Programa - Pôster Eletrônico - PE23 - Planejamento, Gestão e Avaliação na Saúde
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA DE SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM REABILITAÇÃO EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR PERNAMBUCANO
Pôster Eletrônico
1 SVSA/MS
2 IAM/FIOCRUZ
3 CAV/UFPE
Apresentação/Introdução
O cuidado à pessoa com deficiência se consolidou em normativas de caráter curativo e hospitalocêntrico no Brasil, contudo passou a ganhar uma nova roupagem com a instituição do Sistema Único de Saúde. Com isto, documentos legais voltados para estruturação da atenção integral à saúde passaram a orientar a realização de ações de promoção, prevenção, reabilitação e inclusão social
Objetivos
Avaliar a qualidade da assistência de serviços especializados em reabilitação das unidades públicas do município de Vitória de Santo Antão, Pernambuco, Brasil
Metodologia
Trata-se de um estudo de caso de caráter exploratório que utiliza abordagem mista, por meio de métodos quantitativos e qualitativos, utilizando a triangulação de métodos e técnicas na perspectiva de três atores sociais (gestores, trabalhadores e usuários), fundamentado no referencial teórico da avaliação da qualidade de Donabedian e documentos normativos resultantes de políticas públicas. A pesquisa foi realizada no período de outubro de 2023 a março de 2024, através de consulta online na interface do Departamento de Informática do SUS, entrevista semiestruturada com usuários e gestores e aplicação de formulário com os profissionais de saúde. Aprovado com registro CAAE: 68330023.9.0000.5190
Resultados
Foram ouvidos 42 interlocutores, sendo 31 profissionais, 06 usuários e 05 gestores. Os dados foram analisados por meio da matriz conceitual que apresenta as dimensões de acesso, acolhimento, respeito, assistência e condições. Os resultados demonstram a disparidade da qualidade dos serviços municipais e estadual e apresenta os desafios de acesso aos serviços especializados em reabilitação para realização do cuidado continuado em saúde. Além disso, o estudo descreve os serviços e o percurso do usuário na rede; analisa a atuação dos profissionais de nível superior dos serviços; e avalia a qualidade dos serviços com base na percepção de usuários e gestores
Conclusões/Considerações
Conclui-se que as dimensões avaliadas encontram similaridade na qualidade assistencial nos serviços gerenciados pelo município e que o serviço Estadual enfrenta grandes desafios e descaso que afetam a qualidade da oferta do serviço. Além disso, é importante destacar a necessidade de ampliar os atendimentos, a regulação e a gestão ativa para melhorar a rede e fortalecer o cuidado à pessoa com deficiência
ANÁLISE DOS REGISTROS DE ATENDIMENTO DOS CONSULTÓRIOS NA RUA EM BELO HORIZONTE/MG: LIMITES E IMPLICAÇÕES PARA A GESTÃO DO CUIDADO À POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
Pôster Eletrônico
1 Instituto René Rachou - Fiocruz Minas
Apresentação/Introdução
A população em situação de rua (PSR) vivencia vulnerabilidades profundas e barreiras históricas no acesso à saúde . Os Consultórios na Rua (CnaR) surgem como resposta a essa exclusão, ofertando cuidado territorial no SUS . Em Belo Horizonte (BH), o serviço foi ampliado em 2022, com aumento de equipe e inserção do médico, o que motivou a realização deste estudo.
Objetivos
Descrever o perfil sociodemográfico e de saúde da PSR atendida pelo CnaR, bem como as características dos atendimentos realizados por esse serviço em BH entre 2019 e 2023, com base nos dados coletados dos sistemas de registros municipais de saúde.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, baseado na análise de dados secundários dos atendimentos realizados pelas equipes de CnaR em BH entre fevereiro de 2019 e dezembro de 2023. As informações foram extraídas de sistemas municipais de registro de saúde. As análises consideraram dois períodos (antes e depois da ampliação das equipes em 2022), sendo avaliados o número de atendimentos por equipe e profissionais, o perfil sociodemográfico das pessoas atendidas e os principais agravos em saúde identificados. A pesquisa foi aprovada pelos Comitês de Ética da Fiocruz Minas e da Secretaria Municipal de Saúde de BH.
Resultados
Foram analisados mais de 79 mil atendimentos. A maioria das pessoas em situação de rua eram pardas (60%) e com ensino fundamental (35%). Apenas 18,6% estavam empregados. Hipertensão arterial (22,3%), sofrimento mental (13,8%) e uso de álcool (5%) foram os principais agravos identificados. Após a entrada de médicos em 2022, houve aumento do volume total de atendimentos, mas redução nos registros das demais categorias da equipe multiprofissional. O banco apresentou limitações pelo não preenchimento de variáveis importantes e alto percentual de diagnósticos genéricos (CID Z – 47,3%), comprometendo a gestão do cuidado e a avaliação das ações em saúde.
Conclusões/Considerações
O estudo evidenciou a ampliação dos atendimentos com a entrada de profissionais médicos e mudanças no perfil das equipes, além da predominância de uma PSR marcada por desigualdades sociais e agravos crônicos. As fragilidades nos registros limitam a avaliação e o planejamento do cuidado, mas os achados contribuem para qualificar a gestão, fortalecer ações mais equitativas e promover maior integralidade nos territórios.
A COORDENAÇÃO ESTADUAL DO SUS: UMA TIPOLOGIA A PARTIR DA EXPERIÊNCIA PANDÊMICA
Pôster Eletrônico
1 SEMS-RJ/MS
2 Ensp/Fiocruz
Apresentação/Introdução
A pandemia de COVID-19 impulsionou a função de coordenação estadual do SUS, historicamente pouco valorizada. Relações governamentais foram impactadas, evidenciando tensões federativas. A descoordenação nacional pelo Ministério da Saúde mobilizou arranjos alternativos de coordenação. Este estudo aborda a coordenação estadual nesse contexto.
Objetivos
Caracterizar os arranjos de coordenação estadual do SUS na pandemia de COVID-19, sob a ótica de atores locais, e propor uma tipologia a partir das experiências estaduais sintetizadas.
Metodologia
Estudo qualitativo nacional com entrevistas semiestruturadas com 31 representantes de secretarias estaduais de saúde e 26 de Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) dos 26 estados. Período: fevereiro de 2020 a abril de 2022. Análise baseada em tipologia desenvolvida para o estudo, considerando funções estaduais e relações intergovernamentais, identificando padrões a partir de “perfil da liderança”, “relação com municípios” e “caráter da condução”.
Resultados
Identificou-se três padrões de coordenação: independente (3 estados), centralizada (2) e integrada (21). O tipo integrado, mais frequente, caracterizou-se por uma liderança estadual forte e uma condução horizontalizada, resultando em maior alinhamento e percepção de unidade entre os entes, apesar de conflitos e variações. Diferenças interestaduais foram observadas, influenciadas pelo perfil da liderança, relação com municípios e caráter da condução.
Conclusões/Considerações
A política, aprendizados prévios e especificidades dos arranjos institucionais importam para a coordenação estadual do SUS. O aperfeiçoamento desta função pode potencializar as ações da coordenação nacional. A sustentabilidade dos padrões identificados é uma questão em aberto. A experiência pandêmica reforçou a importância de fortalecer a autonomia, cooperação e capacidades institucionais no SUS.
AVALIAÇÃO EM SAÚDE NO ESTADO DE MINAS GERAIS: ESTIMAÇÃO DE UM ÍNDICE
Pôster Eletrônico
1 Unimontes
2 UFMG
Apresentação/Introdução
Desde os anos de 1990, Minas Gerais promove a descentralização da saúde, integrando-a ao Sistema Único de Saúde (SUS) e municipalizando os serviços. A medida visa eficiência e adequação local, fortalecendo a atenção básica à saúde. No entanto, sua eficácia depende de gestão, financiamento, capacitação e infraestrutura adequados, além de um apoio contínuo e articulação entre os entes federativos.
Objetivos
O principal objetivo deste trabalho foi a elaboração de um Índice de Avaliação em Saúde (IAS) que permita quantificar o nível de qualidade de saúde nos municípios do estado de Minas Gerais, de acordo com dados recentes para o ano de 2023.
Metodologia
Para a construção do IAS de Minas Gerais, utilizou-se de técnicas de estatística multivariada, com base em doze indicadores socioeconômicos e de saúde: gasto per capita com atividade de saúde; renda per capita; número de médicos/mil habitantes; percentual de pessoas em situação de vulnerabilidade pelas condições de saneamento básico; proporção da população atendida pela Estratégia de Saúde da Família (ESF); proporção de internações por condições sensíveis à atenção básica; proporção de óbitos; taxa de atendimento escolar; crianças de 0 a 5 anos - baixo peso; proporção de nascidos vivos; óbitos infantis e mortalidade geral. Os dados foram obtidos da Fundação João Pinheiro e do IBGE para 2023.
Resultados
O IAS médio para Minas Gerais foi de 19,4% em 2023, com 297 (35%) municípios apresentando um IAS acima da média. Belo Horizonte obteve o maior IAS, concentrando elevado gasto per capita em atividades de saúde, maior número de médicos, baixa proporção de óbitos, alta taxa de nascidos vivos e de atendimento escolar, seguido de Uberlândia e Juiz de Fora. Em contrapartida, os municípios de Córrego Danta, Ibituruna e Tapira apresentaram os valores mais baixos de IAS. Esses municípios apresentaram valores muito baixos para a maioria de seus indicadores relacionados à qualidade de saúde, tais como número de médicos, gastos per capita com atividades em saúde e proporção da população atendida pela ESF.
Conclusões/Considerações
O estudo aponta para desigualdades regionais e a importância do SUS na ampliação do acesso. Os resultados mostraram melhores índices nas áreas mais desenvolvidas e municípios das macrorregiões Oeste, Centro Sul, Triângulo do Sul, Norte e Noroeste com os piores resultados. Diante deste cenário, o SUS requer em seu processo de implementação apoio regionalizado e ações específicas para garantir equidade e superar fragilidades em regiões vulneráveis.
MORBIMORTALIDADE E GASTOS COM DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO NO SUS: UMA ANÁLISE PÓS PANDEMIA COVID-19
Pôster Eletrônico
1 Unimontes
Apresentação/Introdução
Doenças do aparelho respiratório são condições que afetam órgãos e estruturas responsáveis pela respiração e comprometem, de forma aguda ou crônica, a função respiratória, impactando ventilação, oxigenação do sangue e a eliminação de dióxido de carbono. Apresentam prevalência significativa nos primeiros anos de vida e entre idosos e são as principais causas de internações hospitalares no Brasil.
Objetivos
Avaliar a prevalência de internações hospitalares e mortalidade por doenças do aparelho respiratório no Brasil e no Estado de Minas Gerais e a evolução dos gastos com este grupo de doenças no SUS, no período 2022 a 2024, pós pandemia COVID-19.
Metodologia
Trata-se de estudo epidemiológico transversal analítico. A unidade de observação e análise foi o grupo de causas de morbimortalidade, capítulo X do Código Internacional de Doenças (CID-10): doenças do aparelho respiratório. A fonte de dados foram os Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) e Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS), disponibilizados pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS). A série histórica analisada foi de 2022 a 2024, período pós pandemia Covid, nos cenários nacional e mineiro. Para análises utilizou-se o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS).
Resultados
No período pós pandemia, foram registradas 3.912.988 internações por doenças do aparelho respiratório no SUS, dessas 343.414 (8,8%) foram a óbito. A região Sudeste foi a que registrou maior volume destas internações e mortes: 1.481.781 internações (38%) e 153.173 óbitos (45%). Em Minas Gerais, ocorreram 446.485 internações por este grupo de causas, 11% das internações destas causas no país, com 3.014 (0,67%) indo a óbito, revelando uma mortalidade por doenças do aparelho respiratório bem menor em Minas Gerais quando comparado ao Brasil. A tendência dos gastos com estas doenças no SUS é crescente, aumentou cerca de R$1,5 bilhões em 2022 para R$1,7 bilhões em 2024, crescimento de 13% em três anos.
Conclusões/Considerações
Tendo em vista a elevada ocorrência de internações hospitalares e mortes por doenças do aparelho respiratório e a tendência crescente dos gastos com estas doenças no SUS, aliados à existência de associação deste grupo de causas com idade infantil e idosa, é fundamental que políticas públicas de saúde se atentem ao planejamento e gestão no sentido de minimizar os impactos e os efeitos destas doenças tanto para a população quanto para o SUS.
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO HOSPITALAR NO MUNICÍPIO DE MONTES CLAROS (MG): ANÁLISE DE INDICADORES DE CONTRATUALIZAÇÃO NO SUS
Pôster Eletrônico
1 Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES
Apresentação/Introdução
A oferta de serviços hospitalares do SUS tem sido feita, em grande parte, por hospitais filantrópicos contratados, de forma complementar, pois a rede própria não absorve a demanda por atendimentos neste nível de atenção. A relação de prestação de serviços é estabelecida por meio do processo de contratualização, o qual contempla indicadores de desempenho, conforme a capacidade dos estabelecimentos.
Objetivos
O trabalho buscou analisar o desempenho dos hospitais contratados pelo município de Montes Claros (MG), no período de setembro de 2023 a agosto de 2024, por meio dos indicadores de contratualização.
Metodologia
Trata-se de estudo exploratório, de caráter quantitativo, realizado com base na análise documental dos contratos firmados, dos relatórios de monitoramento dos indicadores dos contratos hospitalares e dos indicadores de produção hospitalar disponíveis no DATASUS, referentes aos quadrimestres compreendidos no período de setembro de 2023 a agosto de 2024. Os resultados descrevem um panorama do desempenho das instituições contratadas. O universo foi composto por cinco hospitais (um público, vinculado a uma universidade pública, e os demais filantrópicos) e foram selecionados os cinco indicadores que são comuns a todos.
Resultados
Observou-se que o pior desempenho foi relacionado aos indicadores de cumprimento da meta de Cirurgias Eletivas, e de Internação de Leitos de UTI. Quanto à realização de Procedimentos Ambulatoriais e Atendimento de Urgência e Emergência, estes apresentaram melhor desempenho. Outro indicador avaliado foi o de produção hospitalar, apresentando bom desempenho nos hospitais estudados. Ressalta-se que as metas inferiores a 90% representam compromisso de devolução de recursos por parte dos hospitais.
Conclusões/Considerações
Avaliar o desempenho de serviços contratados pelos hospitais mostrou-se relevante porque apesar da capacidade instalada, verificou-se baixo desempenho em alguns indicadores, o que aponta possível desassistência da população. Além disso, a existência de saldo devedor, pelo não cumprimento de metas, sugere a necessidade de aprimoramento na gestão e no setor de regulação para otimizar a execução dos contratos.
CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE EM SERVIÇOS DE SAÚDE NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UFES
Apresentação/Introdução
Os cuidados em saúde tornaram-se mais complexos, aumentando o risco de erros. Assim, organizações têm desenvolvido recomendações a serem aplicadas, como o Global Patient Safety Action Plan 2021-2030, que ressalta o fortalecimento da cultura de segurança do paciente (CSP). Organizações de acreditação têm exigido avaliações da CSP, para identificar, gerenciar e monitorar os resultados.
Objetivos
Descrever a CSP em serviços de saúde no Espírito Santo, a partir dos resultados encontrados em pesquisas vinculadas à Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) que utilizaram instrumentos padronizados para coleta de dados.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem quantitativa, realizado a partir dos resultados evidenciados em trabalhos de conclusão de cursos, iniciações científicas, dissertações de mestrado e teses de doutorado vinculados à UFES. Para a seleção dos trabalhos a serem tratados, utilizou-se como critério: pesquisas científicas que utilizaram instrumentos padronizados para avaliação da CSP, como o Safety Attitudes Questionnaire (SAQ) e Medical Office Survey on Patient Safety Culture (MOSPSC). A amostra foi composta por 9 estudos desenvolvidos na atenção hospitalar, atenção primária à saúde (APS), urgência e emergência e centro de atenção psicossocial (CAPS).
Resultados
Os dados foram organizados por serviços de saúde. Na atenção hospitalar, quatro estudos (UTI, pronto-socorro, clínica médica e centro cirúrgico) com o SAQ mostraram escores abaixo de 75. Destacaram-se positivamente em alguns estudos os domínios “satisfação no trabalho”, “clima de segurança” e “percepção do estresse”, em contrapartida “percepção de gerência” teve os piores resultados. Na APS, dois estudos com o MOSPSC em Vitória-ES apresentaram divergências, indicando a importância do contexto institucional. Em serviços de urgência e nos CAPS, estudos com o SAQ indicaram clima de segurança fragilizado, com destaque negativo para “condições de trabalho” e “percepção da gerência”.
Conclusões/Considerações
Os resultados deste estudo ressaltam que a CSP nos serviços de saúde do estado do Espírito Santo apresenta potencialidades e fragilidades que afetam diariamente a qualidade assistencial. Logo, o uso de instrumentos como o SAQ e o MOSPSC são fundamentais para a identificação de áreas críticas, orientações e intervenções baseadas em evidências, a fim de garantir a melhoria contínua dos processos assistenciais.
AVALIAÇÃO DA COORDENAÇÃO DO CUIDADO DAS ESF BRASILEIRAS A PARTIR DO ATLAS DA COORDENAÇÃO DO CUIDADO
Pôster Eletrônico
1 Nescon/UFMG
2 UFMG
Apresentação/Introdução
Hoje existem várias estratégias para mensuração da coordenação do cuidado em saúde. Temos por exemplo, o temos o Atlas de Medidas para Coordenação do Cuidado idealizado e aplicado nos Estados Unidos (MC DONALD, 2014) e é a partir dele que esse atributo será mensurado neste presente estudo, no Brasil, nas áreas da saúde da criança, mulher, hipertensão e diabetes.
Objetivos
Avaliar a coordenação do cuidado pelas ESF brasileiras a partir de dois domínios do Atlas da Coordenação do Cuidado: monitorar e avaliação das necessidades e objetivos
Metodologia
Os dados deste trabalho são advindos do projeto “Coordenação do cuidado no Brasil: percepção de gestores e equipes de atenção” para compreensão de como a coordenação do cuidado se constrói diariamente pelos profissionais.
A coleta das informações teve como base o Atlas de Coordenação do Cuidado da MC Donald et al. (2014). Ele é composto por domínios que exprimem os efeitos mensuráveis através da identificação de atividades importantes para a realização da coordenação do cuidado. Selecionamos dois domínios para analisar: monitorar e avaliar as necessidades e objetivos.
Resultados
O domínio “monitorar” apresenta nível “intermediário”, o que significa que grande parte das ações de coordenação do cuidado desse domínio consideradas de nível “intermediário” são realizadas pelas ESF. A maioria faz estratificação de risco, utilizam estratégias para acompanhamento dos usuários que não estão na lista e elaboram plano de cuidados.
A avaliação geral como “insatisfatório” do domínio “avaliar necessidades e objetivos” significa que a maioria das ações esperadas não foram realizadas. Ou seja, os protocolos de saúde não existem ou não são bem estruturados, inclusive os de internação e exames, além de ser baixo o percentual de usuários encaminhados que conseguem ser atendidos.
Conclusões/Considerações
Diante do apresentado percebemos que a realização do monitoramento e avaliação em saúde, no que diz respeito à coordenação do cuidado, é fundamental. Sem a aplicação desses instrumentos de mensuração perdemos a oportunidade de identificar fragilidades e evoluir a qualidade do serviço prestado, prevenindo agravos e descontinuidade do cuidado pelos usuários.
AVALIAÇÃO DA COMPLETUDE DAS FICHAS DE CASOS NOTIFICADOS DE COQUELUCHE NO ESPÍRITO SANTO EM 2024: ANÁLISE DA QUALIDADE DOS DADOS DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo/Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde
2 Hospital Materno Infantil da Serra
3 Faculdade de Medicina Multivix - Cariacica
4 Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde
5 Curso de Medicina/Universidade Vila Velha
6 Secretaria Municipal de Saúde de Colatina
7 Faculdade de Medicina de Bauru da Universidade de São Paulo
Apresentação/Introdução
A vigilância epidemiológica depende de dados de qualidade para orientar decisões e políticas públicas. A avaliação da completude das fichas de notificação de coqueluche não é apenas uma tarefa técnica. É uma ferramenta estratégica para garantir um sistema de vigilância mais efetivo, responsivo e equitativo, capaz de proteger a saúde coletiva de forma proativa e baseada em evidências.
Objetivos
Avaliar a completude dos campos das fichas de notificação de casos suspeitos de coqueluche no Espírito Santo em 2024, com foco na qualificação da vigilância e melhoria contínua da qualidade da informação em saúde.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo usando dados secundários, centrado na análise da completude dos dados das fichas de notificação de coqueluche no Espírito Santo em 2024. A fonte dos dados foram as notificações no sistema de notificação ESUS-VS, disponível em microdados no site da SESA. Foram analisados 52 campos padronizados. Para cada campo, calculou-se o percentual de preenchimento e aplicou-se uma classificação baseada nos parâmetros do CDC (Centers for Disease Control and Prevention): completude alta (≥ 90%), média (70–89%) e baixa (< 70%). Os dados foram tabulados em Excel e analisados em Python. A categorização permitiu mapear áreas críticas da vigilância.
Resultados
Dos 52 campos avaliados, 29 (55,8%) apresentaram completude alta, refletindo boa inserção de dados básicos e epidemiológicos. Entretanto, a maioria refere-se a campos obrigatórios ou que tem preenchimento automático, como “município de residência” e “idade”. Classificado como completude media foram identificados 04 campos (7,7%), como os campos “utilizou antibiótico" (87%), “escolaridade” (85,7%) e “ocorreu hospitalização” (82,1%). Os demais 19 campos (36,5%) obtiveram completude baixa, principalmente relacionados a manifestações clínicas e ações de controle, como identificação de comunicantes íntimos, variando de 21,3% a 69,9%. A média geral foi de 79,6%.
Conclusões/Considerações
Este estudo identificou fragilidades no Sistema de Vigilância da Coqueluche. Apesar de revelar padrão satisfatório de completude geral, há fragilidades importantes em campos clínicos e de investigação de contatos. A capacitação contínua dos profissionais de saúde é fundamental. Fortalecer a cultura de uso qualificado da informação é essencial para aprimorar o sistema de vigilância da coqueluche e sustentar políticas baseadas em evidências.
POTENCIALIDADES DA ESTRATÉGIA APOIADOR COSEMS NO PARANÁ
Pôster Eletrônico
1 Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Apresentação/Introdução
Desde 1988, a descentralização do SUS integrou os municípios à gestão da saúde. A Estratégia Apoiador Cosems (EAC), iniciada em 2012 no PR, visa fortalecer essa atuação. Este estudo sistematiza as contribuições dos apoiadores diante dos desafios da regionalização, acesso e governança no SUS.
Objetivos
Analisar relatórios de trabalho dos apoiadores do Cosems-PR no período de 2019 a 2023 e sistematizar as potencialidades do trabalho desenvolvido pelos apoiadores.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva, documental e de abordagem qualitativa, baseada nas atividades registradas em relatórios mensais individuais dos apoiadores do Cosems-PR.
Foram analisados 748 relatórios de 2020 a 2023.
Os dados foram sistematizados pelo IRAMUTEQ® (Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires). Foram extraídos 4.833 segmentos de texto (ST), organizados em planilhas no Microsoft Excel 2013. Optou-se por analisar 30% dessas planilhas com apoio do ChatGPT (Chat Generative Pre-Trained Transformer), que auxiliou a análise de conteúdo das classes extraídas do IRAMUTEQ®.
Resultados
Apoiadores relatam que, apesar dos desafios, as regiões oferecem oportunidades para fortalecer a saúde. Destacam capacidades como análise crítica, atuação em espaços avaliativos e elaboração de relatórios. Foco em resultados, resiliência e apoio personalizado qualificam a gestão. Atuam como agentes de inovação, facilitadores de processos, mediadores de conflitos e fontes de motivação. Valorizam o empoderamento, parcerias, trabalho em equipe e adaptação às especificidades regionais.
Conclusões/Considerações
Apoiadores são agentes de mudança por meio do AI e da Educação Permanente, promovendo análise crítica, escuta e fortalecimento da gestão. Facilitam diálogos, integram atores e mediam conflitos. O AI no Paraná é destacado como estratégia exitosa. Recomenda-se valorização, capacitação e apoio aos apoiadores, além de incentivo à cooperação interfederativa.
GRAND CHALLENGES BRASIL: UMA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA O FOMENTO À PESQUISA EM SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UNB
2 Ministério da Saúde
Apresentação/Introdução
Atualmente, cooperações internacionais em ciência, tecnologia e inovação em saúde têm sido frequentes na busca do compartilhamento de conhecimento e a ampliação do investimento em pesquisa. Em 2011, o Ministério da Saúde (MS) e a Fundação Bill e Melinda Gates (FBMG) assinaram um acordo para fomentar pesquisas em saúde de interesse mútuo, denominado Grand Challenges Brasil (GC-Brasil).
Objetivos
O objetivo deste estudo foi analisar o fomento à pesquisa no âmbito da cooperação do Grand Challenges Brasil, por meio de chamadas públicas, no período de 2013 a 2020.
Metodologia
Para analisar o fomento das pesquisas selecionadas no GC-Brasil foi realizado um estudo descritivo com abordagem quantitativa utilizando dados secundários obtidos no repositório Pesquisa Saúde. Nesta pesquisa foram usados os descritores: Fomento nacional, Fundação Bill e Melinda Gates e Grand Challenges, em dezembro de 2023. Para complementação de informações ausentes no repositório foram utilizados documentos internos do Ministério da Saúde (MS) e documentos disponíveis no Sistema Eletrônico de Informações (SEI). Foram analisados o número de pesquisas financiadas, recursos investidos por chamada por ano e a quantidade de pesquisa por UF e Região.
Resultados
O GC-Brasil realizou 6 chamadas públicas em 2013, 2014, 2018 (2), 2019 e 2020, com 71 pesquisas e R$ 48,78 milhões investidos, apesar da descontinuidade entre 2015 e 2017. A média foi de 11,8 pesquisas por chamada. As chamadas de 2018 e de 2020 tiveram os menores investimentos (média: R$ 5,1milhões) por ser financiamento semente de até US$ 100 mil/pesquisa.
Os resultados da distribuição geográfica das pesquisas mostraram maior concentração no Sudeste do país, especialmente em SP e RJ, cenário frequentemente relatado, seguido pela região Sul. Já o Centro-Oeste apresentou o menor número de pesquisas, restritas ao DF. Ainda assim, todas as regiões foram contempladas no GC-Brasil.
Conclusões/Considerações
A formação de parcerias internacionais tem o potencial de ampliar o volume de recursos disponíveis ao país para a ciência. Este estudo revelou que, pela parceria entre o MS e a FBMG, o Grand Challenges Brasil foram investidos R$ 48,78 milhões em 71 pesquisas voltadas para desafios globais de saúde. Contudo, ainda falta equidade de investimento em pesquisa nas regiões brasileiras, com concentração científica e tecnológica no Sudeste do Brasil.
CARACTERIZAÇÃO DOS ATORES ENVOLVIDOS NA PROGRAMAÇÃO DAS INTERVENÇÕES DE VACINAÇÃO DA REGIÃO URBANA AMAZÔNICA A LUZ DA AGENDA DE IMUNIZAÇÃO 2030
Pôster Eletrônico
1 UFPA
Apresentação/Introdução
Ações de vacinação são amplamente reconhecidas como as mais eficazes e de custo-benefício para a prevenção de doenças transmissíveis em escala global. Nesse contexto, a Agenda de Imunização 2030 (IA 2030) é um marco global fundamentada nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável que orienta esforços rumo a serviços mais equitativos e sustentáveis com ênfase na valorização dos cuidados primários.
Objetivos
Analisar os parceiros envolvidos referido nos instrumentos municipais a respeito da vacinação pertencentes à Região de Saúde Metropolitana I do Pará com base na convergência às diretrizes da IA 2030.
Metodologia
Descritivo, qualitativo, de investigação documental relacionado as intervenções de vacinação. Estudou cinco municípios que pertencem à região de saúde Metropolitana I do Pará: Ananindeua, Belém, Benevides, Marituba e Santa Bárbara do Pará. Desenvolvido em etapas como pré-análise, exploração do material e análise propriamente dita com base nas evidências normativas da IA 2030 e científicas. Foram extraídos em documentos e relatórios oficiais de exercício de 2022 com o período de inclusão na plataforma do dia 01 de janeiro de 2021 a 31 de dezembro de 2023. A fonte foi Sala de apoio à Gestão Estratégica. O uso de dados de domínio público dispensou a submissão no Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados
Embora a autoridade sanitária municipal atribua como tarefa concentrada na vigilância, a região desenvolve timidamente a mudança de paradigma, ao prever a responsabilidade com integração com demais setores relacionados à Atenção Primária, a exemplo das áreas a saúde materna e infantil, dos adolescentes, nas escolas. Os atores externos, nota-se a conexão do financiamento e apoio técnico entre entes, ou seja, as secretarias municipais com secretaria estadual e Ministério da Saúde. Há a pouca descrição das instâncias deliberativas-consultivas, instituições controladoras e de ensino. Por outro lado, sugerem a participação da sociedade civil. Isso configura uma frágil descrição dos envolvidos.
Conclusões/Considerações
Portanto, na Amazônia persiste o alto risco para ocorrência de surtos por doenças preveníveis por vacina. É necessário o aperfeiçoamento da democratização das informações como prioridade sanitária a fim de tornar plenamente acessíveis ao debate. Além disso, considerar uma Gestão Social, na racionalidade comunicativa, pode proporcionar uma base gerencial sólida, pautada na cooperação e o compartilhamento de responsabilidades alinhados a IA 2030.
NECESSIDADES EM SAÚDE E SEUS DETERMINANTES NA UTILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE: CONSTRUÇÃO DE UM MODELO TEÓRICO PARA QUALIFICAÇÃO DO ACESSO A MEDICAMENTOS
Pôster Eletrônico
1 FURB
Apresentação/Introdução
A utilização dos serviços de saúde é influenciada por múltiplos fatores, incluindo sociodemográficos, necessidade, percepção, crenças individuais, características de organização e financiamento do sistema de saúde. Nesse contexto, o acesso ocorre quando o indivíduo consegue uma resposta positiva do sistema às suas necessidades de saúde.
Objetivos
Construir e validar um modelo teórico que relacione as necessidades em saúde com os determinantes da utilização dos serviços de saúde, na perspectiva do acesso a medicamentos, no contexto do SUS.
Metodologia
Trata-se de um estudo exploratório estruturado em três etapas: revisão de literatura (narrativa e escopo); elaboração e validação do modelo teórico; e análise empírica. A revisão narrativa possibilitou compreender o cenário e identificar determinantes que impactam o acesso aos medicamentos no SUS, resultando em um modelo teórico preliminar conforme as categorias de necessidades: sentida, expressa, comparativa e normativa. A revisão de escopo da literatura irá fundamentar a proposta de modelo que passará por avaliação e validação com especialistas da área. Por último, será realizada uma análise empírica com base no modelo desenvolvido, utilizando dados do estudo SHIP-Brazil.
Resultados
Foi elaborado um esboço inicial do modelo teórico conforme a classificação das necessidades em saúde, após a revisão narrativa. A revisão de escopo está em andamento, seguindo as orientações do JBI e estratégia PCC. Pergunta norteadora: “Qual a relação entre as diferentes necessidades e o acesso aos medicamentos?”. Busca realizada nas bases PubMed, Scielo, LILACS, Scopus e Embase, resultando em 5449 artigos, onde 1506 estavam duplicados. Os 3943 artigos restantes estão em fase de triagem, com avaliação independente de dois revisores, conforme critérios definidos. Achados preliminares indicam barreiras sociodemográficas, custos e políticas nacionais/internacionais como barreias ao acesso.
Conclusões/Considerações
Os próximos passos incluem a leitura na íntegra dos estudos selecionados, mapeamento dos dados e apresentação dos resultados conforme o fluxograma PRISMA-ScR. O modelo teórico final, após ser validado, servirá como orientador de condutas e redirecionador de práticas, contribuindo para transformar o cenário do acesso e utilização de medicamentos no contexto do SUS.
REVISÃO DOS MARCOS LEGAIS DO PLANEJAMENTO DO SUS COM VISTAS À SUA SIMPLIFICAÇÃO, MODERNIZAÇÃO E ATUALIZAÇÃO
Pôster Eletrônico
1 Pesquisadora (bolsista) do Projeto LegiSUS por meio do Programa de Direto Sanitário – PRODISA, da Fundação Oswaldo Cruz Brasília.
2 Professora, Departamento de Saúde Coletiva, Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil.
3 Coordenadora, Programa de Direito Sanitário, Fundação Oswaldo Cruz, Brasília, DF, Brasil.
Apresentação/Introdução
O Projeto LEGISUS, desenvolvido pelo Programa de Direito Sanitário da Fiocruz Brasília e financiado pelo DGIP/SE/MS, revisou consolidou e propôs atualização dos atos normativos do SUS inferiores a decreto. Uma das metas teve como objeto a revisão dos marcos legais do Planejamento do SUS com vistas à sua simplificação, modernização e atualização, tendo como suporte os marcos do Direito Sanitário.
Objetivos
Identificar e analisar os marcos legais do Planejamento do SUS com vistas à identificação de coerência ou superposição no regramento definidos nos documentos jurídicos legais e infralegais vigentes para o tema.
Metodologia
Foi realizado um estudo descritivo e analítico de base documental jurídica e suporte nos marcos do Direito Sanitário. Foram tomadas como fontes as normas que compõem o marco legal de planejamento a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988 e as seguintes normas do SUS: a RC/CIT/ nº 1 e as seis portarias consolidadas do Ministério da Saúde, editadas em 2017 (PRCs 1– 6). Com base nesses normativos, foram desvelados os elementos da normatização sobre planejamento no âmbito político-jurídico da esfera federal.
Resultados
As análises demonstraram inúmeras inconsistências, ausências e/ou sobreposições de comandos, como nos exemplos a seguir. PRC1 a definição de elaboração do Plano Quinquenal de Investimento da Rede, legalmente previsto, encontra-se ausente; PRC2 os Planos Diretor de Regionalização e Diretor de Regionalização e Investimentos encontram-se presentes, embora em desuso; PRC3 o prazo para elaboração do Plano Regional encontra-se ausente; PRC4 e 5 para organização de sistemas e redes de atenção os termos região, regional, regionalizada, espaço geográfico, macrorregião e macrorregional são mencionados com vários sentidos e recortes; PRC6 a exigência de adesão ao Pacto pela Saúde, encontra-se presente.
Conclusões/Considerações
As normas que compõem o Ciclo do Planejamento do SUS devem garantir que o comando constitucional de garantia do direito à saúde seja efetivado. Os achados indicam que devem ser corrigidas lacunas normativas, superposições e contradições presentes nas normas infralegais, garantindo uniformidade entre o ciclo do Planejamento Governamental e Planejamento em Saúde e os elementos de autonomia e articulações interfederativas no Planejamento em Saúde.
ANÁLISE DA AÇÃO DE SAÚDE OCULAR DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA NAS REGIÕES DO BRASIL DE 2020 A 2024: UM ESTUDO ECOLÓGICO
Pôster Eletrônico
1 UFMA
2 FPMC
3 UNDB
Apresentação/Introdução
As doenças oftalmológicas representam um desafio para a saúde pública, afetando 285 milhões de pessoas. No Brasil, 3,4% da população tem deficiência visual, situação agravada pelas desigualdades regionais no acesso aos serviços especializados. O Programa Saúde na Escola (PSE) busca promover a integração entre saúde e educação, com ações voltadas à prevenção de agravos visuais em escolares.
Objetivos
Este estudo teve como objetivo analisar as práticas de saúde ocular desenvolvidas no âmbito do Programa Saúde na Escola nas diferentes regiões do Brasil entre os anos de 2020 e 2024.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, descritivo, baseado em dados extraídos do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB), oriundos das fichas de atividade coletiva do e-SUS AB. Foram avaliadas as quantidades de atividades e participantes por região, bem como as coberturas percentuais. Aplicaram-se análises descritivas, testes estatísticos de Friedman e Kruskal-Wallis e correlação de Spearman. Os dados foram analisados e permitiram avaliar tendências e variações regionais no período.
Resultados
Os resultados indicaram crescimento progressivo e estatisticamente significativo nas ações de saúde ocular após a queda observada em 2020, devido à pandemia de Covid-19. O Sudeste apresentou os maiores volumes de atividades e participantes, seguido pelo Nordeste. Apesar das desigualdades regionais na disponibilidade de oftalmologistas, a região Nordeste mostrou avanços importantes em iniciativas regionais, como os programas em Pernambuco e Bahia, evidenciando avanços mesmo com limitações. Observou-se correlação forte entre o número de atividades e de participantes (r > 0,78; p < 0,001), reforçando a importância da ampliação das ações para o aumento do acesso.
Conclusões/Considerações
Dessa forma, entre 2020 e 2024, houve avanço nas ações de saúde ocular no PSE, com maior número de atividades e participação. Esse progresso reflete o fortalecimento das políticas públicas no cuidado oftalmológico. No entanto, persistem desigualdades regionais, especialmente no Norte e Centro-Oeste, exigindo estratégias específicas e maior integração entre saúde e educação para ampliar a prevenção da deficiência visual no Brasil.
GOVERNANÇA DE REDES DE SERVIÇOS E AÇÕES PARA O ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NO ESTADO DA BAHIA.
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ
2 Instituto Aggeu Magalhães - IAM/Fiocruz Pernambuco
Apresentação/Introdução
A pandemia de covid-19 evidenciou a importância da governança de redes de ações e serviços como pilar estratégico de resposta em saúde pública. Este estudo aborda a articulação entre esferas do SUS na Bahia, destacando como a integração e a coordenação das ações foram essenciais para a resposta à emergência sanitária e para o fortalecimento da gestão descentralizada no SUS.
Objetivos
Analisar as práticas de governança de redes de serviços e ações de saúde articulados para o enfrentamento da covid-19 na Bahia, com foco em coordenação federativa, estratégias colaborativas e fortalecimento da capacidade de resposta em crises.
Metodologia
Trata-se de estudo descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com atores-chave do SUS e análise documental de planos, relatórios e protocolos relacionados à resposta à covid-19 na Bahia. Utilizou-se triangulação de dados e análise de conteúdo para interpretação dos achados. A amostra foi definida por saturação empírica. A categorização considerou o modelo teórico de Agranoff e McGuire, articulando aspectos como constituição, organização, coordenação e motivação das redes. O estudo buscou compreender a dinâmica institucional e a efetividade das práticas de governança em contexto emergencial. O estudo foi aprovado por comitê de ética.
Resultados
Os achados revelam avanços e limitações na governança das redes estaduais, marcadas pela fragmentação federativa e desafios de coordenação. Iniciativas como o Tele Coronavírus e arranjos locais foram destacadas positivamente. As parcerias público-privadas tiveram papel ambíguo, ora potencializando ações, ora gerando tensões. A análise evidenciou a necessidade de governança mais integrada, com comunicação efetiva e responsabilização clara entre os entes federativos. A criação de comitês de crise e protocolos compartilhados fortaleceu a resposta. As diretrizes propostas reforçam inovação, flexibilidade e equidade na gestão de futuras emergências sanitárias.
Conclusões/Considerações
A experiência baiana demonstrou que, mesmo diante da fragmentação político-institucional, a coordenação intergovernamental e a mobilização rápida foram essenciais. A governança em rede mostrou-se fundamental para mitigar impactos da pandemia. Recomenda-se ampliar a integração federativa, incorporar tecnologias de gestão, investir em alertas precoces e promover equidade. O modelo proposto contribui para respostas mais resilientes e justas.
A INFLUÊNCIA DO TEMPO DE ESPERA NO ABSENTEÍSMO EM CONSULTAS DO SISTEMA PÚBLICO EM UM MUNICÍPIO DO SUL DE SANTA CATARINA
Pôster Eletrônico
1 Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)
2 Fundo Municipal de Saúde de Tubarão
Apresentação/Introdução
O absenteísmo é um problema recorrente no serviço de saúde pública, interrompe o planejamento assistencial e gera repercussões negativas na gestão e na qualidade dos serviços de saúde. Esse fenômeno representa um desafio para a eficiência do sistema de saúde, exigindo estratégias que identifiquem quais as principais causas e efeitos associados.
Objetivos
Este estudo objetiva avaliar a influência do tempo de espera dos usuários nas taxas de absenteísmo em um município de Santa Catarina.
Metodologia
Estudo transversal realizado na Central de Regulação de um município do Sul de Santa Catarina, com base em dados anonimizados do SISREG, para garantir a privacidade e a confidencialidade das informações dos pacientes, conforme previsto na LGPD. Os dados referem-se ao período de abril de 2024 a março de 2025. As variáveis analisadas foram: presença/ausência do paciente, especialidade, classificação de risco e tempo de espera. Foram incluídos apenas registros completos, sendo excluídos dados duplicados ou inconsistentes. A amostra mínima estimada foi de 380 consultas. A análise foi realizada no software SPSS 20.0, adotando-se p<0,05 como nível de significância estatística.
Resultados
Das áreas com maior taxa de absenteísmo - psicologia (76%), fisioterapia (58,7%) e colonoscopia (47,4%) - ressaltam-se com maior espera a fisioterapia e a psicologia. Quanto às especialidades médicas com maior abstenção - reumatologia (41,6%), dermatologia (40,5%), neurologia (37,5%), pediatria (37,4%) e ginecologia (33,5%) - destacam-se com maior fila de espera, ginecologia e neurologia na classificação azul; dermatologia e reumatologia na verde, fenômeno que repete-se na classificação amarela. Na classificação vermelha, apenas neurologia. Após análise estatística, verificou-se correlação positiva significativa entre o absenteísmo e o tempo de espera para consultas (r=0,519; p=0,001).
Conclusões/Considerações
O presente trabalho confirma o tempo de espera como fator predisponente para a manutenção do absenteísmo. A compreensão deste fenômeno permite uma melhor visão do perfil absenteísta e das reais necessidades da população estudada, enfatizando a importância de políticas e ações que reduzam o intervalo de espera do usuário. Os resultados apresentados abrem caminhos para pesquisas que investiguem os fatores associados ao tempo de espera.
UTILIZAÇÃO E IMPORTÂNCIA ATRIBUÍDA AO SUS: FREQUÊNCIA, BENEFÍCIOS PERCEBIDOS E AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS
Pôster Eletrônico
1 UNEMAT
Apresentação/Introdução
O Sistema Único de Saúde (SUS) é reconhecido como o maior sistema público de saúde do Brasil e um dos maiores do mundo em abrangência e universalidade. A experiência dos cidadãos no uso cotidiano dos serviços de saúde revela não apenas o grau de acesso e resolutividade das ações ofertadas, mas também os desafios enfrentados em termos de qualidade, acolhimento e continuidade do cuidado.
Objetivos
Analisar a frequência de uso, os benefícios percebidos e a avaliação dos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde a partir da perspectiva dos usuários.
Metodologia
Estudo quantitativo, de caráter descritivo (CAAE: 73770123.5.0000.5166), realizado em um município mato-grossense no ano de 2024, durante o período das eleições municipais. Os participantes foram eleitores com 18 anos ou mais, residentes e votantes no município, abordados por meio de um formulário estruturado. Amostragem garantiu a representatividade, considerando critérios de distribuição etária, sexo, proporcional às características demográficas, conforme dados TSE e IBGE. Análise realizada no SPSS, versão 21. Os resultados foram organizados e apresentados em tabelas com frequências e proporções observadas.
Resultados
Participaram do estudo 704 eleitores, sendo 680 (96,6%) usuários do SUS e 24 (3,4%) não usuários. Quanto à frequência de uso 293 (41,6%) usam mensalmente, 284 (40,3%) ocasionalmente, 119 (16,9%) raramente e 8 (1,1%) nunca. Consideram o SUS muito importante 384 (54,5%), importante 296 (42%), pouco importante 22 (3,1%) e nada importante 2 (0,3%). Entre os benefícios relatam o atendimento médico 430 (61,1%), vacinação 422 (59,9%), medicamentos 300 (42,6%), urgência (406 – 57,7%), ESF 156 (22,6%), odontologia 106 (15,1%) e exames laboratoriais e de imagem 128 (18,2%). Na avaliação excelente 82 (11,6%), bom 297 (42,2%), regular 283 (40,2%), ruim 30 (4,3%) e péssimo 12 (1,7%).
Conclusões/Considerações
Resultados evidenciam que o SUS desempenha um papel central na vida da população, e os benefícios refletem a diversidade e a capilaridade das ações do SUS. No contexto eleitoral, esses dados assumem um significado ainda mais relevante pois pode influenciar as decisões políticas, sobretudo na escolha de candidatos comprometidos com a valorização e o fortalecimento das políticas públicas de saúde.
ANÁLISE DOS PLANOS MUNICIPAIS DE SAÚDE (PMS) DA MACRORREGIÃO LESTE DA BAHIA: CONFORMIDADE COM A PORTARIA Nº 2.135/2013 GM/MS E INCORPORAÇÃO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE (VS)
Pôster Eletrônico
1 Secretaria da Saúde do Estado da Bahia
Apresentação/Introdução
A Portaria GM/MS nº 2.135/2013 estabelece requisitos mínimos para a elaboração dos Planos de Saúde (PS) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), buscando garantir que a gestão em saúde seja orientada para a integralidade da atenção. Dentre esses requisitos, destacam-se a análise situacional, a definição de diretrizes, objetivos, metas e indicadores (DOMI), e o processo de monitoramento e avaliação.
Objetivos
Analisar os Planos de Saúde dos municípios da macrorregião leste da Bahia, verificando sua conformidade com os requisitos estabelecidos na Portaria GM/MS nº 2.135/2013 e a inserção das ações de VS na DOMI.
Metodologia
A abordagem adotada foi baseada em estudo descritivo e documental, realizado por meio da análise de 9 Planos de Saúde vigentes (2022–2025) dos municípios da macrorregião leste da Bahia com mais de 50.000 habitantes. Foram utilizados como critérios de análise os elementos exigidos no Art. 3º, §3º da Portaria GM/MS nº 2.135/2013, incluindo: (I) a análise situacional (estrutura do sistema de saúde, redes de atenção, condições sociossanitárias, fluxos de acesso, recursos financeiros, gestão do trabalho e da educação, ciência e tecnologia - CTI), (II) a definição de metas e indicadores e (III), o processo de monitoramento e avaliação além da incorporação de VS em suas diretrizes (IV).
Resultados
Os PMS dos municípios da macrorregião leste da Bahia apresentam o diagnóstico situacional (100%), embora, em alguns casos, de forma superficial. As redes de atenção diferem entre os PS; os recursos financeiros são pouco detalhados e os fluxos de acesso mal definidos. Os critérios completos das DOMI constam em sete municípios (77,8%), embora sem indicadores mensuráveis. 9 municípios (100%) contemplam a vigilância epidemiológica em seus PS, 8 (89%) mencionam ações de vigilância sanitária, vigilância ambiental e em saúde do trabalhador. Apenas 3 municípios (33%) fazem referência à vigilância de emergências em saúde pública. Observa-se incipiência do processo de monitoramento e avaliação.
Conclusões/Considerações
Os resultados demonstram que, embora alguns componentes fundamentais dos PS estejam contemplados, ainda há lacunas significativas, principalmente no que diz respeito aos recursos financeiros, a incorporação da ciência, tecnologia e inovação, e organização dos fluxos de acesso. Assim, considera-se que esses fatores podem comprometer a padronização e a efetividade do planejamento regional no âmbito do SUS. Além disso, nota-se a incorporação da VS nos PMS.
TRAJETÓRIA DO FORTALECIMENTO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE NA GESTÃO ESTADUAL DA BAHIA: ANÁLISE TEMPORAL DOS PLANOS DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA
Apresentação/Introdução
A Vigilância em Saúde (VS) é um componente estratégico do Sistema Único de Saúde (SUS), e deve estar integrada ao planejamento em saúde de forma articulada, regionalizada e pactuada entre os entes federativos. Este estudo realiza uma análise dos Planos Estaduais de Saúde, destacando como a gestão incorporou prioridades, metas, iniciativas e recursos direcionados à consolidação da VS ao longo dos anos.
Objetivos
Analisar os planos estaduais de saúde da Bahia, referentes aos períodos 2016–2019, 2020–2023 e 2024–2027, identificando as prioridades, a estruturação dos programas, o volume de recursos e as temáticas de VS previstas em cada documento.
Metodologia
Trata-se de pesquisa exploratória com abordagem mista, por meio de análise documental dos Planos Estaduais de Saúde da Bahia (PES) (2016–2019, 2020–2023 e 2024–2027), disponíveis no portal da Secretaria da Saúde do Estado. Na vertente quantitativa, registaram- se orçamentos totais e valores alocados para VS, além da contagem de metas, iniciativas e ações, permitindo uma comparação temporal. Na vertente qualitativa, as ações foram categorizadas em temáticas (vigilância sanitária, ambiental, do trabalhador, epidemiológica e laboratorial), analisou-se a estrutura organizacional e padrões de regionalização e descentralização, para identificar avanços e a evolução estratégica da VS na Bahia.
Resultados
A análise comparativa dos planos revelam variações na nomenclatura, organização e detalhamento. Nos planos referentes a 2016-2019 e 2020-2023, a estruturação ocorre por meio de Programa, Compromissos, Metas, Iniciativas e Ações. No PES 2024-2027, observa-se uma organização por Diretrizes, Objetivos, Metas e Indicadores. Além disso, a quantidade de ações varia entre os planos. As temáticas envolvem regionalização, vigilância laboratorial, ambiental, epidemiológica, do trabalhador, educação em saúde, imunizações, situações de emergência e sistema sanitário estadual. O PES 2020-2023 não contemplou ações específicas direcionadas para eventos imprevisíveis de grande magnitude.
Conclusões/Considerações
A análise evidenciou detalhamento progressivo das ações de incorporação da VS nos instrumentos de planejamento estadual. Observa-se um maior detalhamento e territorialização das ações. Contudo, os desafios persistem na consolidação da intersetorialidade. Assim, o fortalecimento da capacidade técnica e da governança é essencial para aprimorar o uso dos instrumentos de planejamento como ferramenta estratégica para o SUS.
FATORES CRÍTICOS PARA INSTITUCIONALIZAÇÃO DO USO DE EVIDÊNCIAS EM ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Instituto de Saúde
2 Fiocruz Brasília
3 Hospital Sírio Libanês
4 UFSCAR
Apresentação/Introdução
A formulação e implementação de políticas públicas de saúde enfrentam desafios crescentes, impulsionados por fatores como transição demográfica/epidemiológica, limitação de recursos e necessidade de respostas rápidas. A tomada de decisão informada por evidências emerge como processo estratégico, para que decisões sejam bem fundamentadas por evidências científicas, empíricas e contextuais.
Objetivos
Mapear fatores críticos para processos sustentáveis de institucionalização da tomada de decisão informada por evidências em organizações de saúde pública.
Metodologia
Uma síntese interpretativa crítica rápida foi realizada, a partir de um protocolo de pesquisa prévio. Foram incluídas revisões sistemáticas, de escopo e narrativas e overviews de revisões sistemáticas, documentos, ferramentas e diretrizes institucionais. As buscas foram realizadas entre abril e julho de 2024, em bases indexadas. A seleção foi feita por dois grupos de revisores, de forma independente. Vinte estudos foram incluídos. Os dados foram extraídos por um grupo e revisados por um segundo grupo de revisores. Os achados foram categorizados segundo o framework de Kuchenmüller et al. (2022).
Resultados
Os achados foram agrupados em seis dimensões: Governança, incluindo diferentes arranjos organizativos para alcançar a institucionalização das políticas informadas por evidências (PIE): Processos padronizados e rotinizados para garantir produtos e processos de tradução do conhecimento de alta qualidade; Liderança e compromisso, com capacidade de influenciar a adoção duradoura de PIE; Recursos humanos, financeiros, materiais e de informação essenciais para a produção e reprodução das estruturas sociais; Parcerias, ação coletiva e apoio para a resolução de problemas; Cultura, incluindo valores básicos, pressupostos, artefatos e crenças considerados válidos em práticas diárias.
Conclusões/Considerações
Entre os fatores críticos, foram identificadas questões relacionadas ao contexto de implementação que devem ser consideradas, uma vez que interesses políticos e econômicos, bem como outros específicos das organizações de saúde, figuram como importantes desafios para a institucionalização da tomada de decisão informada por evidências. Observa-se a necessidade de uma discussão sobre monitoramento e avaliação de PIE e TDIE em sistemas de saúde.
O PAPEL DOS CONSELHOS DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE NA GESTÃO DO SUS: O CASO DO RIO DE JANEIRO
Pôster Eletrônico
1 Cosems/RJ
2 IMS/Uerj
3 Unifase
Apresentação/Introdução
O estudo analisa a atuação do Cosems/RJ na gestão do SUS, destacando sua trajetória, institucionalidade e papel técnico-político. A pesquisa parte da constatação da escassez de estudos sobre o Cosems/RJ, apesar de sua centralidade na dinâmica federativa da saúde fluminense, especialmente diante das fragilidades históricas da Secretaria de Estado de Saúde (SES/RJ).
Objetivos
Compreender o papel do Cosems/RJ no âmbito da gestão do SUS no estado do Rio de Janeiro, com base na história a ser levantada, na estrutura organizacional e forma de funcionamento e no exame das ações estratégicas desenvolvidas pela instituição.
Metodologia
A pesquisa adotou abordagem qualitativa, com triangulação metodológica: revisão bibliográfica, análise documental e realização de entrevistas semiestruturadas com 21 atores estratégicos, incluindo ex-presidentes, assessores e gestores municipais de saúde. O trabalho contextualiza o federalismo sanitário brasileiro, a descentralização do SUS e os conselhos de secretarias municipais como espaços de representação e negociação intergestores. A análise das entrevistas seguiu critérios de saturação teórica e categorização temática, assegurando o rigor da pesquisa qualitativa. O cenário analisado abrange a trajetória histórica do Cosems/RJ, seus mecanismos de governança e estratégias institucionais.
Resultados
Os resultados evidenciam que o Cosems/RJ ultrapassa sua função representativa, consolidando-se como ator político e técnico relevante. A entidade fortaleceu sua atuação na CIB/RJ, coordenou ações durante a pandemia frente à ausência de protagonismo da SES/RJ, promoveu a Estratégia dos Apoiadores Regionais e publicou o Manual do Gestor Municipal do SUS. Destacam-se também parcerias com universidades, como UERJ e Fiocruz, e a criação de espaços de troca e produção de conhecimento. O estudo aponta que o Cosems/RJ assumiu papel de liderança regional, sendo acionado por gestores municipais como referência técnico-política em contextos de crise.
Conclusões/Considerações
O Cosems/RJ se consolidou como instância estratégica na gestão do SUS, especialmente pela articulação entre os municípios e pelo enfrentamento às instabilidades institucionais da SES/RJ. Sua atuação vai além da representação municipal, posicionando-se como espaço de construção de consensos, mobilização política e defesa do SUS. A pesquisa contribui para preencher lacunas na literatura e destaca a relevância dos Cosems na governança do SUS.
PERFIL E TENDÊNCIA DE VINCULAÇÃO ENTRE USUÁRIOS DE PREP, IPATINGA, MINAS GERAIS (2024-2025)
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal de Ipatinga
Apresentação/Introdução
A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), incorporada à estratégia de prevenção combinada, apresenta eficácia comprovada na prevenção da infecção pelo HIV em populações vulneráveis. Em Ipatinga, Minas Gerais, foi implementada em março de 2024 e é referência para a região de saúde. A análise após um ano de implementação visa caracterizar o perfil dos usuários e vinculação ao serviço para subsidiar ações futuras.
Objetivos
Descrever características sociodemográficas e práticas preventivas entre usuários de PrEP vinculados ao município de Ipatinga/MG; e analisar a série histórica de vinculação no primeiro ano de implementação do serviço.
Metodologia
Estudo descritivo, utilizando dados de prontuários dos usuários de PrEP em seguimento no município entre março de 2024 a março de 2025. Usuários cadastrados que não iniciaram o acompanhamento foram excluídos. Foram analisadas variáveis sociodemográficas, relacionadas a práticas preventivas, histórico de saúde e ao uso de PrEP. Adesão avaliada entre usuários da modalidade diária. Obtenção de medidas sumárias das variáveis e análise de tendência por regressão linear considerando o tempo em meses. Análises realizadas com o software R, versão 4.3.2.
Resultados
Ao todo, 120 usuários; 72,5% residem no município. Em média jovens adultos (34,4 anos; DP=9,5), predomínio de homens cisgênero (86,6%), homens que fazem sexo com homens (92,5%), brancos (45,2%), escolaridade superior (50%). Frequente uso de substâncias (65%) incluindo chemsex (2,7%). Grande parte (60%) relata parceria sexual múltipla e 58% têm parceria sorodiferente indetectável. Uso de preservativo (19,3%), histórico de profilaxia pós-exposição (25,3%) e de infecções sexualmente transmissíveis (22,7%). Modalidade diária (86,6%) com adesão de 55,6%. Em média, 10,5 vinculados por mês (DP = 4,7); tendência de crescimento (ꞵ=0,76; p-valor=0,02) oscilações pontuais e posterior incremento (12,5%).
Conclusões/Considerações
Análise do primeiro ano evidencia pontos fortes como vinculação crescente e alcance de populações prioritárias. Aponta para o fortalecimento de ações que enfatizem o uso combinado de estratégias preventivas e que visem à captação de populações vulneráveis como trabalhadores do sexo, pessoas transgênero e com menor escolaridade, de forma a qualificar a oferta do serviço e ampliar o alcance.
FUNÇÃO APOIO: AGENCIANDO PRODUÇÃO DO CUIDADO AMPLIADO E COMPARTILHADO EM UM SERVIÇO ESPECIALIZADO DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Unicamp
2 Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo
Apresentação/Introdução
O apoio institucional na Política de Humanização é uma proposta do Sistema Único de Saúde que visa inovar os modos de intervir, superando os principais desafios do processo de trabalho dos profissionais que impactam na produção do cuidado ao usuário, relacionado às práticas assistenciais focadas no modelo biomédico, centrado em consultas médicas principalmente nos serviços especializados de saúde.
Objetivos
Analisar como a função apoio contribui para mudança de modelo de gestão e atenção no cuidado envolvendo usuários do ambulatório da linha de cuidados de diabetes tipos 1 e 2.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa intervenção, qualitativa com observação participante em grupo. O cenário escolhido foi um serviço especializado do SUS, Ambulatório Médico de Especialidades (AME), com convite a duas unidades de Estratégia Saúde da Família (eSF) e dois usuários do sexo masculino (M1 e M2) do município de Bauru (caracterizado como sendo município de grande porte na região centro-oeste Paulista) que estavam sendo acompanhados no ambulatório da linha de cuidados do diabetes, tendo como ênfase a contribuição da função apoio em relação a ampliação da clínica e produção do cuidado de forma compartilhada, fomentando a tríplice inclusão (gestores, trabalhadores e usuários).
Resultados
A função apoio revelou-se essencial para ampliar o cuidado, questionar o modelo biomédico e fortalecer vínculos entre serviços e usuários. A escuta das singularidades de M1 e M2 possibilitou a construção de PTS mais sensíveis à vida real. A atuação do apoiador favoreceu o trabalho em rede e valorizou o usuário como agente ativo na produção do cuidado, rompendo com lógicas prescritivas e reforçando o cuidado compartilhado e centrado na integralidade do sujeito.
Conclusões/Considerações
A função apoio mostrou-se essencial para fortalecer práticas centradas no usuário, ampliando o cuidado e mediando relações de poder no SUS. Cada sujeito é único, e acolhê-lo em sua totalidade é o caminho para práticas mais efetivas e humanas. O desafio é construir redes solidárias que valorizem vidas e produzam saúde de forma compartilhada e corresponsável.
UNIDADES DE DIAGNÓSTICO, TERAPIA E REABILITAÇÃO PARA ATENDIMENTO SUS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO/SP: UM LEVANTAMENTO VIA CNES
Pôster Eletrônico
1 PPGSC/UFES
Apresentação/Introdução
De acordo com Ministério da Saúde, unidades de diagnóstico, terapia e reabilitação são locais de atividades isoladas para auxiliar de forma complementar o tratamento de pacientes. O Brasil possui um regime de complementaridade na rede de serviços do SUS, o município de São Paulo é o que mais dispõe de estabelecimentos na região sudeste, logo requer maior estudo e mais aprofundamento.
Objetivos
Identificar as unidades de diagnóstico, terapia e reabilitação por natureza jurídica para atendimento SUS no município de São Paulo.
Metodologia
Estudo qualitativo, descritivo e exploratório por meio de coleta no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES durante os meses de março e abril de 2025 no estado de São Paulo com recorte para a capital, sendo coletado o nome dos estabelecimentos, as fichas de cadastro, identificado o tipo e natureza jurídica (administração pública, entidades empresariais, entidades sem fins lucrativos, organizações internacionais/outras e pessoas físicas).
Os dados foram organizados no Excel. Ao final foram recortados e analisados os estabelecimentos cadastrados como unidades de diagnóstico, terapia e reabilitação, analisados com base na literatura.
Resultados
Até o início de abril de 2025 foram identificados 1.506 estabelecimentos cadastrados no município de São Paulo para atendimento SUS. Desses, 59 estavam cadastrados como unidades de diagnóstico, terapia e reabilitação - o equivalente a 3,91% dos estabelecimentos cadastrados.
Dos 59 estabelecimentos, 09 são da administração pública, 40 como entidades empresariais e 10 como entidades sem fins lucrativos.
Corroborando com outros estudos sobre a gestão dos serviços, a participação público-privada no SUS tem sido fomentada em diversas instâncias e segmentos desdobrando na pluralidade de formatos e agentes atuando; destaque nesse caso para instituições com fins lucrativos, empresariais.
Conclusões/Considerações
O SUS é um dos maiores sistema de saúde do mundo e é inegável sua magnitude. No entanto, a relação com o setor privado para provimento de serviços requer estudo, visto que são vastas as parcerias estabelecidas com esse segmento, podendo desdobrar em maior participação do privado que do público como aqui identificado.
ESCASSEZ DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE AUDITORIA MÉDICA NO SUS: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Pôster Eletrônico
1 ESP/MS
2 UFMS
3 SES/MS
Apresentação/Introdução
A auditoria em saúde, em particular a auditoria médica, vem se consolidando como ferramenta estratégica para a governança do SUS. No entanto, sua base científica permanece subdimensionada e fragmentada. Esse estudo revisou a bibliografia e analisou a produção acadêmica nacional sobre o tema publicada entre 2000-2025 e identificou lacunas e assimetrias regionais na produção de conhecimento.
Objetivos
Mapear a produção científica sobre auditoria médica no SUS publicada em bases indexadas, localizar artigos relevantes, destacar subtemas e padrões geográficos.
Metodologia
Revisão bibliográfica nas bases MEDLINE, LILACS e SCIELO publicadas entre 2000-2025 utilizando os descritores “auditoria médica”, “auditoria clínica” e “SUS”. Coleta de dados realizada em março/2025. Após análise criteriosa, foram excluídos estudos internacionais, teses/dissertações não publicadas e pesquisas de outras categorias profissionais. A seleção incluiu análise dos resumos, quantificação de publicações, distribuição geográfica das produções e análise dos temas específicos.
Resultados
Foram identificadas 109 publicações, porém apenas 6 artigos cumpriam os critérios de inclusão (5,5% do universo). Dentre os 6 artigos, cinco originaram-se de instituições do Rio Grande do Sul e um do Ceará. A metade dos artigos (3/6) tratou de auditorias médicas na atenção básica (análise de prontuários, avaliação de programa de saúde da mulher e perfil epidemiológico de gestantes). Um artigo traçou perfil de auditor médico e outro avaliou conhecimento de profissionais de saúde sobre auditoria. Um artigo teve como tema a análise de contas hospitalares de alto custo.
Conclusões/Considerações
A partir das publicações consultadas, pode-se inferir que o foco de trabalho e estudo da auditoria médica tem se transferido das contas hospitalares para programas de saúde em atenção básica. No entanto, esses dados devem ser analisados com cautela, uma vez que o número de publicações é baixo e com grande concentração em um único estado do sul do Brasil. Nota-se que há uma janela de oportunidade de pesquisas nessa área.
MODELOS DE PAGAMENTO POR DESEMPENHO NA APS DE PIRIPIRI (PI): ANÁLISE DO DESIGN E SUAS REPERCUSSÕES
Pôster Eletrônico
1 SMS Piripiri
2 UFPI
Apresentação/Introdução
O pagamento por desempenho (P4P) busca incentivar profissionais a melhorar a qualidade dos serviços, combinando remuneração e resultados. Apesar de amplamente adotado, sua eficácia é controversa, sobretudo pelas diferentes modelagens e contextos de implementação.
Objetivos
Analisar comparativamente os modelos de pagamento por desempenho implementados na Atenção Primária à Saúde (APS) no município de Piripiri (PI), com foco no design, critérios e efeitos.
Metodologia
Estudo descritivo, do tipo estudo de caso, realizado no contexto do município de Piripiri – PI, analisando diferentes programas de P4P implementados entre 2010 e 2022. A coleta dos dados se deu através de pesquisa documental (normativas e documentos dos programas de P4P) e entrevistas com profissionais de saúde da APS que participaram dos programas através de grupos focais. A análise dos dados examinou o design do PIMESF, PMAQ-AB e o Programa Previne Brasil(PPB), utilizando o framework desenvolvido com Kovacs et al. (2020) e aspectos evidenciados nos grupos focais para detalhar o delineamento sobre os programas. A pesquisa foi aprovada por CEP (Parecer: 6.626.728).
Resultados
Foram identificadas fortalezas e fragilidades em cada modelo, com impacto do design no comportamento dos profissionais. O PIMESF, de criação local, mostrou maior adaptação ao contexto e promoveu automonitoramento. O PMAQ-AB destacou-se pela avaliação ampla e incentivo financeiro robusto, enquanto o PPB teve metas rígidas e menor engajamento. Elementos essenciais para melhor implementação incluem adesão voluntária, participação no planejamento, critérios claros de cálculo, pactuação dos incentivos e avaliação contínua. Também foram observados efeitos colaterais como trapaças, manipulação de dados, focalização excessiva em indicadores e escolhas seletivas no cuidado.
Conclusões/Considerações
Os diferentes modelos de P4P revelam que o modo como essas estratégias são desenhadas influencia diretamente seus efeitos. Identificaram-se impactos distintos sobre as práticas das equipes, reforçando que a efetividade desses programas depende de um desenho ajustado ao contexto, participativo e de uma implementação criteriosa.
PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO E ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: MODELO LÓGICO DO PLANEJAMENTO DAS AÇÕES DE IMUNIZAÇÃO NA BAHIA, PARA CRIANÇAS < DE 2 ANOS
Pôster Eletrônico
1 UFBA
Apresentação/Introdução
O alcance de coberturas vacinais adequadas na Bahia configura-se um problema na última década. Apesar da utilização de instrumentos para pactuação das ações de imunização, como a pactuação intefederativa, observa-se a falta de clareza nos documento orientadores do PNI, para a formulação de estratégias de planejamento das ações de imunização.
Objetivos
Identificar e analisar a situação-objetivo das ações do componente Atenção Básica, do Programa Nacional de Imunizações (PNI) da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB) (análise lógica).
Metodologia
A construção do modelo lógico baseou-se nas recomendações do IPEA, 2010, procedendo inicialmente a elaboração da árvore de problemas e a explicação do problema das baixas coberturas vacinais. A estrutura do modelo lógico, a saber, suas dimensões e sub-dimensões, baseou-se numa adaptação do marco de referência proposto pelo Observatório Europeu de Políticas de Saúde para análise de desempenho de sistemas de saúde (OPS.OMS, 2023). O conteúdo do modelo lógico apresentado foi construído a partir dos documentos normativos acerca da imunização no estado da Bahia, caderno de indicadores da Pactuação Interfederativa, documentos normativos do Ministério da Saúde e revisão de escopo.
Resultados
No modelo, o objetivo geral do programa de imunizações é “Ofertar todas as vacinas, com qualidade para as crianças nascidas, tendo meta de alcançar coberturas vacinais de 100% de forma homogênea, nos territórios e municípios”. Para alcance dos objetivos, foram discutidas ações em 4 dimensões: Governança, Infraestrutura, Financiamento e Integração entre Vigilância e APS. Destaca-se no modelo, porém que a existência de fatores externos (variáveis que independem do programa) podem interferir nas dimensões do programa, assim como no alcance dos resultados. Os fatores externos são: hesitação vacinal, contexto municipal e regional (municípios rurais e remotos, cobertura de APS no território).
Conclusões/Considerações
A construção do modelo lógico permite visualizar a situação problema sobre o qual as ações são planejadas. O modelo também permite a elaboração de indicadores que possam mensurar/avaliar as dimensões que estão sendo analisadas
INTEGRAÇÃO ENTRE CUIDADOS PRIMÁRIOS E ESPECIALIZADOS: UM ESTUDO COMPARATIVO BRASIL-PORTUGAL
Pôster Eletrônico
1 UFAL/IHMT/UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA
2 IHMT/UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA
Apresentação/Introdução
Este estudo comparou a coordenação do cuidado entre a Atenção Primária à Saúde e a Atenção Especializada no Brasil e em Portugal, países que possuem sistemas universais de saúde com princípios organizativos semelhantes. Identificaram-se similaridades e diferenças nos sistemas de saúde, nos modelos de regulação e governança, destacando estratégias de integração entre níveis de atenção.
Objetivos
Investigar como Brasil e Portugal formalmente estruturam e operacionalizam a coordenação do cuidado entre a Atenção Primária e a Atenção Especializada, identificando similaridades e diferenças nos modelos de regulação e governança.
Metodologia
Estudo de caso comparativo, por meio de análise documental oficial dos sistemas de saúde de Brasil e Portugal (legislações, diretrizes clínicas e políticas públicas) publicadas entre 2020-2025. A análise visou compreender como os países organizam a integração dos níveis de atenção, considerando regulação, governança e comunicação entre serviços, a partir de 4 eixos: 1) Estrutura organizacional dos sistemas de saúde; 2) Integração entre níveis de atenção e fluxos assistenciais; 3) Protocolos de regulação e governança do acesso a cuidados especializados; 4) Indicadores de desempenho. A comparação permitiu identificar padrões, singularidades e estratégias de coordenação adotadas por cada país.
Resultados
Identificou-se que, no Brasil, a regulação do cuidado é descentralizada, com responsabilidades compartilhadas entre os entes federativos, o que favorece a adaptação local, mas pode gerar desigualdades na efetividade da coordenação. Em Portugal, observou-se maior centralização das diretrizes e políticas no Ministério da Saúde, favorecendo a padronização e integração dos serviços. A presença de prontuários eletrônicos interoperáveis e sistemas de referência fortalece a comunicação entre níveis de atenção no contexto português. Identificou-se, também que a centralização portuguesa favorece a coordenação, enquanto a descentralização brasileira exige maior articulação intergestora.
Conclusões/Considerações
A análise evidenciou diferentes modelos de coordenação do cuidado. A descentralização brasileira proporciona flexibilidade, mas exige estratégias para garantir equidade. A centralização portuguesa favorece a integração, embora enfrente desafios quanto à adaptação local. Ambos os modelos reforçam a importância de ações que equilibrem regulação centralizada e flexibilidade local para melhorar a coordenação entre APS e Atenção Especializada.
MAGNITUDE DAS TAXAS DE NASCIMENTO COM ANOMALIAS CONGÊNITAS EM UMA REGIONAL DE SAÚDE DO ESTADO DO PARANÁ
Pôster Eletrônico
1 UNICENTRO
2 SESA/PR
3 UENP
Apresentação/Introdução
A vigilância das anomalias é uma importante estratégia de saúde pública, a fim de direcionar ações para o diagnóstico adequado, que quando realizado em tempo oportuno, notificado, e com seguimento desde o pré-natal até a assistência após o nascimento são fundamentais para redução da morbimortalidade das crianças com anomalias congênitas.
Objetivos
O objetivo do estudo foi identificar as taxas de nascimentos com anomalias congênitas na 5ª Regional de Saúde do Paraná entre os anos de 2006 e 2024.
Metodologia
Estudo ecológico, com população de 131.314 nascidos vivos constantes no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos, no âmbito da 5ª Regional de Saúde do Paraná, com sede em Guarapuava/PR, composta por 20 municípios, no período de 2006 a 2024. O banco de dados foi disponibilizado pela Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Paraná por solicitação oficial à diretoria da 5ª Regional de Saúde. Os dados foram tabulados por meio software Excel 2023, e analisados por estatística descritiva. A taxa de prevalência de anomalia congênita foi calculada por 1.000 nascidos vivos, e para sua comparação ao longo do tempo foi calculada a diferença relativa entre os anos extremos.
Resultados
Os resultados apontam que houve 996 nascimentos por anomalias congênitas em 131.314 nascimentos totais entre 2006 e 2024, com prevalência de 7,6/1000 nascidos vivos. Em 2006 a taxa das anomalias era de 9,7/1000, para os anos de 2009 até 2014 os números oscilaram entre 7,1 e 8,0/1000. Houve queda em 2015 (6,5/1000), com estabilidade até 2021. Já a partir de 2022 a taxa aumentou para 8,9/1000 e nos anos posteriores tivemos resultados de 11,3 e 12,5/1000. A diferença relativa, de 2006 para 2024, mostrou um aumento de aproximadamente 28,9% na taxa de nascimentos com anomalias congênitas.
Conclusões/Considerações
Os nascimentos com anomalias congênitas vêm aumentando nos últimos anos, o que indica uma tendência preocupante para a saúde pública podendo estar relacionada com fatores ambientais, genéticos ou à assistência de saúde recebida no pré-natal. É necessário um acompanhamento rigoroso para identificar os locais de maior prevalência, os fatores associados e aprimorar as políticas públicas para realizar intervenções necessárias em tempo oportuno.
AVALIAÇÃO DOS ATRIBUTOS ESSENCIAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NA PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Pôster Eletrônico
1 UNICENTRO
2 UENP
3 UEL
Apresentação/Introdução
A Atenção Primária à Saúde é a porta de entrada do Sistema Único de Saúde, oferecendo cuidado integral, contínuo e próximo aos usuários. A qualidade da APS depende da presença de atributos essenciais: acesso, longitudinalidade, integralidade e coordenação. Avaliar esses atributos com base na percepção dos profissionais é essencial para um cuidado resolutivo e centrado nas necessidades das pessoas.
Objetivos
Caracterizar os estudos que avaliam os atributos essenciais da APS no Brasil e descrever a avaliação dos atributos essenciais da APS por meio do PCATool, na perspectiva dos profissionais.
Metodologia
Estudo de revisão integrativa da literatura, direcionada pelo método de Toronto (2020), tendo como pergunta de pesquisa: Como estão avaliados os atributos essenciais da APS, por meio do instrumento PCATool, na perspectiva de profissionais de saúde no Brasil? A busca foi feita nas bases BVS, PubMed, Scopus, Web of Science e Google Acadêmico com a palavra “PCATool”. Foram incluídos estudos originais com texto completo, realizados no Brasil, sem restrição de data. A busca identificou 582 artigos; após remoção de duplicatas e triagem criteriosa, 18 artigos foram analisados. O processo seguiu as diretrizes PRISMA para garantir rigor metodológico, com busca realizada por duas revisoras independentes.
Resultados
A maioria (68,42%) dos estudos foi publicada nos últimos cinco anos, em português, realizados em Estratégia Saúde da Família (ESF), junto a médicos e enfermeiros (52,63%). A longitudinalidade e a coordenação do cuidado foram os atributos com melhores escores, indicando vínculo estabelecido e articulação eficaz entre serviços. O acesso ao serviço foi o mais fragilizado, refletindo barreiras como horários limitados, escassez de profissionais e dificuldade de agendamento. A ESF apresentou melhores resultados em relação às unidades tradicionais. Estudos com usuários reforçam que sua percepção tende a ser mais crítica que a dos profissionais, mas corroboram com fragilidade no acesso.
Conclusões/Considerações
A APS é melhor avaliada em vínculo com o usuário, continuidade e coordenação do cuidado. O acesso ao serviço, no entanto, permanece como o principal desafio, comprometendo a efetividade do cuidado. A ESF demonstrou melhor desempenho geral. A escuta dos profissionais é essencial para o aprimoramento dos serviços. O PCATool se mostrou eficaz na identificação de fragilidades e potencialidades da APS, contribuindo para seu fortalecimento.
CONSTRUCTOS DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO NAS POLÍTICAS NACIONAIS DE SAÚDE DO SUS
Pôster Eletrônico
1 Fundação Oswaldo Cruz, Brasília, Brasil.
2 Centro de Políticas, Direito, Economia e Tecnologias das Comunicações - CCOM/UnB.
Apresentação/Introdução
O monitoramento e avaliação (M&A) são dois elementos essenciais para efetividade das políticas públicas de saúde. O M&A permite accountability (prestação de contas) e a melhoria contínua das políticas. A Emenda Constitucional 109/2021 tornou obrigatória a avaliação de políticas públicas. Este estudo analisa como as políticas nacionais de saúde incorporam elementos de M&A em seu desenho institucional.
Objetivos
Analisar as políticas de saúde a partir da teoria do policy design, identificando elementos que permitem seu monitoramento e avaliação no Sistema Único de Saúde e caracterizando os constructos de M&A presentes nas políticas nacionais.
Metodologia
Estudo descritivo, quali-quantitativo sobre as 50 políticas de saúde positivadas na Portaria de Consolidação GM/MS nº 2/2017 até as atualizações da norma de agosto/2024. A pesquisa realizou tanto análise de frequência simples, quanto análise de conteúdo, segundo Bardin. O eixo avaliativo combinou competências, diretrizes, objetivos, ações estratégicas e capítulos específicos de M&A. Na fase qualitativa, identificaram-se eixos temáticos posteriormente consolidados em constructos principais.
Resultados
Das 50 políticas, 80% originaram-se de portarias ministeriais; 36% não apresentam elementos explícitos de M&A; nas demais, predomina incorporação como objetivos (62%). A responsabilidade é compartilhada entre entes federativos (60%). Identificaram-se quatro constructos: padronização/regulação (48%), monitoramento sistemático (54%), avaliação baseada em evidências (62%) e avaliação ex-post (68%). Apenas 28% incorporam todos os constructos simultaneamente. Políticas de agravos específicos demonstraram maior maturidade (90% com todos os constructos), enquanto políticas mais recentes enfatizam avaliação ex-post e evidências.
Conclusões/Considerações
A análise evidencia necessidade de aperfeiçoamento contínuo dos mecanismos de M&A, destacando-se a importância da revisão periódica das políticas mais antigas para incorporação de elementos avaliativos e desenvolvimento de metodologias específicas considerando as particularidades de cada política. A constitucionalização do M&A demanda maior integralidade desses mecanismos nas políticas de saúde.
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO TRABALHO E EDUCAÇÃO INTERPROFISSIONAL NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE PESQUISA
Pôster Eletrônico
1 Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo
2 Instituto de Saúde Coletiva, Universidade Federal da Bahia
3 Escola Multicampi de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
4 Departamento de Enfermagem, Universidade Federal de São Carlos
5 Curso de Terapia Ocupacional, Universidade Federal da Bahia
Apresentação/Introdução
Relato de pesquisa sobre monitoramento e avaliação do trabalho e educação interprofissional no Sistema Único de Saúde, dada sua contribuição às práticas de saúde e de formação profissional e o acúmulo de experiências avaliativas no cenário global. Há evidências dos efeitos positivos do trabalho em equipe, colaboração e educação interprofissional na qualidade da saúde e da formação profissional.
Objetivos
Delinear as bases teórico conceituais e matriz avaliativa para monitoramento e avaliação da interprofissionalidade no Sistema Único de Saúde, visando contribuir para sua efetividade nas políticas públicas de gestão do trabalho e educação na saúde.
Metodologia
A pesquisa foi estruturada em quatro etapas: A primeira consistiu em uma revisão de escopo para mapear evidências nacionais e internacionais sobre avaliação e monitoramento da interprofissionalidade em saúde. Na segunda, realizou-se análise documental de normativas e publicações do Ministério da Saúde. Em seguida, elaborou-se um modelo lógico, articulando objetivos, ações, produtos e resultados intermediários e finais. Por fim, construiu-se uma matriz avaliativa com dimensões, critérios e indicadores do trabalho e educação interprofissional, validada por especialistas. As etapas foram orientadas por referenciais da avaliação em saúde e do trabalho e educação interprofissional.
Resultados
Foram analisados 52 registros originados da revisão de escopo e 20 da análise documental para fundamentar a elaboração do modelo lógico. Observou-se imprecisão conceitual e terminológica, refletindo diferentes sentidos atribuídos à interprofissionalidade. Tal imprecisão fragiliza políticas, programas e ações e requer avanços teórico-conceituais e na avaliação sobre o tema para o seu fortalecimento no SUS. O modelo teórico-lógico reflete a indissociabilidade de trabalho e educação interprofissional, visto sua interdependência. A elaboração considerou tanto o nível político-institucional, quanto o das práticas de saúde e de educação interprofissional.
Conclusões/Considerações
A proposta de monitoramento e avaliação da interprofissionalidade no SUS tem como finalidade mobilizar informações estratégicas e ferramentas que subsidiem o planejamento e a gestão do trabalho e da educação, contribuindo para o aprimoramento e a consolidação do trabalho em equipe, colaboração e educação interprofissional. A proposição dos indicadores possui como desafios a disponibilidade e a qualidade dos dados existentes na área.
PROCESSO HISTÓRICO DA IMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO NO MUNICÍPIO DE MACEIÓ
Pôster Eletrônico
1 UFPB
2 UFAL
Apresentação/Introdução
O avanço do neoliberalismo no governo federal gerou perdas significativas para a saúde pública no Brasil, como cortes de investimentos, privatizações, terceirizações e desmonte de políticas essenciais. A Política Nacional de Humanização (PNH), criada para qualificar o SUS, foi uma das mais impactadas, entrando em declínio em 2015 e sendo extinta em 2019, durante o governo Bolsonaro.
Objetivos
O estudo pretendeu revelar o percurso e as estratégias utilizadas pela Secretaria Municipal de Saúde de Maceió – Alagoas para a implantação da Política Nacional de Humanização.
Metodologia
Trata-se de um estudo de caso, descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa, desenvolvido em Maceió–AL. Adotou-se como referencial a hermenêutica-dialética, com análise documental e entrevistas semiestruturadas. Participaram profissionais da Atenção Primária em Saúde e ex-gestores da PNH. A coleta ocorreu em duas etapas: análise de documentos institucionais (2003–2023) e entrevistas semiestruturadas realizadas entre julho e dezembro de 2024. Os dados foram organizados, classificados e interpretados conforme categorias emergentes. A pesquisa seguiu os critérios do CEP da UFPB (parecer nº 6.784.792).
Resultados
Os resultados revelam marcos históricos da implantação da PNH em Maceió, com destaque para três experiências: Núcleos Técnicos de Humanização, Saúde Itinerante e “Acolher Carminha”. As potencialidades incluem a formação de apoiadores institucionais, os Grupos de Trabalho de Humanização e a adesão dos profissionais às propostas da PNH. As fragilidades envolvem alta rotatividade de gestores da saúde municipal, ausência de apoio institucional às ações da PNH e conflitos político-partidários entre o governo do estado e o município de Maceió.
Conclusões/Considerações
Apesar dos desafios, as experiências demonstram que é possível construir um cuidado mais humanizado, digno e corresponsável no SUS. A implantação da PNH em Maceió foi marcada por avanços e retrocessos influenciados pelos contextos políticos locais e nacionais. Mesmo diante de instabilidades e rivalidades partidárias, a PNH avançou com ações comprometidas com a valorização dos sujeitos e dos territórios.
AVALIAÇÃO DA COMPLETUDE DAS NOTIFICAÇÕES DE MENINGITE NO ESPÍRITO SANTO – 2020 A 2024
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo/Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde
2 Hospital Materno Infantil da Serrra (ES) - HMIS
3 Curso de Medicina da Faculdade Multivix - Cariacica (ES)
4 Curso de Medicina da Universidade Vila Velha (UVV)
5 Secretaria Municipal de Saúde de Colatina
6 Faculdade de Medicina de Bauru da Universidade de São Paulo
Apresentação/Introdução
A avaliação da completude constitui etapa crucial para verificar a consistência e utilidade das informações geradas. A avaliação sistemática dos sistemas de vigilância permite identificar fragilidades operacionais, orientar intervenções qualificadas e garantir que o sistema cumpra efetivamente seu papel de detectar, monitorar e responder às doenças de interesse para a saúde pública.
Objetivos
Avaliar a completude dos campos das fichas de notificação de meningite no Espírito Santo no período de 2020 a 2024.
Metodologia
Estudo descritivo com base na metodologia do Centers for Disease Control and Prevention (CDC/EUA) para avaliação de completude. Foram analisadas as notificações de meningite de residentes no Espírito Santo entre 2020 e 2024 disponibilizadas na forma de microdados no site da Secretaria de Estado do Espírito Santo do sistema de notificação ESUS-VS. Foram avaliados 78 campos das fichas de notificação. Consideraram-se como incompletos os campos com respostas “ignorado” ou “em branco”. Calculou-se o percentual de preenchimento por campo e aplicou-se a classificação: alta completude (≥ 90%), média (70–89%) e baixa (< 70%). A análise foi realizada com suporte de Excel e Python.
Resultados
Foram analisadas 2.321 fichas de notificação, com média geral de completude de 64,1%. Dos 78 campos avaliados, 35 (44,9%) apresentaram completude classificada como alta (≥ 90%), 11 (14,1%) como média (70–89%) e 32 (41,0%) como baixa (< 70%). As com completude média são: “Sinais e sintomas: Kernig” (85,0%) e “Aspecto do líquor” (76,0%). Observou-se completude baixa em 32 variáveis, destacando-se: “Escolaridade” (62,0%), “Evolução do caso” (54,0%), “Critério de confirmação” (40,0%) e “Número de comunicantes” (16,0%). Variáveis laboratoriais apresentaram as menores taxas de preenchimento, como “Resultado da cultura: líquor” (57,0%), “Bacterioscopia: líquor” (57,0%) e “PCR: escarro” (5,0%).
Conclusões/Considerações
Achados deste estudo evidenciam importantes limitações na completude das notificações. Embora campos obrigatórios apresentem elevado grau de preenchimento, a presença de mais de 40% das variáveis com completude inferior a 70% compromete significativamente a capacidade do sistema de vigilância em fornecer dados consistentes para análise epidemiológica, identificação de padrões etiológicos e monitoramento da evolução clínica dos casos.
PLANEJAMENTO DE SERVIÇOS DE SAÚDE NA PANDEMIA DE COVID-19 EM MACRORREGIÕES DA BAHIA
Pôster Eletrônico
1 UFRB
2 UFPB
3 UFBA
Apresentação/Introdução
A pandemia de Covid-19 demandou respostas céleres em meio à escassez de recursos e à interiorização acelerada do vírus. A natureza inédita da doença e a instabilidade das evidências científicas dificultaram o planejamento de serviços de saúde, tornando os processos decisórios voláteis e exigindo adaptações constantes a um cenário imprevisível.
Objetivos
Trata-se de recorte da pesquisa “Estratégias de prevenção e controle da Covid-19 em fases da pandemia: análise global e regional”, em especial, sobre o planejamento de serviços de saúde em resposta à Covid-19 em duas macrorregiões na Bahia.
Metodologia
Realizou-se estudo de múltiplos casos regionais com abordagem qualitativa e níveis de análise imbricados entre a gestão estadual e regional. A produção dos dados incluiu a análise de 71 documentos, entre atos do poder executivo, diretrizes estaduais, atas de Comissões Intergestores Regionais e Bipartite, além de notas técnicas e alertas sanitários. Além disso, realizaram-se 27 entrevistas com gestores estaduais, regionais e de municípios-sede de regiões de saúde. Na análise dos dados, utilizaram-se como categorias, os momentos do Planejamento Estratégico-Situacional: explicativo, normativo, estratégico e tático-operacional.
Resultados
A rápida interiorização da Covid-19 desafiou a análise da situação de saúde nas macrorregiões, pelas mudanças recorrentes nas suas características epidemiológicas. As diretrizes do planejamento estadual serviram de referência para os municípios e regiões, incluindo desde serviços de vigilância à imunização. A viabilidade do planejamento foi condicionada pela escassez de profissionais, alta demanda de atendimentos, deficiência estrutural dos serviços de saúde e alocação de recursos financeiros. A operacionalização de serviços destinados à Covid-19 necessitou de reorganizações, dadas as diferenças de articulação política entre os municípios e a gestão estadual.
Conclusões/Considerações
O planejamento estratégico situacional torna-se relevante para o enfrentamento de novas pandemias, pois seu método permite adaptar-se rapidamente a cenários incertos e dinâmicos, incorpora a análise de poder e conflito, essencial em contextos de crise, além de permitir a inclusão dos atores locais e a construção coletiva das soluções equilibrando a análise técnica com ação política coordenada.
AVALIAÇÃO DA REDE DE CUIDADOS AO CÂNCER DE BOCA: PERSPECTIVAS TEÓRICAS E METODOLÓGICAS NA SAÚDE COLETIVA
Pôster Eletrônico
1 UFC
Apresentação/Introdução
Avaliar a rede de cuidado ao câncer de boca exige considerar múltiplas determinações que afetam o acesso e a integralidade. Apesar do avanço das políticas públicas, o modelo de atenção ainda é centrado na prática biomédica. A formação de redes integradas pode qualificar a gestão e ampliar o cuidado. Modelos teóricos oferecem base para avaliar criticamente a atenção oncológica no SUS.
Objetivos
Apresentar marcos teóricos e metodológicos que fundamentam a avaliação da rede de cuidados ao câncer de boca, destacando suas contribuições para a análise crítica desse problema de saúde pública, decorrente de altas taxas de morbimortalidade.
Metodologia
Estudo teórico-conceitual, vinculado à tese de doutorado, fundamentada na triangulação de métodos. A análise articula perspectivas críticas da Saúde Coletiva, modelos clássicos como Donabedian e referenciais sobre determinantes sociais da saúde. A incorporação de múltiplas abordagens teóricas permite compreender como desigualdades sociais e fragilidades institucionais afetam a atenção oncológica no SUS.
Resultados
A Saúde Coletiva tem papel central na transformação do modelo de atenção. Princípios como equidade e integralidade são fundamentais no enfrentamento do câncer de boca. Contribuições de Marmot e do modelo de Solar e Irwin destacam os determinantes sociais como estruturantes das vulnerabilidades, reconhecendo o sistema de saúde como elemento que influencia os desfechos. O modelo de Donabedian propõe avaliar a qualidade dos serviços com base na articulação entre estrutura, processo e resultado. Além dos dados epidemiológicos, é essencial considerar as condições de vida. Espera-se, assim, oferecer subsídios teórico-metodológicos para fortalecer a avaliação da rede de cuidados ao câncer de boca.
Conclusões/Considerações
A avaliação da rede oncológica no SUS exige mais do que medir indicadores. É preciso integrar uma análise crítica dos processos, estruturas e práticas. Por isso, referenciais da Saúde Coletiva e modelos avaliativos robustos ampliam a compreensão do cuidado e podem subsidiar políticas públicas mais equitativas, integradas e resolutivas no enfrentamento ao câncer de boca.
AUDITORIA COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA: A FORMAÇÃO CRÍTICA DE AUDITORES EM SAÚDE COLETIVA
Pôster Eletrônico
1 MINISTÉRIO DA SAÚDE
2 UECE
Apresentação/Introdução
Mais do que instrumento de controle, a auditoria no SUS pode ser compreendida como espaço formativo e crítico. Ao lidar com realidades marcadas por desigualdades e desafios institucionais, o auditor desenvolve competências ético-políticas e amplia sua capacidade de leitura crítica do território e das políticas públicas
Objetivos
Discutir a auditoria em saúde como prática formativa, destacando seu potencial pedagógico na construção de profissionais comprometidos com a análise crítica, a justiça social e a qualificação do SUS.
Metodologia
Estudo qualitativo de base reflexiva, com análise de experiências na auditoria federal do SUS entre 2018 e 2024, envolvendo ações em hospitais e redes de atenção. Foram utilizadas trilhas de auditoria, pareceres técnicos, relatórios e registros de campo. A análise foi guiada por referenciais da pedagogia crítica (Freire), da avaliação em saúde como prática situada (Furtado) e de fundamentos da economia da saúde aplicados à análise de eficiência e accountability.
Resultados
A auditoria revela-se um campo de aprendizado constante. A análise de não conformidades, aliada à escuta ativa e ao diálogo com equipes e gestores, favorece a formação de auditores críticos. Identificou-se que a articulação entre normas, contexto e dados favorece leituras mais potentes sobre a equidade e a eficiência no SUS. A inclusão da economia da saúde amplia a compreensão sobre desperdícios, subutilizações e impactos do gasto público.
Conclusões/Considerações
Compreender a auditoria como prática pedagógica fortalece sua função estratégica na formação em saúde coletiva. Ao articular controle, análise crítica e justiça social, a auditoria contribui para o aprimoramento do SUS, exigindo profissionais sensíveis ao território, às desigualdades e à gestão pública responsável.
PLANEJAMENTO EM SAÚDE: UMA ANÁLISE DOS CUSTOS HOSPITALARES NA BAIXADA FLUMINENSE DO RIO DE JANEIRO, 2014-2024.
Pôster Eletrônico
1 UFRRJ; Cedeplar-UFMG;Sindecon;Corecon
2 UFRRJ
Apresentação/Introdução
As iniquidades socioespaciais, marcadas por desigual distribuição de poder e recursos, comprometem a equidade e o acesso universal à saúde (SANTOS ET AL., 2022). O financiamento contínuo do SUS é estruturante para garantir esse direito (FUNCIA, 2022). Planejar e analisar as contas públicas requer considerar os determinantes sociais e a territorialização das demandas.
Objetivos
O objetivo deste artigo é observar os gastos hospitalares nos municípios da Baixada Fluminense do RJ durante uma década; Apresentar quais municípios tiveram maiores e menores gastos hospitalares. Relatar as patologias presentes durante o período observado.
Metodologia
O presente trabalho utiliza como método o estudo sobre custos da doença, com base em dados secundários de pesquisas e sistemas de informações em saúde.Os dados disponíveis são oriundos do Sistema de Informações Hospitalares do SUS - SIH/SUS, gerido pelo Ministério da Saúde, através da Secretaria de Assistência à Saúde, em conjunto com as Secretarias Estaduais de Saúde e as Secretarias Municipais de Saúde, sendo processado pelo DATASUS.
Foram analisadas as informações das internações efetuadas através da AIH - Autorização de Internação Hospitalar, para os gestores municipais de 13 municípios que compõem a baixada fluminense do estado do Rio de Janeiro, durante o período de 2014-2024.
Resultados
Ao todo, durante o período de 2014-2024 foram desembolsados R$ 9.583.712.326,53 em serviços hospitalares no estado do Rio de Janeiro. Destes, R$1.809.709.411,24, ou seja, 18% equivalem aos gastos hospitalares na Baixada Fluminense. Importante observar que, nos 13 municípios, o tratamento de “doenças virais” aparece em 12 deles como uma das cinco que mais geraram gastos hospitalares. O município com maior gasto acumulado nesta década foi de Duque de Caxias com R$ 498.893.496,54 e o menor foi Seropédica com R$ 27.449.151,67.
Conclusões/Considerações
A Baixada Fluminense abriga aproximadamente 23% da população do RJ. O planejamento em saúde, especialmente em territórios frequentemente negligenciados pelas políticas públicas, exige um olhar atento sobre o orçamento municipal e a sua alocação. Nesse contexto, a economia da saúde se apresenta como ferramenta fundamental para qualificar a tomada de decisão, permitindo maior eficiência, transparência e justiça na aplicação dos recursos.
A SAÚDE NA AGENDA ADMINISTRATIVA DO ESTADO DA BAHIA
Pôster Eletrônico
1 UESB
Apresentação/Introdução
As agendas políticas permitem evidenciar a atuação do Estado nas políticas públicas previstas na Constituição de 1988, especialmente no que se refere ao direito à saúde, ao possibilitarem a análise do planejamento e da alocação orçamentária ao longo dos anos.
Objetivos
O objetivo desta pesquisa foi identificar a atenção dada à saúde nas agendas administrativas do Estado da Bahia, no que se refere ao período de 1988 à 2024.
Metodologia
A pesquisa caracteriza-se como exploratória, documental e quanti-qualitativa. Para a realização do estudo, utilizou-se a categoria analítica “agenda administrativa”. O processo de coleta de dados teve como base os documentos oficiais produzidos pelo governo do estado da Bahia, a saber: PPA, LOA e LDO. A análise dos dados encontra-se alicerçada no quantitativo dos dados dedicados ao planejamento da função “saúde e suas subfunções” e da frequência relativa. Além disso, emprega-se a análise de conteúdo de Bardin como método para compreender as prioridades apontadas.
Resultados
A pesquisa aponta que o grau de atenção e o planejamento das políticas públicas variam conforme mudanças na gestão. Isso revela a prevalência de políticas de governo, com decisões de curto prazo e agendas específicas, em detrimento de políticas de Estado, que exigem continuidade e compromisso institucional. Essa instabilidade compromete a efetividade das ações e impacta especialmente os mais vulneráveis. Os dados mostram foco em medidas curativas, com menor investimento em prevenção, promoção da saúde e ações intersetoriais, comprometendo a sustentabilidade e equidade no sistema de saúde.
Conclusões/Considerações
Os desafios decorrentes da natureza multidisciplinar das políticas públicas, somados ao caráter inovador da aplicação deste modelo de pesquisa, impulsionam a produção de novos estudos, especialmente diante da necessidade de compreender a dinâmica política em diferentes contextos.
RECURSOS E COMPETÊNCIAS DA GESTÃO MUNICIPAL NA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DAS EQUIPES EMULTI NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Instituto de Saúde
2 Secretaria de Estado da Saúde de São paulo
Apresentação/Introdução
A implementação de políticas públicas é influenciada por fatores institucionais, organizacionais e pelas competências dos atores locais (Lotta, 2018). Avaliar os recursos e competências das gestões municipais é essencial para compreender como as diretrizes nacionais são traduzidas em práticas. No caso da eMulti, tais elementos são decisivos para consolidar o apoio multiprofissional na APS.
Objetivos
Analisar como os recursos e competências da gestão municipal influenciam a implementação da política das equipes eMulti.
Metodologia
Este é um estudo de abordagem qualitativa e caráter descritivo. Foram incluídos 15 municípios paulistas com maior tempo de homologação da eMulti; 14 aceitaram participar. Em cada localidade, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com quatro participantes: gestor municipal, gerente de UBS, profissional da APS e integrante da eMulti. A análise dos dados seguiu a técnica de análise temática, com categorias inicialmente definidas a partir do referencial de políticas públicas e ajustadas conforme os achados empíricos. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética (CAAE: 77812024.3.0000.5469, parecer 7.238.648).
Resultados
A análise dos recursos e competências da gestão municipal evidenciou barreiras como infraestrutura precária, escassez de materiais, dificuldade na contratação de profissionais e vínculos instáveis. Formações pouco alinhadas à APS e baixa experiência no SUS dificultam a integração da proposta. Como facilitadores, destacam-se vínculos concursados, menor rotatividade e a experiência prévia com NASF e matriciamento. Gestores demonstraram domínio sobre como viabilizar a eMulti em diferentes arranjos institucionais de gestão, enquanto gerentes e profissionais lidam diretamente com os efeitos da escassez, revelando diferentes níveis de atuação frente aos desafios da implementação.
Conclusões/Considerações
A efetividade da eMulti depende diretamente dos recursos e competências das gestões municipais. Desigualdades na infraestrutura, vínculos instáveis e formações desalinhadas à APS limitam sua consolidação. Valorizar experiências prévias, promover estabilidade das equipes e investir em qualificação são estratégias essenciais para fortalecer sua implementação.
PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS): ANÁLISE DA INSERÇÃO DE 2019 A 2025
Pôster Eletrônico
1 INCA (Instituto Nacional de Câncer)
2 UFES (Universidade Federal do Espírito Santo)
Apresentação/Introdução
As práticas corporais e atividade físicas (PCAF) são ofertadas no Sistema Único de Saúde (SUS) desde a sua gênese em 1990. Considerando que Profissionais de Educação Física (PEF) fazem parte da força de trabalho do SUS, acompanhar a evolução da inserção dessa categoria profissional é relevante já que pode significar a ampliação do acesso a essas práticas pela população brasileira.
Objetivos
Analisar a evolução da inserção ode PEFs no SUS de 2019 a 2025, portanto em 2 ciclos governamentais (federais), cotejando com os programas financiados pelo Ministério da Saúde vigentes no período.
Metodologia
Trata-se de análise quantitativa, usando estatística descritiva, da inserção ode PEFs no SUS. O Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) foi utilizado como fonte de dados (extração em 13/05/2025), o período foi de 2019 a 2025, com dados semestrais (fevereiro e agosto). Considerando que o registro de PEFs nos estabelecimentos de saúde do SUS pode ocorrer por meio de diferentes Códigos Brasileiros de Ocupação (CBO), foram incluídos: PEF na Saúde, Preparador Físico, Professor de Educação Física Ensino Fund, Ensino Médio, Ensino Superior.
Resultados
Houve 61% de aumento no quantitativo de PEFs comparando fevereiro de 2025 e de 2022 e 42% de aumento ao comparar agosto de 2024 e de 2022. A hipótese é de que o aumento em agosto de 2022 e em março de 2023, além do retorno pleno das atividades no pós-pandemia, é reflexo do incentivo financeiro federal de custeio, destinado à implementação de ações de atividade física na APS (IAF). Daí em diante, a partir de agosto de 2023, hipotetiza-se que o aumento se deve ao IAF e ao retorno do incentivo de custeio específico para a composição das equipes multiprofissionais (eMulti), que atuam de maneira complementar e integrada às demais equipes da atenção primária à saúde (APS).
Conclusões/Considerações
Ainda que haja desafios na implementação os programas de PCAF no SUS, houve aumento no quantitativo de PEFs no quadriênio iniciado em 2023 (42%) evidenciando que eles têm oportunizado maior inserção desta categoria no SUS. Esta inserção pode favorecer o apoio matricial aos profissionais da APS, visando apoiar a inclusão dessas práticas no processo de cuidado dos usuários do SUS, por diferentes profissionais de saúde, por meio do aconselhamento.
ESTRATÉGIAS E DESAFIOS NA LINHA DE CUIDADO DA CRIANÇA COM DOENÇA FALCIFORME
Pôster Eletrônico
1 UNINTA / UECE
2 UECE
3 UVA
4 UFC
5 UNINTA
6 SMS
Apresentação/Introdução
As diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme enfatizam no âmbito do SUS, o desenvolvimento da prática assistencial, com o indivíduo no centro da linha de cuidado, que deverá estar presente em todo processo dos serviços nos três níveis de atenção, já que a doença falciforme é hereditária e inclui diversas manifestações clínicas severas na criança.
Objetivos
Avaliar estratégias e desafios na linha de cuidado da criança com doença falciforme.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa avaliativa de quarta geração que foi realizada no Hemoce do município de Sobral-CE e teve como participantes treze cuidadoras, responsáveis por crianças com doença falciforme e oito profissionais de saúde assistencialistas e gestores vinculados a linha de cuidado. A coleta de informações ocorreu através de entrevistas e seu processo foi conduzido com base no desenvolvimento do Círculo Hermenêutico-Dialético - CHD, apresentando suas Reivindicações, Preocupações e Questões – RPQs distribuídos em dois Stakeholders para compor os dados e analisados por meio do Método Comparativo Constante. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer nº 6.149.52.
Resultados
Percebemos nas falas fragmentos da linha de cuidado no segmento terapêutico, pois a assistência deve ocorrer de forma integral, na qual as crianças com doença falciforme não se encaixavam no modelo vigente, que utiliza propostas generalistas, além do reconhecimento de déficit do empoderamento dos profissionais de saúde nas implicações assistenciais complexas, como também o acesso a serviços especializados e vulnerabilidades sociais, tendo como estratégias a reorganização da rede, priorizando a equidade junto a integralidade do cuidado, com o respeito a singularidade da criança com olhares e fazeres regulamentados envolvendo o comprometimento dos profissionais de saúde e do próprio sistema.
Conclusões/Considerações
Nesse contexto na linha de cuidado a criança com doença falciforme deve-se priorizar o fluxo de atenção em cada campo de necessidade com ações de promoção, detecção precoce, tratamento adequado e multiprofissional no âmbito das redes de atenção, emenda-se também como proposta a capacitação dos profissionais de saúde para uma assistência de qualidade, que analogamente irão repercutir na concretização das políticas públicas para a saúde coletiva.
INFRAESTRUTURA DE SERVIÇOS DE SAÚDE NA PANDEMIA DE COVID-19 EM MACRORREGIÕES DA BAHIA
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
2 Universidade Federal da Paraíba
3 Universidade Federal da Bahia
Apresentação/Introdução
O Sistema Único de Saúde acumula uma deficiência infraestrutural histórica em seus serviços. Na pandemia de Covid-19, esse desafio tornou-se mais evidente, especialmente em regiões com importantes vazios assistenciais, como o Nordeste do Brasil, onde a infraestrutura dos serviços de saúde em municípios de pequeno porte mostrou-se insuficiente para atender às demandas impostas pela crise sanitária.
Objetivos
Apresenta-se recorte da pesquisa “Estratégias de prevenção e controle da Covid-19 em diferentes fases da pandemia: análise global e regional”, em especial, a situação infraestrutural dos serviços de saúde, em duas macrorregiões da Bahia.
Metodologia
Realizou-se estudo de múltiplos casos regionais com abordagem qualitativa e níveis de análise embricados entre a gestão estadual e regional. A produção dos dados incluiu a análise de 71 documentos, entre atos do poder executivo, diretrizes estaduais, atas de Comissões Intergestores Regionais e Bipartite, além de notas técnicas e alertas sanitários. Além disso, realizaram-se 27 entrevistas com gestores estaduais, regionais e de municípios-sede de regiões de saúde. Para a análise dos dados, considerou-se como infraestrutura dos serviços, as seguintes categorias: trabalhadores da saúde, estabelecimentos, equipamentos, insumos e conhecimento.
Resultados
A escassez de profissionais resultou na sobrecarga daqueles já atuantes nas macrorregiões, dificultando o acesso ao cuidado a casos de Covid-19. A insuficiente estrutura física dos estabelecimentos de saúde não atendeu adequadamente ao aumento da demanda de usuários, ocasionando a improvisação de espaços, como escolas e hospitais de campanha. Os equipamentos disponíveis nos municípios eram insuficientes frente à alta demanda e a falta de insumos (EPI) durante o primeiro semestre da pandemia comprometeu a segurança dos profissionais e usuários. A urgência do cenário de “guerra” imposto pela pandemia dificultou a participação dos profissionais nas capacitações sobre manejo clínico da Covid-19.
Conclusões/Considerações
O enfrentamento da Covid-19 evidenciou a urgência de respostas baseadas em um planejamento estratégico do orçamento e da infraestrutura dos serviços de saúde. Essa abordagem é essencial para assegurar a integralidade no manejo de futuras crises sanitárias, evitando que a improvisação permaneça como única alternativa para a organização infraestrutural dos estabelecimentos públicos de saúde.
GOVERNANÇA FEDERAL NA CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA DE ENFRENTAMENTO À COVID-19 NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE BRASILEIRA
Pôster Eletrônico
1 Departamento de Gestão do Cuidado Integral, da Secretaria de Atenção Primária à Saúde, do Ministério da Saúde.
2 Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Universidade de Brasília. Campus Universitário Darcy Ribeiro.
Apresentação/Introdução
No Brasil, embora diversos trabalhos apontem ausência de coordenação central na gestão da pandemia de COVID-19 no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS), não foram identificados estudos que aprofundassem um olhar geral sobre a governança federal. Entende-se por governança a maneira pela qual o poder é exercido na administração dos recursos sociais e econômicos de um país.
Objetivos
Este trabalho objetiva descrever o processo de pactuação federal da política de enfrentamento à pandemia de COVID-19 no âmbito da atenção primária à saúde (APS).
Metodologia
Trata-se de um estudo de análise de política, envolvendo as tipologias dos estudos do processo de elaboração de políticas. Esta tipologia visa descrever e explicar a gênese e o desenvolvimento de políticas com interesse em desvendar as várias influências em sua formulação.Foi realizada pesquisa documental exploratória buscando identificar os registros de encontros/reuniões com representação do Ministério da Saúde (MS), em que estivessem em debate ações voltadas ao enfrentamento à pandemia no âmbito da APS. Foram incluídos todos os resumos executivos e as atas das reuniões ali disponíveis, além dos registros em vídeo, seguindo roteiro de seleção previamente definido.
Resultados
As buscas resultaram 23 registros de reuniões/encontros, com destaque para as reuniões da CIT (17). Na CIT as pactuações rápidas e há pouco espaço para debates aprofundados, além da participação limitada de entidades da sociedade civil e da academia. Em apenas uma oportunidade os trabalhadores e os usuários do SUS puderam participar dos debates. Em somente duas ocasiões houve contribuição de pesquisadores.
Essa pouca propensão ao debate por parte do MS sinaliza um intencional isolamento da instituição, na tentativa de monopolizar a orientação da política, exercendo um modelo de governança hierarquizado, sujeito apenas às posições desarrazoadas do então presidente da República.
Conclusões/Considerações
No enfrentamento à pandemia de COVID-19 no Brasil esperava-se que o MS cumprisse seu papel institucional e coordenasse ações de maneira harmônica, colaborativa e cientificamente fundamentada, tecendo a rede de governança nessa coordenação. No entanto, a alta direção da instituição hierarquizou o processo com uma indumentária militarizada, sem qualquer vocação para o planejamento participativo e ascendente preconizado no sistema de saúde.
MILTON SANTOS E O CONCEITO DE TERRITÓRIO: IMPLICAÇÕES PARA UMA PRÁXIS ÉTICO-INVESTIGATIVA NO GEOPROCESSAMENTO EM SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFBA
2 ESPDF
Apresentação/Introdução
A crescente utilização do Geoprocessamento no Sistema Único de Saúde (SUS) para o planejamento e gestão dos serviços é permeada por dados geoespaciais que revelam aspectos para possíveis intervenções no território mapeado. Para isso, necessita de aproximação constante dessas intervenções aos princípios dessa política tão cara ao território brasileiro, através de uma práxis ético-investigativa.
Objetivos
Refletir sobre uma prática ético-investigativa no/do geoprocessamento em saúde;
Entender como a ideia de território pode contribuir para uma análise dos dados geoespaciais em saúde;
Pensar em como o SUS pode ser fortalecido via raciocínio miltoniano.
Metodologia
Ensaio teórico feito a partir da triangulação entre os estudos acerca dos sistemas de informações geográficas (SIG), georreferenciamento em saúde e o conceito de território para Milton Santos. O primeiro aborda a SIG e sua capacidade de gerenciar dados complexos no componente geográfico do território (Medronho, 1995). O segundo demonstra o uso do georreferenciamento para mapeamento, identificação de áreas críticas e avaliação de fatores ambientais e estruturais (Magalhães, 2024). Para analisar esses dados Milton Santos surge (Santos, 1996; 1999; 2000). Território, para ele, é o chão onde se pisa, junto da identidade (chão+identidade) que o conforma, num sistema vivo, composto de humanidade.
Resultados
A relação entre chão+identidade é essencial para analisar dados obtidos pelo georreferenciamento em saúde, já que essas áreas são territórios que transgridem o delineamento do seu mapa físico, e compõem e são compostas por aspectos desse chão e identidade que atravessam o surgimento e transformação das suas demandas. Isso nos leva a uma reflexão sobre a práxis do geoprocessamento em saúde, compreendendo as demandas no território mapeado para além dos indicadores numéricos e informações quantitativas, tensionando a análise desses dados para uma postura ético-investigativa que promove a parceria entre quem realiza esses mapeamentos e o chão+identidade da comunidade geradora desses dados.
Conclusões/Considerações
Pode-se afirmar que o raciocínio miltoniano é base para que uma postura ético-investigativa dos dados gerados a partir do georreferenciamento em saúde surja. Defende-se uma práxis que aproxima a análise desses dados a um encontro popular em saúde, com uma comunicação mais integrada entre a gestão e assistência, a defesa da autonomia e protagonismo dos atores viventes nos/dos territórios mapeados, fortalecendo os princípios basilares do SUS.
SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS NO BRASIL: UM OLHAR SOBRE AS NORMATIVAS LEGAIS DE TRÊS ENTES FEDERATIVOS (2015-2024)
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
2 Centro Universitário Tabosa de Almeida (ASCES-UNITA)
3 Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Instituto Aggeu Magalhães
Apresentação/Introdução
O Ministério da Saúde confirmou aproximadamente 2 mil crianças com Síndrome Congênita do Zika (SCZ) no país após a epidemia iniciada em 2015. Há quase 10 anos, famílias afetadas vivem cenários de cuidados contínuos e iniciativas insuficientes advindas do aparato legal do Estado para áreas sociais fundamentais como saúde, educação e assistência social.
Objetivos
Este estudo teve como objetivo identificar e analisar as normativas legais promulgadas pelos entes federativos Brasil, Pernambuco e Recife direcionadas às famílias de crianças com Síndrome Congênita do Zika Vírus entre 2015 e 2024.
Metodologia
Estudo quantitativo descritivo, realizado por meio de pesquisa documental, que catalogou de acordo com o teor de suas disposições, as normativas legais do Brasil, do estado de Pernambuco e da capital, Recife, publicadas entre 2015 e 2024. Os dados foram coletados em buscas nos diários oficiais utilizando os descritores: deficiência, microcefalia, e zika. As normativas foram organizadas em planilhas e aplicados critérios de exclusão de acordo com o objetivo do estudo. A análise dos dados foi realizada a partir da leitura, categorização temática e interpretação dos resultados por meio de condensação de significados, considerando o contexto e as implicações para a população acometida.
Resultados
Foram analisadas 65 normativas, sendo 9 federais, 46 do estado e 10 do município, que foram agrupadas nas temáticas Educação (10), Saúde (22), Benefícios Sociais (5), Direitos Diversos (28). Nesta ultima categoria foram incluídas as normativas relacionadas a datas comemorativas garantia do direito de prioridade já definido a outras pessoas com deficiência. A maior parte resultou de iniciativas parlamentares (leis) e se concentrou entre os anos de 2021 e 2022. Análises preliminares desses documentos demonstram que as normativas legais adotadas não garantem a efetivação do direito e não conseguem responder às demandas das famílias.
Conclusões/Considerações
Após uma década, crianças e famílias impactadas pela Síndrome Congênita do Zika ainda demandam cuidados que vão além do setor saúde e que são de responsabilidade dos distintos entes federados. As políticas públicas criadas durante esse contexto e garantidas por meio de legislações são de natureza intersetorial mas ainda frágeis para consolidação dos direitos sociais dos afetados.
PROTOCOLO CLÍNICO PARA MANEJO DA HIPERGLICEMIA: ESTUDO DE AVALIABILIDADE EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Pôster Eletrônico
1 UnB
Apresentação/Introdução
O manejo inadequado da hiperglicemia está fortemente associado ao aumento de mortalidade e do tempo de internação hospitalar. Protocolos clínicos são essenciais, mas sua efetividade depende de adequada implementação e avaliação dos seus resultados.
Objetivos
Analisar a avaliabilidade da implementação do protocolo clínico para manejo da hiperglicemia em hospital universitário, no Distrito Federal.
Metodologia
Este estudo de avaliabilidade (EA) utiliza-se de uma abordagem quanti e qualitativa. Foram realizadas as etapas do modelo proposto por Thurston e Ramaliu (2005), contendo a análise documental e revisão de literatura. Seguidos da elaboração de modelo lógico da intervenção, abordagem de aspectos relacionados a coerência interna, viabilidade e utilidade da intervenção. Foram examinados ainda os atores interessados na avaliação e proposta a análise dos efeitos da intervenção sobre os desfechos clínicos definidos como foco para a avaliação. Os critérios de cientificidade e pertinência ética guiarão a análise crítica dos achados.
Resultados
A aplicação do EA permitiu identificar inconsistências entre o protocolo formal de manejo da hiperglicemia e sua execução na prática clínica. Observa-se que a ausência de metas operacionais claras, as fragilidades relacionadas a capacitação das equipes e a baixa integração entre setores assistenciais e de apoio técnico, podem dificultar a implementação do protocolo e por conseguinte, fragiliza o monitoramento e a mensuração de indicadores. Evidenciou o potencial institucional para ajustes na intervenção, mas há a necessidade do engajamento das equipes assistenciais e gestão, além dos interessados para validação e uso dos resultados.
Conclusões/Considerações
O EA é uma ferramenta estratégica que permite verificar a viabilidade, coerência e utilidade da avaliação da implementação de protocolos em ambiente hospitalar. Os resultados poderão subsidiar o aprimoramento da gestão e cuidado, permitindo que a intervenção proposta seja avaliável e mais eficiente. Sua aplicação contribui para decisões éticas, baseadas em evidências e alinhadas à equidade e à qualidade do cuidado em saúde.
PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DE UMA POLICLÍNICA REGIONAL DE SAÚDE PARA ATENÇÃO ESPECIALIZADA NO ESTADO DA BAHIA
Pôster Eletrônico
1 SESAB
2 UFBA
Apresentação/Introdução
A oferta de serviços da Atenção Especializada caracteriza-se como desafio para o SUS. Considerando o déficit nesta oferta, tem sido inaugurada na Bahia, desde 2017, Policlínicas Regionais de Saúde - unidades ambulatoriais de apoio diagnóstico e terapêutico, enquanto estratégia para preencher vazios assistenciais existentes nas regiões de saúde do estado, e, de modo a fortalecer a regionalização.
Objetivos
Analisar o processo de implantação de uma unidade de atenção especializada denominada Policlínica Regional de Saúde no estado da Bahia, a partir da descrição do processo de definição da oferta de serviços correlacionando-o com as necessidades da população.
Metodologia
Estudo retrospectivo, exploratório, descritivo e de natureza qualitativa. A produção de dados foi realizada mediante análise documental e entrevista com informantes chaves (representantes da Policlínica, Secretaria de Saúde do estado, Comissão Intergestores Regional - CIR, Consórcio). O critério de inclusão dos participantes considerou o envolvimento dos mesmos no processo de discussão para implantação de uma Policlínica Regional, no estado da Bahia, Brasil, considerando-se os primeiros dois anos de implantação. Foi utilizada a técnica de análise de conteúdo temática. O projeto de estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados
Considerando o processo de implantação de uma das primeiras policlínicas regionais inauguradas na Bahia, desde 2017, embora tenham sido evidenciadas dificuldades (qualificação de pessoas, sistemas de marcação, relações entre os entes) e fragilidades (oferta insuficiente ou inadequada, solicitação desnecessária de consultas/exames, baixa resolutividade da APS) neste processo, foi também destacada uma lista de potencialidades, tais quais: fortalecimento da APS; preenchimento de vazio assistencial; acesso mais equânime; gestão consorciada; economia de escala. O estudo destacou a importância do Planejamento Regional Integrado e da participação efetiva das instâncias de governança regional (CIR).
Conclusões/Considerações
A identificação de fragilidades e potencialidades no processo de implantação e definição dos serviços ofertados nas policlínicas, atualmente 26 unidades alcançando as regiões de saúde do estado, pode contribuir para reorientação do processo de tomada de decisão para definição da oferta, oportunizando adequações necessárias e redução eficaz e eficiente dos possíveis vazios assistenciais da região, favorecendo o fortalecimento da regionalização.
DISPOSITIVOS MÉDICOS NO MERCOSUL: DESAFIOS REGULATÓRIOS E ESTRATÉGIAS PARA UM SISTEMA DE COMPRAS PÚBLICAS NA SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Unioeste
2 UFRJ
Apresentação/Introdução
O Mercosul, criado em 1991 para reduzir barreiras comerciais, instituiu o Grupo de Trabalho 11 para harmonizar legislações de saúde. A COVID-19 evidenciou a dependência externa na aquisição de dispositivos médicos, os quais devem respeitar diversas normas sanitárias, assim uma harmonização normativa de forma equitativa pode fortalecer a autonomia regional e incentivar cadeias produtivas locais.
Objetivos
Para entender como as normatizações influenciam nas compras públicas dos dispositivos médicos, este trabalho buscou analisar os documentos, instrumentos e/ou requisitos para aquisição de dispositivos médicos de forma equitativa junto ao Mercosul.
Metodologia
Estudo documental, baseado na análise de 3467 documentos oficiais do Mercosul, selecionou 77 documentos com relação direta a compras públicas e regulamentações técnicas de dispositivos médicos. O método seguiu as fases sugeridas por Silva, Emmendoerfer e Cunha (2020): preparação do material ilustrada, a análise preliminar ilustrada e a análise documental ilustrada. Participaram os documentos oficiais da seção Tratados e Normativas, publicados até 31/12/2024 e que abordassem aspectos do processo de compras e/ou aquisição de dispositivos médicos, que apresentavam questões/domínios medidos para avaliação dos dispositivos médicos durante o processo licitatório.
Resultados
Foram selecionados 77 documentos, sendo classificados em quatro categorias temáticas: Compras e contratações públicas (reduzida efetivação de normas devido a trâmites de cada país, dificultando a implementação destas); Regulamentações técnicas e sanitárias (requisitos para qualidade e segurança nas normativas, mas fragmentadas em sua implementação); Fluxo de produtos na fronteira (barreiras logísticas); Estrutura organizacional (avanços na harmonização). Os resultados demonstram critérios significativos para permitir avaliação consistente no processo de compras dos dispositivos médicos, no entanto, estes não possuem um instrumento que os organize de forma equitativa entre os países.
Conclusões/Considerações
Embora o Mercosul disponha de marcos normativos relevantes, desafios regulatórios e operacionais podem comprometer a equidade das compras públicas em saúde. Impulsionar mecanismo que facilitem as compras públicas de dispositivos médicos através da criação de um instrumento digital integrado pode promover a transparência, valorizar cadeias produtivas locais e reduzir desigualdades no acesso à saúde no Mercosul.
AVALIAÇÃO DE DISPOSITIVOS MÉDICOS EM COMPRAS PÚBLICAS: LACUNAS, DESAFIOS E CAMINHOS PARA PROMOVER EFICIÊNCIA, TRANSPARÊNCIA E EQUIDADE
Pôster Eletrônico
1 Unioeste
2 UFRJ
Apresentação/Introdução
A aquisição de dispositivos médicos é estratégica para garantir o direito à saúde e reduzir desigualdades regionais. A ausência de instrumentos padronizados para avaliação técnica no processo de compras públicas pode comprometer a eficiência e a equidade. A avaliação eficiente depende da sistematização, da definição de critérios claros e da simplicidade de utilização deste instrumento.
Objetivos
Este estudo buscou conhecer os instrumentos utilizados para a avaliação de dispositivos médicos disponíveis na literatura científica, bem como analisar as questões/domínios medidos por estes instrumentos.
Metodologia
Revisão de escopo conforme diretrizes do JBI, registrada no Open Science Framework. Utilizou-se a estratégia PCC (Participantes: dispositivos médicos; Conceito: avaliação; Contexto: compras públicas). A busca contemplou sete bases de dados e dois sites especializados. Foram identificados 1227 documentos, dos quais 11 foram incluídos após triagem rigorosa. Os dados foram registrados e analisados com foco nos critérios encontrados e na caracterização dos instrumentos, com atenção especial às práticas que possam gerar processos de compras públicas mais transparentes, eficientes, equitativo e justos para os envolvidos.
Resultados
Não foram encontrados instrumentos validados que sistematizem a avaliação técnica de dispositivos médicos em compras públicas. Contudo, identificaram-se critérios técnicos e sanitários relevantes em sete artigos, três manuais e um marco regulatório. Os temas predominantes foram: regulamentação (critérios legais e sanitários), integração de aspectos técnicos e financeiros para decisões mais adequadas (resultando em produtos de melhor qualidade para a população) e otimização dos processos de trabalho (como alternativa na obtenção de melhores resultados nas compras públicas).
Conclusões/Considerações
A ausência de instrumentos validados para avaliação técnica de dispositivos médicos em compras públicas revela uma lacuna crítica. A integração de critérios técnicos e financeiros, associada à sistematização dos processos, pode melhorar a qualidade das aquisições e a ampliação do acesso ao sistema de saúde, podendo fortalecer a equidade e a transparência nas compras públicas, contribuindo para a melhoria das condições de da população.
PROCESSO REGULATÓRIO DE CIGARROS ELETRÔNICOS NO BRASIL: REDES, VALORES E CONTROVÉRSIAS NAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS DA ANVISA
Pôster Eletrônico
1 ENSP/Fiocruz
Apresentação/Introdução
Os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF), principalmente representados pelos cigarros eletrônicos, tornaram-se objeto de debate global em saúde pública. No Brasil, os DEF estavam proibidos desde 2009 pela RDC nº. 46, sendo que esta interdição foi rediscutida e reafirmada sob o novo modelo regulatório da Anvisa, contrastando diferentes propostas, atores e estudos científicos.
Objetivos
Caracterizar a rede de atores humanos e não humanos envolvida no processo regulatório de cigarros eletrônicos no Brasil, tomando como material empírico as conexões estabelecidas e identificadas nas duas audiências públicas realizadas pela Anvisa.
Metodologia
Trata-se de pesquisa documental baseada na análise de gravações, em áudio e vídeo, das duas audiências públicas e de seus documentos complementares disponíveis em área de acesso público e irrestrito no site da Anvisa. As sessões realizadas pela Anvisa no ano de 2019 foram organizadas com exposições de atores convidados e manifestações do público em geral, orientadas por 13 questões que expressavam controvérsias priorizadas pela Agência. A análise, fundamentada nas operações de translação da Teoria do Ator-Rede, combinou abordagens dedutivas e indutivas, com uso dos softwares Atlas Ti e UCINET para a caracterização das principais controvérsias, conexões e redes de valoração.
Resultados
As audiências públicas reuniram atores do setor regulado e de suas associações, órgãos governamentais, instituições de ensino e pesquisa, sociedade civil e outros. Identificaram-se três núcleos principais de controvérsias: usos e efeitos dos DEF, impactos na cadeia produtiva do tabaco e judicialização. Os atores da saúde defenderam a manutenção da RDC com base no princípio da precaução e em evidências científicas sobre os riscos à saúde. Já o setor regulado e seus aliados focaram na flexibilização da RDC, com ênfase no alegado risco reduzido, na liberdade individual e combate ao mercado ilegal. Observou-se a intensificação dos alinhamentos entre atores da saúde na segunda audiência.
Conclusões/Considerações
As audiências públicas reafirmam a regulação estatal como tutela da saúde coletiva frente à pressão econômica e judicialização. Diante dos desafios de regulação de objetos complexos, o estudo contribui para a identificação de abordagens que permitam explorar os processos regulatórios como objetos de avaliação (avaliandos), subsidiando negociações de controvérsias em uma complexa esfera de valoração pluralista, democrática e mediada pelo Estado.
AVALIAÇÃO DE IMPLANTAÇÃO DAS AÇÕES PÚBLICAS DE SAÚDE VOLTADAS À POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA: UM ESTUDO DE CASO
Pôster Eletrônico
1 IFSC - Campus Joinville
2 IFSC - Campus Florianópolis
Apresentação/Introdução
A População em Situação de Rua representa uma das expressões da desigualdade social no Brasil. Apesar dos esforços governamentais, ainda há barreiras de acesso e assistência à saúde desta população. Nesse contexto, a avaliação é um instrumento de gestão crucial para identificar as fragilidades dos serviços existentes e gerar informações úteis para o planejamento e a tomada de decisões.
Objetivos
Avaliar o grau de implantação das ações públicas de saúde para a população em situação de rua no maior município do estado de Santa Catarina.
Metodologia
trata-se de uma pesquisa avaliativa, do tipo análise de implantação, desenvolvida em duas etapas: estudo de avaliabilidade (EA) e estudo de caso. O estudo de avaliabilidade se constituiu por revisão literária, proposição e validação dos modelos. A matriz de avaliação é composta por seis indicadores na dimensão Gestão e dez na dimensão Provimento. O estudo de caso foi realizado com a entrevista de 278 pessoas, sendo PSR, gestores e profissionais da saúde do maior município do estado de Santa Catarina.
Resultados
O município analisado, apresentou grau de implantação regular das ações públicas de saúde para essa população.
Conclusões/Considerações
É possível que a modelização proposta subsidie outros municípios para a adequação das ações públicas de saúde, pois foi desenvolvido baseado em evidências e validado por especialistas na área de estudo.
ESTUDO DE AVALIABILIDADE DAS AÇÕES PÚBLICAS DE SAÚDE VOLTADAS À POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
Pôster Eletrônico
1 IFSC - Campus Joinville
2 IFSC - Campus Florianópolis
Apresentação/Introdução
A crise social intensificada pela pandemia da COVID-19, aumentou o número de pessoas vulneráveis em situação de rua. Considerando as características singulares dessa população e sua relação com o atendimento em saúde pelo SUS, os poucos trabalhos com aplicação de modelos avaliativos sobre a temática nos serviços públicos de saúde, fez-se necessário a avaliação das ações desenvolvidas.
Objetivos
O objetivo deste estudo foi propor um Modelo Teórico Lógico e Matriz de Análise e Julgamento para a avaliação das ações públicas de saúde para a população em situação de rua.
Metodologia
O estudo contempla análise documental, seguida de oficina de consenso com doze especialistas no tema, incluindo pesquisadores, gestores, profissionais de saúde e líderes de movimentos sociais da população em situação de rua. Validação teórica e prática da matriz.
Resultados
O Modelo Teórico Lógico desenvolvido aborda em sua representação gráfica, que os determinantes sociais, podem conduzir a pessoa à vulnerabilidade social e a condição de rua. Já a Matriz Avaliativa proposta é composta por duas dimensões e dezoito indicadores com seus respectivos parâmetros que permitem classificar as ações públicas de saúde direcionadas à população em situação de rua como críticas, regulares, aceitáveis ou satisfatórias.
Conclusões/Considerações
O Modelo Teórico Lógico e a Matriz avaliativa podem auxiliar a mensurar as ações desenvolvidas para a população em situação de rua, fornecendo informações cientificamente válidas e socialmente legítimas, que poderão auxiliar no aprimoramento ou remodelamento dos serviços.
ANÁLISE DO PROCESSO DA REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA: FINANCIAMENTO – 2024
Pôster Eletrônico
1 SESAB
2 UFBA
3 UFBA/ISC
4 .
Apresentação/Introdução
Pesquisa como resultado do monitoramento anual das políticas e do sistema de saúde no Brasil realizado pelo eixo de pesquisa da Análise do Processo da Reforma Sanitária Brasileira. Suas seções foram delimitadas a partir do material coletado e representaram os principais elementos de disputa em torno do financiamento federal no ano de 2024.
Objetivos
Identificar principais elementos de disputa relativo ao financiamento federal no ano de 2024.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, crítico-reflexivo realizado a partir das matrizes produzidas pelo Eixo 01 da pesquisa do Observatório de Análise Política em Saúde (OAPS), denominado Análise do Processo de Reforma Sanitária Brasileira. Analisadas as notícias de financiamento da saúde em 2024, do CNS, ABRASCO, Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (CEBES), MS, ANS, ANVISA, CONASS, CONASEMS, Entidades Médicas, Outra Saúde e Saúde Legis, OAPS, Congresso em Foco e a Revista Radis. Extraídos dados, sistematizados software Microsoft Excel (2016) e analisados com base no projeto e no processo da RSB.
Resultados
O Novo Arcabouço Fiscal foi celebrado para recompor os investimentos sociais, no entanto seu desenho restritivo e a desvinculação dos pisos constitucionais reacenderam o alerta do subfinanciamento crônico e regressão fiscal. A expansão das emendas tem implicado na redução do poder do Ministério na alocação de recursos em saúde frente às despesas discricionárias. O Previne Brasil foi substituído por outra metodologia de cofinanciamento do Piso da APS, com o objetivo de aprimorar o modelo e fortalecer a ESF. O setor privado segue em franca expansão e financeirização, intensificando desigualdades no acesso e aprofundando o abismo entre a saúde como direito e à saúde como mercadoria.
Conclusões/Considerações
O cenário do financiamento da saúde em 2024 revela avanços tímidos, disputas acirradas e ameaças latentes aos princípios constitucionais do SUS dando continuidade no desafio de alcançar maior financiamento para a saúde em uma conjuntura de profundas disputas orçamentárias, fiscais e políticas.
DESAFIOS E BENEFÍCIOS DA IMPLANTAÇÃO DO APURASUS NA REDE EBSERH: UMA ANÁLISE SOB A PERSPECTIVA DOS GESTORES
Pôster Eletrônico
1 HC/UFPE
2 CCM/UFPE
3 CCSA/UFPE
4 UFPE
Apresentação/Introdução
O ApuraSUS é um sistema público criado pelo Ministério da Saúde para aprimorar a gestão de custos hospitalares. Sua adoção na Rede EBSERH tem sido marcada por avanços e resistências. Apesar da recomendação institucional, muitos hospitais da rede EBSERH não o implementaram voluntariamente, exigindo análise dos fatores envolvidos.
Objetivos
Investigar as principais dificuldades, benefícios e motivações relatadas por gestores hospitalares da Rede EBSERH para adesão ou não adesão voluntária ao ApuraSUS, visando subsidiar estratégias para ampliar sua implantação.
Metodologia
Trata-se de estudo exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa e quantitativa. Aplicou-se questionário online a 33 chefes de setores de contabilidade da Rede EBSERH. A coleta ocorreu entre setembro e outubro de 2023, via Microsoft Forms. Os dados qualitativos foram tratados por análise de conteúdo e apoio do software NVivo 14. As respostas foram organizadas em categorias temáticas sobre dificuldades, benefícios e motivações para adesão. Os dados quantitativos foram analisados com testes estatísticos como qui-quadrado, Fisher e Wilcoxon, considerando o nível de significância de 5%.
Resultados
As dificuldades mais citadas foram a sobrecarga de trabalho, escassez de pessoal qualificado, ausência de integração com o AGHU, limitações tecnológicas e resistência institucional. Os benefícios relatados incluíram maior transparência, uso de dados para decisões estratégicas, cultura de custos e ganhos de eficiência. A adesão voluntária ocorreu por incentivo da alta gestão, compromisso com inovação e valorização da governança. A não adesão esteve associada a falta de obrigatoriedade, receio de carga adicional de trabalho e desconhecimento sobre a aplicabilidade do sistema.
Conclusões/Considerações
A implantação do ApuraSUS na Rede EBSERH depende de múltiplos fatores institucionais e operacionais. A ampliação da adesão requer estratégias como capacitação técnica, melhoria na integração com sistemas já utilizados, reconhecimento institucional e sensibilização das lideranças locais sobre os benefícios organizacionais da ferramenta
CONSÓRCIOS PÚBLICOS INTERFEDERATIVOS DE SAÚDE E COMISSÕES INTERGESTORES REGIONAIS NA MACRORREGIÃO SUL DO ESTADO DA BAHIA: UMA ANÁLISE DOCUMENTAL.
Pôster Eletrônico
1 UFBA/SESAB
2 ISC/UFBA
Apresentação/Introdução
Os Consórcios, associações voluntárias de entes federativos para realizar objetivos de interesse comum, apresentam desafios relativos à cooperação e coordenação entre as instâncias gestoras de saúde (Lui L, et al, 2020). Busca-se compreender se a implantação dos consórcios públicos verticais de saúde no estado da Bahia, favoreceu a estruturação da cooperação interfederativa nas regiões de saúde.
Objetivos
O objetivo é descrever as relações estabelecidas pelos Consórcios Públicos Interfederativos de Saúde com as Comissões Intergestores Regionais (CIR) nas quatro regiões de saúde da Macrorregião Sul do estado da Bahia: Jequié, Valença, Itabuna e Ilhéus.
Metodologia
Trata-se de pesquisa qualitativa, por meio de análise documental (Bardin, 2011), sobre o conteúdo das atas das reuniões da CIR, disponíveis no site do Observatório Baiano de Regionalização, referentes às regiões de saúde da Macrorregião Sul - Jequié, Valença, Itabuna e Ilhéus - no período de 2015 a 2025. As etapas consistem em leitura flutuante das atas, identificação das datas das reuniões, participantes, pautas, destaques sobre as discussões relativas aos consórcios e policlínicas e observações, que são sistematizadas em planilha Excel para posterior consulta e análise crítica da participação e relacionamento dos consórcios com a CIR e possíveis contribuições para a gestão interfederativa.
Resultados
Os resultados indicam que a participação dos consórcios nas reuniões das CIR ocorre principalmente quando há pauta específica relativa aos consórcios ou às respectivas policlínicas regionais, sendo mais frequente a participação do(a) Diretor(a) Geral da Policlínica, unidade sob gestão consorciada. Em alguns casos, quando o Colegiado de Apoio à Gestão do Consórcio não está formalizado, são levadas para a reunião questões relativas à decisão sobre contratação de profissionais de saúde, principalmente sobre as especialidades médicas necessárias à região e informações sobre funcionamento da policlínica e a realização de ações intensificadas com oferta de serviços de saúde nos finais de semana.
Conclusões/Considerações
Este relato contém resultados parciais e preliminares da análise de conteúdo em curso na pesquisa de doutorado intitulado: "Análise Política dos Consórcios Públicos Interfederativos de Saúde na Macrorregião Sul de Saúde do estado da Bahia" (ISC/UFBA). Espera-se apresentar mais elementos relativos a resultados na ocasião da apresentação do Congresso. Manifesto o desejo de que o trabalho não seja publicado nos Anais para manter o ineditismo.
GOVERNANÇA PARA REDES DE PESQUISA E INOVAÇÃO: UMA PROPOSTA DE MODELO
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ
2 SENAI CIMATEC
3 UFSC
Apresentação/Introdução
O trabalho apresenta um modelo de governança para redes de pesquisa e inovação elaborado a partir dos fatores relacionados à formação de redes e mecanismos de governança associados, e na abordagem sobre a estruturação do capital intelectual em redes, utilizando a base teórica da metodologia InCaS – Intellectual Capital Statement, que engloba a análise dos capitais humano, estrutural e relacional.
Objetivos
Desenvolver uma proposta de modelo de governança para redes de pesquisa e inovação formadas prioritariamente por pesquisadores, acadêmicos, gestores e profissionais da área da saúde pública, considerando a base teórica e conceitual investigada.
Metodologia
O processo de coleta de dados secundários envolveu uma revisão da literatura para identificar estudos com potenciais contribuições para a pesquisa. A revisão foi caracterizada pela utilização de descritores como estratégia de busca por trabalhos relacionados à formação de redes e mecanismos de governança associados, e à estruturação do capital intelectual em redes de pesquisa e inovação em bases de dados conhecidas por abranger um amplo espectro de revistas científicas, tais como Google Scholar (https://scholar.google.com.br), Science Direct (https://www.sciencedirect.com), Dimensions (https://www.dimensions.ai/), e Web of Science – WoS (https://webofscience.com).
Resultados
O modelo é composto por quatro comitês que atuam com estratégias e ações integradas de governança, compostas por atores com papéis e responsabilidades definidas, atuam em diferentes processos de trabalho e são subsidiados por ferramentas e recursos potenciais. O Comitê Gestor, que atua na articulação e condução do planejamento estratégico. Coordenação dos Processos, responsável pelo fluxo dos processos de tomada de decisão e articulação interna. Informação e Comunicação, responsável pela gestão de dados, informação e conhecimentos gerados na rede. E Integração Estratégica, que atua na mobilização de recursos estratégicos e captação de recursos financeiros para sustentabilidade da rede.
Conclusões/Considerações
Modelos de governança para redes de pesquisa e inovação exigem funcionalidades que atendam os requisitos da rede no sentido de orientar os processos de gestão, e devem considerar o seu ambiente de atuação, contexto institucional, dinâmica de atuação e características dos atores participantes. A análise destes fatores é imprescindível para estruturação de um modelo que atenda de forma sistemática as necessidades e demandas de gestão de cada rede.
LEITOS OBSTÉTRICOS EM MATO GROSSO: DISTRIBUIÇÃO, DISTÂNCIA E TEMPO DE DESLOCAMENTO
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
2 SMS Cuiabá | SES Mato Grosso
Apresentação/Introdução
A Rede Alyne articula os níveis de atenção, assegurando cuidado integral do pré-natal ao puerpério. Em 2023, Mato Grosso registrou a sétima maior razão de mortalidade materna do país (66,6/100 mil nascidos vivos). Desafios como a extensa territorialidade no estado de Mato Grosso solicitam análise da distribuição de leitos obstétricos, a fim de reduzir desigualdades no acesso.
Objetivos
Descrever a proporção de municípios sem leitos obstétricos por macrorregião de saúde em Mato Grosso, bem como a distância e o tempo médio de deslocamento desses municípios até o município de referência de cada macrorregião e capital do estado.
Metodologia
Trata-se de pesquisa descritiva exploratória, com dados públicos do Cadastro Nacional de Estabelecimentos em Saúde (CNES) do ano de 2025, e das Regiões de Influência das Cidades (REGIC), disponíveis no DATASUS/Ministério da Saúde e IBGE, respectivamente. Foram selecionados os municípios de Mato Grosso que não possuíam leitos obstétricos (clínicos e cirúrgicos). Para cada macrorregião de saúde (Sul, Oeste, Norte, Leste, Centro-Norte e Centro-Noroeste) foram calculadas a proporção de municípios sem leitos, a distância (quilômetros) e o tempo médio de deslocamento (minutos) até o município de referência da macrorregião, bem como a distância e tempo médio de deslocamento até a capital do estado.
Resultados
Dos 141 municípios do estado de Mato Grosso, 54 não dispunham de leitos obstétricos (38,3%). Centro-Norte foi a macrorregião com maior proporção de municípios sem leitos (54,5%), seguida da Oeste (50,0%). A macrorregião Sul apresentou a menor proporção (26,3%). As distâncias e os tempos médios entre os municípios sem leitos obstétricos e o município de referência das macrorregiões variaram de 117,8 km/95 min (Centro-Norte) a 470,1 km/360 min (Leste). Em relação à capital do estado, as macrorregiões Leste e Norte apresentaram maior distância e tempo médio (974,5 km/710 min e 584,1 km/447 min, respectivamente).
Conclusões/Considerações
A distribuição de leitos obstétricos no estado apresenta-se desigual e, em grande parte das macrorregiões, são grandes as distâncias e o tempo de deslocamento, demonstrando a necessidade de reorganização da rede. Recomendamos o dimensionamento da necessidade de leitos, levando em consideração critérios populacionais, como quantitativo de mulheres em idade fértil e de nascidos vivos de cada macrorregião de saúde de Mato Grosso.
IMPACTO DO PREVINE BRASIL NO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO ÀS GESTANTES NAS REGIÕES BRASILEIRAS
Pôster Eletrônico
1 UFBA
Apresentação/Introdução
O Programa Previne Brasil, instituído em 2019, estabeleceu o pagamento por desempenho na Atenção Primária à Saúde (APS) através do resultado obtido para sete indicadores, sendo apenas um referente à saúde bucal. Considerando as recentes mudanças no cofinanciamento federal, com a criação de novos indicadores, faz-se necessário analisar o impacto do programa anterior.
Objetivos
Descrever a evolução do indicador “Proporção de gestantes com atendimento odontológico realizado” nas regiões brasileiras entre 2018 e 2024 a partir de dados do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB).
Metodologia
Inicialmente, coletou-se os dados referentes ao indicador “Proporção de gestantes com atendimento odontológico realizado” disponíveis na categoria “Indicadores de Desempenho” do SISAB. Considerou-se a estratificação por regiões brasileiras, todos os quadrimestres de 2018 a 2024 e o registro de todas as equipes do município. Os dados foram analisados descritivamente, considerando a meta de 60% e a sinalização semafórica do alcance do referido indicador: <24% (vermelho), entre ≥24% e <42% (amarelo), entre ≥42% e <60% (verde) e ≥60% (azul).
Resultados
Entre 2018 e 2020, todas as regiões apresentaram resultados <24% neste indicador. Em 2021, as regiões alcançaram resultados entre ≥24% e <42%, com destaque para o Nordeste que, com 52%, foi a primeira a apresentar resultado entre ≥42% e <60%. Em 2022, as regiões alcançaram resultados entre ≥42% e <60% e o Nordeste foi a primeira a alcançar a meta. A partir de 2023, todas as regiões mantiveram-se com resultados entre ≥42% e <60% ou ≥60%, com destaque para a região Nordeste que alcançou 70% e regiões Norte e Sul que também alcançaram a meta. Todas as regiões apresentaram resultados entre ≥42% e <60% no último quadrimestre de 2024 e as regiões Centro-Oeste e Sudeste não alcançaram a meta.
Conclusões/Considerações
Nota-se o impacto das políticas de indução federal via financiamento nos processos de trabalho no SUS com o aumento do indicador entre 2018 e 2023, perdendo relevância a partir de 2024 com fim do Previne Brasil. É importante permanecer monitorando os resultados, considerando também as diferentes respostas nas regiões. Com a indução de novos indicadores, este indicador pode perder a centralidade no processo de trabalho das equipes de saúde bucal.
GESTÃO DO CONHECIMENTO E DECISÕES BASEADAS EM EVIDÊNCIAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UnB
Apresentação/Introdução
A gestão do conhecimento (GC) é uma metodologia que pode ser aplicada na Atenção Primária à Saúde (APS), possibilitando decisões mais assertivas e baseadas em evidências, com impactos diretos sobre a qualidade dos serviços e a eficiência das equipes.
Objetivos
Identificar estratégias e desafios da gestão do conhecimento para apoiar decisões baseadas em evidências na APS.
Metodologia
Foi realizada uma breve revisão da literatura sobre o tema, incluindo a análise documental de experiências relacionadas à gestão do conhecimento aplicada à APS. De maneira coplementar, foram consideradas observações práticas obtidas durante atuação direta em uma unidade básica de saúde no Distrito Federal.
Resultados
A gestão do conhecimento é uma boa metodologia para fortalecer decisões clínicas e gerenciais na APS. Práticas sistemáticas e estruturadas para criação, retenção e compartilhamento de informações foram essenciais para estimular a aprendizagem organizacional contínua e aumentar a satisfação profissional, conforme observado na experiência prática.
Conclusões/Considerações
A implementação da metodologia de gestão do conhecimento é algo fundamental para melhorar a tomada de decisão na APS. Recomenda-se que essas estratégias sejam adotadas regularmente pelas equipes para alcançar resultados significativos na eficiência operacional e na qualidade assistencial.
USO DE APLICATIVO CENSO-LEITOS NA REDE SUS-BH: UMA ANÁLISE DE SÉRIE TEMPORAL, ENTRE 2022 E 2024, SOBRE O TEMPO ENTRE SOLICITAÇÕES E RESERVAS DE VAGA DE INTERNAÇÃO
Pôster Eletrônico
1 SMSA/BH
Apresentação/Introdução
Como estratégia da rede pública de saúde, as centrais de regulação assistencial desempenham um papel crucial na organização e distribuição das vagas hospitalares. Dado os impactos positivos que a gestão eficiente do tempo de espera pode gerar para o paciente, o município de Belo Horizonte adotou, em abril de 2024, o aplicativo Censo-Leitos para a gestão e monitoramento da ocupação hospitalar.
Objetivos
Este estudo buscou analisar as variações no tempo de espera nas cinco especialidades médicas com maior demanda de solicitações (Clinica Geral, CTI, Ortopedia, Pediatria e Cirurgia Geral), comparando antes e depois da implementação do aplicativo.
Metodologia
Trata-se de um estudo longitudinal retrospectivo, de série temporal interrompida, no qual foram avaliadas as séries temporais construídas com dados mensais sobre o tempo médio entre as solicitações e as reservas de vaga de internação para as especialidades médicas, entre janeiro de 2022 e dezembro de 2024. As séries temporais foram divididas entre: pré-intervenção (entre janeiro de 2023 e março de 2024) e pós-intervenção (entre abril de dezembro de 2024). A análise estatística foi realizada segundo o modelo de regressão linear segmentada por meio do programa estatístico R, versão 4.2.2. Todos os testes de hipóteses utilizaram um nível de significância de 5%.
Resultados
Foram realizadas 178.873 solicitações de internação na rede SUS-BH via regulação. As séries de Clínica Geral, CTI, Pediatria e Cirurgia Geral, observaram mudança de tendência de crescente para decrescente após a intervenção, com significância estatística para as séries de Clínica Geral e CTI. Estas mesmas quatro séries observaram tendência de queda no período pós-intervenção, sendo estatisticamente significativas nas séries de Clínica Geral, CTI e Ortopedia. Os valores das séries com intervenção foram menores do que seus respectivos contrafactuais, com quedas variando entre 18,8% e 46,7%, dos quais, estatisticamente significativas as séries de Clínica Geral, CTI e Ortopedia.
Conclusões/Considerações
A implementação do aplicativo Censo-Leitos na rede SUS-BH esteve associada à redução no tempo médio entre solicitação e reserva de vagas para internação, com efeitos mais evidentes e significativos em Clínica Geral, CTI e Ortopedia. Embora o impacto tenha variado entre as especialidades, os resultados apontam para um potencial promissor do uso de tecnologias de gestão da informação na regulação de leitos, especialmente em contextos de alta demanda.
PRÁTICAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DA DOENÇA NOS PÉS RELACIONADA AO DIABETES MELLITUS: UM ESTUDO DE AVALIABILIDADE
Pôster Eletrônico
1 UFSJ
Apresentação/Introdução
O Diabetes Mellitus é uma doença crônica não transmissível de grande prevalência em todo o mundo. Ela pode causar complicações severas, destacando entres estas a doença nos pés relacionada ao Diabetes Mellitus. A Atenção Primária à Saúde possui importante papel na prevenção e controle desta complicação através das práticas assistenciais promovidas.
Objetivos
Realizar estudo de avaliabilidade das práticas voltadas à prevenção e controle da doença nos pés de pessoas com Diabetes Mellitus.
Metodologia
Estudo de avaliabilidade com abordagem exploratória e qualitativa tendo como referencial teórico o sistema dos sete elementos propostos por Thurston e Ramaliu.
Resultados
A descrição das práticas de prevenção e controle da doença no pé relacionada ao Diabetes Mellitus foi fundamental para aprofundar no conhecimento sobre o funcionamento das mesmas na Atenção Primária à Saúde. Esse entendimento foi crucial para a construção do modelo lógico, que, por sua vez, orientou a formulação de perguntas que compõem um instrumento de avaliação dessas práticas. A validação dessas questões pelo método Delphi foi crucial para a realização de ajustes no conteúdo e foram de apresentação, o que, sem dúvida, fortalecerá o poder analítico do instrumento.
Conclusões/Considerações
Para responder ao objetivo, o Estudo de Avaliabilidade (EA) apontou a possibilidade de avaliações posteriores das práticas de prevenção e controle da doença no pé relacionada ao Diabetes Mellitus , potencializando seus benefícios e garantindo uma abordagem mais eficaz.
ANÁLISE GEO-ESPACIAL DOS PACIENTES ONCOLÓGICOS ATENDIDOS NO INSTITUTO DE ONCOLOGIA CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS (ONCMMG)
Pôster Eletrônico
1 FCMMG
Apresentação/Introdução
A geolocalização é ferramenta estratégica no controle do câncer, permitindo o planejamento de ações regionais. No Brasil, centros oncológicos credenciados atendem populações específicas. Avaliar a distribuição geográfica dos pacientes pode contribuir para melhorar a equidade no acesso e diagnóstico
Objetivos
Analisar a distribuição geográfica dos pacientes atendidos no Instituto de Oncologia Ciências Médicas de Minas Gerais-IONCMMG entre 2024 e 2025 e sua associação com os tipos de neoplasias diagnosticadas.
Metodologia
Estudo transversal com pacientes com neoplasias atendidos no IONCMMG entre novembro/2024 e maio/2025. Os dados foram obtidos via prontuário eletrônico com aprovação ética (CAAE 80030024.6.0000.5134). Foram analisados dados epidemiológicos, tipo e localização do tumor e município de origem. Realizou-se análise estatística descritiva, com tabulação via REDCap e análises no software R. A associação entre procedência geográfica e tipo tumoral foi testada com o teste do qui-quadrado
Resultados
748 pacientes com predomínio do sexo feminino (59%) e mediana de idade de 64 anos. Quanto à procedência, 48% de Belo Horizonte, 29% da Região Metropolitana (RM) e 23% de demais municípios de MG. Em relação ao tipo de neoplasia: mama 23%, próstata + tumores urológicos 20%, gastrointestinal 13%, SMP 10%, leucemias 7,1%, LNH 7%, e Mieloma Múltiplo 6,4%. Houve associação significativa entre localização e tipo tumoral (p < 0,001) . Neoplasias da mama predominaram em BH (34%) e na RM (33%), apresentando redução para 14% em outras regiões, enquanto leucemias e mieloma múltiplo foram mais frequentes fora dessas regiões (18% e 13% respectivamente). Tumores urológicos tiveram distribuição homogênea.
Conclusões/Considerações
A distribuição geográfica dos pacientes revelou diferenças relevantes no tipo de neoplasia diagnosticada, com certos tumores mais prevalentes em regiões fora dos grandes centros. Esses achados reforçam a importância da análise espacial como ferramenta para o planejamento de políticas públicas oncológicas regionais e melhoria no acesso ao diagnóstico e tratamento.
FORÇA NACIONAL DO SUS: PERFIL DOS VOLUNTÁRIOS E DESAFIOS DO BANCO DE DADOS PARA MOBILIZAÇÃO EM EMERGÊNCIAS
Pôster Eletrônico
1 Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB)
2 Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal
3 Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Saúde (UnB)
4 Instituto de Ciência Política, Universidade de Brasília (UnB)
5 Universidade de Brasília (UnB)
6 Hospital Universitário de Brasília (HUB/UnB)
7 Universidade Federal do Amazonas; Secretaria de Saúde de Manaus
8 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
9 Instituto Benjamin Constant, Rio de Janeiro
Apresentação/Introdução
A Força Nacional do SUS (FN-SUS) constitui um instrumento estratégico para a resposta a emergências em saúde pública. No entanto, há escassez de informações consolidadas sobre o perfil dos voluntários cadastrados. Este estudo exploratório analisa o banco de dados da FN-SUS e aponta oportunidades para qualificar e agilizar o processo de recrutamento.
Objetivos
Caracterizar o perfil dos voluntários da FN-SUS (2022–2024) e identificar aspectos do banco de dados que contribuam para tornar o recrutamento mais eficiente, ágil e assertivo em emergências em saúde pública.
Metodologia
Trata-se de um estudo exploratório, de delineamento transversal, baseado na análise do banco de dados de voluntários da Força Nacional do SUS (FN-SUS), referente ao período de 2022 a novembro de 2024. Foi realizada análise descritiva das variáveis disponíveis, após padronização dos campos e exclusão de registros duplicados (12,5%). As categorias analisadas abrangeram formação, especialização, disponibilidade, unidade federativa e domínio de idiomas. De forma complementar, foi realizada uma simulação do preenchimento do formulário eletrônico de cadastro, com o objetivo de compreender a estrutura e a qualidade das variáveis coletadas.
Resultados
Foram analisados 38.705 registros únicos. A maioria era composta por enfermeiros (32,7%), técnicos de enfermagem (16,9%) e médicos (12%). As especializações mais frequentes foram Urgência e Emergência (27,5%), Terapia Intensiva (12,8%) e Saúde Coletiva (11,1%). A Região Sudeste concentrou 36,9% das inscrições. Observou-se pico em 2023, relacionado à crise Yanomami. A variável “Graduação” apresentou 19 categorias, com grafias variadas. Identificaram-se 16 campos distintos para especializações; o mais completo foi preenchido por 15.654 candidatos.
Conclusões/Considerações
Os registros analisados revelam o potencial estratégico da FN-SUS para mobilização de profissionais em situações de emergência. No entanto, a análise evidencia a necessidade de qualificação da estrutura e padronização das variáveis do banco de dados, a fim de viabilizar recrutamento mais ágil, preciso e alinhado às demandas de resposta rápida em saúde pública.
ITINERÁRIO TERAPÊUTICO DE USUÁRIOS DO SUS COM TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
Pôster Eletrônico
1 Unicamp
Apresentação/Introdução
Trombose Venosa Profunda é uma afecção relativamente frequente na população que pode ter complicações sérias como Embolia Pulmonar caso não seja tratada em tempo oportuno e cuja confirmação diagnóstica depende de exames complementares. A busca pelo cuidado em saúde pelos usuários do SUS com TVP nos levam a discutir sobre dificuldades de acesso e importância de conhecer as redes de atenção.
Objetivos
Conhecer o itinerário terapêutico dos pacientes com TVP atendidos no ambulatório de Cirurgia Vascular da Policlínica Municipal de Monte Mor - SP, observando o perfil destes usuários, percepções sobre acesso e a respeito da a patologia em questão.
Metodologia
Estudo qualitativo e descritivo com pacientes maiores de 18 anos com TVP atendidos nos últimos 2 anos na Policlínica Municipal. Realizadas entrevistas semiestruturadas, perguntando, além de informações pessoais (gênero, idade, escolaridade) sobre sinais e sintomas apresentados, tempo de início do quadro até buscar o primeiro atendimento, conduta instituída, exames solicitados, como foi o acesso ao ambulatório específico e dificuldades e facilidades encontradas no processo. Entrevistas foram gravadas e transcritas e os dados coletados então avaliados segundo análise de conteúdo. Os achados foram organizados e categorizados. O critério de saturação foi usado para encerrar as entrevistas.
Resultados
Entrevistamos 13 pacientes, sendo 8 mulheres e 5 homens, com idade média de 59,1 anos e baixa escolaridade. Observou-se dificuldades no acesso ao atendimento de urgência nas unidades básicas de saúde assim como necessidade de vários atendimentos até houvesse confirmação diagnóstica. O encaminhamento ao ambulatório especializado deu-se em tempo oportuno. Problemas descritos foram principalmente na dificuldade e demora para agendamento do exame confirmatório (eco-doppler). Pacientes pontuam ainda suas percepções sobre a doença, gerando preocupação e ansiedade além de dificuldades no trabalho e atividades do cotidiano.
Conclusões/Considerações
Ratificou-se com esses resultados, a necessidade de se definir um protocolo de atendimento para os pacientes com suspeita de TVP no SUS da cidade em questão, assegurando o acesso à consulta de urgência também nas Unidades Básicas de Saúde, com qualificação profissional para suspeição da patologia e encaminhamento apropriado para a realização de exames confirmatórios e instituição do tratamento, evitando assim, complicações graves e sequelas.
LOGÍSTICA DA REGULAÇÃO À ATENÇÃO ESPECIALIZADA EM UM MUNICÍPIO DE GRANDE PORTE DO NORDESTE BRASILEIRO
Pôster Eletrônico
1 Universidade Estadual da Bahia
Apresentação/Introdução
No Brasil, a conformação de um fluxo regulatório do acesso que possibilite a resposta adequada às necessidades em saúde segue em construção. É possível identificar avanços no reconhecimento da coordenação do cuidado desempenhada pela atenção primária como elemento importante da construção de um mecanismo regulatório que articule os níveis de atenção (Baduy et al 2011; Melo et al 2021; Dias, 2012).
Objetivos
Buscou-se identificar e analisar o modelo de organização da regulação de encaminhamentos a especialistas e serviços de apoio diagnóstico no município estudado.
Metodologia
Desenvolveu-se por um estudo de caso através de análise documental dos documentos institucionais públicos do município que visam organizar a regulação do acesso. Na análise, o documento foi organizado em corpus textual e submetido ao software open source Iramuteq para processamento com análise por classificação hierárquica descendente (CHD), seguido da análise qualitativa dos dados, a partir de categorias extraídas do modelo teórico da matriz de regulação da demanda e da oferta nos sistemas de atenção à saúde (Mendes, 2019).
Resultados
Os resultados demonstram que há ausência de estratégias organizadas de gestão da demanda (critérios de encaminhamento, elementos de estratificação de risco para condições crônicas ou classificação de risco para eventos agudos ou agudizados) que podem ser encontrados em protocolos municipais de regulações de outros municípios de porte similar. Nota-se ainda que o fluxo regulatório para muitos procedimentos dependem da participação ativa do usuário, enquanto operador da rede, o que pode prejudicar o acesso e se distancia de experiências municipais exitosas que valorizam mais a coordenação do cuidado pela atenção primária à saúde.
Conclusões/Considerações
Entender melhor os mecanismos da ação regulatória relacionando-as com elementos da composição do sistema de saúde e com elementos que compõem o processo de trabalho em saúde pode apoiar a compreensão dos desafios e potências da regulação assistencial.
FORÇA DE TRABALHO EM REABILITAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA E ESPECIALIZADA EM SAÚDE NO BRASIL E PROJEÇÃO PARA 2030
Pôster Eletrônico
1 Universidade de São Paulo - Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina
Apresentação/Introdução
O aumento de condições crônicas e do envelhecimento elevam a demanda por reabilitação. A força de trabalho em reabilitação é essencial para atender os princípios do SUS, e sua importância foi destacada pela OMS na “Call for Action - 2030”. A Atenção Primária em Saúde (APS) e a Especializada (AES) enfrentam escassez de profissionais em reabilitação, indicando iniquidades assistenciais.
Objetivos
Analisar a distribuição espacial da força de trabalho em reabilitação atual e projeção para 2030, da APS e AES nas unidades federativas do Brasil.
Metodologia
Estudo ecológico das taxas da força de trabalho em reabilitação de fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais por 10.000 habitantes, atuantes na APS e AES do SUS. As informações foram coletadas no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde de 2010 a 2023 e a projeção para 2030 foi feita por modelos ARIMA para as unidades federativas e Brasil. O teste Mann-Whitney foi usado para indicar diferença significativa (p ≤ 0,05) para a força de trabalho entre APS e AES e Kruskal-Wallis para comparar as distribuições entre as unidades federativas para os anos de 2023 e 2030.
Resultados
As medianas da taxa/10.000 habitantes dos profissionais em 2023 revelaram consistentemente valores mais altos na AES: fisioterapeutas (APS: 0,65 | AES: 0,75; p>0,055), psicólogos (APS: 0,66 | AES: 0,78; p=0,003), fonoaudiólogos (APS: 0,13 | AES: 0,27; p<0,001) e terapeutas ocupacionais (APS: 0,03 | AES: 0,15; p<0,001). A distribuição dos profissionais nas unidades federativas foi estatisticamente diferente para fisioterapeutas (p<0,001), psicólogos (p<0,001) e terapeutas ocupacionais (p=0,0245), em 2023 e para 2030. Para fonoaudiólogos, essa diferença não foi significativa (p=0,0897).
Conclusões/Considerações
A AES teve em 2023 e terá em 2030 maior disponibilidade de força de trabalho em reabilitação do que na APS, exceto para fisioterapeutas com oferta similar para ambos os níveis assistenciais. Há diferença da oferta de reabilitação entre as unidades federativas para a APS e AES.
PLANEJAMENTO REGIONAL INTEGRADO DE UMA MACRORREGIÃO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS: ORGANIZAÇÃO DA REDE DE SAÚDE PARA A ATENDIMENTO À PRIORIDADE SANITÁRIA DO TERRITÓRIO.
Pôster Eletrônico
1 SES/MG
Apresentação/Introdução
A Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) orientou, no ano de 2022, as macrorregiões de saúde a elaborarem seus respectivos planejamentos regionais integrados para o quadriênio de 2024 a 2027. Assim, no intuito de conhecer o processo de elaboração do PRI da macrorregião de saúde Sul do Estado de Minas Gerais foi realizado este estudo.
Objetivos
Objetivo descrever as etapas de construção do planejamento regional integrado macrorregião de saúde Sul (MG) e conhecer o perfil epidemiológico desta macrorregião e identificar a prioridade sanitária escolhida no território.
Metodologia
Trata-se de um estudo de caso sobre o processo de elaboração do planejamento regional integrado iniciando no ano de 2022 até a pactuação do documento final, no ano de 2023, e os documentos de ajustes referentes ao ano de 2024. Este estudo deu-se a partir da análise documental existente na Superintendência Regional de Saúde de Varginha /MG, sede da área administrativa da SES/MG no território da macrorregião de Saúde Sul. Ao final, foi feita a descrição do plano de ação de saúde elaborado na macrorregião pesquisada com a definição do papel de cada um dos entes federados envolvidos na macrorregião para implementação das ações de saúde no território.
Resultados
O PRI analisado contempla parcialmente os tópicos mínimos necessários. A análise de situação de saúde da macrorregião Sul (2023) identificou que os municípios estão em transição demográfica, com população em progressivo envelhecimento e redução dos níveis de fecundidade. Identificado que cobertura da Atenção Primária à saúde (APS) dos municípios não é homogênea. A atenção ambulatorial especializada possui 05 serviços e a atenção hospitalar a macrorregião possui 35 hospitais. A prioridade sanitária escolhida foi o enfrentamento da morbimortalidade atrelada à hipertensão e diabetes. Ao final, foram construídos 08 indicadores para monitoramento das ações para o período de 2024 a 2027.
Conclusões/Considerações
A construção do PRI da macrorregião Sul proporcionou o diálogo próximo entre os atores, fortalecendo a governança regional e a troca de experiências e saberes para a superação das desigualdades loco-regionais. Ademais, a diversidade da estrutura assistencial existente nos municípios sob a abrangência da macrorregião foi considerada. Houve a definição de indicadores e metas necessários para o monitoramento da efetividade das ações.
ANÁLISE DOS GASTOS COM TRANSPLANTE RENAL DE DOADOR VIVO E FALECIDO NO BRASIL: UMA PERSPECTIVA ECONÔMICA A PARTIR DOS DADOS DO SUS (2014-2023)
Pôster Eletrônico
1 UECE
Apresentação/Introdução
A Doença Renal Crônica (DRC) em estágio terminal representa um problema de saúde pública em crescimento, agravado pela prevalência de diabetes tipo 2. O transplante renal é uma alternativa terapêutica custo-efetiva, com impacto positivo na sobrevida e qualidade de vida dos pacientes.
Objetivos
Analisar os gastos do SUS com transplantes renais de doadores vivos (DV) e falecidos (DF), por regiões brasileiras, de 2014 a 2023, considerando variações de custo e desigualdades regionais.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo-analítico com dados secundários extraídos do DATASUS (SIH/SUS), por meio do TABNET, de janeiro de 2014 a dezembro de 2023. Foram selecionados os procedimentos "Transplante de rim (órgão de doador vivo)" e "Transplante de rim (órgão de doador falecido)", com recorte regional. Os valores de internações foram corrigidos pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) e analisados em planilhas eletrônicas do Microsoft Excel 365. Calcularam-se médias anuais, totais por região e variações percentuais. Por se tratar de dados públicos,dispensa-se aprovação ética.
Resultados
Observou-se predominância dos gastos com transplantes de DF em todas as regiões, especialmente no Sudeste. De 2014 a 2023, foram investidos R$ 1.816.357.591,54 em DF e R$ 250.698.706,90 em DV, uma relação de aproximadamente 7,2 vezes maior. Embora o TR com DV tenha menor tempo de internação e melhores desfechos clínicos, sua adesão ainda é restrita por barreiras culturais, sociais e estruturais. As análises regionais mostraram desigualdades: o Sudeste teve o maior gasto acumulado (R$ 911.877.199,01) e o Norte, o menor (R$ 15.670.072,50). As variações percentuais de gastos entre DF e DV foram: Sudeste 419,7%, Sul 1100%, Nordeste 1588%, Centro-Oeste 633% e Norte 175%.
Conclusões/Considerações
Os gastos do SUS com TR foram maiores para procedimentos com DF. Apesar dos benefícios clínicos e econômicos dos DV, estes ainda são minoria. Observou-se concentração de gastos nas regiões Sudeste e Sul, com menores valores no Norte e Centro-Oeste. Destacam-se a importância de políticas públicas que promovam a equidade regional, ampliem o acesso ao TR com DV, qualifiquem os registros e racionalizem os gastos.
ANÁLISE DE CUSTOS DE INTERNAÇÃO POR DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM UMA AUTOGESTÃO EM SAÚDE NO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (CASSI).
Apresentação/Introdução
As doenças cardiovasculares (DCV) geram impactos socioeconômicos crescentes, influenciando os custos assistenciais e configurando um problema global de saúde. No Brasil, estudos apontam as DCV como a principal causa de internações com maior custo. Este estudo analisa os custos com hospitalizações por DCV em uma operadora de autogestão de saúde no Brasil.
Objetivos
Analisar os custos assistenciais diretos associados às internações por doenças cardiovasculares (DCV) dos beneficiários de uma operadora de autogestão, comparando sua variação ao longo de um período de 7 anos.
Metodologia
Trata-se de uma avaliação econômica parcial de custo da doença, com análise exploratória dos custos diretos relacionados ao diagnóstico e tratamento das DCV, utilizando a metodologia de macrocusteio do tipo “top down”, sob a perspectiva de uma operadora de autogestão, no período de 2017 a 2023. Foram analisados os custos com internações hospitalares registradas com códigos do capítulo IX da CID-10, categorizados conforme o tipo de atendimento hospitalar.
Resultados
Os resultados indicaram uma variação significativa no custo médio com internação hospitalar, em indivíduos por DCV ao longo dos anos analisados. Entre 2017 e 2023, o custo médio dessas internações atingiram seu maior pico entre 2020 e 2021, período da pandemia de COVID-19, refletindo maior gravidade dos casos e necessidade de cuidados mais qualificados. Em 2023, o custo médio da hospitalização foi, em média, R$ 53.531. Ainda, sobre a proporção dos custos com DCV em relação ao total da operadora, houve uma queda progressiva, o que pode representar tanto o aumento dos custos com outras condições clínicas quanto mudanças no perfil dos serviços de saúde.
Conclusões/Considerações
Os resultados indicam que, ao longo dos anos analisados, os gastos da operadora com internações hospitalares em beneficiários com DCV apresentaram uma tendência de estabilização, o que pode refletir um controle eficiente dos custos assistenciais, sem comprometer o cuidado ao beneficiário.
APOIO INSTITUCIONAL E AÇÃO COMUNICATIVA: DISPOSITIVOS EM PROL DA DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO
Pôster Eletrônico
1 Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca
Apresentação/Introdução
O crescente debate sobre gestão democrática nas organizações e a participação dos sujeitos na organização dos processos de trabalho buscam a horizontalização das relações. O Apoio Institucional (AI) trata das interações nas instituições e sistemas sociais valorizando a criatividade humana, contribuindo para um trabalho transversal e se unindo a outras políticas e práticas do SUS.
Objetivos
Discutir sobre a presença de competências comunicativas no AI no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS) na Região Metropolitana I do Estado do Rio de Janeiro.
Metodologia
O trabalho faz parte do doutoramento da autora principal. Optou-se por analisar dados relacionados às equipes de Saúde da Família (EqSF) nos três ciclos da Avaliação Externa do Programa para a Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB). As variáveis de análise foram selecionadas a partir dos Instrumentos utilizados: período e forma da realização de atividades de planejamento das ações; existência de suporte técnico e instrumental às EqSF; processo de autoavaliação; realização de Al; participação do apoiador no planejamento e organização do processo de trabalho; realização e planejamento das reuniões de equipe.
Resultados
Quatro competências comunicativas foram estratégicas para o desenvolvimento das ações de AI: atos de fala, agindo através da linguagem e considerando-a como transmissor de informação; argumentação, que atua na resolução das diferenças de opiniões e na mediação de conflitos, buscando acordos ou consensos; liderança, agindo no processo de planejamento das ações construído de forma coletiva e que formula conceitos e visões de mundo que lidam com a complexidade da realidade e dos problemas; e negociação baseada em interesses distintos e objetivos comuns, articulando poderes e saberes baseados na pluralidade, no entendimento e a conciliação, evitando cooptação e autoridade impositiva.
Conclusões/Considerações
No planejamento estratégico o AI interage com diversos atores em uma mesma realidade social, já que interfere na gestão e entende que os envolvidos nos processos de trabalho articulam seus projetos e interesses aos objetivos institucionais. Através das competências comunicativas, o AI facilita a articulação técnica e política orientado por normativas vigentes, saberes e experiências daqueles que participam dos processos de trabalho.
PLANEJAMENTO E GESTÃO DA ATENÇÃO HOSPITALAR NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: O PAPEL DAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E PLANOS ESTADUAIS
Pôster Eletrônico
1 Instituto de Saúde Coletiva, ISC/UFBA
Apresentação/Introdução
Há desafios para fortalecimento das práticas de planejamento nos níveis centrais da gestão do SUS, em especial para o componente da Atenção Hospitalar, frente a sua complexidade organizacional. Assim, a construção de políticas, planos e programas estaduais de Atenção Hospitalar apontam a busca contínua dos gestores por instrumentos de planejamento que favoreçam a organização deste componente.
Objetivos
Analisar as Políticas, Programas e Planos Estaduais de Atenção Hospitalar, buscando compreender o papel destas proposições para o planejamento e gestão da Atenção Hospitalar no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Metodologia
Pesquisa qualitativa, com fonte de dados em entrevistas e em atos normativos que aprovaram, instituíram, deliberaram sobre as propostas estaduais, no período de 2022 a 2025. Os resultados foram apresentados a partir de uma síntese das proposições estaduais, com agregação dos elementos estruturantes de cada política, programa e plano em 03 grandes grupos: (i) Caracterização geral; (ii) Proposta de classificação hospitalar e serviços incentivados; e, (iii) Caracterização do incentivo financeiro. Na sequência, procedeu-se a discussão com base num comparativo entre os referidos elementos constituintes e os eixos estruturantes da PNHOSP.
Resultados
Os resultados foram agregados em dados de caracterização geral, proposta de classificação hospitalar e serviços incentivados ou de caracterização do incentivo financeiro. Num comparativo entre tais elementos e os eixos estruturantes da Política Nacional de Atenção Hospitalar (PNHOSP), os achados evidenciaram que as Políticas Estaduais apresentaram objetivos semelhantes, se caracterizando enquanto instrumentos norteadores para o planejamento e gestão da atenção hospitalar. Ademais, a maioria dos Estados optou pela adoção de tipologias hospitalares, delimitando porte e serviços ofertados, bem como trouxeram o incentivo financeiro como o foco de suas construções.
Conclusões/Considerações
O estudo contribuiu para compreender a lógica de execução do planejamento e gestão da atenção hospitalar pelos entes estaduais, permitindo identificar o grau de convergência dos seus instrumentos com a PNHOSP, as inovações propostas e as limitações a serem superadas, com destaque para a necessidade de maior coerência das Políticas com as demandas da população, em detrimento do planejamento com foco na oferta de serviços já existentes.
DIVERSIDADE, EQUIDADE, INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE (DEIA) NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL EM SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DA UNASUS
Pôster Eletrônico
1 Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) – Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV)
2 Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) – Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV).
Apresentação/Introdução
O SUS enfrenta desafios para garantir equidade a grupos vulnerabilizados. Este estudo analisa a implementação da agenda voltada à Diversidade, Equidade, Inclusão e Acessibilidade (DEIA), com foco na formação de trabalhadores para a saúde, tendo como base os cursos ofertados pela UNASUS no período 2019-2025, marcado por clivagens ideológicas e discursivas presidenciais distintas sobre a temática.
Objetivos
Analisar a agenda de Diversidade, Equidade, Inclusão e Acessibilidade (DEIA) a partir do levantamento de cursos ofertados pela UNASUS entre 2019 e 2025; comparar discurso político, ações e formação profissional sob a ótica da economia política.
Metodologia
Trata-se de estudo observacional com abordagem quantitativa e qualitativa envolvendo: a construção de um banco de dados com todos os cursos disponibilizados entre 2019 e 2025 pela UNASUS, com suas universidades ofertantes, a fim de verificar se nas ementas, objetivos, público-alvo e títulos desses cursos há referência a aspectos relacionados à agenda DEIA; a identificação da presença de elementos dessa agenda por meio de estatística descritiva; e especificamente análise documental, para observar a documentação dos cursos selecionados e investigar de que forma os princípios que orientam a agenda DEIA estão sendo operacionalizados ao longo das aulas e nos conteúdos programáticos dos cursos.
Resultados
Identificam-se variações e tensões na priorização da agenda DEIA no âmbito dos cursos providos pelo Ministério da Saúde no UNASUS. Observa-se um crescimento no número de cursos que mencionam a agenda DEIA nesse período. Além disso, verifica-se uma diferença nos conceitos priorizados, de acordo com o ciclo político vigente: entre 2019 e 2022, durante um governo conservador alinhado à direita, certas dimensões da agenda foram enfatizadas de forma distinta em relação ao período de 2023 a 2025, sob um governo trabalhista com orientação mais à esquerda. Em síntese, as clivagens ideológicas dos governos reverberaram no tipo de conceito priorizado dentro da agenda DEIA.
Conclusões/Considerações
O estudo busca desvelar processos envolvendo (in)visibilidade e (não) concretização de políticas de saúde e formação profissional sensíveis à agenda DEIA, visando oferecer contribuições teórico-práticas para a Saúde Coletiva, subsidiar estratégias por um SUS equânime e avaliar a importância da UNASUS para a formação profissional em saúde no Brasil.
DESAFIOS NA IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO DE EQUIPES MULTIPROFISSIONAIS NA APS - EMULTI
Pôster Eletrônico
1 EEUSP
2 UFMT
3 UNEMAT
Apresentação/Introdução
O processo de trabalho das equipes multiprofissionais na Atenção Primária à Saúde APS – eMulti envolve a articulação de saberes e competências distintas, cuja efetividade depende da clareza de papéis, da comunicação entre os membros da equipe e do compartilhamento de objetivos assistenciais e terapêuticos. No entanto, desafios persistem na integração das práticas.
Objetivos
Analisar os principais desafios enfrentados pelas equipes multiprofissionais da Atenção Primária à Saúde no desenvolvimento de seus processos de trabalho.
Metodologia
Estudo qualitativo, de natureza descritivo-analítica, CAAE: 79299424.1.0000.5166, realizado com uma eMulti da APS de um município do estado de Mato Grosso. Foram incluídos todos os integrantes que atuavam há pelo menos um ano. Os dados foram coletados com base em roteiro semiestruturado contendo questões sobre as atribuições do eMulti e a prática de trabalho na perspectiva interprofissional. Foi realizado um encontro com os participantes por meio de grupo focal, no ano de 2024, que foi gravado em áudio, transcritas integralmente, submetido a análise temática e organizado em três categorias e discutidas a partir das ações prioritárias da eMulti da APS.
Resultados
I) Barreiras institucionais e fragmentação de funções: raros os momentos efetivos de agendas integradas, sobreposição de funções, aliada à indefinição de papéis entre categorias profissionais. II) Verticalização das práticas: centralidade nos procedimentos específicos e pouco articuladas entre si, atribuída principalmente à ausência de espaços coletivos de decisão, especialmente pela ausência de sistemas informatizados e protocolos de referência e contrarreferência. III) Práticas pontuais e sem avaliação: atendimentos compartilhados ocorrem de maneira pontual e descontinuada, sem avaliação sistemática de impacto ou planejamento para sua consolidação como prática institucional.
Conclusões/Considerações
o acesso a tecnologias e estratégias de apoio, mas sobretudo de condições institucionais mínimas, como o apoio da gestão, a garantia de tempo protegido para reuniões, e a articulação com ações de educação permanente, do investimento em governança local, cultura organizacional colaborativa e compromisso político com a valorização da equipe.
PRÁTICAS DE GESTÃO PÚBLICA EM SAÚDE: DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO TEÓRICO COM VISTAS À AVALIAÇÃO
Pôster Eletrônico
1 UFPE
Apresentação/Introdução
Este estudo investigou os modelos de gestão em saúde bucal adotados por municípios pernambucanos, à luz dos paradigmas patrimonialista, burocrático, gerencial e societal, visando contribuir para o aprimoramento das práticas de gestão pública e fortalecimento da Política Nacional de Saúde Bucal.
Objetivos
Caracterizar os modelos de gestão municipais de saúde bucal e desenvolver um instrumento de avaliação das práticas de gestão, a partir da configuração atual da administração pública.
Metodologia
Trata-se de um estudo metodológico e exploratório desenvolvido em três etapas. A primeira consistiu na análise documental e construção de modelo lógico e matriz preliminar. Na segunda, os indicadores foram submetidos à técnica de grupo nominal com especialistas para validação. Na terceira, aplicou-se um questionário estruturado a 80 coordenadores de saúde bucal de municípios pernambucanos. A análise utilizou estatística descritiva, teste qui-quadrado, alfa de Cronbach e coeficiente de correlação intraclasse, considerando nível de significância de 5%.
Resultados
A maioria dos municípios participantes (76%) tinha menos de 50 mil habitantes. A cobertura média da Saúde da Família foi de 92% e de saúde bucal de 78,9%. Coordenadores eram, em sua maioria, mulheres (57,5%), com média de idade de 36,6 anos e 24,8 meses na função. Os dados evidenciaram predominância do modelo patrimonialista em municípios menores, enquanto modelos burocrático e gerencial coexistiam em distintas proporções. A presença de características do modelo societal esteve associada a municípios maiores e com gestores mais experientes.
Conclusões/Considerações
A gestão em saúde bucal nos municípios reflete a coexistência de diferentes modelos administrativos, com destaque para o patrimonialismo nos menores municípios.
ANÁLISE DA PNPCC A PARTIR DA TEORIA DE MUDANÇA: SUBSÍDIOS PARA MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO NO SUS
Pôster Eletrônico
1 Insper
Apresentação/Introdução
A Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC) propõe iniciativas importantes na organização da atenção oncológica no SUS. No entanto, sua implementação envolve desafios complexos que exigem ferramentas de gestão para orientar o monitoramento, avaliação e a eficácia de suas ações em diferentes contextos regionais.
Objetivos
Avaliar a coerência lógica e os potenciais de implementação e monitoramento da PNPCC por meio da Teoria de Mudança, classificando seus elementos e identificando lacunas nas dimensões de prevenção, diagnóstico, tratamento e cuidados paliativos.
Metodologia
Trata-se de uma análise qualitativa de política pública baseada em análise documental da Lei nº 14.758/2023 e de diretrizes normativas relacionadas. Utilizou-se a Teoria de Mudança como framework analítico, categorizando insumos, atividades, produtos, resultados e impactos esperados em três dimensões: Prevenção e Promoção da Saúde; Rastreamento e Diagnóstico; Tratamento e Cuidados Paliativos. A análise foi orientada a partir da inserção da literatura de gestão na avaliação de políticas de saúde, com base em frameworks como o INSPER METRICIS (2020), Commonwealth Fund (2024) e experiências internacionais de modelagem em sistemas de saúde.
Resultados
A PNPCC apresenta estrutura lógica clara, com diretrizes orientadas à ampliação do acesso, redução da mortalidade e melhoria da qualidade de vida. Identificaram-se cadeias causais bem definidas na dimensão de prevenção. Entretanto, foram observadas lacunas de operacionalização nos eixos de diagnóstico e tratamento, como ausência de detalhamento orçamentário e recursos humanos. Também se observou carência de metas específicas e indicadores de impacto para mensurar resultados. A política propõe sistemas de informação e incentiva educação permanente, mas carece de instrumentos robustos de responsabilização interfederativa.
Conclusões/Considerações
A Teoria de Mudança revelou-se útil para identificar coerência interna e lacunas da PNPCC. Apesar dos avanços normativos e diretrizes abrangentes, persistem desafios na viabilização de sua implementação plena. O fortalecimento de práticas de monitoramento e avaliação é essencial para avançar na promoção de equidade e efetividade do controle do câncer no SUS.
DESAFIOS PARA A GESTÃO HOSPITALAR NO PROCESSO DE MIGRAÇÃO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO MULLER PARA O NOVO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
Pôster Eletrônico
1 Hospital Universitário Júlio Muller / Universidade Federal de Mato Grosso
2 Instituto de Saúde Coletiva / Universidade Federal de Mato Grosso
3 Escola Técnica Estadual de Educação Profissional e Tecnológica de Cuiabá.
Apresentação/Introdução
O Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM), criado em 1984, está sob gestão da Ebserh desde 2013. Com a entrega do novo prédio do Hospital Universitário da UFMT prevista para 2026, o HUJM planeja sua migração, enfrentando desafios já antigos da gestão hospitalar, como a fragmentação federativa e restrições orçamentárias.
Objetivos
Identificar os desafios da gestão hospitalar no processo de migração do Hospital Universitário Júlio Muller para o novo Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso, à luz dos instrumentos normativos e de planejamento institucional.
Metodologia
Pesquisa documental, do tipo descritiva e qualitativa, de documentos normativos que encontram-se em vigência e que delimitam a atribuição da gestão hospitalar (Política Nacional de Atenção Hospitalar); e de planejamento das instituições envolvidas no processo de migração do atual HUJM para o novo HU-UFMT no período de 2024-2028 (Plano Diretor Estratégico do HU-UFMT; a Estratégia de Longo-Prazo da EBSERH; o Plano de Desenvolvimento Institucional da UFMT). Verificou-se quais são as questões comuns entre o planejamento das instituições e quais são os desafios para a gestão hospitalar no contexto do novo HU-UFMT.
Resultados
A gestão hospitalar, conforme as diretrizes da PNHOSP, visa assegurar a organização dos serviços, a eficiência administrativa e a qualidade da atenção à saúde. O novo HU-UFMT é destacado nos documentos da UFMT e do HUJM como marco para ampliar a capacidade assistencial e modernizar a infraestrutura. A obra ocorre em parceria com o Estado de Mato Grosso, que expande sua rede hospitalar própria, exigindo alinhamento entre as instituições. A Ebserh reforça a importância da sustentabilidade financeira e da governança. Persistem desafios como fragmentação federativa, restrições orçamentárias e complexidade da migração.
Conclusões/Considerações
Conclui‑se que a migração para o novo HU‑UFMT, que expande de 14 923 m² para 58 371 m², exige redesenho de processos, incremento de recursos e governança interinstitucional. Recomenda-se que o Bacharel em Saúde Coletiva mapeie e modele fluxos; crie dashboards para monitorar produção e ocupação; e aplique ferramentas de gestão de risco. A atuação do Bacharel resultará no uso de ferramentas de gestão para garantir a sustentabilidade gerencial.
O ACESSO DAS GESTANTES AO PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO: UM ESTUDO DE CASO
Pôster Eletrônico
1 ENSP-Fiocruz
Apresentação/Introdução
O Pré-natal Odontológico (PNO), recomendado na literatura, diretrizes e políticas do governo, ainda é um desafio no campo da Saúde Pública. Mitos e crenças, tanto por parte da gestante quanto dos profissionais de saúde dificultam o acesso ao cuidado. Doenças orais podem causar dor, perda de dentes, perda da qualidade de vida, podendo causar intercorrências gestacionais.
Objetivos
Avaliar o acesso das gestantes ao pré-natal odontológico no município do Rio de Janeiro.
Metodologia
Pesquisa avaliativa, de natureza qualitativa e abordagem colaborativa, dividida em duas etapas: o estudo de avaliabilidade (EA) e o estudo de caso para analisar o acesso das gestantes ao PNO. Foi selecionada uma unidade de saúde da APS. O estudo de caso foi realizado por meio de entrevistas com os stakeholders, observação direta e diário de campo. A avaliação usou a dimensão do acesso e as subdimensões de “conformidade”, “aceitabilidade” e “acomodação”. Empregou-se a triangulação e complementaridade das diferentes fontes e técnicas de coleta de informações.
Resultados
O ML foi validado por três dos quatro odontólogos da unidade. Os odontólogos desconheciam desfechos gestacionais desfavoráveis relacionados à falta de saúde bucal, diferentemente dos outros profissionais da saúde. Embora houvesse consenso de que o PNO é bom para a mãe e o bebê, os mitos e crenças foram evidenciados em relação a certos procedimentos clínicos, tanto por parte dos profissionais como por parte das gestantes. Nenhum profissional teve essa abordagem na graduação. A falta de educação permanente com esse tema foi apontada pelos profissionais e pela gestão. Observou-se predomínio do modelo biomédico/tecnicista.
Conclusões/Considerações
A gestante não tem acesso à intervenção em sua totalidade em virtude da não realização de algumas atividades do PNO. Recomendações à gestão: elaborar atividades periódicas de educação permanente e um protocolo clínico do PNO. Recomendação à equipe de Saúde Bucal: participação mensal das reuniões de equipe, utilizando esse momento para o matriciamento e a educação permanente relacionado ao PNO.
GOVERNANÇA E QUALIDADE NA SAÚDE PÚBLICA: CAMINHOS TEÓRICOS E CONSTRUÇÃO DE INDICADORES
Pôster Eletrônico
1 UFPE
Apresentação/Introdução
A gestão pública em saúde enfrenta desafios para garantir cobertura e qualidade ideais. Modelos tradicionais convivem com novas demandas, exigindo mudanças nas práticas dos gestores para melhorar a efetividade da aplicação dos recursos públicos.
Objetivos
Sistematizar a literatura para definir um modelo teórico e propor uma matriz de indicadores que caracterize a gestão pública brasileira, especialmente no setor saúde.
Metodologia
Foi realizada revisão integrativa da literatura para identificar os principais modelos de gestão pública no Brasil: patrimonial, burocrático, gerencial e societal. A partir da análise dos atributos de cada modelo, desenvolveu-se uma matriz de indicadores focada em avaliar a qualidade e a efetividade da gestão no setor saúde.
Resultados
A análise revelou que, apesar dos avanços, a gestão pública em saúde ainda enfrenta dilemas antigos e emergentes. A matriz proposta contempla indicadores que refletem aspectos financeiros, organizacionais e sociais dos modelos, oferecendo um instrumento para monitorar e orientar melhorias na qualidade dos serviços públicos de saúde.
Conclusões/Considerações
A compreensão dos modelos de gestão e a aplicação da matriz de indicadores contribuem para aprimorar a administração pública em saúde, auxiliando gestores na tomada de decisões que promovam o uso eficiente dos recursos e a melhoria contínua dos serviços oferecidos à população.
EMENDAS PARLAMENTARES AO ORÇAMENTO DA UNIÃO: ABORDAGENS, TESES E AMEAÇAS AO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 ENSP/Fiocruz
2 IFF/Fiocruz
Apresentação/Introdução
A partir da LDO 2014 mudanças na regulamentação orçamentária da União foram instituídas em prol do legislativo, tornando a execução de emendas parlamentares (EP) obrigatórias. Além da reconfiguração das relações entre os poderes executivo e legislativo, há repercussões importantes para as políticas públicas. No SUS, eleva-se a participação dos recursos de EP nas transferências aos municípios.
Objetivos
Identificar as principais abordagens e teses acerca das emendas parlamentares ao orçamento federal, entre 2014 e 2023, e analisar as ameaças que esta modalidade de alocação de recursos impõe ao Sistema Único de Saúde.
Metodologia
Foi realizada revisão narrativa a partir de levantamento bibliográfico no Portal de Periódicos Capes, utilizando-se os termos e estratégias de busca: 1) "emenda parlamentar" OR "emendas parlamentares"; 2) "pork barrel" AND "Brazil" e 3) "budget amendment" AND "Brazil" OR "budget amendments" AND "Brazil". Como critérios de inclusão, foram considerados o período de 2014 a 2023 e a publicação em periódicos com revisão por pares. Foram definidos como critérios de exclusão: tratar de orçamentos estaduais ou municipais e projetos de lei não orçamentária; estudos voltados especificamente para análises jurídicas e regras procedimentais; e análise quantitativa de períodos inferiores a dois anos.
Resultados
Foram selecionados 26 artigos, majoritariamente publicados em periódicos nacionais (77%), que abrangeram nove áreas de conhecimento, destacando-se abordagens nos campos da Ciência Política (10) e da Saúde Coletiva (6), com análise de dados quantitativos (88%). As principais teses trataram de: 1) estratégias de negociação do executivo federal para aprovação da sua agenda legislativa; 2) reeleição de parlamentares e articulação com lideranças locais; e 3) alocação de recursos e seus efeitos para as políticas públicas. Quanto à política de saúde, observou-se que a distribuição de EP tem contribuído para a pulverização de recursos federais, fragilizando iniciativas de cunho nacional.
Conclusões/Considerações
A alocação de recursos por EP é fortemente influenciada pelo interesse eleitoral e incorpora critérios alocativos distintos dos praticados pelo Ministério da Saúde, restringindo sua capacidade de coordenação do SUS em âmbito nacional. A preocupação com a redução de iniquidades no financiamento torna-se reduzida, ampliando-se as discrepâncias entre os valores recebidos pelos municípios e o risco de oscilações nos orçamentos municipais a cada ano.
A EFETIVIDADE DA GESTÃO ESTADUAL NO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA: O QUE PENSAM OS GESTORES?
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ Braília
2 Fiocruz Brasília
3 UNB
4 ENSP- Fiocruz RJ
5 ENP-Fiocruz RJ
6 ENSO Fiocruz RJ
7 UCB-DF
8 Fiocruz RJ
Apresentação/Introdução
O Programa Saúde na Escola (PSE) visa integrar as redes de educação e saúde, com foco na formação integral de estudantes por meio de gestão intersetorial e participativa. O estudo é parte da Pesquisa Nacional de Avaliação da Efetividade da Gestão Intersetorial do PSE. Os resultados compõem um retrato da percepção expressa pelos gestores estaduais sobre a implementação e os resultados do programa.
Objetivos
Avaliar a efetividade do PSE em nível estadual, identificando tendências e desafios na gestão intersetorial, e o perfil dos gestores.
Metodologia
Trata de estudo qualitativo utilizando entrevista semiestruturada, realizada pela plataforma Teams, em 2023. Foram 52 entrevistas com gestores estaduais de saúde e educação, utilizando o software N-vivo para codificação e quantificação dos dados. A análise partiu das categorias propostas pela matriz de avaliação da efetividade da gestão: governança, conformidade e acomodação e suas subdimensões. A análise combinou dados quantitativos e qualitativos. O Projeto foi aprovado pelo CEP da Fiocruz Brasília, CAAE 625477228, Parecer de número 5656695.
Resultados
Verificou-se que 42% dos gestores da educação são professores, enquanto 38% dos gestores da saúde são enfermeiros. Apenas 9 Estados possuem GTIs formalizados, com reuniões regulares. Parcerias ocorrem, sobretudo, com secretarias (26,9%) e instituições de ensino superior (25%). Formação continuada é ofertada por 59% dos Estados. A relação entre saúde e educação é boa em 67% dos casos. Recursos são insuficientes para 65% dos entrevistados e a participação comunitária é deficitária em mais da metade dos relatos. O monitoramento enfrenta desafios, com 42% usando sistemas complementares. A comunicação é boa para 78%, mas baseada em ferramentas informais.
Conclusões/Considerações
O estudo evidencia desafios nas dimensões “governança” e “conformidade”, com baixa formalização dos GTIs, pouca participação comunitária, insuficiência de recursos e dificuldades no monitoramento. Recomenda-se fortalecer a institucionalização dos GTIs, revisar mecanismos de financiamento, padronizar sistemas de monitoramento e ampliar formações e parcerias, além de implementar ações voltadas para a participação comunitária.
AVALIAÇÃO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE DE POPULAÇÕES EXPOSTAS A AGROTÓXICOS (VSPEA) NO ESTADO DE RONDÔNIA (2014-2024): AVANÇOS, DESAFIOS E PERSPECTIVAS
Pôster Eletrônico
1 AGEVISA
2 IDARON
Apresentação/Introdução
A exposição a agrotóxicos representa um grave problema de saúde pública, cujas consequências variam conforme dose, tipo de exposição, e resposta do organismo. Os efeitos podem ser agudos ou crônicos, incluindo ocorrência de cânceres, alterações hormonais e reprodutivas, entre outras doenças. Em Rondônia, o aumento da produção agropecuária exigiu a implantação da VSPEA para reduzir os riscos.
Objetivos
Avaliar a implementação das ações de vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos no estado de Rondônia, analisando os avanços, desafios e perspectivas, no período 2014 a 2024.
Metodologia
Realizou-se um estudo de avaliação de impacto, de caráter descritivo e quantitativo das ações da VSPEA desde sua implantação. Foram quantificados o número de profissionais capacitados, oficinas realizadas e a integração com outros setores da saúde e de outros órgãos com interface na temática dos agrotóxicos, por meio de relatórios técnicos. Analisaram-se dados da série histórica de notificações de Intoxicações Exógenas por Agrotóxicos do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2014 a 2024 disponíveis no Tabnet/AGEVISA-RO. O tratamento dos dados utilizou o Software Excel, onde os resultados foram apresentados com análise estatística descritiva.
Resultados
Durante o período analisado foram realizadas ações educativas e de capacitação, para os 52 municípios do estado, em reuniões técnicas, oficinas integradas regionalizadas e seminário, envolvendo a saúde e outros órgãos como, Ministério Público do Trabalho, Ministério Público do Estado, Defensorias Públicas, Idaron e outros. Foram notificados 2.495 casos de intoxicações por agrotóxicos com maior incidência em 2019. Destes, 53% envolveram agrotóxico de uso agrícola, de trabalhadores entre 20 e 49 anos de idade (56%). Observou-se redução do número de municípios silenciosos, de 22 para 18, além do incremento no número de municípios que iniciaram ações básicas de VSPEA, 13 municípios no total.
Conclusões/Considerações
A VSPEA ainda não se configura como prioridade na maioria dos municípios de Rondônia, sendo frequentemente relegada. Muitas ações planejadas não são implementadas, ou não são reconhecidas como parte da VSPEA, persistindo a subnotificação e municípios silenciosos. As parcerias têm promovido avanços significativos no reconhecimento, por parte dos gestores e técnicos, da necessidade de implementação de ações para populações expostas.
PLANOS DE AÇÃO REGIONAL DO PROGRAMA MAIS ACESSO A ESPECIALISTAS (PMAE).
Pôster Eletrônico
1 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
2 MINISTÉRIO DA SAÚDE
3 ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL
Apresentação/Introdução
O Programa Mais Acesso a Especialistas é uma estratégia do Ministério da Saúde que visa ampliar e tornar mais rápido o acesso a consultas ambulatoriais e exames especializados, a partir do encaminhamento feito pelas equipes de Atenção Primária. O PMAE apresenta inovações no modelo de gestão, cuidado, financiamento e está estruturado nas diretrizes da Política Nacional de Atenção Especializada.
Objetivos
Analisar a estruturação dos Planos de Ação Regional (PAR) do Programa Mais Acesso a Especialistas, no que diz respeito as especialidades das Ofertas de Cuidados Integrados (OCIs) indicadas nas programações dos PAR.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo-analítico dos Planos de Ação Regional (PAR) do PMAE enviados ao MS de agosto a dezembro de 2024. Os gestores estaduais e municipais elaboraram e pactuaram seus PAR, inserindo-os no Sistema INVESTSUS, com abrangência estadual, macrorregional, regional ou parcial (situações em que a abrangência do plano não correspondia minimamente a uma região de saúde). Após o envio, os PAR eram analisados pela equipe do MS, sendo aprovados e publicados em portaria ou diligenciados, com orientação sobre os ajustes necessários.
Resultados
Foram encaminhados para o Ministério da Saúde em 2024, 138 Plano de Ação Regional (PAR), sendo 6 de abrangência estadual, 1 de abrangência distrital, 49 de abrangência Macrorregional e 82 de abrangência regional. Esses planos contemplam 375/439 (85,42%) de Regiões de Saúde do Brasil. Para os PAR aprovados, estima-se uma execução física de 9.283.350 (nove milhões duzentos e oitenta e três mil trezentos e cinquenta) Ofertas de Cuidados Integrados (OCI), divididas nas 5 especialidades sendo (cardiologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia e oncologia), e um com um investimento inicial de 1.7 bilhão.
Conclusões/Considerações
No primeiro momento do programa, aprovou-se os planos baseando-se no rol de OCI indicadas pelos Estados e o DF, com as alterações nas Ofertas de Cuidados Integrados os entes irão reprogramar seu planejamento físico-financeiro e encaminhar para o Ministério da Saúde. Com a implementação dos PAR, espera-se ampliar e qualificar o cuidado e o acesso à Atenção Especializada em Saúde, com foco na diminuição do tempo de espera por consultas e exames.
CENÁRIO ATUAL DO ATENDIMENTO DOS RECÉM-NASCIDOS COM CARDIOPATIA CONGÊNITA NO SUS
Pôster Eletrônico
1 Departamento de Atenção Especializada e Temática - Ministério da Saúde
Apresentação/Introdução
As cardiopatias congênitas constituem um grave problema de saúde pública. A descoberta de uma malformação congênita impacta sobremaneira a vida das famílias. De forma a dar conta das necessidades dessa condição de saúde, torna-se importante identificar o cenário atual para a organização da Rede de Atenção em Saúde.
Objetivos
Identificar os estabelecimentos habilitados em cirurgia cardiovascular pediátrica que fazem atendimento aos recém-nascidos com cardiopatia congênita no ano de 2023 e 2024, mapeando local de atendimento.
Metodologia
Foi realizada uma análise quantitativa das informações a respeito dos estabelecimentos habilitados em cardiologia pediátrica, que atendam recém-nascidos com cardiopatia congênita. Verificou-se os locais de atendimento para demonstrar quais maior número de cirurgias de cardiopatia congênita no Brasil. Para esta análise foram utilizados dados extraídos dos sistemas de informação em saúde CNES e SIH/SUS nos anos de 2023 e 2024.
Resultados
Identificou-se desigualdades regionais na oferta de cirurgia cardiovascular pediátrica para recém-nascidos com cardiopatia congênita no SUS. A análise dos dados por unidade da federação permitiu evidenciar a concentração dos serviços em poucos estados, como São Paulo (13), Minas Gerais (9) e Bahia (8), frente à ausência, como Acre, Amapá e Roraima. Ainda, observou-se diferenças entre as cinco regiões do Brasil, o Norte com 4 estabelecimento, o Nordeste com 24 estabelecimentos, o Centro-Oeste com 6 estabelecimentos, o Sudeste com 28 estabelecimentos e o Sul com 12 estabelecimentos. Esses achados subsidiam o planejamento e a regionalização da atenção especializada.
Conclusões/Considerações
A análise revelou distribuição desigual da oferta de cirurgias para cardiopatias congênitas no Brasil, com concentração dos serviços em poucas unidades federativas, comprometendo a equidade no acesso e desfechos em saúde. O mapeamento subsidia o planejamento da Rede de Atenção à Saúde, destacando a necessidade de fortalecer a atenção primária, ampliar o acesso e qualificar a atenção especializada.
DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DA SUFICÊNCIA DE LEITOS NEONATAIS NO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 IFF/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
O estudo incorpora os conceitos da regionalização do Plano Regional Integrado (PRI) através dos usos de bases de dados dos Sistemas de Informação em Saúde e subsidiando o planejamento da Rede Alyne de Atenção Materno Infantil. Uma organização adequada da rede de atenção perinatal assegura o cumprimento dos princípios constitucionais de universalidade do acesso, equidade e integralidade do cuidado.
Objetivos
Analisar a distribuição regional da suficiência de neonatais por Unidades da Federação (UF) e Macrorregiões de Saúde (MS) em 2023.
Metodologia
Foram utilizados dados secundários disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), utilizando as bases de dados do CNES e SINASC. A análise se deu através do TabWin, RStudio, Excel e QGIS.
Resultados
Foi analisada a distribuição suficiência de neonatais de acordo com o número de nascidos vivos residentes em cada UF e MS, conforme estabelecido pela Portaria nº 930, que define as diretrizes e objetivos para a organização da atenção integral e humanizada ao recém-nascido grave ou potencialmente grave e os critérios de classificação e habilitação de leitos de Unidade Neonatal no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A análise evidenciou disparidades entre a necessidade de leitos e a capacidade instalada, essa diferença se deu de modo desigual, principalmente com relação aos leitos neonatais intermediários em todo o Brasil, nos quais os leitos estão concentrados nas capitais.
Conclusões/Considerações
O estudo evidencia um déficit de leitos neonatais em muitas MS, impactando na qualidade da assistência neonatal e reafirmando os achados de Rashidian, em revisão sistemática de 2014, que a implementação de programas de regionalização perinatal está correlacionada a melhorias nos resultados perinatais.
DIAGNÓSTICO E CONSTRUÇÃO DE PROPOSTAS PARA O FORTALECIMENTO DA REDE DE CUIDADO ÀS GESTANTES COM SÍFILIS ALÉRGICAS À PENICILINA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Pôster Eletrônico
1 SES/RJ
2 IMS/UERJ
Apresentação/Introdução
A sífilis é uma das infecções sexualmente transmissíveis que mais causa danos às gestantes e aos seus bebês, persistindo ainda como grave problema de saúde pública. Este estudo traz para a discussão um dos muitos problemas relacionados à sífilis identificados no estado do Rio de Janeiro que é o itinerário terapêutico para o tratamento de gestantes com sífilis alérgica à penicilina.
Objetivos
Realizar o diagnóstico do atendimento das gestantes com sífilis alérgica à penicilina no estado do Rio de Janeiro, de forma a subsidiar a construção de propostas que possam contribuir para o fortalecimento da rede de cuidado.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo com análise documental e bibliográfica oriundos de relatórios gerenciais da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro e da literatura científica disponível sobre o tema.
Resultados
A partir dos resultados foi possível identificar que dos 92 municípios do estado, apenas oito declararam realizar o procedimento, sendo que das nove regiões de saúde, em quatro regiões não há unidade que realize o procedimento. As principais fragilidades encontradas foram referentes a identificação dos casos, registro e informação, fluxo de encaminhamento e regulação, visto que a maior parte dos casos são encaminhados informalmente para os serviços de saúde.
Conclusões/Considerações
A pesquisa expõe problemas que necessitam de intervenções adequadas para o melhor atendimento a gestante com sífilis alérgica à penicilina no estado, visto isso ficam recomendações a nível municipal e estadual que facilitará essas gestantes a exercer seu direito constitucional à saúde. Dentre as recomendações estão encontros com profissionais, treinamento e alinhamento de parcerias; pactuação de metodologias, fluxos e referências, entre outros.
CONSÓRCIOS PÚBLICOS INTERMUNICIPAIS DE SAÚDE DO PARANÁ: ANÁLISE DA ESTRUTURA E ATUAÇÃO NA REDE REGIONAL
Pôster Eletrônico
1 UEL
Apresentação/Introdução
A descentralização prevista na Constituição de 1988 ampliou a autonomia municipal, mas manteve assimetrias no federalismo brasileiro, afetando a gestão da saúde. Nesse contexto, os consórcios públicos de saúde emergem como estratégia de cooperação interfederativa para reduzir lacunas assistenciais e fortalecer a regionalização no SUS.
Objetivos
Caracterizar a atuação dos Consórcios Públicos Intermunicipais de Saúde no estado do Paraná a partir de sua organização técnica e administrativa.
Metodologia
Trata-se de estudo descritivo-exploratório com abordagem quanti-qualitativa, vinculado à tese de doutorado em Saúde Coletiva. O cenário abrangeu o estado do Paraná, com população de 11.444.380 habitantes. Os participantes foram diretores e/ou secretários executivos dos Consórcios Públicos Intermunicipais de Saúde (CPIS). Após apresentação da proposta, assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e anuência institucional, aplicou-se survey estruturado, entre junho e dezembro de 2024. O estudo obteve participação de 100% do universo dos CPIS em atividade no estado.
Resultados
O universo foi composto por 28 CPIS, distribuídos nas 22 Regionais de Saúde. Do total, 75% possuem natureza pública, atuam exclusivamente na saúde e ofertam AAE. 72% coincidem com a divisão sanitária estadual. Todos possuem conselho fiscal e 75% dispõem de conselho curador ou câmaras técnicas. Dos CPIS, 40% gerenciam CAPS e CEO, 64,3% enviam produção via CIHA, 42% participaram do PRI, 65% frequentam as CIRs e 46% participaram de conferências, majoritariamente como prestadores. O financiamento é tripartite, com rateios per capita, fixo ou misto. A governança inclui assembleias deliberativas e conselhos técnicos, mas a prestação de contas aos conselhos de saúde é limitada.
Conclusões/Considerações
Os CPIS são estratégias consolidadas na rede de atenção à saúde no Paraná, fortalecem a regionalização do SUS com gestão colaborativa e rateio compartilhado. Entretanto, dependem excessivamente de recursos municipais, têm participação social limitada e integração desigual com as instâncias do SUS. Melhorias são necessárias em financiamento, transparência e alinhamento regional para garantir sustentabilidade e seu fortalecimento.
INTERFACES ENTRE A VIGILÂNCIA EM SAÚDE E A SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA: DESAFIOS PARA A TRANSVERSALIZAÇÃO DA EQUIDADE NO SUS
Pôster Eletrônico
1 PPGASC/UFES
2 ISC/UFBA
3 UERJ
Apresentação/Introdução
A equidade racial é um princípio estruturante do SUS, mas a integração entre a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) e a Política Nacional de Vigilância em Saúde (PNVS) ainda apresenta lacunas. A ausência de articulação entre as políticas compromete a capacidade do sistema em enfrentar as iniquidades raciais em saúde.
Objetivos
Analisar as interfaces, aproximações e desafios na integração entre a PNSIPN e a PNVS, visando identificar caminhos para a transversalização da equidade racial na Vigilância em Saúde.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, exploratório e de abordagem qualitativa. Foi realizada revisão de literatura em bases científicas e análise documental de normativas, portarias, relatórios de conferências e outros documentos oficiais que abordam a PNSIPN e a PNVS no período de 2009 a 2024. Além disso, aplicou-se uma análise comparativa entre as duas políticas, com base em matriz de categorias previamente definida pelos autores, envolvendo objetivos, princípios, diretrizes, instrumentos, implementação e indicadores.
Resultados
Os resultados indicaram que, apesar de ambas as políticas defenderem a equidade, há ausência de diretrizes operacionais que promovam sua articulação. A análise documental revelou lacunas na implementação da PNSIPN e na incorporação da variável raça/cor nas práticas de Vigilância em Saúde. Foram identificadas barreiras institucionais, logísticas e políticas que dificultam a transversalização do enfrentamento ao racismo. Destaca-se também a necessidade de integração entre os sistemas de informação e de formação antirracista para os profissionais da Vigilância.
Conclusões/Considerações
Fortalecer a integração entre a PNVS e a PNSIPN é fundamental para qualificar as respostas institucionais às iniquidades raciais. A transversalização do enfrentamento ao racismo na Vigilância em Saúde requer ações coordenadas de gestão, qualificação de dados e capacitação das equipes, visando garantir o princípio da equidade no SUS.
MODELIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE DESCRIÇÃO E MONITORAMENTO DO PROGRAMA DE MONITORIZAÇÃO CONTÍNUA DE GLICOSE NA SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL (SES-DF)
Pôster Eletrônico
1 ENSP/Fiocruz
Apresentação/Introdução
A monitorização contínua de glicose (CGM) representa avanço no manejo do diabetes. A avaliação do Programa de Monitorização Contínua de Glicose da SES-DF exige uma análise da trajetória normativa e histórica do tratamento do diabetes no Brasil e no DF, além da construção do modelo lógico, essenciais para compreender a estrutura e funcionamento do programa.
Objetivos
Descrever a trajetória normativa e histórica do tratamento do diabetes no Brasil e no Distrito Federal, e construir o modelo lógico do Programa de Monitorização Contínua de Glicose da SES-DF.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa documental exploratória, com análise de protocolos, portarias, notas técnicas e documentos oficiais relacionados ao tratamento do diabetes e à implementação do Programa de Monitorização Contínua de Glicose na SES-DF. Foi elaborada uma linha do tempo normativa para situar o contexto histórico e regulatório do tratamento do diabetes no Brasil e no Distrito Federal. Com base nesses documentos, construiu-se um modelo lógico do programa, contemplando recursos, atividades, produtos, resultados e impactos, com vistas a compreender a racionalidade lógica da intervenção.
Resultados
No Brasil, o manejo do diabetes é respaldado por normativas que asseguram o acesso a terapias, medicamentos essenciais e tecnologias inovadoras, fortalecendo o SUS e ampliando a cobertura assistencial. A linha do tempo normativa elaborada evidencia os principais marcos históricos e legais no país e no Distrito Federal, destacando avanços e lacunas na assistência. O modelo lógico do programa permite compreender a estrutura, insumos, processos e resultados esperados, configurando-se como ferramenta fundamental para a avaliação sistemática e o monitoramento contínuo da intervenção no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS).
Conclusões/Considerações
A construção da linha do tempo normativa e do modelo lógico é etapa estratégica para compreender e avaliar o Programa de Monitorização Contínua de Glicose na SES-DF. Essas etapas do processo avaliativo subsidiam a identificação de desafios e potencialidades da intervenção, ao mesmo tempo que orientam o foco da avaliação para o aprimoramento da oferta dessa tecnologia no contexto do SUS.
A OFERTA DE PREP NOS SERVIÇOS DOS SUS DE ASSISTÊNCIA A PESSOAS VIVENDO COM HIV
Pôster Eletrônico
1 USP
Apresentação/Introdução
Nos últimos anos, o Ministério da Saúde vem estimulando a incorporação da
Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) nos serviços de tratamento do HIV como parte da
política de prevenção. Estudos indicam que barreiras de ordem psicossocial, como o
estigma associado à PrEP, bem como barreiras de acesso e estruturais, relacionadas ao
funcionamento dos serviços de saúde, impactam negativamente a adesão à PrEP.
Objetivos
Discutir a oferta de PrEP nos serviços do SUS que assistem pessoas vivendo com
HIV (PVHIV), considerando as respostas dos serviços, no ano de 2024, a um inquérito
nacional de avaliação organizacional dos serviços: o Questionário Qualiaids.
Metodologia
O Questionário Qualiaids é um instrumento validado, que teve sua quinta aplicação
nacional realizada em 2023, respondido por 1310 (86%) dos 1517 serviços do SUS de
tratamento do HIV. Completaram o inquérito e foram incluídos neste estudo um total
1.255 serviços. Em sua versão atual, o questionário contém 77 questões de múltipla
escolha. Foram levantadas, com base no questionário, as questões e alternativas
relacionadas à PrEP, incluindo formas de oferta e aspectos que qualificam esta oferta.
Identificou-se um total de 17 questões que abordam o tema da PrEP e da prevenção à
infecção pelo HIV. Asfrequências de respostas às questões selecionadas foram analisadas
utilizando o software SPSS.
Resultados
Um total de 866 (69%) serviços reportou realizar a oferta de PrEP, sendo que 499
(39,8%) afirmam ofertar a PrEP sob demanda; 64 (5,1%) a PrEP à distância; e 16 (1,3%)
a PrEP injetável. A divulgação da PrEP ocorre predominantemente por meio de cartazes
e folhetos distribuídos no próprio serviço (805, 64,1%). Para pessoas que buscam a PrEP
pela primeira vez, a primeira consulta ocorre no mesmo dia em 490 (39,0%) serviços, e
em até 15 dias em 265 (21,1%) serviços. Uma vez afastada a infecção pelo HIV, a
dispensação do medicamento é realizada no mesmo dia em 589 (46,9%) serviços, previamente à avaliação de exames. A prescrição de PrEP pelo enfermeiro foi reportada
por 575 (45,8%) dos serviços.
Conclusões/Considerações
Em 2024, cerca de 30% dos serviços não ofertavam PrEP, apenas 39% ofereciam
a consulta no mesmo dia, e menos da metade disponibiliza a PrEP imediatamente. A
oferta, prontidão à primeira consulta e dispensação da PrEP são aspectos que podem ser
aprimorados em nos serviços. Mais estudos são necessários para indicar se há diferenças
na oferta de PrEP entre as regiões e segundo características dos serviços de assistência a
PVHA.
PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO: PERCEPÇÕES DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE E DESAFIOS DA GESTÃO MUNICIPAL DE FRANCISCO MORATO/SP
Pôster Eletrônico
1 Instituto de Saúde
2 EACH/USP
Apresentação/Introdução
Em Francisco Morato (SP), a gestão do ambulatório da gestação de alto risco foi transferida da Santa Casa para o Ambulatório Médico de Especialidades Municipal (AMEM). A mudança visou ampliar o controle municipal, mas expôs desafios na organização do cuidado, no acesso, na articulação entre serviços e na continuidade da atenção.
Objetivos
Analisar as percepções dos profissionais de saúde sobre a transferência do pré-natal de alto risco da Santa Casa para o AMEM, identificando os desafios da transição, barreiras de acesso e dificuldades na articulação entre os serviços.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, retrospectiva e situacional, com análise de práticas discursivas e produção de sentidos. Foram realizadas nove entrevistas com profissionais e gestores de saúde e uma roda de conversa com Agentes Comunitários de Saúde (ACS). A análise foi feita por meio de mapas dialógicos, permitindo identificar padrões discursivos relacionados à organização da atenção à gestação de alto risco.
Resultados
A transferência do pré-natal de alto risco para o um serviço especializado trouxe avanços, como a centralização das informações e a melhoria na gestão do serviço, mas também desafios: descontinuidade do cuidado, sobrecarga do sistema, ausência de integração entre atenção básica e especializada. A terceirização parcial e a escassez de profissionais qualificados foram apontadas como fatores que prejudicam a assistência. Barreiras de acesso, como transporte e falta de vagas, também foram identificadas.
Conclusões/Considerações
Conclui-se que, embora a reorganização do pré-natal de alto risco em Francisco Morato tenha trazido melhorias, persistem desafios que comprometem a efetividade da assistência. A integração entre serviços, a capacitação profissional e a superação das barreiras de acesso são essenciais para garantir uma atenção mais eficiente e humanizada.
ANÁLISE PRELIMINAR DA ADERÊNCIA DOS PLANOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE SAÚDE E RELATÓRIOS DE GESTÃO À POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA (PNAISC)
Pôster Eletrônico
1 UFRN
2 IBGE
3 UFPB
Apresentação/Introdução
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança orienta ações referentes à saúde infantil no Brasil. Avaliar a sua aderência nos Planos Estaduais e Municipais de Saúde e Relatórios Anuais de Gestão é crucial para identificar avanços e lacunas na prática das diretrizes nacionais. Esta é uma análise preliminar com base em dados coletados até 09 de junho de 2025
Objetivos
Avaliar preliminarmente a aderência dos Planos Estaduais de Saúde, Planos Municipais de Saúde e Relatórios Anuais de Gestão à PNAISC.
Metodologia
Realizou-se análise documental dos Planos Estaduais e Municipais de Saúde e dos Relatórios Anuais de Gestão disponíveis nos sites oficiais, considerando apenas aqueles que apresentaram aderência mínima de 50% dos eixos da PNAISC (indicadores APTO 50% para todos os documentos avaliados). Os dados foram agrupados em planilhas consolidadas e organizadas por unidade federativa e município, com atualização até 09/06/2025. A análise contemplou a disponibilidade dos documentos e a conformidade com os eixos da PNAISC, permitindo identificação de padrões regionais e níveis de implementação utilizando a framework Shiny em RStudio
Resultados
Entre os Planos Estaduais de Saúde, destacaram-se os estados Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins, que apresentaram aderência mínima de 50% dos eixos da PNAISC. Nos Planos Municipais, houve variação significativa, com municípios de estados como Amazonas, Ceará, Espírito Santo e outros apresentando tanto planos aptos quanto não aptos. A análise dos Relatórios Anuais de Gestão revelou que muitos municípios com planos aptos também apresentaram relatórios aderentes, embora existam casos de indisponibilidade e não conformidade. A distribuição regional indica maior aderência em estados da Região Norte e Sudeste, com desafios persistentes em outras regiões
Conclusões/Considerações
Resultados preliminares mostram avanços na incorporação dos eixos da PNAISC em Planos Estaduais/Municipais de Saúde e RAGs, especialmente em estados com maior estrutura. A heterogeneidade observada aponta para necessidade de fortalecimento de políticas locais e aprimoramento de monitoramento e avaliação. A continuidade do estudo da PNAISC é essencial para orientar intervenções que promovam a integralidade da atenção à saúde da criança no país
MECANISMOS DE GESTÃO DE QUALIDADE NO ÂMBITO HOSPITALAR: REVISÃO DE ESCOPO.
Pôster Eletrônico
1 UFPB
Apresentação/Introdução
A gestão de qualidade hospitalar busca a excelência dos serviços prestados aos pacientes e a otimização da assistência. Nesse contexto, estudamos a aplicação de ferramentas e mecanismos que facilitam a gestão da qualidade, garantindo eficácia e eficiência em ambiente hospitalar. No entanto, a aplicabilidade dessas ferramentas ainda é limitada, por isso revisão é tão necessária.
Objetivos
A revisão terá como objetivo identificar e mapear a aplicação de mecanismos de gestão de qualidade no âmbito hospitalar, relacionando os fatores que impactam sua implementação, eficácia, desafios, vantagens e limitações de cada mecanismo.
Metodologia
Esse trabalho, trata-se de um protocolo de revisão de escopo “scoping review” (ScR) guiada pelas recomendações do JBI Institute Reviewer’s Manual. Para a coleta de dados as bases utilizadas serão: U. S. National Library of Medicine (PubMed), Scopus, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scielo. A estratégia Mnemônica PCC (População, Conceito, Contexto) foi: Mecanismos da avaliação da Assistência à Saúde; Avaliação da Qualidade dos Cuidados de Saúde; Gestão da Qualidade Total. Este protocolo de revisão de escopo foi registrado na Open Science Framework (OSF), com número do DOI 10.17605/OSF.IO/K2Y9Z.
Resultados
Como resultados prévios foram encontrados 5331 referências que se encaixaram na estratégia utilizada, das quais foram incluídos mais de 1500 artigos. A partir disso, analisou-se minuciosamente a integra desses documentos buscando avaliar a implementação, impactos e aspectos positivos e negativos dos mecanismos descritos. Por fim, estabeleceu-se uma analise total de mecanismos de gestão hospitalar referenciados nas bases, entendendo os seus impactos na assistência e na saúde coletiva. A pesquisa demonstra-se como uma análise fundamental para a observação do contexto da Gestão de qualidade.
Conclusões/Considerações
Consideramos que os estudos de mecanismos de gestão hospitalar potencializam a compreensão da melhoria da qualidade, segurança do paciente, eficiência e eficácia da assistência e facilitam escolhas para cada cenário hospitalar, fortalecendo a saúde coletiva através da prevenção de agravos e do manejo dos determinantes sociais na assistência. Assim, o estudo baseou-se em ampla pesquisa sobre a implementação dos mecanismos e seus resultados.
DESAFIOS DA PREVENÇÃO COMBINADA DO HIV: ANÁLISE DA IMPLEMENTAÇÃO EM SERVIÇOS DE ATENÇÃO ESPECIALIZADA DE FORTALEZA (CE)
Pôster Eletrônico
1 UFC
Apresentação/Introdução
A Prevenção Combinada do HIV é a estratégia atual em resposta à dinâmica da epidemia do HIV/Aids no Brasil, com ações integradas que visam garantir uma abordagem integral. O cenário de recrudescimento da epidemia e as vulnerabilidades sociais trazem uma conjuntura complexa para as estratégias e ações de prevenção ao vírus em todo o mundo.
Objetivos
Analisar, sob a perspectiva dos profissionais, a implementação da Prevenção Combinada do HIV em cinco Serviços de Assistência Especializada (SAE) em HIV/Aids do município de Fortaleza, Ceará.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, caracterizada como estudo de caso, focado na análise de implementação da Prevenção Combinada do HIV em cinco Serviços Especializados em HIV/Aids no município de Fortaleza. Houve análise documental para entender melhor as normas relativas ao planejamento e a atuação de gestores e trabalhadores quanto à Prevenção Combinada e a Rede de cuidado do HIV. Foram realizadas também 16 entrevistas semiestruturadas com profissionais de diferentes categorias que trabalham nos SAE do estudo. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará (parecer no. 6.744.137).
Resultados
Os resultados evidenciam a heterogeneidade dos arranjos organizacionais e das práticas preventivas nos SAE, com predominância de estratégias biomédicas. Foram identificados entraves como problemas infraestruturais, escassez de profissionais, fluxos fragmentados e articulações informais entre serviços. As decisões dos profissionais, muitas vezes baseadas no perfil dos usuários, demonstram discricionariedade na oferta das estratégias. Tais fatores contribuem para o distanciamento entre a proposta da Prevenção Combinada e sua implementação efetiva.
Conclusões/Considerações
Conclui-se que a Prevenção Combinada do HIV enfrenta desafios significativos relacionados à estrutura dos serviços, à composição das equipes e à articulação na rede de atenção. Embora haja esforços locais para garantir a continuidade do cuidado, prevalece a distância entre a formulação e sua implementação. É necessário investir em alternativas comportamentais e estruturais, fortalecendo os arranjos institucionais nos contextos reais dos serviços.
AVALIAÇÃO DO FINANCIAMENTO ESTADUAL EM SAÚDE NO MARANHÃO SEGUNDO A LEI COMPLEMENTAR Nº 141/2012: APLICAÇÃO DOS RECURSOS PRÓPRIOS E IMPACTOS NO SUS
Pôster Eletrônico
1 UFMA
2 SEMUS - São Luís
Apresentação/Introdução
Desde a Constituição de 1988, o financiamento do SUS enfrenta desafios. A Emenda Constitucional 29/2000 e a Lei Complementar 141/2012 estabeleceram regras para garantir a aplicação mínima de 12% dos recursos próprios estaduais em saúde, promovendo maior transparência e controle na gestão dos recursos públicos.
Objetivos
Analisar a aplicação de recursos próprios em saúde pelo Estado do Maranhão entre 2002 e 2022, avaliando o cumprimento do mínimo constitucional, a variação dos gastos e os desafios no contexto do subfinanciamento do SUS.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa quantitativa, analítica, retrospectiva e transversal, baseada em dados secundários do SIOPS. A análise cobre o período de 2002 a 2022, no Estado do Maranhão. Foram avaliadas as despesas com recursos próprios estaduais em saúde, deduzidas as transferências federais e legais aos municípios. Os dados foram extraídos do portal do Ministério da Saúde, na seção de indicadores por fase da despesa, especificamente “Despesa Liquidada” dos valores aplicados ao longo dos 21 anos.
Resultados
O Maranhão aplicou, em média, 21,83% de seus recursos próprios em saúde, acima do mínimo legal de 12%, ocupando o 4º maior percentual entre os estados do Nordeste, segundo dados do SIOPS. No entanto, paradoxalmente, apresentou o menor gasto per capita da região Nordeste, com média de R$ 168,10 por habitante. A média de despesa com recursos próprios sobre a despesa total em saúde ao longo dos 21 anos foi de aproximadamente 39,29%. Com maior aplicação registrada no ano de 2016, de 43,92%, e a maior variação percentual observados entre os anos de 2020 e 2021, 20,38%.
Conclusões/Considerações
Apesar do cumprimento do mínimo constitucional e do destaque regional em percentual, o Maranhão enfrenta desafios pelo menor gasto per capita na região. É urgente repensar o modelo de financiamento da saúde para garantir maior equidade e sustentabilidade, evitando o sobrecarregamento dos recursos estaduais diante da redução dos repasses federais.
ANÁLISE DOS ATENDIMENTOS DO SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA (SAMU) EM ANGRA DOS REIS (RJ): PERFIL E CARACTERÍSTICAS
Pôster Eletrônico
1 SSA ANGRA DOS REIS
2 ICICT FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
Este estudo analisou os atendimentos realizados pelo SAMU no município de Angra dos Reis (RJ), com ênfase no perfil e nas características desses atendimentos no período de 2019 a 2024. O estudo é de natureza descritiva e retrospectiva, utilizando dados provenientes do Sistema de Informação Ambulatorial (SIA) e relatórios de monitoramento gerados pela coordenação local do SAMU.
Objetivos
O objetivo principal foi identificar padrões de atendimento, avaliar a produção ambulatorial de urgência e comparar a efetividade do serviço local com parâmetros regionais e nacionais.
Metodologia
Estudo descritivo retrospectivo a partir de duas fontes de informações relativas ao atendimento pré-hospitalar de urgência no município de Angra dos Reis. A primeira diz respeito aos dados de produção informados através do Sistema de Informação Ambulatorial, pertinentes aos estabelecimentos CRU e unidades do SAMU, no período janeiro de 2019 a junho de 2024, através dos atendimentos identificados pelo conjunto de códigos de procedimentos da tabela do SIGTAP. Adicionalmente, foram analisados os relatórios referentes ao período de julho de 2023 a junho de 2024, confeccionados pela Coordenação do SAMU de Angra dos Reis, com dados descritivos complementares.
Resultados
Os resultados revelam um aumento expressivo na cobertura do SAMU em Angra dos Reis, com a ampliação no número de viaturas de socorro terrestre entre 2019 e 2024. Esse incremento foi acompanhado por elevação da produção de atendimentos global, superando já em 2024 com dados parciais o pico registrado em 2021. Em comparação com os dados regionais, os parâmetros identificados em Angra dos Reis parecem mais favoráveis em relação ao número de unidades por população e território. Os atendimentos de Transporte Inter-Hospitalar (TIH) também se destacaram, com um crescimento notável nos anos recente, especialmente para as unidades avançadas.
Conclusões/Considerações
Os dados dos relatórios de monitoramento local permitiram identificar as principais características para atendimento por unidade móvel. Permitiu ainda identificar elevada proporção de atendimentos de média e alta gravidade sendo realizados por unidades básicas. A inexistência de um sistema de informação que contemple as peculiaridades do atendimento pré-hospitalar impossibilita a comparação com outras regiões.
PANORAMA DAS PERSPECTIVAS DE ANÁLISE DE CUSTO EFETIVIDADE DE VACINAS DA DENGUE
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila)
2 Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste)
Apresentação/Introdução
Estudos de custo-efetividade comparam evidências clínicas e econômicas de tecnologias auxiliando decisões. Relacionando efetividade clínica com custos, analisaremos vacinas contra a dengue, dada a relevância econômica e epidemiológica da doença. Como elementos principais para esse panorama, apresentaremos o conceito de perspectiva em estudo de avaliação econômica.
Objetivos
Este trabalho apresenta um panorama sobre a perspectiva em análises econômicas, a partir da revisão de estudos de custo-efetividade da vacina da dengue, buscando compreender seu uso nas avaliações e suas implicações.
Metodologia
Foi desenvolvida uma revisão exploratória para a apresentação do conceito de perspectiva nas análises econômicas. Como estratégia de busca, foi utilizada a base de dados científicas medline via pubmed e teve como descritores e operadores booleanos os presentes na seguinte operação (cost effectiveness or Economic evaluation) and dengue and perspective. Como critério de inclusão, os trabalhos deveriam possuir ao menos uma perspectiva de análise e explicitar o modelo que empregava para análise e o tipo de intervenção.
Resultados
A busca na base de dados resultou em um total de 32 trabalhos, com 11 usados na revisão. Acerca da perspectiva de análise, entendemos esse conceito como central para compreendermos quais custos serão levados em consideração para informar se a tomada de decisão é economicamente viável. A revisão contou com a perspectiva do sistema de saúde, considerando apenas gastos diretos do sistema, como hospitalização, consultas e medicações; perspectiva do pagador, sendo o pagador agente específico, o Estado ou privado; perspectiva societal, que considera inputs indiretos, como ausência no trabalho e custos de produtividade; individual, com gastos de agentes da sociedade sem o subsídio do Estado.
Conclusões/Considerações
A escolha da perspectiva em avaliação econômica é importante pois orienta na decisão dos dados a serem escolhidos para o modelo, impactando diretamente os resultados obtidos. Observa-se, nas pesquisas revisadas, a ausência de padronização quanto à adoção das perspectivas, embora a perspectiva societal, recomendada na literatura específica tenha ganhado, juntamente com a do sistema de saúde, destaque em diversos estudos.
SISTEMA DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL: MAPEAMENTO DOS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS E DE SUAS INTER-RELAÇÕES NA ORGANIZAÇÃO DO SUS.
Pôster Eletrônico
1 FEPECS
Apresentação/Introdução
O Distrito Federal acumula funções de estado e município, concentrando gestão, planejamento e financiamento na Secretaria de Saúde. O Sistema de Saúde no Distrito Federal enfrenta desafios de governança, alocação de recursos e subfinanciamento, frente a pressão assistencial e demanda da RIDE. Compreender essa organização é essencial para avaliar sua capacidade de resposta e reduzir desigualdades.
Objetivos
Mapear os elementos que compõem o sistema de saúde do Distrito Federal, bem como suas inter-relações, traduzido em uma representação gráfica.
Metodologia
Trata-se de estudo qualitativo, descritivo, baseado em análise documental de fontes oficiais e científicas. O levantamento foi estruturado em sete eixos: cobertura populacional e catálogo de benefícios; recursos econômicos; recursos humanos; rede de serviços; insumos; tecnologia e conhecimento; e organizações. Foram analisados decretos, leis, planos de saúde, relatórios de gestão, manuais institucionais e dados dos portais da SES-DF e Infosaúde. A análise seguiu leitura exploratória, categorização por eixo e sistematização dos dados para construção do desenho do sistema, considerando sua estrutura, funcionamento e desafios no atendimento às demandas da população.
Resultados
O SUS-DF atende a população com atenção primária, hospitais, UPAs, e centros especializados. O financiamento combina recursos federais e distritais. Parte dos serviços é gerida por entidades de direito privado que buscam flexibilidade, mas impõem desafios no controle social e equidade. A gestão de RH envolve contratos estatutários, temporários e celetistas. A rede é regionalizada, mas enfrenta desigualdades na distribuição de recursos e na integração dos níveis. A logística de insumos envolve diversos atores. A incorporação de tecnologias é feita a partir de processos padronizados. A governança ocorre por meio da SES-DF, Conselhos de Saúde, Colegiado de Gestão e órgãos de controle externo.
Conclusões/Considerações
O SUS-DF enfrenta desafios na garantia da universalidade, equidade e integralidade, com desigualdades regionais, desequilíbrios na gestão de RH, subfinanciamento crônico e fragilidade na integração dos níveis de atenção. O desenho do sistema evidencia a complexidade da gestão. A falta de interoperabilidade, manutenção e reposição de insumos intensifica o problema. É essencial fortalecer o controle social para assegurar o direito à saúde.
O IMPACTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE AMPLIAÇÃO DE SERVIÇOS NA FILA, ATENDIMENTO E OFERTA NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO.
Pôster Eletrônico
1 UFRJ
Apresentação/Introdução
As longas filas para acesso a serviços especializado representam um dos principais desafios enfrentados pelo SUS. Um dos fatores que explicam esse problema é a desigualdade de oferta entre os setores público e privado. Ampliação da oferta pública com criação de estabelecimentos surge como uma estratégia, como ocorrido no município do Rio de Janeiro, em 2022.
Objetivos
Analisar o impacto da ampliação de serviços públicos do SUS nas filas e no perfil de oferta pública e privada de serviços especializados no município do Rio de Janeiro entre 2020 e 2024, com ênfase no Super Centro Carioca de Saúde, criado em 2022.
Metodologia
Abordagem metodológica quantitativa e descritiva, com base em dados secundários públicos. A fonte dos dados é o Portal da Transparência do Sistema de Regulação (SISREG) do município do Rio de Janeiro entre 2020 e 2024. Foram coletados dados de filas acumuladas, ofertas (pública ou privada), vagas solicitadas e disponibilizadas de consulta de oftalmologia geral e mamografia bilateral. A análise estatística foi realizada com o Microsoft Excel.
Resultados
Nas consultas oftalmológicas, o número de pessoas na fila cresceu 5.634,7% (de 881 pessoas para 50.520); pela mamografia, ocorreu um crescimento similar 3.100% (de 693 para 2.752 pessoas). Sobre a oferta de serviços público e privado, na oftalmologia é possível observar um grande impacto, onde 33% (62.486) no ano de 2023 era de oferta pública e desses 72,15% (45.080) era SCC, quanto a mamografia, sua oferta pública superou os 70% nos anos de 2023/2024 com uma margem de 30% sendo do SCC. Em relação a demanda de vagas solicitadas, oftalmologia cresceu 7,7 vezes e a de mamografia um aumento de 2,28 vezes mais.
Conclusões/Considerações
A ampliação de oferta foi acompanhada por um aumento da demanda. Podem estar associados: maior vinculação dos usuários à Atenção Básica e a percepção deste nível de atenção e dos usuários de uma ampliação relevante da oferta. Necessidades provavelmente estavam represadas; pode ter havido uma redução de gastos de desembolso da população. O movimento da fila sugere haver necessidades não atendidas e demanda para maior ampliação de serviços no SUS.
CONTRIBUIÇÕES E APRENDIZADOS A PARTIR DA ANÁLISE DO PLANEJAMENTO E GESTÃO DE CRISE EM HUS NA PANDEMIA DE COVID-19 SOB O CONTEXTO DA SAÚDE GLOBAL
Pôster Eletrônico
1 Unifesp
Apresentação/Introdução
A capacidade de resposta dos HUs foi testada durante a pandemia.Identificar essas experiências e extraí-las como legado é essencial para fortalecer o SUS.O HSP implementou diversas ações de planejamento e gestão de crise,seguindo recomendações e estratégias adotadas também por outras instituições e sistemas de saúde.É possível que o legado dessa experiência aplique-se ao SUS em futuras crises.
Objetivos
O objetivo deste estudo é resgatar a memória da atuação do HSP, identificando e analisando as tomadas de decisões e dinâmicas no cotidiano de trabalho durante a pandemia, além de explorar os principais desafios enfrentados por essa instituição
Metodologia
O HSP como caso configura-se como um caso crítico, já que tanto a Unifesp quanto o HSP rapidamente se organizaram quando em março de 2020, houve o decreto da pandemia. A Unifesp configurou-se como um dos pontos fundamentais no desenvolvimento de uma vacina que pudesse combater o coronavírus.Esta pesquisa caracteriza-se por ser qualitativa, de natureza exploratória, interpretativa e compreensiva e se propõe a descrever a questão de pesquisa apresentada, a fim de alcançar a dinâmica experimentada pelo HSP, bem como os processos e contextos envolvidos na implementação das diversas ações de planejamento e gestão de crise para enfrentar a pandemia, por meio de um estudo de caso único.
Resultados
Este presente projeto encontra em desenvolvimento. A partir da realização deste trabalho, espera-se preservar os momentos de diálogo e
transmissão de experiências, bem como construir mapas e modelos organizacionais e de
atenção em saúde durante a pandemia da COVID-19, identificando as melhores práticas (e/ou
aquelas possíveis) na tomada de decisões para a preparação diante de emergências sanitárias
e para o fortalecimento de Políticas para o SUS. Além disso, qualificar o processo de trabalho
das equipes de saúde em hospitais universitários melhorando a gestão, atenção e vigilância em saúde, a partir da descrição dos processos e arranjos de trabalho durante a crise de COVID-
19.
Conclusões/Considerações
A COVID19 impulsionou a criação de ações inovadoras pelos profissionais de assistência e gestão em serviços de saúde e HUs brasileiros durante a crise.A expectativa é evidenciar quais foram e como se deram no HSP.Assim,teorias e proposições utilizadas neste projeto,poderão ser empiricamente melhoradas pelos resultados da pesquisa,como bases para uma generalização analítica das questões abordadas e substrato para novas pesquisas e análises no tema
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA À CRIANÇA E A MULHER COM DOENÇA FALCIFORME: UM ESTUDO DE CASO
Pôster Eletrônico
1 UEFS
Apresentação/Introdução
Dados do SIM e do SIH apontam que a Bahia teve 8.103 ocorrências de internações por DF entre 2008-2014, e 603 óbitos entre 2015-2022, sendo 86 apenas no último ano. Esse cenário suscita a importância de avaliar a PNAIPDF.
Objetivos
Avaliar a qualidade da assistência prestada à criança e a mulher com DF em um grande município do estado da Bahia.
Metodologia
Avaliação da qualidade com abordagem qualitativa. O lócus foi Feira de Santana. Contou com 3 fases: análise documental, coleta de dados secundários, e entrevista semi-estruturadas com profissionais de referência. Essa avaliação buscou julgar as ações de saúde comparando os recursos empregados e sua organização (estrutura), os serviços ou bens produzidos (processo) com os resultados obtidos, embasados com a proposição de Donabedian. Utilizados 15 indicadores da matriz de análise e julgamento já valiadada. Triangulação dos métodos de análise: análise documental, julgamento e análise descritiva, e concordância entre os dados. CEP/UEFS Nº do Parecer: 7.013.785.
Resultados
Em síntese, a avaliação demonstra que, embora exista infraestrutura básica para atendimento, persistem graves deficiências no financiamento, na qualificação profissional, no sistema de informação e na articulação entre os diferentes níveis de atenção. Essas lacunas comprometem a efetiva implementação da PNAIPDF e a garantia de cuidado integral às pessoas com doença falciforme no município estudado.
Conclusões/Considerações
Logo, percebe-se que o acompanhamento prestado às crianças e as mulheres nos serviços de saúde e cuidados realizados não atendem às suas necessidades. E quando direcionada às mulheres com DF é fragmentada, não considerando a atenção aos direitos reprodutivos e sexuais, e a subjetividade da intersecção de gênero, raça e classe social.
POLÍTICAS DE ENFRENTAMENTO ÀS LESÕES EM PÉS DE PESSOAS COM DIABETES: PANORAMA DOS ESTADOS DO NORTE E NORDESTE DO BRASIL.
Pôster Eletrônico
1 UNIVASF
2 UFC
3 UFAM
Apresentação/Introdução
O Brasil é o quinto país em incidência de diabetes no mundo, além de ser responsável pela maioria dos casos de amputações de membros inferiores. A falta de acompanhamento dos pacientes na APS e o desconhecimento da população sobre medidas de prevenção, contribuem para o aumento das doenças crônicas e que o Brasil o que exige das três esferas de governo, mudanças na organização dos serviços de saúde.
Objetivos
Este estudo realizou uma análise de conteúdo dos Planos e Políticas Estaduais de Saúde, bem como das diretrizes específicas para Condições Crônicas Não Transmissíveis (CCNTs) e/ou para o “Pé Diabético”, disponíveis nos sites das Secretarias Estaduais de Saúde.
Metodologia
. A metodologia foi uma análise descritiva a partir pesquisa documental, realizada em sites oficiais, dos governos estaduais, de todos os estados das regiões Norte e Nordeste do Brasil. onde analisamos os conteúdos de Planos/Políticas Estaduais de Saúde, ou referencias e outros documentos que citavam a existência das políticas voltadas para tratamento de feridas crônicas
Resultados
Os resultados indicam que, embora a maioria dos estados dessas regiões disponibilize unidades ou ambulatórios de referência para o tratamento de feridas crónicas, essa estrutura nem sempre é mencionada nos Planos Estaduais de Saúde. Os estados de Alagoas, Bahia, Maranhão e Piauí, apresentaram estratégias específicas nos seus planos ou políticas voltadas às CCNTs. Na Bahia, existe o projeto “Sala do Pé Diabético”, que prevê a oferta de materiais e equipamentos adequados. Os estados do Amazonas e de Alagoas, apresentaram, respectivamente, a “Política de Prevenção e Combate às Amputações em Pacientes Diabéticos” e a “Política Pública Estadual de Prevenção e Tratamento do Pé Diabético”.
Conclusões/Considerações
Os resultados apontaram que 80% dos planos citavam as Doenças Crônicas Não transmissíveis (DANT) como prioridade, contudo não detalhava o tratamento e a organização da rede de feridas crónicas. As políticas públicas para prevenção do pé diabético ainda são incipientes, e a descrição de redes integrando a Atenção Primária e a Atenção Especializada não aparecem como política e programa de governo.
UTILIZANDO O A3 ESTRATÉGICO PARA MELHORIAS NO PRONTO ATENDIMENTO HOSPITALAR
Pôster Eletrônico
1 Hydro
Período de Realização
De 2023 até 2024
Objeto da experiência
Experiência com A3 Estratégico para melhorar o pronto atendimento hospitalar, focando em qualidade, segurança do paciente e gestão eficiente.
Objetivos
Este artigo mostra o uso do A3 Estratégico para melhorar o pronto atendimento de um hospital no leste do Pará, que atende 1.000 pacientes/mês. A partir de agosto/2023, foram feitas ações como: 5 novos fluxos, 12 reuniões, 10 treinamentos e digitalização da pesquisa com 9 perguntas.
Descrição da experiência
Durante seis meses, foi analisado o pronto atendimento, constatando-se demora no atendimento, triagem ineficaz e falta de padronização e treinamentos. Um plano de melhoria foi elaborado com base no A3 Estratégico, incluindo padronização de documentos, cronograma de treinamentos e reuniões regulares. A pesquisa de satisfação foi digitalizada para aumentar a adesão e melhorar a análise de dados. Aumentando o índice de satisfação do paciente em maior de 80%
Resultados
Após aplicar o A3 Estratégico, o tempo de espera caiu de 1h12 para 45 min. O programa de treinamentos obrigatórios fortaleceu a equipe e elevou a qualidade do atendimento. A pesquisa de satisfação digital, via Google Forms, teve adesão acima de 65% e índice médio de 85,9% em 2024. A partir de julho/24, a pergunta sobre satisfação com o tempo de espera foi substituída por opções objetivas de tempo (até 45 min a mais de 3h), melhorando a análise dos atendimentos classificados como verde ou amarelo.
Aprendizado e análise crítica
A principal dificuldade enfrentada foi o engajamento inicial da equipe, superada com o envolvimento ativo da liderança e comunicação contínua. Como aprendizado, destaca-se a importância de alinhar processos com a realidade institucional e manter avaliação constante dos resultados. Essa experiência contribui para os saberes da Saúde Coletiva ao demonstrar como ferramentas de gestão podem ser adaptadas ao contexto hospitalar, fortalecendo a segurança, a qualidade do atendimento e a humanização do cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
O estudo mostra que a aplicação do A3 Estratégico no pronto atendimento hospitalar reduziu o tempo de espera e melhorou a qualidade do atendimento. Com padronização de processos e treinamentos obrigatórios, houve ganhos para pacientes, eficiência operacional e maior satisfação da equipe do hospital.
O DIAGNÓSTICO SITUACIONAL COMO FERRAMENTA NO PLANEJAMENTO INTEGRADO DE AÇÕES EM SAÚDE BUCAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal de Contagem
2 Universidade Federal de Ouro Preto
Período de Realização
A experiência relatada neste trabalho foi realizada entre março e novembro de 2024.
Objeto da experiência
Trata-se da elaboração de diagnóstico situacional com ênfase em saúde bucal, no território de uma UBS em Contagem, Minas Gerais, e seus efeitos.
Objetivos
O objetivo do trabalho foi coletar e analisar dados referentes ao território, população, processos de trabalho e recursos da UBS, para compreender as necessidades locais de Saúde Bucal na integralidade do cuidado.
Descrição da experiência
O diagnóstico situacional foi elaborado como parte da pesquisa no mestrado profissional PROFSAUDE, e evidenciou sua importância no planejamento integrado de ações em saúde. Foram coletados dados por meio do e-SUS®, fotos e informações dos Agentes Comunitários de Saúde, organizados em planilhas, gráficos e tabelas utilizando o EXCEL®. O diagnóstico abordou as prioridades em Saúde Bucal, integrando ações com a equipe de saúde da UBS e a gestão local.
Resultados
As análises dos dados favoreceram estratégias multidisciplinares para o controle de cárie nas crianças entre 5 e 9 anos, atenção qualificada às gestantes e à população de faixa etária superior a 65 anos. O diagnóstico e plano de ação foram apresentados à gestão, por meio da produção de um Relatório Técnico. O relatório inspirou a qualificação dos cirurgiões dentistas da Atenção Primária para o uso do diagnóstico situacional no planejamento de ações.
Aprendizado e análise crítica
O diagnóstico situacional permite o conhecimento sobre o território, suas especificidades, os Determinantes Sociais da Saúde, recursos disponíveis e o perfil populacional, garantindo a integralidade do cuidado. O trabalho fundamentou a elaboração e execução de ação no Programa Saúde na Escola, no território, com público-alvo de 2 a 6 anos. Foi realizada atividade educativa e avaliação bucal de todos os estudantes, análise da atividade de cárie e planejamento de ações para acesso a tratamento.
Conclusões e/ou Recomendações
A eficácia no desenvolvimento das ações em saúde está relacionada ao conhecimento do território e população. A abordagem das necessidades populacionais com ênfase em Saúde Bucal, integrada com a equipe de saúde foi imprescindível para a compreensão do perfil populacional e planejamento de ações efetivas e replicáveis, promovendo a integralidade em saúde bucal.
ARTICULAÇÃO E CONTRATUALIZAÇÃO NO SUS: OPORTUNIDADES DE ACESSO À SAÚDE NO MUNICÍPIO DE MENDES/RJ
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde de Mendes
Período de Realização
2023-2024
Objeto da experiência
Articulações e estratégias no SUS, contratualizações.
Objetivos
Elaborar estratégias para assegurar a atenção integral à saúde da população do município de Mendes, com base na articulação entre níveis de atenção e na integração dos serviços, conforme os preceitos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde (PNAIS).
Descrição da experiência
A Secretaria de Saúde de Mendes implementou uma estratégia institucional para monitorar atendimentos ambulatoriais MAC excedentes no HUV, com base em dados dos sistemas SIA/SIH e relatórios da unidade. A ação, fundamentada nos princípios do SUS, envolveu análise técnica, articulação interinstitucional e uso de equipes qualificadas, promovendo gestão eficiente, equidade no acesso e qualidade na atenção à saúde da população.
Resultados
Os resultados da experiência incluíram a consolidação dos atendimentos excedentes, revelando um déficit mensal de R$ 127.574,25 (jan-out/2023), além da identificação de gargalos na oferta de serviços. A contratualização com o HUV, formalizada em 2024, permitiu ajustar a capacidade instalada às demandas locais, promovendo avanços na gestão e reafirmando o compromisso com os princípios do SUS.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou que gestão qualificada, articulação interinstitucional e uso estratégico de dados fortalecem a regulação e a eficiência do SUS. Superar desafios como o excedente de atendimentos exige planejamento, transparência e parcerias. A continuidade das ações é essencial para garantir equidade e atenção integral.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência de Mendes/RJ avançou na gestão dos atendimentos MAC ao enfrentar excedentes da PPI com articulação entre a SMS e o HUV, resultando em convênio que otimizou recursos e serviços. A iniciativa reforça a importância da integração e regulação contínua para uma saúde pública eficiente e equitativa.
A ATUAÇÃO NO SETOR DE SUPORTE DE AUTORIZAÇÃO DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR PARA QUALIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO CONTEXTO DA AUDITORIA DO SUS
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul
Período de Realização
Agosto de 2022 a maio de 2025.
Objeto da experiência
Atuação do Setor de Suporte de Autorização de Internação Hospitalar (SAIH) como componente de apoio à gestão estadual no âmbito da auditoria do SUS.
Objetivos
Relatar a experiência de gestão do SAIH destacando as estratégias adotadas para garantir a eficiência do fluxo de Autorizações de Internação Hospitalar (AIH), e a qualificação dos processos de análise, registro e acompanhamento das internações hospitalares.
Metodologia
A experiência foi desenvolvida no SAIH, vinculado à GAH/CCON, na Auditoria, Controle e Avaliação no SUS (AudSUS) em Mato Grosso do Sul. Entre as atribuições do setor estão: tramitação documental das AIHs; elaboração de relatórios; fornecer suporte técnico, orientar e capacitar os estabelecimentos sob gestão estadual; acompanhamento do processamento da produção hospitalar, além de auxiliar tecnicamente os setores de apoio à auditoria presentes nos núcleos regionais de saúde.
Resultados
Observou-se maior padronização nos fluxos de autorização, agilidade na revisão de AIHs, melhoria na qualidade e consistência dos dados. A elaboração dos relatórios sistematizados subsidiaram ações de auditoria e gestão. As capacitações técnicas contínuas contribuíram para a redução de erros de lançamentos no SISAIH01, diminuendo o retrabalho e as inconsistências na produção além de fortalecer o monitoramento das internações, promovendo maior controle e efetividade nas ações do setor hospitalar.
Análise Crítica
A experiência demonstrou a importância de um setor técnico estruturado, com fluxos bem definidos, capacitação contínua e integração com os sistemas de informação. A atuação do articulação do SAIH na auditoria estadual mostrou-se essencial para o controle dos recursos públicos e para a transparência da produção hospitalar no SUS. Essa atuação fortaleceu a gestão, qualificando processos e promovendo maior eficiência na análise e acompanhamento das internações hospitalares.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que o SAIH é fundamental para a qualificação da gestão hospitalar e para o fortalecimento da auditoria estadual. Recomenda-se sua valorização institucional, com integração efetiva aos processos de auditoria. É essencial manter investimentos contínuos em capacitação das equipes, tecnologias da informação e padronização dos fluxos, assegurando maior controle, eficiência e transparência nas autorizações e internações hospitalares.
CONTRAPARTIDA ESTADUAL PARA EQUIPES DE CONSULTÓRIO NA RUA EM GOIÁS COMO ESTRATÉGIA DE INCLUSÃO E AMPLIAÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE PARA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA
Pôster Eletrônico
1 SES GO
Período de Realização
Realizado de janeiro de 2023 até o presente momento e seguintes (junho de 2025)
Objeto da experiência
Oito (08) equipes de Consultório na Rua, credenciadas junto ao Ministério da Saúde no Estado de Goiás e recebendo recurso de contrapartida estadual.
Objetivos
Descrever o fortalecimento dos dispositivos de cuidado em saúde para a população em situação de rua (Consultório na Rua) por meio da transferência de recursos, criação de indicadores e monitoramento de atividades.
Descrição da experiência
O Estado de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, aprovou por meio de Resolução CIB em 2020, uma contrapartida estadual a título de incentivo mensal a ser repassado aos municípios para auxiliar no custeio de equipes de Consultório na Rua, credenciadas junto ao Ministério da Saúde. O valor de R$ 8.800,00 mensais foi atualizado em 2024 para R$ 20.000,00 para as equipes, que desenvolvem ações integradas de acordo com as necessidades de saúde das pessoas em situação de rua.
Resultados
Consonante ao aceite e pactuação pelos municípios, foram estabelecidos 20 parâmetros e metas divididos em 08 eixos de atuação na saúde da População em Situação de Rua, conforme os atributos da atenção primária gerando uma melhoria no número de cadastros e atendimentos no SUS, a oferta de atividades até então negligenciadas bem como a aquisição de material de suporte, como kits de higiene, saúde bucal e para redução de vulnerabilidades.
Aprendizado e análise crítica
O incremento de recursos aliado a uma atuação inclusiva e democrática tendem a melhorar a organização da rede de cuidados no âmbito das Secretarias Municipais de Saúde ampliando a compreensão das iniquidades em saúde e diminuindo o desafio gigantesco de ofertar saúde em contextos de alta vulnerabilidade social cuja ausência de intersetorialidade acaba gerando uma visão distorcida do cuidado, reforça preconceitos e transfere responsabilidades para o próprio usuário do serviço.
Conclusões e/ou Recomendações
A estruturação de uma rede de cuidados à saúde da PSR, principalmente das equipes de Consultório na Rua constituiu-se como estratégia fundamental para a melhoria no atendimento a essa população, fomentando o acesso aos dispositivos, auxiliando no processo de ruptura de estigmas que cercam essa população por meio da qualificação dos profissionais e melhoria da estrutura para o desenvolvimento do trabalho.
PROCESSO DE TRABALHO DE MÉDICOS AUDITORES NA SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MATO GROSSO DO SUL
Pôster Eletrônico
1 SES/MS; UFRN
2 ESP/MS
3 SES/MS
4 UFRN
Período de Realização
Julho 2024 – Abril 2025
Objeto da experiência
Atividades realizadas por 7 auditores médicos na SES/MS (Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul)
Objetivos
Relatar a experiência do processo de trabalho dos médicos auditores da SES/MS descrevendo suas principais atividades, refletindo sobre seus impactos na saúde pública local e desafios para a gestão.
Metodologia
A diretoria de Controle, Avaliação e Auditoria (AudSUS) no Estado de MS acompanha, por meio de planilha específica, as atividades desenvolvidas por seus 39 auditores mensalmente. Os autores tiveram acesso autorizado a essa planilha para levantar e descrever as atividades realizadas por cada auditor, com enfoque no trabalho de auditores médicos. Foram analisadas as atividades realizadas no 2º semestre de 2024 e 1º quadrimestre de 2025 (Período total de 10 meses)
Resultados
O número total de atividades realizadas por 39 auditores na SES/MS foi de 1987. Dessas, 607 (30% do total) foram conduzidas por auditores médicos. São 7 os auditores médicos, o que representa 18% do quantitativo de auditores. Exclui-se um auditor médico que tem cargo de coordenador. As atividades médicas concluídas foram 504 revisões hospitalares, 76 revisões ambulatoriais, 3 visitas técnicas e 7 relatórios diversos. Médicos compuseram equipe e participaram da realização de duas auditorias.
Análise Crítica
O processo de trabalho concentra-se nas atividades de controle, representando 96% do total absoluto de tarefas. Três visitas técnicas e duas auditorias representam 0,8% do número total de atividades. É necessário analisar os resultados com cautela, pois a revisão da produção hospitalar de um estabelecimento de pequeno porte demanda pouco tempo em relação a todo o processo de uma visita técnica ou auditoria propriamente dita.
Conclusões e/ou Recomendações
Dentre as ações de controle, avaliação e auditoria, nota-se concentração no controle. Tais ações oferecem segurança à gestão local do SUS e a revisão de produção hospitalar é atribuição natural de auditores médicos. Por outro lado, pode haver espaço para que essa categoria profissional seja mais acionada para ações de avaliação e auditoria, desde que os processos de controle se tornem mais automatizados.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO MESTRADO PROFISSIONAL EM POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE DA FIOCRUZ BRASÍLIA: UMA CONSTRUÇÃO COLETIVA
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz
Período de Realização
O processo foi realizado de agosto à dezembro de 2024.
Objeto da experiência
O objeto da experiência é a construção coletiva do planejamento estratégico do Mestrado em Políticas Públicas em Saúde da Fiocruz Brasília.
Objetivos
O objetivo é descrever o processo de construção coletiva do planejamento estratégico do Mestrado Profissional em Políticas Públicas em Saúde da Fiocruz Brasília, que foi realizado com a participação dos docentes, dos colaboradores, equipe técnico-administrativa e representação dos discentes.
Descrição da experiência
O Planejamento Estratégico foi realizado em quatro etapas. Foram realizadas de forma remota e presencial. A primeira etapa teve como objetivos revisitar a missão, visão e princípios do programa e avaliar o grau de concordância dos pontos apresentados. A segunda etapa foi de preenchimento da matriz FOFA. A terceira etapa foi de validação e priorização da matriz. Foi realizada uma análise de conteúdo desses dados. Na quarta etapa, foi elaborado o plano de ações por meio de uma planilha dinâmica.
Resultados
Na primeira etapa, 32 respondentes avaliaram com alta concordância a missão, visão e princípios do programa. Na análise de conteúdo da matriz FOFA foram destacados seis temas: apoio técnico e financeiro, recursos físicos e humanos, cooperação nacional e internacional, pesquisa e inovação, ensino e formação. Na quarta fase, foram elaboradas estratégias para mitigar fraquezas e maximizar oportunidades, promovendo um planejamento colaborativo.
Aprendizado e análise crítica
A mescla de abordagens, com a utilização de formulários on-line e oficinas presenciais, o uso de diferentes formatos de visualização dos resultados por etapa, como a matriz FOFA, a árvore de priorização, o uso da nuvem de palavras e planilhas dinâmicas facilitaram o processo de participação. A inclusão de colaboradores, equipe técnica-administrativa e representantes discentes, além dos docentes, enriqueceu a discussão, incorporando elementos da realidade desses e democratizando o processo.
Conclusões e/ou Recomendações
Processos de planejamento e avaliação educacional precisam levar em consideração a participação de todos os interessados no tema. Isso possibilita a inclusão de uma perspectiva mais ampliada, para dar voz a quem tem o seu cotidiano influenciado direta e indiretamente nesses processos, possibilita a integração desses participantes e auxiliam na implementação das atividades planejadas.
PLANEJAMENTO EM SAÚDE: CONSTRUÇÃO COLABORATIVA DE INSTRUMENTO PARA QUALIFICAÇÃO DOS PLANOS MUNICIPAIS NO SUS
Pôster Eletrônico
1 BP
2 COSEMS PI
3 COSEMS MT
4 SEINP PB
5 SEINP SC
6 COSEMS RJ
7 Conasems
Período de Realização
Maio de 2024 até maio de 2025.
Objeto da experiência
Elaboração colaborativa de instrumento para análise dos Planos Municipais de Saúde (PMS), com COSEMS, SEINP/SEMS/MS e COGINP/DGIP/MS.
Objetivos
Disponibilizar instrumento que permita análise detalhada dos PMS do SUS; apoiar a gestão municipal na elaboração dos instrumentos; fomentar a cultura do planejamento no SUS.
Metodologia
A experiência teve três etapas: levantamento de boas práticas com SEINP, com COSEMS; e criação de GT com COSEMS, MS e SEINP. O objetivo foi mapear práticas para apoiar a criação de instrumento avaliativo. Apesar das disposições normativas que orientam o planejamento no âmbito do SUS, muitos planos parecem ser elaborados por mero requisito legal, distante das necessidades de saúde do território. Assim, ficou evidenciada a necessidade de existência de ferramenta qualitativa para análise dos PMS.
Resultados
O instrumento foi desenvolvido em 14 encontros do Grupo de Trabalho (GT), com base no levantamento inicial. A proposta foi sistematizada, apresentada e ajustada de acordo com as contribuições. Criou-se um “dicionário” para orientar a leitura das questões. O processo ocorreu de agosto a outubro de 2024. A validação se deu em oficina com o GT, com foco na qualidade e aplicabilidade da proposta final.
Análise Crítica
A experiência evidenciou a importância da avaliação qualitativa para fortalecer a cultura do planejamento, identificar problemas regionais e promover a gestão interfederativa. Também facilitou a articulação do Apoio Rede Conasems-Cosems e o SEINP/SEMS/MS. A aplicação do instrumento possibilitará às gestões municipais refletirem criticamente sobre o processo de planejamento no SUS, com destaque para a qualificação do Plano de Saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
O instrumento construído busca facilitar a identificaçãodas reais necessidades de saúde, com visão regional e estratégica. A participação de diferentes atores foi essencial, promovendo integração territorial e reforçando a importância de ações articuladas no apoio ao planejamento do SUS. O instrumento construído junto a atores que somam as percepções da gestão federal (SEINP/SEMS/MS e COGINP/DGIP/MS) e municipal (apoio Rede Conasems-Cosems), para além de uma ferramenta de análise qualitativa, pretende estimular que as gestões percebam a relevância de se elaborar um Plano de Saúde consistente, de forma participativa e voltado à solução dos principais problemas e atendimento às reais necessidades de saúde do território.
MONITORAMENTO DE RESULTADOS DE AUDITORIAS REALIZADAS NO ÂMBITO DA SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS – PROJETO PILOTO
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais
Período de Realização
O projeto piloto foi iniciado em janeiro de 2024 e finalizado em janeiro de 2025.
Objeto da experiência
Foram objeto deste projeto nove Secretarias Municipais de Saúde que passaram por auditoria da SES-MG nos anos de 2019 a 2021.
Objetivos
Estabelecer metodologia de monitoramento de resultados de auditorias, a fim de avaliar a qualidade dos trabalhos e assegurar que a atividade de Auditoria do SUS contribua efetivamente para o aperfeiçoamento das ações, serviços e políticas de saúde, agregando valor à gestão das unidades auditadas.
Descrição da experiência
Os monitoramentos foram realizados por meio da metodologia de requisição de informações. Os auditores consolidaram as constatações não conformes e respectivas recomendações em ofício padronizado enviado ao órgão auditado, sendo concedido prazo de trinta dias para resposta, acompanhada da documentação que comprovasse as ações adotadas pela gestão. Após a análise das respostas e a emissão do parecer final, os resultados foram encaminhados ao órgão auditado e ao Conselho Municipal de Saúde (CMS).
Resultados
Dos 9 municípios, 4 não se manifestaram perante a equipe. Quanto aos demais 5 municípios, havia um total de 54 não conformidades e respectivas recomendações, 20 das quais foram consideradas pela equipe como resolvidas de forma completa ou parcial. Para os casos de ausência de manifestação ou não resolução da situação, foram emitidas novas recomendações. Haja vista a comunicação emitida aos CMS, espera-se que o controle social se apodere das informações para monitorar as situações junto às SMS.
Aprendizado e análise crítica
Esse projeto piloto indica a necessidade de uma comunicação mais efetiva com os gestores durante o monitoramento a fim de buscar 100% de respondentes. Além disso, o baixo índice de correção das não conformidades aponta para a necessidade de um acompanhamento mais tempestivo após a realização de uma auditoria. Nesse trabalho foram verificadas auditorias realizadas de 3 a 5 anos antes do monitoramento, o que pode ser considerado um tempo longo diante da dinamicidade das realidades municipais.
Conclusões e/ou Recomendações
O monitoramento dos resultados das auditorias tem como objetivo aumentar as chances de que problemas identificados sejam efetivamente resolvidos, por meio da implementação das recomendações propostas ou adoção de outras medidas pela gestão. Espera-se com essas ações que as auditorias sejam catalizadoras de reais mudanças no território, a fim de auxiliar na melhoria de controles e governança, mitigando riscos que possam afetar os objetivos do SUS.
IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE PARA FORTALECIMENTO DOS PROCESSOS DE AUDITORIA EM SAÚDE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Pôster Eletrônico
1 Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul (SES/RS)
Período de Realização
A ação teve início no mês de julho de 2022 e permanece vigente em 2025.
Objeto da experiência
Processos de auditoria do Sistema Único de Saúde (SUS) na Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul (SES/RS).
Objetivos
Qualificar os processos de auditoria do SUS da SES/RS, através da implementação do Sistema de Gestão da Qualidade, para padronizar e aprimorar instrumentos de trabalho e atividades práticas, visando eficiência, eficácia operacional e melhoria contínua das ações executadas pelos auditores do SUS.
Descrição da experiência
A implantação do Sistema de Gestão da Qualidade nos processos de auditoria do SUS formalizou-se através da Portaria nº 484/2022 da SES/RS e da criação de uma Coordenação Técnica para planejamento e supervisão de sua implementação. Foram mapeados processos de trabalho e elaborados documentos padrão para uniformizar ações e garantir eficiência das atividades de auditoria em saúde. A iniciativa permanece em vigor e é submetida à revisão sistemática, objetivando atualização e aprimoramento.
Resultados
Foram elaborados Procedimentos Operacionais Padrão, matrizes de planejamento de auditorias e instrumentos para divulgação de informações e uniformização das práticas, visando a educação permanente dos auditores. O Relatório de Auditoria foi padronizado e é disponibilizado aos auditados contendo recomendações para a melhoria dos serviços de saúde do SUS. A Coordenação Técnica instituída atua como estrutura de apoio à consolidação do Sistema de Gestão da Qualidade de forma sistemática.
Aprendizado e análise crítica
A implementação do Sistema de Gestão da Qualidade na Auditoria do SUS do Rio Grande do Sul promoveu a padronização dos processos de trabalho e a qualificação e celeridade das análises, fortalecendo a atuação técnica dos auditores. A iniciativa resultou em capital intelectual, melhoria contínua dos serviços de saúde do SUS e contribuiu para o cumprimento da meta do Plano Estadual de Saúde em qualificar o Sistema Estadual de Auditoria do SUS do Estado.
Conclusões e/ou Recomendações
A padronização e sistematização das práticas, através da implementação do Sistema de Gestão da Qualidade em processos de auditoria em saúde da SES/RS, assegurou celeridade, uniformidade e qualificação das atividades realizadas pelos auditores, propiciando confiabilidade e eficiência no serviço prestado, contribuindo para a excelência na gestão pública e melhoria da assistência à saúde dos usuários do Sistema Único de Saúde do Rio Grande do Sul.
A ELABORAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO ANUAL DE AUDITORIA INTERNA DO SUS NO COMPONENTE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL
Pôster Eletrônico
1 DEASUS/SES/RS
Período de Realização
O presente relato de experiência refere-se aos meses de agosto de 2024 até abril de 2025.
Objeto da experiência
Plano Anual de Auditoria Interna (PAAI) 2025 pelo DEASUS/SES/RS, com foco em auditorias estratégicas no SUS.
Objetivos
Descrever o processo de elaboração do Plano Anual de Auditoria Interna (PAAI) 2025 do DEASUS/SES/RS, baseado em fatores de risco.
Descrever o processo de implementação do Plano Anual de Auditoria Interna (PAAI) 2025 do DEASUS/SES/RS.
Descrição da experiência
O PAAI 2025 foi elaborado pelo DEASUS/SES-RS com a metodologia de análise de riscos, alinhado ao planejamento estratégico e às demandas da gestão e órgãos de controle. As auditorias foram organizadas por eixos temáticos e análise de riscos, construída através do instrumento “Matriz de Risco”. A execução iniciou em 2025, priorizando áreas críticas e utilizando instrumentos de suporte, cronogramas e ações de educação permanente para qualificar o processo.
Resultados
A utilização da Matriz de Risco resultou na seleção de 133 auditorias, em 3 eixos temáticos. Na implementação, adotaram-se ações de educação permanente, elaboração de instrumentos de suporte, matriz de planejamento, técnicas logísticas como cronogramas e solicitação prévia de documentação, o que culminou no 1º quadrimestre de 2025, na abertura de 42 auditorias, um aumento de 110% nos processos abertos e elevação de 16 % na proporção de relatórios iniciais completos em relação ao mesmo período de 2024.
Aprendizado e análise crítica
Evidenciou-se a importância do planejamento baseado na análise de risco e a priorização de eixos temáticos estratégicos na elaboração do PAAI 2025. A construção de estratégias para otimizar o processo de execução das auditorias com foco nas capacitações e criação de instrumentos de suporte viabilizaram recursos técnicos fundamentais ao trabalho das equipes de auditores. Reforçando assim a necessidade da continuidade nos processos de planejamento, em busca de qualificação constante.
Conclusões e/ou Recomendações
O PAAI 2025 representa avanço na gestão do SUS, sua elaboração acompanha o movimento contínuo de DEASUS em melhorar suas estratégias de planejamento. Ao Propor 113 auditorias regulares, se exige um esforço de garantir uma distribuição mensal viável, mantendo a qualidade e reduzindo o tempo de execução das auditorias. Um desafio que exige acompanhamento contínuo, formação permanente e suporte técnico adequado às equipes auditoras.
A EXPERIÊNCIA DA ELABORAÇÃO DE UMA MATRIZ DE ANÁLISE SITUACIONAL SOBRE OS DESAFIOS PARA A ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DO MUNICÍPIO DE ANGRA DOS REIS/RJ.
Pôster Eletrônico
1 PROFSAUDE/FIOCRUZ RJ
2 IDOMED/Angra
Período de Realização
Abril e Maio de 2025.
Objeto da experiência
Análise Situacional da Rede de Apoio Psicossocial (RAPS) do município de Angra dos Reis/RJ
Objetivos
Elaborar uma Matriz de Análise Situacional refletindo sobre os desafios e potencialidades provenientes de fatores internos e externos à rede de atenção psicossocial do município de Angra dos Reis/RJ.
Metodologia
O SUS, como importante cenário de integração ensino-serviço e componente chave do processo formativo em saúde da família, permitiu que este trabalho fosse elaborado a partir do segundo encontro presencial da disciplina de Gestão do Cuidado, da 5ª Turma do Mestrado Profissional em Saúde da Família da Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro (PROFSAUDE/FIOCRUZ RJ) em conjunto com atividades do internato de Saúde da Família da graduação em medicina do IDOMED/Angra.
Resultados
A elaboração da matriz de análise situacional veio como ferramenta facilitadora na identificação dos problemas inerentes aos processos internos e externos ao serviço, com o intuito de traçar estratégias para a melhoria da organização do trabalho. Desta forma, permitiu um olhar crítico e reflexivo das inconformidades vistas como pontos para a melhoria da coordenação da clínica e revelou potencialidades que podem ser utilizadas para garantir a eficiência e a qualidade do cuidado.
Análise Crítica
A Atenção Primária à Saúde (APS), em seus atributos ordenador do cuidado e primeiro acesso, se torna responsável em promover o acolhimento às pessoas em sofrimento mental e, quando necessário, referenciá-las para a RAPS, garantindo a integralidade e a longitudinalidade da atenção. Usuários foram ouvidos neste trabalho, uma vez que reconhecemos a participação comunitária como fundamental para o entendimento das potencialidades e fragilidades das articulações e processos que ocorrem no SUS.
Conclusões e/ou Recomendações
Não fugindo da realidade do SUS, a RAPS de Angra dos Reis/RJ sofre com fragilidades e ameaças para seu funcionamento pleno. Contudo a identificação conjunta das potencialidades e oportunidades que se estruturam na própria rede e externamente a ela é poderosa ferramenta para se planejar estratégias de intervenção e ações para que metas e objetivos futuros possam garantir a melhoria da qualidade e da resolutividade da rede.
ESTRATÉGIAS DE MOBILIZAÇÃO PARA ADESÃO E PREENCHIMENTO DO CENSO NACIONAL DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE NO ESTADO DE MATO GROSSO
Pôster Eletrônico
1 UFMT
2 UFPel
Período de Realização
Junho a agosto de 2024
Objeto da experiência
Mobilizar gestores municipais e profissionais da Atenção Básica para garantir adesão e preenchimento do Censo das UBS no estado de Mato Grosso.
Objetivos
Relatar estratégias eficazes adotadas na mobilização de gestores municipais para adesão e preenchimento do Censo Nacional das Unidades Básicas de Saúde do estado de Mato Grosso (MT).
Metodologia
A atuação interinstitucional, intra e intersetorial do grupo operativo foi essencial para mobilizar municípios e garantir o preenchimento do Censo das UBS no MT. A articulação entre UFMT, SES-MT, COSEMS, Rede APS Forte e Ministério da Saúde permitiu suporte técnico contínuo, promoveu reuniões, lives e comunicação eficaz via WhatsApp, email e Disque-Censo. A educação permanente e a colaboração interprofissional fortaleceram a mobilização dos profissionais e a qualidade dos dados coletados.
Resultados
A adesão dos municípios aumentou de 84,9% em julho para 100% em agosto. Ao total 943 UBS responderam ao censo. A comunicação estratégica reduziu resistências políticas e fortaleceu credibilidade entre gestores. O suporte técnico direto permitiu preenchimento eficiente dos formulários e maior envolvimento das equipes. A educação permanente incentivou reuniões interprofissionais, ampliando a compreensão, precisão e qualidade dos dados coletados.
Análise Crítica
O trabalho colaborativo agregou valor a integração entre academia, gestão pública e profissionais da atenção básica. Foi decisivo para o sucesso da atividade de campo na modalidade remota. A comunicação assertiva superou desafios políticos e técnicos, o suporte individualizado e as estratégias interativas foram determinantes para mobilização e interlocução. A flexibilidade diante de dificuldades técnicas foi fundamental para ajustes rápidos, fortalecendo o engajamento dos profissionais.
Conclusões e/ou Recomendações
Manter a academia e pesquisadores da rede APS no processo garante rigor técnico e aceitação dos gestores. A estabilidade do sistema e-Gestor precisa ser aprimorada para evitar falhas e atrasos. Fortalecer a colaboração interinstitucional, e fomentar a cultura da avaliação são essenciais para garantir estrutura física e tecnológica adequadas, com ambiência, conforto e fornecimento adequado de insumos para o funcionamento das UBS.
AUDITORIA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE EM CONTEXTOS DE EMERGÊNCIA CLIMÁTICA: O CASO DO RIO GRANDE DO SUL EM 2024
Pôster Eletrônico
1 SES/RS - UFRGS
2 SES/RS
3 UFRGS
Período de Realização
Abril a julho de 2024
Objeto da experiência
Atuação da auditoria do SUS no monitoramento e avaliação da resposta do sistema de saúde às enchentes no Rio Grande do Sul, em 2024.
Objetivos
Relatar a experiência da auditoria do SUS durante a crise climática no RS, destacando seu papel no planejamento, gestão e avaliação das ações emergenciais. Refletir sobre como incorporar equidade e justiça climática à auditoria, fortalecendo o SUS em contextos de crise.
Descrição da experiência
As enchentes de abril e maio de 2024 afetaram 478 municípios do RS (78 em calamidade e 340 em emergência). Houve destruição de infraestrutura e deslocamento populacional. A auditoria do SUS foi mobilizada para acompanhar ações emergenciais, avaliar recursos e identificar fragilidades. Foram realizadas visitas técnicas, análise de dados e escuta de gestores e usuários. A atuação articulou-se com o controle social e comissões intergestores no COE, promovendo transparência e efetividade.
Resultados
A auditoria identificou desigualdades no acesso à saúde entre áreas urbanas e rurais, falhas na comunicação e dificuldades logísticas. Também observou boas práticas locais. Os relatórios subsidiaram ajustes no planejamento estadual e priorização de ações em áreas vulneráveis. A experiência reforçou a auditoria como ferramenta de avaliação em tempo real e apoio à gestão em crises.
Aprendizado e análise crítica
A crise evidenciou a necessidade de ampliar o escopo da auditoria do SUS, incluindo indicadores de vulnerabilidade socioambiental e justiça climática. A experiência mostrou que a auditoria pode ser instrumento de transformação social e equidade. No entanto, revelou limitações como escassez de equipes e acesso restrito a dados em tempo real, que precisam ser superadas.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a institucionalização de protocolos de auditoria em emergências climáticas, com foco em equidade e participação social. É fundamental investir na capacitação das equipes e na integração com sistemas de informação em saúde e defesa civil. A experiência reforça o papel estratégico da auditoria do SUS no fortalecimento da democracia sanitária e na construção de um sistema de saúde resiliente frente às mudanças climáticas.
ENTRE A GESTÃO E O CUIDADO: DESAFIOS E POTÊNCIAS DA COORDENAÇÃO DE SAÚDE MENTAL EM MUNICÍPIO DO INTERIOR DE GOIÁS
Pôster Eletrônico
1 IRR/FIOCRUZ MINAS
2 CAPS/URUAÇU/GO
3 SMS/URUAÇU/GO
Período de Realização
Janeiro de 2021 até o presente momento.
Objeto da experiência
Coordenação municipal de saúde mental para fortalecer a rede de cuidado em um município do interior de Goiás.
Objetivos
Relatar a implantação e consolidação da Coordenação Municipal de Saúde Mental, criada para organizar o cuidado em saúde mental. Refletir sobre sua atuação na rede e enfrentamento ao estigma. Analisar efeitos na ampliação de serviços, fortalecimento intersetorial e defesa da Reforma Psiquiátrica.
Metodologia
A Coordenação Municipal de Saúde Mental foi criada por iniciativa do gestor do CAPS, frente à complexidade do cuidado e necessidade de fortalecer a rede. Com apoio da gestão municipal, organizou o matriciamento na APS, promoveu educação permanente e estratégias de promoção da saúde mental. Atuou e atua na sensibilização de gestores e profissionais, enfrentando resistências e o estigma. Ampliou o diálogo intersetorial (assistência social e educação) e fortaleceu o papel político da saúde mental.
Resultados
A Coordenação consolidou-se como instância estratégica na gestão e organização do cuidado em saúde mental, articulando a rede e fortalecendo a APS. Ampliou serviços e equipes, implementou apoio matricial contínuo e promoveu espaços de formação antimanicomiais. Qualificou o trabalho intersetorial. Houve avanços na sensibilização sobre estigma e acolhimento. Contribuiu para a valorização da política de saúde mental junto à gestão municipal, mantendo sua atuação mesmo com mudanças de governo.
Análise Crítica
A criação de espaços técnicos e políticos para a Coordenação de Saúde Mental é potente para consolidar redes de cuidado integradas pela Reforma Psiquiátrica. Exigiu mediações constantes frente a resistências institucionais e profissionais, e a manutenção do trabalho em transições políticas. Educação permanente e apoio matricial foram fundamentais. A atuação crítica revelou a importância da gestão comprometida com equidade e integralidade. A Coordenação tornou-se referência em práticas inovadoras.
Conclusões e/ou Recomendações
A institucionalização da Coordenação de Saúde Mental nos municípios é uma prática estratégica e replicável, especialmente com escassez de recursos. Reafirma a importância do compromisso político, articulação intersetorial e formação contínua como pilares da gestão qualificada e Reforma Psiquiátrica. Recomenda-se que outras gestões municipais criem instâncias coordenadoras com autonomia técnica e política, capazes de mediar cuidado e gestão.
SIMULAÇÃO EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UM COMPONENTE EXTRACURRICULAR DE SAÚDE COLETIVA.
Pôster Eletrônico
1 Universidade de Fortaleza - UNIFOR
Período de Realização
Setembro e outubro de 2024 com aulas acontecendo de forma híbrida.
Objeto da experiência
Trata-se de um curso com duração de 40h/aula em Simulação em Saúde ministrado por uma instituição de saúde de ensino superior na cidade de Fortaleza-Ce.
Objetivos
Relatar uma experiência do ponto de vista como discente do curso, contemplando diferentes estratégias de ensino e de avaliação, como metodologias ativas, através de atividades teóricas e práticas interdisciplinares para profissionais de diferentes áreas da saúde.
Metodologia
As aulas aconteceram nas duas modalidades, presenciais e síncrono remoto, semanais, utilizando um laboratório realístico de práticas clínicas em saúde e o programa google Meet onde foram administradas as aulas teóricas do curso, com datas e horários pré-estabelecidos. Também foi utilizado o sistema AVA, uma plataforma online com recurso de simulação em tempo real de uma sala de aula que permitiu o compartilhamento de materiais além da comunicação/interação entre os professores e os alunos.
Resultados
A turma do curso foi formada por uma equipe multiprofissional sendo a profissão de Enfermagem a de maior presença (8), seguido de fisioterapia (5), nutrição (3), odontologia (2), farmácia, serviço social e medicina com menor representatividade cada uma (1). Os questionamentos a respeito das atividades avaliativas, foram em maioria pela turma, os estudos de casos clínicos sugeridos em relação às atividades de leitura, para avaliação geral, demonstrando um aprimoramento das competências clínicas
Análise Crítica
A simulação em saúde atuou diretamente no desenvolvimento de aptidões nas práticas interprofissionais, se utilizando de uma construção longitudinal do aprendizado através da atuação profissional no cenário de prática, sendo possível observar novas formas de aquisição da informação por meio da simulação. Isso ocorreu através de relatos dos alunos, registrados em um diário de campo durante as aulas de simulação enquanto aconteciam as atividades, fossem no laboratório ou síncronas online.
Conclusões e/ou Recomendações
A simulação em saúde é fundamental para a adesão das competências clínicas dos profissionais no campo de atuação favorecendo um nivelamento dos alunos com conteúdos de base teórica. Para as habilidades interdisciplinares, o ambiente realístico se utilizou das metodologias disponíveis para o desenvolvimento do raciocínio crítico na etapa final do curso, provocando um aumento na performance dos alunos, comprovado através das atividades avaliativas.
OTIMIZASUS: INOVAÇÃO E EFICIÊNCIA NA GESTÃO HOSPITALAR DE MINAS GERAIS
Pôster Eletrônico
1 SES/MG
2 SES/MG; MS; PUC MINAS
3 UFMG
Período de Realização
O projeto está sendo implantado por fases (ondas): 1ª (2021-2024); 2ª (2023-2024); e 3ª (2024-2025).
Objeto da experiência
O Projeto OtimizaSUS, instituído em 2021, se vincula ao principal módulo da Política de Atenção Hospitalar do Estado de Minas Gerais, Valora Minas.
Objetivos
Descrever a implantação do Projeto Otimiza SUS em 149 hospitais de Minas Gerais; e o potencial das ferramentas inovadoras Diagnosis Related Groups e do Programa Nacional de Gestão de Custos na busca por maior eficiência do parque hospitalar.
Descrição da experiência
O OtimizaSUS, com marcos e regras de monitoramento, incentiva a implantação de duas ferramentas de inovação e gestão em hospitais de relevância regional: i. Grupos de Diagnósticos Relacionados (Diagnosis Related Groups - DRG): que possibilita o monitoramento da jornada do paciente nas instituições hospitalares e potencializa o uso dos recursos disponíveis; e ii. Programa Nacional de Gestão de Custos (PNGC): metodologia padronizada para estimar os custos hospitalares (total ou estratificado).
Resultados
As ferramentas DRG e PNGC foram implantadas em 149 hospitais públicos de diferentes portes que são monitorados, quadrimestralmente, através de 3 indicadores. O DRG permite o monitoramento e benchmarking de informações clínicas e econômicas da jornada do paciente, como tempo médio de internação, número de condições adquiridas e procedimentos realizados ocorridos em um determinado período. Os dados do PNGC demonstram os custos total e estratificado de cada setor e a composição desses custos.
Aprendizado e análise crítica
O projeto permite, na perspectiva dos usuários, maior disponibilidade de leitos e melhora da qualidade assistencial a partir do uso eficiente de recursos. Na perspectiva de gestão, o projeto permite o diagnóstico e o mapeamento dos crivos gerenciais e dos processos assistenciais que precisam ser otimizados. É possível também a obtenção de informações qualificadas, estruturadas e referenciadas para a elaboração de políticas mais qualificadas, assertivas e eficientes.
Conclusões e/ou Recomendações
O OtimizaSUS demonstra como a inovação na gestão hospitalar pode promover maior eficiência e qualidade em saúde pública. Essa iniciativa fortalece o controle gerencial, contribui para políticas mais assertivas, beneficia toda a população mineira. Há diversos desafios a serem superados entre os quais se destaca o uso combinado dados das duas metodologias implementadas.
ATENÇÃO DOMICILIAR E O PAPEL DA ENFERMAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA NO PROGRAMA MELHOR EM CASA DO MUNICÍPIO DE ITAPEMA/SC
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde de Itapema/SC - Enfermeira do Programa Melhor em Casa
2 Secretaria Municipal de Saúde de Itapema/SC - Diretora de Atenção Básica
Período de Realização
Janeiro de 2025 até o presente momento, no município de Itapema, estado de Santa Catarina.
Objeto da experiência
Relatar a atuação da enfermagem no Programa Melhor em Casa, com foco nos processos e práticas para o cuidado domiciliar no município de Itapema/SC.
Objetivos
Compartilhar a experiência na atenção domiciliar, destacando os desafios enfrentados, as estratégias da equipe de enfermagem e os aprendizados adquiridos, com foco na qualificação do cuidado e no fortalecimento dos vínculos familiares.
Descrição da experiência
Desde janeiro de 2025, a autora atua como enfermeira no Programa Melhor em Casa. A equipe realiza atendimentos domiciliares e no hospital, com média de oito visitas diárias e sobreaviso nos fins de semana. Os principais desafios incluem informatização da agenda, fluxos e protocolos. Casos clínicos evidenciam a eficácia do Projeto Terapêutico Singular (PTS), da educação em saúde e do vínculo familiar.
Resultados
A enfermagem contribuiu para o conforto e autonomia dos pacientes, fortalecimento dos vínculos familiares e confiança na equipe. O Programa mostrou-se eficaz, seguro e humanizado, com integração à Atenção Básica. Casos clínicos complexos foram resolvidos com êxito no domicilio, evidenciando a resolutividade e a qualidade do cuidado ofertado.
Aprendizado e análise crítica
A experiência exigiu da enfermagem habilidades como liderança, comunicação eficaz e flexibilidade no cuidado domiciliar. A prática empática e criativa, aliada à atuação multiprofissional e ao acolhimento das famílias, foi essencial. O relato reafirma o protagonismo da enfermagem em práticas resolutivas e humanizadas fora do hospital, contribuindo para a qualificação do cuidado em saúde coletiva.
Conclusões e/ou Recomendações
A atenção domiciliar demanda sensibilidade, criatividade e resolutividade da enfermagem. A experiência demonstra que o cuidado individualizado e humanizado no domicílio é viável e eficaz. O Programa Melhor em Casa se mostra estratégico para ampliar o acesso e qualificar a atenção à saúde no território.
EXPERIÊNCIA DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE MINAS GERAIS NA IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DE RISCO NO PROCESSO DE INSPEÇÃO SANITÁRIA EM FABRICANTES DE MEDICAMENTOS
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais
Período de Realização
Setembro de 2024 a março de 2025.
Objeto da experiência
Implantação da gestão de risco no processo de inspeção sanitária de boas práticas de fabricação em fabricantes de medicamentos.
Objetivos
Mapear as etapas do processo de inspeção sanitária em fabricantes de medicamentos; identificar, avaliar, classificar e monitorar os riscos do processo; determinar as causas e consequências dos riscos; analisar a probabilidade e o impacto de eventos potenciais que possam causar danos ao processo.
Descrição da experiência
A Superintendência de Vigilância Sanitária de Minas Gerais participou de projeto estratégico para incorporar a gestão de risco nas inspeções sanitárias de boas práticas de fabricação em fabricantes de medicamentos. Com base nas diretrizes do Guia de Implementação da Gestão de Risco da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, o projeto consistiu em cinco fases principais: (1) entendimento do contexto; (2) identificação dos riscos; (3) análise dos riscos; (4) monitoramento dos riscos.
Resultados
Foram evidenciados como principais riscos do processo: falta de recursos logísticos e insumos para inspeção, indisponibilidade de inspetores para participação em treinamentos, postura e conduta inadequada da equipe de inspeção, falha de comunicação, categorização incorreta das não conformidades, não atendimento de prazos e divergência de entendimento. O monitoramento dos riscos resultou em Plano de Ação para tratamento dos riscos prioritários e melhoria contínua do processo.
Aprendizado e análise crítica
A aplicação de metodologia estruturada evidenciou a relevância da gestão de risco como ferramenta de aprimoramento institucional, o que fortalece a capacidade organizacional para lidar com incertezas. Os controles existentes contribuem para mitigar os riscos potenciais. Como aprendizado, é preciso priorizar os riscos classificados como altos ou extremos que impactam o processo de forma mais significativa.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reforça o compromisso institucional da Superintendência de Vigilância Sanitária com a qualidade e a eficiência na gestão pública, uma vez que os riscos indicados podem levar à condução inadequada da inspeção sanitária. A gestão de risco deve integrar o planejamento e a avaliação das ações, sendo recomendada como subsídio para tomada de decisões estratégicas orientadas à mitigação de impactos na saúde coletiva.
REVISÃO DOS ATOS NORMATIVOS PARA QUALIFICAÇÃO DO CUIDADO ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde (MS) Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (SAES) Departamento de Atenção Especializada e Temática (DAET) Coordenação-Geral de Saúde da Pessoa com Deficiência (CGSPD)
2 Ministério da Saúde (MS); Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (SAES); Departamento de Atenção Especializada e Temática (DAET); Coordenação-Geral de Saúde da Pessoa com Deficiência (CGSPD)
Período de Realização
A revisão dos atos normativos no âmbito do SUS, realizados entre março de 2023 e setembro de 2023.
Objeto da experiência
Revisão da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Pessoa com Deficiência (PNAISPD) e da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (RCPD).
Objetivos
Revisar a PNAISPD e as normativas da RCPD como estratégia para qualificar e fortalecer a atenção integral às pessoas com deficiência no âmbito do SUS, à luz dos avanços legais, dos desafios persistentes e das demandas atuais da população.
Metodologia
Em 2023, o Ministério da Saúde conduziu a revisão da PNAISPD e da RCPD, a partir de um processo estruturado baseado na Análise de Impacto Regulatório, evidências científicas nacionais e internacionais e sistematização de contribuições dos entes federativos, dos profissionais de saúde, das entidades representativas dos gestores estaduais e municipais de saúde do Brasil e da sociedade civil apresentadas durante conferências de saúde, reuniões técnicas e consulta pública.
Resultados
As atualizações foram publicadas na Portaria GM/MS nº 1.526/2023, alinhadas à Lei Brasileira de Inclusão resultando em ampliação do financiamento federal, definição de diretrizes e ações estratégicas que priorizam a equidade, intersetorialidade, fortalecimento regional da RCPD, formação e qualificação de profissionais e cuidado integral à pessoa com deficiência, incluindo seu familiar, cuidador ou acompanhante, sob a perspectiva do modelo biopsicossocial, interseccional e anticapacitista.
Análise Crítica
A revisão da PNAISPD e da RCPD evidenciou a importância da participação social e da articulação intersetorial na formulação e superação da fragmentação histórica das iniciativas de cuidados às pessoas com deficiência. O processo fortaleceu a legitimidade institucional do MS ao incorporar perspectivas dos territórios e princípios de justiça social e direitos humanos, orientando a construção da Política e da Rede de Cuidados de forma mais equitativa e integrada.
Conclusões e/ou Recomendações
A institucionalização da avaliação periódica da PNAISPD e da RCPD, bem como seu financiamento contínuo, é essencial para a sua sustentabilidade. As novas diretrizes contribuem para a ampliação de serviços de reabilitação em áreas desassistidas e qualificação de profissionais, garantindo a transversalidade do cuidado nos diferentes pontos de atenção e o fortalecimento efetivo da Rede de Atenção à Saúde, para inclusão da pessoa com deficiência.
A EXPERIÊNCIA DA SAGI/SAGICAD DO MDS NA AVALIAÇÃO EM SAÚDE: EVIDÊNCIAS INTERSETORIAIS PARA O FORTALECIMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE PROTEÇÃO SOCIAL NO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS)
Período de Realização
De 2004 a 2023, com ênfase nas duas décadas de atuação destacadas na publicação institucional de 2023.
Objeto da experiência
A atuação da SAGI/SAGICAD do MDS na produção de evidências e avaliações intersetoriais com impacto em políticas públicas de saúde.
Objetivos
Analisar a contribuição da SAGI, atualmente denominada SAGICAD, na avaliação de políticas sociais com impactos na saúde, destacando o uso de registros administrativos e integração de dados sociais e de saúde para subsidiar a tomada de decisão e aprimorar políticas públicas no Brasil.
Descrição da experiência
A SAGI/SAGICAD, ao longo de 20 anos, estruturou de forma sistêmica dados e análises de monitoramento e avaliação para a gestão de políticas sociais. Firmou também parceria com o Cidacs/Fiocruz para viabilizar a plataforma denominada Coorte de 100 Milhões de Brasileiros, articulando dados do Cadastro Único, do Programa Bolsa Família e de sistemas do SUS, que permite desenvolver estudos sobre os efeitos de políticas sociais sobre desfechos em saúde.
Resultados
A SAGI/SAGICAD criou ferramentas para o monitoramento, gestão e avaliação de programas, desenvolvendo modelos lógicos, mapeamento de processos, organização de indicadores e painéis de monitoramento. Utiliza georreferenciamento, big data e visualizações interativas para tornar evidências acessíveis a gestores públicos. Em parceria com o Cidacs, diversos estudos com base na Coorte de 100 Milhões de Brasileiros revelaram efeitos positivos das políticas sociais sobre a saúde.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidencia o potencial da avaliação intersetorial para orientar políticas públicas e reduzir desigualdades, além de desafios como: coordenar subsistemas de monitoramento, proteger dados sensíveis, sensibilizar e engajar equipes envolvidas no monitoramento e avaliação, e fomentar o uso transparente de dados nas decisões estratégicas. A articulação entre diferentes setores e a cooperação com a academia foram essenciais para a solidez e legitimidade dos resultados produzidos.
Conclusões e/ou Recomendações
A atuação da SAGI/SAGICAD contribuiu para fortalecer políticas públicas, incluindo o SUS, por meio da avaliação baseada em evidências. Recomenda-se estratégias para ampliar e fortalecer a cultura de monitoramento e avaliação intersetorial, intensificar parcerias institucionais que possibilitem o uso ético e eficaz de grandes bases de dados para o aprimoramento de políticas públicas.
PRIORIZAÇÃO DE DEMANDAS AVALIATIVAS: TOMADA DE DECISÃO FRENTE AO CENÁRIO DE NECESSIDADES CRESCENTES NAS POLÍTICAS DE SAÚDE E ESCASSEZ DE RECURSOS FINANCEIROS E HUMANOS
Pôster Eletrônico
1 NAPS/CGevi/Decit/SECTICS/MS
2 CGevi/Decit/SECTICS/MS
Período de Realização
Em março de 2024 foi adotada a matriz de priorização de demandas do NAPS.
Objeto da experiência
Trata-se de instrumento de priorização de demandas adotado pelo NAPS no cenário de fomento às pesquisas avaliativas no Ministério da Saúde (MS).
Objetivos
Desenvolver e implementar uma ferramenta de seleção e priorização de intervenções em saúde, baseada em critérios objetivos de relevância, conhecimento e disponibilidade de informações assim como nos principais instrumentos de gestão em saúde.
Descrição da experiência
A matriz de priorização define quais intervenções em saúde serão avaliadas com maior prioridade. Estabelece pontuação às intervenções em saúde, de acordo com dois critérios: i) relevância (traz os instrumentos norteadores da gestão PPA 2024-2027, PNS 2024-2027 e ODS 2030); e, ii) grau de conhecimento (contempla o acesso a informações). O critério relevância é o de maior peso (5) no processo de priorização, enquanto o critério grau de informação (4) tem primazia no desempate.
Resultados
Após o lançamento do portfólio de produtos, o NAPS recebeu 30 solicitações de avaliação via formulário de demandas. Após processo de escuta das áreas técnicas e aplicação da matriz de priorização, 18 linhas de pesquisa foram definidas, das quais 7 foram atendidas por meio da Chamada Pública nº28/2024 -Decit/CNPq, 7 por contratação direta da UFBA e 1 por meio de descentralização de recurso a ENAP. As análises e avaliações contratadas contemplam às demandas da SAPS, SAES, SESAI, SECTICS e SGTES.
Aprendizado e análise crítica
Instrumentos norteadores da gestão apontam as prioridades de governo e sinalizam disponibilidade orçamentária, por isso devem ser contemplados em ferramentas de priorização. A disponibilidade de informações sobre as intervenções, e até mesmo o momento de realização da avaliação, são fundamentais para o sucesso da pesquisa avaliativa e melhor aproveitamento das recomendações geradas.
Conclusões e/ou Recomendações
As pesquisas avaliativas constituem uma ferramenta importante para o aprimoramento das políticas públicas. Entretanto, avaliações metódicas e robustas são muitas vezes onerosas e demoradas, ademais existem poucos profissionais com expertise para realizar esse tipo de pesquisa. Frente ao enorme quantitativo de ações adotadas pelo governo é primordial seguir um processo racional de priorização para o atendimento à demanda de avaliações.
RELATO DE EXPERIÊNCIA: OFICINA DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E APOIO À IMPLEMENTAÇÃO DA ROTINA DO RASTREIO ORGANIZATIVO DE CÂNCER DE MAMA EM UM CENTRO DE SAÚDE DE CAMPINAS
Pôster Eletrônico
1 UNICAMP
Período de Realização
Entre agosto de 2024 e maio de 2025.
Objeto da experiência
Dificuldade de implementação da nova política do rastreio de câncer de mama no cenário da Atenção Básica e suas implicações no trabalho em saúde.
Objetivos
Apoiar a problematização das dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores de um Centro de Saúde frente a nova organização do rastreio de câncer de mama e como a construção de um planejamento estratégico participativo auxilia a implementação da organização e a implicação pessoal dos trabalhadores.
Descrição da experiência
Durante 6 meses a equipe de apoio institucional propiciou discussões mensais com os trabalhadores do Centro de Saúde, mapeando as dificuldades e fortalezas do seu processo de trabalho programático e espontâneo. Realizou-se uma oficina de planejamento estratégico participativo, envolvendo 18 trabalhadores, com o intuito de apoiá-los na implementação do rastreio organizativo do câncer de mama em seu território, identificando as fortalezas e criando estratégias para mitigar as dificuldades.
Resultados
Foi relatado, diversas vezes, a importância de espaços reservados para - refletir sobre o trabalho. Os participantes revelaram que, apesar das dificuldades e desafios inerentes do trabalho em saúde, a possibilidade de discutir, conversar com os seus - pares e pensar coletivamente estratégias trouxe - senso de pertencimento, compreensão e companheirismo. Além disso, o produto do planejamento foi específico e contemplado pelas nuances que apenas os trabalhadores do território podem observar.
Aprendizado e análise crítica
Destacou-se a organicidade com que o grupo transformou seu modo de pensar, distanciando-se da problematização estática cíclica para um entendimento de realidade, forças e fraquezas, governança e possibilidade de mudar o que se faz e o como se faz. O apoio institucional realizado foi crucial para que se preservasse o espaço e tempo para que o debate sobre o processo de trabalho ocorresse. Evidenciou-se a importância de permitir a participação do planejamento de quem será impactado por ele.
Conclusões e/ou Recomendações
O agravamento da alienação do trabalho, distancia o trabalhador de sua obra e implica em dificultadores da gestão. A preservação de espaços coletivos de diálogo afasta esta alienação e possibilita a cocriação de novos entendimentos de realidade e de produção de trabalho e saúde. Assim, esta experiência busca mostrar a viabilidade operacional deste modo de agir, pensar e planejar.
EM BUSCA DO ACESSO AVANÇADO: REESTRUTURAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO DE UMA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA USANDO A MATRIZ SWOT
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis
2 HU - EBSERH (Florianópolis)
Período de Realização
2025 (em curso)
Objeto da experiência
Reorganização participativa do processo de trabalho em uma equipe de saúde da família com base nos atributos da APS, matriz SWOT e Acesso Avançado.
Objetivos
Fortalecer os atributos da APS por meio da análise crítica do processo de trabalho. Delimitar metas nos eixos de acesso, território e vigilância. Estimular o protagonismo da equipe, em especial das ACS, na construção de estratégias resolutivas voltadas ao território.
Descrição da experiência
A experiência iniciou com oficina envolvendo médica, enfermeira, técnicos e ACS, utilizando a matriz SWOT. Os achados foram organizados nos eixos acesso, território e vigilância. Iniciou-se pelo território, diante da distância da unidade, alta rotatividade populacional e complexidade dos casos. Definiram-se como metas o agendamento digital para pessoas com dificuldade de locomoção e a criação de grupos de caminhada, gestantes, crianças e homens.
Resultados
Foram construídas metas SMART no eixo território e definidas ações coletivas. Espera-se qualificar o acesso e ampliar o vínculo com o território. Identificou-se a necessidade de realizar uma estimativa rápida participativa para subsidiar as metas dos eixos de vigilância e acesso, ainda não iniciados. A proposta busca favorecer o protagonismo da equipe e a construção coletiva de soluções.
Aprendizado e análise crítica
A matriz SWOT demonstrou potência como ferramenta estruturante para análise do processo de trabalho. O recorte inicial pelo eixo território possibilitou a identificação de barreiras reais e construção de respostas imediatas e viáveis. A definição de metas permitiu maior clareza nas ações e envolvimento da equipe. Identificou-se como próxima etapa a realização da estimativa rápida participativa para apoiar a organização dos demais eixos.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência evidenciou a importância do planejamento participativo como ferramenta de gestão e educação permanente. A adoção de metodologias simples, como a SWOT e metas SMART, mostrou-se viável para reorganizar o processo de trabalho. Recomenda-se iniciar por eixos com maior mobilização e manter o foco territorial como norteador das ações.
APRIMORANDO INTERVENÇÕES EM SAÚDE: O PAPEL ESTRATÉGICO DO NÚCLEO DE AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS NA PROMOÇÃO DA CULTURA AVALIATIVA
Pôster Eletrônico
1 NAPS/CGevi/Decit/SECTICS/MS
2 CGevi/Decit/SECTICS/MS
Período de Realização
O núcleo atua desde 2019.
Objeto da experiência
Atuação do NAPS/CGevi/Decit/SECTICS/MS
Objetivos
Apresentar a atuação do NAPS/CGevi/Decit/SECTICS/MS na promoção da cultura avaliativa e uso de evidências para tomada de decisão informada no âmbito do Ministério da Saúde.
Descrição da experiência
O Núcleo de Avaliação de Políticas Públicas em Saúde (NAPS), criado em 2019, fomenta pesquisas avaliativas de intervenções de saúde no Ministério da Saúde (MS), abrangendo oito tipos de avaliações. Atua na qualificação da gestão em saúde, apoiando a formulação e melhoria de políticas. Além de levantar demandas e contratar avaliações, articula áreas técnicas do MS com pesquisadores, promovendo estratégias colaborativas e o uso das recomendações para aprimorar intervenções.
Resultados
Entre 2020 e 2025, o NAPS/CGEvi fomentou 31 pesquisas avaliativas, sendo 28 via parcerias e 3 internas. Dessas, 16 tiveram abrangência nacional e contemplaram 8 secretarias do MS, com destaque para SAES (10) e SAPS (9). Avaliações executivas foram 32,3% do total. Também foram ofertados cursos em parceria com a UFBA e realizados eventos como os Ciclos de Conversas, fortalecendo a cultura avaliativa no SUS.
Aprendizado e análise crítica
As avaliações fomentadas pelo NAPS têm contribuído para o aprimoramento de intervenções diversas no MS. As recomendações geradas repercutem potencialmente para a tomada de decisão informada e a atuação do Núcleo junto às áreas técnicas do MS promove maior engajamento no processo avaliativo e estimula o uso das evidências para o aprimoramento das intervenções. A experiência tem indicado a necessidade de avaliações tempestivas e o uso de metodologias rápidas.
Conclusões e/ou Recomendações
O NAPS/CGEvi vem avançando na disseminação da cultura avaliativa de políticas de saúde no MS, fomentando 31 pesquisas avaliativas, incluindo intervenções de abrangência nacional. A variedade de abordagens avaliativas e o envolvimento de múltiplas secretarias demonstram o compromisso com a geração de evidências qualificadas e o fortalecimento da avaliação como ferramenta estratégica de gestão.
COMISSÃO DE ORÇAMENTO E GESTÃO DO INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA) – A IMPORTÂNCIA DA TOMADA DE DECISÃO COMPARTILHADA NA GESTÃO ORÇAMENTÁRIA
Pôster Eletrônico
1 INCA/MS
Período de Realização
O período de análise da experiência é de 2022 a 2024, evidenciando os resultados positivos obtidos.
Objeto da experiência
Atuação da Comissão de Orçamento e Gestão do INCA como instância colegiada deliberativa para tomada de decisão sobre o uso do orçamento institucional.
Objetivos
Atuar como instância representativa e decisória na definição de diretrizes e prioridades e no controle da execução da Ação Orçamentária do INCA (Lei Orçamentária Anual), identificando oportunidades para otimizar recursos e garantir a manutenção, ampliação e modernização dos serviços prestados.
Descrição da experiência
Os membros da Comissão, integrantes da alta gestão e representantes de áreas técnicas do Instituto, têm como premissa a eficiência no uso dos recursos e o alinhamento estratégico para garantia dos serviços prestados à sociedade, que envolvem assistência, ensino, pesquisa e ações de promoção e vigilância do câncer. Cabe a este Colegiado, em reuniões ordinárias quinzenais, a validação do plano de uso dos recursos, a avaliação de despesas, a revisão de gastos e a análise do desempenho orçamentário.
Resultados
Os resultados apontam que a Comissão desempenha um papel essencial na racionalização dos recursos, por meio da definição criteriosa de prioridades no plano de uso anual, alinhado às estratégias institucionais, e do controle das despesas. No período de 2022 a 2024, percebeu-se um aprimoramento no processo de execução orçamentária, evidenciado pela manutenção de resultados positivos em relação ao percentual do orçamento empenhado (99,99% em 2024; 99,96% em 2023; 100% em 2022).
Aprendizado e análise crítica
O orçamento anual definido para o INCA, quase sempre inferior às demandas institucionais, deve ser direcionado à manutenção das ações de custeio e de investimentos para modernização e ampliação do seu parque tecnológico. Desta forma, a tomada de decisão colegiada sobre a gestão orçamentária compartilha a responsabilidade em garantir o adequado funcionamento do Instituto, alinhando a visão estratégica de integrantes da alta gestão à experiência dos representantes das áreas técnicas.
Conclusões e/ou Recomendações
A estrutura de governança adotada pelo INCA promove a responsabilidade coletiva na tomada de decisões, maior transparência e uso racional dos recursos públicos. Sua experiência fortalece o SUS ao mostrar a alocação adequada e eficiente dos recursos, assegurando a qualidade na assistência aos pacientes, o incentivo ao desenvolvimento de pesquisa, a oferta de cursos de formação em oncologia, além de programas de prevenção e vigilância do câncer.
ARTICULAÇÃO INTERGESTORES E PROGRAMA MUNICIPAL DE CONTROLE DA TUBERCULOSE PARA ELIMINAÇÃO E CONTROLE DA TUBERCULOSE NO MUNICÍPIO DE MAGÉ.
Pôster Eletrônico
1 GERT/SES-RJ
2 MS
3 SES-RJ
Período de Realização
Junho de 2023.
Objeto da experiência
Ações intersetoriais em Magé para mitigar impactos socioeconômicos da tuberculose por meio da articulação de políticas públicas.
Objetivos
O presente artigo tem por objetivo descrever e avaliar a Articulação intersetorial desenvolvida entre secretarias municipais do município de Magé juntamente com o Programa Municipal de Controle da Tuberculose.
Descrição da experiência
Considerando a tuberculose (TB) uma doença infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium Tuberculosis, de caráter crônico em decorrência de seu tempo de tratamento, transmitida pelo ar, com forte determinação social e estreitamente vinculada à pobreza, traremos para este relato de experiência as ações intersetoriais desenvolvidas no município de Magé que visam minorar os impactos socioeconômicos vinculados a este agravo à saúde.
Resultados
O suporte social é aliado no diagnóstico e tratamento da tuberculose (TB), pois a vulnerabilidade ao adoecimento e os entraves à terapêutica estão ligados à pobreza e aos determinantes sociais. Seu papel é essencial para o controle da TB, exigindo políticas e sistemas de apoio ao paciente. É necessária a atuação governamental com suporte social para minimizar os custos catastróficos, articulando diferentes políticas públicas.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidencia que o enfrentamento da tuberculose exige mais que a oferta de tratamento. A articulação intersetorial e o suporte social são fundamentais para reduzir os custos catastróficos, reforçando a necessidade de políticas públicas integradas. O desafio está em ampliar a corresponsabilidade entre os setores, superando a lógica fragmentada do cuidado à saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que o suporte social configura-se como componente estratégico no enfrentamento da tuberculose. Recomenda-se o fortalecimento de ações intersetoriais e a ampliação de políticas públicas que integrem os determinantes sociais da saúde, a fim de promover condições favoráveis à adesão ao tratamento e à redução dos impactos socioeconômicos da doença.
DO ENFRENTAMENTO À INOVAÇÃO: MELHORIAS ESTRUTURAIS EM UM HOSPITAL PEDIÁTRICO APÓS A COVID-19
Pôster Eletrônico
1 HGVF
2 IMS-UERJ / HGVF
Período de Realização
Janeiro de 2020 a dezembro de 2024
Objeto da experiência
Estruturação de um plano institucional para enfrentamento da pandemia de covid-19 em hospital pediátrico e seu legado na qualificação do cuidado.
Objetivos
Relatar o processo de preparação e resposta de um hospital pediátrico público à pandemia de covid-19, com foco na incorporação de melhorias permanentes no atendimento assistencial e na gestão hospitalar.
Descrição da experiência
A experiência foi conduzida no Hospital Municipal Getúlio Vargas Filho (Niterói-RJ), referência em pediatria. Com a pandemia, o hospital reorganizou sua estrutura física, fluxos assistenciais e condutas clínicas. Criou-se uma unidade separando atendimentos respiratórios e não respiratórios, além de implantar protocolos clínicos e reforçar a biossegurança dos profissionais. A capacitação contínua das equipes e o fortalecimento da gestão integrada foram fundamentais para o sucesso institucional.
Resultados
A reestruturação do hospital foi marcada por mudanças profundas na organização física e funcional da unidade. A criação de uma unidade exclusiva para casos respiratórios, a implantação de protocolos assistenciais e logísticos, aliada ao treinamento intensivo das equipes e padronização dos cuidados, permitiu respostas mais rápidas, maior segurança assistencial e redução da contaminação cruzada. As melhorias foram adaptadas após o período crítico, consolidando-se como um novo modelo de cuidado.
Aprendizado e análise crítica
A pandemia serviu como catalisador para mudanças significativas, que fortaleceram o hospital como instituição assistencial. A separação de fluxos, os treinamentos sistemáticos e a atuação coordenada de equipes multidisciplinares melhoraram a qualidade do atendimento pediátrico. O modelo implantado foi adaptado e permanece vigente, demonstrando que o preparo emergencial pode ser transformado em ferramenta de inovação permanente.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência evidenciou que a preparação para emergências sanitárias, quando bem estruturada e liderada, pode ultrapassar o caráter pontual e gerar avanços duradouros na assistência. Recomenda-se que serviços pediátricos adotem práticas de contingência como parte da rotina institucional, garantindo resiliência e qualidade contínua no cuidado à saúde infantil.
DIAGNÓSTICO SITUACIONAL COMO FERRAMENTA DE TRANSFORMAÇÃO INSTITUCIONAL: UMA EXPERIÊNCIA EM PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO NO CONTEXTO HOSPITALAR
Pôster Eletrônico
1 SMS RIO DE JANEIRO
2 SMS RIO DA JANEIRO
Período de Realização
A experiência relatada se iniciou em Dezembro de 2024 a março de 2025
Objeto da experiência
Visou-se realizar Diagnóstico Situacional na transição de gestão hospitalar, mapeando estruturas e serviços via planejamento participativo
Objetivos
O presente relato tem por objetivo apresentar a importância do diagnóstico situacional na assunção de espaços de gestão em saúde pública, como ferramenta essencial para o conhecimento do espaço, das estruturas e dos serviços, subsidiando intervenções adequadas, embasadas e planejadas
Descrição da experiência
Durante a transição de gestão em um Hospital Municipal no Rio de Janeiro, os novos gestores, com experiência prévia na Atenção Primária à Saúde (APS), enfrentaram o desafio de atuar em um novo nível de complexidade. E entenderam como uma potente estratégia a realização do Diagnóstico Situacional, ferramenta comum na APS, mas pouco utilizada em hospitais, para mapear as condições físicas, organizacionais e operacionais da unidade, além do contexto territorial da unidade
Resultados
A construção do diagnóstico situacional permitiu identificar fragilidades organizacionais e de serviços que impactavam negativamente o atendimento ao usuário, ocasionando falhas nos fluxos assistenciais. A reestruturação foi possível com redesignação de serviços, de coordenações e realocação estratégica de profissionais. A ferramenta além de possibilitar a visualização de desafios imediatos, também subsidiou o planejamento, para as demandas que exigem apoio da gestão superior
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou o diagnóstico situacional como ferramenta estratégica na gestão hospitalar, essencial para compreender a realidade local e embasar decisões. Embora mais comum na Atenção Primária à Saúde, sua aplicação no contexto hospitalar mostrou-se eficaz e favoreceu a aproximação dos novos gestores com os profissionais que já atuavam na unidade por meio do planejamento e da construção participativa
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que o diagnóstico situacional é uma ferramenta viável e eficaz na gestão hospitalar, contribuindo para decisões alinhadas à realidade local. Recomenda-se sua adoção em processos de transição de gestão, promovendo intervenções mais seguras, planejamento estruturado e integração entre equipes gestoras e assistenciais
MAPEAMENTO NO PROCESSO DE ARMAZENAMENTO DE DIETAS ENTERAIS E SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS.
Pôster Eletrônico
1 Instituto Nacional de Cardiologia
Período de Realização
O trabalho foi realizado ao longo de 2023
Objeto da experiência
O mapeamento identifica as interfaces entre os setores, entradas e produtos entregues, visão dos processos do fluxo de trabalho e identifica pontos críticos.
Objetivos
apresentar o mapeamento de processo voltado para o armazenamento de dietas enterais e suplementos nutricionais do Instituto Nacional de Cardiologia.
Descrição da experiência
Com o mapeamento de processos do estoque, foram estudadas as atividades e analisados os processos existentes, permitindo a identificação dos problemas e propondo as respectivas soluções
Resultados
para cada etapa do processo como recebimento, armazenamento e conservação, foram elaborados mecanismos de controle específicos para assegurar a qualidade dos produtos à serem consumidos pelos usuários do SUS.
Aprendizado e análise crítica
Lançar mão de estratégias de gestão favorecem segurança do paciente e dos profissionais envolvidos no processo do cuidado, sendo o mapeamento uma tendência de modernização intrínseca na evolução do
ambiente hospitalar
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que este método melhora a compreensão do fluxo das atividades desenvolvidas, propõe mudanças de forma participativa, agregando valor às atividades da Instituição,como a otimização dos resultados alcançados, do tempo e dos custos, a ferramenta, promove a redução de erros, garantindo a economicidade, segurança e a melhoria da qualidade de vida dos doentes.
REDESENHO DO SISTEMA DE GOVERNANÇA EM PLANEJAMENTO DA SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DE SÃO PAULO 2026-2029
Pôster Eletrônico
1 SMS/SP
Período de Realização
Janeiro de 2025 a Junho de 2025
Objeto da experiência
Processo de redesenho do sistema de governança da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS-SP) pela Assessoria de Planejamento (ASPLAN).
Objetivos
Reestruturar o Sistema de Governança em Planejamento da SMS/SP para o ciclo 2026-2029, visando corrigir lacunas observadas na implementação anterior, fortalecer a articulação entre níveis de gestão e ampliar a efetividade do planejamento em saúde no município.
Descrição da experiência
A experiência baseou-se em abordagem qualitativa com revisão documental, entrevistas e observação direta. Identificaram-se fragilidades na articulação entre instâncias e desigualdades entre os Grupos Regionais. O redesenho propôs a criação de instâncias internas nas Secretarias Executivas, institucionalização de ritos, padronização de processos e fortalecimento do nível tático. A proposta foi apresentada para gestores e segue cronograma de implementação em 2025.
Resultados
O novo modelo fortalece a institucionalização do planejamento, amplia a integração entre níveis e aprimora a capacidade de monitoramento. Resultados esperados incluem maior engajamento de gestores, definição de fluxos padronizados, capacitações contínuas dos atores envolvidos e valorização dos Grupos Regionais. Espera-se que o redesenho promova maior aderência entre metas e realidade territorial, com impactos na gestão da saúde.
Aprendizado e análise crítica
A governança requer clareza de papéis, ritos formais e espaços deliberativos. Nesse contexto, o processo evidenciou a importância da escuta ativa e do diagnóstico colaborativo. A proposta de redesenho foi apresentada e segue em implementação. A vivência reafirmou a relevância da ASPLAN como núcleo técnico e o papel estratégico das Secretarias Executivas na consolidação da cultura de planejamento na SMS-SP.
Conclusões e/ou Recomendações
A reestruturação do Sistema de Governança de Planejamento em Saúde fortalece a gestão pública ao propor integração, regularidade e clareza institucional. Recomenda-se o investimento contínuo na formação técnica, uso sistemático de dados e institucionalização dos Grupos Regionais. O apoio político e a valorização dos espaços de planejamento são fundamentais para garantir a sustentabilidade da proposta e sua replicação em outros contextos.
RELATO DE EXPERIÊNCIA: PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DE SÃO PAULO 2025-2028
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal da Saúde - Prefeitura de São Paulo
Período de Realização
Outubro de 2024 a março de 2025.
Objeto da experiência
Relato da experiência do planejamento estratégico da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS-SP) pela Assessoria de Planejamento (ASPLAN).
Objetivos
Elaborar as diretrizes estratégicas para o ciclo 2025-2028 que fossem capazes de orientar e integrar os instrumentos de planejamento em saúde (Plano Municipal de Saúde), de governo (Programa de Metas) e orçamentário (Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual).
Descrição da experiência
O projeto envolveu três etapas: definição da metodologia, preparação de insumos e elaboração do mapa estratégico. Com foco no passado e no presente, o diagnóstico envolveu a priorização de desafios pela liderança, consultas e validações com áreas técnicas. Em paralelo, um exercício de futures thinking buscou vislumbrar cenários. Os insumos subsidiaram oficinas com o Comitê Gestor da Secretaria, que refletiu sobre a identidade organizacional e definiu objetivos estratégicos.
Resultados
Como produto final, o Relatório “Planejamento Estratégico SMS 2025-2028: Desafios, Perspectivas e Mapa Estratégico” traz, somados à identidade organizacional (missão, visão, valores) revisada, objetivos estratégicos, algo inovador em relação ao ciclo anterior. Além disso, o processo de elaboração dos insumos e do Mapa Estratégico produziu reflexões e debates sobre questões estratégicas para a organização em diferentes níveis hierárquicos.
Aprendizado e análise crítica
A participação das áreas técnicas foi fundamental para aproximar o planejamento da realidade, enquanto o escopo ampliado promoveu discussões sobre problemas futuros, como mudanças climáticas, desigualdades e envelhecimento. A condução por uma equipe multidisciplinar foi crucial para abarcar questões organizacionais e próprias da política de saúde. Além disso, leitura de contexto e a realização de adaptações na metodologia permitiram a construção de um documento consistente ao final do processo.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência demonstra a importância de se articular o planejamento estratégico com outros instrumentos governamentais e orçamentários desde o início para permitir seu alinhamento. Dessa forma, recomenda-se a continuidade de espaços de reflexão coletiva, como as oficinas de diagnóstico, com maior frequência e participação de diferentes setores para o desdobramento tático e operacional da estratégia.
FORTALECIMENTO DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO DAS AÇÕES PREVENTIVAS DE SAÚDE BUCAL DO DISTRITO DE SAÚDE SUL DO MUNICÍPIO DE CAMPINAS COM INSTRUMENTOS DE GESTÃO
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal de Campinas
Período de Realização
Janeiro à Dezembro de 2024
Objeto da experiência
Discussões com as equipes de Saúde Bucal (ESB) e gestores, apontaram falhas nos planejamentos das ações coletivas das unidades básicas de saúde (UBS)
Objetivos
Auxiliar no planejamento das ações coletivas preventivas em Saúde Bucal das Unidades Básicas de Saúde do Distrito de Saúde Sul do município de Campinas, através de instrumentalização dos Gestores e ESBs, monitoramento periódico e assessoramento do processo.
Metodologia
Foi elaborado pela área técnica de Saúde Bucal Distrital, um documento norteador do planejamento e orientação das ações, do registro da produção, fichas de avaliação, planilha de planejamento e comunicado aos pais, posteriormente validado pela câmara técnica de saúde bucal do município. Logo após, foram feitas reuniões com os gestores e eSBs das UBS do Distrito Sul para explorar o documento e pactuar o envio periódico das programações e ações realizadas para monitoramento do Distrito Sul.
Resultados
Foi notável uma evolução na ampliação e organização das ações coletivas em saúde bucal das equipes, maior apropriação dos coordenadores em relação a estas ações, atuação em consonância com a proposta apresentada e indicadores de saúde. Isto reflete o empenho e trabalho executado de forma contínua e revela melhorias no acesso aos serviços de saúde. Contudo as equipes relataram dificuldades em relação ao comprometimento e receptividade de alguns espaços do território.
Análise Crítica
No papel da gestão é inato que se trabalhe com planejamento. Os relatos apresentados elucidam a qualificação da gestão do SUS visto que se tratam de propostas que buscam monitoramento e avaliação das ações e facilitam o processo de trabalho das equipes. No decorrer da execução das ações a referência da área técnica de saúde bucal Distrital ficou de apoio para as equipes auxiliando na solicitação de insumos, com sugestões em relação ao diálogo com as instituições, gestão e equipes.
Conclusões e/ou Recomendações
É nítida a melhoria na qualificação do cuidado em saúde quando as ações preventivas são sistematizadas de forma a refletir positivamente nos indicadores propostos pelo Ministério da Saúde, a continuidade e ampliação da oferta das ações nos territórios das unidades de saúde.
Revisar as propostas é fundamental para realinhar processos, analisar resultados e auxiliar nas dificuldades apresentadas além de valorizar os trabalhos realizados.
EXPERIÊNCIA DE HABILITAÇÃO DO SERVIÇO DE VASECTOMIA EM UM MUNICÍPIO DE MATO GROSSO DO SUL: DESAFIOS E POTENCIALIDADES.
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul - SES-MS.
Período de Realização
Fevereiro a março de 2025.
Objeto da experiência
Habilitação do Serviço de Atenção à Saúde Reprodutiva – Vasectomia em um município de Mato Grosso do Sul – MS.
Objetivos
Verificar o cumprimento dos requisitos legais e técnicos para habilitação do serviço de vasectomia, analisar os fluxos assistenciais, identificar melhorias no Plano Municipal de Atenção à Saúde Reprodutiva e promover cooperação técnica para garantir a qualidade e a segurança na atenção.
Descrição da experiência
A experiência envolveu visita técnica realizada pela equipe de auditoria nos dias 11 e 12/02/2025 à Secretaria Municipal de Saúde, Centro de Especialidades Médicas (CEM) e Hospital. A equipe analisou documentos, fluxos e sistemas, entrevistou gestores e profissionais e ofereceu orientações técnicas complementares. Foram identificadas conformidades, como a existência de equipe multiprofissional e inconformidades, como fluxos excessivamente fragmentados e ausência de registros padronizados.
Resultados
Verificou-se capacidade instalada para a habilitação do serviço. Contudo, foram identificados entraves na gestão do fluxo assistencial, ausência de padronização nos registros e subutilização de protocolos técnicos. Foram emitidas recomendações para otimização do fluxo de atendimento, capacitação das equipes, atualização do CNES e integração dos registros no prontuário eletrônico. A equipe de auditoria prestou suporte técnico contínuo e articulou medidas para efetivar melhorias.
Aprendizado e análise crítica
A visita evidenciou que, embora haja estrutura física e profissionais disponíveis, o serviço de vasectomia exige maior organização gerencial, fluxo assistencial eficiente e uso sistemático dos instrumentos normativos. A experiência revelou a importância da articulação entre auditoria interna e gestão municipal para a qualificação do cuidado e fortalecimento das políticas de planejamento familiar no SUS.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a reestruturação do Plano Municipal de Saúde Reprodutiva, a definição clara dos responsáveis pela coordenação do serviço, padronização dos registros em prontuário e atualização do CNES. A articulação entre os pontos da rede deve ser fortalecida, com integração entre equipes da ESF, CEM e hospital, promovendo a transferência segura do cuidado. O acompanhamento técnico contínuo da SES mostrou-se essencial para o sucesso da habilitação.
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE DO MUNICÍPIO DE SALVADOR, 2024.
Pôster Eletrônico
1 UFBA
2 ESPS
Período de Realização
Março a junho de 2025.
Objeto da experiência
Realização de ações de monitoramento e avaliação do Plano Municipal de Educação Permanente (PMEPS) 2022-2025.
Objetivos
Relatar a experiência dos residentes no apoio à avaliação e monitoramento das ações estratégicas do PMEPS 2022-2025.
Descrição da experiência
Foi realizado inicialmente, a leitura do PMEPS e relatórios anuais anteriores para possibilitar uma maior apropriação do instrumento. Em seguida, elaborou-se a proposta metodológica para análise das ações do PMEPS, sugerindo estratégias para assegurar a adesão, através da realização de encontros individualizados de maneira presencial ou remota, com as informantes-chave das diretorias e NUGETES, para a obtenção das respostas acerca dos dados relevantes das ações educacionais de 2024.
Resultados
De um total de 178 ações programadas para o ano de 2024 no Planejamento Pedagógico Anual (PPA), obteve-se um total de 72 (40,45%) respostas no formulário de monitoramento, com cerca de 78,2% das ações realizadas. Nota-se que dentre as cinco diretorias e NUGETES da SMS Salvador, as diretorias apresentam maior volume de ações propostas realizadas, destacando-se DAPS (37,5%), DAEG (22.2%) e DVIS (16,7%). Dentre as ações realizadas a maioria (66,7%) possuíam Plano de Ação Educacional elaborado.
Aprendizado e análise crítica
O PMEPS se constitui como elemento norteador dos processos formativos, considerando as necessidades advindas do mundo do trabalho e suas ações que buscam fomentar o pensamento criativo e reflexivo conforme os princípios da Educação Permanente em Saúde. Contudo, nota-se uma baixa adesão ao monitoramento, que pode ser atribuído à falta de normas em caso de não preenchimento do formulário e a ausência de um sistema robusto e padronizado, para armazenamento das informações das ações educacionais.
Conclusões e/ou Recomendações
Considerando a importância das ações de monitoramento e avaliação de Planos de Saúde- que são os instrumentos centrais de planejamento durante quatro anos- de maneira a fornecer dados relevantes para a orientação da tomada de decisões, e, possibilitando o aperfeiçoamento da qualidade da gestão em saúde, a experiência a partir do PMEPS 2022-2025, possibilitou a ampliação de conhecimentos e estratégias nesta área.
QUALIFICAÇÃO DA GESTÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE COM APLICAÇÃO DO METODO 5W2H NOS PROCESSOS DE TRABALHO, PLANEJAMENTO E MONITORAMENTO.
Pôster Eletrônico
1 IEGO
2 UECE
Período de Realização
Janeiro de 2025 a abril de 2025.
Objeto da experiência
Aprimoramento dos processos de gestão da APS através da estruturação de macro e micro processos com 5W2H.
Objetivos
Qualificar a gestão da APS por meio da organização dos macro e micro processos, aplicando a metodologia 5W2H para fortalecer o planejamento, execução e monitoramento das ações, com foco nas diretrizes clínicas e no Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC).
Descrição da experiência
A experiência consistiu no treinamento de gestores da Atenção Primária à Saúde na aplicação da ferramenta 5W2H para estruturar macro e micro processos. A capacitação seguiu quatro etapas: diagnóstico da realidade local, definição de prioridades, organização por eixos temáticos e uso do 5W2H. Essa abordagem permitiu planejar ações detalhadas, com responsáveis, prazos e custos, promovendo eficiência, clareza na gestão e integração entre equipes e territórios.
Resultados
A experiência envolveu 25 profissionais da APS (gestores, assessores e coordenadores) e resultou na organização dos processos em oito eixos temáticos. A aplicação do 5W2H possibilitou definir ações, responsáveis e custos de forma clara, otimizando o planejamento e a execução das atividades. Isso possibilitará os desperdícios, fortaleceu a gestão e melhorou a resolutividade dos serviços e o atendimento prestado à população
Aprendizado e análise crítica
A aplicação do 5W2H na APS demonstrou-se uma estratégia relevante para qualificar a gestão, integrar equipes e garantir respostas mais eficientes às demandas de saúde. O projeto reforçou a importância de metodologias de planejamento estruturado e mostrou-se aplicável em diferentes contextos municipais. Os desafios envolveram a sensibilização e capacitação das equipes, mas os resultados mostraram impactos positivos na organização do trabalho e na resolutividade da atenção básica.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que o uso do 5W2H na gestão da APS promove maior eficiência, clareza e responsabilidade na condução dos processos. Recomenda-se sua adoção por outros municípios como ferramenta de apoio à gestão estratégica, contribuindo para o fortalecimento da Atenção Primária e alinhamento com os objetivos da Agenda 2030, especialmente o ODS 3, que visa garantir saúde de qualidade e bem-estar para todos.
CENSO NACIONAL DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Mato Grosso do Sul
2 COSEMS-MS
3 Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul
4 Escola de Saúde Pública Dr. Jorge David Nasser
Período de Realização
A experiência relatada ocorreu no período de junho a agosto de 2024.
Objeto da experiência
Censo Nacional das Unidades Básicas de Saúde do Sistema Único de Saúde em Mato Grosso do Sul (MS).
Objetivos
Descrever a experiência do Censo Nacional das Unidades Básicas de Saúde no estado de Mato Grosso do Sul.
Descrição da experiência
O Censo foi promovido pelo Ministério da Saúde, ABRASCO, CONASS e CONASEMS. MS, com 771 equipes de Saúde da Família e 79 municípios, teve uma coordenadora estadual e duas animadoras, todas com doutorado em saúde coletiva. Após capacitação, cada animadora ficou responsável por cerca de 430 Unidades Básicas de Saúde (UBS). A equipe articulou com o COSEMS e utilizou manuais, cards e cartas de apresentação para a adesão e engajamento. A proposta envolveu articulação interinstitucional e mobilização.
Resultados
A equipe participou de reuniões nacionais para colaborar na revisão do instrumento de coleta e discutir estratégias de preenchimento. A divulgação teve apoio da SES/MS e COSEMS, grupos de WhatsApp, e-mails, lives e cards informativos. Foram promovidas ações locais e boletins semanais de acompanhamento. A coordenação nacional realizou seminários e enviou planilhas periodicamente. MS alcançou 100% de adesão e de preenchimento, resultado da intensa articulação e apoio aos gestores.
Aprendizado e análise crítica
O Censo gerou um movimento em equipe bastante significativo, na perspectiva da educação permanente em saúde, no preenchimento do instrumento para que o diagnóstico das práticas, assim como a manifestação das necessidades identificadas pelos trabalhadores da APS, pudesse refletir o real contexto das UBS. Oportunizou reflexões sobre o processo de trabalho para reconduções do planejamento e das práticas em saúde, antes mesmo dos resultados analíticos da iniciativa serem divulgados.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência de Mato Grosso do Sul no Censo das UBS demonstrou que ações integradas entre gestores, apoiadores e equipes técnicas potencializam o alcance de metas, em prol de iniciativas estruturantes que podem subsidiar as políticas públicas em saúde. A mobilização constante, os materiais de apoio e o uso estratégico de comunicação foram fundamentais para atingir 100% de adesão e preenchimento, fortalecendo assim, a gestão da APS.
MICROPLANEJAMENTO EM IMUNIZAÇÃO: ESTRATÉGIA DE PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO PARA MELHORIA DOS SERVIÇOS DE IMUNIZAÇÃO DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DA REGIÃO NORTE DO DF
Pôster Eletrônico
1 SES/DF
Período de Realização
De janeiro a junho de 2025.
Objeto da experiência
Microplanejamento descentralizado e participativo para melhorias dos serviços de imunização da Região Norte de Saúde do Distrito Federal (DF).
Objetivos
Mobilizar diversos atores envolvidos nos serviços de imunização para construção de diagnóstico situacional e plano de ação local de melhorias para ampliação de cobertura vacinal, qualificação técnica, redução de eventos adversos e fortalecimento da gestão de riscos e articulação intersetorial.
Descrição da experiência
O DF instituiu o Plano Integrado para Melhoria do Programa de Imunização para reduzir morbimortalidade por doenças imunopreviníveis. A implementação do planejamento regional contou com 3 oficinas de diagnóstico e construção de planos de ação locais, contando com gestores das 36 UBS da Região Norte, bem como os profissionais das salas de vacina. Utilizou-se planilha excel como ferramenta e pactou-se monitoramento quadrimestral, com o primeiro ciclo de monitoramento realizado em maio.
Resultados
As oficinas proporcionaram troca de experiências entre as equipe técnicas e entre gestores. Incentivaram a articulação entre profissionais da sala de vacina e equipes de saúde da família - eSF, ampliando a responsabilização das eSF sobre a ação de imunização em seus territórios. Promoveu maior proximidade entre a gestão regional e a equipe técnica, bem como do gerente local com os problemas do serviço de imunização, contribuindo ao seu fortalecimento. A análise de cobertura ainda será avaliada.
Aprendizado e análise crítica
A cultura e a experiência do planejamento ainda são incipientes, sendo necessário manter o exercício contínuo de reflexão sobre as possibilidades de melhorias com os recursos disponíveis e compreensão do plano de ação como um instrumento orientador das ações desenvolvidas no cotidiano do trabalho. O monitoramento periódico é um momento importante para resgate da vivacidade do planejamento e amadurecimento progressivo das propostas.
Conclusões e/ou Recomendações
A redução da dicotomia frequentemente existente entre “quem planeja” e “quem executa” pode ser minimizada na medida em que compreendemos a importância do envolvimento do executor no processo de planejamento. Nesse sentido, a participação se torna pilar estruturante do planejamento, contribuindo também para o alinhamento estratégico e melhores condições para o alcance dos resultados esperados
MONITORAMENTO GERENCIAL DIÁRIO DO ATENDIMENTO DE DEMANDA ESPONTÂNEA EM UMA UBS DE BELO HORIZONTE
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura de Belo Horizonte
Período de Realização
O projeto ocorreu no período de janeiro de 2023 à janeiro de 2024.
Objeto da experiência
Implementação de uma ferramenta tecnológica (planilhas informatizadas) para qualificar a gestão e garantir o monitoramento em tempo real do atendimento na UBS.
Objetivos
Tem como objetivo monitorar e analisar dados de atendimento diário, identificar tendências e padrões de demanda, otimizar a alocação de recursos e pessoal, reduzir tempos de espera e melhorar a acessibilidade, fortalecendo com dados confiáveis, precisos e ágeis, a gestão local para tomada de decisões.
Metodologia
O projeto envolve o monitoramento diário da gestão local, através de planilhas no Google Drive que permitem que todos os colaboradores alimentem as informações através de seus emails institucionais, cumprindo a Lei de Proteção de Dados. A planilha contém abas para avaliar horário de chegada, atendimentos de pacientes agudos e crônicos, fila de espera para procedimentos de enfermagem e "Situação do dia" com vagas médicas ofertadas, nome do médico e horário de atendimento.
Resultados
O monitoramento diário resultou em gestão mais eficiente e organizada dos atendimentos, reduzindo tempos de espera e melhorando a qualidade do serviço. Os colaboradores trabalham de forma mais eficiente e organizada, reduzindo a carga de trabalho. A gestão mais eficiente permitiu melhorar a qualidade do atendimento, reduzir erros e melhorar a segurança dos pacientes. Com os dados coletados, é possível tomar decisões informadas e baseadas em evidências, tornando o serviço mais ágil e seguro.
Análise Crítica
A análise gerencial em tempo real foi valiosa, permitindo gestão mais eficiente e organizada. Garantir a segurança e privacidade dos dados foi essencial para manter a confiança e credibilidade. O treinamento dos servidores foi crucial para o sucesso. É relevante considerar as necessidades específicas da unidade e escutar os colaboradores durante a implementação de tecnologias, adaptando as planilhas conforme necessário para melhorar a gestão e a qualidade do serviço.
Conclusões e/ou Recomendações
O projeto aprimorou a gestão dos atendimentos e garantiu a proteção dos dados dos pacientes. É fundamental realizar análises regulares para identificar áreas de melhoria e garantir a segurança dos dados. Os próximos passos incluem avaliar e aprimorar as planilhas, desenvolver indicadores de desempenho e expandir essas ferramentas para outros serviços, adaptando-as às necessidades locais de cada unidade.
UM OLHAR DA GESTÃO PARA O CUIDADO EM SAÚDE MENTAL NO TERRITÓRIO: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO MUNICÍPIO DE PARÁ DE MINAS
Pôster Eletrônico
1 ESP/MG
Período de Realização
Experiência realizada no período de agosto/2022 à dezembro/2024.
Objeto da experiência
Demonstrar as potencialidades das eMulti de Pará de Minas-MG para práticas de cuidado em saúde mental no território.
Objetivos
Relatar a experiência de trabalho desenvolvido pelas eMulti na APS de Pará de Minas, especialmente para o cuidado em saúde mental; Apresentar práticas das eMulti para a promoção da saúde mental; Demonstrar a evolução das eMulti de Pará de Minas na proposta de cuidado em saúde mental na APS.
Descrição da experiência
O presente relato de experiência apresenta o olhar da gestão para o cuidado em saúde mental na APS de Pará de Minas/MG, destacando a atuação das eMulti. A autora, gestora local, foi impulsionada por seu processo formativo na Escola de Saúde Pública de Minas Gerais a promover mudanças nas práticas de cuidado, priorizando ações coletivas, territoriais e integradas, com o objetivo de ampliar a oferta de cuidados em saúde mental para além do modelo biomédico tradicional.
Resultados
Os resultados da experiência tiveram alcance quantitativo e qualitativo: Duplicação do número de ações coletivas de saúde no período de dois anos; Aumento da participação dos usuários em práticas coletivas de cuidado em saúde; Aumento da satisfação dos usuários; Diversidade na oferta de cuidado para as pessoas em sofrimento psíquico; Fortalecimento do vínculo entre a comunidade e os profissionais da eSF; Maior integração entre as equipes - eMulti e esf.
Aprendizado e análise crítica
Diante dos desafios encontrados nos espaços de assistência para a implementação de uma prática de cuidado que desde a Reforma Psiquiátrica Brasileira é preconizada, o que ficou de maior aprendizado neste relato de experiência é que nós, profissionais de saúde, ainda temos um longo caminho à percorrer para garantir uma assistência que coloque a pessoa em sofrimento mental no cento da prática de cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
O relato de experiência demonstrou que as eMulti de Pará de Minas possuem grande potencial para a oferta de cuidado da pessoa em sofrimento psíquico numa lógica territorial, inclusiva e integral. Porém, ficou evidente que o processo formativo precisa continuar e novas propostas de melhoria das práticas de trabalho das equipes precisam ser construídas. Assim, esse relato representa apenas o início de uma longa caminhada para as eMulti de Pará de Minas.
IMPLANTAÇÃO DO PROJETO DE EFICIÊNCIA NO HOSPITAL MUNICIPAL ROCHA FARIA (RJ): UM RELATO DE EXPERIÊNCIA EM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro
2
Período de Realização
Projeto iniciado em abril de 2025 com projeção de apresentação de resultados em outubro de 2025.
Objeto da experiência
Verificar a incorporação dos processos de planejamento estratégico na rotina do Hospital Rocha Faria para qualificação das práticas assistenciais.
Objetivos
Promover a melhoria contínua nos processos hospitalares por meio da gestão baseada em dados.
Programar ações estratégicas focadas em desempenho, eficiência e qualidade do atendimento.
Acompanhar os indicadores-chave para avaliação da eficiência do projeto.
Descrição da experiência
Um planejamento estratégico denominado Projeto de Eficiência foi implantado em unidades de emergência no Rio de Janeiro e o Hospital Municipal Rocha Faria faz parte deste programa. O projeto prevê o acompanhamento de nove indicadores-chave através de diferentes modelos de gestão, entre eles estão o modelo de Porter e gestão de indicadores. Através de encontros mensais entre os stakeholders, os procedimentos e intervenções são aplicados no complexo hospitalar com avaliação contínua.
Resultados
Após três encontros entre a Secretaria Municipal de Saúde do Rio e os stakeholders do Hospital Rocha Faria, foram implantados processos como a revisão dos fluxos do Centro de Emergência Regional, o mapeamento de pontos de cuidado e a definição dos dados que serão coletados para preenchimento do NEDOCS. Este é um sistema de pontuação que monitora a superlotação utilizando dados como: número de pacientes no serviço de emergência, tempo de espera para internação e impacto das intervenções.
Aprendizado e análise crítica
A atuação ativa da Secretaria Municipal de Saúde, por meio de encontros periódicos na unidade, tem contribuído para aprimorar o cuidado aos pacientes e otimizar os fluxos. O setor de Qualidade do Hospital Municipal Rocha Faria exerce papel essencial como mediador na implantação dos processos junto aos stakeholders internos, como equipes da emergência, coordenações e direção. O cronograma estruturado garante a participação dos profissionais, promovendo reflexão e análise das ações da rotina.
Conclusões e/ou Recomendações
O projeto de eficiência no Hospital Municipal Rocha Faria tem gerado avanços na parceria com a Secretaria de Saúde, organização dos atendimentos, redução de gargalos e integração das equipes. A revisão de processos e o engajamento dos profissionais melhoraram a qualidade do cuidado e o tempo de resposta, fortalecendo a gestão e promovendo um ambiente mais eficiente e centrado no pacient
AVALIAÇÃO DO PROGRAMA SAÚDE E BEM VIVER: EXPERIÊNCIA COLABORATIVA COM ÊNFASE NO CUIDADO INTEGRAL E NAS PRÁTICA INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE (PICS)
Pôster Eletrônico
1 ObservaPICS/VPAAPS/FIOCRUZ
Período de Realização
Abril/2024 a junho/2025, durante implementação do programa em territórios brasileiros.
Objeto da experiência
Elaboração participativa da avaliação do curso de educação a distância Saúde e Bem Viver/ObservaPICS/Fiocruz, focado no cuidado integral e nas PICS.
Objetivos
Relatar a experiência de construção coletiva da avaliação do programa Saúde e Bem Viver, curso EAD, considerando as quatro dimensões adotadas. Promover cultura avaliativa participativa em formação no SUS.
Descrição da experiência
Construção participativa envolvendo equipe técnica do Projeto Saúde e Bem Viver, curso EAD, através de produção compartilhada em 8 estados do Brasil. Desenvolveram-se seis instrumentos avaliativos, com quatro dimensões: Governança e Gestão, Ensino-Aprendizagem, Mudança de Práticas e Sustentabilidade; aplicados através de grupos focais e questionários em coordenadores pedagógicos, coordenadores de articulação territorial, tutores e estudantes, entre abril e junho de 2025.
Resultados
Construção da matriz estruturada nas 4 dimensões contemplando especificidades do programa. Resultados parciais dos grupos focais com coordenadores indicam variações na Governança entre territórios; sentimento de acolhida; incentivo ao autocuidado; utilização das PICS nos territórios; desafios na dimensão Ensino-Aprendizagem relacionados ao contexto territorial; e Sustentabilidade com incertezas no apoio institucional. O processo participativo gerou apropriação coletiva da relevância avaliativa.
Aprendizado e análise crítica
As dimensões revelam-se fundamentais para captar a complexidade do programa. A construção participativa legitimou o processo avaliativo. Contextos locais influenciam diretamente a implementação, demonstrando importância da governança colaborativa. A metodologia mostrou-se promissora, mas requer adaptações contextuais. Relevância do autocuidado e cuidado integral aos profissionais evidenciada pelas mudanças observadas. Há necessidade de proposição de estratégias a sustentabilidade pós-programa.
Conclusões e/ou Recomendações
As dimensões foram adequadas para avaliar o programa/curso. A construção participativa fortaleceu o engajamento dos atores e a apropriação dos critérios avaliativos. Recomenda-se: fortalecer governança através de análise de contextos; monitorar longitudinalmente as mudanças de práticas; estruturar estratégias para garantia da sustentabilidade. A avaliação constitui ferramenta replicável às iniciativas focadas no cuidado integral e PICS no SUS.
IMPORTÂNCIA DA IMPLEMENTAÇÃO DE PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO PARA COLETA DE CULTURA EM LESÕES DE PELE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
2 Hospital Geral Prado Valadares.
3 Hospital Geral Prado Valadares
Período de Realização
Trabalho realizado no período de outubro de 2023 a dezembro de 2024.
Objeto da experiência
Implementar o Procedimento Operacional Padrão (POP) para coleta de cultura em lesões cutâneas em um hospital público localizado no sudoeste da Bahia.
Objetivos
Descrever a experiência vivenciada pelos profissionais do Núcleo de Prevenção e Tratamento de Feridas durante a implementação de um Procedimento Operacional Padrão para coleta de cultura em lesões cutâneas.
Descrição da experiência
O Procedimento Operacional Padrão foi desenvolvido com base em evidências científicas, por iniciativa do Núcleo de Feridas e da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. A implementação ocorreu por meio de reuniões com gestores, inclusão do protocolo institucional, treinamentos teóricos e práticos com a equipe multiprofissional, buscando padronizar condutas frente a lesões cutâneas com suspeita de infecção, promovendo diagnósticos mais precisos e intervenções terapêuticas mais eficazes.
Resultados
Pacientes submetidos à cultura em lesões cutâneas precoce apresentaram melhora clínica, menor tempo de internação e uso racional de antibióticos. Já os pacientes que não realizaram a coleta precocemente evoluíram com complicações e hospitalizações prolongadas. A experiência evidenciou a necessidade de ações contínuas de capacitação e estratégias específicas para setores com alta rotatividade de profissionais, além de reforçar a importância do monitoramento sistemático das coletas realizadas.
Aprendizado e análise crítica
A implantação desta ferramenta mostrou-se essencial para promover segurança e eficácia clínica, além de otimizar recursos hospitalares. A padronização da coleta favoreceu a individualização do tratamento. No entanto, a efetivação requer educação permanente, auditoria dos processos e devolutiva dos resultados às equipes. Destacou-se também a necessidade de criar indicadores específicos para monitorar a efetividade do protocolo e estimular a adesão por parte dos profissionais.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência demonstrou que o Procedimento Operacional Padrão qualifica o cuidado em lesões cutâneas com suspeitas de infecção, promovendo melhores desfechos clínicos. Contudo, sua implementação exige esforços constantes de capacitação e sensibilização das equipes. Ademais, estratégias bem estruturadas de sistematização e avaliação contínua dos processos são fundamentais para garantir a sustentabilidade e efetividade das práticas assistenciais.
DESAFIOS E ESTRATÉGIAS NA TRANSIÇÃO DO MODELO AMBULATORIAL PARA EQUIPE INTEGRADA DE REABILITAÇÃO
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura da Estância de Atibaia
Período de Realização
Junho de 2024 a maio de 2025
Objeto da experiência
Reorganização do atendimento ambulatorial em reabilitação para equipe multiprofissional integrada.
Objetivos
Descrever os desafios e estratégias na transição do modelo ambulatorial tradicional para uma equipe multiprofissional integrada de reabilitação em Atibaia-SP, com foco na gestão, articulação intersetorial e qualificação do cuidado no SUS.
Descrição da experiência
A reabilitação no SUS em Atibaia-SP funcionava de forma fragmentada, com profissionais atuando em unidades diferentes e agendamentos não integrados. Com o aumento da demanda, iniciou-se a transição para um modelo integrado, com a criação do Centro Especializado em Reabilitação. A equipe foi reunida, ampliada e organizada por modalidades. Foram implantadas reuniões clínicas, avaliação biopsicossocial, articulação intersetorial e um núcleo interno de regulação para organizar e qualificar o cuidado
Resultados
A nova organização facilita a comunicação entre profissionais e a coordenação do cuidado. A avaliação biopsicossocial e a regulação interna permitiram triagens e início oportuno. A articulação com a rede amplia a resolutividade. O reforço do fluxo pactuado e dos critérios de classificação por risco qualifica o acesso e o uso dos recursos. Persistem resistências às mudanças e absenteísmo em consultas. Para enfrentá-los, adotam-se estratégias de sensibilização e fortalecimento do vínculo.
Aprendizado e análise crítica
A transição exige mudança cultural, sensibilização profissional e aprimoramento dos processos. A rede dinâmica demanda planejamento regionalizado, participativo e avaliação contínua para sustentabilidade. Trabalho em equipe e gestão integrada, alinhados à Rede de Cuidado da Pessoa com Deficiência e à Política Nacional de Atenção Integral à Pessoa com Deficiência, são essenciais para qualificar o cuidado e superar desafios institucionais.
Conclusões e/ou Recomendações
A reorganização do atendimento em reabilitação com equipe multiprofissional integrada favorece o cuidado integral e equitativo. Para garantir os direitos alinhados aos princípios do Sistema Único de Saúde, é necessário fomentar a implementação deste modelo, fortalecer a gestão participativa, ampliar a articulação intersetorial, promover a educação permanente e em saúde e implementar ferramentas de avaliação sistemática para aprimorar o serviço no SUS.
QUALIFICAÇÃO DA GESTÃO DA INFORMAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAUDE(APS) NA REGIÃO DA GRANDE SÃO PAULO (GSP): CONSTRUÇÃO DE ESPAÇO DE GOVERNANÇA REGIONAL NO AMBIENTE VIRTUA
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
Período de Realização
Desde 2021
Objeto da experiência
Relatar experiência da atuação das AAB.
Objetivos
Criar espaços de governança regional para promover a integração da Gestão da APS com a Gestão da informação e o conhecimento sobre os sistemas de informação, potencializando o uso dos indicadores de desempenho da APS para a produção do cuidado
Descrição da experiência
Para apoiar 38 municípios, as AAB articularam formações sobre os novos indicadores da APS e sistemas como eSUS e CNES. O método combinou diagnóstico de necessidades, oficinas regionais e apoio local. Baseada na cogestão, a iniciativa buscou a transformação contínua das práticas, democratizando a organização do trabalho e ampliando a capacidade das equipes para alcançar seus objetivos.
Resultados
Estes encontros oportunizaram troca de experiências e a formação de uma rede de apoio entre as Regiões. Após as oficinas, foi criado um grupo de WhatsApp com técnicos e gestores da APS dos 38 municípios, que se mantém atualmente como ferramenta potente para o compartilhamento de informações e esclarecimento de dúvidas. No âmbito municipal, houve a integração da parceria entre gestores da informação, coordenadores da APS e equipes de saúde, qualificando o monitoramento e o planejamento em saúde.
Aprendizado e análise crítica
O papel central das AAB na Grande São Paulo é o Apoio Institucional para fortalecer a governança regional. Através da coordenação do Grupo Técnico de Atenção Básica, promovem a articulação interfederativa, incentivando os municípios a aderirem às políticas estaduais e federais. Além disso, focam nos municípios com menor capacidade de gestão, apoiando processos de educação permanente em saúde diretamente com as equipes locais
Conclusões e/ou Recomendações
O programa AAB fortalece Coordenadores da APS e Grupos Técnicos, sendo crucial frente à alta rotatividade no SUS. Suas articuladoras garantem o acolhimento e a continuidade dos processos com novos gestores e equipes. As ações de educação permanente, por sua vez, visam integrar as áreas e qualificar a produção do trabalho em rede. Assim, o apoio institucional promoveu a cogestão e a análise dos processos de trabalho de forma coletiva (Campos, 2006)
TRILHA FORMATIVA DE OPERACIONALIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO LOCAL NO DISTRITO DE PAU DA LIMA: VIVÊNCIA DE RESIDENTES EM SAÚDE COLETIVA
Pôster Eletrônico
1 ISC/UFBA
2 SMS-Salvador/BA
Período de Realização
A organização ocorreu no mês de março a abril de 2025, e a realização das oficinas em maio.
Objeto da experiência
“Trilha Formativa” com os gerentes e profissionais de referência da Atenção Primária, com vista ao aprimoramento da programação local em saúde.
Objetivos
Dialogar acerca da importância do manejo dos instrumentos de planejamento e gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) nas unidades da Atenção Primária à Saúde (APS) do Distrito de Pau da Lima, em Salvador-BA, com ênfase na construção coletiva da Programação Local em Saúde.
Descrição da experiência
Foram realizados quatro encontros, dois para apresentação da proposta para gerência, e duas oficinas, na Associação de Moradores, no turno vespertino. Iniciado com as Unidades de Saúde da Família, com a participação de 100%, seguido das Unidades Básicas de Saúde, com 50% de representação. Teve apresentação de slides, dinâmicas de planejamento e estratégias para o Plano Local, com base na Programação Anual. Após isso, foi compartilhada a planilha online de apoio a Programação Local das unidades.
Resultados
Evidenciou-se um desconhecimento teórico-prático significativo acerca dos instrumentos de gestão e seu manuseio, devido ao longo período sem atualização profissional e sobrecarga de trabalho. No entanto, no decorrer das oficinas, os gestores demonstraram envolvimento na atividade e ficaram esperançosos com o apoio das residentes nas Unidades de Saúde para auxiliar o processo de planejamento local do nível primário como também na consolidação de ações e acompanhamento da planilha de programação.
Aprendizado e análise crítica
A partir dos relatos e posicionamentos dos participantes, foi possível observar que há lacunas de entendimento quanto ao planejamento local dentro de unidades de saúde, assim como uma articulação insuficiente com os instrumentos de gestão do SUS. No quesito formativo, a Residência em Saúde Coletiva ISC/UFBA possibilita intervenções estratégicas diante das inquietações acerca do modelo de gerência local da APS, sua aplicabilidade, desafios e desarticulação com base no planejamento em saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Diante do exposto, a vivência de planejamento dos gestores locais das Unidades de Saúde na APS ainda é ínfima e pouco efetiva para transformações estruturais. É crucial que se intensifique estas medidas para que a articulação das necessidades da território/comunidade e o planejamento de ações com o monitoramento e avaliação, proporcionem efetividade e coesão da atenção integral à saúde dentro do SUS.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO COMO EIXO DE CONSOLIDAÇÃO INSTITUCIONAL: A EXPERIÊNCIA DO CIDACS/FIOCRUZ- BAHIA NO PERÍODO 2021–2024
Pôster Eletrônico
1 ISC-UFBA
2 USP
3 CIDACS- Fiocruz BA
Período de Realização
De janeiro de 2021 a dezembro de 2024, com ênfase no ciclo de planejamento 2022–2024.
Objeto da experiência
Implantação e institucionalização do planejamento estratégico no Cidacs/Fiocruz- BA como instrumento de gestão integrada.
Objetivos
Examinar como o processo de planejamento estratégico contribuiu para o fortalecimento institucional do Cidacs/Fiocruz, articulando governança, organização do trabalho, gestão de dados, infraestrutura e mecanismos de monitoramento e avaliação.
Descrição da experiência
A experiência baseou-se na consolidação de práticas de planejamento estratégico no Cidacs/Fiocruz, estruturadas em oficinas, reuniões de gestão, instrumentos de monitoramento e escuta qualificada. A metodologia incluiu análise documental, aplicação de questionários e trabalho coletivo por eixos estratégicos, envolvendo lideranças, pesquisadores e áreas técnicas.
Resultados
O planejamento impulsionou avanços na organização interna, integração entre pesquisa e gestão, definição de prioridades, construção de indicadores e profissionalização de processos decisórios. Houve ampliação do engajamento institucional, fortalecimento da governança, qualificação do uso de dados e promoção de espaços participativos de reflexão estratégica.
Aprendizado e análise crítica
Apesar dos avanços, persistem desafios na institucionalização plena do processo, na integração dos pesquisadores, no uso de métricas estratégicas e na superação da sobrecarga das lideranças. A experiência evidenciou a importância da cultura de planejamento contínuo, da escuta ativa e da articulação entre áreas como vetores para a sustentabilidade institucional.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência do Cidacs demonstra que o planejamento estratégico, quando participativo e sistemático, pode consolidar centros de pesquisa como instituições de referência. Recomenda-se o fortalecimento da visão estratégica, ampliação do diálogo com stakeholders e criação de estruturas de governança que articulem pesquisa, gestão e compromisso social.
SEMANA SANTA EM ALERTA: INTERSETORIALIDADE DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE E VIGILÂNCIA HOSPITALAR
Pôster Eletrônico
1 SMS-Itaiçaba-CE
2 ESP-CE
3 SESA/CE
Período de Realização
Ação realizada nos dias 17 a 22 de abril de 2025 durante o feriado da semana santa em Itaiçaba-Ce.
Objeto da experiência
A experiência contempla o monitoramento das fichas de triagem hospitalar para fortalecer o processo de notificação e evitar agravamento do paciente.
Objetivos
Relatar a experiência exitosa do monitoramento na Unidade Mista Josefa Maria da Conceição para avaliação dos riscos associados aos eventos, detecção de doenças e agravos de notificação imediata à saúde e tomadas de ação prioritárias, ampliando a capacidade de resposta da Vigilância em Saúde.
Metodologia
Monitoramento sistemático no pré, durante e pós período da semana santa, com transmissão online dos dados utilizando formulário do Google Forms preenchido pela profissional de vigilância em saúde municipal, após análise criteriosa da ficha de triagem. Foram realizadas reuniões com gestor da saúde; diretor e equipe hospitalar e da vigilância em saúde para discussão da prática e importância do monitoramento. Utilizou-se a portaria GM/MS nº 6.734, de 18/03/2025.
Resultados
Foram validadas 78 fichas de triagem hospitalar das 400 fichas, demonstrando 48,7% (n=38) sexo feminino e 51,3% (n=40) sexo masculino, atendimentos de DAE 79,7% (n=62), acidentes automobilísticos 10,25% (n=8) e outros 10,25% (n=8). Dados de síndrome gripal 35,9% (n=24), DTA 25,6 % (n=20), Arboviroses 15,4% (n= 12), SRAG 2,9% (n=2), queda 2,9% (n=2), intoxicação exógena 1,5% (n=1), animais peçonhentos 1,5% (n=1), atendimento antirrábico 1,5% (n=1), mão-pé-boca 2,9% (n=2) e outros 10% (n= 13).
Análise Crítica
Durante o monitoramento foi possível analisar criticamente os casos relatados, dentre estes, detectou-se em tempo oportuno uma paciente com suspeita de Chikungunya com desenvolvimento de sintomas característicos de Guillain-Barré, com intervenção rápida de transferência para hospital terciário de referência. Ademais, detectou-se a importância do preenchimento adequado da ficha de triagem, considerando que a unidade não dispõe de sistema de informação hospitalar, com processos de forma manual.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que esta foi uma ação necessária de monitoramento e avaliação para a unidade hospitalar, detectando-se a urgência de aquisição de um sistema de informação contínuo para rastreamento dos dados dos pacientes.Ratifica-se o preenchimento adequado das fichas de triagem,a importância das capacitações das equipes para detecção precoce de casos e agravos e a articulação com a gestão de saúde para constatação da situação e tomada de decisão imediata.
IMPLEMENTAÇÃO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA EM UMA MACRORREGIÃO DE SAÚDE DO ESTADO DE MATO GROSSO
Pôster Eletrônico
1 SES MT e UFMT
2 SES MT
Período de Realização
O processo tem início em janeiro de 2022 e continua em curso.
Objeto da experiência
Implementação de um processo sistemático de monitoramento e avaliação de resultados obtidos por municípios de uma região de saúde.
Objetivos
Implantar o processo de monitoramento e avaliação quadrimestral dos resultados obtidos frente aos indicadores de saúde pactuados e contribuir para a incorporação do planejamento em saúde como instrumento fundamental para a gestão dos serviços de saúde.
Descrição da experiência
A experiência acontece nos 11 municípios da macrorregião Centro Norte. Primeiramente ocorre a definição do rol de indicadores de saúde e respectivas metas, com pactuação em CIR. Atualmente, estão pactuados 51 indicadores. As oficinas para reflexão acerca do monitoramento realizado e avaliação dos resultados alcançados são realizadas quadrimestralmente por clusters de municípios, tendo por referência instrumento orientador específico para tal fim que padroniza o processo.
Resultados
Nas oficinas, os municípios apresentam as metas e resultados contextualizados em série histórica, as ações realizadas no período e análise de fatores políticos, econômicos, sociais, sanitários, administrativos, de gestão e da Rede de Serviços que contribuíram para os resultados, bem como, a emissão de julgamento a respeito dos resultados obtidos, e a apresentação de recomendações a serem implementadas. 55,0% das metas pactuadas estão sendo alcançadas em 80,0% dos municípios da região.
Aprendizado e análise crítica
Apesar do avanço na qualificação das áreas técnicas dos municípios para a realização sistemática de monitoramento e avaliação dos resultados obtidos, percebe-se ainda grande dificuldade da área técnica estadual em incorporar em seus processos de trabalho, essa sistemática, bem como dos gestores municipais priorizarem os instrumentos de planejamento instituídos no SUS como orientadores para o processo de tomada de decisão.
Conclusões e/ou Recomendações
Com o desenvolvimento sistemático do processo de pactuação, monitoramento e avaliação dos resultados obtidos, foi possível apreender no coletivo dos municípios que a qualidade não deve se referir somente aos resultados obtidos, deve envolver como o processo é operacionalizado, o fluxo de trabalho, o conhecimento técnico mínimo necessário, as condições de trabalho, e a satisfação das equipes na operacionalização das ações.
COORDENA+APS: QUALIFICANDO A GESTÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA NOS MUNICÍPIOS DE ALAGOAS
Pôster Eletrônico
1 SESAU ALAGOAS
Período de Realização
Iniciado em março de 2025, o projeto vem se consolidando enquanto espaço permanente de cogestão.
Objeto da experiência
Fortalecimento e qualificação da gestão da APS municipal, a partir de mecanismos de cogestão e apoio institucional.
Objetivos
Analisar o cenário atual da APS dos municípios; identificar as fragilidades/potencialidades dos processos de trabalho; estimular a adoção de mecanismos de monitoramento/avaliação por parte dos coordenadores; produzir estratégias locais pautadas na cogestão e no fortalecimento do apoio institucional.
Descrição da experiência
O Coordena+APS é uma estratégia para, ao compreender como se dá a gestão local da APS após preenchimento de formulário, aproximar a gestão estadual da APS junto aos municípios. Por meio dos apoiadores institucionais regionais, são estabelecidos convites a partir da análise situacional (coordenações novas, fragilidade nos dados dos sistemas de informação, fortalecimento entre entes) com o intuito de ampliar a análise sobre o território para contornar as dificuldades.
Resultados
O projeto tem gerado o mapeamento situacional da APS dos municípios, identificando fragilidades e potencialidades locais. Fortalecendo o papel dos coordenadores, incentivando o uso de dados, ferramentas de gestão e práticas de cogestão. Também tem melhorado a organização dos processos de trabalho ampliando a capacidade de resposta da APS com foco em planejamento estratégico, análise de dados e soluções construídas coletivamente.
Aprendizado e análise crítica
A PNAB (2017) estabelece que a gestão estadual deve ser corresponsável pelo monitoramento da APS, verificando a qualidade das informações municipais, prestando apoio institucional e definindo estratégias para institucionalizar o monitoramento e a avaliação. Assim, é fundamental ampliar e consolidar ações que fortaleçam essas responsabilidades do estado junto aos municípios.
Conclusões e/ou Recomendações
O Projeto Coordena+APS reafirma a importância da corresponsabilidade da gestão estadual no fortalecimento da APS municipal. Ao promover o diálogo, o monitoramento e o apoio técnico contínuo, contribui para qualificar a gestão local, consolidar práticas de cogestão e fortalecer o papel estratégico da APS nos territórios.
PROJETO CONECTA APS: SABERES QUE CONECTAM E TRANSFORMAM A APS EM ALAGOAS
Pôster Eletrônico
1 SESAU ALAGOAS
Período de Realização
Iniciado em dez/2024, o projeto ocorre até os dias atuais a partir de encontros bimestrais.
Objeto da experiência
Promoção de um espaço de diálogo, educação permanente e troca de experiências entre gestores municipais e apoiadores estaduais da APS.
Objetivos
Qualificar a gestão local e promover a educação permanente; articulação entre gestão estadual e municipal da APS; sistematizar a divulgação de informações técnicas e fomentar a troca de experiências e boas práticas entre os municípios.
Descrição da experiência
O Conecta APS surge da necessidade de se constituir espaços de cogestão entre coordenações municipais e apoiadores institucionais do estado de Alagoas, por meio de encontros remotos que ocorrem de forma bimestral. Nestes encontros, são trazidas informações sobre atualizações ministeriais que atravessam o fazer na atenção primária. Estruturado regionalmente, o projeto promove a troca de experiências e a disseminação de conteúdos técnicos.
Resultados
Até então foram realizados quatro momentos em que os municípios da 4ª, 6ª, 7ª e 8ª RS de Alagoas foram representados a partir das coordenações de APS, totalizando uma média de dez pessoas por encontro, oportunizando a qualificação da gestão e provocando mudanças nos processos de trabalho local sendo evidente a partir da adesão ascendente e o retorno pós encontro dos tópicos abordados. O projeto tem provocado a construção da educação permanente através da consolidação das práticas de cogestão.
Aprendizado e análise crítica
O Conecta APS evidencia a necessidade de construir projetos que oportunizem a gestão do cuidado nesse nível de atenção, através da educação permanente, apoio institucional e integração entre os diferentes níveis de gestão, alinhado ao que é preconizado como atribuição estadual e que está estabelecido pela PNAB.
Conclusões e/ou Recomendações
O Conecta APS demonstra que a articulação entre gestores municipais e apoiadores estaduais, por meio de espaços sistemáticos de diálogo e educação permanente, é essencial para fortalecer a gestão da APS. A experiência reafirma a importância da cogestão, do apoio institucional e da integração entre os entes para qualificar práticas, promover mudanças nos processos de trabalho e consolidar a ESF nos territórios.
O USO DA SALA DE SITUAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO LUÍS – MA.
Pôster Eletrônico
1 SEMUS
Período de Realização
Fevereiro de 2024 a janeiro de 2025.
Objeto da experiência
Construção do Plano Municipal de Saúde 2026/2029 de São Luís a partir das informações da Sala de Situação.
Objetivos
Relatar a experiência do uso dos dados e informações da Sala de Situação como ferramenta na construção do PMS 2026/2029 de São Luís-MA.
Descrição da experiência
A implantação da Sala de Situação da APS em São Luís ocorreu em fevereiro de 2024, para fornecer informações em saúde atualizadas e disponibilizadas de forma georreferenciada, a partir dos mapas das áreas/microáreas de abrangência das 185 equipes de ESF no Google mapas, associado a informações do Censo 2022 do IBGE e aos indicadores de saúde. As informações embasaram a análise dos dados epidemiológicos, grupos vulneráveis e cobertura das UBS na construção do PMS, a partir de janeiro de 2025.
Resultados
A análise prévia das informações serviu como norteadora das discussões ocorridas nas pré-conferências de saúde, organizadas pelo Conselho Municipal de Saúde, resultando no estabelecimento de propostas, resultantes da participação de representantes da sociedade civil, gestores e profissionais de saúde.
O PMS, como instrumento de gestão, deve refletir no planejamento participativo as necessidades de saúde da população, identificadas por meio de análises situacionais e discussões em conferências.
Aprendizado e análise crítica
A partir das discussões e direcionamento metodológico ocorrido nas pré-conferências, as propostas priorizadas foram: Fortalecimento da Atenção Primária à Saúde, com ampliação da cobertura, melhoria da qualidade e acesso aos serviços da atenção básica; organização da Rede de Atenção à Saúde; Controle de Epidemias e Vigilância em Saúde; Gestão e Financiamento; Inovação e Tecnologia; Participação do Controle Social e Educação Permanente, para formação e qualificação dos profissionais de saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
O uso de ferramentas como a sala de situação, instrumentaliza a gestão para tomada de decisões assertivas e adequadas ao contexto de saúde da população, e pode embasar as discussões pelo controle social na construção dos objetivos, metas e indicadores do PMS. Essa experiência inovadora demonstra o uso do geoplanejamento na saúde, com um olhar para os territórios, de forma a apoiar a formulação de ações e políticas públicas.
FORTALECENDO A GESTÃO PARTICIPATIVA ATRAVÉS DO COLEGIADO DA SGT/SESAP: PLANEJAMENTO E CORRESPONSABILIDADE NA GESTÃO DO TRABALHO
Pôster Eletrônico
1 SESAP/RN
2 SESAP/RN e MS
Período de Realização
Implantação a partir de 2022, com realizações mensais presenciais e remotas regularmente em 2025
Objeto da experiência
Construção e institucionalização de colegiado como ferramenta de gestão participativa e fortalecimento de diretrizes da política de gestão do trabalho
Objetivos
Implantar um espaço de discussão, planejamento e tomada de decisão na SGT, promovendo corresponsabilidade, transparência e fortalecimento da política de gestão do trabalho no SUS, além de melhorar a articulação interna da equipe e qualificar a capacidade de resposta frente às demandas complexas
Descrição da experiência
Desde 2022, a SGT realiza reuniões mensais de seu colegiado com participação de chefias e técnicos, em formato presencial/remoto, com pautas coletivas. O espaço fortalece fluxos, decisões, divisão de tarefas e articulação interna, alinhado à Portaria-SEI nº 2.918/2020. Também foram implantados colegiados setoriais, utilizando a metodologia de roda, promovendo planejamento integrado e corresponsabilização entre gestão e trabalhadores, para melhoria contínua dos serviços prestados à população.
Resultados
O colegiado da SGT tem fortalecido a capacidade de planejamento e execução das ações da Subcoordenadoria. Houve melhoria na comunicação interna, otimização do tempo de resposta institucional e maior integração entre os técnicos. A estrutura colegiada favoreceu a construção coletiva de propostas e ampliou a visibilidade das necessidades dos territórios de gestão de pessoas nas unidades de saúde. Também tem se constituído como espaço de trocas, de integração e formação permanente
Aprendizado e análise crítica
Foi possível compreender que a permanência e a potência do colegiado dependem do compromisso com o espaço como ferramenta estratégica e não apenas algo formal. A inclusão das pautas das equipes, a valorização das escutas e o respeito aos tempos institucionais são condições fundamentais. Verifica-se que os colegiados demandam mediação qualificada, continuidade e respaldo político. O desafio permanece em manter o engajamento e transformar decisões coletivas em práticas efetivas no cotidiano
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a manutenção e fortalecimento do colegiado da SGT como espaço permanente de planejamento e articulação técnica. Destaca-se a importância do apoio institucional para garantir periodicidade, registro formal das decisões e integração com outras instâncias de gestão. A experiência reafirma o papel dos colegiados como estratégia estruturante da gestão do trabalho no SUS, conforme previsto na Portaria-SEI nº 2.918/2020 da SESAP
ESTRATÉGIA DE APOIO PARA A CONSTRUÇÃO DOS PLANOS MUNICIPAIS DE SAÚDE (PMS) E PROGRAMAÇÕES ANUAIS DE SAÚDE (PAS) DOS MUNICÍPIOS DO RIO GRANDE DO NORTE
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN (SESAP RN)
Período de Realização
A estratégia de apoio foi realizada entre os meses de abril e outubro de 2025.
Objeto da experiência
O objeto da experiência são os(as) gestores(as), os(as) técnicos(as) e os(as) conselheiros(as) municipais de saúde.
Objetivos
Os objetivos versam na perspectiva de apoiar os municípios na elaboração qualificada do Plano Municipal de Saúde e da Programação Anual de Saúde, promovendo alinhamento técnico, integração entre gestão e controle social, e a inserção dos instrumentos no DGMP.
Descrição da experiência
A Estratégica foi uma iniciativa da SESAP RN, por meio da Unidade de Planejamento dos Instrumentos de Gestão do SUS (UPLANISUS), em parceria com o SEINP/SEMS RN, o COSEMS RN, e o CES RN. A metodologia contou com momentos virtuais e presenciais e dividiu-se em 7 etapas (conferência inicial, orientações sobre ASIS, DOMI e Monitoramento & Avaliação, orientações sobre a PAS e a inserção dos instrumentos no DGMP). A condução da metodologia se deu pelas equipes técnicas da UPLANISUS e SEINP.
Resultados
Como resultados, pontuam-se a realização das oficinas virtuais e presenciais nas oito regiões de saúde, com ampla participação dos municípios, conferindo-se como uma metodologia assertiva nesse contexto, a contribuição de forma efetiva, dessa estratégia, para a qualificação técnica dos planos e das programações, o fortalecimento vivo da integração entre a gestão e o controle social e a ampliação da capacidade municipal no uso do DGMP, consolidando a prática de planejamento ascendente.
Aprendizado e análise crítica
O processo evidenciou a importância da cooperação interfederativa e da educação permanente como eixos estruturantes do planejamento em saúde. Demonstrou, também, que o planejamento participativo se fortalece com apoio técnico contínuo, integração interfederativa e metodologias ativas. Limitações de conectividade e heterogeneidade municipal exigiram adaptações logísticas e pedagógicas, fortalecendo o papel regional das URSAPs como suporte técnico.
Conclusões e/ou Recomendações
A estratégia mostrou-se exitosa na qualificação dos PMS e PAS. Mostrou a importância da integração interfederativa para consolidar o planejamento e fortalecer a gestão do SUS no RN. Ademais, recomenda-se institucionalizar o apoio técnico articulado como política permanente, fortalecer a atuação das regiões de saúde no suporte aos municípios e ampliar o uso de plataformas digitais como o DGMP para garantir uma gestão planejada e transparente.
FORTALECENDO A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA: UMA EXPERIÊNCIA DE APOIO ESTRATÉGICO NO SUS
Pôster Eletrônico
1 Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Africanos, Universidade Federal da Bahia /Fiocruz
2 Fiocruz
Período de Realização
De mar/25, com a inserção de apoiadores(as) no TED/166, com previsão de encerramento em dez/26.
Objeto da experiência
Contribuir até dez/2026 para fortalecer e implementar a PNSIPN nos estados e municípios, via apoio institucional e articulação local
Objetivos
Este relato tem como objetivo apresentar os processos, desafios e avanços na construção e implementação da PNSIPN nos 26 estados e no DF, a partir da metodologia do apoio institucional, destacando a articulação local e as estratégias para fortalecer a política em contextos diversos.
Metodologia
A persistência das iniquidades raciais na saúde exige ações estruturadas. A PNSIPN, vigente desde 2006, busca enfrentar o racismo institucional e garantir o direito à saúde da população negra. O TED nº 166/2023, parceria entre MS e Fiocruz, fortalece a política em cinco eixos. Este estudo foca no eixo apoio estratégico, baseado no modelo de apoio institucional, que visa impulsionar a implementação da PNSIPN nos estados e municípios brasileiros, a partir de articulação local.
Resultados
O apoio estratégico da PNSIPN, no âmbito do TED 166/2023, visa apoiar a construção de planos estaduais e municipais de fortalecimento da política, respeitando as realidades loco-regionais. Desde março de 2025, atua na sensibilização das gestões estaduais e municipais, promovendo diálogos técnico-políticos nos comitês de SPN, CIBs, CONASS e CONASEMS, além de fomentar a criação de Áreas Técnicas de Saúde da População Negra.
Análise Crítica
A experiência com o apoio estratégico da PNSIPN, no âmbito do TED 166/2023, evidencia a importância da articulação técnico-política para o enfrentamento do racismo institucional no SUS. O processo revelou que, mais do que técnica, a implementação da política exige disputa por prioridade nas agendas estaduais. Fortalecer Áreas Técnicas e promover diálogos antirracistas é essencial para transformar estruturas excludentes em práticas de equidade.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência recente do apoio estratégico da PNSIPN no TED 166/2023 mostra avanços na articulação político-institucional e sensibilização para enfrentar o racismo no SUS. Esse compromisso reforça a equidade racial como pilar da democracia em saúde, essencial para a justiça climática. Superar iniquidades raciais é vital para responder aos desafios do século XXI, promovendo saúde inclusiva e sustentável.
OFICINAS MACRORREGIONAIS COMO ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DA PNSIPN NO ÂMBITO DO TED 166/2023
Pôster Eletrônico
1 Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Africanos, Universidade Federal da Bahia /Fiocruz
2 Fiocruz
Período de Realização
Março de 2025 a outubro de 2025, no âmbito do TED 166/2023, com apoiadores(as) atuantes.
Objeto da experiência
Planejar e promover oficinas macrorregionais para fortalecer a PNSIPN via articulação técnico-política e apoio institucional nos 26 estados e DF
Objetivos
Fortalecer a implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) por meio do planejamento e promoção de oficinas macrorregionais, em articulação com gestores estaduais e municipais, áreas técnicas e conselhos de saúde, no âmbito do TED 166/2023.
Descrição da experiência
Baseia-se no apoio institucional e na construção colaborativa das oficinas com gestores estaduais e municipais, áreas técnicas da PNSIPN, COSEMS e apoiadores(as) do TED 166/2023. A proposta inclui mapeamento territorial, análise de indicadores, escuta qualificada, pactuação de agendas e elaboração de materiais alinhados às metas da PNSIPN, visando enfrentar o racismo no SUS. As oficinas seguem cronograma regionalizado, produzindo diagnósticos territoriais e planos de ação específicos.
Resultados
A construção destas oficinas emerge da crítica à implementação verticalizada da PNSIPN, buscando compreender como a escuta qualificada e o trabalho colaborativo podem desvelar contradições entre discursos institucionais e práticas cotidianas. Propomos investigar se a metodologia colaborativa consegue romper com a lógica tecnocrática que historicamente neutraliza as dimensões políticas do enfrentamento ao racismo, criando espaços de diálogos que efetivamente transformem os rumos da política.
Aprendizado e análise crítica
A riqueza dos aprendizados esperados reside na combinação entre rigor metodológico e compromisso político com a transformação social. As oficinas podem demonstrar que é possível, mesmo dentro de estruturas institucionais tradicionais, criar espaços de disputa e construção coletiva que gerem mudanças significativas nas práticas de saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência das oficinas macrorregionais representa uma oportunidade única de investigar, na prática, as possibilidades e limites de metodologias colaborativas para transformação de políticas de saúde. Os aprendizados possíveis transcendem a implementação específica da PNSIPN, contribuindo para o desenvolvimento de abordagens mais democráticas e efetivas de gestão em saúde.
MONITORAMENTO DA GESTÃO ESTADUAL DAS EQUIPES RIBEIRINHAS E FLUVIAIS NO ESTADO DO PARÁ: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Pôster Eletrônico
1 SESPA
Período de Realização
Realizado de janeiro de 2020 a maio de 2025.
Objeto da experiência
Ações de monitoramento da gestão estadual com Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas e Fluvial na Atenção Primária à Saúde no Pará.
Objetivos
Apresentar as estratégias adotadas pela gestão estadual para acompanhar, avaliar e qualificar a atuação das equipes de saúde ribeirinha e fluvial em territórios de difícil acesso.
Descrição da experiência
Trata-se de uma iniciativa institucional que combinou ações presenciais e remotas de monitoramento: visitas técnicas, oficinas de apoio institucional, elaboração de materiais, reuniões e análise de dados do Sistema de Informação da Atenção Básica. A sistematização baseou-se em registros técnicos e planilhas, considerando aspectos quantitativos e qualitativos da Atenção Primária.
Resultados
Houve melhoria na comunicação entre os níveis de gestão, maior alinhamento com indicadores e uso ampliado de dados para decisões. O monitoramento fortaleceu vínculos entre municípios e gestão estadual, estimulando soluções conjuntas sensíveis à realidade amazônica. Destacam-se a expansão das equipes, o aumento de unidades credenciadas, melhor registro de atividades e avanços nos processos de trabalho.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que o monitoramento institucional é essencial como escuta, avaliação e reorientação de práticas. A articulação de estratégias presenciais e remotas viabilizou o acompanhamento contínuo, mesmo em áreas de difícil acesso, ampliando a leitura dos serviços às populações ribeirinhas. A gestão estadual reconhece que políticas eficazes exigem adaptação às realidades territoriais das equipes.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se a institucionalização do monitoramento como eixo estruturante da gestão estadual em áreas ribeirinhas e fluviais. Ampliar o apoio institucional, fortalecer a comunicação e valorizar o protagonismo local são estratégias-chave. A organização dos serviços deve ser orientada pela saúde coletiva, com ações integradas, participativas e sensíveis às realidades amazônicas.
PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA 1ª POLÍTICA ESTADUAL DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EM SAÚDE DO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 ESP/RS
2 SES/RS
Período de Realização
O processo de construção iniciou em 2024 com previsão de conclusão em 2026.
Objeto da experiência
Construção da Política Estadual de Monitoramento e Avaliação em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS).
Objetivos
Descrever a experiência de construção de uma política de monitoramento e avaliação em saúde.
Descrição da experiência
O processo iniciou com um diagnóstico situacional direcionado à avaliação da estrutura das atividades de monitoramento e avaliação e a inserção dos trabalhadores nestes processos, bem como o mapeamento de experiências similares. A partir disso, foram adotadas estratégias, como revisão de literatura, aplicação da Teoria da Mudança junto às áreas técnicas da SES/RS e às Coordenadorias Regionais de Saúde e a constituição de um grupo de trabalho para conduzir a construção coletiva da política.
Resultados
A aplicação da Teoria da Mudança possibilitou identificar necessidades fundamentais para o fortalecimento das ações, como a alocação de recursos humanos e financeiros específicos, adoção de ferramentas e métodos adequados, melhoria na comunicação e articulação entre os atores, investimento em educação permanente, além do aprimoramento dos sistemas de informação e uso de indicadores pontuais, exequíveis e não excessivos.
Aprendizado e análise crítica
Apesar do envolvimento dos atores, o processo enfrenta desafios como a limitação de recursos humanos, heterogeneidade do conhecimento técnico sobre monitoramento e avaliação e a limitação de carga horária protegida dos servidores para monitoramento e avaliação. A abordagem participativa, contudo, mostrou-se fundamental para promover o alinhamento entre as áreas e ampliar o compromisso com a construção da política.
Conclusões e/ou Recomendações
Por fim, observou-se que uma política de monitoramento e avaliação deve enfrentar desafios como a falta de capacitação, sobrecarga de trabalho, escassez de recursos e dificuldades com dados e sistemas. É essencial garantir diretrizes claras, educação continuada, participação ativa, uso de indicadores viáveis e ferramentas adequadas, promovendo decisões transparentes, equânimes e baseadas em evidências.
FORTALECIMENTO DA FUNÇÃO GESTORA DAS SES NA CONSOLIDAÇÃO DO SUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA ÓTICA DO INTERLOCUTOR DO PROJETO FORTALECE SES NO RN
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN (SESAP RN)
2 Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC)
Período de Realização
Esse relato faz o recorte das etapas concluídas, do projeto, entre 2024 e 2025.
Objeto da experiência
O objeto são os(as) técnicos(as) das SES, cujas atividades se relacionam ao planejamento, monitoramento e avaliação do PES e PRI a nível central e regional
Objetivos
Os objetivos versam sobre o fortalecimento da gestão estadual do SUS, com foco no planejamento, monitoramento e avaliação das políticas de saúde, visando o aprimoramento da atuação da gestão na Governança Regional e no processo de implementação, monitoramento e avaliação do PRI.
Descrição da experiência
O projeto é parte do PROADI-SUS (2024/2026), uma parceria entre o MS, HAOC e CONASS. Sua implementação passa pela escolha de foco estratégico vinculado ao PRI para monitoramento e avaliação, pelo desenvolvimento de práticas de gestão da SES, pela realização de cursos de aprimoramento na modalidade EaD e oficinas participativas, com temas baseados nas necessidades de gestão e com abordagem de aprendizagem ativa, que valoriza os saberes prévios, visando o planejamento ascendente.
Resultados
O projeto avançou significativamente com etapas estratégicas concluídas, destacando-se a ampla participação regional. O foco prioritário foi definido com base na análise da ASIS, aplicação da matriz SWOT e elaboração da árvore explicativa. Todas as ações estão integradas ao Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE), articuladas às Ofertas de Cuidados Integrados (OCI) e ao processo contínuo de regionalização da saúde.
Aprendizado e análise crítica
O projeto vem proporcionando o desenvolvimento de práticas na gestão estadual das SES na ótica da elaboração, monitoramento e avaliação dos instrumentos do SUS (PES, PAS, RDQA, RAG), articulados ao PRI e ao planejamento governamental (PPA, LOA, LDO, Plano de Governo). Fortaleceu o aprimoramento das práticas de gestão das equipes (nível central e regional), com forte atuação na Governança Regional, além de ampla participação de técnicos(as) no planejamento e condução da política de saúde no RN.
Conclusões e/ou Recomendações
O desenvolvimento de práticas de Educação Permanente em Saúde (EPS) para os trabalhadores é fundamental para analisar os fatores que impactam as metas propostas e sua relação com o planejamento regional. Integrada à outras estratégias, a EPS favorece a aprendizagem em gestão e a qualidade dos serviços. O envolvimento dos atores e a comunicação entre liderança e profissionais tornam o planejamento mais eficaz, otimizando as políticas públicas.
PROCESSO METODOLÓGICO PARA ESTIMATIVA DE NECESSIDADES: UMA EXPERIÊNCIA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SALVADOR
Pôster Eletrônico
1 SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE/SALVADOR
Período de Realização
A experiência foi iniciada em fevereiro de 2025, sendo concluída em maio de 2025.
Objeto da experiência
Desenvolvimento de metodologia para estimar a necessidade de procedimentos ambulatoriais de média e alta complexidade para a população de Salvador.
Objetivos
Relatar a experiência da construção de uma metodologia para estimar de modo quantitativo a necessidade de procedimentos ambulatoriais de média e alta complexidade, baseada em evidências técnico-epidemiológicas e desenvolvida para suprir a lacuna de parâmetros oficiais.
Descrição da experiência
No contexto do planejamento e avaliação da Rede de Atenção à Saúde, surgiu a necessidade de estimar os quantitativos dos procedimentos ambulatoriais de média e alta complexidade da Tabela SUS. Foi elaborada uma metodologia baseada em critérios técnico-científicos e dados de prevalência, incidência e taxa de utilização da população-alvo, que qualifica os processos de avaliação e subsidia a organização da rede conforme necessidades epidemiológicas, superando a lógica restrita à demanda espontânea.
Resultados
Desenvolveu-se metodologia quantitativa, com abordagem da epidemiologia descritiva, que utilizou dados secundários de prevalência, incidência e taxas de indicação clínica, obtidos na literatura e sistemas de informação. Inicialmente, identificou-se 1.035 procedimentos ambulatoriais da Tabela SUS, e, a partir dos critérios adotados, 628 permaneceram no escopo do estudo. Destes, 450 foram estimados pela metodologia proposta e 89 por parâmetros do Ministério da Saúde, totalizando 539 procedimentos.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou desafios frente à escassez de parâmetros oficiais e dados da literatura científica condizentes à realidade local, demandando autonomia técnica, análise crítica e trabalho colaborativo. O processo reafirmou a importância do planejamento qualificado, demonstrando que, apesar das limitações, é possível construir instrumentos robustos e aplicáveis à gestão, contribuindo para o fortalecimento da organização da Rede de Atenção à Saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência reforça a importância de incorporar critérios epidemiológicos ao planejamento do SUS, superando a lógica da demanda espontânea e adotando uma perspectiva orientada às necessidades em saúde. A metodologia desenvolvida é aplicável a diferentes contextos, desde que adaptada às especificidades locais. Recomenda-se sua atualização periódica e diretrizes nacionais para orientar tais estimativas.
ESTIMANDO NECESSIDADES DE PROCEDIMENTOS ORTOPÉDICOS: A EXPERIÊNCIA DE UMA EQUIPE TÉCNICA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SALVADOR
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde de Salvador
Período de Realização
A experiência foi iniciada em fevereiro de 2025, sendo concluída em maio de 2025.
Objeto da experiência
Construção de metodologia para dimensionar necessidades de procedimentos ortopédicos ambulatoriais na população do município de Salvador/BA.
Objetivos
Relatar a experiência na elaboração de metodologia para estimar as quantidades necessárias de procedimentos especializados da Tabela SUS para a atenção à saúde da população de Salvador, com ênfase na especialidade de ortopedia.
Descrição da experiência
A equipe técnica da SMS/Salvador, em seu processo de trabalho, identificou a necessidade de estimar os quantitativos de procedimentos ortopédicos para a assistência à população local. Frente à escassez de parâmetros oficiais, desenvolveu-se uma metodologia baseada em critérios técnico-científicos, de modo a possibilitar que as necessidades de saúde da população estejam refletidas na organização da rede de atenção à saúde.
Resultados
Elaborou-se uma metodologia quantitativa com abordagem de epidemiologia descritiva, utilizando dados secundários para identificar a população-alvo dos procedimentos ortopédicos, que são associados às causas externas de morbimortalidade na literatura científica. Aplicou-se uma taxa, calculada pela divisão da produção ambulatorial, por 45% da população-alvo. O resultado foi distribuído proporcionalmente à produção, obtendo-se a estimativa individual dos procedimentos.
Aprendizado e análise crítica
O desenvolvimento da metodologia deparou-se com a baixa disponibilidade de dados epidemiológicos e de estudos, sobretudo a nível local, referentes às causas externas de morbimortalidade. O processo exigiu o trabalho em equipe, com esforço coletivo na aposta do planejamento estratégico setorial como forma de aprimorar as práticas de gestão e o processo de planejamento, avaliação e organização da rede assistencial, de modo que estes sejam condizentes com as necessidades de saúde da população.
Conclusões e/ou Recomendações
Estimar as necessidades dos procedimentos contribui para que a programação, avaliação e organização da rede sejam alinhadas às necessidades de saúde da população, reforçando, assim, a importância do uso de métodos científicos na gestão do SUS. A metodologia pode ser replicada a outras realidades, desde que adaptada às especificidades locais. Recomenda-se a atualização contínua das estimativas, a partir do resultado de novos estudos e parâmetros.
PROJETO GESTÃO COM CIÊNCIA: ARTICULANDO A PRODUÇÃO CIENTÍFICA NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE DE FORTALEZA
Pôster Eletrônico
1 ESPFOR/SMS FORTALEZA
Período de Realização
O Projeto teve início em março de 2025 e foi desenhado para ser contínuo com reavaliação anual.
Objeto da experiência
Apresentar uma estratégia de articulação entre gestores e pesquisadores para aproximar a produção científica do município com a gestão municipal.
Objetivos
Promover a articulação dos gestores da SMS de Fortaleza com os pesquisadores que estão desenvolvendo tecnologias para a Rede, a fim de construir estratégias de disseminação e translação do conhecimento, buscando soluções possíveis, para resolver problemas reais do território, em tempo oportuno.
Descrição da experiência
Foram realizadas reuniões entre os técnicos da Escola de Saúde Pública de Fortaleza, a gerência da APS e as Instituições de Ensino Superior para discussão e pactuação da proposta. O cronograma prevê a realização de fóruns mensais com pesquisadores, gestão e profissionais do serviço para análise, apoio e monitoramento das pesquisas. Nos fóruns, serão discutidas as demandas dos territórios, os resultados das pesquisas e as possibilidades de aplicação prática das tecnologias em desenvolvimento.
Resultados
Identificou-se a falta de oportunidade de comunicação com a gestão para implementação das tecnologias desenvolvidas ou em desenvolvimento. Evidenciou-se a relevância da criação de espaços sistemáticos de diálogo entre pesquisadores e gestores. Os encontros demonstraram-se estratégicos para fortalecer a interlocução, oportunizando a construção coletiva de soluções inovadoras para desafios concretos da Rede. A proposta de aproximação com a gestão foi acolhida com interesse e entusiasmo.
Aprendizado e análise crítica
A experiência oportunizou um processo dialógico de construção colaborativa entre a gestão e as Instituições de Ensino Superior, a fim de pensar estratégias para resolver problemas reais da Rede, de forma oportuna e contextualizada. As ações foram pautadas em princípios de integração pesquisa-serviço e inovação tecnológica, buscando garantir que os produtos das pesquisas gerem impactos reais na qualificação dos processos de trabalho e no fortalecimento da gestão em saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Os encontros refletiram a importância da interlocução dos pesquisadores com a gestão, promovendo a construção de estratégias de qualificação dos processos de trabalho e inovação em saúde, a partir dos estudos que vem sendo desenvolvidos na Rede. A iniciativa reafirma a importância de integrar pesquisa, prática e gestão como caminho para a qualificação dos processos de trabalho e para a efetiva translação do conhecimento em saúde.
AVALIAÇÃO EM SAÚDE: A MATRIZ SWOT COMO FERRAMENTA FORMATIVA NO CAMPO DA SAÚDE COLETIVA
Pôster Eletrônico
1 UEPA
Período de Realização
A avaliação da intervenção, centrada na aplicação da Matriz SWOT, foi realizada em maio de 2025.
Objeto da experiência
Aplicação da Matriz SWOT como ferramenta de avaliação de uma ação em saúde do Programa saúde na Escola (PSE) no contexto escolar.
Objetivos
Descrever a experiência de acadêmicos do curso de Saúde Coletiva da Universidade do Estado do Pará na condução da etapa avaliativa de uma intervenção do PSE, utilizando a Matriz SWOT como ferramenta de análise no contexto de uma escola pública de Belém/PA.
Descrição da experiência
A avaliação foi conduzida por graduandos de Saúde Coletiva, com participação de representantes das frentes da ação: práticas integrativas, testagem de ISTs, rastreamento de Hiperdia e educação em saúde. Foram identificados fatores internos (forças e fragilidades) relacionados ao planejamento, execução e articulação da intervenção, e fatores externos (oportunidades e ameaças) vinculados ao contexto escolar, à intersetorialidade e aos determinantes sociais que impactaram a ação.
Resultados
A avaliação definiu como força a interdisciplinaridade, o apoio da coordenação do curso durante o período de planejamento e o fortalecimento da habilidade de planejamento. Como oportunidades, observou-se a articulação e o apoio das instituições parceiras. Entre as fraquezas, apontaram-se a fragilidade na comunicação entre os setores e a insuficiência de insumos na UBS. Nas ameaças, destacaram- se a desorganização das salas disponibilizadas pela escola parceira.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que a aplicação da Matriz SWOT favoreceu uma análise crítica qualificada da intervenção em saúde, permitindo a identificação de avanços, desafios e estratégias de aprimoramento. Destacou-se o protagonismo dos acadêmicos de Saúde Coletiva nos processos avaliativos e o fortalecimento de competências em planejamento, análise crítica e corresponsabilidade, evidenciando o potencial formativo da ferramenta no campo da avaliação em saúde e da intersetorialidade.
Conclusões e/ou Recomendações
A aplicação da Matriz SWOT revelou-se um exercício de construção coletiva, capaz de transformar a avaliação em um espaço de aprendizagem, escuta e reflexão crítica. Nesse processo, destaca-se a potencialidade do profissional de Saúde Coletiva de impulsionar diálogos, promover integração entre saberes e fornecer respostas às demandas do território escolar, reafirmando seu papel estratégico na produção do cuidado e na gestão em saúde.
AVALIAÇÃO DO PROGRAMA MÉDICOS PELO BRASIL: DESAFIOS E ESTRATÉGIAS NA CIÊNCIA DA IMPLEMENTAÇÃO EM ESCALA NACIONAL
Pôster Eletrônico
1 UnB
Período de Realização
abril/2025 – presente
Objeto da experiência
Concepção, planejamento e etapas iniciais da avaliação, em ciência da implementação, do Programa Médicos pelo Brasil (PMpB) em território nacional.
Objetivos
Relatar a experiência de estruturação de uma avaliação nacional, destacando os desafios metodológicos e estratégias adotadas, no âmbito da ciência da implementação, visando subsidiar o aprimoramento da Política de Provimento Médico Federal (PPMF), em parceria com o Ministério da Saúde (MS).
Descrição da experiência
Trata-se de estudo nacional, em rede de pesquisa, sobre PPMF. A investigação em profundidade, com amostra de municípios participantes do PMpB, explorará aspectos da tutoria do programa, bem como a relação dos médicos com tutores e gestores, além da focalização. O desenho do estudo se ancora em premissas da ciência da implementação, visando reduzir a lacuna entre pesquisa e prática. A integração em rede e o diálogo com a unidade gestora tornam-se indissociáveis no processo.
Resultados
Instituiu-se a rede de pesquisa em PPMF, coordenada pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde do MS. No evento de Marco Zero, houve debate sobre pesquisas de avaliação e pactuação de colaboração (instrumentos/resultados), além da definição de agenda de acompanhamento e compartilhamento de resultados, para aproximar a execução da política. Etapa inicial incluiu análise de dados secundários e da evolução normativa; construção dos instrumentos de coleta, discutidos em breve na rede de pesquisa.
Aprendizado e análise crítica
A experiência com a ciência da implementação revelou o desenho da avaliação como um processo colaborativo e dinâmico. A seleção de municípios integrou a análise de dados a um diálogo contínuo com gestores locais e do MS. A construção dos instrumentos de pesquisa demandou um processo participativo, alinhando o rigor metodológico às realidades do Programa. A viabilidade da avaliação em larga escala mostrou-se dependente da construção de confiança e de parcerias sólidas com os atores envolvidos.
Conclusões e/ou Recomendações
A estruturação da avaliação do PMpB reforça a Ciência da Implementação como referencial estratégico para superar a lacuna evidência-prática. Sua aplicação é chave para à tradução do conhecimento, que além de descrever os resultados, explica como e por que funcionam as políticas. Recomenda-se sua incorporação nas avaliações do SUS para fortalecer a gestão e a formação dos profissionais e garantir implementação efetiva de políticas de saúde.
EXPERIÊNCIA DO PET SAÚDE EQUIDADE NO DIAGNÓSTICO DAS AÇÕES DAS COMISSÕES LOCAIS DE SAÚDE DO(A) TRABALHADOR(A) NO ESTADO DA BAHIA
Pôster Eletrônico
1 UFBA
2 SESAB
Período de Realização
A experiência relatada foi iniciada em maio de 2025 e continua em curso.
Objeto da experiência
As Comissões Locais de Saúde do Trabalhador (CLST), em unidades da rede própria da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia.
Objetivos
Apresentar a experiência de estudantes extensionistas de graduação, vinculados ao Programa Educação pelo Trabalho (Pet Saúde Equidade- Ministério da Saúde), junto às CLSTs, consideradas instâncias de controle social e cogestão participativa de saúde do trabalhador no âmbito do SUS.
Descrição da experiência
Inicialmente, realizou-se uma reunião virtual, em maio de 2025, com a participação de 08 CLSTs. Em seguida, foi concretizada visita técnica em unidade de saúde para acompanhamento das atividades in loco de CLST considerada referência. A partir da escuta das demandas de seus membros, houve a elaboração de um instrumento para coleta de dados. Ademais, promoveu-se o primeiro encontro integrado de CLSTs do estado, cujo objetivo foi fortalecer canais de diálogo e divulgar o instrumento diagnóstico.
Resultados
Das 32 CLSTs existentes, 29 responderam ao instrumento. A análise aponta que 26 Comissões não possuem trabalhadores REDA ou representantes da CIPA. Os desafios estão associados à falta de recursos; dificuldades em participar das decisões e de articular com outros agentes. Observa-se heterogeneidade de respostas relacionadas à frequência de execução de funções. 53,3% não possuem acesso aos registros de violência, acidente e adoecimento na unidade e 66,7% não possuem dados sobre saúde mental.
Aprendizado e análise crítica
Ganho formativo às estudantes com a integração ensino-serviço-comunidade, por meio do contato com aspectos desafiadores do controle social e da cogestão participativa, que abordam reflexões sobre a precarização de relações, vínculos e processos de trabalho, bem como a aplicação de políticas de saúde do trabalhador e a mobilização coletiva. Percebeu-se a dificuldade para a CLST responder ao instrumento, devido aos desafios cotidianos de ofertar o cuidado à saúde e desenvolver as ações da CLST.
Conclusões e/ou Recomendações
O trabalho de aproximação com as CLSTs segue em andamento, e o instrumento diagnóstico será utilizado para embasar ações futuras. Neste âmbito, o PET tem proporcionado relevante experiência multiprofissional e aprendizado sobre a atenção à saúde do trabalhador no SUS. Considera-se que ainda há um longo caminho para garantia de participação e controle social dos trabalhadores, contudo, as CLSTs possuem grande potencial para promoção de mudanças.
MONITORAMENTO DOS SERVIÇOS DE HEMOTERAPIA NO MAIOR ESTADO DA REGIÃO AMAZÔNICA BRASILEIRA, O AMAZONAS, NO TRIÊNIO 2023-2025
Pôster Eletrônico
1 Gerência de Vigilância de Serviços - GEVSER/VISA MANAUS
2 GEVSER - VISA MANAUS/ DEVISA-GSERVIS-FVS-RCP
3 Gerência de Sangue, Tecidos, Células, Órgãos e Produtos de Terapias Avançadas - GSTCO- ANVISA
4 DEVISA/GESERVIS/FVS-RCP
5 GSERVIS – DEVISA/FVS-RCP
6 Gerência de Sangue, Tecidos, Células, Órgãos e Produtos de Terapias Avançadas (GSTCO/ANVISA)
7 Departamento de Vigilância Sanitária da Fundação de Vigilância em Saúde - Dra. Rosemary Costa Pinto RCP – (DEVISA/FVS-RCP)
8 Departamento de Vigilância Sanitária – DEVISA/FVS-RCP
9 FVS-RCP
10 Gerência de Vigilância de Serviços – GEVSER/VISA MANAUS
Período de Realização
Triênio 2023-2025
Objeto da experiência
Hemorrede do Amazonas
Objetivos
O monitoramento dos SH pelo SNVS vem sendo realizado percorrendo as calhas dos rios amazonenses desde 2023 e tem como objetivo inspecionar 85 unidades (100% dos SH) até o final de 2025, de modo a avaliar o risco potencial da hemorrede do estado.
Descrição da experiência
Os SH estão sendo avaliados utilizando-se o MARP-SH desenvolvido pela ANVISA, o que permite a classificação dos estabelecimentos em categorias que variam de acordo com o percentual de cumprimento dos itens do roteiro de inspeção, distribuídas da seguinte forma: Baixo Risco (≥ 95%), Médio-Baixo Risco (≥ 80% <95%), Médio Risco (≥ 70% <80%), Médio-Alto Risco (≥ 60% < 70%) e Alto Risco (< 60%). O instrumento possui itens relacionados a RH, processos de trabalho, equipamentos e estrutura física.
Resultados
Foram inspecionados 29 serviços em Manaus e 33 no interior, o que representa 62 (73%) SH monitorados até junho de 2025. No triênio anterior (2020-2022) foram inspecionados 32 serviços. Articulações com órgãos estratégicos têm sido efetivadas com objetivo de melhorar a qualidade dos SH, culminando inclusive na divulgação de liberação de recursos financeiros pela SES/AM a serem investidos nos SH da capital, bem como a realização diversas capacitações pelo Hemocentro Coordenador.
Aprendizado e análise crítica
O histórico de cobertura das inspeções nos SH do Amazonas sempre foi baixo nos anos anteriores ao triênio 2023-2025 porque a logística de deslocamento no estado é complexa e onerosa. Assim, políticas de repasses financeiros do SUS para o AM deveriam levar em consideração o custo amazônico. Contudo, as articulações interinstitucionais são estratégicas para maior visibilidade das ações de VISA e a necessidade de investimentos direcionados aos SH para mitigação dos riscos detectados.
Conclusões e/ou Recomendações
A intensificação das ações fiscalizatórias está permitindo um mapeamento da situação sanitária dos Serviços de Hemoterapia no Amazonas. Adicionalmente, as articulações com atores estratégicos (MPE, SES/AM, HEMOAM e MS) estão contribuindo para maior atenção ao quadro situacional da hemorrede no estado. Ademais, as ações do triênio 2023-2025 motivam os SH a darem continuidade nas melhorias de modo a garantir produtos e serviços com menor risco.
AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS DE TRANSMISSÃO HÍDRICA E ALIMENTAR, MÓDULO SURTO, MINAS GERAIS, 2020 - 2024.
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Estado de Saúde Minas Gerais
Período de Realização
O presente relato de experiência foi realizado nos meses maio e junho de 2025.
Objeto da experiência
Sistema Estadual de Vigilância Epidemiológica de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA), de notificação compulsória e imediata no Brasil.
Objetivos
Avaliar o sistema de vigilância epidemiológica das doenças transmissão hídrica e alimentar, módulo surto, entre 2020 a 2024, em Minas Gerais.
Identificar desafios e oportunidades para aprimoramento do sistema de vigilância, no âmbito da gestão estadual, reduzindo riscos à saúde da população mineira.
Metodologia
Estudo baseado em dados coletados do SINAN, analisados no Excel/Office 365. Utilizou-se Guidelines for Evaluating Disease Surveillance Systems of Centers for Disease Control and Prevention para avaliar atributos qualiquantitativos. Parâmetros de classificação (%): Excelente (>90), Bom (81-90), Regular (71-80), Ruim (<70). Variáveis de análise: qualidade dos dados (duplicidade, completude, consistência); representatividade (regional de saúde notificadora); oportunidade de encerramento dos surtos.
Resultados
Verificou-se 980 notificações de surtos de DTHA. Atributo qualidade alcançou 90,1%, nas variáveis (%): não duplicidade (98,4), completude (79,2) e consistência (92,8). Completude de suspeitos, doentes, faixa etária e sexo, critério de confirmação e encerramento (>95%); agente etiológico e alimento causador (54%). Consistência na notificação (87,5%) e entre suspeitos e doentes (98,1%). Oportunidade em 82,9% dos registros. Representatividade territorial em 96,4% das 28 Regionais de Saúde (RS).
Análise Crítica
Embora a qualidade de dados seja boa é fundamental buscar as causas de baixa completude nas variáveis que favorecem o encerramento inconclusivo dos surtos. Representatividade de notificação dos surtos de DTHA excelente em Minas Gerais, mas 71,6% dos registros estão concentrados em 5 RS na série temporal. A análise de oportunidade é boa, baseada no indicador nacional referente à proporção adaptada para surtos de DTHA encerrados em até 60 dias após notificação, alcançou a meta mínima de 80%.
Conclusões e/ou Recomendações
O estudo avaliativo correspondeu aos objetivos propostos, contribuiu como referencial para o sistema de vigilância e aperfeiçoamento dos processos de trabalho no estado. Apresentou resultado bom em qualidade dos dados. É representativo e oportuno. Principais recomendações: ações educacionais (regional e municipal); melhoria contínua nos processos de gestão da informação dos eventos; monitoramento e avaliação periódica do sistema de vigilância.
MAPA FALANTE DOS RISCOS NO TRÂNSITO NO RECONHECIMENTO DE FATORES DE EXPOSIÇÃO À INSEGURANÇA VIÁRIA
Pôster Eletrônico
1 PPGEO UERJ e CEDAPS
2 PPGGeo PUC-Rio e CEDAPS
3 IMS/UERJ e CEDAPS
4 PPGF USP e CEDAPS
5 UERJ e CEDAPS
Período de Realização
A experiência ocorreu entre os meses de setembro e outubro de 2024
Objeto da experiência
Apresentação da Oficina do Mapa Falante dos Riscos no Trânsito, parte do projeto piloto “A Caminho da Escola 2.0”, idealizado pela CET-Rio e parceiros.
Objetivos
Demonstrar o potencial do uso da tecnologia social do Mapa Falante Cedaps, derivada da metodologia Construção Compartilhada de Soluções Locais (CCSL), em um ambiente escolar, para a avaliação e análise dos riscos de trânsito no caminho que os estudantes percorrem até a instituição e planejar ações.
Metodologia
A experiência integrou o projeto piloto “A Caminho da Escola 2.0”, com oficinas que promoveram a escuta dos estudantes acerca de seus cotidianos de modo a sensibilizá-los no reconhecimento de fatores de exposição à insegurança viária, usando o MyMaps para georreferenciar pontos de risco e sugerir soluções. Os participantes utilizaram tablets e aprenderam a construir mapas digitais, sendo estimulados a atuar como agentes de mudança em seus territórios.
Resultados
O Mapa Falante CEDAPS viabilizou o levantamento e avaliação de locais de maior vulnerabilidade sobre riscos de atropelamento para os estudantes. Os resultados quantitativos podem ser observados nos seis mapas de riscos de trânsito que reúnem 181 pontos com descrições feitas pelos estudantes. O principal resultado qualitativo foi o estímulo à cidadania a partir do olhar para si mesmo como pertencente ao território e contribuinte direto de soluções para problemas locais.
Análise Crítica
Considerando que, a gestão do trânsito e das políticas de mobilidade urbana envolvem planejamento intersetorial, monitoramento de indicadores e avaliação de impacto na saúde da população, os pontos levantados dialogam não somente com a CET Rio, no intuito de responder com infraestrutura, mas articula com a educação no trânsito promovida pela escola, organizações da sociedade civil, e gestão institucional com o desenvolvimento de políticas e marcos regulatórios.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência, unida ao problema de saúde pública que endossa estatísticas de mortalidade e sequelas permanentes das vítimas, aponta para o mapeamento de riscos de trânsito pelo público escolar como estratégia de prevenção e promoção de saúde e cidadania, pois permite a identificação de áreas críticas, fomenta a conscientização dos jovens sobre segurança viária e fortalece a articulação entre comunidade escolar e gestores na redução de acidentes.
GOVERNANÇA VIVA E PROMOÇÃO DA SAÚDE: A CONSTRUÇÃO PARTICIPATIVA DO MODELO DE GOVERNANÇA E GESTÃO DO OTSS
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ e UNICAMP
2 FIOCRUZ
3 FIOCRUZ e UFRJ
Período de Realização
Agosto de 2009 à junho de 2025
Objeto da experiência
Construção e transformações do modelo de governança do Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina
Objetivos
Apresentar o modelo de governança do OTSS
Discutir os processos de transformação do modelo de governança e gestão
Descrição da experiência
Parceria entre Fiocruz e FCT, o OTSS é um espaço de geração de conhecimento crítico, a partir do diálogo entre saber tradicional e científico. A governança é realizada a partir de espaços de gestão que incluem pesquisadores comunitários e acadêmicos. O processo de governança do OTSS evoluiu de um formato por coordenação para uma governança territorializada, ampliando a articulação com o território e criando um modelo inovador focado no desenvolvimentos sustentável e na promoção da saúde
Resultados
A governança do OTSS era realizada por coordenações, que contavam com comunitários e acadêmicos, garantindo decisões construídas a partir do diálogo de saberes. O crescimento da área de atuação de 3 para 7 municípios e da equipe para 240 pessoas tornou necessário atuar a partir de colegiados territorializados que contam com comunitários e acadêmicos de todas as coordenações e garantem a tomada de decisão a partir das demandas do território sem perda de direcionalidade política.
Aprendizado e análise crítica
A governança em um programa construído entre uma instituição de estado e um movimento social traz desafios. Um deles é garantir uma gestão territorializada que discuta demandas e construa soluções a partir do território. O modelo setorizado utilizado no OTSS foi adequado durante anos, porém com mudanças no território e na gestão, deixou de ser suficiente. Sua transformação, a partir de um processo de governança viva, foi fundamental e garantiu a continuidade de um diálogo radical entre saberes
Conclusões e/ou Recomendações
A garantia de processos participativos e com direcionalidade política depende de modelos de governança que favoreçam o diálogo de diferentes atores e saberes. No caso do OTSS, um Programa fortemente territorializado, foi fundamental que esse modelo se tornasse territorializado. Isso foi possível porque o OTSS atua a partir de Governança Viva, que possibilita alterações do modelo de governança a partir de alterações nos territórios e nos processos de gestão
PAINEL DE TUBERCULOSE PARA O PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DAS AÇÕES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Pôster Eletrônico
1 OPAS
2 SES-RJ
Período de Realização
Abril de 2024 em diante
Objeto da experiência
Apresentação do painel de tuberculose (TB) produzido por profissionais da Gerência Estadual de Tuberculose da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro.
Objetivos
Apresentar a construção do painel de indicadores de TB para utilização pelos profissionais e gestores de saúde municipais e estadual no apoio ao planejamento, monitoramento e avaliação das ações.
Metodologia
O Painel de Tuberculose foi elaborado por um Grupo de Trabalho Interdisciplinar, dentro do Projeto “Fortalecimento das ações de controle e eliminação da TB no Estado do Rio de Janeiro” em cooperação técnica (CT) entre Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES/RJ), Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Ministério da Saúde. A ferramenta tem como objetivo apoiar a gestão na tomada de decisões e qualificação das ações, com o apoio institucional da GERT aos gestores municipais.
Resultados
O Painel TB é composto por dados referentes à: perfil sociodemográfico; indicadores epidemiológicos e operacionais para a população geral, privada de liberdade (PPL) e em situação de rua (PSR); e vigilância laboratorial. Os dados são atualizados mensalmente e a inclusão de novos indicadores e melhorias do painel compõem o trabalho desenvolvido no GT. O Painel é mais usado por parte dos profissionais da GERT no monitoramento e avaliação dos indicadores dos planos de ação municipais elaborados.
Análise Crítica
Mais do que apresentar informações dos indicadores, espera-se que a interpretação dos resultados, frente à linha de cuidado de TB existente e ao cenário local, apoie os planos de ação, revisão de fluxos, educação permanente e articulação intra e intersetorial. Uma maior exploração das potencialidades do uso do Painel, pelos profissionais da GERT e gestores municipais, ainda é necessária. A construção coletiva exige maior tempo, porém, é enriquecida pela pluralidade de profissionais envolvidos.
Conclusões e/ou Recomendações
O Painel TB está disponível em https://monitorar.saude.rj.gov.br/. É necessária a formação permanente dos atores mencionados para o pleno uso como ferramenta de apoio à gestão. A revisão e expansão seguirão sendo objeto do GT, mas deve ser retroalimentada pelos usuários. Deve-se aprimorar a apresentação das informações e gerenciamento dos dados para uso nas instâncias de gestão do SUS, visando incidir sobre as necessidades no cuidado em TB.
ARTICULAÇÃO COM OS ESPAÇOS DE GOVERNANÇA DO SUS NO FORTALECIMENTO DAS AÇÕES DE CONTROLE E ELIMINAÇÃO DA TUBERCULOSE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Pôster Eletrônico
1 SES-RJ
2 OPAS
Período de Realização
Ano de 2024 e 2025
Objeto da experiência
Articulação com os órgãos colegiados de gestão do SUS para fortalecimento das ações de eliminação da tuberculose no Estado do Rio de Janeiro.
Objetivos
Fortalecer a capacidade de resposta estadual ao cenário da tuberculose (TB) no Estado do Rio de Janeiro (ERJ).
Descrição da experiência
As ações de enfrentamento da TB estão contempladas na Política Estadual-Lei Estadual Nº 8746/2020, e nos instrumentos de gestão do SUS. Para alcance das metas estaduais, foi elaborado Plano Estadual de controle e eliminação da tuberculose 2021-2025. Para sua execução tem sido articulados espaços dos colegiados intergestores regionais (CIR) e bipartite (CIB), visando o engajamento dos gestores, a formalização de fluxos e pactuação da distribuição de recursos financeiros.
Resultados
No ano de 2024 foi pactuada em CIR e CIB a expansão da Rede de Diagnóstico Laboratorial de Tuberculose, com a descentralização da oferta de Teste Rápido Molecular para todas as regiões do estado, além da distribuição dos recursos disponibilizados pela Política de Incentivo Ministerial para os anos de 2024 e 2025. Esses espaços deliberativos mostraram-se como fundamentais para a sustentabilidade do Plano TB, assegurando os investimentos nos municípios prioritários para o alcance das metas.
Aprendizado e análise crítica
O aprendizado obtido com a implementação do Plano TB no ERJ mostra que os avanços alcançados só são sustentáveis com uma gestão compartilhada e bem articulada. Entraves como a dificuldade de integração entre os entes federativos e a instabilidade no financiamento das ações exigem o fortalecimento dos espaços de negociação e o comprometimento com a efetiva implementação das decisões pactuadas, com foco na equidade e na integralidade do cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
A execução de políticas públicas de saúde deve manter permanente articulação com os órgãos colegiados de gestores, para o fortalecimento da governança no SUS e aprimoramento de ações de saúde. Essa integração promove o alinhamento das políticas com as necessidades locais, a pactuação de responsabilidades entre gestores estaduais e municipais, com implementação de estratégias mais eficientes e integradas, otimizando o uso de recursos disponíveis.
GESTÃO EM REDES: EXPERIÊNCIA DE SISTEMATIZAÇÃO DA COORDENAÇÃO DO CUIDADO E O MAPEAMENTO DE PROCESSOS EM NITERÓI-RJ
Pôster Eletrônico
1 FMS Niterói
Período de Realização
2023-2025
Objeto da experiência
Mapeamento de processos
Objetivos
Relatar a experiência da Direção Técnica de Redes/VIPACAF na implementação do mapeamento de processos na rede SUS do município de Niterói, enquanto ferramenta de gestão, com ênfase na construção de uma métrica de avaliação da coordenação do cuidado.
Descrição da experiência
Estudo descritivo, com abordagem qualitativa, estruturado como relato de experiência. Foram utilizados dados institucionais de planejamento, atas de reuniões gerenciais e painéis de indicadores. O processo de mapeamento foi conduzido por equipe técnica multiprofissional, utilizando referências apoiadas em metodologias ativas e ágeis adaptadas à saúde pública; e,
Resultados
O mapeamento possibilitou:
• Identificar os principais nós assistenciais e gargalos de comunicação entre os pontos de atenção.
• Sistematizar fluxos de encaminhamento, retorno com contrarreferência e gestão de filas.
• Definir papéis e responsabilidades de cada categoria profissional envolvida na linha de cuidado.
• Subsidiar a elaboração de protocolos operacionais padronizados (POPs) e novos instrumentos de avaliação.
Aprendizado e análise crítica
Entre os ganhos institucionais, destacam-se o aumento da transparência nos fluxos de trabalho, maior integração entre equipes e fortalecimento da cultura de planejamento e melhoria contínua. O processo também se conectou às ações de padronização de funções e cargos no município, consolidando-se como etapa essencial para o desenvolvimento de métricas de avaliação da coordenação do cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
O mapeamento de processos, quando conduzido de forma participativa e alinhado às necessidades do território, configura-se como ferramenta potente para qualificar a coordenação do cuidado..
APLICAÇÃO DAS MATRIZES SWOT E 5W2H NA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia
Período de Realização
A experiência relatada ocorreu no dia 26 de abril de 2025, no turno da tarde.
Objeto da experiência
Aplicação da matriz SWOT associada a 5W2H para identificar fragilidades e potencialidades, possibilitando a elaboração de um plano de ação.
Objetivos
Relatar a experiência acerca da aplicação da matriz SWOT e a 5W2H em um serviço de vigilância epidemiológica tendo em vista a necessidade de aprimorar as ações e fortalecer o planejamento e a organização do serviço.
Descrição da experiência
A abordagem metodológica incluiu três etapas principais: 1-Aplicação da Matriz SWOT, sendo realizada uma análise participativa com todos os profissionais do setor, identificando forças, fraquezas, oportunidades e ameaças; 2- A equipe elencou os problemas de maior governabilidade; 3- Foi elaborado um Plano de Ação utilizando a 5W2H, priorizando três problemas principais: Centralização de processos em um único profissional, falta de capacitação interna e dificuldades no fluxo de informações.
Resultados
A aplicação da SWOT permitiu ao serviço refletir sobre algumas fragilidades, como a centralização de processos em um único profissional, e a necessidade de educação permanente para a equipe. Além disso, observou-se que a rotatividade de funcionários, falta de fluxos bem estabelecidos e o preenchimento inadequado das fichas de notificação são problemas que impactam diretamente o trabalho dos profissionais da vigilância epidemiológica.
Aprendizado e análise crítica
O plano de ação desenvolvido com a 5W2H focou na descentralização de processos através do treinamento de toda equipe, implementação de um cronograma de educação permanente e na melhoria do fluxo de informações com as unidades de saúde. A experiência demonstrou que a utilização da matriz SWOT e a 5W2H são essenciais para o planejamento e gestão em saúde, promovendo o engajamento da equipe no processo de mudança e a elaboração de um plano de ação factível e adaptado às necessidades.
Conclusões e/ou Recomendações
Assim, conclui-se que o uso articulado dessas ferramentas constitui uma estratégia eficaz para qualificar a gestão em saúde pública, especialmente em contextos desafiadores, como o da Vigilância Epidemiológica, reafirmando a importância do planejamento estratégico participativo como caminho para serviços mais eficientes, resolutivos e sustentáveis.
A IMPLANTAÇÃO DA PROGRAMAÇÃO DE CIRURGIAS ELETIVAS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE GRANDE PORTE
Pôster Eletrônico
1 HC-UFMG
Período de Realização
A experiência foi realizada entre agosto de 2023 e maio de 2025.
Objeto da experiência
Trata-se da implantação da programação de cirurgias eletivas em um hospital universitário de grande porte localizado na cidade de Belo Horizonte.
Objetivos
Relatar a experiência do Núcleo Interno de Regulação de um hospital universitário na implantação de processos relacionados à programação de cirurgias eletivas.
Descrição da experiência
A experiência ocorreu em hospital universitário de atenção terciária em Belo Horizonte. Os pacientes são encaminhados pela Secretaria Municipal de Saúde. Em agosto de 2023, foi criada comissão com representantes das especialidades e setores para organizar listas de espera e otimizar recursos, implementando programação cirúrgica com foco em planejamento, coordenação entre equipes e garantia de recursos, equidade e acesso.
Resultados
Foi criado um banco de dados unificado que permite monitorar todos os pacientes com indicação cirúrgica, promovendo equidade no acesso. A digitalização dos processos permitiu centralizar as informações, melhorando a comunicação entre equipes e reduzindo erros. A transparência e a agilidade na tomada de decisão foram aprimoradas, e a gestão dos recursos tornou-se mais eficiente, impactando positivamente na qualidade do atendimento e na organização das listas de espera.
Aprendizado e análise crítica
A adesão das equipes assistenciais foi um desafio, demandando reuniões com preceptores e residentes para adequar os fluxos às rotinas de cada especialidade. O engajamento foi essencial para o sucesso. O planejamento cirúrgico é complexo e envolve diversos setores, exigindo comunicação clara, constante revisão de protocolos e alinhamento contínuo entre os profissionais para responder de forma eficaz às necessidades assistenciais e operacionais.
Conclusões e/ou Recomendações
A Programação Cirúrgica trouxe avanços importantes na gestão das listas de espera e na transparência dos processos. A experiência destacou a relevância da comunicação entre setores e da capacitação das equipes. Recomenda-se intensificar as estratégias de comunicação interna, oferecer treinamentos regulares e adotar uma cultura de feedback contínuo, adaptando os fluxos conforme as demandas dos pacientes e da instituição.
IMPLANTAÇÃO DA EQUIPE DE GESTÃO DE ALTAS E O USO DE FERRAMENTAS CLÍNICAS: OTIMIZANDO O USO DO LEITO HOSPITALAR
Pôster Eletrônico
1 HMDCC
2 UIT
Período de Realização
Janeiro de 2024 a Dezembro de 2024
Objeto da experiência
Processos assistenciais e gerenciais em hospital público de Belo Horizonte, qualificando a jornada do paciente com segurança e qualidade na saúde.
Objetivos
Implementar governança clínica, gestão e ferramentas para otimizar processos assistenciais e gerenciais, qualificando a jornada do paciente para uma permanência hospitalar adequada e assistência segura e de qualidade, tendo a permanência hospitalar e o giro de leito como fonte de acompanhamento.
Descrição da experiência
Em hospital SUS de Belo Horizonte, foi criada a Equipe de Gestão de Altas (EGA), articulada ao Núcleo Interno de Regulação (NIR) e equipes assistenciais. Utilizou-se o software Tasy® para registro de dias verdes/vermelhos, previsão de alta, pendências, e alertas automatizados. Implementaram-se huddles assistenciais diários, controle de transferências pelo SUSFácil, painéis de Business Intelligence em tempo real e corridas de leito multidisciplinares, assegurando gestão proativa dos fluxos.
Resultados
Quando comparados com o ano anterior, em 2024 o volume de admissões cresceu (de 11.305 para 13.279) concomitante à redução da permanência geral (de 11,2 para 9,5 dias) e clínica médica (de 9,5 para 8,5 dias). Houve queda nas taxas de ocupação setoriais e maior giro de leitos (aumento absoluto de 29,80 para 34,19). A atuação integrada favoreceu maior disponibilidade de leitos e diminuição de gargalos assistenciais.
Aprendizado e análise crítica
A adoção de modelo integrado de gestão hospitalar associada a tecnologias de suporte decisório e engajamento multiprofissional possibilitou o aprimoramento contínuo dos processos. A análise sistemática de indicadores permitiu rápida identificação de entraves e ajustes oportunos na condução assistencial.
Conclusões e/ou Recomendações
A implementação da EGA, associada ao uso de ferramentas clínicas e estratégias de governança assistencial, demonstrou impacto positivo na redução da permanência hospitalar, otimização do uso de recursos e melhoria da qualidade assistencial em hospital público, com potencial de replicação em outros contextos hospitalares.
OFICINA PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE: UMA ESTRATÉGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO INTEGRADO NO SUS NA REGIÃO SUL DA BAHIA
Pôster Eletrônico
1 NRSSUL/SESAB
Período de Realização
A experiência ocorreu no período de novembro de 2021 a janeiro de 2022.
Objeto da experiência
Apoiar gestores e equipes municipais de saúde da Região Sul da Bahia na implantação/implementação do planejamento estratégico e integrado no SUS.
Objetivos
Orientar sobre os instrumentos de planejamento e gestão do SUS; promover debate entre gestores e áreas técnicas municipais, frente ao processo de construção e priorização das diretrizes, objetivos, metas e indicadores do Plano Municipal de Saúde 2022-2025 e inserção das mesmas no sistema DIGISUS.
Descrição da experiência
As Oficinas ocorreram em modalidade presencial, carga horária 08 horas, através de palestra para gestores e técnicos municipais sobre instrumentos de gestão do SUS e sistema DIGISUS; realizado divisão em salas por grupos de municípios com respectivos técnicos e apoiadores das áreas de vigilância em saúde, atenção primária, gestão e assistência farmacêutica do Núcleo Regional de Saúde Sul, para discutir a proposta e elaborar diretrizes, objetivos, metas e indicadores do Plano Municipal de saúde.
Resultados
Houve participação de 70% (47) dos municípios da Região, representados por técnicos da Atenção Primária à Saúde (24,5%), Vigilância Epidemiológica (13,5%), Vigilância Sanitária (10,6%), planejamento (8,6%), assistência farmacêutica (7,7%) e Secretários Municipais de Saúde (7,2%), promovendo integração, discussão ampliada dos problemas de saúde e ações necessárias para a resolução dos mesmos; 100% construíram de acordo o proposto e compartilharam o produto da oficina
Aprendizado e análise crítica
Os espaços de compartilhamento de saberes entre os diversos profissionais podem dar origem a novos modelos de compreender e fazer saúde, evidenciando a corresponsabilidade de sujeitos integrantes de uma equipe. A oficina do Plano Municipal de Saúde alcançou o objetivo, uma vez que proporcionou o encontro entre gestores e profissionais das diversas áreas técnicas favorecendo a troca de experiência e o exercício para a implantação/implementação do processo de planejamento integrado nos municípios
Conclusões e/ou Recomendações
Percebe-se que mesmo com as legislações vigentes do SUS, ainda existem entraves nos municípios dificultando a execução desta estratégia. É de extrema importância que este processo seja instituído como uma prioridade de gestão e que seja colocado em prática como uma ferramenta que contribua para a mudança e melhoria dos serviços prestados e que possibilite as intervenções nos problemas de saúde, além de otimizar recursos e maximizar resultados
INTEGRAÇÃO ENTRE VIGILÂNCIA EM SAÚDE E ATENÇÃO PRIMÁRIA: COLEGIADO MENSAL NA VI REGIÃO DE SAÚDE DE PERNAMBUCO
Pôster Eletrônico
1 SES Pernambuco
Período de Realização
Janeiro de 2025 a Maio de 2025
Objeto da experiência
A integração entre as equipes da Vigilância em Saúde e da Atenção Primária nos colegiados mensais regionais.
Objetivos
Fortalecer a governança regional e integrar ações entre vigilância e atenção primária, por meio de reuniões mensais que promovem planejamento conjunto, pactuação de ações e qualificação das práticas de cuidado e vigilância nos 13 municípios da VI Região de Saúde de Pernambuco.
Descrição da experiência
O colegiado mensal reúne equipes técnicas da vigilância e atenção primária de todos os municípios da região, com pauta definida coletivamente. São discutidos temas estratégicos como arboviroses, sífilis, vacinação, tuberculose, sistemas de informação e emergências em saúde. As reuniões ocorrem rotineiramente promovendo a troca de experiências e utilizando uma matriz de responsabilidades compartilhadas entre as áreas técnicas.
Resultados
A experiência resultou em maior integração entre APS e VS, melhoria dos fluxos de notificação, fortalecimento da investigação epidemiológica, aumento da resolutividade das ações em saúde e mobilização conjunta em campanhas. Houve avanço na comunicação entre os setores e fortalecimento da gestão regional, com impacto direto nos indicadores de saúde e no planejamento local.
Aprendizado e análise crítica
A articulação intersetorial contínua potencializa a resposta territorial às necessidades de saúde, mas exige compromisso político e técnico. Foram desafios a rotatividade de gestores, dificuldades logísticas e a necessidade de sensibilização permanente para o trabalho integrado. A experiência reforça que espaços dialógicos e pactuados são fundamentais para consolidar redes de cuidado e vigilância.
Conclusões e/ou Recomendações
A integração entre APS e VS por meio de colegiados mensais é uma estratégia eficaz para qualificar a gestão regional. Recomenda-se sua ampliação como política pública estruturante, com apoio institucional permanente e valorização dos espaços de governança interfederativa. A sustentabilidade requer compromisso político e institucionalização do modelo.
AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE: CONTRIBUIÇÕES DO NÚCLEO DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE DA UNIFESP-DIADEMA (NUD) PARA O SUS
Pôster Eletrônico
1 Programa de Pós-graduação em Medicina Translacional, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo
2 Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde da Universidade Federal de São Paulo campus Diadema - NUD
Período de Realização
Novembro de 2018 a dezembro de 2024
Objeto da experiência
Atuação do Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde (NATS) da Universidade Federal de São Paulo, no desenvolvimento de ATS para o SUS.
Objetivos
Relatar a experiência do NUD, um NATS vinculado à universidade e à Rede Brasileira de ATS (Rebrats), destacando sua contribuição para o campo da saúde coletiva quanto à produção técnico-científica, formação de recursos humanos e construção de políticas para o SUS.
Metodologia
O NUD desenvolve e fomenta a disseminação de conhecimento científico nas áreas de ATS e políticas públicas, para subsidiar tomadas de decisão, a formação de pessoas, e nortear o processo do cuidado em saúde. É organizado em quatro coordenações temáticas, possuindo mais de 30 bolsistas. Como membro da Rebrats, contribui para o campo da saúde coletiva por meio do desenvolvimento de Pareceres Técnico-Científicos e Relatórios de Recomendação, além de ações de ensino, pesquisa e extensão à comunidade.
Resultados
Já foram desenvolvidos ou estão em desenvolvimento 6 monitoramentos de tecnologia, 21 protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas, 24 relatórios de ATS e análises críticas, dois protocolos de uso e duas diretrizes metodológicas. Estas também resultam em publicações científicas: 8 artigos completos em periódicos e mais de 50 resumos em congressos. Nos últimos cinco anos, foram concluídos mais de 50 Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), 8 mestrados e 5 TCC de especializandos.
Análise Crítica
A consolidação do NUD evidencia que os NATS fortalecem o SUS ao integrar produção técnico-científica, formação e compromisso público. Isso exigiu o crescimento e capacitação da equipe e valorização da atuação multiprofissional, ampliação da comunicação interna e externa, ajustes organizacionais e aumento da necessidade de investimento. A experiência revela a importância do financiamento contínuo e valorização do trabalho em saúde para a sustentabilidade de núcleos como esse.
Conclusões e/ou Recomendações
A produção do NUD evidencia o seu impacto técnico, científico e social, demonstrando que a integração entre ensino, pesquisa e extensão, por meio da produção do conhecimento em ATS e políticas públicas, amplia a capacidade de resposta ao SUS e contribui para a qualificação do trabalho em saúde. Recomenda-se o fortalecimento institucional de NATS universitários como política estratégica para o SUS.
MONITORAMENTO DAS MARCAÇÕES DOS ÍTENS DE REGULAÇÃO AMBULATORIAL DA VI GERES
Pôster Eletrônico
1 VI Gerência Regional de Saúde de Pernambuco
Período de Realização
Esse monitoramento foi realizado de Janeiro 2024 a Dezembro 2024
Objeto da experiência
Criar um espaço virtual estruturado para o monitoramento e análise em tempo real com base em dados estratégicos.
Objetivos
• Assegurar a equidade no acesso aos serviços de saúde por meio de regulação eficiente e transparente.
• Melhorar a eficiência do sistema de regulação, reduzindo tempos de espera e otimizando os fluxos assistenciais.
Descrição da experiência
Foram identificados os itens de regulação que seriam monitorados através de planilhas no Excel, fornecendo dados em percentual das cotas que foram disponibilizadas, as cotas que foram marcadas e as executadas. Esses dados são analisados mensalmente e apresentados aos secretários de saúde e coordenadores municipais, diminuindo as perdas secundárias.
Resultados
Maior agilidade na análise de dados e na tomada de decisões na regional de saúde, identificando que os itens marcados em sua grande maioria eram executados, diminuindo as perdas secundárias. Observou-se demanda reprimida para algumas especilaidades especificas e solicitações de exames incompletos. Ao realizar o monitoramento pode-se realizar o remanejamentos das cotas não utlizadas para não ocorrer perdas e penalidades para os pacientes.
Aprendizado e análise crítica
O acompanhamento sistemático permitiu identificar gargalos reais, tornou possível priorizar ações, como ampliar ofertas específicas ou otimizar protocolos de solicitação. A análise mostrou que boa parte das devoluções se deve à falta de informação clínica adequada, evidenciando a necessidade de capacitação contínua das equipes solicitantes. A análise crítica revela que o sucesso depende do comprometimento institucional, atualização constante das informações e uso efetivo dos dados.
Conclusões e/ou Recomendações
O monitoramento contínuo dos itens de regulação ambulatorial demonstrou-se uma ferramenta essencial para a gestão eficiente, transparente e orientada por dados do acesso aos serviços especializados de saúde na região. A análise dos indicadores revelou avanços importantes, como a redução no tempo médio de espera para alguns procedimentos e a melhoria na qualidade das solicitações após ações de capacitação.
DESEMPENHO FINANCEIRO DO TETO MAC: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA PARA CORRELAÇÃO ENTRE PRODUÇÃO APROVADA E RECURSOS NA GESTÃO PÚBLICA DA SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 SES/RS
2 ESP/RS
Período de Realização
Desenvolvida e aplicada em 2023, com dados analisados referentes a períodos 2018-2022
Objeto da produção
Avaliar e analisar a execução do Teto MAC do RS, correlacionando produção aprovada e recursos financeiros, identificando e qualificando sua aplicação.
Objetivos
Desenvolver metodologia padronizada para análise da execução do Teto MAC; qualificar a gestão financeira, identificando desequilíbrios entre produção e teto orçamentário; subsidiar tomada de decisão otimizando alocação de recursos e planejar ações de aprimoramento da atenção à saúde nos municípios.
Descrição da produção
A metodologia foi construída a partir da obtenção e integração de dados da produção aprovada, extraídos dos sistemas de informações (SIA e SIH) do Ministério da Saúde, e dados referentes aos recursos financeiros disponíveis no SISMAC, sendo analisados o período de 2018 a 2022. O processo envolveu tratamento dos dados, criação de indicador e métrica para análise da relação Teto MAC versus Produção Aprovada, e definição de cenários de consolidação de resultados (déficit, superávit, equilíbrio).
Resultados
A metodologia resultou na capacidade de gerar demonstrativos detalhados da correlação do Teto MAC e Produção Aprovada para os municípios, evidenciando situações de superávit ou déficit na execução orçamentária. Dos 497 municípios do Estado, 339 (68%) possuem gestão do Teto MAC. Destes, em 2022, 155 municípios tiveram superávit (R$39,9 milhões) e 184 déficit (R$132 milhões). A Gestão Estadual apresentou déficit de R$198 milhões, totalizando R$331 milhões o déficit para ente Federativo Estadual.
Análise crítica e impactos da produção
A metodologia representa um avanço significativo na transparência e efetividade da gestão financeira da saúde em nível estadual. Criticamente, expõe disparidades na utilização do Teto MAC, evidenciando financiamento “subutilizado” ou sobrecarregado. O impacto esperado é fornecer dados robustos para as gestões estadual e municipal, permitindo pleitear recomposições financeira do Teto MAC junto ao ente Federal.
Considerações finais
A metodologia é ferramenta robusta para aprimorar gestão do Teto MAC, convertendo dados em informações acionáveis. Como produto, foi desenvolvido um BI público para exploração de dados anuais e publicada resolução CIB com a metodologia de análise adotada. Seu potencial de impacto é imenso, permitindo gestores tomarem decisões informadas sobre o financiamento MAC. Futuras etapas incluem novos indicadores e integração de bases para análise abrangente.
IMPACTO DA EXPANSÃO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NAS INTERNAÇÕES DE CRIANÇAS POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: REVISÃO INTEGRATIVA
Pôster Eletrônico
1 IMS/UFRJ
2 ENSP/ FIOCRUZ
Período de Realização
A busca bibliográfica foi realizada em outubro de 2024 com estudos publicados nos últimos 5 anos.
Objeto da produção
Avaliação da expansão da (ESF) na redução das Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária à Saúde (ICSAPS) de crianças.
Objetivos
Relação entre a implementação da ESF e a redução das ICSAPS em crianças; acesso e à continuidade dos cuidados na atenção primária que influenciam os resultados; Avaliar as evidências sobre o efeito da ESF na melhora dos indicadores de saúde infantil, como a mortalidade e hospitalizações evitáveis.
Descrição da produção
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura científica norteada pela seguinte pergunta: Qual o impacto da expansão da Estratégia Saúde da Família na redução das internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária em crianças menores de 5 anos?”. Adotando a estratégia PCC: P= crianças menores de 5 anos, C= Internações por Causas Sensíveis à Atenção Primária à Saúde, C= Atenção Primária à Saúde nas bases de dados: Medline® e Portal da Biblioteca Virtual em Saúde dentro de cinco etapas.
Resultados
Dentre os 11 artigos selecionados, alguns estudos mostraram uma tendência de diminuição nas taxas de ICSAP ao longo do tempo, revelando que fatores como o aumento na cobertura da ESF, melhorias na acessibilidade aos serviços e políticas públicas fortalecidas contribuem para a redução dessas hospitalizações. Apontam também que a implementação adequada da ESF melhora a organização do cuidado, na ampliação do acesso e na promoção de ações de saúde voltadas à prevenção e manejo dessas doenças.
Análise crítica e impactos da produção
Apesar dos resultados positivos, enfrentam desafios que limitam seu potencial de alcance universal e equitativo que incluem a necessidade de melhorias na estrutura e organização da rede, formação contínua e a fixação dos profissionais e a atuação governamental. As disparidades nos resultados, especialmente entre diferentes grupos sociais, evidenciam que a redução das ICSAP não ocorre de forma homogênea em todo o país, com influências sociais e raciais que afetam o acesso e a efetividade.
Considerações finais
A expansão da cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF), aliada a incentivos na formação dos profissionais, desempenha um papel importante na ampliação do acesso aos serviços de saúde e na redução significativa de hospitalizações evitáveis. A evolução e a continuidade da cobertura da ESF são essenciais para garantir intervenções precoces na Atenção Primária, contribuindo para melhores desfechos de saúde e redução das hospitalizações.
INFOGESTAÇÃO: SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NO PLANEJAMENTO E GESTÃO DO SUS
Pôster Eletrônico
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
2 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE PIONEIRO
Período de Realização
Fevereiro a novembro de 2025, na 19ª Regional de Saúde de Jacarezinho – PR.
Objeto da produção
Aproximar gestores na utilização dos sistemas do SUS para qualificar decisões e construir os instrumentos de gestão municipal
Objetivos
Qualificar gestores dos 22 municípios da 19ª Regional- PR no uso dos sistemas de informação do SUS, fortalecendo competências para o planejamento, monitoramento, avaliação e tomada de decisão, por meio de encontros presenciais em ambiente estruturado.
Descrição da produção
A formação, com 10 encontros presenciais (60 horas) em laboratório de informática, adota metodologia ativa e Educação Permanente. A cada encontro, os gestores enfrentam desafios reais dos municípios, navegando nos sistemas InvestSUS, DigiSUS, e-Gestor, Fundo Nacional de Saúde e SISAB. Além do domínio técnico, aprofundam-se em financiamento, planejamento, orçamento e legislação, fortalecendo competências, governança local e tomada de decisão baseada em dados.
Resultados
A formação proporcionou avanços expressivos na familiaridade dos gestores com a linguagem digital e os sistemas de informação do SUS. Esse domínio impactou diretamente na elaboração dos Planos Municipais e das Programações Anuais de Saúde, que passaram a refletir de forma qualificada os dados reais dos territórios. Observa-se maior segurança na análise, no planejamento e na tomada de decisões, fortalecendo a gestão municipal.
Análise crítica e impactos da produção
A diversidade dos gestores exigiu adaptar ritmo e conteúdos, considerando limites e potencialidades de cada município. A formação fortaleceu a inclusão digital, a autonomia municipal e aprimorou competências para gestão, planejamento e análise. Esse processo impactou diretamente na qualificação dos instrumentos de gestão, promovendo uma atuação mais eficiente, alinhada às realidades locais e às necessidades do SUS.
Considerações finais
A INFOGESTAÇÃO é mais que um projeto; é uma estratégia potente para qualificar a gestão em saúde. A formação contínua, crítica e participativa dos gestores é essencial para enfrentar os desafios do SUS. Integrar o domínio dos sistemas de informação ao entendimento das questões sociais torna a gestão mais ética, eficiente e alinhada às reais necessidades dos territórios e da população.
APRIMORAMENTO DA AVALIAÇÃO DE REAÇÃO NO MESTRADO EM POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE QUALIFICAÇÃO DA EXPERIÊNCIA DISCENTE NA EGF – BRASÍLIA
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Brasília
Período de Realização
Janeiro de 2020 a fevereiro de 2025.
Objeto da produção
Aplicação da avaliação de reação no MPPPS como ferramenta para aprimorar a gestão pedagógica, a partir da análise da experiência discente.
Objetivos
Aprimorar a avaliação institucional do MPPPS por meio da aplicação de um instrumento de avaliação de reação, com foco na satisfação discente, alinhamento pedagógico e qualificação das práticas educativas, fortalecendo o planejamento e a gestão do Mestrado Profissional da EGF.
Descrição da produção
Em 2020, o questionário de avaliação de reação da EGF foi reformulado, validado e passou a ser aplicado nas disciplinas do MPPPS. Com 32 perguntas em 9 blocos temáticos, avalia aspectos como mediação, recursos, ambiente de aprendizagem, secretaria acadêmica e participação discente. É aplicado ao fim de cada semestre e os dados são consolidados em painéis no Power BI e enviados aos docentes, à coordenação e à direção.
Resultados
Com a reformulação do questionário, observou-se aumento do engajamento de docentes e discentes. Os dados permitiram diagnósticos detalhados por disciplina e por tema, além da medição da satisfação discente, contribuindo diretamente para o aperfeiçoamento contínuo das práticas pedagógicas no MPPPS e para o fortalecimento da gestão acadêmica da EGF.
Análise crítica e impactos da produção
Mesmo em fase de aprimoramento, a avaliação de reação tem fortalecido a cultura de escuta e a gestão pedagógica da EGF. O modelo contribui para o monitoramento dos objetivos estratégicos da Fiocruz Brasília, especialmente na formação de profissionais para o SUS. Os dados subsidiam a análise institucional e o acompanhamento de indicadores táticos, apoiando a tomada de decisão e a qualificação da experiência formativa.
Considerações finais
A avaliação de reação vem se consolidando como ferramenta essencial de monitoramento e planejamento acadêmico no MPPPS. Os dados fortalecem a cultura avaliativa e a busca pela excelência. Os próximos passos incluem ampliar o engajamento discente, qualificar o uso das informações na gestão do ensino e expandir a avaliação para Residências, Especializações e demais ofertas da pós-graduação promovidas pela EGF.
O IMPACTO DAS COMISSÕES DE ACOMPANHAMENTO DE CONTRATO (CAC) NO MONITORAMENTO DA REDE HOSPITALAR DO RS.
Pôster Eletrônico
1 SES/RS
Período de Realização
O trabalho teve início em 2022 e segue em andamento até o presente momento.
Objeto da produção
Metodologia de avaliação das CAC realizada através de relatórios, Sistema de Gestão (SIGAH), produção de normativas/regramentos e educação permanente.
Objetivos
Relatar os impactos decorrentes do monitoramento e da avaliação das CAC na rede hospitalar do RS entre os anos de 2022 e 2024, bem como apresentar a metodologia empregada nesse processo.
Descrição da produção
A metodologia de avaliação baseia-se no monitoramento das metas contratuais anuais e na elaboração de relatórios avaliativos e de planejamento. Ao término de cada ciclo avaliativo, os hospitais que não atingem o percentual mínimo de 90% estão sujeitos à aplicação de descontos proporcionais ao desempenho. As comissões utilizam um sistema robusto de gestão de contratos (SIGAH) e fundamentam sua atuação no Manual da CAC, nas portarias que regram seu regimento e demais dispositivos vigentes.
Resultados
Os resultados alcançados pela ação das CAC incluem: publicação das portarias de designação (2022-94%; 2023-100%; 2024-99%), aumento na entrega de relatórios (2022-94%; 2023-100%; 2024-100%), redução de prestadores com aplicação do desconto (2022-32%; 2023-33%; 2024-15%), retorno financeiro ao erário (2022-R$ 14.549.394,69; 2023-R$ 28.155.733,77; 2024-R$ 16.205.770,76) e fortalecimento da educação permanente, promovendo a qualificação do monitoramento.
Análise crítica e impactos da produção
A atuação das CAC, por meio do sistema SIGAH, resultou em maior efetividade na execução contratual e ampliação da cobertura dos serviços de saúde ofertados pelo SUS à população. O retorno financeiro total aproximado de R$ 58.910.899,20 representa a devolução de recursos públicos para reinvestimento em serviços de saúde, promovendo maior eficiência e transparência na gestão pública.
Considerações finais
A implantação de uma metodologia de monitoramento e a avaliação dos contratos hospitalares através das CAC, contribuiu indiretamente para o melhor desempenho dos hospitais no cumprimento das metas contratuais. Ainda, gerou impactos significativos na rede hospitalar, com reflexos diretos e indiretos na qualidade dos serviços à população usuária do SUS, assegurando maior oferta dos procedimentos contratualizados.
ELABORAÇÃO DE PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRÃO (POP) DA RENAVEH NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Pôster Eletrônico
1 SES RJ
Período de Realização
A construção dos POP ocorreram entre os meses de janeiro e abril de 2025.
Objeto da produção
RENAVEH no Estado do Rio de Janeiro.
Objetivos
Este documento tem como objetivo apresentar os POP desenvolvidos para padronização das visitas técnicas e comunicação de possíveis Emergências em Saúde Pública (ESP) nas unidades hospitalares vinculadas à Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar no Estado do Rio de Janeiro.
Descrição da produção
Considerando a necessidade de realizar visitas às unidades distribuídas em todo o Estado e a necessidade de estabelecer uma forma única de comunicação das ESP, foram pensadas formas mais eficazes de desempenhar as ações. Para as visitas técnicas, construímos um esquema de execução da RENAVEH SES RJ que é formado por quatro etapas: Ronda, Preenchimento do roteiro, Apresentação e Discussão (RPAD). Enquanto para a comunicação foi desenvolvido fluxo aumentando a oportunidade da comunicação de casos.
Resultados
Foram produzidos dois POP, sendo eles: Procedimento Operacional Padrão (POP) Para a Realização de Visitação às Unidades RENAVEH e Fluxos de Notificação e Comunicação de Possíveis Emergências em Saúde Pública. Com isso, padronizamos as visitas técnicas, descrevendo o passo a passo desde o planejamento até a execução. E também foi padronizada a forma que as possíveis ESP devem ser comunicadas e o fluxo que deve ser adotado pelas unidades RENAVEH em todo estado do Rio de Janeiro.
Análise crítica e impactos da produção
Quando falamos em uma rede, a padronização facilita o processo de trabalho e garante a continuidade do mesmo. Atualmente, uma das fragilidades presentes no sistema de saúde é a rotatividade dos recursos humanos, que causa o rompimento do vínculo e rotina do setor. No contexto da vigilância epidemiológica hospitalar, a ausência de visitas técnicas e a não comunicação dos casos de ESP, pode desmobilizar os profissionais, gerando a subnotificação ou a comunicação inoportuna.
Considerações finais
Os documentos expostos trazem diferentes frentes de atuação, o POP de visitas técnicas está relacionado ao processo de trabalho da gestão, enquanto o POP sobre os fluxos de comunicação de possíveis ESP padroniza o processo de trabalho nas unidades. Consideramos um impacto positivo, tanto na gestão quanto para as unidades hospitalares, por dar direcionamento e organizar os fluxos que garantem a continuidade do serviço e o tornam mais oportuno.
CONSTRUÇÃO DE CARTILHA PARA OS GESTORES SOBRE OS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO EM SAÚDE PÚBLICA
Pôster Eletrônico
1 UFRPE
2 UPE
Período de Realização
A produção foi realizada entre os meses de agosto e novembro de 2024.
Objeto da produção
O manual se deu por uma cartilha didática sobre como sintetizar os instrumentos de planejamento na gestão pública da saúde.
Objetivos
Confeccionar cartilha para os gestores de saúde sobre a construção dos instrumentos de planejamento de gestão do SUS; Orientar sobre a ordem os quais os instrumentos devem ser feitos construídos; Nortear sobre o preenchimento de cada instrumento de planejamento, e a interação entre os mesmos.
Descrição da produção
Para a fundamentação teórica, bem como para elaboração dos tópicos estruturais do texto, foi realizada pesquisa na literatura e legislação. Utilizou-se no software on-line Canva, no formato gratuito, para a confecção do designer. Utilizando linguagem estratégica, cores, e fontes capazes de tornar atrativo a leitura. Foram desenvolvidas ilustrações gráficas com a intenção de facilitar a compreensão do conteúdo exposto, além de estruturar exemplos práticos a serem utilizados.
Resultados
O documento resultou em um de 19 páginas, sendo dividido o conteúdo em: introdução; Instrumentos de planejamento; Cronograma; Forma de registro; Conclusão; e Referências. Na identidade visual foram utilizadas as cores azul e branco. Abordou-se os instrumentos orçamentários na introdução, formando a base de conhecimento. Discorrendo assim, de forma facilitada, como realizar cada instrumento de planejamento, sua base legal, e o meio digital de registro.
Análise crítica e impactos da produção
O material uniformizou as ações de planejamento a serem realizadas pelos gestores da saúde. Orientando e subsidiando a consulta no momento da elaboração dos instrumentos de planejamento, de forma didática e esquematizada.
Considerações finais
Tendo em vista a importância do conhecimento dos gestores de saúde sobre os principais instrumentos de planejamento, bem como sua aplicabilidade. A cartilha confeccionada soma a necessidade constante de formação de novos gestores, devido à rotatividade de profissionais na gestão pública, associado ao desconhecimento da área de planejamento em saúde pública, que implica na atuação performada para a área.
RECIFE MONITORA: UM MODELO DE AVALIAÇÃO E MELHORIA DA QUALIDADE NA APS
Pôster Eletrônico
1 IEPS
2 SEAB/SESAU/PCR
Período de Realização
Janeiro de 2023 a junho de 2025, em ciclos quadrimestrais, em toda a rede de APS do Recife.
Objeto da produção
Desenvolver e aplicar modelo integrado de avaliação da qualidade na APS, com base em três eixos e foco na reorganização da atenção e gestão local.
Objetivos
Apresentar o Recife Monitora como modelo institucionalizado de avaliação da APS estruturado em 3 eixos: satisfação do usuário, avaliação das equipes e desempenho com base em indicadores. Demonstrar sua utilidade para qualificar a gestão local e inspirar estratégias similares em outros municípios.
Descrição da produção
O modelo integra três dimensões: escuta estruturada de usuários após o atendimento; avaliação das equipes quanto à organização do cuidado, práticas clínicas, relações de trabalho e infraestrutura; e monitoramento do desempenho com base em indicadores de saúde. Os dados são analisados em ciclos quadrimestrais e sintetizados em matriz classificatória. A metodologia é institucionalizada e descrita em manual técnico.
Resultados
Desde sua implantação, o Recife Monitora completou seis ciclos quadrimestrais de avaliação da APS. Já foram realizadas mais de 244 mil avaliações de satisfação do usuário. Atualmente, 370 equipes participam do programa. A proporção de equipes classificadas na zona de qualidade mais que triplicou desde o primeiro ciclo, refletindo avanços consistentes na percepção dos usuários sobre o cuidado ofertado e consolidando o uso estratégico da avaliação para gestão.
Análise crítica e impactos da produção
Monitorar a qualidade na APS com base em evidências geradas a partir da experiência do usuário fortalece a responsividade do sistema e orienta intervenções mais precisas. O Recife Monitora viabiliza análise comparativa entre equipes, acompanhamento de tendências, indução de reorganizações e maior responsabilização local. Os avanços na classificação da satisfação mostram que a avaliação recorrente contribui diretamente para qualificar o cuidado.
Considerações finais
O modelo encontra-se plenamente implantado e institucionalizado, com uso regular pela gestão municipal. Sua base conceitual e técnica foi sistematizada em manual e guia de políticas públicas, tornando-se uma referência aplicável à realidade de outros municípios. O Recife Monitora reafirma a avaliação como ferramenta pública de gestão e qualificação do SUS.
PLANEJAMENTO PARA GESTÃO ESTRATÉGICA DO ENFRENTAMENTO A ARBOVIROSES: CONSTRUÇÃO PARTICIPATIVA DE METODOLOGIA APLICADA NO GT ARBOVIROSES DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
Pôster Eletrônico
1 SESAB/SUVISA/BA
2 PMSP/SMS/COVISA
3 PMSP/SMS/ASPLAN
Período de Realização
Julho de 2023 a maio de 2025 (em curso)
Objeto da produção
Desenvolvimento de ferramenta prática de projeto para qualificar a gestão estratégica de ações de vigilância e resposta integrada a arboviroses no SUS
Objetivos
Planejar, por meio de metodologias participativas, estratégia integrada de enfrentamento a arboviroses;
Fortalecer articulação intersetorial;
Alinhar objetivos estratégicos e operacionais;
Construir coletivamente soluções baseadas em prioridades institucionais, apoiando decisões e otimizando recursos.
Descrição da produção
Criação de Grupo de Trabalho, coordenado pela Vigilância em Saúde, com apoio da Assessoria de Planejamento e participação da Atenção Básica, Assist. Laboratorial, Pré-hospitalar e Hospitalar. Aplicou-se abordagem estruturada com ferramentas de planejamento de projetos: árvore de problemas, teoria da mudança e plano de ação. Processo conduzido por oficinas participativas, reuniões, análise da governabilidade institucional, resultando em ferramenta visual, prática, replicável e em uso pela gestão.
Resultados
Ferramenta proporcionou visualização de desafios institucionais, facilitou definição de prioridades, monitoramento de estratégias e ações, com definição de prazos e responsáveis, destacando-se: a criação do Comitê de Descentralização da Investigação de Óbito por Dengue, a revisão do Plano Municipal e do sistema “Todos Contra a Dengue”. Fortaleceu engajamento e cultura de planejamento, qualificando articulação entre áreas.
Análise crítica e impactos da produção
A metodologia aplicada qualifica o planejamento no SUS com instrumentos simples, visuais e replicáveis, integrando técnicas estratégicas ao cotidiano da vigilância e da assistência. O processo participativo gerou impactos imediatos na gestão das arboviroses, com definição clara de ações, responsabilidades e prazos. A médio prazo, fortalece a cultura institucional de planejamento e resposta a emergências sanitárias, com potencial de replicação em diferentes contextos do SUS.
Considerações finais
A construção participativa da ferramenta representa avanço na qualificação da gestão em saúde, demonstrando que produtos técnicos relevantes podem ser criados com recursos limitados, usando inteligência coletiva e compromisso institucional. O produto está em uso e em aprimoramento, com perspectiva de ampliação para outras áreas da Secretaria Municipal de Saúde.
MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE ENFERMEIRAS PARA PROMOVER ACESSO AOS MÉTODOS CONTRACEPTIVOS REVERSÍVEIS DE LONGA DURAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UNICENTRO/PR
Período de Realização
A matriz foi construída em agosto de 2024.
Objeto da produção
Construção de uma matriz de avaliação de um programa para promover o acesso aos métodos contraceptivos reversíveis de longa duração (LARCs).
Objetivos
Elaborar uma matriz avaliativa de indicadores para avaliação e monitoramento de um programa de capacitação para enfermeiras da APS sobre consulta de enfermagem em saúde sexual e reprodutiva para promover o acesso aos LARCs, com ênfase na inserção, revisão e retirada de DIU e implante subdérmico.
Descrição da produção
Estudo avaliativo, que envolveu a definição de metas e a construção de indicadores organizados em uma matriz contendo os parâmetros: meta, indicador, padrão e cálculo. A matriz avaliativa foi elaborada em duas etapas: 1ª: definição de metas operacionais; 2ª: formulação dos indicadores correspondentes.
A matriz foi estruturada para abranger diferentes dimensões da avaliação: estrutura (recursos financeiros e protocolos), processo (ações realizadas) e resultados (impacto sobre as usuárias).
Resultados
Foram definidos 13 indicadores para avaliar o programa, abrangendo: implantação de protocolo de enfermagem, inclusão das ações na Programação Anual de Saúde e alocação de recursos, capacitação de enfermeiras para consultas e inserções de LARCs, avaliação de mulheres elegíveis para uso dos métodos, taxas de inserção e continuidade do DIU e implante, ocorrência de intercorrências e satisfação das usuárias, permitindo monitoramento completo da intervenção.
Análise crítica e impactos da produção
A matriz avaliativa permite monitorar desde o planejamento do programa como recursos e protocolos até os impactos assistenciais, como continuidade do uso de métodos, intercorrências e satisfação das usuárias. Com indicadores de estrutura, processo e resultado, identifica fragilidades e orienta ajustes. Na APS, qualifica o cuidado em saúde sexual e reprodutiva, fortalece o protagonismo da enfermagem, incentiva práticas baseadas em evidências e integra gestão, assistência e participação social.
Considerações finais
A matriz avaliativa é uma ferramenta estratégica que permite monitorar, avaliar e qualificar as ações de enfermagem, promovendo ajustes oportunos e maior efetividade da APS. Consolida práticas avançadas da enfermagem, amplia o acesso das mulheres aos LARCs, fortalece a autonomia profissional e contribui para institucionalizar cuidados baseados em evidências. Além disso, apresenta potencial de replicabilidade em contextos semelhantes na APS.
A PLANIFICAÇÃO DA ATENÇÃO À SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE REORGANIZAÇÃO DOS MACROPROCESSOS DA APS EM UM MUNICÍPIO DO MARANHÃO
Pôster Eletrônico
1 CEUMA
2 UFMA
3 SES/MA
4 UFMT
Período de Realização
2022 a 2024
Objeto da produção
Relatório técnico e painel diagnóstico sobre a implantação dos macroprocessos da APS em Colinas-MA.
Objetivos
Avaliar a implantação dos macroprocessos da APS em Colinas-MA, identificar fragilidades e propor estratégias de qualificação da gestão e cuidado.
Descrição da produção
Estudo descritivo, analítico e quantitativo, com base em dados secundários do painel PlanificaSUS. Foram avaliadas 20 UBS do município de Colinas-MA por meio de checklist de 81 itens dos macroprocessos. Os dados foram analisados segundo critérios do CONASS, e sistematizados em relatório técnico com proposta de uso na gestão.
Resultados
A implantação geral dos macroprocessos da APS foi classificada como regular (64%). Destacaram-se positivamente os macroprocessos básicos, atenção às condições crônicas, atenção preventiva, autocuidado e cuidados paliativos. Os principais desafios estiveram na atenção aos eventos agudos, coleta de exames e gestão da unidade.
Análise crítica e impactos da produção
A produção evidencia os avanços da PAS e os gargalos na estruturação dos processos da APS. O produto técnico sistematiza evidências locais e propõe caminhos para aprimoramento da gestão e fortalecimento da APS como coordenadora do cuidado, contribuindo com os princípios da RAS e com a equidade no SUS.
Considerações finais
A produção técnica demonstra o potencial da Planificação para qualificar a APS, orientando gestores na tomada de decisão e profissionais na prática cotidiana. Os resultados reforçam a importância do monitoramento dos macroprocessos e da educação permanente para consolidar uma APS forte e resolutiva.
PROCESSO DE ELABORAÇÃO DE ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA QUALIFICAÇÃO DA REDE DE CUIDADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde
2 FESF-SUS
Período de Realização
Abril de 2025 (em andamento).
Objeto da produção
Qualificação da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (RCPD) através de metodologias ativa.
Objetivos
Aperfeiçoar a gestão estadual e municipal por meio de análise territorial, alinhamento técnico, debate normativo e planejamento colaborativo entre os atores da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (RCPD).
Descrição da produção
O workshop é construído com base no Arco de Maguerez, metodologia ativa que parte da realidade concreta dos participantes para promover reflexão crítica e intervenção prática. A proposta é estruturada em cinco etapas: observação da realidade, identificação de postos-chaves, teorização com conteúdo e marcos do SUS, elaboração de hipóteses de solução em grupo e aplicação à realidade, com produção final voltada ao planejamento e fortalecimento regional da RCPD.
Resultados
Elaboração de árvores de problemas com desafios e propostas, checklist técnico para qualificação da rede, plano de fortalecimento dos grupos condutores e alinhamento normativo entre gestores locais e federais. Articulação dos três entes no cuidado à pessoa com deficiência, com prazos pactuados para qualificar ações e serviços de saúde.
Análise crítica e impactos da produção
A construção coletiva de instrumentos configura-se como estratégia para enfrentar desafios locais no acesso e na qualificação das redes. Tal processo evidencia a relevância da escuta qualificada e da valorização dos contextos territoriais na efetivação das políticas públicas, bem como revela fragilidades na articulação intersetorial e reforça a necessidade de maior integração entre União, estados e municípios, visando à ampliação do acesso das pessoas com deficiência aos serviços.
Considerações finais
A experiência evidenciou que as metodologias ativas qualificam a gestão e o cuidado, fortalecendo o protagonismo local e a articulação interfederativa. Recomenda-se a realização periódica do workshop possibilitando produtos como estratégia para consolidar a governança da RCPD, aprimorar a pactuação regional e induzir processos colaborativos, sustentáveis e resolutivos no fortalecimento da rede.
MANUAL DE ANÁLISE SITUACIONAL: ADAPTAÇÃO DE FERRAMENTA PARA DIAGNÓSTICO DAS ORGANIZAÇÕES QUE ATUAM COM POLÍTICAS INFORMADAS POR EVIDÊNCIAS EM SAÚDE NO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 Instituto Veredas
2 UPE
Período de Realização
A adaptação ocorreu de dezembro/2024 a junho/2025 e a aplicação será entre julho e setembro de 2025.
Objeto da produção
Adaptação contextual e operacional do Manual de Análise Situacional da EVIPNet-Europa, no âmbito do Projeto ECOEVI-Brasil.
Objetivos
-Adaptar o Manual de Análise Situacional da EVIPNet-Europa, em sua versão em língua portuguesa para o contexto brasileiro;
-Descrever o processo de adaptação contextual do Manual de Análise Situacional para o contexto brasileiro; e
-Refletir criticamente sobre os desafios e oportunidades da adaptação.
Descrição da produção
A metodologia contou com as etapas de:
1. Adoção e estudo da tradução idiomática-semântica do manual europeu;
2. Adaptação operacional dos instrumentos de coleta para o contexto político, econômico e sociocultural do Brasil; o sistema de saúde, de informação e pesquisa em saúde e o processo de produção de PIE no país;
3. Aplicação piloto e ajustes;
4. Validação de ajustes com especialistas em Diálogo Deliberativo;
5. Apresentação pública do resultado em webinário.
Resultados
Na atual fase do projeto, o principal resultado é a versão adaptada do Manual de Análise Situacional para aplicação no contexto brasileiro. A equipe de pesquisa alcançou uma versão amplamente debatida por especialistas do campo das Políticas de Saúde Informadas por Evidências, tanto pela aplicação piloto com o Laboratório de Evidências da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco, quanto por meio do Diálogo Deliberativo - sendo o resultado apresentado publicamente em webinário.
Análise crítica e impactos da produção
Espera-se que a adaptação viabilize uma ampla análise do contexto brasileiro quanto às políticas de saúde informadas por evidências. O processo de adaptação da ferramenta envolveu um trabalho articulado entre as partes, assegurando a robustez e a correspondência às heterogeneidades regionais e à diversidade do país. O principal impacto será o diagnóstico situacional do uso de evidências em saúde no Brasil, permitindo identificar lacunas e oportunidades para fortalecer a saúde pública e o SUS.
Considerações finais
Esta adaptação é parte do projeto Ecossistema de evidências para saúde do Brasil: diagnóstico situacional do uso de evidências nos níveis federal, estadual e municipal; conduzido pela Coalizão Brasileira pelas Evidências em parceria com o Ministério da Saúde e a OPAS. O projeto visa a formação de plataforma de tradução do conhecimento nacional, articulando em rede os mundos da pesquisa e da política para a resolução de problemas reais de saúde.
CONSTRUINDO DIÁLOGOS EM SAÚDE: A ELABORAÇÃO DE UMA PLANILHA VIVA PARA O PLANEJAMENTO LOCAL NO DISTRITO SANITÁRIO DE PAU DA LIMA
Pôster Eletrônico
1 Residente de Planejamento e Gestão ISC/UFBA
2 Chefia de Ações e Serviços do Distrito Sanitário Pau da Lima
Período de Realização
A construção da planilha ocorreu no final do primeiro quadrimestre, sendo divulgada em Maio de 2025.
Objeto da produção
Elaboração da planilha online enquanto dispositivo de comunicação e monitoramento das ações locais de saúde, auxiliando no planejamento distrital.
Objetivos
A construção de uma planilha viva para apoiar o Plano de Ação Local das Unidades de Saúde. Visando fortalecer o planejamento da Atenção Primária à Saúde (APS) frente a realidade local e a Programação Operativa Anual do Distrito Sanitário Pau da Lima (DSPL).
Descrição da produção
No desenvolvimento do produto, buscou-se uma proposta metodológica participativa, com os sujeitos envolvidos no planejamento das Unidades de Saúde. Desse modo, a produção da planilha conta com a construção compartilhada entre o setor de Ações e Serviços e as unidades, através das bases que orientam atividades locais, encontros de pactuação e alinhamento entre os gerentes e profissionais de referência da APS e elaboração do “Guia do Plano de Ações Locais” para preenchimento da planilha.
Resultados
No que se refere ao manejo da planilha, os desafios em relação ao seu aproveitamento demandam um acompanhamento estratégico das unidades para qualificação do uso, tendo em vista que o desenvolvimento do produto encontra-se em fase inicial. Além disso, foi possível observar uma postura engajada dos profissionais diante da proposta, tendo em vista a importância do produto para efetivação do planejamento ascendente, considerando a realidade local e o perfil das unidades no modo de fazer saúde.
Análise crítica e impactos da produção
O monitoramento e avaliação das Ações Locais em Saúde possibilita identificar o desenvolvimento de ações e produzir estratégias diante das dificuldades apresentadas, comprometido com os princípios do Sistema Único de Saúde e necessidades que se manifestam no contexto comunitário. Com isso, a planilha promove um posicionamento implicado com as transformações do processo de planejamento em saúde, produzindo intervenções que tencionam o enfrentamento dos problemas sociais presentes no território.
Considerações finais
A produção da planilha retoma um movimento coletivo no modo crítico de pensar o planejamento e suas questões centrais como território, problemas e processo de trabalho em saúde. Reafirmando o Distrito Sanitário enquanto agente fundamental no apoio ao planejamento local, considerando características históricas, socioeconômicas, culturais e políticas que potencializam ou desafiam o cuidado em saúde.
PAINEL DE MONITORAMENTO DO PLANO DE AÇÃO REGIONAL (PAR) DA OFERTA DE CUIDADOS INTEGRADOS (OCI) COMO FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO EM SAÚDE DA SES-RS
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul (SES-RS)
Período de Realização
De Maio 2025 ao período atual (em andamento)
Objeto da produção
Painel para monitoramento do Plano de Ação Regional do Programa Mais Acesso a Especialistas da Oferta de Cuidados Integrados (PAR-PMAE-OCI) na SES-RS.
Objetivos
Disponibilizar aos técnicos e gestores do SUS, em local público e de fácil acesso, as informações sobre as pactuações realizadas no PAR-PMAE-OCI da SES-RS, além de possibilitar o acompanhamento da adesão aos planos por região de saúde e monitorar a produção realizada nas especialidades pactuadas.
Descrição da produção
A construção do painel seguiu as etapas do Planejamento Estratégico Situacional: 1) Momento Explicativo: realizada através de reunião com equipe para alinhamento sobre as informações relevantes; 2) Momento normativo: etapa de definição de objetivos, extração e estruturação dos dados (planilhas de pactuações CIB e produção SUS); 3) Momento estratégico: construção do visual interativo. 4) Momento tático-Operacional: etapa de validação e disponibilização do painel para homologação na SES-RS.
Resultados
A primeira versão do painel foi disponibilizada em ambiente web e possibilita aos técnicos e gestores da SES-RS a visualização de forma centralizada e interativa dos recursos físicos e financeiros disponíveis, em comparação com os recursos pactuados em CIB. Além disso, o painel exibe o percentual de adesão e a utilização dos recursos por região de saúde, demonstrando os estabelecimentos que aderiram ao PAR-PMAE-OCI com as especialidades pactuadas e a produção SUS realizada por APAC.
Análise crítica e impactos da produção
O monitoramento de recursos do SUS é uma tarefa desafiadora que se potencializa quando realizada de forma manual. A ferramenta contribui para ações de monitoramento, controle e avaliação dos serviços de saúde, além de tornar público o acesso aos dados pactuados no PAR-PMAE-OCI no âmbito da SES-RS. Além disso, fornece uma visão geral dos principais indicadores de monitoramento do PAR-PMAE-OCI por região de saúde e possibilita ações de intervenção nas regiões com baixa adesão e/ou execução.
Considerações finais
O painel poderá auxiliar na disseminação de informações estratégicas para o monitoramento do Plano de Ação Regional do Programa Mais Acesso a Especialistas da Oferta de Cuidados Integrados (PAR-PMAE-OCI), além de apoiar a equipe técnica da SES-RS na tomada de decisões orientada a dados. Após avaliação da equipe técnica novas versões do painel poderão ser disponibilizadas. O trabalho poderá ser apresentado no formato comunicação oral.
ESTUDO TÉCNICO DE ESTIMATIVA DE NECESSIDADES DE PROCEDIMENTOS DE MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE PARA A ASSISTÊNCIA À SAÚDE DA POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SALVADOR/BA
Pôster Eletrônico
1 SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SALVADOR
Período de Realização
Fevereiro a Maio de 2025
Objeto da produção
Estimativa de necessidade de procedimentos de média e alta complexidade para a assistência à saúde da população do município de Salvador/BA.
Objetivos
Estimar os quantitativos necessários de procedimentos de média e alta complexidade ambulatorial, constantes na Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS (Tabela SUS), para assistência à saúde da população do município de Salvador.
Descrição da produção
Trata-se de estudo técnico, quantitativo, com abordagem da epidemiologia descritiva, realizado a partir de dados secundários, desenvolvido pela equipe técnica da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador. O escopo teve como ponto de partida uma relação de 628 procedimentos. Calculou-se as estimativas de necessidades a partir da definição da população-alvo, com identificação de prevalências, incidências ou taxas médias de indicação clínica das doenças e agravos relacionados a cada procedimento.
Resultados
A estimativa das necessidades foi sistematizada em um documento que reúne 539 procedimentos de média e alta complexidade ambulatorial, bem como a previsão de leitos hospitalares necessários. Do total estimado, 450 procedimentos ambulatoriais foram definidos com base nos critérios técnico-metodológicos adotados no presente estudo. Os leitos hospitalares e os 89 procedimentos ambulatoriais remanescentes foram estimados conforme os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde (MS).
Análise crítica e impactos da produção
A inexistência de parâmetros do MS para todos os procedimentos da Tabela SUS motivou a realização do estudo. A definição de uma metodologia para estimar necessidades contribui para a reorganização da atenção especializada com base em critérios técnico-epidemiológicos, e não apenas a partir da demanda observada. A sistematização das estimativas produz evidências que subsidiam o planejamento, a programação e o dimensionamento da rede de atenção à saúde.
Considerações finais
As estimativas apresentadas exigem atualização contínua, conforme novas evidências epidemiológicas e parâmetros assistenciais do MS. A metodologia, potencialmente replicável e adaptável à realidade local, subsidia o planejamento e dimensionamento da rede de atenção. A limitada disponibilidade de estudos epidemiológicos pode representar viés, reforçando a necessidade de estudos que aprimorem a estimativa dos procedimentos da Tabela SUS.
RT-PCR NO SUS/DF: DIAGNÓSTICO ACESSÍVEL E EFICAZ PARA DETECÇÃO DE COVID-19 E OUTRO VÍRUS RESPIRATÓRIOS
Pôster Eletrônico
1 Programa de Residência Multiprofissional em Vigilância em Saúde - Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde - Fiocruz Brasília.
2 Laboratório Central de Saúde Pública do DF (Lacen/DF), Subsecretaria de Vigilância à Saúde (SVS), Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES/DF), Brasília-DF, Brasil.
3 Programa de Residência Multiprofissional em Vigilância em Saúde - Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde - Fiocruz Brasília
Período de Realização
2020 a maio de 2025 (análise de custo). Abril de 2025 (análise da qualidade da amostra).
Objeto da produção
Estudo da progressão tecnológica e econômica no diagnóstico de Vírus Respiratórios no LACEN-DF.
Objetivos
Analisar o custo e o tempo de liberação para PCR de COVID-19 (2020) e para COVID-19 e outros VRs (2025) na Rede Pública (RPub). Analisar os preços e o tempo na Rede Privada (RPriv). Analisar a qualidade técnica das amostras para RT-PCR no LACEN-DF (abril/2025) para recoletas.
Descrição da produção
Análise dos custos dos kits de coleta/extração/amplificação da Rede Pública de Saúde do DF (RPSDF) por meio de notas fiscais do LACEN-DF (2020-Maio/2025). Esses dados foram contrastados com os preços praticados e tempos de liberação da Rede Privada (adquiridos via websites e contato direto). Análise da qualidade através da verificação do controle endógeno RNase P (RP) e dos controles do kit de PCR nos mapas de trabalho.
Resultados
Na RPSDF, a extração genômica foi de R$21,55 (2020) e R$17,45 (2024/2025). A PCR foi de R$97,99 (2020) e para o painel de 7 VRs em 2025, foi de R$80,00. Para a coleta na RPSDF foi de R$2,70 (2025). O tempo de liberação na RPSDF foi de até 24h. Em contraste, na RPriv, a PCR para COVID-19 foi de R$307,60, com liberação entre 24h e 3 dias úteis. Painéis abrangentes na RPriv podem chegar a R$1.536,00. As amostras analisadas na RPSDF demonstraram qualidade técnica e sem necessidade de recoletas.
Análise crítica e impactos da produção
A adoção de estratégias da alta gestão permitiu reduzir os custos de: coleta, extração e amplificação. A cobertura ampliada para 7 VRs foi estrategicamente importante para identificar os vírus circulantes de importância em vigilância em saúde pública e um diferencial pelo SUS. O tempo de entrega em até 24h e a qualidade das amostras atestam a eficiência do processo. Na RPriv os preços praticados apresentam limitam o acesso reforçando a importância do serviço público.
Considerações finais
A RPSDF entre 2020 e 2025 evidenciou avanços significativos na otimização de recursos, ampliação do diagnóstico (7VRs) e garantia da qualidade laboratorial. A entrega rápida dos resultados e a confiabilidade das análises reforçam a capacidade técnica da RPSDF. Os preços praticados na RPriv limitam o acesso, reforçando a importância da rede pública para garantir equidade, eficiência e resposta rápida em saúde.
PROPOSIÇÃO DE CRITÉRIOS LOCAIS PARA TOMADA DE DECISÃO RELACIONADA À QUALIFICAÇÃO DA INFRAESTRUTURA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 SES/DF
Período de Realização
Elaborado em 2025, o instrumento possui vigência alinhada ao Plano Distrital de Saúde 2024-2027
Objeto da produção
Ferramenta com metodologia para priorização, em âmbito local, de ampliação e qualificação da estrutura das Unidades Básicas de Saúde (UBS) do DF.
Objetivos
Elaborar instrumento com critérios equitativos para orientar a tomada de decisão relacionada ao investimento de recursos para ampliação e qualificação da estrutura das UBS do DF e contribuir para eficiência e transparência na alocação de recursos públicos
Descrição da produção
A elaboração ocorreu em instância colegiada com deliberação dos critérios: número de equipes por UBS, distância da UBS do território de abrangência, índice de vulnerabilidade territorial, relação de população por equipe, infraestrutura atual e expansão de serviços. Houve a atribuição de pesos para as variáveis, validação da metodologia junto às regiões para verificação de representatividade da realidade, classificação das UBS e estruturação de painel automatizado para divulgação e monitoramento.
Resultados
Classificação das 171 Unidades Básicas de Saúde do DF em faixas de priorização, com categorização de desfechos para a operacionalização e monitoramento, sendo: construção, reforma, aluguel ou cessão. Possibilitou alinhamento das estratégias de qualificação de infraestrutura, de forma a otimizar a eficiência da alocação do recurso público e evitar duplicidade para fins idênticos. A ferramenta tem contribuído para o planejamento orçamentário da APS do DF e transparência da ação governamental
Análise crítica e impactos da produção
A implementação da ferramenta tem ressaltado a importância de análise de características e fluxos territoriais (como a mobilidade urbana e a caracterização da população) e a relação destes com o acesso à saúde. Tem indicado o protagonismo do controle social na definição e acompanhamento das ações e a necessidade e importância de integração intersetorial com áreas de desenvolvimento habitacional e urbano.
Considerações finais
Considerando a infraestrutura como uma das variáveis fundamentais para viabilização da expansão e qualificação de cobertura de eSF no DF, o instrumento proporcionou critérios técnicos para orientar deliberações equitativas relacionadas à alocação de recursos. A implantação da ferramenta tem contribuído para que a infraestrutura seja orientada pelas necessidades da população, fortalecendo o acesso e a capacidade de cuidado em saúde.
FORTALECIMENTO DO CONCEITO DE RURALIDADE NA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DAS POPULAÇÕES DO CAMPO, FLORESTA E ÁGUAS (PNSIPCFA) NO SUS: UMA NOTA TÉCNICA CONCEITUAL
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde
2 Fiocruz Brasília
Período de Realização
Outubro de 2024 em andamento
Objeto da produção
Fortalecer a ruralidade na Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, Floresta e Águas a partir de território, territorialidade.
Objetivos
Fortalecer o conceito de ruralidade que promova uma abordagem que transborde os limites conceituais e administrativos tradicionais e impulsione a transversalidade do cuidado na construção e no aperfeiçoamento dos saberes tradicionais em saúde considerando as especificidades desses territórios.
Descrição da produção
A produção baseou-se em uma análise da PNSIPCFA, instituída pelo Ministério da Saúde em 2011. Foi realizada uma contextualização histórica e política das políticas de promoção da equidade em saúde no Brasil, com foco nas populações do campo, floresta e águas. O processo de elaboração procurou destacar os desafios enfrentados pelo MS na elaboração de políticas transversais e estruturas setoriais para demonstrar a necessidade de ampliação do acesso e promoção da equidade a saúde dessas populações.
Resultados
Como resultados a nota propôs um conceito robusto e ampliado de ruralidade, fundamental para a efetivação da PNSIPCFA; conformou como um instrumento de promoção da equidade em saúde e da compreensão do território como um espaço dinâmico e multifacetado capaz de subsidiar a discussão de ações e serviços da APS para essas populações. Destacou a importância da participação social e da transversalidade nas políticas públicas como forma de reforçar a conexão dessas populações com seus modos de vida.
Análise crítica e impactos da produção
A produção desta nota técnica impacta a efetividade da PNSIPCFA, ao fornecer uma base conceitual mais abrangente e alinhada às realidades das populações do campo, florestas e águas. Abrangendo o conceito de ruralidade, transborda a dimensão geográfica e reconhece múltiplas territorialidades e a indissociabilidade entre o corpo, trabalho, território e territorialidade, permitindo a formulação de políticas públicas mais sensíveis às especificidades culturais, sociais e econômicas das comunidades.
Considerações finais
Fortalecer o conceito de ruralidade é vital para a promoção da saúde e equidade para populações do Campo, Floresta e Águas. A nota incide na PNSIPCFA, aprofundando a compreensão da interação dessas comunidades com o território, inclusive para quem pertença a esse grupo, mas não está fixo nele. Além da preservação de sua história, práticas, memórias e saberes, reivindica a ampliação dos serviços de saúde no reconhecimento dessas populações.
FORTALECER A ATENÇÃO PRIMÁRIA É CUIDAR DE NOSSO POVO: A CONSTRUÇÃO DO MANUAL DE ACOLHIMENTO À NOVAS GESTÕES MUNICIPAIS NUMA SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE NO NORDESTE.
Pôster Eletrônico
1 Diretoria de Atenção Básica/Secretaria de Saúde do Estado da Bahia. Fundação Estatal Saúde da Família
Período de Realização
O documento foi construído no período entre julho de 2024 e fevereiro de 2025.
Objeto da produção
Trata-se de uma demanda institucional do estado para reformulação do Manual de Acolhimento às novas gestões municipais, organizado a cada quadriênio.
Objetivos
Descrever o processo e conteúdo relacionado à construção do Manual de Acolhimento às novas gestões, manual orientador que trata da organização da Atenção Primária à Saúde (APS), destinado ao acolhimento às novas gestões municipais, disparado por uma gestão estadual da Atenção Primária à Saúde (APS).
Descrição da produção
A partir da criação de um grupo de trabalho (GT), reuniões regulares permitiram o delineamento da proposta, com base inicial no resgate do documento anterior e escuta do território. Os encontros serviram para mobilização de outros setores da secretaria estadual, construção e revisão de textos, além da ativação dos Apoiadores Institucionais (ApI) e outros GT’s em funcionamento. O documento foi revisado pelos ApI, com ajustes que compuseram a versão final publicizada no site da secretaria.
Resultados
Construiu-se documento de acolhimento às novas gestões municipais composto por material que evitou a prescrição, alinhado à comunicação em linguagem popular e dialógica. A criação de narrativa em quadrinhos que iniciava na chegada de uma nova gestão, com personagens que atuavam em distintas funções de gestão, encadeou os capítulos do manual. O documento estabeleceu foco na introdução ao SUS, com quarenta capítulos voltados para os principais temas, políticas e programas relacionados à APS.
Análise crítica e impactos da produção
A consulta ao território reafirmou a proposta inovadora, ativando o próprio coletivo de ApI a sustentar uma estética afirmativa da identidade cultural. A produção estimulou a construção coletiva e permitiu aos ApI a articulação com colaboradores convocados pela APS, convidando-os a pensar a partir da proposta dialógica. Além disso, fomentou a oferta de apoio junto a espaços de comissão intergestores regionais e atividades colegiadas junto às gestões municipais da APS, numa atuação propositiva.
Considerações finais
Diante dos desafios conjunturais nas relações interfederativas, a construção de materiais inovadores com propostas acessíveis e dialógicas, contextualizadas culturalmente, podem favorecer o uso de materiais institucionais no âmbito da gestão. A organização de GT’s com presença de ApI na APS, quando orientados por seu arcabouço teórico-prático, pode potencializar espaços e projetos coletivos comuns em torno dos princípios e diretrizes do SUS.
MODELO DE PRIORIZAÇÃO PARA ALOCAÇÃO DE MÉDICOS EM UBS NO DISTRITO FEDERAL
Pôster Eletrônico
1 Universidade de Brasília
Período de Realização
O projeto teve seu início em 09/06/25, e segue em processo de aperfeiçoamento.
Objeto da produção
Modelo capaz de ordenar a alocação de médicos em Unidade Básica de Saúde, de acordo com critérios específicos.
Objetivos
Formalizar critérios objetivos para seleção de equipes de UBS às quais serão destinados médicos no Distrito Federal, de forma ordenar as mesmas em ordem decrescente de prioridade.
Descrição da produção
Foram designados 5 critérios, ponderados com pesos específicos, de forma a criar uma somatória total variando entre 0 e 8:
Índice de Vulnerabilidade Territorial (IVT), variando entre 1 e 3, com peso 3;
Proporção de déficit de médicos por UBS, com peso 2;
Tempo da equipe sem médico, com peso 1;
Índice de sobrecarga de porta, com relação ao número de cadastrados na UBS, com peso 1;
Distância da UBS em relação à região central, com peso 1.
Resultados
O modelo ranqueia equipes de UBS do DF para alocação de médicos, com base em critérios como distância ao centro, vulnerabilidade social, pressão de porta, tempo sem médico e número atual de profissionais. A ordenação permite identificar as unidades com maior necessidade de reposição médica de forma objetiva e transparente.
Análise crítica e impactos da produção
A metodologia adotada garante critérios técnicos e equitativos na alocação de médicos, evitando decisões arbitrárias. A análise expõe desigualdades entre as UBS e orienta políticas públicas mais eficazes. A ferramenta pode ainda ser adaptada a outros contextos e contribuir para a gestão eficiente de recursos humanos em saúde.
Considerações finais
O modelo se mostra uma ferramenta estratégica de apoio à gestão, promovendo justiça e equidade na alocação de médicos. Sua adoção pode qualificar a cobertura assistencial e melhorar o acesso à saúde, especialmente em áreas mais vulneráveis.
ESTRATÉGIA INTERINSTITUCIONAIS DE VACINAÇÃO DE RESIDENTES FRONTEIRIÇOS CONTRA COVID-19 NA TRÍPLICE FRONTEIRA BRASIL, COLÔMBIA E PERU
Pôster Eletrônico
1 Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
2 Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Apresentação/Introdução
A COVID-19 se disseminou mundialmente, demonstrando que doenças infectocontagiosas se dissipam pelos territórios sem respeitar fronteiras políticas. Este fenómeno fez com que governantes e autoridades de saúde planejassem ações para minimizar os impactos da pandemia em seus territórios, sendo a vacinação, a principal estratégia contra o COVID-19.
Objetivos
Descrever as interações entre as gestões de saúde de um município da fronteira Brasil, Colômbia e Peru e organizações governamentais internacionais para promover vacinação de residentes fronteiriços locais, contra o COVDID-19.
Metodologia
Estudo de caso único, explicativo, integrado, com abordagem qualitativa, que teve como caso o município brasileiro de Tabatinga na tríplice fronteira Brasil, Colômbia e Peru. As fontes de evidências foram sete entrevistas com gestores de saúde do município caso. Os dados foram organizados com auxílio do software MaxQDA22® e analisados por estratégia analítica conforme as proposições teóricas do estudo de caso. O estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas com parecer 5.029.884, de 12 de novembro de 2021
Resultados
Apesar das barreiras de contenções estipuladas pelos governos brasileiro, peruano e colombiana, no município estudado, a vacinação contra COVID-19 se manteve para população estrangeira, entretanto, observou-se falha na continuidade da aplicação das doses de reforço para essa população. Como estratégia para mitigar este fator, foi realizada parceria entre Gestão de Saúde de Tabatinga, Ministério Saúde e Organização Panamericana de Saúde para realização de campanha de vacinação contra COVID-19, com vacina de dose única, para Peruanos e colombianos. A campanha aconteceu no Porto de Tabatinga e atingiu principalmente a população peruana
Conclusões/Considerações
A política de integração interinstitucional entre gestão de saúde local, Ministério da Saúde e Organização Panamericana de Saúde, possibilitou que residentes fronteiriços da região estudada tivessem acesso a vacinação contra o COVID-19, o que pode ter implicado diretamente na diminuição de casos da doença na região.
REFLEXÕES A PARTIR DAS RECOMENDAÇÕES NEGATIVAS EMITIDAS PELA COMISSÃO NACIONAL DE INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIAS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (CONITEC-SUS) EM 2023 E 2024
Pôster Eletrônico
1 MINISTÉRIO DA SAÚDE
Apresentação/Introdução
A Conitec assessora o Ministério da Saúde na incorporação de tecnologias e na constituição e alteração de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas por meio da emissão de recomendações, informadas por uma avaliação baseada em evidências clínicas e econômicas. Esta avaliação ocorre em duas etapas, separadas por uma consulta pública (CP), por meio da qual a sociedade pode participar do processo.
Objetivos
Identificar os temas avaliados em 2023 e 2024 com recomendação final negativa (desfavorável à incorporação)
Estabelecer as motivações das recomendações negativas
Identificar quais elementos predominam nas recomendações, dentre os que informam a avaliação
Metodologia
Foram selecionados, por meio da consulta ao site da Conitec, os temas cuja recomendação final foi negativa, no período de interesse. Depois, foram consultadas as versões finais dos relatórios técnicos, que são os documentos que compilam todo o processo de avaliação efetuado pela Conitec, referentes aos temas identificados, sendo feita a leitura das justificativas das recomendações para estabelecer os motivos das negativas. Em seguida, com auxílio do NVivo®, foi feita uma codificação e categorização temática, com base nos motivos que informaram essas recomendações e redigido um relatório com os achados e as devidas contextualizações.
Resultados
Em 2023/2024 ocorreram 122 CPs referentes à avaliação de tecnologias, com 61 tecnologias recebendo recomendação final negativa. Além de evidências e da opinião da sociedade, a Conitec considera aspectos relacionados à implementação das tecnologias em avaliação e aos recursos de que o SUS já dispõe para tratar as condições de saúde associadas. Ou seja, a avaliação envolve a ponderação de vários fatores. Porém, a análise das recomendações negativas emitidas em 2023/2024 sugere uma maior influência dos aspectos econômicos no processo de incorporação, uma vez que a maioria das negativas envolveu incertezas relacionadas à avaliação econômica ou à projeção de altos impactos orçamentários.
Conclusões/Considerações
A avaliação realizada pela Conitec é complexa e multifacetada. Considera evidências, questões relacionadas à gestão, à logística e ainda inclui a participação da sociedade, por meio da realização de consultas públicas, como forma de democratizar o processo. Nossos achados, entretanto, sugerem que os aspectos econômicos são os elementos que mais informam as recomendações. Vale investigar outros períodos para comprovar (ou não) a tendência identificada.
CONSTRUÇÃO DE INDICADORES NACIONAIS DO CUIDADO FARMACÊUTICO NO SUS: EXPERIÊNCIA DO I ENCONTRO NACIONAL
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde
Período de Realização
Novembro de 2024, durante o I Encontro Nacional de Indicadores Nacionais do Cuidado Farmacêutico.
Objeto da experiência
Formulação participativa de indicadores nacionais do cuidado farmacêutico como ferramenta de qualificação da gestão e da prática clínica no SUS.
Objetivos
Iniciar o processo de construção de um painel nacional de indicadores do cuidado farmacêutico, com ampla participação de especialistas, gestores e profissionais de saúde, a fim de apoiar a efetivação das Diretrizes Nacionais do Cuidado Farmacêutico no SUS.
Descrição da experiência
Promovido pelo DAF/MS, o encontro reuniu profissionais de todo o Brasil, com apresentações técnicas e uso da metodologia do café mundial para proposição de indicadores. Os grupos rotativos discutiram e propuseram indicadores de estrutura, processo e resultado nos níveis básico, especializado e hospitalar, considerando a aplicabilidade, relevância, mensuração e integração à gestão do SUS.
Resultados
O encontro reuniu 83 participantes e resultou na proposição preliminar de 32 indicadores: 9 da atenção básica, 9 da especializada e 14 da hospitalar. A ênfase hospitalar refletiu a maior maturidade da prática nesse nível, embora o painel ainda seja preliminar e será aperfeiçoado com a incorporação de indicadores da literatura e posterior validação por especialistas via técnica Delphi.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou a importância da construção colaborativa para legitimar e qualificar instrumentos de avaliação no SUS. A metodologia participativa favoreceu o engajamento e o debate técnico qualificado. O processo evidenciou desafios para construção de indicadores sensíveis à realidade dos serviços e factíveis de serem mensurados, reforçando a necessidade de etapas futuras de validação e pactuação.
Conclusões e/ou Recomendações
O encontro foi um marco inicial na construção de indicadores nacionais do cuidado farmacêutico. Encaminhou-se a continuidade das etapas de validação científica e técnica, incorporação de evidências da literatura e realização de novos encontros para pactuação com gestores e profissionais. A proposta contribuirá para qualificação da prática, fortalecimento das diretrizes nacionais e institucionalização do cuidado farmacêutico no SUS.
ESTRATÉGIAS PARA OTIMIZAÇÃO DA CONTRATUALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE NO SUS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Pôster Eletrônico
1 SMS-RJ
Período de Realização
As ações referentes a este relato tiveram início em 2021 e são descritas até o ano de 2024.
Objeto da experiência
Estudo sobre Contratualização de serviços de saúde no SUS, a partir da experiência na Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.
Objetivos
Este estudo tem como objetivos descrever as estratégias de gestão utilizadas pelo Município do Rio de Janeiro (MRJ); e apresentar os resultados na formalização contratual junto aos prestadores de Serviços de Saúde e na oferta de vagas à Regulação Municipal.
Descrição da experiência
Diagnóstico situacional e mapeamento dos processos com a verificação das unidades contratualizadas, vigência dos contratos e histórico dos serviços prestados. Tratativas para comunicação efetiva com os atores envolvidos (unidades contratualizadas, conselhos de saúde, procuradoria administrativa), considerando as necessidades assistenciais pela fila no SISREG. Rescisões com serviços que não apresentavam condições técnicas, capacitações e RH qualificado para as Comissões de Acompanhamento.
Resultados
Em 2021, de 44 prestadores de serviços de saúde, 82% eram contratualizadas. Foram realizados 7 chamamentos públicos, 63 unidades contratualizadas (97%) e 345.911 vagas para a Regulação. Em 2022: 14 chamamentos, 12 Licitações, 18 novos contratos. Em 2023: 2 chamamentos públicos, 4 novos contratos e 100% das Unidades contratualizadas, inédito na SMS RJ. Em 2024: 78 contratos e 646.396 vagas na Regulação. O tempo de espera no SISREG passou de 160 para 82 dias, similar aos países desenvolvidos.
Aprendizado e análise crítica
As estratégias da SMS RJ garantem que os prestadores de serviços de saúde tenham efetiva contratualização. Ressalta-se a revisão do processo de trabalho da equipe, a cultura de acompanhamento, controle e avaliação como um importante processo de gestão, e os instrumentos jurídicos que pactuam regras, recursos financeiros, e obrigações; além de metas e indicadores qualiquantitativos de assistência. Reduz-se a insegurança jurídica da prestação de serviço complementar ao SUS sem regramento legal.
Conclusões e/ou Recomendações
Com esta experiência foi possível a padronização de instrumentos e práticas de acompanhamento e avaliação dos serviços contratados pelo MRJ, como Terapia Renal Substitutiva, Imagem e Oftalmologia . Garantiu-se a capilaridade e qualidade da prestação, ampliação do acesso, transparência dos contratos com a devida prestação de contas. O resultado se configura como um desfecho relevante, dado que a meta do Plano Plurianual (2022-2025) é de 95%.
INTEGRAÇÃO DOS PROGRAMAS MÉDICOS PELO BRASIL E MAIS MÉDICOS: ANÁLISE DO PERFIL DE TRASNFERÊNCIAS SEGUNDO ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL (IVS)
Pôster Eletrônico
1 UnB
Apresentação/Introdução
Os programas do Ministério da Saúde — Mais Médicos (PMM) e Médicos pelo Brasil (PMpB) — foram unificados. A migração do PMpB para o PMM foi permitida por edital, com vantagens como: escolha do município, dispensa de nova seleção, acesso à formação e pós-graduação, e indenizações previstas na Lei nº 14.621/2023
Objetivos
Analisar o perfil das transferências de médicos do PMpB para o PMM por meio do edital de integração e os municípios de destino, com base no Índice de Vulnerabilidade Social (IVS), contrastando com os municípios de origem.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo analítico que utilizou dados secundários da Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS), com base no resultado do edital de transferência dos programas de provimento, publicado em 14/04/2025. Os dados foram organizados e analisados no Microsoft Excel®, visando caracterizar o perfil das transferências, considerando o número de médicos e o nível de vulnerabilidade social dos municípios de origem e destino, segundo as cinco categorias do Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) do IPEA: muito baixa, baixa, média, alta e muito alta.
Resultados
Ao todo, 199 médicos se transferiram do PMpB para o PMM, sendo que 108 mudaram de município e 91 permaneceram no mesmo. Entre os que mudaram, os principais destinos foram municípios de baixa e média vulnerabilidade (33 médicos cada), seguidos por alta (22,2%), muito alta (8,3%) e muito baixa (7,4%). Apenas 1 médico (0,9%) foi para um Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI). Quanto à origem, a maioria veio de áreas de alta vulnerabilidade (27,8%), seguida por muito alta (22,2%), média e baixa (20,4% cada), muito baixa (7,4%) e DSEI (1,9%). A análise mostra mudanças importantes no perfil das localidades atendidas.
Conclusões/Considerações
A integração dos programas permitiu maior mobilidade aos médicos, mas os dados mostram que a maioria das transferências ocorreu de municípios mais vulneráveis para menos vulneráveis. Isso indica a necessidade de estratégias para garantir a permanência de profissionais em áreas prioritárias, mesmo com a flexibilização prevista no novo modelo e considerando os princípios da equidade e dos objetivos do SUS.
PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO DE AÇÕES DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE: ANÁLISE DOS MUNICÍPIOS COM OS MELHORES RESULTADOS ENTRE 2013 E 2023.
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde
Período de Realização
Resultados entre 2013 e 2023.
Objeto da produção
Análise dos municípios com os melhores resultados entre 2013 e 2023.
Objetivos
Analisar os municípios que obtiveram os melhores resultados do PQA-VS durante uma década.
Descrição da produção
Foram analisados os dados disponibilizados pelo programa entre 2013 e 2023. A base de dados incluiu informações sobre metas pactuadas, valores recebidos, e o desempenho dos municípios em diferentes ciclos anuais. Os municípios que atingiram consistentemente os valores máximos foram identificados, e suas características como região e porte populacional foram analisadas a fim de identificar possíveis fatores associados ao sucesso contínuo. Utilizaram-se técnicas descritivas e comparativas.
Resultados
Os resultados demonstram que, apesar da abrangência nacional do programa, apenas 2,6% dos municípios (144/5.569) conseguiram manter desempenho máximo ao longo de todos os anos. Essa concentração de desempenho sugere a existência de fatores estruturais ou institucionais que favorecem o atingimento contínuo das metas. Dentre esses 144 municípios, 52% (75 municípios) estão localizados na região Sul do Brasil, embora essa região represente apenas 21% do total de municípios do país.
Análise crítica e impactos da produção
Dos 144 municípios com desempenho máximo contínuo no PQA-VS, 52% estão na região Sul, que abriga apenas 21% dos municípios do país. O Paraná se destaca com 40% de seus municípios atingindo a meta. Além disso, 57% dos municípios com melhores resultados têm até 10 mil habitantes, sugerindo que o menor porte pode favorecer o cumprimento das metas.
Considerações finais
Diferenças regionais e porte populacional ajudam a explicar o desempenho de alguns municípios no PQA-VS. Destaca-se a concentração no Sul, possivelmente associada à melhor gestão e qualidade dos dados. Municípios menores podem cumprir metas com mais facilidade por exigirem menos indicadores no programa. Os achados reforçam a importância do apoio diferenciado, da troca de experiências e do fortalecimento da vigilância para promover maior equidade.
A QUALIFICAÇÃO DOS PROCESSOS E A UNIFORMIZAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DAS AÇÕES DE AUDITORIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 SMSRIO/Fiocruz
2
Período de Realização
Atividades e metas da experiência foram entregues no período de abril a agosto de 2023.
Objeto da experiência
Estratégia para uniformização dos relatórios elaborados por integrantes da equipe de auditoria municipal.
Objetivos
Este estudo tem o objetivo descrever o desenvolvimento de uma estratégia de gestão, “grupos de trabalho temáticos”, em uma equipe do componente municipal do SNA, para a qualificação e uniformização dos relatórios das ações de auditoria, discutindo as potencialidades e limites desta ferramenta.
Descrição da experiência
A equipe de auditores foi dividida em grupos, com o objetivo de discutir ações de auditoria programadas e seus instrumentos, posteriormente houve apresentação de uma proposta de uniformização dos procedimentos avaliativos/relatórios. Quatro temáticas propostas foram trabalhadas: Rastreabilidade das órteses, próteses e materiais especiais (OPME); Fila de cirurgias eletivas; Gerenciamento de leitos das unidades e o fluxo de revisão dos relatórios.
Resultados
O desenvolvimento dos Grupos Temáticos apresentou arquétipos de métodos com novas perspectivas de análise para ações executadas. As alterações e inovações propostas levaram em consideração o amadurecimento e o conhecimento técnico da equipe na execução dos trabalhos, mostrando que os integrantes do componente municipal organizaram conceitos, definiram as fase analítica e operativa, organizaram o trabalho de campo e avaliação dos dados nos sistemas de informações para as ações de auditoria.
Aprendizado e análise crítica
As limitações no desenvolvimento desta estratégia de gestão incluíram escalas fracionadas da equipe, a sobrecarga de atividades com necessidade de adaptações constantes no planejamento das atividades dos grupos de trabalho para atender as demandas de controle interno. O grupo de trabalho que atuou com a proposta do fluxo de revisão de relatórios, concluiu que a abordagem desta ação não se aplicaria a essa estratégia de gestão, sendo assim optou-se por outro desenho organizativo.
Conclusões e/ou Recomendações
Concluímos que essa experiência de trabalho em uma equipe de auditoria do componente municipal oportunizou a reflexão de todos os profissionais quanto a uniformização das ações, assim como ampliou a capacidade dos auditores no reconhecimento das características essenciais para a elaboração de um relatório de auditoria eficaz, sendo uma vivência exitosa para o aprimoramento da auditoria no SUS.
ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO PARA APOIAR O PLANEJAMENTO EM SAÚDE EM PERNAMBUCO: AÇÃO DO APOIO INSTITUCIONAL FEDERAL
Pôster Eletrônico
1 Superintendência Estadual do Ministério da Saúde em Pernambuco
2 Programa de Pós-Graduação - Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva da Secretaria de Saúde - Recife/PE
3 Programa de Residência em Área Profissional da Saúde em Medicina Veterinária - Área de concentração: Saúde Coletiva - Universidade Federal Rural de Pernambuco
Período de Realização
As produções foram realizadas no período de janeiro de 2024 à junho de 2025.
Objeto da experiência
Criação de materiais gráficos (cards) e checklist para apoiar gestores na elaboração e revisão dos instrumentos de planejamento do SUS.
Objetivos
Apoiar técnicos, gestores e conselheiros de saúde na utilização de forma qualificada dos instrumentos de planejamento do SUS por meio de recursos educativos que facilitem a compreensão dos prazos, conteúdos e funções do Plano de Saúde, da Programação Anual de Saúde e dos Relatórios de Gestão.
Descrição da experiência
A produção foi idealizada a partir da escuta em eventos e identificação de dificuldades na utilização dos instrumentos de planejamento do SUS. Iniciou-se com levantamento normativo e seguiu-se para criação dos cards e check list digitais com linguagem acessível e layout atrativo, contendo informações-chave e prazos para os gestores, técnicos e conselheiros municipais e estaduais. Esse material foi disponibilizado no canal de comunicação da SEMS/PE no whatsapp, e-mails e eventos.
Resultados
Produziram-se 05 cards (1°RDQA, RAG, PS, Conferência e Conselheiros) e 01 “Checklist para Plano de Saúde 2026-2029” com linguagem simples, cores padronizadas e ícones intuitivos detalhando prazo e fatores chaves na elaboração. O Check-List foi lançado em Live com os três entes federativos pelo Canal do Youtube DataSUS. Os materiais foram distribuídos em eventos, WhatsApp e e-mail, resultando em alta aceitação e uso espontâneo. A abordagem visual e direta favoreceu o engajamento.
Aprendizado e análise crítica
A produção contribuiu para apoiar os técnicos, gestores e conselheiros da complexidade técnica dos instrumentos de planejamento, facilitando a apropriação e fortalecendo a cultura do planejamento no SUS. A alta adesão ao material aponta sua efetividade como ferramenta de apoio técnico-pedagógico. A linguagem visual e foco na aplicabilidade direta foram diferenciais que potencializam o alcance e uso prático das ferramentas criadas. O material foi compartilhado e replicado SEINPs de todos Estados.
Conclusões e/ou Recomendações
A construção de recursos gráficos e checklist qualificados demonstraram ser uma estratégia efetiva para fortalecer a capacidade gestora. A replicabilidade do material e sua fácil atualização tornam um produto técnico relevante para apoio permanente aos municípios. A proposta reafirma a importância da comunicação clara e do suporte técnico contínuo na gestão pública da saúde e reforça a importância da SEINP como apoio institucional local.
AVANÇOS E DESAFIOS NA GESTÃO EM SAÚDE A PARTIR DA AVALIAÇÃO DE MATURIDADE DE PROCESSOS: A EXPERIÊNCIA DA ANVISA
Pôster Eletrônico
1 Anvisa
Período de Realização
Janeiro de 2023 a junho de 2025.
Objeto da experiência
Avaliação da maturidade dos processos organizacionais da Anvisa, com base no modelo BPM, para subsidiar a implantação do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ).
Objetivos
Descrever o processo de avaliação de maturidade dos processos organizacionais da Anvisa, evidenciando os avanços obtidos com a iniciativa e os desafios enfrentados na implementação do SGQ no âmbito da agência reguladora federal.
Descrição da experiência
Em 2023, a Anvisa expandiu o SGQ e lançou autoavaliação da maturidade dos processos, no modelo BPM, com os critérios: controle, pessoas, riscos e tecnologia. Equipes aderiram voluntariamente. Até o 2º tri/2025, 147 processos foram analisados e 684 respostas registradas. Os dados alimentam painel interativo online com radar, permitindo monitoramento seguro e contínuo por macroprocesso e unidade. A maturidade é classificada em cinco níveis: Inicial, Gerenciado, Padronizado, Previsível e Otimizado.
Resultados
O nível de maturidade dos processos da Anvisa evoluiu de "Padronizado" (62%) para "Previsível" (80%), com destaque para avanços em controle e padronização. A menor média foi no critério "riscos" (52%), sinalizando necessidade de ações. O radar apontou equilíbrio geral, mas indicou reforço na gestão de riscos e tecnologia. A experiência impulsionou engajamento, foco em resultados e decisões baseadas em dados. A ferramenta favoreceu a identificação de boas práticas e o alinhamento entre unidades.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que a avaliação sistemática da maturidade de processos é uma ferramenta estratégica para o fortalecimento institucional, promovendo padronização, alinhamento organizacional e foco em resultados. Níveis mais altos refletem práticas estruturadas e domínio tecnológico. A menor média no critério "riscos" alerta para desenvolvimento de ações e capacitação. Também evidenciou que a gestão por processos contribui para a eficiência regulatória e a entrega de valor à sociedade.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência fortaleceu o SGQ e a gestão em saúde. Sua sistematização evidenciou caráter inovador, com potencial de replicabilidade em outros órgãos públicos. Recomenda-se investir em gestão de riscos, tecnologia e engajamento contínuo de servidores e gestores. A cultura organizacional orientada a resultados é essencial para a sustentabilidade do SGQ e para uma gestão pública eficiente, transparente e centrada no cidadão.
Realização: