Programa - Pôster Eletrônico - PE22 - Movimentos Sociais e Educação Popular em Saúde
ENTRE COMIDA E LUTA: SENTIDOS DO MOVIMENTO ESTUDANTIL “CALOTAÇO” NO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO UFRJ
Pôster Eletrônico
1 UFRJ
Apresentação/Introdução
O Restaurante Universitário da UFRJ é um equipamento social de educação e assistência com distribuição de refeições. Opera como campo de convivência, disputa e aprendizado coletivo. Analisamos o movimento estudantil “Calotaço” de 11/4/2025 em que serviram almoço sem custo em apoio à paralização dos terceirizados do RU/UFRJ campus fundão que estavam com salários atrasados.
Objetivos
Analisar a repercussão do caso “calotaço” do RU/UFRJ em redes sociais, buscando entender como a comunidade estudantil atribuiu sentido ao movimento social.
Metodologia
Acompanha dois projetos de doutorado PPGN/UFRJ de pesquisa-ação no RU/UFRJ em que a coleta de dados é simultaneamente às reflexões segundo Creswell, 2007. Nessa divisão da pesquisa analisamos 5 perfis do Instagram discentes/institucional discente de 11 a 16/4 indexados por calotaço UFRJ, sua origem e relação estudantil. Aplicamos análise de conteúdo de Bardin, 2016, gerando categorias a partir da sistematização dos dados identificados por autoria, descrição, data e curtidas. As curtidas orientaram a ordenação de legendas para identificação dos temas e seguiram as etapas pré-análise, exploração de material, tratamento dos resultados e análise.
Resultados
As legendas foram agrupadas em 10 blocos associadas aos comentários. Construímos a partir dos blocos a convergência temática em 4 categorias ordenadas por curtidas: defesa de direitos do trabalhador 4006, denúncia à tercerizadora/terceirização 2134, informes e apoio aos estudantes 1062, cobrança posicionamento reitoria 1033. O movimento estudantil revelou convergência no uso do RU/UFRJ como espaço social de exercício da cidadania construindo coletivamente sentidos na mobilização. A reivindicação foi por direitos do trabalhador, seguida dos direitos humanos à alimentação. Foi observado que o apoio requerido para estudantes e trabalhadores assumiu sentido de proteção e solidariedade.
Conclusões/Considerações
O RU/UFRJ se configurou como espaço educativo informal, exercitando a cidadania e a luta por direitos, reinventando no cotidiano ações coletivas de proteção e solidariedade dialogadas que precisam ser cuidadas e negociadas no interior da formação de profissionais para o Brasil.
O DESENVOLVIMENTO DE UMA METODOLOGIA E DE TECNOLOGIAS DE TERRITORIALIZAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS NO INTERIOR DO MOVIMENTO SOCIAL: A ATUAÇÃO DO INSTITUTO LIDAS (1988-2023)
Pôster Eletrônico
1 Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP)
2 Instituto Lidas
3 Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP)
4 Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal de São Paulo (ICT-UNIFESP)
5 -
Apresentação/Introdução
Políticas públicas são mediações na relação entre demandas sociais e respostas estatais. Embora sua historiografia por vezes se centre em aspectos técnicos e atribua o desenvolvimento das respostas à burocracia, é fundamental reconhecer a participação de saberes e lutas de movimentos sociais nestes processos para iluminar novas formulações, sobretudo na atenção básica num cenário de policrises.
Objetivos
Expor a partir da análise da atuação do Instituto Lidas (Ligas em Defesa do Ambiente e da Saúde) o desenvolvimento de uma metodologia e de tecnologias sociais para territorialização de políticas públicas realizado no interior de um movimento social.
Metodologia
A análise deriva de projetos que buscaram investigar e resedenhar a interface e funcionalidades da plataforma CulturaEduca (https://culturaeduca.cc) com seus usuários, divididos metodologicamente em 5 estágios: investigação, ideação, workshop, redesign e verificação. No primeiro, entre outras tarefas, realizou-se o levantamento documental de projetos de territorialização de políticas públicas de que participou o Instituto Lidas (desenvolvedor da plataforma) de 1988 a 2023 para caracterizar o método de trabalho e os princípios tecnológicos que orientaram a criação da plataforma de mapeamento colaborativo para armazenar, analisar e georreferenciar dados e ações no entorno de serviços públicos.
Resultados
Ao investigar tais participações, desvelou-se o percurso de desenvolvimento de uma metodologia de territorialização de políticas públicas nascida no movimento sindical em São Paulo e centrada na investigação das condições de vida das famílias de trabalhadores e sua mobilização na luta por direitos. Buscando reunir saberes técnicos e populares sobre o “território de vivência” das famílias, esta combina princípios participativos e uso de geotecnologias para análise intraurbana de dados. A plataforma CulturaEduca se mostra como ponto de chegada destas formulações, por aplicar a metodologia em um sistema de informações geográficas participativo com abrangência nacional e tecnologia livre.
Conclusões/Considerações
A instituição teve caráter inovador no desenvolvimento de uma metodologia e de tecnologias de territorialização de políticas públicas, envolvendo geolocalização de serviços, elaboração de indicadores sociais, diagnósticos locais, e formação para apropriação popular dessas informações. Sua trajetória acompanha alterações no quadro interinstitucional de elaboração de políticas públicas da redemocratização (1988) à retomada democrática (2023) no país.
OFICINAS DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO PARA O AUTOCUIDADO E AUTONOMIA DA PESSOA IDOSA
Pôster Eletrônico
1 SESAU - RECIFE
2 FIOCRUZ - PE
Apresentação/Introdução
O envelhecimento populacional é um fenômeno global amplamente discutido devido às suas implicações para os sistemas de saúde, sendo um dos grandes desafios do século XXI. Nesse contexto, a Educação Popular em Saúde apresenta-se como uma ferramenta estratégica para fortalecer o autocuidado e autonomia da pessoa idosa, por meio de uma abordagem participativa e dialógica na promoção da saúde.
Objetivos
Promover oficinas de Educação Popular em Saúde como estratégia de fortalecimento para o autocuidado e autonomia da pessoa idosa.
Metodologia
Trata-se de um estudo exploratório, de caráter descritivo e analítico, com abordagem qualitativa, utilizando as estratégias da Educação Popular em Saúde para fortalecer o autocuidado e a autonomia da pessoa idosa. A pesquisa foi realizada nas microáreas de abrangência da Unidade de Saúde da Família (USF) Coelhos I, localizada no bairro dos Coelhos, Recife-PE. A produção de dados em campo ocorreu entre maio e junho de 2025, utilizando como principal mecanismo metodológico o Círculo de Cultura, proposto por Paulo Freire. As ações foram organizadas em oficinas, realizadas durante seis encontros semanais, nas sextas-feiras, no turno da manhã, com média de participação de 15 a 20 idosos.
Resultados
As oficinas abordaram temas como conceito ampliado de saúde, processo de envelhecimento, autonomia, autocuidado e Educação Popular em Saúde. No decorrer das atividades, foram estimuladas perguntas disparadoras que refletem o modo de vida e as particularidades sobre o autocuidado e autonomia da pessoa idosa. As discussões promoveram a ampliação do conhecimento, proporcionando aos longevos a compreensão da sua própria realidade. A problematização, baseada na reflexão coletiva, estimulou uma visão crítica, desconstruindo estigmas, valorizando o Sistema Único de Saúde e fortalecendo as estratégias da Educação Popular em Saúde no território, gerando impulso para a transformação do contexto vivido.
Conclusões/Considerações
A participação horizontal ao longo das oficinas favoreceu a troca de saberes, valorizando o conhecimento de todos os envolvidos. O estudo fomentou uma perspectiva crítica e reflexiva sobre as relações sociais e profissionais, contribuindo para o desenvolvimento de estratégias coletivas no tocante à Educação Popular em Saúde e o processo de envelhecimento relacionado ao autocuidado e autonomia, no âmbito da Atenção Primária à Saúde.
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE PARA A POPULAÇÃO E PARA A FORMAÇÃO ACADÊMICA DO ESTUDANTE DE MEDICINA
Pôster Eletrônico
1 Centro Universitário Unidompedro Afya
Apresentação/Introdução
As Diretrizes Curriculares Nacionais de 2014 para Medicina enfatizam a importância da aprendizagem em ambientes práticos e o contato com pacientes. O modelo educacional proposto integra teoria e prática ao longo da graduação, permitindo que os estudantes desenvolvam habilidades para lidar com as demandas da sociedade e da saúde pública, especialmente no âmbito do SUS.
Objetivos
Analisar a influência da educação popular em saúde no desenvolvimento profissional e pessoal dos estudantes de medicina
Metodologia
Trata-se de uma revisão de literatura, realizada por meio do PUBMED, Biblioteca Virtual em Saúde e Scientific Electronic Library Online. Utilizou-se como descritores: Educação Médica; Atenção à Saúde; Qualidade da Assistência à saúde. Os critérios de inclusão foram artigos publicados entre 2019 e 2024 e exclusão de artigos que não estavam em português e duplicados.
Resultados
Após aplicação dos critérios, dos artigos encontrados, 7 atendiam os objetivos do estudo. Os resultados preliminares de experiências exitosas em comunidades, mostram que a educação popular enquanto processo pedagógico que envolve troca de saberes, resulta no aumento da confiança e da colaboração entre acadêmicos e membros da comunidade. Notou-se também uma maior valorização dos saberes locais e uma abordagem mais centrada na comunidade.
Conclusões/Considerações
Concluiu-se que a integração entre a educação médica e a Comunidade é fundamental para uma formação mais inclusiva e eficaz, visto que, leva a uma maior compreensão dos determinantes sociais dos processos de saúde e doença. Assim, utilizar a prática clínica centrada na pessoa e promover ações integradas que sirvam as comunidades são elementos essenciais, para desafiar paradigmas ultrapassados e redefinir o papel das universidades na sociedade.
MOVIMENTOS SOCIAIS NO CONTEXTO DAS EPIDEMIAS DE HIV/AIDS NO BRASIL: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Pôster Eletrônico
1 UFBA-IMS
2 UFPB
Apresentação/Introdução
As epidemias de HIV/Aids foram acompanhadas por movimentos sociais na busca de direitos para o tratamento da soropositividade. Através das lutas sociais, as parcelas da sociedade civil mais afetadas pela estigmatização frente a condição soropositiva, mobilizaram-se coletivamente para o alcance das políticas de saúde e enfrentamento da discriminação envolvendo o contexto do HIV/Aids.
Objetivos
Sistematizar a literatura existente sobre a atuação dos movimentos sociais na luta contra as epidemias de HIV/Aids a partir da década de 1980 e identificar as principais características da atuação desses movimentos no contexto brasileiro.
Metodologia
O estudo caracteriza-se como uma revisão de escopo. Foram selecionados 86 textos públicos indexados nas bases de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) (33) e no Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES (53). Para a busca dos trabalhos foi utilizado o descritor “movimentos sociais” and “HIV/Aids”. Foram incluídos 27 estudos que abordam os movimentos sociais como tema central e realizados no Brasil. Os trabalhos foram anexados e categorizados numa planilha com foco nos critérios: ano, resumo, data de publicação, resultados, como os movimentos e/ou participação social são abordados e perspectivas futuras. A partir disso, foi realizada uma análise crítica entre os resultados encontrados.
Resultados
A atuação dos movimentos sociais possui um papel central articulador para o desenvolvimento das políticas de HIV/Aids. A implementação da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) é abordada nos estudos como uma conquista da luta social. Priorizar necessidades específicas dos grupos sociais, como adolescentes, lésbicas, gays, pessoas trans, profissionais do sexo, etc mostrou-se relevante. Retrocessos vivenciados na esfera da liberdade sexual nos últimos anos devido a uma crescente onda conservadora no cenário político do país tem sido uma preocupação crescente. Os movimentos tendem a uma atualização por meio das mídias sociais, porém há uma dispersão das lutas sociais enquanto organização civil.
Conclusões/Considerações
Os movimentos sociais no Brasil são marcados pela atuação da comunidade LGBTQIAPN+ e feminista. Estes são atores chave para a implementação das políticas sanitárias específicas ao HIV/Aids, inclusive no que tange a reivindicação da PrEP como um direito. Tais lutas trazem à tona a necessidade material do cuidado e fortalecem a luta identitária que marca a liberdade sexual como um fator a ser considerado no SUS, para além da questão biológica.
MODELOS ORGANIZACIONAIS, OPERACIONAIS E IMPACTOS COMUNITÁRIOS DAS COZINHAS SOLIDÁRIAS NO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UnB
Apresentação/Introdução
Cozinhas solidárias são tecnologias sociais de enfrentamento da fome, que oferecem refeições gratuitas à população em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Baseiam-se em voluntariado e doações, atuando também como espaços de mobilização e apoio comunitário. Em contextos de insegurança alimentar crescente, tornaram-se equipamentos de apoio e articulação local com relevância política e social.
Objetivos
Identificar as principais características organizacionais, os modelos operacionais e os impactos comunitários das cozinhas solidárias no Brasil, com foco em seus modos de gestão e formas de financiamento.
Metodologia
Trata-se de uma revisão bibliográfica realizada na base Semantic Scholar, plataforma de busca automatizada com recursos abertos. Foram considerados estudos sobre cozinhas solidárias ou comunitárias no Brasil, com evidência empírica, análise de estrutura organizacional, modelos de gestão e impactos comunitários. A busca inicial resultou em 25 documentos; após triagem manual, 8 foram selecionados e 1 relatório adicionado, totalizando 9 estudos analisados, publicados entre 2017 e 2024.
Resultados
A maioria dos estudos analisados identificou modelos organizacionais baseados em gestão coletiva (n=5), autogestão por movimentos sociais (n=5) e voluntariado ativo (n=4). As cozinhas funcionam em espaços ocupados, emprestados ou alugados, com liderança feminina e governança horizontal. O financiamento vem majoritariamente de doações e parcerias com ONGs, com menor participação de recursos públicos. As cozinhas promovem segurança alimentar, empoderamento feminino, mobilização política e formação cidadã, além de impactos como retorno à escolarização e geração de renda. Atendem, principalmente, mulheres negras, pessoas em situação de rua e trabalhadores informais.
Conclusões/Considerações
Apesar da sustentabilidade financeira frágil, as cozinhas solidárias consolidaram-se como resposta comunitária à fome e desigualdade, especialmente na pandemia. Operam com base no direito à alimentação e na democracia alimentar, com protagonismo feminino e territorial. Mais que distribuição de alimentos, são espaços de mobilização política e reconstrução da esfera pública, fundamentais no enfrentamento a fome e a pobreza.
MORADORES DO ASSENTAMENTO MILTON SANTOS: HISTÓRIAS DE VIDA E SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Unicamp
Apresentação/Introdução
A pesquisa nasce do projeto de extensão em saúde coletiva no assentamento Milton Santos e propõe, como desdobramento, a produção de um documentário que evidencie as relações entre modos de vida, cuidado e adoecimento no território, promovendo diálogo entre saberes populares e acadêmicos
Objetivos
Compreender como modos de vida e lutas no assentamento Milton Santos se relacionam com saúde, adoecimento e cuidado; valorizar histórias e saberes locais; analisar relações entre território e saúde; e produzir documentário
Metodologia
Pesquisa qualitativa, exploratória e transversal, vinculada a um programa de extensão no assentamento Milton Santos (SP). Serão realizadas entrevistas semiestruturadas e diário de campo com seis moradores, buscando compreender sentidos atribuídos à saúde, cuidado e vida no MST. A análise será temática (Campos, 2004). O documentário será produto final da escuta sensível e construção coletiva com os participantes, ampliando as vozes do território e fortalecendo práticas emancipadoras em saúde coletiva
Resultados
Espera-se que a pesquisa, articulada ao programa de extensão no assentamento Milton Santos, aprofunde a compreensão sobre modos de vida, saúde e cuidado em territórios da reforma agrária. Por meio de escuta sensível e análise de narrativas, visa-se valorizar histórias de vida, fortalecer o SUS e promover saberes populares. A produção coletiva de um documentário busca ampliar vozes locais, gerando impacto político, formativo e afetivo, dentro e fora da universidade
Conclusões/Considerações
A pesquisa no assentamento Milton Santos, em articulação com a extensão universitária, evidencia como saúde, território e luta coletiva se entrelaçam. As histórias revelam práticas de cuidado e resistência, destacando a importância de políticas públicas integradas e da produção documental como forma de escuta, visibilidade e fortalecimento da saúde coletiva e da justiça social
MULHERES EM CONTEXTO DE VULNERABILIDADE SOCIAL: CONTRIBUIÇÕES A PARTIR DA EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFSCar
Apresentação/Introdução
A Educação Popular em Saúde (EPS) é uma ferramenta de emancipação popular que se pauta na construção compartilhada de conhecimentos a partir do contexto do educando. A atividade de Extensão Popular "Território do Cuidar", realizada em um bairro periférico do município de São Carlos/SP, tem o objetivo de promover o crescimento comunitário e desenvolvimento pessoal para mulheres em vulnerabilidade.
Objetivos
Produzir revisão integrativa da literatura com resultados de experiências de EPS com mulheres; Analisar como uma experiência comunitária de cuidado à saúde, na perspectiva da EPS, contribui para o autocuidado em saúde de mulheres em vulnerabilidade social.
Metodologia
A primeira etapa da pesquisa foi uma revisão integrativa da literatura, que respondeu à questão: “Quais os resultados gerados por experiências de educação popular em saúde com mulheres adultas no Brasil?” As buscas foram realizadas na SciELO, BVS, PubMed e ERIC, resultando em 8 artigos para análise crítica. A segunda etapa foi um estudo exploratório qualitativo do tipo pesquisa participativa, co-criado com as mulheres que frequentavam o Projeto de Extensão. Os relatos foram coletados por meio de entrevistas narrativas. Os dados foram analisados a partir da análise de conteúdo, do tipo categorial temática. O Projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da UFSCar.
Resultados
A revisão integrativa de literatura sinalizou que as experiências utilizam principalmente como método de intervenção rodas de conversa, discussões grupais e oficinas. A maioria das intervenções foi realizada por pesquisadores e/ou equipes de saúde. Os resultados trazem análises positivas, enfatizando o impacto social das experiências.
Nas entrevistas narrativas, todas as entrevistadas relataram sensação de acolhimento e conexão social entre as participantes e a equipe organizadora. A oportunidade de aprender e compartilhar práticas populares e aumentar a rede de apoio com outras mulheres e profissionais do território promove o autoconhecimento e a autonomia no cuidado em saúde.
Conclusões/Considerações
A revisão integrativa e a Extensão Popular "Território do Cuidar" corroboram que a EPS transforma positivamente a vida das mulheres. A EPS se materializa em um espaço de apoio e desenvolvimento pessoal para mulheres em vulnerabilidade, combatendo o sentimento de solidão e marginalização. Pesquisas como essas são necessárias para compreender contextos de pobreza e vulnerabilidade e ser suporte para ações de saúde mais efetivas no SUS.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE MENTAL: ABORDAGEM COLETIVA E INTERCULTURAL NO TERRITÓRIO ANCESTRAL RURAL DE GIRARDOTA, COLÔMBIA
Pôster Eletrônico
1 Universidad de Antioquia
2 Universidad de Antiouia
Apresentação/Introdução
Este trabalho aborda a saúde mental rural na Colômbia a partir de uma perspectiva coletiva e intercultural, questionando o enfoque biomédico dominante. Propõe uma educação popular em saúde mental que reconheça os saberes locais, promova a justiça epistêmica e fortaleça a autonomia comunitária, contribuindo para práticas pedagógicas situadas e descolonizadoras.
Objetivos
Reconhecer significados de saúde mental em contextos educativos rurais de Girardota, identificar iniciativas coletivas e interculturais existentes, e compreender o papel do educador em saúde mental nesses espaços comunitários e institucionais.
Metodologia
Pesquisa em desenvolvimento com enfoque qualitativo hermenêutico baseada na Educação Popular, aplicando a metodologia de Investigação Temática de Paulo Freire. Concentra-se em três pilares fundamentais: diálogo como encontro com e para o outro, conscientização como processo de tomada de consciência crítica, e interculturalidade. Os mediadores para a construção da análise e interpretação incluem diário de campo, círculos de investigação temática e matriz de categorização. Participam 8 pessoas de diferentes ambientes comunitários e institucionais da comunidade rural, realizando-se 8 encontros.
Resultados
Resultados preliminares respondem aos objetivos propostos: reconhecem-se significados ancestrais de saúde mental como práticas cotidianas em contraposição às visões clínicas hegemônicas. Identificam-se iniciativas interculturais baseadas no diálogo horizontal e na aprendizagem mútua, preservando identidades. O papel do educador emerge como facilitador que aprende com o saber comunitário, e não apenas transmite. Contudo, persistem situações-limite: dependência da validação profissional, ausência masculina no cuidado mental e expectativa comunitária em relação aos profissionais. A educação popular constitui saúde mental coletiva, transcendendo os espaços institucionais para contextos comunitários.
Conclusões/Considerações
É possível construir uma compreensão da saúde mental no meio rural configurada em práticas coletivas e significados construídos a partir do cotidiano. A educação popular surge como uma forma de relação que possibilita o diálogo de saberes e a afirmação de identidades. Persistem tensões com enfoques clínicos, assim como desafios relacionados à validação externa e à ausência de figuras masculinas no cuidado.
A PROMOÇÃO DE SAÚDE/SAÚDE MENTAL A PARTIR DE UM DISPOSITIVO FORMATIVO UNIVERSITÁRIO: PACIENTES COMO MENTORES
Pôster Eletrônico
1 EBMSP
Apresentação/Introdução
O projeto analisa os efeitos do Programa de Mentoria em Saúde com pacientes com HTLV, promovendo ensino participativo e interprofissional. A metodologia inovadora propõe grupos de estudantes orientados por mentores, com base na educação popular em saúde e no diálogo entre saberes.
Objetivos
Apresentar uma análise discursiva sobre os efeitos do Programa para a promoção da saúde/saúde mental dos mentores, a partir da categoria: Relações, vínculos e dinâmicas de cuidado.
Metodologia
A produção de dados contou com os seguintes métodos: observação participante, grupos focais com mentores e entrevistas semi-estruturadas. A análise se inspirou na teoria do construcionismo social e seguiu a produção de sentidos para a construção de três categorias.
Resultados
Nesta categoria, destacamos que o vínculo criado entre mentores e alunos tende a auxiliar no aprendizado a partir dos afetos envolvidos e da produção de sentido coletiva, focalizando nos reais problemas da população atendida. As dinâmicas de cuidado se transformam a partir das soluções construídas dialogicamente em direção a melhoria dos serviços prestados.
Conclusões/Considerações
O Programa Mentores da Saúde revela potência formativa ao reposicionar pacientes como agentes ativos no ensino, promovendo cuidado mútuo e aprendizado sensível com base na experiência prática. As relações estabelecidas entre mentores e estudantes potencializam a construção coletiva de saberes e favorecem práticas em saúde mais humanizadas, colaborativas e integradas aos territórios e à singularidade de cada sujeito.
QUEM CUIDA DA CUIDADORA? OFICINAS COM MULHERES EM CONTEXTO DE VULNERABILIDADE SOCIAL NO MUNICÍPIO DE VALPARAÍSO DE GOIÁS
Pôster Eletrônico
1 Escola de Governo Fiocruz – EGF/Gereb/Fiocruz Brasília.
2 Escola de Saúde do Recife, ESR, Brasil.
Período de Realização
Experiência baseada em Educação Popular, realizada entre outubro e dezembro de 2024 em Valparaíso-GO.
Objeto da experiência
O cuidado informal, majoritariamente feminino, reforça desigualdades de gênero e estereótipos sobre a divisão desigual do trabalho doméstico.
Objetivos
Refletir sobre as experiências de mulheres em situação de vulnerabilidade e que atuam como cuidadoras, participantes de oficinas realizadas no município de Valparaíso de Goiás.
Metodologia
Foram realizadas quatro oficinas presenciais com mulheres cuidadoras informais, onde promovemos rodas de conversa com escuta ativa. Durante os encontros, as participantes compartilharam seus desafios, evidenciando a sobrecarga e a invisibilidade do cuidado. As discussões geraram reflexões sobre direitos, identidade feminina e autocuidado, ressaltando a carência de apoio familiar. Essa experiência fortaleceu a rede de apoio entre as participantes e valorizou suas vozes e vivências.
Resultados
Os encontros com essas mulheres ressignificaram seu papel de cuidadora, permitindo uma análise crítica e contextualizada das desigualdades estruturais que as afetam. A troca de experiências fortaleceu o pertencimento e reforçou a necessidade de políticas públicas para valorizá-las. Ao final, muitas relataram sentir-se mais fortalecidas e conscientes de seus direitos, tornando as oficinas um marco de transformação e empoderamento coletivo.
Análise Crítica
A sistematização dessa experiência evidencia a necessidade de ações concretas para garantir o reconhecimento e a valorização do trabalho das cuidadoras informais. O caminho para a mudança passa pelo empoderamento e pela conscientização coletiva, reforçando que o cuidado deve ser uma responsabilidade social compartilhada, e não um fardo invisível carregado exclusivamente por mulheres.
Conclusões e/ou Recomendações
As oficinas promoveram o reconhecimento dos direitos e do autocuidado, incentivando as participantes a refletirem sobre a sobrecarga do cuidado e a busca por equilíbrio. Além disso, destacaram a importância de um espaço estruturado onde essas mulheres possam se empoderar, trocar experiências e se sentir mais seguras para reivindicar seus direitos. Essa iniciativa fortaleceu a rede de apoio e contribuiu para a valorização de suas vivências.
“SE ESSA RUA, SE ESSA RUA FOSSE”... OUVIDA: CARTOGRAFIA SOCIAL E PLANEJAMENTO POPULAR NO CUIDADO COM A POPULAÇÃO DE RUA
Pôster Eletrônico
1 Instituto Leônidas e Maria Deane - Fiocruz Amazônia
2 Secretaria Municipal de Saúde de Manaus
3 Universidade Estadual do Amazonas
Período de Realização
Essa experiência ocorreu durante o mês de outubro de 2024.
Objeto da experiência
Trata-se de uma Cartografia Social construída em uma abordagem participativa entre população de rua e equipe de Consultório na Rua (CnaR) em Manaus.
Objetivos
Este trabalho tem por objetivo fazer um relato reflexivo sobre como compreender as necessidades de saúde da população de rua pela perspectiva de seus territórios pode ajudar no planejamento em saúde e adequação do cuidado, além de fortalecer o vínculo com a equipe de saúde.
Metodologia
A atividade foi realizada num espaço do território do centro de Manaus, com 12 pessoas em situação de rua e 5 profissionais do CnaR, que construíram, separadamente, mapas da zona centro-sul. Com materiais simples e guiados pelas perguntas “onde vocês ficam?”, “onde vocês comem?”, “onde vocês trabalham?”, “onde vocês dormem?” e “onde vocês morrem?”, os mapas foram construídos livremente, expressando as percepções territoriais dos dois grupos a fim de compará-los posteriormente.
Resultados
Os mapas revelaram distâncias geográficas bem distintas, sendo maiores no da população de rua e percebido por eles, ao comparar: “Tudo no mapa de vocês (CnaR) é muito perto, porque não andam a pé”, pontuou a população. Locais onde o CnaR não identificou como “onde vocês ficam”, também apareceram no outro mapa, revelando áreas descobertas. Mas também houve muitas convergências, revelando a potência do CnaR no conhecimento do território, agradando à população de rua e fortalecendo o vínculo.
Análise Crítica
Mapear com a população de rua mostrou-se mais do que uma técnica: foi um processo de escuta, vínculo e produção compartilhada de saber. Ao tensionarmos mapas cartesianos, permitiu-se visibilizar territórios esquecidos e sentidos atribuídos aos espaços pela rua. A experiência, ao avaliar o trabalho do CnaR sob o olhar do controle social, reafirma que os sujeitos do cuidado também podem ser produtores de conhecimento e planejadores de estratégias de vida a partir de seus próprios territórios.
Conclusões e/ou Recomendações
A Cartografia Social, como prática de Educação Popular em Saúde, mostrou-se ferramenta potente para integrar gestão e escuta qualificada. Recomenda-se sua adoção em contextos de vulnerabilidade, como estratégia de planejamento compartilhado e fortalecimento do SUS nos territórios. Promove-se, assim, a saúde por meio de práticas emancipadoras e enraizadas na vida concreta da população, ao integrar os saberes populares ao cotidiano das equipes.
HORTAS COMUNITÁRIAS COMO ESTRATÉGIA DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL E PROMOÇÃO DA SAÚDE EM TERRITÓRIOS PERIFÉRICOS: RELATO DE UMA AÇÃO DOS AGENTES POPULARES DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFPR
Período de Realização
A experiência ocorreu no 1º semestre de 2025 em uma comunidade periférica de uma capital brasileira.
Objeto da experiência
Criação de uma horta comunitária de plantas medicinais como prática de cuidado popular e fortalecimento da mobilização social para o SUS.
Objetivos
Estimular a auto-organização dos moradores a partir de práticas populares de saúde. Fortalecer o princípio do SUS de participação social. Colocar a educação em saúde e o protagonismo local como potencializadoras de lutas pelo direito à saúde dentro de seus territórios
Descrição da experiência
A ação foi conduzida pelo coletivo de Agentes Populares de Saúde e estudantes universitários junto aos moradores. A horta, proposta pelos próprios moradores, foi instalada em um terreno ocioso, com decisões coletivas sobre o plantio e os cuidados. Foram realizados mutirões para limpeza do terreno que antes estava abandonado, preparação do solo com ajuda de militantes do MST e plantio de espécies medicinais selecionadas. A manutenção agora é o desafio a longo prazo para os moradores.
Resultados
O espaço da horta tornou-se ponto de encontro e convivência entre moradores, fortalecendo vínculos e o sentimento de pertencimento. Assim, além de promover a terapêutica das plantas medicinais, a ação estimulou o protagonismo comunitário, resgatando a troca de saberes tradicionais entre vizinhos. Isso demonstra uma articulação entre saúde e território. Ao mesmo tempo, a participação ativa desde o planejamento, execução e manutenção, reforçou a importância da corresponsabilidade e do apoio mútuo.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que saúde não se limita a pontuais ofertas de serviços, mas envolve relações com o território e passa pela valorização dos saberes locais. Em contextos de ausência do Estado, iniciativas como a horta revelam a potência da auto-organização popular para o cuidado e produção de saúde. Assim, a horta materializa a ampliação do conceito de saúde e fortalece a atenção primária em comunidades de mais difícil entrada.
Conclusões e/ou Recomendações
A estratégia da horta comunitária revelou-se um instrumento acessível e potente de produção de saúde coletiva, mas exige acompanhamento contínuo para não deixar que a desmobilização ocorra. Nesse sentido, reforça-se a importância de políticas públicas que valorizem essas práticas e que garantam o direito à terra urbana para fins coletivos. Incentivar essas iniciativas é reconhecer a comunidade como protagonista do cuidado em saúde.
PRODUÇÃO DE CONTEÚDO NA REDE UNIVERSITÁRIA E COMUNITÁRIA DA UFBA – RÁDIO COMUNITÁRIA ACAUÃ
Pôster Eletrônico
1 UFBA
Período de Realização
março de 2025, em Conferência de Comunicação e Políticas Públicas da Região Metropolitana Salvador.
Objeto da experiência
Momento para compartilharmos saberes solidários e permanente em defesa da democracia que queremos no território que vivemos.
Objetivos
Promover um espaço de acolhimento de modo participativo, colaborativo entre as pessoas presencial e/ou virtual, dialógico em determinados momentos na relação permanente entre o estado e a sociedade.
Metodologia
Compreender a importância de reunirmos sob os mecanismos institucionais democráticos participativos, das formas associativas de natureza comunitária das populações locais, organizadas e mobilizadas em redes municipais de participação social. A ação se baseou em práticas populares de auto gestão comunitária e soberania popular assegurados no artigo 64 da constituição baiana de 1989. Ao final da atividade, foi feito o caderno de propostas, para o Fórum Nacional de Democratização da Comunicação.
Resultados
O processo de comunicação social em rede universitária e comunitária – gerou experiências na produção de narrativas de texto, áudio e imagem, bem como as estratégias discursivas, de natureza informativa, comunicacional e midiática, mais eficazes e inclusivas, inseridas no contexto da convergência tecnológica. Nesse sentido, a sociabilidade torna-se fundamental na luta pelo reconhecimento, resistência e adaptação, sem romper com os vínculos que estruturam a existência na universidade.
Análise Crítica
A atividade evidenciou a importância de práticas coletivas na formação acadêmica, revelou-se ferramenta potente para práticas pedagógicas de construção de pertencimento, em espaços marcados por hierarquias e distanciamentos. Iniciativas como essa inspiram outras ações integradoras da essência humana, potencializando a experiência estudantil, diálogo entre pares na prática pedagógica e a visibilidade social sobre a atividade acadêmica, a dedicação dos pesquisadores e seu vínculo universitário.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência dos discentes mostrou que práticas simples transformam o ambiente acadêmico, fortalecem vínculos e escuta, assim os saberes populares e conhecimentos acadêmicos na rádio comunitária, fortalecem práticas sociais. Recomenda-se institucionalizar espaços de acolhimento e formação de pesquisadores midiáticos voltados à democratização da comunicação, saúde coletiva e justiça social na garantia de direitos e preservação da saúde mental.
ESTÁGIO EM SAÚDE DA POPULAÇÃO DO CAMPO: DIÁLOGOS ENTRE SABERES MÉDICOS E AS PRÁTICAS DE SAÚDE POPULAR EM UM ASSENTAMENTO AGROECOLÓGICO
Pôster Eletrônico
1 UFPR
2 UNESP
Período de Realização
O estágio foi realizado entre os dias 22 de abril e 11 de maio de 2024.
Objeto da experiência
Vivência de jovens estudantes de Medicina em um assentamento de reforma agrária agroecológico no interior do país.
Objetivos
Relata-se o encontro entre saberes acadêmicos e populares, valorizando as práticas de saúde construídas coletivamente no território e estimulando a compreensão crítica dos determinantes sociais da saúde no campo a fim de fortalecer a visão integral do cuidado por parte das estudantes.
Descrição da experiência
As estudantes atuaram com os Coletivos de Saúde e de Mulheres do assentamento. O cronograma mesclou ações práticas, formação teórica e vivências comunitárias, a fim de integrar saúde, educação e mobilização social. As atividades programadas incluíram visitas domiciliares, acompanhamento dos atendimentos na UBS e trabalho nas agroflorestas e no horto medicinal, além de reuniões com moradores. Também houve espaço para acolhimento de outras demandas e elaboração de atividades para a comunidade.
Resultados
As demandas observadas resultaram em rodas de conversa com crianças sobre alimentação e com jovens sobre saúde sexual e mental, além de uma oficina de soro caseiro e cuidados com a água, tema relevante em áreas rurais excluídas do saneamento básico. Essas ações propostas pelos estudantes dialogaram com práticas integrativas já estabelecidas, fortalecendo a troca de saberes e o protagonismo local, como aprendido com a ESF no território.
Aprendizado e análise crítica
Sabe-se que a concentração de terras no Brasil mantém o sistema agroindustrial de produção e distribuição de alimentos, que é, também, produtor de relações e condições de saúde. Assim, compreende-se que a proposta de saúde da agroecologia, ao centrar-se na soberania alimentar, cria uma antítese para esse modelo, reivindicando não só o acesso aos serviços de saúde, mas o próprio exercício de relações de trabalho mais saudáveis, não produtoras de adoecimento, num exemplo vivo de integralidade.
Conclusões e/ou Recomendações
A vivência permitiu compreender a saúde popular como expressão de resistências cotidianas e construção coletiva de cuidado em locais historicamente excluídos do acesso à saúde convencional. Ao mesmo tempo, as práticas agroecológicas experienciadas e os saberes tradicionais aprendidos demonstram a insuficiência do modelo biomédico e ampliam o olhar sobre saúde, trazendo reflexões importantíssimas para a formação médica das estudantes.
JUVENTUDE, TERRITÓRIO E PARTICIPAÇÃO: VIVÊNCIAS NA FORMAÇÃO DE AGENTES POPULARES EM SAÚDE NO DISTRITO FEDERAL
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Brasília
2 Universidade de Brasília
Período de Realização
Março de 2025 a junho de 2025
Objeto da experiência
Curso de formação de agentes populares de juventude no Distrito Federal, com foco na participação social e nos saberes populares em saúde.
Objetivos
Relatar a experiência de capacitar jovens como agentes populares de saúde, promovendo sua inserção crítica no território, fortalecendo a participação social no SUS e valorizando os saberes comunitários.
Descrição da experiência
O Curso de Formação de Agentes Populares das Juventudes do Distrito Federal teve duração de quatro meses, totalizando 96 horas. A formação foi dividida entre o tempo escola e o tempo comunidade. As aulas adotaram metodologias participativas, como rodas de conversa e debates, com foco em temas relevantes à saúde das juventudes, como participação social no SUS, práticas populares em saúde e determinantes sociais. O curso buscou integrar teoria e prática com abordagem horizontal e foco no território.
Resultados
Os jovens demonstraram maior engajamento em práticas participativas e fortaleceram vínculos com seus territórios. Houve desenvolvimento de iniciativas locais de promoção da saúde e debates públicos, revelando empoderamento dos participantes. A metodologia ativa e o foco no cotidiano comunitário contribuíram para o protagonismo juvenil. Identificou-se a necessidade de adaptar momentos mais teóricos, buscando manter o interesse por meio de abordagens mais dinâmicas e dialógicas.
Aprendizado e análise crítica
A formação baseou-se na participação ativa e vínculo com o território. Os encontros integraram teoria e prática, valorizando os saberes comunitários e a liderança coletiva. As atividades incentivaram escuta, vínculos e reflexão sobre desafios e potencialidades locais. A experiência evidenciou a eficácia de uma formação horizontal, inclusiva e transformadora. As aulas teóricas, mesmo necessárias, mostraram-se desafiadoras, reforçando a importância de metodologias ativas e dialógicas.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência foi transformadora, promovendo uma formação territorializada, dialógica e crítica. Contribuiu para o fortalecimento do SUS por meio da participação social e do protagonismo juvenil. A valorização dos saberes populares e das metodologias ativas mostrou-se essencial para envolver e aproximar os participantes da temática. Recomenda-se a ampliação da proposta para outras regiões, como estratégia de formação popular em saúde.
ARTICULA PNEPS SUS: DISPOSITIVO FUNDAMENTAL PARA RETOMADA DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde
2 Fundação Osvaldo Cruz
Período de Realização
Agosto de 2023 a dezembro de 2024.
Objeto da experiência
Ações da Comissão de Articulação e Assessoramento ao processo de fortalecimento da Política Nacional de Educação Popular em Saúde no Sistema Único de Saúde
Objetivos
Relatar ações desenvolvidas no âmbito da Articulação e Assessoramento ao processo de fortalecimento da Política Nacional de Educação Popular em Saúde-Articula Pneps SUS fundantes a retomada da Política Nacional de Educação Popular em Saúde.
Metodologia
Trata-se de comissão que foi instituída pelo ministério da saúde(MS) com objetivo de propiciar fortalecimento da gestão participativa e da educação popular no SUS, conforme proposições apresentadas no relatório da 17ª Conferência Nacional de Saúde. Composta por representantes de quatro secretrias do MS, FIOCRUZ, e movimentos sociais populares. No primeiro ano de trabalho, elaborou-se plano operativo com proposições e monitorou-se o processo de planejar e iniciar execução de ações em diversos territórios.
Resultados
Articulada com 04 secretarias, a partir destas, ações são iniciadas. Algumas de curto prazo como o seminário de cuidado e vigilância popular, outras de longo prazo, a realização do 3º. EdpopSUS que está acontecendo em quatro regiões do Brasil; o primeiro curso de Especialização em EPS de abrangência nacional ; o matriciamento da formação de agentes educadores populares de saúde.
Análise Crítica
O trabalho coletivo e articulado a um conjunto de saberes e práticas de diferentes racionalidades tem potencializado movimentos no território da gestão- formação-cuidado. A educação popular em saúde constitui uma pedagogia crítica que se contrapõe às concepções hegemônicas , ressignifica ações que possibilitam refletir sobre o que fazer, como fazer com a intencionalidade de garantir qualificação na participação de sujeitos implicados com as transformações necessárias nos territórios diversos do país.
Conclusões e/ou Recomendações
A comissão cumpriu os objetivos propostos, no que se refere ativação e monitoramento de processos para retomada da PNEPS SUS, bem como, discutiu sobre a composição do Comitê Nacional de Educação Popular em Saúde, O comitê empossado contribuirá efetivamente para estreitar escuta das necessidades reais além de colaboração e cogestão de processos mediado por uma pedagogia do cuidado.
PERSPECTIVAS DE CUIDADOS E APRENDIZADOS DURANTE A FORMAÇÃO MÉDICA: UMA EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE NO ACAMPAMENTO JEAN CARLOS DO MST EM CARUARU-PE
Pôster Eletrônico
1 UFPE
Período de Realização
O encontro aconteceu no domingo dia 3 de dezembro de 2023 durante o dia.
Objeto da experiência
Atividade de Educação Popular em Saúde com acampadas/os, estudantes de medicina, médicas/os e residentes em saúde no acampamento do MST em Caruaru-PE.
Objetivos
Refletir sobre o papel dos movimentos sociais, de profissionais implicados socialmente e da educação popular no cuidado em saúde da população camponesa. Discutir sobre como o diálogo com essas experiências colabora para a melhoria da formação médica e efetivação do SUS no país.
Descrição da experiência
Embaixo da tenda de lona preta, cerca de 60 pessoas se dividiram para organização da atividade. Atendimentos com auriculoterapia, aferição de pressão arterial e exame físico foram feitos, enquanto a oficina de fitoterapia com plantas da Caatinga foi preparada e aconteceu no centro do local. Garrafas com tintura de mulungu prontas para curar, seguimos com os atendimentos até o momento do almoço coletivo, no qual pudemos nutrir o corpo com o feijão do MST, outra forma bem gostosa de cuidado.
Resultados
Durante a feitura da tintura de mulungu, todo mundo pôs as mãos na casca e contribuiu sobre formas de fazer e usos. As atividades compartilhadas fizeram da experiência um processo radical de cuidado coletivo, no qual as vivências e saberes populares e multiprofissionais dialogaram horizontalmente convergindo para o cuidado integral no contexto das pessoas envolvidas. Olhar nos olhos, aprender junto, nutrir autonomia são aprendizados da educação popular fundamentais para a medicina contemporânea.
Aprendizado e análise crítica
Enquanto estudantes de medicina, aprendemos que tão importante quanto oferecer o cuidado biomédico é compartilhar com as pessoas seus cotidianos e estratégias de cuidado. Diante da crise climática, reconhecer as riquezas terapêuticas do nosso bioma é uma forma de impulsionar nosso povo na defesa da vida e do meio-ambiente. A educação popular em saúde, portanto, é caminho para fortalecer comunidades, profissionais, o SUS e resgatar a potência do aprendizado conjunto e da ação colaborativa.
Conclusões e/ou Recomendações
Tal experiência reforça a importância da luta social na defesa da vida e que o processo saúde-doença-cuidado atual envolve ações coletivas e redes de afeto. Atividades de extensão universitária, parte do tripé curricular, são, desse modo, oportunidades de uma formação médica comprometida com o SUS e com o mundo. O baixo custo financeiro para execução e o engajamento das pessoas são fatores que permitem a replicação desta ação em diversos lugares.
ATIVIDADE EM HOMENAGEM AO MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA – ENTREGA DA COMENDA JOÃO CÂNDIDO
Pôster Eletrônico
1 GHC e MNU
2 GHC
Período de Realização
Grupo Hospitalar Conceição (GHC) realiza anualmente a edição da entrega da Comenda João Cândido
Objeto da experiência
Uma importante homenagem a pessoas e entidades que se destacam na promoção da igualdade racial e no combate ao racismo estrutural na sociedade.
Objetivos
O evento representa um marco no calendário institucional do GHC, reforçando seu compromisso com os princípios da justiça social, da diversidade e da inclusão. A Comenda é promovida pela Gerência de Participação Social e Comissão Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CEPPIR).
Descrição da experiência
Além da cerimônia, a atividade integra uma série de ações voltadas à valorização da cultura afro-brasileira, à educação para as relações étnico-raciais e à sensibilização de profissionais, pacientes e comunidade sobre a importância do combate ao racismo em todas as suas formas. Com isso, o GHC reafirma seu papel como instituição pública comprometida não apenas com a saúde, mas também com os direitos humanos e a construção de uma sociedade mais justa, plural e antirracista.
Resultados
O evento de entrega da premiação João Cândido celebrou lideranças negras e reforçou a valorização da luta por igualdade racial. Teve ampla participação, fortalecendo a representatividade e promovendo o reconhecimento histórico.
Aprendizado e análise crítica
Destacou a importância da saúde mental e valorização dos empregados, promovendo inclusão, reconhecimento e respeito. O evento reforçou o compromisso com a equidade e inspirou avanços na sociedade como um todo e provocando para mudanças reais em nossa sociedade.
Conclusões e/ou Recomendações
A entrega da Comenda João Cândido no GHC evidencia a relevância das políticas afirmativas nos movimentos sociais, ao reconhecer trajetórias de resistência e promover a equidade racial. Esses atos fortalecem a autoestima, a representatividade e impulsionam transformações sociais concretas, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
A FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS SANITARISTAS: UMA EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO POPULAR E IMERSÃO EM SAÚDE DO CAMPO
Pôster Eletrônico
1 UFPE
Período de Realização
A vivência foi realizada no dia 24 de agosto de 2024 (sábado), das 8h às 17h
Objeto da experiência
Aprendizagem por vivência do curso de Saúde Coletiva da UFPE- CAV em um Assentamento do MST em Pernambuco, na perspectiva da Educação Popular em Saúde
Objetivos
Apresentar uma experiência de aprendizagem desde o cotidiano de vida e trabalho no campo, desafios enfrentados, acesso à saúde, condições de trabalho e serviços públicos. Promover a integração dos saberes populares com o conhecimento técnico-científico, mediante práticas de educação popular em saúde
Descrição da experiência
A experiência imergiu estudantes e residentes na saúde da população do campo. Incluiu apresentação do ambiente e sua história de luta, roda de conversa sobre saúde, trabalho e agroecologia, e plantio de mudas — um gesto de compromisso com a terra, saúde e vida. Concretizou a aproximação entre teoria e prática com a realidade local, refletindo sobre os desafios de acesso à saúde. O processo de ensino-aprendizagem foi conduzido por membros do MST em diálogo com estudantes e professores da UFPE
Resultados
A vivência ressaltou que os saberes populares são cruciais para entender a realidade e os cuidados da população rural. Ações como hortas comunitárias e farmácias vivas mostram a capacidade de criar soluções de saúde com base no conhecimento tradicional. A educação popular em saúde realizada por meio de rodas de conversa e formação de agentes. A atividade teve bases epistemológicas de autores como Victor Vicent Valla, Paulo Freire, Miguel Arroyo, Michel de Certeau, Roberto Varela e Humberto Maturana
Aprendizado e análise crítica
O desafio é adaptar políticas de saúde às particularidades territoriais e culturais das populações rurais. É crucial integrar vigilância em saúde com ações de educação em saúde para promover saúde integral e equitativa, valorizando o conhecimento das populações do campo. Deve-se ir além, considerando as dimensões sociais, culturais e ambientais da saúde, além do papel dos movimentos sociais na luta por terra, produção de alimentos saudáveis e segurança alimentar
Conclusões e/ou Recomendações
A formação em saúde deve integrar vivências em territórios rurais, refletindo a realidade da população do campo. É crucial adotar pedagogias de realidades complexas da vida no campo, dos subalternos e oprimidos. Estratégias pedagógicas devem conectar instituições de ensino ao território. Reafirma-se a necessidade de formar profissionais comprometidos com equidade, justiça social e cuidado integral para um sistema de saúde democrático e popular
EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE E METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS: UMA AÇÃO MULTIPROFISSIONAL SOBRE A HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
Pôster Eletrônico
1 UFSC
Período de Realização
A ação foi realizada e planejada em maço e abril de 2025.
Objeto da experiência
Usuários que frequentam o grupo de atividades físicas da UBS Serraria - São José - SC
Objetivos
Descrever a experiência e refletir sobre uma atividade educativa para população sobre riscos, cuidados e comorbidades acerca da Hipertensão Arterial. Valorizar o conhecimento construído no diálogo com a população, protagonização do paciente no cuidado à saúde.
Metodologia
A atividade foi desenvolvida pela equipe de residentes da Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Universidade Federal de Santa Catarina que confeccionaram: cartela de bingo com palavras relacionadas à hipertensão arterial, brindes contendo chá e sal de ervas que aliviam os sintomas da doença e panfletos com receita para os usuários reproduzirem em casa. A cada palavra sorteada, os participantes eram instigados a conversarem e tirarem dúvidas com os profissionais presentes.
Resultados
Os usuários participaram ativamente de cada etapa da atividade, estreitando vínculo entre os usuários que participam do grupo e dos mesmos com os profissionais de saúde, construindo conhecimento coletivamente. A atividade também fortaleceu o trabalho multiprofissional entre os residentes, estimulando a educação permanente.
Análise Crítica
A experiência mostra a importância do diálogo com a população e das metodologias ativas como ferramenta de transformação da educação e da sociedade. A atividade foi bem recebida pelos usuários permitindo construção de novos projetos com metodologia participativa com o mesmo público-alvo.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a adoção de métodos de educação ativa e/ou participativa no cotidiano dos profissionais da atenção primária, uma vez que pode instigar melhor adesão dos usuários e retirar o profissional como centro do cuidado em saúde colocando o usuário como protagonista. Portanto, demonstra ser uma ótima alternativa a utilização de métodos expositivos pois a comunicação é facilitada e mais efetiva.
APRENDENDO-A-VIVER NO VIVER COMPARTILHADO: RELATO DE EXPERIÊNCIA ACERCA DA PRODUÇÃO DE SAÚDE E DO CAMINHAR COLETIVO COM O MST
Pôster Eletrônico
1 Unicamp
Período de Realização
A experiência relatada se deu entre os meses de julho de 2022 e fevereiro de 2023.
Objeto da experiência
Vivência de uma residente em Saúde Coletiva e Atenção Primária junto ao MST, tecendo práticas de cuidado e luta coletiva em territórios compartilhados.
Objetivos
A urgência por um novo horizonte coletivo de transformação é central em um contexto de crise política e econômica. Diante disso, esta pesquisa procurou compreender as práticas coletivas e da produção do Comum em territórios coletivos existenciais cultivados por um movimento social, o MST.
Descrição da experiência
A experiência se deu a partir da inserção em três frentes: a Rede de Combate à Violência Doméstica/Saúde Mental do MST, uma equipe de Estratégia Saúde da Família atuante em um assentamento no estado de São Paulo e em espaços coletivos do Movimento. Nesta caminhada, as experiências só foram possíveis pelo compartilhamento, estando em centralidade práticas grupais de cuidado e de articulação entre a saúde e os movimentos sociais em territórios vivos.
Resultados
A atuação junto ao MST possibilitou a construção de práticas de cuidado coletivo e ampliado, fortalecendo vínculos entre militantes, profissionais de saúde e usuários. Os espaços de partilha produziram sentidos terapêuticos, especialmente quando atravessados pela mística, pelas rodas de conversa e pela escuta sensível. A experiência revelou a potência da vulnerabilidade compartilhada como chave para a composição do cuidado nos territórios.
Aprendizado e análise crítica
A experiência apontou para a necessidade de reafirmar o lugar do profissional de saúde como sujeito implicado nos processos coletivos. A proximidade com o MST revelou o valor formativo das lutas sociais, tanto no plano ético quanto afetivo. O aprender-a-viver em coletivo revelou-se não só como método de cuidado, mas como horizonte de formação em saúde, deslocando a ideia de profissional neutro e técnico para uma posição engajada e afetivamente situada.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reafirma a importância de práticas formativas que incluam o envolvimento com movimentos sociais como dimensão indissociável da formação em saúde. Caminhar junto ao MST evidenciou que a produção de saúde é inseparável da luta coletiva e da construção de outros modos de vida. Formar profissionais de saúde comprometidos com a Reforma Sanitária exige o cultivo de sujeitos politicos implicados ética e afetivamente.
A EXPERIÊNCIA DA ESCOLA DOS VENTOS EM CAETÉS, PERNAMBUCO: EDUCAÇÃO, CUIDADO E MOBILIZAÇÃO POPULAR
Pôster Eletrônico
1 Insituto Aggeu Magalhães - Fiocruz Pernambuco
2 Escola Dos Ventos
3 Comissão Pastoral da Terra
4 Escola dos Ventos
5 Universidade de Pernambuco
Período de Realização
O relato da Escola dos Ventos corresponde de fevereiro de 2024 a junho de 2025.
Objeto da experiência
Formação e atividades da Escola dos Ventos em Caetés, Pernambuco.
Objetivos
Apresentar a experiência da formação e atividades da Escola dos Ventos, Caetés, Pernambuco. Como específicos, trazer como se constituiu a Escola dos Ventos e publicizar as atividades desenvolvidas pela Escola do Ventos como movimento popular de luta em relação aos empreendimentos eólicos.
Metodologia
A Escola dos Ventos (EV) é um espaço de formação e articulação política, social e de cuidado para camponeses impactados por empreendimentos eólicos. Surge da articulação entre movimentos sociais, instituições de ensino e lideranças locais, sendo inicialmente fruto de um objetivo de pesquisa, torna-se um movimento hoje liderado e organizados por camponeses. Não há uma sede fixa, os encontros são mensais e realizados nas comunidades, com base na valorização dos saberes e cultura local.
Resultados
A EV é aberta com roda de dança e arte, seguida de informes e discussão da pauta pactuada coletivamente. Além de momentos de diálogo e reflexão sobre as situações vividas, constitui um espaço de educação sobre territorialização, agroecologia, modos de vida, bem viver, lutas, união, pertencimento e cuidados. Os encontros contam com a presença dos camponeses, profissionais de diversas áreas, acadêmicos e movimentos sociais, sendo um espaço também deliberativo.
Análise Crítica
Com média de 30 participantes, a EV tem contribuído para a formação coletiva dos diversos integrantes, entendendo a sua importância como sujeito em formação e formador para outros pares. Os encontros tem trazido consciência sobre direitos, saúde, o engajamento na luta, a permanência na terra e a preservação dos saberes e cultivos locais. O surgimento de lideranças e reconstrução de vínculos solidários, por vezes fragmentados pelo distanciamento territorial, também puderam ser observados.
Conclusões e/ou Recomendações
População local, movimentos eclesiásticos, artísticos, educadores populares e instituições de ensino tem dado corpo à EV que se constitui e se fortalece a cada encontro. A EV tem aproximado pessoas com problemáticas relacionadas aos empreendimentos eólicos e partilhado dos impactos ambientais, sociais e de saúde com comunidades que estão sendo especuladas para implantação de parques eólicos. A EV deve continuar no seu papel de educação e cuidado.
COLOCAR O ATO NA RUA: EXPERIÊNCIA DO NÚCLEO ANTIMANICOMIAL LIBERTANDO SUBJETIVIDADES EM RECIFE
Pôster Eletrônico
1 Núcleo de Luta Antimanicomial Libertando Subjetividades
Período de Realização
Maço de 2025 à Junho de 2025
Objeto da experiência
O objeto deste trabalho é a construção do 18 de Maio de 2025 a partir da avaliação do movimento ao redor do ato deste ano.
Objetivos
Os objetivos deste trabalho incluem a análise do prrocesso de construção do ato de 18 de maio a partir de declaração de militantes do movimento. Este objetivo inclui-se de forma mais abrangente na recuperação da história do núcleo a partir das suas movimentações em torno da luta antimanicomial.
Metodologia
A experiência mostra que a organização de atos e atividades políticas dependem de um planejamento e organização em que todos demonstrem suas capacidades em torno das atividades propostas. O enfraquecimento do movimento a partir do afastamento de militantes e o próprio clima político e institucional enfrentado pelo país demonstra disputas no campo dos movimentos sociais. A manutenção e fortalecimento de movimentos e do controle social são imprencídiveis nesse contexto.
Resultados
Considerando a história do Núcleo os resultados desta experiência demonstram o que outros movimentos sociais também passam, que é o enfraquecimento das ações em relação ao esvaziamento de militantes e poucas estratégias de aproximação, formações e planejamento interno. A pouca participação de usuários na construção do ato é um alerta para mudanças de paradigmas no movimento e demonstra um processo de crítica interna dentro do próprio núcleo.
Análise Crítica
O exercício de reflexão necessário aos objetivos deste trabalho mostram como um movimento social deve empreender um processo de crítica de dentro para fora. Primeiramente planejar e fixar seus objetivos enquanto coletivo e também procurar a sua manutenção através de formações, inserção em outras pautas políticas, presença em comitês, no controle social e no planejamento de ações e aproximação com novos participantes.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que é necessário fazer uma avaliação do clima de movimentos sociais e controle social em torno da área da saúde e da assitência social pois são essas experiências que informam o estado de uma parcela da população que apesar de ser minoritária em direitos representam grupos populacionais imensos no Brasil. O papel enfraquecido dos movimentos precarizam ainda mais populações vulnerabiliziadas e contribuem para iniquidade social.
OFICINAS REFLEXIVAS COM GRUPO DE MULHERES CONCLUINTES DO PROGRAMA MULHERES MIL: RESGATANDO ENSINAMENTOS A PARTIR DO EIXO SAÚDE-TRABALHO-EDUCAÇÃO
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ BRASÍLIA
Período de Realização
A experiência foi realizada entre os meses de dezembro de 2024 e janeiro de 2025.
Objeto da experiência
A relação entre os aprendizados vinculados ao Programa Mulheres Mil e seus reflexos na emancipação, saúde, educação e trabalho de alunas egressas.
Objetivos
Relatar experiências das oficinas crítico-reflexivas realizadas, visando identificar os impactos do curso “Artesanato: tecendo memórias e inclusão social” na vida de mulheres egressas do Programa Mulheres Mil e estimular a produção de conhecimentos teóricos para futuras edições do programa.
Descrição da experiência
Foram realizadas duas oficinas pautadas na escuta e reflexão sobre os impactos do programa. Ao identificar a necessidade de ampliação da formação nos eixos direito-saúde-educação e a necessidade de organização coletiva para viabilizar oportunidades de trabalho e cuidado em saúde, foram realizadas discussões e orientações em saúde, além da abertura de diálogo com lideranças e realização de capacitação em cooperativismo, fortalecendo vínculos e ampliando o apoio às mulheres.
Resultados
As mulheres egressas do Programa Mulheres Mil trouxeram aspectos de suas realidades que conflitavam com a prática dos ensinamentos adquiridos durante o curso e em coletivo puderam se organizar na busca por uma ação transformadora. Suas experiências individuais de transformação após terem participado do programa vieram à tona e, juntas, caminharam para concretização de um desejo: uma cooperativa. Além disso, conseguiram identificar que ainda têm adiado ações de cuidado em saúde e educação.
Aprendizado e análise crítica
De acordo com Pulga (2020), a Educação Popular estimula o senso crítico, desenvolve a autonomia e possibilita agir coletivamente na construção de uma nova realidade, mais justa, inclusiva e transformadora. O processo de formação, reflexão e ação, que se iniciou com o programa e se estendeu para as oficinas reflexivas, permitiu que as participantes reconhecessem suas trajetórias individuais e construíssem, juntas, um caminho concreto para a materialização de um objetivo comum.
Conclusões e/ou Recomendações
O Programa Mulheres Mil, bem como as oficinas reflexivas foram essenciais para impulsionar mudanças nas vidas das mulheres e evidenciaram que ainda há desafios a serem enfrentados. Sendo necessário mais que uma capacitação, um real compromisso com a construção de políticas/ações que possibilitem à mulher sua plena inserção na sociedade, seja no mercado de trabalho, no acesso à educação ou na garantia de direitos básicos, como a saúde.
LETRAMENTO EM SAÚDE E MEDIAÇÃO CULTURAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ESTUDANTES HAITIANOS
Pôster Eletrônico
1 UFBA
2 UNIFESP
3 UFAM
4 UEA
5 UFC
6 AFN
Período de Realização
As atividades foram realizadas no período de agosto a novembro de 2023,Manaus-AM no bairro São Jorge
Objeto da experiência
Foram realizadas a educação em saúde, e posteriormente a mediação cultural no Sistema Único de Saúde para migrantes haitianos.
Objetivos
Relatar uma experiência de uma atividade coletiva de educação em saúde, promoção ao acesso do Sistema Único de Saúde (SUS) para migrantes haitianos, e posteriormente, a mediação cultural individual no SUS como estratégia de inclusão.
Descrição da experiência
Trata-se de uma experiência vivida depois do mestrado por um grupo de estudantes haitianos com apoio de alguns profissionais brasileiros da área de saúde e da coordenadora da associação Fanm Nwa. As atividades foram realizadas em uma igreja,abordando os seguintes temas:o estilo de vida, prevenção e autocuidado de doenças crônicas não transmissíveis com distribuição de folhetos bilíngues;saúde bucal;aferição de pressão arterial e de glicemia, e posteriormente a mediação cultural individual no SUS.
Resultados
Foram 25 participantes haitianos.Durante a atividade um dos participantes de 52 anos apresentou um quadro de hiperglicemia sintomática (541 mg/dl), levado a unidade pronto de atendimento (UPA), o qual ele ficou internado para o tratamento.Esta ação ampliou o acesso a informação em saúde e estimulou o autocuidado na comunidade haitiana.A mediação cultural, por sua parte,foi fundamental para o entendimento do uso da rede de atendimentos no SUS,adesão ao tratamento e a efetivação do direito à saúde.
Aprendizado e análise crítica
A experiência ampliou nossa visão sobre as limitações e medo dos migrantes do ponto de vista linguístico e cultural ao acesso e funcionamento do SUS. Destacou-se o importante papel dos migrantes na área da saúde, demonstrando que os migrantes têm um papel essencial na promoção da equidade. A mediação cultural demonstrou ser uma estratégia relevante, mas também um desafio frente à carga emocional e a responsabilidade individual diante da ausência de políticas públicas para acolher esse público.
Conclusões e/ou Recomendações
Essa experiência reforçou o protagonismo potente dos migrantes. É necessário a integração de mediadores culturais como rede de apoio no SUS e com formação específica, vínculo institucional, principalmente nos territórios com alta população migrante. Acredita-se que o letramento em saúde associada à mediação cultural podem reduzir e garantir os principios de integralidade e universalidade do SUS; reduzir os agravos das DCNT e a morte prematura.
ESTRATÉGIAS DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE EM COMUNIDADES RURAIS DA AMAZÔNIA
Pôster Eletrônico
1 UFOPA
Período de Realização
As atividades ocorreram no período de 27 a 30 de maio de 2025 no município de Belterra- Pará.
Objeto da experiência
Foram realizadas através da Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF) Abaré, utilizando a observação participante e conversas informais com os moradores.
Objetivos
Buscou-se desenvolver reflexões sobre os impactos de ações individuais e rotineiras no meio ambiente e na saúde da coletividade, com o intuito que diferentes grupos etários, assumissem o protagonismo na construção do senso crítico e da autonomia de temas que atravessam as comunidades.
Descrição da experiência
As práticas educativas foram desenvolvidas em 4 dias nas comunidades, Aramanai, Cajutuba, Iruçanga e Pindobal, utilizando os momentos em que os moradores aguardavam atendimento na UBSF Abaré, para a construção do conhecimento no contexto social, através de conversas informais para compreender a dinâmica das comunidades e os desafios vivenciados, entendendo que a educação popular em saúde se fortalece em cada conversa e não necessariamente apenas na reunião de grandes grupos.
Resultados
Nas escolas das comunidades e no navio Abaré, foram desenvolvidas com as crianças, quatro atividades educativas, produzidas com materiais recicláveis: o terrão, painel ilustrado simbolizando uma comunidade rural, abordando os cuidados com o meio ambiente; a Terrinha, painel simbolizando o planeta nos contextos triste e feliz, abordando, poluição, desmatamento e queimadas e o caminho da terra, jogo em uma trilha com figuras em que os participantes respondem sobre o descarte de resíduos sólidos.
Aprendizado e análise crítica
As comunidades rurais da Amazônia enfrentam inúmeros desafios em seu território, naturalmente complexo pela localização e pelas vulnerabilidades estruturais e socioeconômicas, como a precariedade de saneamento básico e as fragilidades no acesso a serviços de saúde e educação, desafiando o sanitarista a desenvolver práticas de educação popular em saúde considerando para além dos Determinantes Sociais em Saúde, mas, dialogando diretamente com a perspectiva de vida das comunidades locais.
Conclusões e/ou Recomendações
O desmatamento, o uso de agrotóxicos, mudanças no clima, são fatores que afetam diretamente a qualidade de vida dessas populações, mas, a adoção de práticas de educação popular em saúde, podem promover o envolvimento dos moradores de forma participativa e o reconhecimento que ações isoladas, são incapazes de resolver problemas históricos e globais, entretanto, são mecanismos capazes de despertar o protagonismo comunitário no território.
O TEATRO DO OPRIMIDO NA EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE SOBRE VIOLÊNCIAS
Pôster Eletrônico
1 UFU
Período de Realização
A ação de educação popular em saúde foi realizada quinzenalmente entre abril e junho de 2025.
Objeto da experiência
Foram ministradas oficinas de Teatro do Oprimido sobre violência, com alunos do Ensino Médio de uma escola estadual de um município de Minas Gerais.
Objetivos
Promover educação popular em saúde sobre violência, gênero e sexualidade, de forma emancipatória; democratizar a amplitude do conceito de violência; e propor o cuidado integral da saúde em variados aspectos da vida cotidiana, por meio da educação.
Metodologia
Cada oficina de Teatro do Oprimido durou 1h30min, e todas foram mediadas por uma tutora e duas bolsistas, com participação de 20 adolescentes de 15 a 17 anos. Esse tempo foi dividido em três momentos: aquecimento, com jogos para despertar os sentidos; montagem de cenas teatrais de opressão e tentativas de mudança de desfecho, com utilização das técnicas Teatro Imagem e Teatro Fórum; e discussão e reflexão sobre as situações representadas.
Resultados
A partir das cenas teatrais e das intervenções, os adolescentes aprenderam a reconhecer diferentes tipos de violência vividas cotidianamente, principalmente violência sexual, doméstica e moral, bem como bullying e situações de opressão por parte da escola e dos professores. Os alunos também aprenderam como e onde buscar apoio na rede de saúde e assistência social do município, informações que posteriormente foram sintetizadas em uma cartilha elaborada pelas bolsistas para o público escolar.
Análise Crítica
A vivência com o Teatro do Oprimido se mostrou um espaço de transformação e de educação libertadora e emancipadora, pois possibilita aos espectadores participar ativamente do espaço cênico e dar um novo desfecho à opressão representada. Isso instiga a construção coletiva e democrática de conhecimentos, a partir de vivências do público envolvido, o que contribui para a prevenção das violências que atravessam suas realidades e, consequentemente, atua na promoção de saúde na comunidade.
Conclusões e/ou Recomendações
O Teatro do Oprimido é uma ferramenta eficaz para ações intersetoriais em saúde coletiva, educação e cultura, com foco na prevenção das violências, na elaboração de sentimentos e na promoção da cidadania. Recomenda-se sua inserção em políticas públicas voltadas à juventude, com incentivo à formação de educadores populares e continuidade das ações no território escolar, garantindo espaços permanentes de escuta, expressão e transformação social.
PROBLEMATIZANDO A EQUIDADE E A PARTICIPAÇÃO POPULAR NA FORMAÇÃO DE SANITARISTAS: POSSIBILIDADES A PARTIR DA EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Faculdade de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa)
Período de Realização
Círculo de Cultura com duas horas de duração, planejado em abril e desenvolvido em maio de 2025.
Objeto da experiência
Atividade prática do componente curricular obrigatório “Educação Popular em Saúde” do Curso de Graduação em Saúde Coletiva (CGSC) da Unifesspa.
Objetivos
Promover reflexão crítica sobre democracia, sensibilizando futuros sanitaristas com os preceitos da equidade e da participação popular. Para tanto, buscou problematizar os limites da democracia representativa e as possibilidades de incorporação da cidadania ativa no agir em saúde coletiva.
Metodologia
Inspirados pelas provocações da “trilha da democracia” proposta nos materiais do Curso EdPopSUS, três educandos se responsabilizaram por desenvolver um encontro para os demais (10 educandos) sobre a temática, com supervisão do educador. Preparou-se quatro dinâmicas: 1) mística de abertura com levantamento de temas geradores; 2) simulação de votação secreta para decisão de tema sensível; 3) jogo de tabuleiro humano “A corrida meritocrática”; 4) encerramento avaliativo com nuvem de palavras.
Resultados
Os temas geradores demonstraram valores imprescindíveis ao exercício da democracia, como solidariedade e equidade. Na votação, criou-se cenário hipotético de plebiscito sobre possibilidade de hormonização para pessoas trans menores de idade, gerando discussão de democracia “versus” minorias políticas. A corrida provocou o exercício da alteridade, com cada um tendo que incorporar um sujeito social em suas interseccionalidades. Na avaliação, pode-se identificar apreensão dos conteúdos abordados.
Análise Crítica
A despeito de ser uma temática complexa, as dinâmicas interativas favoreceram um processo de ensino leve e lúdico. Os momentos de processamento de cada atividade levou em consideração os saberes feitos da turma, mas também as problematizações para desafiar o senso comum de reduzir democracia ao reles ato de “votar” e “de que vença a maioria”. Nas reflexões, pode-se apreender que o agir do sanitarista precisa de uma escuta atenta e compromissada com as demandas dos movimentos sociais.
Conclusões e/ou Recomendações
A educação popular é um importante horizonte ético-político pedagógico para as práticas formativas, permitindo o exercício do diálogo e da problematização, bem como implicando futuros trabalhadores de saúde com a construção coletiva de um projeto democrático-popular, o que exige um estar-com os movimentos sociais. Permitir o protagonismo dos educandos no planejamento/execução mostrou-se uma estratégia importante para a formação em saúde coletiva.
A PROPOSTA DO CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE PARA O CUIDADO À POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
Pôster Eletrônico
1 Instituto Aggeu Magalhães/ Fiocruz Pernambuco
2 CAEq / SAPS / Ministério da Saúde
3 Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua (MMMR)
4 Movimento Naciona de População em Situação de Rua (MNPR)
5 Movimento Nacional de Luta em Defesa da População em Situação de Rua (MNLDPSR)
6 Coletivo Nacional dos Consultórios Na/De Rua (CNCR)
7 instituto Aggeu Magalhães, Fiocruz Pernambuco
8 Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR)
9 Assessoria do Curso EdPopRua
10 Instituto Aggeu Magalhães, Fiocruz Pernambuco
Período de Realização
Setembro de 2024 a Junho de 2025
Objeto da experiência
A elaboração da proposta do Curso de Aperfeiçoamento em Educação Popular em Saúde para o cuidado à população em situação de rua (EdPopRUA)
Objetivos
Descrever a proposta do Curso de Aperfeiçoamento em Educação Popular em Saúde para o cuidado à população em situação de rua;
Apresentar as cinco trilhas formativas do curso e sua operacionalização
Analisar o processo de construção participativa do curso EdPopRUA
Descrição da experiência
A atual proposta do Curso EdPopRUA foi iniciada em setembro de 2024 no Instituto Aggeu Magalhães, Fiocruz Pernambuco e é uma experiência ainda em curso. Conta com uma coordenação colegiada, com a participação dos movimentos sociais que representam a população em situação de rua, (MNPR, MNLDPSR, MMMR e o CNCR).
Vem trabalhando em reuniões semanais online para construção da proposta, além de ter realizado uma oficina ampliada e presencial para discussão do curso em cinco trilhas formativas.
Resultados
O curso está proposto em 180 horas, sendo 17 encontros semanais de 8 horas presenciais chamadas de Tempo Escola (136 horas) e 44 horas de atividades no território, chamadas de Tempo Comunidade.
Está organizado em cinco trilhas formativas quais sejam: História e Memória, Democracia, Cultura, Vigilância Popular e Atenção e Cuidado. Cada turma terá 25 educandos e pretende-se fazer 200 turmas por todo o Brasil. O caderno com as orientações para educadores/as e educandos/as está em elaboração.
Aprendizado e análise crítica
A participação dos movimentos sociais junto com o IAM/ Fiocruz PE e a CAEQ/ MS tem sido uma experiência muito rica de construção do curso. O envolvimento e respeito mútuo tem sido fundamental para o desenvolvimento do trabalho que vem se desenvolvendo antes de qualquer desembolso financeiro demonstrando compromisso com o SUS de todas as partes. A abordagem das questões da pop rua nas cinco trilhas formativas também tem sido um exercício diário, envolvendo ampla discussão e muito aprendizado.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a participação popular é de grande importância também para a construção de propostas de cursos, especialmente quando se refere a propostas peculiares como a população em situação de rua. Ainda está em curso a articulação com as secretarias municipais e estaduais de saúde.
Recomenda-se desenvolver novos estudos para acompanhar o desenvolvimento da proposta e sua implementação, buscando sistematizar os aprendizados
HORTAS COMUNITÁRIAS COMO ESPAÇO DE CUIDADO EM SAÚDE E SEGURANÇA ALIMENTAR: A EXPERIÊNCIA DO MTD EM SAMAMBAIA/DF
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ - BRASÍLIA
2 INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL
3 MOVIMENTO DE TRABALHADORAS E TRABALHADORES POR DIREITOS
Período de Realização
Realizado janeiro de 2024 a junho de 2025
Objeto da experiência
Organização e gestão coletiva de horta comunitária com o Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos-MTD na Samambaia- Distrito Federal.
Objetivos
Promover a organização da horta comunitária com o MTD como espaço de acolhimento na gestão do cuidado através do cultivo de alimentação com princípios da agroecologia, com produção de alimento e oficinas de educação popular em saúde para conhecimento do território.
Metodologia
As hortas foram iniciativas dos moradores como forma de ocupação do espaço, pois é uma aérea com vulnerabilidade de acessos a saúde e insegurança alimentar, os moradores convidaram o MTD para fazer parte dessa organização coletiva do espaço, a parceria foi a criação de hortas com princípios agroecológicos, através de rodas de conversa e oficinas de formação de como preparar o solo para o plantio e como plantar, participaram desse movimento sete famílias e todas possui horta urbana.
Resultados
Observou-se que que a horta é um espaço de cuidado em saúde, com o fortalecimento de vínculos afetivos para o senso de coletividade, através de ações de plantio de alimento e de oficinas sobre saúde e outros assuntos propostos pelos moradores, ela se consolida como um espaço de segurança alimentar, saúde e de participação social no território. A falta de instrumentos públicos e ameaças de retirada das hortas são os principais agravantes para a não ampliação do cuidado em saúde na comunidade.
Análise Crítica
A experiência demonstra que o conjunto de horta comunitária com MTD, além de serem espaços de geração de cuidados à saúde e alimentação, também são espaço de organização política baseada nos princípios freireanos com a preservação do saber popular. É um desafio a gestão compartilhada, pois é preciso pensar em processos de acolhimentos para o equilíbrio das responsabilidades do território evitando a que tenha rupturas na comunicação ao longo do processo.
Conclusões e/ou Recomendações
É crucial o reconhecimento dessas iniciativas urbanas em saúde e segurança alimentar, através de políticas públicas com o fortalecimento do saber popular, da escuta dos territórios e construção em conjunto com as lideranças locais e os movimentos sociais para que se tenham uma resposta a compressão que os territórios são agentes promotores de saúde.
FORMAÇÃO DE AGENTES POPULARES DAS JUVENTUDES: SAÚDE NAS QUEBRADAS, PROTAGONISMO E EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE NOS TERRITÓRIOS DO DISTRITO FEDERAL
Pôster Eletrônico
1 UNB
Período de Realização
De fevereiro a junho de 2025.
Objeto da experiência
Curso de Formação de Agentes Populares de Saúde das Juventudes do Distrito Federal.
Objetivos
Contribuir para a formação de jovens dos múltiplos territórios do Distrito Federal para atuarem como agentes populares em saúde, fortalecendo o protagonismo juvenil na luta pelo direito à saúde, a qualidade de vida nas comunidades, a criação de vínculos territoriais e o controle social no SUS.
Descrição da experiência
A formação foi realizada pelo Núcleo Angicos da Fiocruz Brasília com jovens das diversas regiões do DF. O curso, fundamentado na educação popular, abordou temas como o SUS, direitos à saúde, cultura e participação social. A metodologia envolveu encontros presenciais, on-line, rodas de conversa, oficinas, ações comunitárias e vivências dentro das comunidades, promovendo a construção coletiva de saberes, incentivando o protagonismo juvenil na luta pela qualidade de vida nos territórios periféricos
Resultados
A abordagem metodológica ativa, aliada a uma perspectiva centrada no dia a dia da comunidade, favoreceu o protagonismo dos jovens. É possível enxergar um envolvimento significativo nas práticas participativas e uma consolidação de vínculo com o território. Realizou-se iniciativas locais de promoção à saúde e discussões coletivas foram impulsionadas evidenciando o empoderamento e a escuta ativa dos participantes.
Aprendizado e análise crítica
O curso AgPopSUS, baseado nos ensinamentos de Paulo Freire, revelou a potência das juventudes na construção de práticas emancipatórias em saúde. As atividades despertaram um olhar crítico sobre as violências e desigualdades sociais, promovendo o protagonismo juvenil. As vivências reforçaram a importância do controle social, por meio da participação ativa da comunidade e da valorização dos saberes populares na defesa e fortalecimento do SUS.
Conclusões e/ou Recomendações
O AgPopSUS mostrou que as juventudes, quando apoiadas por processos de educação popular, são capazes de transformar realidades e fortalecer o SUS nos territórios. A experiência reforçou a importância de espaços formativos que valorizem os saberes populares, estimulem o protagonismo juvenil e promovam o controle social em saúde de forma crítica e engajada.
A EDUCAÇÃO POPULAR, O TERRITÓRIO E A FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE PARA O SUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA ESTRATÉGIA ATIVA.
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz
2 Fiocruz, EERP/USP
3 Fiocruz, MST
4 Fiocruz, EGF
5 N´GOLO, UEMG, Fiocruz
Período de Realização
A experiência sistematizada ocorreu entre os dias 16 e 17 de maio de 2025 em Vitória-ES.
Objeto da experiência
O uso da estratégia participativa intitulada “Feira do Soma Sempre”, para a construção de conhecimento por meio do diálogo e da ancestralidade.
Objetivos
Sistematizar a experiência intitulada, “Feira do Soma Sempre”, realizada no curso de Especialização em Educação Popular em Saúde (FIOCRUZ) que, alicerçado na Educação Popular, contribui de forma significativa para o fortalecimento das experiências territoriais da região sudeste.
Metodologia
Experiência vivenciada por uma das cirandas da região sudeste do curso de Especialização em Educação Popular em Saúde. A “Feira do Soma Sempre” foi composta por 4 barracas expositivas sobre os determinantes sociais e características do território de origem dos participantes. Na dinâmica, os educandos visitaram as diferentes exposições que suscitaram questões problematizadoras outrora não evidenciadas. Ao final, cada ciranda elaborou uma síntese coletiva que foi apresentada posteriormente.
Resultados
Cada ciranda, em suas respectivas barracas, apresentou o seu território através da cartografia social e objetos simbólicos característico das regiões, identificando os equipamentos sociais (igrejas, polos estudantis, escolas básicas, serviços de saúde), lideranças comunitárias e movimentos sociais organizados. Evidenciaram potencialidades (presença de Agentes Comunitários de Saúde e iniciativas populares) e ameaças (determinantes sociais da saúde).
Análise Crítica
Para o fortalecimento da Educação Popular no SUS é necessário o protagonismo dos usuários. Considerando a ancestralidade e realidade de cada território, é possível sistematizar potencialidades e desafios, por vezes semelhantes, com diferentes alternativas de enfrentamento. A “Feira do Soma Sempre” permitiu o reconhecimento da pluralidade de vivências, articulando conhecimentos teóricos e práticos dos territórios, além de contribuir para a compreensão do processo histórico na saúde da população.
Conclusões e/ou Recomendações
Essa experiência criou condições para o reconhecimento dos membros da ciranda enquanto coletivo comprometido com práticas articuladas com o diálogo e saberes populares e ancestralidade no SUS, mesmo em diferentes territórios da região sudeste. Recomenda-se a consolidação de ações de formação de agentes populares de saúde que articulem teoria à prática, valorizando o saber popular na atuação em saúde por meio de práticas dialógicas.
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA NA PROMOÇÃO DE TERRITÓRIOS SUSTENTÁVEIS E SAUDÁVEIS: O CASO DO PROJETO REDES
Pôster Eletrônico
1 OTSS/Fiocruz
2 UFF/OTSS
3 UFRJ/OTSS
4 FCT/OTSS/Fiocruz
5 UFRRJ/OTSS
Período de Realização
2020 a 2025
Objeto da experiência
A Rede de Formação Socioambiental (RFS), iniciativa vinculada ao Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (Fiocruz/FCT)
Objetivos
Apresentar a Educação Ambiental Crítica e o Licenciamento Ambiental como espaços estratégicos para a defesa do território e da saúde de povos e comunidades tradicionais, destacando a ampliação de seu potencial transformador quando conduzidos por movimentos sociais e seus sujeitos de direito.
Descrição da experiência
A RFS é fruto do Projeto Redes, uma política pública conquistada por comunidades pesqueiras e tradicionais impactadas pelo setor de petróleo e gás. Resultado de uma condicionante do licenciamento ambiental conduzido pelo Ibama, o projeto é realizado em parceria com a Fiocruz, Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Estadual Paulista (Unesp), envolvendo cerca de 111 comunidades no litoral sul do RJ e norte de SP.
Resultados
A RFS contribui para o fortalecimento da organização política de comunidades tradicionais, promovendo o desenvolvimento sustentável e mapeando conflitos socioambientais nos territórios. As ações envolvem agroecologia, turismo de base comunitária, saneamento ecológico, formação de lideranças e tecnologias sociais, articulando saberes científicos e tradicionais. A base metodológica está ancorada na educação popular e diferenciada e na pedagogia da alternância.
Aprendizado e análise crítica
A aproximação entre instituições e comunidades tradicionais possibilitou a construção de processos educativos contextualizados, com base na pedagogia da alternância e na educação popular e diferenciada. Pautado em um modelo de governança viva, o projeto promoveu diálogos com parceiros históricos do território, sob a orientação do movimento social. Essa dinâmica fortaleceu as pautas dos grupos locais, contribuindo para a permanência e o protagonismo de povos e comunidades em seus territórios.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência da RFS demonstra que a Educação Ambiental Crítica, quando protagonizada por movimentos sociais e articulada a instituições públicas, fortalece a autonomia das comunidades tradicionais, amplia sua capacidade de incidir na gestão ambiental e promove condições reais de ações direcionadas à transformação social e de garantia dos direitos das comunidades tradicionais sobre seus territórios.
SAÚDE COLETIVA E MOVIMENTOS SOCIAIS: VIVÊNCIA EM TERRITÓRIOS DA REFORMA AGRÁRIA DE CARUARU, PERNAMBUCO
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
2 Universidade de Pernambuco (UPE)
Período de Realização
O relato refere-se à vivência em componente curricular ofertado no semestre letivo de 2024.2.
Objeto da experiência
Compreender a história e a atual conjuntura da luta dos trabalhadores sem terra, enfatizando a reforma agrária, o cooperativismo e a saúde no campo.
Objetivos
Descrever a experiência da excursão didática realizada pelo componente curricular eletivo “Saúde Coletiva e Movimentos Sociais” (SCMS), ofertado aos cursos da área da saúde no Centro Acadêmico de Vitória da Universidade Federal de Pernambuco (CAV/UFPE).
Descrição da experiência
O curso de Saúde Coletiva do CAV/UFPE, oferece semestralmente componentes curriculares eletivos com vivências em territórios tradicionais. Dentre eles, SCMS propõe imersão com foco no Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), em cenários da reforma agrária de Caruaru-PE. O grupo realizou vivência no Centro de Formação Paulo Freire (CFPF)/Assentamento Normandia e no Acampamento José Marlúcio. Organizou-se núcleos de base para o desenvolvimento de atividades em diferentes tempos educativos.
Resultados
No primeiro dia, os graduandos foram acolhidos no assentamento e conheceram a estrutura do CFPF. À tarde, vivenciaram o acampamento José Marlúcio, com relatos de (r)existência dos trabalhadores. À noite, a exibição do filme “Terra para Rose” conectou-se à vivência. No dia seguinte, ocorreu caminhada pela Agrovila e Agroindústria, além de palestra sobre a formação no MST. A programação incluiu noite cultural e, no fim, avaliação feita pelos núcleos de base.
Aprendizado e análise crítica
A imersão com discentes e docentes em interação com o MST é construção ímpar na luta pelo fortalecimento do SUS. Duas situações estratégicas se destacam: 1) O MST como potente aliado na luta pelo direito à saúde, articulando reforma agrária popular e educação popular em saúde, ampliando a garantia de direitos como saúde, educação e alimentação; 2) O papel da Universidade na formação cidadã, ao promover vivência com militantes em seus tempos de estudo, trabalho e cultura.
Conclusões e/ou Recomendações
A vivência oportunizou compreensão sobre a reforma agrária popular e a saúde no campo, destacando a capacidade de luta e resistência do MST. Recomenda-se a continuidade e replicação de experiências similares junto aos movimentos sociais para fortalecer a formação crítica de profissionais de saúde engajados com as questões sociais, territoriais, e situados quanto à determinação social da saúde e as necessidades da população do campo.
CONSTRUINDO PONTES: A ARTICULAÇÃO ENTRE UNIVERSIDADE, CAMPO E GESTÃO PÚBLICA NA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA DO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS
Pôster Eletrônico
1 UFLA
Período de Realização
Proposta elaborada e submetida em 31 de março de 2025
Objeto da experiência
Experiência territorial de diálogo e construção coletiva da proposta de adesão do Programa de Aquisição de Alimentos (Doação Simultânea) em Lavras/MG.
Objetivos
Estabelecer espaços de diálogo, articulação e mobilização social, de modo a garantir a participação das agriculturas familiares de Lavras/MG nas compras públicas, com a finalidade de mitigar a insegurança alimentar, fortalecer a economia local e transformar a realidade social.
Descrição da experiência
A construção da proposta do PAA adotou uma metodologia participativa envolvendo a Associação das Camponesas e Camponeses Agroecológicos de Lavras (ACCAL), a Secretaria Municipal de Educação, o Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável e o Núcleo MúltiploS/UFLA. Foram realizados encontros formativos com valorização dos saberes construídos entre os sujeitos sociais, levantamento da produção agroecológica, cadastramento das agricultoras e identificação da demanda escolar.
Resultados
A proposta submetida contemplou 12,4 toneladas de alimentos agroecológicos (12 itens), produzidos por nove mulheres, que beneficiarão 9.959 estudantes da rede municipal de ensino. A experiência mobilizou diferentes atores sociais e o processo favoreceu o reconhecimento da agricultura familiar como ferramenta estratégica para garantir a segurança alimentar escolar, com ênfase no papel das mulheres na produção de alimentos. Resultado divulgado pela CONAB indica que a proposta foi bem classificada.
Aprendizado e análise crítica
O diálogo e a articulação intersetorial na formulação de políticas públicas mostraram-se efetivos na experiência de construção coletiva da proposta de adesão ao PAA. O processo revelou que o diálogo entre as agricultoras, COMSEA, pesquisadores e gestores foi fundamental para construir uma proposta consistente e viável. Apesar de alguns entraves burocráticos, a experiência fortaleceu o protagonismo dos envolvidos, valorizou a troca de saberes e evidenciou o papel da extensão universitária.
Conclusões e/ou Recomendações
O PAA em Lavras é a concretização de uma proposta intersetorial da agricultura familiar, cuja abordagem adotou premissas da educação popular para a produção de conhecimento e prática política. É essencial apoiar atividades que valorizem o diálogo e a construção coletiva das políticas públicas. A experiência reforçou o papel da extensão na formação crítica dos discentes à luz das demandas/desafios locais, fortalecendo o compromisso social e ético.
EDUCAÇÃO POPULAR NO SUS: REFLEXÕES A PARTIR DA VIVÊNCIA NO PROJETO ‘VIVÊNCIAS DO SUS‘ - CENTRO-OESTE
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Brasília
Período de Realização
de 07 de junho a 13 de junho de 2025.
Objeto da experiência
Vivência no Projeto 'Vivências do SUS', promovendo práticas de saúde coletiva, educação popular e fortalecimento da participação comunitária no controle social.
Objetivos
O objetivo desta vivência foi integrar os saberes populares à saúde pública, fortalecer a participação comunitária no SUS e realizar uma imersão à luz da educação popular nas práticas de saúde. Além de promover a troca de experiências entre estudantes e residentes da área da saúde.
Metodologia
Participei de atividades que buscaram integrar saberes populares e práticas de saúde coletiva. Foi uma imersão com mais de 60 pessoas de todo Centro-Oeste. No primeiro dia, realizamos a "Tenda do Conto", onde compartilhamos histórias para fortalecer nossa identidade e grupalidade. Realizamos também uma mandala formativa sobre a história do SUS e um "Café Mundial", onde discutimos controle social e o entendimento sobre a participação popular. Também visitamos instituições de saúde.
Resultados
A vivência cobtribuiu ao fortalecimento da identidade coletiva entre os participantes e no aumento do protagonismo comunitário nas discussões sobre saúde. As visitas às instituições proporcionaram uma visão crítica sobre as políticas públicas e a resistência dos movimentos sociais. Destaco a execução do seminário "Saúde no Centro-Oeste: Entre Povos, Territórios e Biomas; entre potências, resistências e desigualdades". Pude expandir a compreensão sobre os desafios e as desigualdades do SUS
Análise Crítica
Compreendi a importância da educação popular para a construção de práticas mais humanizadas e eficazes no SUS. É onde há a valorização e a participação ativa dos sujeitos na promoção de justiça social, igualdade e democracia. No entanto, a escassez de recursos e a falta de continuidade nas ações limitam a ampliação dos impactos. A experiência também mostrou a necessidade de maior articulação entre os diversos movimentos sociais para promover mudanças estruturais nas políticas públicas de saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência demonstrou que a educação popular é fundamental para fortalecer o SUS, tornando-o mais democrático e acessível. Recomenda-se a ampliação de metodologias participativas na formação de profissionais de saúde e a criação de espaços mais permanentes de mobilização e imersão nos aparelhos de saúde. Para avançar, é preciso garantir que o SUS seja cada vez mais inclusivo, participativo e sensível às necessidades dos territórios.
A APLICAÇÃO DO PROCESSO E DA DANÇA CIRCULAR COMO PRÁTICA INTEGRATIVA EM SAÚDE NO ÂMBITO ESCOLAR.
Pôster Eletrônico
1 UEPA
Período de Realização
No dia 16 de maio de 2025, no período da tarde.
Objeto da experiência
Implementação do processo e dança circular com 13 professores de uma escola da rede pública do estado do Pará.
Objetivos
Narrar a prática do circulo de cultura e da dança circular no ambiente escolar para os professores de uma escola pública em Belém/PA.
Descrição da experiência
A experiência foi realizada na sala dos professores, dirigida pelos graduandos do curso de Saúde Coletiva da Universidade do Estado do Pará. Primeiro foi designado aos docentes que se sentassem nas cadeiras dispostas em círculo, em seguida esses foram conduzidos a realizar exercícios de respiração para melhorar concentração ao momento, após isso, foi posta uma música de fundo para realizar uma dança circular.
Resultados
Ao final, os resultados da aplicação da dança circular no contexto pedagógico foram positivos, observou-se que após a prática foi construído um momento de descontração e leveza, percebendo-se assim que essa prática terapêutica e lúdica possui o poder de transformar a vida dos profissionais responsáveis pela educação, resultando na importância da integração desta vivência no cotidiano pedagógico.
Aprendizado e análise crítica
Inicialmente os professores mostraram um pouco de resistência em participar da dança, outros tiveram interesse, mas demonstraram estarem cansados da rotina do dia na escola. Diante desse cenário, observa-se que a rotina de trabalho desgastante dos professores muitas vezes dificulta que esses se permitam cuidar do bem estar mental e emocional. Com esta conjuntura, fica evidente que esses estão tendo vivências diárias automáticas, sem olharem para si e sem cuidar desse outro lado da saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Diante da experiência, infere-se que a prática do circulo de cultura e da dança circular no ambiente escolar com os
professores é uma ferramenta potente que os diretores e coordenadores podem estar adotando com o intuito de oferecer a sua equipe um ambiente mais acolhedor, ao mesmo tempo que esses seriam incentivados a olharem para dentro de si e observarem que são seres integrais, que precisam cuidar da sua saúde mental e emocional.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE ATRAVÉS DOS MESES TEMÁTICOS: A EXPERIÊNCIA COM MURAIS EM UMA UBS.
Pôster Eletrônico
1 UFSC
Período de Realização
A ação foi realizada no período dos meses de Março à Junho.
Objeto da experiência
Usuários que frequentam a UBS Serraria - São José - SC
Objetivos
Descrever a experiência de produzir e expor murais informativos com base nos meses temáticos de saúde, como forma de educação em saúde na Atenção Primária.
Descrição da experiência
A atividade é realizada mensalmente por residentes da Residência Multiprofissional em Saúde da Família da UFSC. A ação envolve a pesquisa de conteúdos oficiais, como os do Ministério da Saúde, sobre temas de campanhas mensais, como Maio Laranja e Junho Vermelho. Com base nisso, são produzidos murais informativos em linguagem acessível, expostos em locais estratégicos da UBS para os usuários do serviço.
Resultados
Foi observada boa aceitação por parte dos usuários da UBS. Muitos pacientes demonstraram interesse nos temas abordados, lendo os murais durante o tempo de espera e, frequentemente, levando consigo os informativos disponibilizados para consulta posterior. A iniciativa desperta o engajamento e a curiosidade da população, promovendo uma forma ativa de aprendizado.
Aprendizado e análise crítica
Constatou-se que a utilização de murais como ferramenta de educação em saúde contribui para a ampliação do acesso à informação, proporcionando maior praticidade no entendimento de temas relevantes, fortalecendo o vínculo entre a UBS e a comunidade, além de desenvolver o hábito de leitura de informativos entre os pacientes.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se que o uso de murais informativos como estratégia educativa na Atenção Primária à Saúde seja mais frequente, por sua efetividade na promoção de conhecimento e conscientização de forma simples, acessível e contínua.
FORTALECENDO REDES E BOAS PRÁTICAS NO ATENDIMENTO HUMANIZADO A MIGRANTES INTERNACIONAIS LGBTQI+
Pôster Eletrônico
1 Rede MILBi+
Período de Realização
Desde 2021 até agora
Objeto da experiência
Promover atendimento humanizado e seguro para migrantes internacionais LGBTQI+ por meio de oficinas baseadas na educação popular.
Objetivos
Capacitar profissionais públicos e do terceiro setor para o atendimento humanizado a migrantes internacionais LGBTQI+; fortalecer redes de apoio e prevenir violências institucionais.
Descrição da experiência
Desde 2021, a Rede MILBi+ realiza ações de formação sobre atendimento humanizado a migrantes LGBTQI+ em São Paulo e no Rio de Janeiro, utilizando a educação popular e alinhada à Política Nacional de Humanização. Em 2022, elaboramos um manual de boas práticas, construído de forma participativa com organizações sociais e lideranças migrantes, com foco na comunicação inclusiva e na garantia de direitos à justiça, saúde, assistência social, trabalho, educação e cultura.
Resultados
As oficinas formaram mais de 200 profissionais, ampliaram espaços de escuta e fortaleceram as redes locais de apoio a migrantes internacionais LGBTQI+. A construção do manual contribuiu para padronizar práticas inclusivas, compilar leis e protocolos de atendimento em São Paulo e, o projeto estimulou a continuidade da formação em diferentes instituições públicas e organizações sociais.
Aprendizado e análise crítica
O processo coletivo revelou desafios estruturais, como a falta de formação específica e a resistência institucional. As oficinas mostraram que a educação popular potencializa mudanças, promovendo escuta ativa e construção conjunta. A metodologia participativa ampliou a compreensão sobre o atendimento humanizado e evidenciou a importância de fortalecer políticas intersetoriais que reconheçam as especificidades de migrantes LGBTQI+.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reforçou que a Política Nacional de Humanização do SUS deve ser ampliada para além da saúde, alcançando todos os espaços de atendimento. É essencial promover formações com abordagem interseccional e intercultural, assegurar a participação ativa de migrantes LGBTQI+ nos espaços de controle social e criar políticas públicas específicas, fortalecendo redes colaborativas para garantir acolhimento seguro e inclusivo.
EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A TENDA DE SAÚDE POPULAR DO MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA.
Pôster Eletrônico
1 Universidade Estadual de Feira de Santana
2 Universidade Católica de Salvador
Período de Realização
A vivência aconteceu na cidade de Salvador, em dezembro de 2025, no Acampamento Estadual do MST.
Objeto da experiência
Participação da qualificação em Educação Popular em Saúde e ampliação da escuta qualificada e humanizada de populações vulneráveis e do campo.
Objetivos
A Educação Popular em Saúde busca a construção coletiva por meio da escuta e diálogo com as comunidades, e deve valorizar os saberes tradicionais, como o uso de ervas medicinais. Promovendo, assim, autonomia, empoderamento, equidade, troca de conhecimentos e práticas de cuidado dignas e humanizadas.
Descrição da experiência
Relato de experiência sobre a formação em Educação Popular em Saúde na Tenda da Saúde do MST. A vivência tem como finalidade qualificar militantes para o cuidado da população sem-terra, historicamente excluída de direitos básicos, por meio de práticas integrativas entrelaçada aos saberes populares, como: ervas medicinais a partir da fitoterapia, escaldapé, massoterapia e auriculoterapia, desta forma, fortalece redes de solidariedade e o projeto político de saúde popular no campo.
Resultados
Observou-se as dificuldades enfrentadas pelas comunidades do campo, como a limitação no acesso aos serviços de saúde e a negligência do poder público na atenção á saúde. A vivência possibilitou um olhar mais atento para a construção coletiva e solidária, por meio do diálogo com a população, reconhecendo suas demandas específicas e saberes tradicionais. O cuidado se inicia pela escuta e acolhimento, apresentando a qualificação como caminho para acesso aos serviços de saúde e promoção da equidade.
Aprendizado e análise crítica
A promoção do cuidado à população sem-terra configura-se como um projeto político diante das diversas negligências do Estado na garantia dos direitos básicos. Ampliação da concepção de saúde a partir dos saberes tradicionais compartilhados, e deve promover uma escuta qualificada, sensível e humanizada que reconheça os múltiplos atravessamentos interseccionais da população do campo. Destaca-se a importância da democratização dos serviços, sendo esse, para muitos, o primeiro contato com o cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
Embora o SUS represente um avanço fundamental para a saúde no Brasil, o acesso aos serviços, em áreas vulneráveis, ainda apresenta fragilidades. A criação de espaços como o Setor de Saúde do MST demonstra o compromisso dos movimentos sociais em enfrentar essa exclusão, e valoriza os saberes populares. É crucial ampliar investimentos e a infraestrutura para formar profissionais qualificados para um cuidado humanizado e respeitoso no campo.
A EXECUTIVA NACIONAL DOS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM (ENEENF) E O PROTAGONISMO DO MOVIMENTO ESTUDANTIL DE ENFERMAGEM COMO FERRAMENTA DE FORMAÇÃO CRÍTICA DE ENFERMEIROS
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Brasília
2 Universidade de Brasília
3 ESP DF
4 UFT
Período de Realização
Durante o período de gestão de 2020 a 2024 da Executiva Nacional dos Estudantes de Enfermagem.
Objeto da experiência
Atuação de 10 graduandos de enfermagem, representantes de Centros Acadêmicos, na Coordenação Nacional da ENEENF, entre 2020 e 2024.
Objetivos
Relatar a experiência de atuação no movimento estudantil nacional de enfermagem; refletindo sobre seus resultados durante a pandemia e sua influência na formação profissional.
Descrição da experiência
De 2020 a 2024, a ENEEnf lidou com desafios impostos pela pandemia e pela necropolítica. Equidade no acesso às tecnologias, políticas de permanência, viabilidade da conclusão da graduação com adequada inserção nos estágio e manutenção do vínculo da formação com os princípios do SUS estiveram no centro de atuação da ENEEnf. Além disso, o movimento estudantil e sindical se unificaram na reivindicação do piso salarial, da proteção e da jornada digna de trabalho dos profissionais.
Resultados
Os estudantes realizaram ações sociais, asseguraram vacinação para estagiários, contribuíram para a revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais e tiveram assento no Fórum Nacional de Enfermagem, fortalecendo a luta por valorização profissional. Sua presença foi marcante em instituições políticas, espaços de controle social e nas ruas, com mobilização virtual e organização de base em defesa da enfermagem, da educação e da saúde.
Aprendizado e análise crítica
O ensino remoto e a crise sanitária exigiram reinvenções e evidenciaram que, sem articulação nacional entre o movimento estudantil e sindical, junto aos partidos e coletivos, não seria possível defender o direito à saúde, à educação e à vida. Verificou-se que a organização coletiva e a formação política, atrelada à formação acadêmica e interseccionada pelo debate de gênero, raça e classe, são indispensáveis para a construção de um SUS enquanto política pública e direito fundamental.
Conclusões e/ou Recomendações
O encontro na atuação unificada entre estudantes e trabalhadores da enfermagem mostra que profissionais em formação, críticos e engajados, refletirão em uma categoria que responda às necessidades da população na elaboração, gestão e execução da política de saúde. A ampliação dos debates e mobilizações na formação fortalece a Enfermagem, alinhando-a à justiça social, equidade, solidariedade, integralidade, diversidade e direitos humanos.
INTERSECÇÕES ENTRE SAÚDE E EQUIDADE SOCIAL: EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE NA OCUPAÇÃO MARIA DO ARRAIAL (BH)
Pôster Eletrônico
1 UFMG
Período de Realização
31/05/2025
Objeto da experiência
Construção coletiva de conhecimentos e práticas em saúde
Objetivos
O objetivo é analisar as percepções de estudantes participantes de um projeto de extensão, compreendendo como a vivência na ocupação Maria do Arraial contribuiu para aprofundar o entendimento das relações entre a luta por moradia, as desigualdades sociais e os processos de saúde-doença.
Descrição da experiência
A ação foi dividida em dois momentos. Primeiro, realizou-se um encontro para discutir ocupações urbanas e educação popular em saúde com base em textos de referência. Depois, os integrantes visitaram a ocupação Maria do Arraial, vinculada ao Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB). A partir das falas das lideranças, conheceram o movimento, analisaram a organização interna e levantaram possíveis demandas em saúde, visando implementar uma ação de educação popular em saúde no local.
Resultados
Após a discussão e a visita à ocupação, os alunos responderam a um questionário, no qual apresentaram suas impressões iniciais, correlacionaram o projeto com a saúde coletiva e destacaram os aspectos que mais os impactaram. Os extensionistas praticaram a escuta ativa e compreenderam mais os objetivos do MLB e a importância do direito à moradia e sua luta, além de refletirem sobre especulação imobiliária, reparação histórica e estigma por meio de um grupo de discussão com membros do movimento.
Aprendizado e análise crítica
A interlocução universidade-sociedade proporcionou um entendimento da saúde, para além da doença, englobando moradia, educação, segurança alimentar e proteção social. Nesse processo, a educação popular em saúde revela-se crucial em validar e integrar os saberes e vivências populares na construção do conhecimento. A experiência possibilitou a compreensão dos processos de vulnerabilização como reflexo das iniquidades em saúde e o empoderamento coletivo como resposta às contradições sociais.
Conclusões e/ou Recomendações
É importante destacar que a experiência na ocupação Maria do Arraial ampliou a compreensão dos alunos sobre a relação entre moradia, desigualdades sociais e saúde coletiva. A educação popular em saúde e o protagonismo comunitário mostraram-se essenciais para enfrentar vulnerabilidades. A vivência reforçou a importância do diálogo entre universidade e sociedade na formação crítica e comprometida dos estudantes.
EXPERIÊNCIAS REALIZADAS PELA GESTÃO COLETIVAMENTE NO CENTRO ACADÊMICO DE SAÚDE COLETIVA.
Pôster Eletrônico
1 UnB FCTS
Período de Realização
Novembro de 2024 a Junho de 2025.
Objeto da experiência
Relato das ações do Centro Acadêmico de Saúde Coletiva da UnB no acolhimento e apoio à permanência de estudantes ingressantes pelo Programa 60+.
Objetivos
Descrever as estratégias do Centro Acadêmico de Saúde Coletiva da UnB no acolhimento e acompanhamento de estudantes 60+, destacando os desafios enfrentados, as ações de apoio pedagógico e institucional e as iniciativas para promover sua permanência e integração.
Descrição da experiência
Este relato apresenta as ações do Centro Acadêmico de Saúde Coletiva da UnB no acolhimento de estudantes com 60+, destacando desafios como barreiras tecnológicas, linguagem acadêmica e sobrecarga curricular. As estratégias incluem escuta ativa, mediação com a coordenação, produção de materiais acessíveis, capacitação digital e articulação entre estudantes, visando promover inclusão, bem-estar e permanência no ensino superior.
Resultados
A experiência evidenciou a importância de estratégias de acolhimento intergeracional para garantir a permanência dos estudantes 60+. Destaca-se a necessidade de maior institucionalização de políticas de apoio à permanência da população idosa por parte da UnB, bem como capacitação docente para trabalhar com a diversidade etária e cursos preparatórios para encarar as barreiras tecnológicas que dificultam o acesso e a permanência dos idosos na universidade.
Aprendizado e análise crítica
É compreensível que apoiar a permanência de estudantes idosos vai além de ações pontuais, exigindo reconhecimento da diversidade etária nas políticas educacionais. Defendemos a revisão do PPC, capacitação docente e criação de espaços de escuta institucional. A experiência mostra que avanços surgem da união entre iniciativas estudantis e instâncias formais, embora ainda dependam da vontade individual devido à ausência de políticas específicas.
Conclusões e/ou Recomendações
A inclusão etária exige políticas institucionais contínuas que reconheçam as especificidades dos estudantes 60+. É fundamental fortalecer ações de acolhimento, capacitar docentes para a diversidade etária, revisar currículos para maior flexibilidade e ampliar o apoio tecnológico. Recomenda-se institucionalizar espaços de escuta e diálogo intergeracional.
EDUCAÇÃO POPULAR, SAÚDE E EQUIDADE: ARTICULAÇÃO DE MULHERES E MOVIMENTOS SOCIAIS NO ENFRENTAMENTO DAS VIOLÊNCIAS NO ITAPOÃ-DF
Pôster Eletrônico
1 Fundação Oswaldo Cruz/Ministério da Saúde - DF , Ação de Mulheres pela Equidade (AME) e Movimento pela Saúde dos Povos Brasil
2 Fiocruz Brasília e Movimento pela Saúde dos Povos Brasil
3 Ação de Mulheres pela Equidade (AME)
Período de Realização
fevereiro a março de 2025
Objeto da experiência
Redução das violências de raça, gênero e sexualidade no Itapoã-DF, fomentando a educação popular em saúde e articulando com a rede de proteção social.
Objetivos
Contribuir com ações nas políticas de equidade, com ênfase na saúde integral das mulheres, da população negra e na educação popular em saúde, fortalecendo a governança de base comunitária e promovendo estratégias de base no enfrentamento das violências nos territórios.
Descrição da experiência
Ações realizadas buscaram fomentar os diálogos comunitário, respeitando a realidade e a singularidade local. Com base no apoio com escuta qualificada das mulheres participantes, foi possível realizar, mapeamentos, oficinas, identificar lacunas, potencialidades, fragilidades e estratégias para avançar no enfrentamento dessas violências e se alinha aos princípios da Saúde Coletiva, como participação social, integralidade e equidade
Resultados
Possibilitou verificar a importância das ações nos territórios envolvidos; Ampliação do diálogo intersetorial com outras políticas públicas do SUS; sensibilização e capacitação de mulheres nos temas de promoção da saúde e prevenção de agravos, enfrentamentos das violências de gênero e raça; Maior visibilidade das ações de saúde voltadas à população negra e estratégias de Educação Popular em Saúde - EPS
Aprendizado e análise crítica
A experiência revelou que o uso das estratégicas de EPS, centrado na escuta ativa e na articulação, é ferramenta potente para impulsionar o conhecimento e as práticas de respostas comunitárias, pautada na valorização das especificidades territoriais e na corresponsabilidade. Contudo, há desafios significativos: fragilidades, aumento das violências, desemprego nos territórios, desafios que necessitam ser enfrentados continuamente.
Conclusões e/ou Recomendações
Importante continuar as ações da nossa organização nos territórios, a partir de uma metodologia que fortaleça as diferentes identidades para respostas coletivas e as formações nos temas do projeto.
DESENCUCA: COLETIVO POPULAR DE SAÚDE MENTAL, CULTURA E EDUCAÇÃO POPULAR NO CENTRO OESTE
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ
2 COLETIVO DESENCUCA
Período de Realização
De 2013 até os dias atuais, com ações contínuas em territórios diversos de Goiânia-GO.
Objeto da experiência
A criação e sustentação de um coletivo autônomo de cuidado em saúde mental por meio da arte, da convivência e da educação popular, em Goiânia/GO.
Objetivos
Apresentar a trajetória do Coletivo Desencuca como experiência concreta de cuidado em liberdade, articulando práticas culturais e comunitárias de promoção de saúde com protagonismo de usuários da RAPS, familiares, artistas, trabalhadores, pessoas em situação de rua e militantes da luta antimanicomial.
Descrição da experiência
O Coletivo Desencuca surge em 2013 na primeira gestão do CECO Cuca Fresca, dispositivo da RAPS em Goiânia voltado à cultura, inclusão e defesa dos direitos humanos. O Coletivo criado passou a ocupar espaços públicos por usuários da RAPS, familiares, artistas, trabalhadores com rodas de conversa, blocos de percussão, exposições dentre outros. Atua de forma horizontal e intersetorial, fortalecendo o SUS e os direitos sociais por meio da arte, da cultura e da educação popular.
Resultados
A experiência consolidou espaços de cuidado e de visibilidade para pessoas historicamente excluídas, promovendo vínculos, autoestima e formação crítica. O Bloco Desencuca recebeu o Prêmio Nacional de Inclusão Social e já teve projetos aprovados em editais culturais. As exposições possibilitaram a valorização da produção artística e contribuíram para a renda de seus participantes. A presença constante em espaços públicos fortalece o controle social e a luta antimanicomial no território.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que a saúde mental não se limita ao cuidado clínico, envolve vínculos, direitos e cultura. O Desencuca enfrentou desafios como a falta de financiamento permanente, a rotatividade de participantes e a precarização das políticas públicas. Ainda assim, construiu modos inovadores de organização e sustentação participativa, do afeto, da solidariedade e da arte. A horizontalidade e o reconhecimento da potência dos saberes populares fortaleceram a autonomia dos participantes.
Conclusões e/ou Recomendações
O Coletivo Desencuca demonstra que é possível construir estratégias sustentáveis de cuidado em liberdade. Reafirma a urgência de políticas públicas que valorizem experiências territoriais autônomas, antimanicomiais e autogestionadas. Recomenda-se maior reconhecimento institucional e apoio estrutural a iniciativas como esta, que contribuem para a transformação social, a democratização da saúde e a promoção da vida digna para todos.
EDUCAÇÃO POPULAR E INFÂNCIAS PERIFÉRICAS: UMA EXPERIÊNCIA EXTENSIONISTA JUNTO À COZINHA SOLIDÁRIA NO SOL NASCENTE (DF)
Pôster Eletrônico
1 UNB
Período de Realização
Abril a dezembro de 2024.
Objeto da experiência
Extensão universitária em educação popular com crianças do Sol Nascente, articulada à Cozinha Solidária do MTST.
Objetivos
Promover apoio educacional e inclusão social de crianças do território da Cozinha Solidária do MTST no Sol Nascente, à luz da educação popular; Tendo as demandas da comunidade como eixos estruturantes das ações.
Descrição da experiência
A iniciativa começou com a aproximação ao território e à Cozinha Solidária, fortalecendo vínculos com a comunidade. A partir desse processo, foram identificadas demandas das crianças que frequentavam o espaço, o que motivou a criação de um apoio educacional, realizado duas vezes por semana, nos turnos da manhã e tarde. As ações, fundamentadas na educação popular, incluíram acolhimento, suporte escolar, brincadeiras e rodas de conversa.
Resultados
Observou-se aumento da participação comunitária e adesão constante de crianças às ações. Relatos indicaram mudanças no comportamento infantil, como melhora no diálogo e no desempenho escolar. Os vínculos entre equipe e comunidade fortaleceram as práticas educativas e permitiram o acolhimento de demandas complexas, relacionadas a aspectos familiares, emocionais e de convivência com as crianças e a equipe da Cozinha Solidária.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a distância entre a teoria acadêmica e os desafios da prática em contextos periféricos. Muitas vezes, foi preciso flexibilizar o planejamento para acolher demandas emocionais do grupo. As limitações materiais da equipe, diante da complexidade vivida pelas crianças, mostraram a importância de ações que cultivem processos formativos com impacto para além do tempo imediato.
Conclusões e/ou Recomendações
A extensão universitária, ancorada na educação popular e práticas territoriais, mostrou a potência da aproximação entre saber acadêmico e demandas da população. A experiência impactou positivamente a comunidade e a formação da equipe, ressaltando a importância do protagonismo comunitário. O processo revelou os limites das teorias acadêmicas descoladas da realidade de grupos historicamente tratados como objeto de estudo.
EDUCAÇÃO E VIGILÂNCIA POPULAR EM SAÚDE: TERRITÓRIALIZAÇÃO, PARTICIPAÇÃO SOCIAL E ARTICULAÇÃO DE SABERES PARA O FORTALECIMENTO DO SUS
Pôster Eletrônico
1 EPSJV/FIOCRUZ
2 SAPS/MS
Período de Realização
O projeto iniciou em fevereiro de 2024 com previsão de encerramento em fevereiro de 2026.
Objeto da experiência
Educação popular em saúde como princípio pedagógico para fortalecimento da participação social na defesa do SUS articulando território e Atenção à Saúde
Objetivos
Formar agentes populares de saúde na Amazônia Legal e Pantanal Sul Mato Grossense em parceria com movimentos sociais a fim de fortalecer o protagonismo popular, a articulação de saberes para ações de educação e vigilância popular em saúde na defesa do SUS e do direito à saúde nos territórios do SUS
Descrição da experiência
Foi publicado um edital para seleção de movimentos sociais que atuam, sobretudo com povos do campo,floresta e águas,53 foram aprovados e participaram de oficina para formulação do curso e material educativo, organizado a partir da estratégia pedagógica da Territorialização em Saúde que promove a aprendizagem das educandas (os) por meio de instrumento técnico político contribuindo para o enfrentamento das iniquidades e para exercício do controle social
Resultados
Foram formadas(os)192 educadoras (es) que farão a formação de 3740 agentes populares.A formação destacou a Educação em articulação com a Vigilância Popular em Saúde com foco no desenvolvimento crítico da compreensão da realidade para ação de intervenção no território, pois é na reflexão e ação sobre a realidade que o ser humano promove sua transformação e se torna sujeito crítico e criativo de suas ações.Foram elaborados 8 Diagnósticos das Condições de Vida e Situação de Saúde e Planos de Ação
Aprendizado e análise crítica
O currículo do curso articula conteúdos teóricos e práticos para o desenvolvimento de Planos de Ação que viabilizam a ação dialógica e o agir comunicativo com base no território e suas especificidades no modo de vida. Promove a promoção da saúde nos territórios e a defesa do SUS e do direito à saúde, na perspectiva de fortalecer o protagonismo popular, a articulação de saberes e as práticas de educação popular em saúde
Conclusões e/ou Recomendações
A formação territorializada de educadoras (es) populares de saúde serão multiplicadas, resultando em planos de ação com intervenções no território, para ações de educação e vigilância popular em saúde, fortalecendo a participação social na defesa do SUS.O trabalho em conjunto dos agentes populares e dos agentes públicos ampliará as estratégias de promoção à saúde de modo a contribuir com a melhoria da atenção à saúde das populações
ENTRE TENDAS E TRAVESSIAS: EDUCAÇÃO POPULAR, CUIDADO E RESISTÊNCIA NA 4ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE GESTÃO DO TRABALHO E DA EDUCAÇÃO NA SAÚDE (4ª CNGTES)
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Brasília
2 Universidade Federal de Sergipe (UFS)
3 Articulação de Movimentos e Práticas de Educação Popular em Saúde
Período de Realização
Imagens captadas 11 de dezembro de 2024, durante Conferência Gestão do Trabalho e Educação na Saúde.
Objeto da produção
Vídeo com fragmentos audiovisuais que refletem sobre educação popular, cuidado e dissociações nas políticas públicas de saúde.
Objetivos
Refletir, a partir de registros audiovisuais, sobre as tensões entre práticas populares de cuidado e a institucionalização das políticas públicas, evidenciando os apagamentos simbólicos e espaciais durante a conferência nacional e valorizando a educação popular em saúde como eixo de resistência.
Descrição da produção
A produção reúne registros em vídeo da 4ª Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. As imagens e falas enfocam a atuação da ANEPS e tensionam a distância simbólica e física entre a tenda “Dona Chica Parteira” e o espaço institucional das PICS, evidenciando fragmentações entre políticas públicas, movimentos sociais e práticas populares. O vídeo foi editado de forma poético-política, valorizando vozes dissidentes e saberes de resistência.
Resultados
O vídeo possibilita a visibilização de narrativas silenciadas nos espaços oficiais da conferência, gerando reflexões críticas sobre a fragmentação das políticas de educação popular e práticas integrativas. A produção também fortalece a memória coletiva da ANEPS e a centralidade dos movimentos sociais na formulação e defesa do SUS popular e plural.
Análise crítica da produção
A tenda, historicamente construída por movimentos, foi fisicamente marginalizada no evento, simbolizando a fragmentação entre as políticas públicas e seus sujeitos, e a apropriação e descaracterização desta. A produção propõe um olhar comprometido com os territórios de cuidado insurgente. O vídeo provoca a escuta ativa como prática pedagógica e política, contribuindo para a crítica à institucionalização esvaziada das políticas populares e a defesa da arte e cultura como prática emancipatória.
Considerações finais
A produção audiovisual se apresenta como ferramenta de denúncia, memória e mobilização. Reafirma a potência da educação popular e das práticas integrativas na construção de um SUS enraizado nas realidades dos povos. Convida à reintegração dos saberes populares como fundamento ético-político das políticas públicas, frente aos desafios históricos e atuais da gestão do trabalho e da educação na saúde.
MARETÓRIO EM VERSOS: A POESIA COMO INSTRUMENTO POLÍTICO-PEDAGÓGICO NOS PROCESSOS FORMATIVOS DE AGENTES POPULARES EM SAÚDE DOS POVOS DAS ÁGUAS.
Pôster Eletrônico
1 IAM-Fiocruz/PE
Período de Realização
De novembro de 2024 a maio de 2025, nos estados de Pernambuco e da Paraíba.
Objeto da produção
Construção de poemas autorais como dispositivo político-pedagógico durante processos formativos de agentes populares em saúde dos povos das águas.
Objetivos
Expressar, em linguagem poética, as vozes da pesca artesanal, seus atravessamentos, fragilidades e potências a partir da formação-ação de comunidades pesqueiras artesanais. Reafirmar a arte como componente estruturante da educação popular em saúde, e da resistência comunitária na luta por direitos.
Descrição da produção
Participaram dos cursos 27 educandas/os em Recife-PE e 32 em João Pessoa-PB. Durante o processo, a poesia emergiu como linguagem política e pedagógica a partir das vivências. A produção artística e as criações poéticas autorais integraram a matriz político-pedagógica, sendo a prática de elaboração coletiva de resistência e emancipação. As poesias dialogam com os conteúdos trabalhados em cada módulo: territórios, saúde, direitos, lutas socioambientais, e com as experiências das/os educandas/os.
Resultados
A criação e socialização das poesias operaram como potente dispositivo estético de devolutiva política e crítica das vivências e aprendizados durante o curso. Ao serem compartilhadas nos espaços formativos, estimularam identificação, emoção e fortalecimento dos vínculos entre participantes. A prática reforçou o protagonismo comunitário, a valorização da palavra e da escuta sensível, e consolidou a poesia como ferramenta legítima nos processos de educação popular em saúde e na defesa de direitos.
Análise crítica da produção
A experiência demonstrou que as produções artísticas potencializam uma formação horizontal e dialógica, além de ampliar o campo da elaboração crítica. A poesia se revelou caminho fecundo para transformar vivências em palavras e símbolos, tecendo pontes entre saber científico e popular. Reafirma-se que a educação popular em saúde se sustenta no olhar atento e sensível, promotor de vida e saúde nos territórios, o que se aplica integralmente ao que foi construído coletivamente durante os cursos.
Considerações finais
Recomenda-se que os processos formativos em saúde integrem práticas artísticas, como a poesia, enquanto componente político-pedagógico e ferramenta da educação popular em saúde. A valorização de linguagens poéticas, narrativas e imagéticas contribui para acolher subjetividades, fortalecer protagonismos e ampliar repertórios de resistência. Quando atravessada pela arte, a escuta torna-se travessia coletiva e prática emancipatória.
PLANTAR MUDAS: EXPERIÊNCIAS COM A TERRA E ALIMENTO.
Pôster Eletrônico
1 UFPB
Período de Realização
A oficina de Plantar mudas foi realizada entre 03 e 10 de junho de 2023.
Objeto da produção
Poética em técnicas de plantio, envolvendo a relação humana com ou outros seres. (issuu.com/didionisio/docs/resumo_plantar_mudas)
Objetivos
Explorar a interação entre arte e natureza, promovendo outros modos de encontro e partilha de conhecimento com moradores da cidade de Natal. Promover a compreensão dos processos de crescimento das plantas e desenvolver habilidades práticas de cultivo, cuidado e preservação de mudas.
Descrição da produção
Oficina realizada no Espaço Cultural Candeeiro em Pitimbú, aberta a todos os públicos. Participaram dos encontros adultos de 20 a 30 anos, sendo realizado com 15 pessoas residentes no RN. Plantar mudas se desdobra a partir da instalação Atravessar Musgo: uma proposição para aproximar as espécies vivas, em que junto com outras pessoas, construir diálogos e formas de compreensão desses tipos de plantas, as PANC, como também elaborar práticas de plantio e construção de espaços coletivos.
Resultados
Fizeram parte da oficina 15 pessoas, que juntos aprenderam sobre as espécies de PANCs, executaram a produção de mais de 30 mudas de diversas espécies e o plantio na praça de Pitimbu em Natal/RN. Ao todo foram plantados e cultivados mais de 30 mudas nessa oficina. Para além da parte prática, construímos diálogos acerca da construção de espaços coletivos, mantendo um esforço comunitário maior em cultivar mundos florescidos e ir na contramão das devastações capitalistas.
Análise crítica da produção
Elaborei caminhos para que fizéssemos pensar do plantio ao cultivo, propondo práticas eco-sociais que permeiam o nosso cotidiano. É urgente criar ferramentas e estratégias para estarmos juntos com outras espécies, que por práticas capitalistas nos distanciam desses alimentos que vêm da terra. Abordando questões que estão em volta da precarização da comida, como o nutricídio e a insegurança alimentar, que surgem como projeto político em lugares periféricos.
Considerações finais
Os encontros foram geradores de compartilhamentos sensíveis e atentos ao que acontece sobre a terra, como também exercícios práticos para cultivar mundos de florescimento mútuo. Abrindo diálogos sobre nós e os seres que compartilham vida conosco. Através da atenção curiosa e cuidadosa uns com os outros, no qual pensamos o território com barbantes e plantas, a terra nos convida a compreender o mundo de formas diferentes.
A LITERATURA DE CORDEL COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFPB
Período de Realização
Dezembro/2024 a fevereiro/2025, no curso livre de agentes populares de saúde.
Objeto da produção
https://drive.google.com/drive/folders/1JpqCD8OmI_2QqaDhW9u6n6vRaKMmemfM?hl=pt-br
Cordéis autorais como recurso de comunicação popular em saúde, articulando saberes tradicionais e científicos em linguagem poética acessível.
Objetivos
Utilizar o cordel como estratégia educativa para estimular a participação crítica, o reconhecimento dos saberes locais e a popularização de informações sobre saúde e meio ambiente entre pescadores, pescadoras e marisqueiras; os povos das águas.
Descrição da produção
Foram produzidos cordéis autorais, tratando de temas discutidos durante os encontros. A linguagem rimada e ritmada do cordel foi usada como recurso para traduzir os conteúdos discutidos em cada módulo, retirando falas dos participantes para a escrita dos versos, estimulando a expressão criativa, a memória coletiva e o diálogo entre os saberes populares e técnicos. Os cordéis foram lidos em voz alta, compartilhados em rodas e posteriormente encadernados em formato de livreto.
Resultados
O uso do cordel gerou forte identificação dos participantes com os temas abordados, despertando emoções, lembranças e reflexões. Os textos facilitaram a apropriação crítica dos conteúdos, incentivaram a oralidade e ampliaram a participação de pessoas com diferentes níveis de escolaridade. Muitos participantes relataram vontade de escrever seus próprios cordéis, o que reforça o potencial mobilizador da linguagem poética.
Análise crítica da produção
O cordel é uma poderosa ferramenta de educação popular, pois acessa afetos, memórias e saberes ancestrais, além de favorecer a escuta e o diálogo horizontal. Sua simplicidade formal contrasta com a profundidade de seus efeitos formativos. Como desafio, destaca-se a necessidade de tempo e espaço adequados para a construção coletiva dos textos, além do incentivo à formação de novos cordelistas populares, com o intuito de preservar essa ferramenta de luta e de expressão popular tão importante.
Considerações finais
Integrar o cordel à educação popular em saúde fortalece a dimensão cultural do cuidado e valoriza a produção comunitária do conhecimento. A oralidade, o ritmo e a estética do cordel fazem dele um instrumento poderoso para educar, comunicar e resistir. Ao transformar o aprendizado do curso em versos rimados, reafirma-se que os saberes populares são legítimos, e que a luta também se escreve em poesia.
RETOMADA DE AÇÕES FEDERAIS NA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE-SUS: ATUAÇÃO DA SUPERINTENDÊNCIA ESTADUAL DO MINISTÉRIO DA SAÚDE EM PERNAMBU
Pôster Eletrônico
1 Superintendência Estadual do Ministério da Saúde em Pernambuco
2 Programa de Residência em Área Profissional da Saúde em Medicina Veterinária - Área de concentração: Saúde Coletiva - Universidade Federal Rural de Pernambuco
3 Programa de Pós-Graduação - Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva da Secretaria de Saúde - Recife/PE
Período de Realização
A experiência descrita nesse texto se deu entre os meses de março de 2024 a maio de 2025.
Objeto da experiência
A Educação Popular em Saúde (EPS) é o objeto desse trabalho. Mais especificamente a Política Nacional de Educação Popular no SUS (PNEPS-SUS).
Objetivos
Descrever a atuação da Superintendência Estadual do Ministério da Saúde em Pernambuco (SEMS-PE), via Serviço de Articulação Interfederativa e Participativa (SEINP) na motivação para retomada de ações federais na implementação da PNEPS-SUS no Estado.
Descrição da experiência
O ponto de partida desta experiência é a PNEPS-SUS, instituída em 2013. Programas do Ministério da Saúde foram retomados em 2023 para impulsionar a implementação da PNEPS-SUS no Brasil. A SEINP/SEMS/PE tem o papel de impulsionar a participação social no Estado. Ações como apoio institucional federal, composição de comitê tripartite de EPS, organização de eventos sobre o tema, e outras, teve-se um ensaio de como as superintendências podem ajudar nessa política prioritária em seus territórios.
Resultados
Participação e facilitação do Grupo de Trabalho de EPS/MS; Análise do Plano Estadual de Saúde de Pernambuco (PES) com o olhar da EPS; Retomada do Comitê Tripartite da EPS estadual. Organização de eventos temáticos sobre: Farmácia Viva e sobre uma Década da PNEPS-SUS em PE; Participação da Oficina de Planejamento Curso de Especialização em EPS, e outros, foram iniciativas concretas em 2024 que tiveram impacto motivacional importante na implementação da PNEPS no Estado.
Aprendizado e análise crítica
A expansão da implementação da PNEPS-SUS exige união e ações conjuntas entre gestão, trabalhadores, população e movimentos sociais da saúde. Consideram-se positivas as ações realizadas pelo SEINP/SEMS em 2024. Por ser uma representação de apoio institucional federal que prioriza a articulação interfederativa e participativa, as ações viabilizaram legitimidade, concretude do tema e fomento de diálogos entre entes federativos e população para ampliar a implementação da PNEPS-SUS no Estado.
Conclusões e/ou Recomendações
O ponto de partida foi a retomada da PNEPS-SUS. A democracia, equidade e justiça social não são possíveis sem o saber popular. Ações realizadas trouxeram êxito e motivação em PE. Deixaram também perguntas desafiadoras: como imbuir discussões da PNEPS-SUS em outras políticas de saúde, etc. Nesse contexto, refletimos que existe muito caminho a percorrer. Mas, a SEINP/SEMS se entende como parte e esse caminhar mostrou um futuro motivador e fértil.
Realização: