF e Ministério da Saúde, que articulou com 6 serviços. De início, foi realizado um diagnóstico situacional dos CTA, este foi estruturado em eixos, sendo um desses o eixo fluxo laboratorial, onde verificou-se a necessidade de melhorias para resposta às demandas dos usuários. Após as respostas, uma análise foi realizada e a partir daí foram elaboradas estratégias para as definições específicas do plano de trabalho para ampliação das ações dos serviços.
Resultados
Os fluxos entre os serviços e os laboratórios municipais e regionais, a partir das definições de uma rede local, foram melhorados. Alguns serviços incorporaram a rotina de realização do controle de qualidade dos testes realizados no próprio serviço. Após a pactuação, o tempo de resposta dos resultados laboratoriais diminuiu, facilitando as ações realizadas nos serviços. O Ministério da Saúde disponibilizou máquinas de diagnóstico rápido (Teste Rápido Molecular) para serviços que não tinham.
Análise Crítica
Ficou evidenciado, durante a construção do plano de trabalho, a necessidade de rediscussão de fluxos laboratoriais, tendo em vista a necessidade de aprimoramento da comunicação. Além da comunicação, cabe ressaltar a necessidade de atualização de todos os pontos da rede de atenção quanto ao uso de novas tecnologias de diagnóstico rápidas e o impacto que estas trazem ao dia a dia dos serviços e na melhoria da qualidade da atenção ao usuário.
Conclusões e/ou Recomendações
É importante o envolvimento do LACEN nos acordos de fluxos estabelecidos entre CTA, município e estado. Além disso, é preemente a ampliação da descentralização dos diagnósticos por meio de equipamentos para realização de TRM bem como de CD4, a fim de oportunizar os atendimentos prioritários, bem como para incremento das ações nos eventos de massa nos territórios. Por fim, é fundamental estabelecer uma instância permanente de revisita os fluxos.
TRANSDISCIPLINARIDADE NO CUIDADO À GESTANTE VIVENDO COM HIV: UM RELATO DE CASO
Pôster Eletrônico
1 UFMT/UNINASSAU/ SEMUSA CACOAL
2 Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas – INI/FIOCRUZ/ Centro Universitário São Lucas – AFYA
3 SEMUSA CACOAL
Período de Realização
DURANTE O ANO DE 2024.
Objeto da experiência
Relatar a experiência de uma equipe do SAE ao utilizar a transdisciplinaridade do cuidado no acompanhamento de uma gestante PVHA
Objetivos
Demonstrar o processo de trabalho em saúde na atenção especializada a gestante com vulnerabilidade multidimensional. Evidenciar os princípios do SUS aplicado ao cuidado da PVHA e a rede assistencial da gestante vivendo com HIV em situação de vulnerabilidade.
Metodologia
Paciente, com 17 anos, gestante, diagnóstico recente de HIV e sífilis e usuária de crack. Ensino médio incompleto, morava com a mãe e o irmão, casa alugada, renda familiar proveniente de benefícios sociais. Pai da criança desconhecido. A abordagem a paciente e sua família ocorreu por meio de visita domiciliar, via telefone, e atendimento ambulatorial. A cada nova intervenção foram realizadas reuniões com equipe multidisciplinar para definir metas e estratégias.
Resultados
A paciente apresentava resistência ao tratamento e a gravidez. Na visita domiciliar da equipe evidenciou mãe e irmão sofrem com depressão e a gestante com transtorno de bipolaridade, uso de drogas e abuso sexual na infância. Nos meses seguintes as intervenções da equipe foram aceitas, iniciada a TARV, e tratamento para sífilis. Manutenção do contato com a gestante por meio de visita e telefone. Parto de 34 semanas, cargas virais da criança indetectáveis para HIV e descartada sífilis congênita.
Análise Crítica
A atuação transdisciplinar permitiu a construção de um cuidado compartilhado, integrando diferentes saberes e fortalecendo o vínculo entre equipe, paciente e rede de apoio. Estratégias como o projeto terapêutico singular, a escuta qualificada, a atenção domiciliar e a clínica compartilhada, frequentes na APS, mostraram-se eficazes também no SAE no manejo de casos complexos. A paciente aderiu ao tratamento, segue em uso de TARV e, no puerpério, foi realizada a inserção do Implanon.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui que a abordagem foi essencial para o sucesso terapêutico, em um contexto de vulnerabilidade social, transmissão vertical e complicações ao binômio mãe-bebê. Corroborando desta forma para a qualificação da atenção ao HIV/Aids e a eliminação da transmissão vertical do HIV e sífilis e importância do SUS que ultrapassa os limites do consultório, promovendo cuidado integral, equitativo e universal, como descrito nos princípios e diretrizes.
AÇÃO EDUCATIVA SOBRE VIGILÂNCIA DA TUBERCULOSE EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE UMA CAPITAL DO NORDESTE DO BRASIL: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Pôster Eletrônico
1 HUUFMA
Período de Realização
Dia 31/03/2025 como parte da programação do I Simpósio de Vigilância da Tuberculose.
Objeto da experiência
Desenvolvimento de educação em saúde pelos profissionais do NHE de um Hospital Universitário e os Residentes de Vigilância em Saúde.
Objetivos
- Elaborar material educativo sobre a vigilância da tuberculose para a comunidade atendida pelo Hospital Universitário (HU) do Maranhão;
- Realizar a ação educativa em saúde a partir da agenda do Ministério da Saúde de Combate a Tuberculose em uma capital do Brasil, promovida pelo HU do Maranhão.
Descrição da experiência
A ação educativa foi desenvolvida pelo Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE) e pela Residência Multiprofissional de Vigilância em Saúde do Hospital Universitário (HU) do Maranhão. O referido NHE elaborou e reproduziu trezentas cópias de materiais educativos para ampla distribuição. E foram dadas orientações verbais em sala de espera abordando conceito, formas de transmissão, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento e possíveis complicações.
Resultados
A ação educativa alcançou os pacientes, acompanhantes, estudantes de graduação, residentes de diversas áreas e funcionários do Hospital, que demonstram curiosidade sobre a doença. Sendo que, alguns buscaram informações sobre os serviços de saúde, que disponibilizam exames e tratamento da tuberculose. Foram alcançados em torno de mil pessoas, considerando que o referido Hospital possui 500 leitos de internação e 11 ambulatórios especializados com atendimentos no turno matutino e vespertino.
Aprendizado e análise crítica
A ação impactou de maneira positiva as pessoas que estiveram presentes no dia da ação educativa no referido Hospital, pois possibilitou uma melhor compreensão sobre a tuberculose e que poderão disseminar esse conhecimento no meio familiar e na comunidade em que vivem.
Conclusões e/ou Recomendações
Assim, foi possível alcançar os mais diversos grupos etários em um ambiente de grande circulação de pessoas por ter ocorrido nos dois turnos de funcionamento dos ambulatórios especializados, construindo um conhecimento junto a comunidade e reduzindo os anseios relacionados ao tratamento da tuberculose, as complicações e a expectativa de vida após diagnóstico.
DESMISTIFICANDO A TUBERCULOSE NA REGIÃO NORTE DO ESPÍRITO SANTO: TRAJETÓRIA DE DESAFIOS E SUCESSOS
Pôster Eletrônico
1 PMSM
2 UFES
Período de Realização
Junho de 2024 a Abril de 2025
Objeto da experiência
O enfrentamento da Tuberculose por meio de um projeto denominado “Desmistificando a Tuberculose” que promove a articulação entre os níveis de atenção à saúde.
Objetivos
Relatar a experiência do projeto na região Norte do ES. As atividades foram desenvolvidas em parceria com secretarias municipais de saúde, unidades básicas de saúde, Superintendência Regional de Saúde Norte, integrando as ações de vigilância, cuidado e sensibilização sobre a tuberculose
Descrição da experiência
As atividades possuem como foco ações voltadas para a capacitação dos profissionais de saúde e à conscientização da população geral, com foco na redução do estigma, aumento da adesão ao tratamento e melhoria dos indicadores epidemiológicos da doença nos nove municípios participantes. As atividades realizadas trazem discussões sobre o manejo da tuberculose, visando fortalecer as políticas públicas, além de, promover seminários, palestras e ações comunitárias, para desmistificar a doença.
Resultados
Temos como resultado visita a 05 municípios da região, onde profissionais foram capacitados, ampliando a capacidade de resposta ao enfrentamento da tuberculose na região; melhoria da articulação entre os diferentes níveis de atenção à saúde e entre os setores envolvidos no controle da tuberculose.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou a importância da abordagem intersetorial e da participação comunitária no enfrentamento da tuberculose. A integração entre os diferentes níveis de atenção à saúde foram fundamentais para o sucesso das ações. Entretanto, desafios foram identificados, como a necessidade de maior investimento em infraestrutura e recursos humanos.
Conclusões e/ou Recomendações
As ações integradas podem contribuir significativamente para a redução da incidência e mortalidade por tuberculose. A experiência reforça a importância da atuação multiprofissional e intersetorial na atenção à saúde de pessoas acometidas com a doença. Ressalta-se a necessidade de continuidade das ações, com foco na sustentabilidade das iniciativas e na adaptação constante às mudanças no cenário epidemiológico e social da tuberculose.
CAPACITAÇÃO, CONHECIMENTO E PRÁTICAS FRENTE À INFECÇÃO LATENTE DA TUBERCULOSE (ILTB) DOS PROFISSIONAIS DOS MUNICÍPIOS DA XI REGIÃO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO.
Pôster Eletrônico
1 XI REGIONAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO
Período de Realização
12 de agosto de 2024 e finalizado em 16 de agosto de 2024.
Objeto da experiência
A experiência foi voltada para a capacitação e práticas frente à ILTB dos profissionais dos municípios da XI Região de Saúde de Pernambuco.
Objetivos
Capacitar os profissionais Enfermeiros em suas áreas de atuação nos municípios da XI regional de Saúde do estado de Pernambuco. Também, reafirmar que os profissionais treinados na atividade de padronização da leitura do PPD em sua área de atuação, possa conhecer o perfil da Tuberculose.
Descrição da experiência
Capacitar os profissionais de Saúde da XI Regional, realizando 120 aplicações e leituras do PPD. Nas sessões práticas, as pápulas foram obtidas em voluntários, e a eficácia do protocolo foi avaliada por um instrutor credenciado. Os resultados das leituras foram calculados com dois pontos de corte 5 e 10mm, aqueles que apresentavam resultado alto para a sensibilidade o fluxo foi orientações para procurarem a ESF. O PPD não ficou centralizado na XI Regional de Saúde, facilitando assim, o fluxo.
Resultados
A Regional de Saúde é composta por dez municípios, foram capacitados seis municípios, compostos por maior número de população. Descentralizando a aplicação e diagnóstico da ILTB. Neste aspecto, o estudo para a experiência exitosa foi voltado para a capacitação, conhecimento e práticas frente à ILTB dos profissionais dos municípios da XI Regional de Saúde de Pernambuco, Após a descentralização da realização dos PPD, conseguimos realizar a prova tuberculínica nos 100% dos contatos de Tuberculose.
Aprendizado e análise crítica
A experiência exitosa revelou que os profissionais da XI Regional de Saúde estão contribuindo para a identificação e busca ativa dos contactantes da Tuberculose e aqueles que apresentam prova tuberculínica alterada são notificados no SITE ILTB e encaminhados para tratamento. O PPD era realizado pela apoiadora de vigilância em Saúde da XI Regional, tornando o trabalho centralizado e de difícil acesso aos usuários. Após a descentralização com a capacitação facilitou o acesso aos usuários.
Conclusões e/ou Recomendações
A prova tuberculínica é uma das bases para a eliminação da tuberculose. Entretanto, existem muitas barreiras na cascata de cuidados da infecção latente da tuberculose, incluindo a necessidade de certificação dos profissionais de saúde para a leitura da prova tuberculínica.
ENCONTRO DE SÍFILIS: DA REUNIÃO TÉCNICA PARA O CUIDADO DE USUÁRIOS COM SÍFILIS NA GESTAÇÃO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein
Período de Realização
A experiência relatada transcorreu no 1º semestre de 2025.
Objeto da experiência
Estratégia de vigilância para aprimoramento do cuidado de pacientes com sífilis na gestação.
Objetivos
Descrever o processo de desenvolvimento e implementação da estratégia de vigilância para o aprimoramento do cuidado da pessoa usuária com sífilis na gestação.
Descrição da experiência
A experiência ocorreu em uma UBS do município de São Paulo, organizada pelo modelo de atenção da Estratégia de Saúde da Família, cujo território adscrito inclui áreas de vulnerabilidade socioeconômica. Durante a reunião técnica da equipe assistencial, foi destinado um período à avaliação de prontuários com base nos protocolos municipais e à discussão de casos complexos de pacientes com sífilis na gestação, a fim de identificar fragilidades e propor novas possibilidades de condução do cuidado.
Resultados
No mês anterior ao início da intervenção, a área técnica responsável pela vigilância em saúde da UBS apontou 9 gestantes com sífilis com oportunidades de melhoria no acompanhamento. Na primeira reunião em que se avaliou os casos, 15 divergências foram constatadas em 11 prontuários, que foram direcionadas às equipes responsáveis, solicitando-se retorno com as adequações em duas semanas. Na devolutiva da área técnica, realizada no mês seguinte, não foram pontuadas inconsistências neste processo.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância de espaços para discussão de casos entre a equipe assistencial, uma vez que o aprendizado coletivo se mostra como um potente fortalecedor na qualificação da assistência. É necessário que esses espaços sejam de carácter seguro e sem julgamentos, de forma que os profissionais se sintam confortáveis em abordar as fragilidades do cuidado prestado. A dificuldade de manter esse espaço de discussão pode ser um desafio diante das demais demandas do serviço.
Conclusões e/ou Recomendações
O cuidado à pessoa com sífilis na gestação pode representar um desafio para os profissionais da saúde, seja em razão da complexidade do caso, da atualização de documentos normativos ou de outras barreiras. A criação de espaços de discussão contribui para um cuidado equitativo e integral. A participação da gestão na criação e manutenção desses espaços favorece o enfrentamento do desafio, sendo uma ação aplicável a outras necessidades em saúde.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA PREVENÇÃO DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (ISTS) NA TERCEIRA IDADE: AÇÃO DE EXTENSÃO EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE CURITIBA
Pôster Eletrônico
1 FPP
Período de Realização
Setembro a novembro de 2024, com aplicação da ação em 25 de outubro na Unidade Básica de Saúde (UBS)
Objeto da experiência
Educação em saúde para idosos sobre ISTs e métodos de prevenção, por meio de rodas de conversa realizadas em UBS de Curitiba.
Objetivos
Para alcançar o objetivo educativo sobre ISTs em idosos, foram propostos: distribuir convites para um “Café com Prosa”, criar uma roda de conversa como espaço acolhedor e participativo para os idosos, visando esclarecer dúvidas, orientar sobre prevenção e incentivar o diagnóstico precoce de ISTs
Descrição da experiência
A atividade ocorreu com planejamento prévio, entrega de convites e colocação de uma caixa de dúvidas. A ação, chamada “Café com Prosa”, reuniu 18 idosas em rodas de conversa conduzidas por acadêmicos de medicina, que abordaram HIV, sífilis e hepatites virais. A estratégia de dividir os temas por grupos e circular entre os participantes favoreceu o engajamento e troca de saberes. O ambiente informal, com lanche, estimulou a participação e reduziu tabus sobre sexualidade na terceira idade.
Resultados
Os objetivos foram plenamente atingidos. A ação impactou positivamente 18 mulheres idosas, que participaram ativamente das discussões, trazendo dúvidas e relatos. Houve excelente receptividade, troca de experiências e engajamento. As perguntas anônimas previamente recolhidas ajudaram na abordagem inicial de temas sensíveis. As idosas demonstraram satisfação, e os estudantes ampliaram sua compreensão sobre saúde do idoso, comunicação efetiva e educação em saúde como ferramenta transformadora.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que a 3° idade ainda é estigmatizada quanto à sexualidade e revelou a importância de criar espaços acolhedores e seguros, que possibilitem romper tabus e promover saúde. Para que a ação fosse esclarecedora e tivesse o objetivo alcançado, os estudantes trabalharam sua comunicação para que fosse clara, empática e sem preconceitos. Além disso, os estudantes aprenderam o valor que os idosos dão ao ato de falarem e serem ouvidos, passando esse aprendizado para os estudantes
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se, inadequado presumir que os idosos não tem vida sexual, o que leva a negligência de suas demandas e aprisiona essa população a vulnerabilidade das ISTs. Por isso, recomenda-se trabalhar assiduamente esses temas. Além disso, a metodologia do “Café com prosa” é sugerida como abordagem visto que se mostrou atrativa e eficaz diante de um assunto tão sensível quanto sexualidade, o que indica seu potencial para aplicação em outras temáticas
CONSTRUÇÃO DE LINHA DE CUIDADO INTEGRAL DE ATENÇÃO A PESSOAS VIVENDO COM HANSENÍASE NO DISTRITO FEDERAL COMO PRODUTO DA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 Escola de Governo Fiocruz Brasilia - EGF
2 Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal
3 Escola de Saúde Pública do Distrito Federal
Período de Realização
O período de realização do estudo iniciou-se em janeiro de 2025.
Objeto da experiência
Construção de linha de cuidado (LC) integral de atenção a pessoas vivendo com hanseníase no DF.
Objetivos
Descrever a experiência de elaboração de proposta de linha de cuidado integral de atenção a pessoas vivendo com hanseníase no DF como produto da integração ensino-serviço na preceptoria da residência em vigilância em saúde e da graduação em medicina.
Descrição da experiência
Os acadêmicos da residência de Vigilância em Saúde da Fiocruz Brasília e da graduação em medicina da Escola Superior em Ciências da Saúde (ESCS), nas atividades de preceptoria na Área Técnica de Vigilância Epidemiológica da Hanseníase, acompanharam as rotinas e contribuíram com a sistematização dos fluxos e das dimensões do cuidado, o alinhamento das diretrizes clínicas entre os níveis de atenção, a definição dos sistemas de apoio e os atributos das LC desenvolvidas no DF.
Resultados
O produto gerado foi a proposta de uma linha de cuidado que articula ações de prevenção, diagnóstico precoce, tratamento, reabilitação e vigilância para a organização da rede da atenção integral em observância ao Plano de Enfrentamento da Hanseníase do Distrito Federal 2023-2030. Foram estabelecidos os fluxos e estratégias para promover o cuidado longitudinal, garantir a integralidade da atenção, aprimorar a vigilância, combater estigma e eliminar a hanseníase como problema de saúde no DF.
Aprendizado e análise crítica
A integração ensino-serviço promove análise crítica e aprendizado sobre a elaboração de linhas de cuidados ao promover a superação de lacunas na atenção, marcadas, no caso da hanseníase, por vulnerabilidade, estigma e negligência. A despeito da curta permanência no cenário, a experiência amplia a formação, rompe com o modelo tradicional e insere os acadêmicos como partícipes da construção de políticas públicas e de cuidados mais integrais e efetivos.
Conclusões e/ou Recomendações
Embora a Vigilância Epidemiológica do DF seja cenário recente de preceptoria de residência e de graduação, a integração ensino-serviço promove formação abrangente e alternativa efetiva à construção de LC para o Sistema Único de Saúde (SUS). A LC será revisada e aprovada no âmbito do Comitê Distrital de Enfrentamento à Hanseníase, instância permanente, multiprofissional, deliberativa na implementação de ações de enfrentamento da doença.
MONITORAMENTO ATIVO COMO ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO À TRANSMISSÃO VERTICAL DA SÍFILIS EM FLORIANÓPOLIS
Pôster Eletrônico
1 UFSC e SMS de Florianópolis
2 SMS de Florianópolis
3 UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina
4 UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei
Período de Realização
Acompanhamento e monitoramento dos casos de janeiro de 2024 a maio de 2025
Objeto da experiência
Implementação de estratégia de monitoramento ativo dos casos de sífilis gestacional, congênita e em crianças expostas no município de Florianópolis.
Objetivos
Descrever a experiência de implantação do monitoramento ativo de casos de sífilis um eixo do projeto Nascer sem Sífilis, como estratégia institucional para a melhoria da resposta municipal na redução da transmissão vertical e na qualificação do cuidado na APS e articulação da rede.
Descrição da experiência
Diante da alta incidência de sífilis congênita, a SMS de Florianópolis, com apoio da OPAS/OMS, estruturou plano para certificação da eliminação da transmissão vertical. Em 2024, foi instituído monitoramento ativo dos casos de sífilis em gestantes, congênita e criança exposta por enfermeiras gestoras da Policlínica da Mulher e da Criança, com análise de prontuários, articulação com equipes, busca ativa e apoio clínico, visando qualificar o seguimento e reduzir falhas assistenciais.
Resultados
Houve melhoria nos indicadores com redução de 52% nos casos de sífilis congênita, após implementação do monitoramento. Dos 287 casos de sífilis gestacional 35%, necessitaram de acompanhamento intensivo e, mais de 90% tiveram desfecho favorável, evitando-se transmissão vertical. Também todas as crianças expostas e com sífilis congênita seguem sendo monitoradas. A estratégia permitiu intervenções mais oportunas, articulação entre os níveis de atenção e mapeamento de vulnerabilidades territoriais.
Aprendizado e análise crítica
A experiência revelou a importância do monitoramento ativo para romper a fragmentação do cuidado. A análise dos casos evidenciou barreiras sociais, institucionais e clínicas, muitas vezes invisibilizadas nos fluxos convencionais. A gestão de casos por enfermeiras facilitou a identificação de falhas no percurso assistencial e fortaleceu a comunicação entre vigilância, APS e maternidades. A leitura territorial dos dados apontou desigualdades importantes que demandam intervenções intersetoriais.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a institucionalização do monitoramento ativo como estratégia contínua, com equipe dedicada e protocolo intersetorial. A prática favorece o alcance de metas para eliminação da transmissão vertical e fortalece o papel da APS na coordenação do cuidado. Fica evidente, pela experiência, que somente estratégias integradas e com foco na equidade podem combater de forma eficaz as causas estruturais da sífilis congênita.
SÍFILIS CONGÊNITA: ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO ADOTADA NO DISTRITO SANITÁRIO II NA CIDADE DO RECIFE.
Pôster Eletrônico
1 IAM/Fiocruz Pernambuco
2 Prefeitura do Recife
3 SESAU Recife
Período de Realização
As ações aconteceram entre janeiro de 2024 e abril de 2025 no Distrito Sanitário II do Recife.
Objeto da experiência
Ações de intervenção realizadas pela Coordenação de Infecção Sexualmente Transmissível (IST) frente à alta incidência de sífilis congênita.
Objetivos
Descrever as práticas que contribuíram para a redução da incidência de sífilis congênita sob a ótica de análise comparativa do 1º quadrimestre (janeiro, fevereiro, março e abril) do ano de 2024 e 2025 no Distrito Sanitário II da Cidade do Recife.
Metodologia
As ações contaram com os seguintes momentos: Monitoramento das doses de penicilina benzatina em gestantes notificadas; Capacitações, in loco, nas Unidades de Saúde da Família quanto a testagem rápida, sendo selecionadas as unidades com escore insatisfatório por meio do diagnóstico situacional; Retorno do Grupo Técnico de Vigilância da Transmissão Vertical da Sífilis; Crítica oportuna das fichas de notificação de sífilis em gestantes e matriciamento quanto às dúvidas frente ao manejo clínico.
Resultados
Os dados foram coletados via tabulação de base DBF - SinanNet Secretaria de Saúde do Recife, e observou uma redução de 50% dos casos de sífilis congênita no território do Distrito Sanitário II. A taxa de incidência saiu de 22 para 11 casos novos em uma análise comparativa do mesmo período nos dois anos (2024/2025), e com uma redução na taxa de detecção de sífilis congênita por 1000 nascidos vivos de 33,9 para 2,5 no respectivo período, evidenciando uma tendência à diminuição dos casos.
Análise Crítica
A experiência mostra uma relevante integração entre a Vigilância Epidemiológica com a Atenção Básica, favorecendo o vínculo com o território. Destaca-se o monitoramento contínuo das ações aplicadas, garantindo a continuidade do cuidado ao paciente. Ademais, as estratégias utilizadas revelam a importância de uma gestão que compreende a realidade do território e garante a qualidade das intervenções, contribuindo significativamente para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Conclusões e/ou Recomendações
Considerando os resultados alcançados, faz-se essencial reforçar o papel da atuação multiprofissional para redução da sífilis congênita, em articulação com uma gestão participativa e pactuação de ações conectadas com as necessidades do território. Contudo, é fundamental garantir o protagonismo da continuidade do cuidado e constante monitoramento para a consolidação de um desfecho positivo acerca dessa condição na realidade das populações.
VIGILÂNCIA DE AEDES: POTENCIALIDADES E DIFICULDADES NO DESENVOLVIMENTO DE JOGOS ELETRÔNICOS EM AÇÕES DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFRJ
2
Período de Realização
Em outubro de 2023, iniciou-se a criação de um jogo com foco no controle de mosquitos Aedes aegypti.
Objeto da experiência
Desenvolvimento de um jogo que aborda a rotina de um Agente de Combate a Endemias (ACE) em suas visitas domiciliares para controle de mosquitos Aedes.
Objetivos
descrever o processo de construção de um jogo eletrônico, com o intuito de fomentar e contribuir com o debate acerca do uso de jogos como estratégia de educação e informação em saúde com ênfase no controle de mosquitos Aedes aegypti.
Descrição da experiência
No jogo, com arte 2D, assume-se o papel de um ACE realizando seu trabalho de campo ao adentrar um domicílio para remover/tratar criadouros de Aedes, enfrentando alguns desafios. Para embasar a construção do contexto/cenário do jogo, foram consultados os manuais e diretrizes operacionais dos agentes de endemias, do Ministério da Saúde e profissionais envolvidos no controle da dengue. O código foi feito utilizando o software gratuito, GameMaker e a arte, o software pago, Aseprite.
Resultados
O jogo encontra-se em desenvolvimento e avaliação de seu conteúdo por profissionais de saúde pública e especialistas para garantir a qualidade da informação divulgada, não estando disponível para o público ainda. Porém, já possui uma versão beta completamente funcional e jogável.
Aprendizado e análise crítica
Embora o jogo tenha sido bem avaliado internamente, enfrentamos desafios em adaptar o conteúdo para diferentes faixas etárias. Ajustamos a dificuldade dos desafios e acrescentamos mais explicações sobre o controle ao vetor. Esse processo exercitou a capacidade de adaptar o vocabulário para garantir a literacia do ouvinte, habilidade crucial para sanitaristas. Além disso, a escolha do estilo de arte, pixelart, dificulta a representação de determinados objetos no design do jogo.
Conclusões e/ou Recomendações
Os jogos educativos podem ser ferramentas valiosas para a promoção da saúde. Espera-se que futuramente, quando divulgado para o público, sejam feitas parcerias com escolas e ONGs para ampliar o alcance do projeto, além de estudos acerca da efetividade do jogo em sensibilizar o público quanto à importância do controle de mosquitos Aedes.
JOVENS E ADULTOS VIVENDO COM HIV/AIDS POR TRANSMISSÃO VERTICAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
Pôster Eletrônico
1 Centro de Referência e Treinamento de DST/Aids- Programa Estadual de IST/Aids-SP
2 Grupo de Incentivo à Vida – GIV
3 Clínica de Moléstias Infecciosas e Parasitárias, Hospital das Clinicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina
4 Departamento de Medicina Preventiva-Universidade Federal de São Paulo-SP
5 Instituto de Infectologia do Emílio Ribas
6 Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
7 Centro de Referência e Treinamento de DST/Aids- Programa Estadual de IST/Aids-SP/Departamento de Medicina Preventiva-Universidade Federal de São Paulo-SP
Período de Realização
Foram pesquisados prontuários de pessoas vivendo com HIV/aids por transmissão vertical em 2022
Objeto da experiência
Levantamento de informações de prontuários de pessoas vivendo com HIV/aids por transmissão vertical em serviços especializados no estado de São Paulo
Objetivos
Identificar como vivem os jovens e adultos com HIV/Aids por transmissão vertical (JAVHATV) que estão sendo acompanhados nos serviços especializados HIV/aids e descrever as características relacionadas à constituição familiar, trabalho, escolaridade e o uso dos serviços no estado de São Paulo.
Metodologia
Dos 6.179 casos notificados de HIV/aids por transmissão vertical (TV) no Estado de São Paulo desde 1987, 3.677 casos (59,5%) a situação de vida constava vivo ou ignorada, destas 3.055 (83,0%) estavam ativas e 622 casos foram perdidos no seguimento. A amostra probabilística foi calculada a partir do tamanho da população do município de seguimento dos JAVHATV. Os dados foram coletados de prontuários em um formulário e digitados em RedCap®. Este levantamento foi uma solicitação desta população de jovens.
Resultados
Foram coletados dados de 339 casos, 50,6% sexo feminino; 82% com 20 e 29 anos de idade; 28% pardos e 11,0% pretos; 10% com menos de 8 anos de escolaridade e 16% com alguma deficiência; 15% moraram em abrigo; 61% eram órfãos; 13% passaram pelo processo de adoção e 14% participaram de grupo de apoio. Quanto ao cuidado: 61% estavam no mesmo serviço desde o diagnóstico; 70,5% tinham uma consulta nos últimos 6 meses; 32% perderam o acompanhamento no último ano e 35% com última carga viral detectável.
Análise Crítica
Os dados foram coletados por 86 profissionais que trabalhavam em 81 serviços localizados em 56 municípios do Estado. Os resultados principais do estudo foram apresentados e discutidos com o grupo de pesquisadores locais, coordenadores municipais e interlocutores regionais dos serviços envolvidos, jovens do Grupo de Trabalho Juventudes do ESP, para profissionais dos serviços e universidades com maior número de casos pesquisados e para o Fórum ONGs Aids do estado de São Paulo.
Conclusões e/ou Recomendações
Verificar e monitorar nos serviços quem são e como estão estes JVHATV; implantar um instrumento de coleta em prontuário; construir projeto terapêutico singular para jovem com maior vulnerabilidade em equipe multiprofissional, realizar acolhimento por pares e incentivar participação do jovem em organizações da sociedade civil. Este trabalho vai contribuir para formulação de políticas públicas para a melhoria da qualidade de vida desta população
DO SILÊNCIO AO DIAGNÓSTICO: 5 ANOS DE AVANÇOS NO ENFRENTAMENTO DA SÍFILIS NO DF
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal - SES/DF
2 SES-DF
3 Ses-DF
Período de Realização
2018-2024
Objeto da experiência
Sifilis
Objetivos
Apresentar a capacitação e fortalecimento dos profissionais para testagem rápida, diagnóstico e tratamento em todas as regiões. Buscando o diagnóstico precoce e redução da transmissão vertical.
Descrição da experiência
A sífilis aumentou 61,3% no DF entre 2019 e 2023. Desde 2018, um plano estratégico foi implantado com foco em testagem rápida, diagnóstico precoce e tratamento eficaz. A criação de facilitadores capacitados ampliou a detecção e qualidade técnica. As ações seguem a Agenda Nacional de Redução da Sífilis, fortalecendo a rede pública, reduzindo a transmissão vertical e promovendo saúde sexual e reprodutiva (SES-DF, MS, 2023).
Resultados
Desde 2018, o DF ampliou a testagem rápida, aplicando quase 85 mil testes em 2024 e capacitando mais de 40 facilitadores. A penicilina benzatina foi distribuída regularmente, com foco em gestantes. O aumento de 61,3% nos casos reflete maior detecção. Ações integradas melhoraram diagnóstico, prevenção e resposta, com destaque para Varjão, Paranoá e Brazlândia (SES-DF/MS, 2023).
Aprendizado e análise crítica
A importância da educação em saúde e o seu potencial em ampliar o cuidado integral do paciente e obter um ótimo resultado no enfrentamento da sífilis.
Destaca-se a participação comunitária e controle social no processo. Além da contribuição para o aprimoramento das políticas públicas do SUS, promovendo integração entre vigilância epidemiológica, atenção básica e mobilização social.
Conclusões e/ou Recomendações
A sífilis segue como desafio no DF, mas o plano iniciado em 2018 mostra que capacitação, testagem rápida e acesso ao tratamento são eficazes no controle. A criação de facilitadores inovou o diagnóstico. Ações integradas e participação comunitária fortalecem a resposta do SUS, reduzem a transmissão vertical e servem de modelo para outros estados (SES-DF/MS, 2023).
FLUXO DO CUIDADO À GESTANTE COM SÍFILIS: APRIMORAMENTO DA PRÁTICA ASSISTENCIAL NA APS
Pôster Eletrônico
1 Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein
Período de Realização
A experiência relatada transcorreu no primeiro semestre de 2025.
Objeto da experiência
Fluxo assistencial do município de São Paulo e instituição parceira para o cuidado de gestantes com sífilis.
Objetivos
Descrever o processo de aprimoramento dos fluxos estabelecidos para o cuidado de gestantes com sífilis em uma UBS do município de São Paulo, considerando o protocolo municipal, institucional e a realidade do serviço.
Descrição da experiência
A experiência ocorreu em uma UBS do município de São Paulo, organizada pelo modelo de atenção da Estratégia de Saúde da Família, cujo território adscrito inclui áreas de vulnerabilidade socioeconômica. Com a identificação de fragilidades no cuidado de gestantes com sífilis e necessidades de aprimoramento dos processos estabelecidos, foi elaborado um fluxo baseado nos protocolos utilizados na unidade. O documento foi apresentado, discutido e validado em uma reunião técnica pela equipe assistencial.
Resultados
Antes da intervenção, era comum que os profissionais da equipe médica e de enfermagem, apresentam-se dúvidas a respeito do seguimento do cuidado de gestantes com sífilis, fosse a respeito da notificação, tratamento e/ou acompanhamento desses usuários. Com a disseminação e apropriação do fluxo pelos profissionais, houve consequente aumento na segurança na tomada de decisões, de modo que a assertividade e resolutividade de suas condutas foram otimizadas.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a necessidade de avaliação e qualificação constante dos processos de trabalho, em especial quando estão envolvidos profissionais de diferentes equipes que lidam com realidades distintas, ainda que no mesmo território. Da mesma forma, demonstrou-se a importância da centralização e alinhamento das normativas coexistentes no mesmo serviço, de modo que divergências na prática clínica sejam evitadas.
Conclusões e/ou Recomendações
Embora a coexistência de diferentes protocolos voltados a condições de grande relevância epidemiológica, como a sífilis na gestação e sífilis congênita, ofereça subsídios à prática clínica e qualifique o cuidado, também pode favorecer divergências nos processos assistenciais. Ainda, a avaliação e qualificação dos processos de trabalho torna-se especialmente efetiva quando conduzida coletivamente, envolvendo profissionais da assistência e gestão.
AÇÕES PARA ENFRENTAMENTO DA SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG) NA PEDIATRIA HOSPITALAR EM MINAS GERAIS: DESAFIOS E AVANÇOS
Pôster Eletrônico
1 SES/MG
Período de Realização
Estratégias realizadas em 2024 e 2025 no estado de Minas Gerais
Objeto da experiência
Ações para enfrentamento da SRAG em Minas Gerais no Sistema Único de Saúde (SUS), no âmbito da pediatria no contexto hospitalar.
Objetivos
Apresentar as experiências relacionadas às ações realizadas no âmbito do SUS de Minas Gerais no enfrentamento da SRAG na pediatria hospitalar
Descrição da experiência
Em resposta ao agravamento da situação epidemiológica, diretrizes voltadas para repasse de recurso financeiro para subsídio da ampliação de leitos foram adotadas. Além disso, buscou-se fortalecer a integração na Rede de Atenção, promovendo um atendimento contínuo, além do estabelecimento de fluxos de atendimento e protocolos clínicos. A vigilância epidemiológica foi reforçada, exigindo notificações precisas dos casos hospitalizados para um monitoramento eficaz da saúde pública.
Resultados
Como desdobramento das ações previstas no plano de enfrentamento, no ano de 2024 foram ampliados 92 leitos clínicos pediátricos. Em 2025, até o mês de junho, foram ampliados e 125 leitos clínicos, 81 leitos em Unidade de Terapia Intensiva e 66 Leitos de Suporte Ventilatório, como parte das estratégias. Essas iniciativas têm como finalidade o fortalecimento da capacidade de resposta frente aos casos de SRAG em crianças, contribuindo para atenção oportuna e adequada.
Aprendizado e análise crítica
Apesar dos avanços promovidos pelas ações implementadas, torna-se evidente a necessidade de que o enfrentamento da SRAG em crianças não se restrinja apenas ao período sazonal. É fundamental que estratégias de prevenção, vigilância, capacitação profissional e fortalecimento da rede assistencial sejam desenvolvidas e mantidas de forma contínua ao longo de todo o ano. Essa abordagem permanente contribui para a qualificação da resposta assistencial e a redução dos impactos na população pediátrica.
Conclusões e/ou Recomendações
É necessário ampliar a cobertura vacinal, garantindo maior proteção contra os agentes causadores da SRAG. Além disso, é fundamental antecipar as ações preventivas e assistenciais, preparando o sistema para uma resposta oportuna e eficaz durante o período sazonal, quando a demanda por atendimento tende a aumentar significativamente. Essas medidas contribuem para a redução da incidência de casos graves e para a melhoria dos desfechos clínicos.
ARBOVIT: TECNOLOGIA SOCIAL PARA O DIRECIONAMENTO DE AÇÕES DE CONTROLE DAS ARBOVIROSES
Pôster Eletrônico
1 UFSB
Período de Realização
Outubro de 2023 a maio de 2025
Objeto da experiência
Desenvolver tecnologia social que combina software, modelo preditivo e participação comunitária para orientar ações de controle de arboviroses.
Objetivos
Desenvolver solução tecnológica para a predição de localidades de alto risco de contágio por arboviroses. Essa solução se dá pelo mapeamento e cruzamento dos itinerários realizados por pessoas infectadas. Mobilizar e capacitar agentes comunitários para engajar a população.
Descrição da experiência
Implementada em Teixeira de Freitas-BA com apoio da Fapesb e Secretaria Municipal de Saúde, a experiência capacitou 220 ACS e ACE no uso do software para registro casos de arboviroses e itinerários associados. Monitores universitários auxiliaram nas visitas e coleta de dados. Um modelo preditivo analisou os dados, identificando zonas de risco por co-ocorrências espaço-temporais para direcionar ações de controle vetorial de forma mais eficiente.
Resultados
Durante o período, 67% dos agentes realizaram registros voluntários no software após a formação. Foram mapeados 74 casos nas visitas monitoradas, demonstrando viabilidade da coleta colaborativa de dados. A colaboração entre agentes e monitores possibilitou ajustes na usabilidade do sistema. A ferramenta se mostrou eficaz na geração de zonas de risco e promoveu maior integração entre ACS e ACE. Identificaram-se barreiras tecnológicas e metodológicas superadas com base no retorno dos usuários.
Aprendizado e análise crítica
A experiência mostrou que tecnologias sociais exigem engajamento contínuo dos atores. A participação dos agentes foi essencial para adesão da comunidade, mas há desafios de itinerários incompletos. A adaptabilidade do software foi crucial, com ajustes técnicos para funcionamento em áreas com infraestrutura limitada. A formação conjunta promoveu a construção coletiva do conhecimento. Destacam-se limitações a dependência de registros voluntários e a necessidade de integração com sistemas oficiais.
Conclusões e/ou Recomendações
O Arbovit demonstrou ser uma ferramenta promissora para o controle de arboviroses, ao combinar inovação tecnológica e participação social. Recomenda-se a expansão da formação para mais agentes e comunidades, além do aprimoramento contínuo do software, com ênfase em funcionalidades off-line. Políticas públicas que incentivem a ciência cidadã e a inclusão digital em saúde são fundamentais para ampliar o impacto da tecnologia na saúde.
SURTO DE FOLICULITE ESTAFILOCÓCICA (IMPETIGO DE BOCKHART) ENTRE ATLETAS DE JIU-JITSU: O PAPEL DE UM MÉDICO ATLETA NO ACOMPANHAMENTO DOS CASOS
Pôster Eletrônico
1 UFPB
Período de Realização
O surto teve início em dezembro de 2024 e os atendimentos realizados entre janeiro e junho de 2025.
Objeto da experiência
Surto de foliculite entre atletas de Jiu-Jitsu em João Pessoa-PB, identificado e acompanhado por um médico e praticante de Jiu-Jitsu.
Objetivos
Descrever a experiência de identificação e acompanhamento de um surto de foliculite estafilocócica entre atletas de Jiu-jitsu;
Descrever os desafios – clínicos, comunicacionais, organizacionais e epidemiológicos - enfrentados durante a contenção do surto.
Descrição da experiência
Médico e faixa preta de Jiu-jitsu, o autor vivenciou um surto de uma foliculite estafilocócica, sendo ao menos 30 pessoas diagnosticadas e tratadas com antibioticoterapia tópica ou oral, inclusive com reinfecções e sinais de resistência bacteriana. Além de fatores que facilitaram a transmissão, como o esporte de contato, negligência das lesões, uso de anabolizantes e alta competitividade, a doença apresentou alta transcendência por conta do histórico de fasciíte necrotizante na academia.
Resultados
O surto foi contido por meio da prescrição de antibioticoterapia oral e/ou tópica, orientações de higiene e afastamento dos casos identificados após avaliações clínicas presenciais ou em modalidade de teleatendimento. Os professores ajudaram na triagem de atletas com lesões de pele. Obstáculos para conter o surto foram múltiplos, desde a dificuldade de acessar medicamentos até o retorno precoce aos treinos, culminando em casos de reinfecção e resistência bacteriana.
Aprendizado e análise crítica
Ser um profissional implicado no campo trouxe grande potencialidade na integração de saberes clínicos e epidemiológicos, ajudando na identificação e intervenção do surto de maneira precoce. Essa implicação permitiu descartar diagnósticos diferenciais levantados por outros médicos assistentes (escabiose, foliculite pitirospórica, etc), mas, por outro lado, dificultou a implementação de medidas mais restritivas para o retorno às atividades físicas dos atletas acometidos.
Conclusões e/ou Recomendações
Os conhecimentos clínicos e epidemiológicos foram essenciais para conter um surto de foliculite infecciosa em uma academia de Jiu-Jitsu na região de João Pessoa-PB. Ser médico e praticante da arte marcial permitiu identificar e tratar rapidamente os casos, mas também trouxe desafios, como conciliar o papel de vigilância sanitária com a função de instrutor, garantindo o controle eficaz da infecção entre os atletas.
LABORATÓRIO SÃO SEBASTIÃO - DF - TRANSFORMAÇÃO DA REALIDADE NA ADVERSIDADE: REFORÇO NO ENFRENTAMENTO DA SÍFILIS POR MEIO DA VIGILÂNCIA LABORATORIAL
Pôster Eletrônico
1 SES-DF
Período de Realização
OUTUBRO - DEZEMBRO 2024
Objeto da experiência
Exames para diagnóstico da Sífilis na atenção básica
Objetivos
Descrever a experiência do laboratório de São Sebastião em ação desenvolvida na atenção báscica, nos meses de outubro a dezembro de 20024, após o laboratório passar por uma restrição estrutural na área técnica, com foco no enfrentamento da Sífilis.
Metodologia
Foi realizado um estudo Piloto com a coleta laboratorial realizada pela equipe do laboratório de São Sebastião, de maneira itinerante nas Unidades Básicas de Saúde, integrando e aproximando a equipe laboratorial da equipe de saúde da família e após a realização dos exames, os resultados positivos foram devolvidos para suas respectivas equipes, para que as mesmas pudessem proceder ao tratamento precoce e notificação, quebrando a cadeia de transmissão.
Resultados
A experiência de São Sebastião/DF evidenciou que a integração entre vigilância laboratorial e epidemiológica com o serviço da Atenção Básica contribui diretamente para a detecção precoce de casos de sífilis e para a qualificação da resposta dos serviços de saúde. Dos pacientes testados por livre demanda nesse projeto piloto, foram encontrados 8 % de casos com teste rápido e VDRL positivos.
Análise Crítica
A experiência do território demonstra que mesmo com recursos limitados é possível obter avanços significativos, desde que haja integração intersetorial, padronização de práticas e compromisso com o cuidado oportuno e humanizado. Esse projeto piloto antecede a implementação efetiva da Vigilância Laboratorial , integrando Laboratório, Vigilância Epidemiológica e serviço da Atenção Básica.
Conclusões e/ou Recomendações
A vigilância laboratorial, quando utilizada de forma proativa, permite a sinalização direta aos serviços, otimizando fluxos e fortalecendo a rede de cuidado. A superação dos desafios identificados passa pelo investimento em tecnologia da informação, qualificação das equipes e institucionalização dos fluxos entre laboratórios, vigilância e atenção primária.
DESAFIOS E AUTONOMIA DA ENFERMEIRA NA TRIAGEM DE RISCO EM SITUAÇÃO EMERGENCIAL DE EPIDEMIA DE DENGUE: EXPERIÊNCIA NA FORÇA NACIONAL DO SUS EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP
Pôster Eletrônico
1 UFS
Período de Realização
Janeiro a Março de 2025, durante a epidemia de dengue em São José do Rio Preto/SP.
Objeto da experiência
Atuação da enfermeira na estratificação de risco de pacientes com dengue no Centro de Reidratação.
Objetivos
Relatar a experiência vivenciada pela enfermeira no processo de estratificação de risco de pacientes com dengue, destacando desafios, estratégias adotadas e aprendizados durante a atuação no Centro de Reidratação em um cenário de crise sanitária.
Descrição da experiência
A enfermeira atuou na triagem e estratificação de risco utilizando instrumento digital e prova do laço para identificação precoce de sinais de gravidade. Pacientes classificados como nível C tinham hemograma solicitado, hidratação venosa prescrita e eram encaminhados ao setor semicrítico, otimizando o manejo clínico e promovendo respostas assistenciais mais ágeis.
Resultados
Observou-se melhoria na triagem e no tempo de resposta aos casos graves, com identificação precoce dos sinais de alarme da dengue. A atuação integrada da equipe favoreceu o manejo clínico eficiente, reduzindo o tempo de espera e qualificando os fluxos assistenciais no Centro de Reidratação.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a relevância da escuta qualificada, da organização dos fluxos, do trabalho em equipe e da tomada de decisão ágil. O contexto desafiador fortaleceu as competências técnicas e emocionais da enfermeira, ressaltando a importância da formação contínua em situações de emergência.
Conclusões e/ou Recomendações
Reitera-se a importância da formação prática e do preparo para situações críticas. Recomenda-se ampliar ações de capacitação para o enfrentamento de epidemias e fortalecer as equipes de saúde. A experiência reafirma o papel técnico e sensível da enfermagem na resposta às emergências em saúde pública.
CONTRIBUIÇÕES DA ENFERMAGEM PARA O ENFRENTAMENTO DA SÍFILIS ENTRE JOVENS AMAZÔNIDAS: ESTRATÉGIAS DE CUIDADO
Pôster Eletrônico
1 UFPA
Período de Realização
novembro de 2024 e maio de 2025
Objeto da experiência
Prevenção e ao rastreamento da sífilis.
Objetivos
descrever a implementação de uma prática assistencial de enfermagem voltada ao cuidado integral de populações jovens em situação de vulnerabilidade em um Polo de Saúde de uma Universidade Pública no Pará
Descrição da experiência
A realização de teste rápido no Polo contribui com as ações para o rastreamento de IST por subgrupo populacional recomendado para os serviços de saúde, sobretudo na Atenção Básica em um município com baixa cobertura de atenção primária à saúde. A junção das estratégias preconizadas nos protocolos do MS para os jovens à ficha de anamnese para a consulta de enfermagem, também direcionada às particularidades da população, favorece ações de cuidado específicas a essas dimensões
Resultados
o Polo desenvolve uma abordagem ampliada de cuidado com os jovens, incorporando estratégias preventivas em todas as etapas da consulta de enfermagem, nas ações de educação em saúde e nas redes sociais, como o Instagram. A integração entre prática assistencial e extensão universitária desenvolvidas pelo Polo fortalece a presença da enfermagem nos territórios e contribui para a qualificação da atenção à sífilis e para o enfrentamento das barreiras de acesso enfrentadas pelos jovens
Aprendizado e análise crítica
O Polo constitui um espaço privilegiado para o ensino, a formação e a qualificação ética do enfermeiro no cuidado a populações em situação de vulnerabilidade. Ao proporcionar o contato direto com os indivíduos e seus contextos sociais, culturais e territoriais, o espaço favorece o desenvolvimento de competências para a prática profissional comprometida com a equidade e justiça social.
Conclusões e/ou Recomendações
Ao integrar ensino, pesquisa e extensão, a iniciativa contribui para o fortalecimento da formação profissional em enfermagem na perspectiva da redução de preconceitos, estigmas e a barreira de acesso aos serviços de saúde enfrentados pelos subgrupos populacionais. A continuidade e ampliação dessa prática fortalece as políticas públicas e sustenta a atuação do enfermeiro como importante nas ações de prevenção e cuidado integral das IST.
CARTILHA DIGITAL: “RECOMENDAÇÕES DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA PARA AS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)”
Pôster Eletrônico
1 UnB
2 SES-DF
Período de Realização
A cartilha digital foi desenvolvida nos meses de setembro a dezembro de 2024.
Objeto da produção
Cartilha digital (produto do estágio da residência) elaborada por residente da Fiocruz Brasília em colaboração com a Área Técnica de Hanseníase do DF.
Objetivos
Oferecer uma ferramenta prática de consulta para as eSF, como apoio pós-capacitações realizadas pela área técnica, contendo informações essenciais sobre hanseníase, acesso via QR code ao Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas e um guia para notificação e acompanhamento dos casos no SINAN NET.
Descrição da produção
A partir da identificação, pela área técnica, de fragilidades no manejo e notificação da hanseníase pelas eSFs, iniciou-se o desenvolvimento da cartilha. O processo envolveu análise documental (PCDT, SINAN, normativas), reuniões técnicas e observação de campo durante as capacitações nas regiões de saúde. O conteúdo foi estruturado com orientações sobre definição do caso, classificações, avaliação de contatos, além de um fluxo para o diagnóstico e tratamento na Atenção Primária à Saúde (APS).
Resultados
Após as capacitações e disseminação da cartilha no âmbito do DF, observou-se melhoria dos indicadores de hanseníase monitorados pela área técnica, por meio da maior adesão às notificações e melhoria na qualidade dos dados. Indicadores como avaliação de contatos intradomiciliares e taxa de alta por cura apresentaram melhores resultados. Os profissionais relataram maior segurança no manejo dos casos e reconhecimento da cartilha como um material de apoio prático e acessível.
Análise crítica e impactos da produção
A cartilha consiste em estratégia viável para fortalecer a integração entre APS e vigilância, por meio de comunicação clara e acessível na disseminação do conhecimento técnico que promove o protagonismo das eSFs no enfrentamento da hanseníase. Contudo, sua efetividade está condicionada à continuidade das capacitações, atualização periódica do conteúdo e escuta dos profissionais. Depois da validação pela Secretária de Saúde, a Câmara Legislativa imprimiu 500 exemplares para distribuição à APS.
Considerações finais
A aproximação entre atenção básica e vigilância epidemiológica é essencial no controle da hanseníase. A cartilha digital representa um avanço nesse sentido, ao qualificar o cuidado e apoiar a prática clínica das eSF. É necessário garantir sua constante atualização e a manutenção das capacitações, assegurando o compartilhamento de saberes entre os profissionais envolvidos para a resposta oportuna aos casos.
DESENVOLVIMENTO DE INSTRUMENTO PARA MONITORAMENTO DE INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS DE PESSOAS VIVENDO COM HTLV EM SERVIÇOS ESPECIALIZADOS DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 ISC/UFBA
Período de Realização
Fevereiro de 2024 a abril de 2025
Objeto da produção
Desenvolvimento de um instrumento para monitoramento de indicadores epidemiológicos de pessoas vivendo com HTLV em serviços especializados.
Objetivos
Descrever o processo de construção de um instrumento capaz de monitorar o perfil epidemiológico, as necessidades de saúde e as manifestações clínicas de pessoas vivendo com HTLV, visando subsidiar políticas públicas, qualificar o cuidado e promover a equidade nos serviços especializados.
Descrição da produção
O instrumento foi desenvolvido a partir de revisão bibliográfica, diretrizes nacionais e internacionais e diálogos com o movimento social de pessoas vivendo com HTLV. Organiza-se em 15 dimensões: identificação, residência, dados sociodemográficos, hábitos de vida, antecedentes de saúde, diagnóstico, saúde da pessoa gestante, saúde sexual, saúde mental, necessidades de suporte e manifestações clínicas do HTLV-1, como respiratórias, dermatológicas, urinárias, HAM e ATLL.
Resultados
epidemiológico, demandas clínicas e psicossociais de pessoas vivendo com HTLV. Estruturado de forma ampla, visa responder a uma lacuna histórica na produção de dados sobre esse agravo negligenciado. É aplicável em serviços especializados, com potencial para fortalecer linhas de cuidado, orientar ações de vigilância e qualificar as práticas de atenção integral.
Análise crítica e impactos da produção
O instrumento oferece base para monitorar as condições de saúde de pessoas vivendo com HTLV, dando visibilidade a esse agravo negligenciado. Apoia gestores, profissionais e pesquisadores na formulação de estratégias de cuidado, fortalecimento da vigilância e enfrentamento das iniquidades. Seu uso contribui para a geração de dados qualificados, subsidiando práticas mais equitativas e alinhadas aos princípios do SUS.
Considerações finais
O instrumento representa avanço na resposta ao HTLV no Brasil, promovendo visibilidade, qualificação do cuidado e fortalecimento das políticas públicas. Recomenda-se sua adoção nos serviços especializados e atualização contínua, considerando os avanços científicos e sociais. O mesmo visa promover equidade, integralidade e melhorar a qualidade de vida das pessoas vivendo com HTLV.
FALHAS NO CUIDADO À CHIKUNGUNYA CRÔNICA NO SUS
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Brasília
Período de Realização
Janeiro de 2024 a junho de 2025
Objeto da produção
Análise crítica da resposta institucional do SUS frente à chikungunya crônica e proposta de fortalecimento do cuidado integral.
Objetivos
Analisar as falhas de cuidado à chikungunya crônica no SUS, a ausência de políticas públicas específicas, a escassez de evidências científicas nacionais e a não incorporação de medicamentos recomendados pelo Ministério da Saúde ao RENAME, além da ausência de um PCDT específico.
Descrição da produção
Foi realizado levantamento de documentos normativos nacionais (manuais, protocolos, RENAME), dados epidemiológicos e estudos científicos sobre chikungunya crônica. A análise incluiu revisão de literatura nacional e internacional, identificação de lacunas assistenciais e discussão com profissionais da APS de territórios com epidemias recentes. Foram analisadas também ações (ou ausência delas) em movimentos sociais e conselhos de saúde.
Resultados
Em 2025, o Brasil registrou novos surtos de chikungunya com alta carga de pacientes crônicos na APS, sem suporte terapêutico adequado. O Manual de Manejo Clínico da Chikungunya (MS, 2024) recomenda medicamentos como prednisona, duloxetina, amitriptilina, pregabalina e celecoxibe, ainda não incorporados ao RENAME. O tratamento segue vinculado ao PCDT de dor crônica, sem abordagem específica. Há sobrecarga da APS e inexistência de linha de cuidado estruturada.
Análise crítica e impactos da produção
A ausência de evidências científicas robustas (revisões de escopo ou sistemáticas) no contexto brasileiro dificulta a construção de políticas públicas. A falta de um PCDT específico compromete a padronização da atenção, dificultando o acesso a medicamentos e terapias adequadas. A negligência institucional reflete a ausência de mobilização social e pressão política. O impacto recai sobre os territórios mais vulneráveis, especialmente no Norte e Nordeste, sobrecarregando a APS.
Considerações finais
É urgente a construção de uma linha de cuidado específica para chikungunya crônica no SUS, ancorada em evidências científicas nacionais. A incorporação de medicamentos ao RENAME, a criação de um PCDT exclusivo, o incentivo à produção científica sobre o tema e o fortalecimento da APS são estratégias essenciais. A resposta institucional precisa reconhecer o caráter negligenciado da doença e garantir equidade no cuidado.
GUIA NACIONAL PARA A ELIMINAÇÃO DAS HEPATITES VIRAIS: ORGANIZAÇÃO DO CUIDADO E FORTALECIMENTO DAS REDES DE ATENÇÃO Á SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde/ Fiocruz
2 Ministério da Saúde
Período de Realização
O Guia foi lançado em 2025.
Objeto da produção
Orientações para gestores e profissionais do SUS para a eliminação das hepatites virais no Brasil
Objetivos
Subsidiar estratégias para eliminar hepatites B e C como problemas de saúde pública até 2030, orientando descentralização do cuidado, acesso à testagem, diagnóstico, tratamento, vacinação e vigilância. Engajar gestores, profissionais e sociedade civil na construção de linhas de cuidado.
Descrição da produção
Revisão de literatura científica, análise de dados nacionais, alinhamento à OMS e protocolos internacionais. Incluiu seminários, grupos de trabalho e escuta de gestores, especialistas e sociedade civil. Pactuou metas e indicadores. Validado por equipes técnicas do Ministério da Saúde e consulta pública, sistematiza orientações para organização dos serviços, monitoramento e avaliação, promovendo integração entre atenção primária e especializada e fortalecimento da vigilância epidemiológica.
Resultados
O Guia resultou em protocolo nacional inédito, com três eixos estratégicos: cuidado integral, análise de dados e fortalecimento sistêmico. Orienta planos locais, linhas de cuidado, metas e fluxos para testagem, diagnóstico, tratamento e acompanhamento. Destaca microplanejamento territorial, integração de sistemas de informação e capacitação. Impulsiona descentralização do cuidado, testagem rápida, vigilância epidemiológica e redução do estigma, com impacto nacional e adaptação local.
Análise crítica e impactos da produção
O Guia é avanço estratégico ao sistematizar ações para eliminação das hepatites virais, promovendo integração de cuidados, descentralização e vigilância. Oficinas de operacionalização em 2025 fortalecerão a capacitação de gestores e profissionais, ampliando efetividade da implementação. Espera-se redução das desigualdades, mais acesso ao diagnóstico e tratamento e avanço na eliminação das hepatites no Brasil, alinhado à OMS e ODS.
Considerações finais
O Guia é marco técnico e político para o SUS, consolidando estratégias integradas para hepatites B e C. Sua implementação ampliará acesso à prevenção, diagnóstico e tratamento, fortalecerá vigilância e promoverá equidade. O sucesso depende do engajamento de gestores, profissionais e sociedade civil, qualificação das equipes e compromisso com a sustentabilidade das ações, alinhado à OMS e ODS.
INTERCOMUNICAÇÃO ENTRE PACIENTES E PROFISSIONAIS DE SAÚDE E AS PERDAS NA CASCATA DE CUIDADOS DA INFECÇÃO LATENTE DA TUBERCULOSE
Pôster Eletrônico
1 UEA
2 FMT/HVD
Apresentação/Introdução
A Infecção Latente da Tuberculose (ILTB) atinge um quarto da população mundial, o manejo adequado da ILTB é considerado uma ação fundamental para a eliminação da Tuberculose (TB) no mundo, este manejo pode ser realizado através da condução da Cascata de Cuidados da ILTB, dividida em etapas, indo desde o rastreio de contatos até a conclusão do tratamento para ILTB.
Objetivos
Descrever como a comunicação entre profissionais de saúde (PS) e pacientes de TB ativa e seus contatos pode influenciar na condução da Cascata de Cuidados da ILTB.
Metodologia
Estudo de caso único, utilizando três fontes de evidências principais: documentos, entrevistas e observações, realizado em centro de referência para tratamento de TB e ILTB em Manaus/AM. A coleta de dados resultou em trinta documentos, seis entrevistas e 1 observação direta. Este resumo descreve dados das observações, realizadas com PS e pacientes de TB ativa e seus contatos atendidos em centro de referência de tratamento para TB e ILTB. As observações ocorreram em dois dias distintos para acompanhar a rotina de atendimento dos pacientes, com duração total de oito horas, sob a anuência e aprovação do Comitê de Ética do centro de referência, com parecer consubstanciado de nº 6.509.794.
Resultados
PS orientam os pacientes sobre TB e ILTB, seguindo protocolos e diretrizes, é perceptível que alguns pacientes apresentam um nível de entendimento muito baixo e devido as suas condições de saúde, tornam-se ainda mais frágeis, perdendo sua capacidade de compreensão do assunto abordado. A comunicação passa a ser mecânica, onde o profissional fala e o paciente apenas concorda, ainda que não saiba a fundo do que se trata. O desconhecimento dos pacientes foi identificado como um dos principais motivos para que haja perdas na Cascata de Cuidados da ILTB, especialmente nas etapas iniciais, demonstrando que a comunicação durante os atendimentos é falha e que precisa ser fortalecida.
Conclusões/Considerações
Um dos motivos para perdas na Cascata de Cuidados da ILTB é o desconhecimento sobre TB e ILTB por pacientes com TB e seus contatos, estas perdas podem ser evitadas com o fortalecimento da comunicação entre PS e pacientes, de forma ativa, qualificada e acolhedora, visto que em alguns momentos, esta tem sido realizada de forma automática e mecânica, interferindo significativamente no entendimento dos pacientes e na condução da cascata.
JUVENTUDE E HIV/AIDS: EDUCAÇÃO EM SAÚDE E QUEBRA DE ESTIGMAS SOCIAIS EM UMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE MAUÁ.
Pôster Eletrônico
1 Uninove
Apresentação/Introdução
O HIV é um importante desafio de saúde pública, sobretudo entre a população jovem, onde se observa vulnerabilidade, desinformação e estigmas. Entre 2007 e junho de 2024, foram registrados 125.753 casos em pessoas de 15 a 24 anos- 23,2% do total de casos no país. Tais dados evidenciam a relevância de abordagens que conscientizem sobre prevenção, tratamento e estigma em relação ao HIV/AIDS.¹
Objetivos
Identificar estigmas associados ao HIV/AIDS e conscientizar adolescentes entre 13 e 18 anos sobre prevenção, diagnóstico, tratamento e estigma.
Metodologia
A pesquisa envolveu aspectos qualiquantitativos, considerando fatores sociodemográficos, histórico de exposição, estigmas sociais, atitudes frente à prevenção e acesso à informação e aos serviços de saúde. Utilizou-se um questionário validado e adaptado à faixa etária da amostra, ajustado segundo critérios do IBGE e da escala Likert. A metodologia foi dividida em três etapas: 1) aplicação inicial do questionário; 2) intervenção educativa; e 3) reaplicação do questionário para avaliação e para comparação do impacto da ação. A amostra foi composta por 29 alunos de 13 a 18 anos de uma escola pública de Mauá.
Resultados
Antes da intervenção, 34,5% dos participantes acreditavam ou tinham dúvidas de que o HIV poderia ser transmitido por abraço ou beijo no rosto, número que caiu para 16% no pós-teste. Houve também aumento no reconhecimento da transmissão por seringas e agulhas infectadas (de 69% para 84%). A ideia equivocada de que a AIDS acomete apenas homossexuais, profissionais do sexo ou usuários de drogas foi presente em 37,9% da amostra inicial e caiu apenas 1,9% alcançando 36% nas respostas objetivas mesmo após a intervenção, porém a divergência entre as ideias indica que o dado quantitativo não elimina a necessidade de discussões qualitativas mais profundas.
Conclusões/Considerações
A ação educativa foi efetiva na ampliação do conhecimento sobre HIV/AIDS e na desconstrução de algumas crenças equivocadas. No entanto, ainda existe uma lacuna sobre crenças relacionadas ao estigma, que devem ser tratadas com maior atenção à população jovem, exigindo a continuidade de abordagens pedagógicas mais profundas, afetivas e antidiscriminatórias no ambiente escolar.
FATORES ASSOCIADOS AOS DESFECHOS DESFAVORÁVEIS DE TRATAMENTO DA TUBERCULOSE EM PESSOAS VIVENDO COM HIV NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: UMA ANÁLISE MULTINOMIAL
Pôster Eletrônico
1 SES/RJ
2 UFRJ
Apresentação/Introdução
A coinfecção tuberculose-HIV representa um grave problema de saúde pública no Brasil, associada a altas taxas de perda de seguimento do tratamento e mortalidade. Compreender os fatores associados aos desfechos desfavoráveis desses casos é essencial para orientar estratégias de controle e melhorar o prognóstico dos pacientes.
Objetivos
Analisar os fatores associados à perda de seguimento do tratamento e aos óbitos em casos de coinfecção de TB-HIV de residentes no Estado do Rio de Janeiro em 2020.
Metodologia
Estudo transversal de casos novos de TB coinfectados por HIV (TB-HIV) em adultos residentes no ERJ em 2020. Utilizou-se dados de base oriunda de relacionamento probabilístico entre SINAN, SIM, SISCEL e SICLOM. Foram analisadas variáveis sociodemográficas e epidemiológicas associadas aos desfechos desfavoráveis ao tratamento de TB-HIV (perda de seguimento e óbito versus não óbito). As OR brutas e seus respectivos IC95% foram estimados através do modelo de regressão multinomial. Os dados foram analisados utilizando a linguagem de programação R.
Resultados
Foram analisados 614 casos novos de coinfecção TB-HIV no RJ em 2020, sendo que 17,4% perderam o seguimento e 15,5% foram a óbito. Indivíduos em situação de rua apresentaram maior chance de perda de seguimento (OR: 6,79; IC95%: 3,15–15,4). Ter mais de 8 anos de escolaridade foi fator protetor para perda de seguimento (OR: 0,30; IC95%: 0,17–0,53). A faixa etária ≥60 anos associou-se ao óbito (OR: 2,95; IC95%: 1,24–7,02), enquanto foi fator protetor para perda de seguimento (OR: 0,19; IC95%: 0,04–0,83), sugerindo perfis distintos de vulnerabilidade para os desfechos.
Conclusões/Considerações
Situação de rua e baixa escolaridade foram fortemente associadas à perda de seguimento, enquanto a idade avançada aumentou o risco de óbito nos pacientes coinfectados. Esses achados reforçam a necessidade de estratégias específicas e intersetoriais para mitigar vulnerabilidades e melhorar os desfechos entre pessoas vivendo com TB-HIV.
ANÁLISE DOS CASOS DE DOENÇA MENINGOCÓCICA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO-RJ E A RELAÇÃO COM A COBERTURA VACINAL NO PERÍODO DE 2007 A 2023
Pôster Eletrônico
1 SMS - RIO
Apresentação/Introdução
A doença meningocócica (DM) representa um grave problema de saúde pública no mundo e no Brasil em razão de sua alta letalidade e elevada incidência entre crianças menores de cinco anos. A DM é imunoprevenível e as vacinas meningocócica C conjugada e meningocócica ACWY conjugada são ofertadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) desde 2010 e 2020, respectivamente.
Objetivos
Analisar a série temporal na ocorrência de casos e óbitos por DM antes e após a introdução das vacinas meningocócica C conjugada e meningocócica ACWY conjugada no município do Rio de Janeiro (MRJ) entre 2007 e 2023.
Metodologia
Realizado estudo descritivo e ecológico, de série temporal dos casos confirmados de DM em residentes no MRJ, ocorridos entre os anos de 2007 e 2023. Os dados dos casos foram extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, disponíveis no Portal de Dados Abertos do DATASUS. Para a análise da cobertura vacinal (CV) foram utilizados dados abertos do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações. Foram calculadas as taxas de incidência, mortalidade e letalidade da doença, além da cobertura vacinal (CV) das vacinas meningocócica C conjugada e meningocócica ACWY conjugada ao longo dos anos. Não houve conflitos éticos, pois foram utilizados dados públicos.
Resultados
No período estudado ocorreram 1.618 casos e 387 óbitos por DM. Entre os casos, foram mais frequentes crianças de 0 a 4 anos (35,3%), pessoas do sexo masculino (55,1%), autodeclaradas negras (28,6%). O sorogrupo C foi identificado em 71,4% dos casos. A taxa de incidência de DM variou de 3,36 para 0,19 casos por 100 mil habitantes, com redução de 75,1%. Houve redução de 48% na taxa de mortalidade e aumento da taxa de letalidade, alcançando 40% em 2021. Até 2018 a CV da meningocócica C encontrava-se acima de 95% e a partir de 2019 apresentou queda, chegando a 65,7% em 2022. A vacina meningocócica ACWY não alcançou 15% de CV desde a sua implantação em 2020.
Conclusões/Considerações
Houve expressiva redução de casos e óbitos por DM em todas as faixas etárias ao longo dos anos. Estes resultados sugerem possível relação com a introdução das vacinas no município. A letalidade da DM se mostrou crescente e elevada, e pode estar relacionada com a qualidade da assistência prestada. Ressalta-se a necessidade de monitoramento das coberturas vacinais e aprimoramento das estratégias de vacinação, em especial entre os adolescentes.
INVESTIGAÇÃO DE SURTO DE DOENÇA DIARRÉICA AGUDA EM UM MUNICÍPIO NO SUDOESTE DA BAHIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 SESAB-BA
Período de Realização
20 de outubro a 4 de novembro de 2024
Objeto da experiência
Investigação de surto de DDA em município do sudoeste baiano, com foco na qualidade da água e nas medidas de controle adotadas.
Objetivos
Investigar as causas do surto de DDA em um município do sudoeste da Bahia e propor medidas corretivas e recomendar ações para prevenir novos surtos, garantindo a potabilidade da água e a segurança da saúde pública.
Metodologia
Entre 20/10 e 04/11/2024, um município da Bahia registrou surto de DDA com 894 a 1.340 casos. A SESAB, via CIEVS e NRS Sudoeste, investigou a Estação de Tratamento de Àgua (ETA) local, identificando falhas estruturais e operacionais. Coletaram-se amostras de água e fezes, mas a baixa adesão dificultou a análise. Foram recomendadas ações corretivas.
Resultados
A análise da água revelou contaminação por coliformes totais e patógenos como Chromobacterium violaceum, Bacillus cereus, Aeromonas spp., e outros, indicando ineficiência do tratamento na ETA. Uma amostra de fezes confirmou Rotavirus. A baixa adesão dificultou a análise clínica. A contaminação hídrica foi associada ao surto, reforçando a necessidade de intervenções no sistema de abastecimento e vigilância contínua para controle e prevenção.
Análise Crítica
A experiência revelou falhas no sistema de abastecimento de água, como ausência de cloro residual e infraestrutura inadequada, contribuindo para o surto de DDA. A baixa adesão populacional limitou a investigação, evidenciando a importância do engajamento comunitário. A presença de múltiplos patógenos reforça a necessidade de monitoramento contínuo. A discrepância nos dados notificados indica fragilidades na alimentação do SIVEP-DDA e demanda aprimoramento do sistema.
Conclusões e/ou Recomendações
O surto de DDA foi associado à contaminação hídrica por falhas na ETA. Recomendou-se: adequação da ETA às normas, garantia de cloro residual, suspensão do consumo até correções, distribuição de hipoclorito, orientação sobre tratamento da água e reforço da vigilância epidemiológica. A resposta rápida é essencial para evitar agravamentos e garantir água potável à população.
INVESTIGAÇÃO DE SURTO DE DOENÇA DIARRÉICA AGUDA EM UM MUNICÍPIO NO SUDOESTE DA BAHIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 SESAB-BA
Período de Realização
20 de outubro a 4 de novembro de 2024
Objeto da experiência
Investigação de surto de DDA em município do sudoeste baiano, com foco na qualidade da água e nas medidas de controle adotadas.
Objetivos
Investigar as causas do surto de DDA em um município do sudoeste da Bahia e propor medidas corretivas e recomendar ações para prevenir novos surtos, garantindo a potabilidade da água e a segurança da saúde pública.
Metodologia
Entre 20/10 e 04/11/2024, um município da Bahia registrou surto de DDA com 894 a 1.340 casos. A SESAB, via CIEVS e NRS Sudoeste, investigou a Estação de Tratamento de Àgua (ETA) local, identificando falhas estruturais e operacionais. Coletaram-se amostras de água e fezes, mas a baixa adesão dificultou a análise. Foram recomendadas ações corretivas.
Resultados
A análise da água revelou contaminação por coliformes totais e patógenos como Chromobacterium violaceum, Bacillus cereus, Aeromonas spp., e outros, indicando ineficiência do tratamento na ETA. Uma amostra de fezes confirmou Rotavirus. A baixa adesão dificultou a análise clínica. A contaminação hídrica foi associada ao surto, reforçando a necessidade de intervenções no sistema de abastecimento e vigilância contínua para controle e prevenção.
Análise Crítica
A experiência revelou falhas no sistema de abastecimento de água, como ausência de cloro residual e infraestrutura inadequada, contribuindo para o surto de DDA. A baixa adesão populacional limitou a investigação, evidenciando a importância do engajamento comunitário. A presença de múltiplos patógenos reforça a necessidade de monitoramento contínuo. A discrepância nos dados notificados indica fragilidades na alimentação do SIVEP-DDA e demanda aprimoramento do sistema.
Conclusões e/ou Recomendações
O surto de DDA foi associado à contaminação hídrica por falhas na ETA. Recomendou-se: adequação da ETA às normas, garantia de cloro residual, suspensão do consumo até correções, distribuição de hipoclorito, orientação sobre tratamento da água e reforço da vigilância epidemiológica. A resposta rápida é essencial para evitar agravamentos e garantir água potável à população.
Realização: