Programa - Pôster Eletrônico - PE34 - Vigilâncias do Campo da Saúde
DIRETRIZES DE CONTROLE VETORIAL PARA DENGUE: FACTÍVEL PARA TODOS OS MUNICÍPIOS?
Pôster Eletrônico
1 Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) - SES/SP
Apresentação/Introdução
Embora novas tecnologias sejam implementadas como as vacinas, o controle vetorial permanece como fundamental para a prevenção e controle da dengue e para outras arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti. Ao longo dos anos, estudos vem mostrando que as metas estabelecidas pelo Programa Nacional de Controle da Dengue não foram atingidas.
Objetivos
Neste estudo, buscou-se identificar em uma amostra de 66 municípios paulistas estratificados por porte populacional (pequeno, médio e grande) como as normativas vigentes são desenvolvidas ou não nos diferentes territórios.
Metodologia
Utilizou-se indicadores preexistentes e questionário elaborado com perguntas relativas às ações de controle vetorial desenvolvidas pelos municípios com base nas Diretrizes Nacional de Controle e Prevenção à Dengue e Diretrizes para a Prevenção e Controle das Arboviroses Urbanas no Estado de São Paulo (DPCArboSP). Os dados foram submetidos a uma análise quantitativa relativa ao percentual do cumprimento de indicadores referentes aos aspectos estruturais (RH, estrutura física, recursos materiais, recursos financeiros) e aos processos (atividades de controle vetorial, integração da atenção primária, intersetorialidade, educação/mobilização e informatização) referentes ao controle vetorial.
Resultados
Como principais resultados, independente do porte populacional, os municípios apresentaram dificuldades quanto às questões estruturais relativas aos recursos humanos, além de processos relativos às atividades educativas, mobilização da população e do acesso sobre informação de recursos financeiros. As diretrizes de controle vetorial para dengue vigentes se apresentaram mais exequíveis para os municípios de pequeno porte populacional principalmente quanto aos indicadores relativos à estrutura e de processos. No caso dos municípios de maior complexidade quanto ao porte identificou-se uma maior dificuldade quanto ao cumprimento das normas vigentes.
Conclusões/Considerações
Portanto, no presente estudo, as diretrizes de controle vetorial para dengue mostraram-se mais factíveis para os municípios de pequeno porte populacional. Torna-se necessário repensar, rever e inovar as ações de controle vetorial, em especial, para aqueles municípios de maior complexidade territorial.
INCIDENTES E EVENTOS ADVERSOS DE SEGURANÇA DO PACIENTE NOTIFICADOS PELOS CIDADÃOS NO BRASIL: 2014-2018
Pôster Eletrônico
1 INI/FIOCRUZ
2 ROYAL TROPICAL INSTITUTE
3 ENSP/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
Notificações de incidentes, relacionados ao cuidado em saúde, realizadas por pacientes e cuidadores fornecem informações úteis para a melhoria da qualidade e segurança do cuidado. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou o Sistema de Notificações de Vigilância Sanitária (Notivisa) módulo cidadãos para notificações dos pacientes, familiares, cuidadores, amigos e outros.
Objetivos
Objetivo: descrever os incidentes em serviços de saúde, notificados pelos cidadãos brasileiros no Notivisa.
Metodologia
Estudo descritivo seccional, com base nas notifi¬cações registradas no Notivisa módulo cidadão no período entre janeiro de 2014, ano de sua implantação, e dezembro de 2018. Para análise descritiva foi utilizado o programa SPSS versão 24.0. As variáveis e as categorias analisadas foram: tipo de incidente, responsável pela notificação; sexo; idade; raça/cor da pele; etapa do cuidado; local do incidente; período do dia; e grau do dano. A coleta de dados ocorreu após Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) no 3.492.606.
Resultados
Foram notificados 935 incidentes e eventos adversos. Os mais frequentes foram relacionados ao uso de medicamen¬tos (50,8%) e queda do paciente (7,5%). Os responsáveis pela notificação identificam¬-se como ‘outros’ (49,4%), seguido pela ‘pessoa afeta¬da' (25,6%). A maior parte dos registros de incidentes foi com pacientes do sexo feminino (60,9%), de ≥66 anos (20,1%) e de raça/cor da pele branca (51,0%). A maior parte dos incidentes e eventos adversos ocorreu durante a prestação do cuidado, tratamento ou cirurgia (37,3%), e no período diurno (58,3%). O hospital foi o local do incidente com mais registros (37,4%); 32,9% dos incidentes foram considerados leves e 2,4% resultaram em óbitos.
Conclusões/Considerações
Os achados evidenciam a capacidade dos cidadãos de reconhecer incidentes e eventos adversos. Os relatos destes constituem valiosa fonte de informação para a análise e aprimoramento dos serviços de saúde. Contudo, observou-se baixo número de notificações no período de estudo. Para melhor compreender o uso de plataformas de notificação pelo cidadão, novos estudos deverão ser realizados na perspectiva do cuidado centrado no paciente.
VIGILÂNCIA EM SAÚDE E DETERMINANTES AMBIENTAIS: DEPENDÊNCIA ESPACIAL DA MORTALIDADE POR CRIPTOCOCOSE NO BRASIL (2011-2022)
Pôster Eletrônico
1 UFPA
2 UEPA
3 SESPA
Apresentação/Introdução
O estudo aborda lacunas na vigilância de doenças negligenciadas, analisando padrões espaciais da mortalidade por criptococose no Brasil. Contribui para a Saúde Coletiva ao integrar geotecnologias na detecção de desigualdades territoriais, alinhando-se aos eixos sobre vigilância, doenças transmissíveis e justiça ambiental.
Objetivos
Identificar clusters espaciais de mortalidade por criptococose nos municípios brasileiros (2011-2022) e analisar sua relação com determinantes socioambientais, subsidiando estratégias de vigilância integrada.
Metodologia
Utilizou-se delineamento ecológico espacial com unidades municipais. Os dados de óbitos foram extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (CID-10 B45), enquanto as estimativas populacionais foram obtidas do DATASUS (2011-2022). As malhas geográficas municipais, fornecidas pelo IBGE no sistema SIRGAS 2000, foram processadas no QGIS. Após cálculo das taxas brutas anuais de mortalidade por 100.000 habitantes, aplicou-se o Índice de Moran Global e Local (LISA) no software GeoDA para análise de autocorrelação espacial, utilizando matriz de pesos baseada em contiguidade e significância estatística de p<0,05 para identificação de clusters espaciais significativos.
Resultados
Foram registrados óbitos por criptococose em 651 municípios (2011-2022). As maiores taxas de mortalidade ocorreram em municípios de pequeno porte, destacando-se Canudos do Vale/RS (56,21/100 mil), Mesópolis/SP (52,27/100 mil) e Benjamin Constant do Sul/RS (46,31/100 mil). O Índice de Moran Global indicou autocorrelação espacial insignificante (I=0,001), mas a análise LISA revelou clusters locais relevantes: 27 municípios classificados como "Alto-Alto" (principalmente no Sul/Sudeste), configurando hotspots de mortalidade, e 169 municípios "Baixo-Alto", evidenciando disparidades regionais onde áreas de baixo risco são circundadas por alta mortalidade.
Conclusões/Considerações
Clusters locais revelam iniquidades na mortalidade por criptococose associadas a determinantes ambientais e falhas na vigilância. A análise espacial subsidia a priorização de áreas para vigilância de doenças negligenciadas em regiões críticas, relacionando hotspots e vulnerabilidades socioambientais. A metodologia destaca ferramentas geoespaciais para fortalecer ações integradas nos eixos de vigilância, doenças transmissíveis e justiça ambiental.
IMPLEMENTAÇÃO DOS ROTEIROS DE INPEÇÃO (ROI) DE SERVIÇOS DE SAÚDE NO ESTADO DA BAHIA, 2022-2024
Pôster Eletrônico
1 DIVISA/BA
Apresentação/Introdução
Os Roteiros Objetivos de Inspeção (ROI) são resultado do Projeto de Harmonização das Inspeções Sanitárias em Serviços de Saúde e Serviços de Interesse à Saúde no SNVS, da ANVISA. E tomam como base a legislação sanitária e o método de avaliação do Risco Potencial (MARP). A utilização desse instrumento na Bahia aponta para o fortalecimento dos processos de trabalho da VISA, padronizando essas ações.
Objetivos
O objetivo desse estudo foi descrever a aplicação dos ROI nos serviços de Centro Cirúrgico, CME tipo II, Diálise, e UTI adulto no estado da Bahia nos anos de 2022 a 2024, de acordo com critérios selecionados.
Metodologia
O estudo foi desenvolvido a partir da coleta de dados disponíveis no Painel Power BI da ANVISA/GGTES para o estado da Bahia. Foram levantados os dados referentes aos anos de 2022 a 2024 para o estado, apenas dos serviços de Centro Cirúrgico(CC), Urgência/Emergência (UE), UTI adulto e Diálise que foram os primeiros Roteiros disponibilizados, e assim pode ser feito um comparativo da aplicação do ROI, por tipo de serviço, a cada ano estudado, verificando a classificação Risco Potencial (RP) resultante de cada aplicação. Também foram levantados pontos positivos e negativos a partir da utilização da ferramenta, através de reuniões com a equipe técnica.
Resultados
Em 2022, 10 CC, 12 CME, 19 Diálises e 14 UTI tiveram ROI aplicados; 2023 foram 28 CC, 32 CME, 21 Diálises e 31 UTI; já em 2024, 55 CC, 50 CME, 28 Diálise e 33 UTI. No período, dos 04 tipos de serviços, a CME foi o mais inspecionado e também o que mais recebeu classificação de RP INACEITÁVEL. Quanto aos serviços com RP TOLERÁVEL E ACEITÁVEL, durante os 3 anos estudados, verificou-se que houve queda na proporção deste para todos os serviços, exceto Centro Cirúrgico. A equipe técnica sinalizou pontos positivos como os itens críticos e não críticos, com o dispositivo legal para a tomada de decisões. E pontos negativos, como a necessidade de informar o CNES
Conclusões/Considerações
A partir de 2023, foi introduzido no planejamento metas com o ROI, explicando o crescimento nas aplicações. A base legal em cada item representa um facilitador no processo de trabalho e aponta para a priorização na ordem de inspeção sanitária, quando indica serviços com indicadores críticos em não conformidade. A implementação do projeto enfrenta desafios, no entanto, sinaliza direções para a organização do sistema.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS NOTIFICADOS DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA POR AGROTÓXICOS NO ESTADO DA BAHIA, DE 2013 A 2022
Pôster Eletrônico
1 SESAB
Apresentação/Introdução
O uso de agrotóxicos no Brasil, iniciado após a Segunda Guerra Mundial, resultou em impactos à saúde, especialmente no Nordeste. Destaca-se o ano de 2018, onde na Bahia registrou 3.745 casos de intoxicação, com a região Oeste sendo uma das mais afetadas.
Objetivos
Este estudo visa analisar o perfil epidemiológico desses casos entre 2013 e 2022, avaliando dados, agentes causadores e incidência
Metodologia
Estudo descritivo do perfil epidemiológico dos casos de intoxicação exógena por agrotóxicos na Bahia entre 2013 e 2022, utilizando dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), DATASUS e IBGE. As variáveis analisadas incluem dados sociodemográficos, tipo de agrotóxico e circunstância da intoxicação. A qualidade dos dados é avaliada quanto à completitude e consistência. A incidência de casos é calculada por macrorregião de saúde, considerando a população estimada e o número de casos notificados. Foram realizadas análises descritivas e cálculo do coeficiente de incidência
Resultados
Entre 2013 e 2022, foram registrados 7.728 casos de intoxicação por agrotóxicos na Bahia, com média anual de 1.545 casos. O raticida foi o agente mais comum (44,3%), seguido por agrotóxicos agrícolas (34,7%). A maioria das vítimas eram homens (53,3%) e as faixas etárias mais afetadas foram 0-4 anos e 15-24 anos. A ingestão foi a principal forma de exposição (68,8%), e a tentativa de suicídio foi a maior circunstância (51,7%). As regiões Norte e Sul apresentaram as maiores taxas de incidência. O estudo aponta a necessidade de políticas públicas e melhoria na qualidade dos dados de notificação.
Conclusões/Considerações
Os resultados destacam a alta incidência de intoxicação por agrotóxicos na Bahia, especialmente nas regiões Norte e Sul. Recomenda-se para a Secretaria de Saúde Estadual, intensificar políticas públicas nas áreas mais afetadas, melhorar a capacitação e qualidade dos dados de notificação e investigação para fortalecer ações preventivas.
OVITRAMPAS NO DISTRITO FEDERAL: REPENSANDO A CONTAGEM DE OVOS NA VIGILÂNCIA DO AEDES AEGYPTI
Pôster Eletrônico
1 PRMVS/ FIOCRUZ BRASÍLIA
2 DIVAL/SES-DF
3 NEVS/FIOCRUZ BRASÍLIA
Apresentação/Introdução
Entre as estratégias de vigilância entomológica recomendadas pelo Ministério da Saúde para o enfrentamento da dengue, destaca-se a contagem de ovos de Aedes aegypti por meio de ovitrampas. Essa atividade desempenha um papel fundamental, pois possibilita o monitoramento precoce da presença e da densidade do vetor em áreas urbanas, contribuindo diretamente para a prevenção e o controle da doença.
Objetivos
Analisar a distribuição de ovos de Aedes aegypti em ovitrampas no Distrito Federal (DF), e avaliar se a estimativa visual em palhetas com mais de 200 ovos é uma medida aceitável, até a adoção de tecnologias semiautomatizadas.
Metodologia
Foram analisados dados do app ContaOvos, cedidos pela Diretoria de Vigilância Ambiental da SES/DF, referentes a 2024 no DF, ano marcado por epidemia de dengue. O app ContaOvos (IOC/Fiocruz) registra e visualiza dados e, desde 2023, recomenda estimar contagens acima de 200 ovos para agilizar a rotina, embora a prática ainda não seja validada. A contagem dos ovos foi feita com lupa estereoscópica, e as análises estatísticas e gráficas foram feitas nos softwares R (v4.5) e Excel. A classificação sazonal entre estação chuvosa e seca baseou-se na precipitação acumulada registrada pelo INMET, segundo a semana epidemiológica. Utilizaram-se medidas de frequência absoluta e relativa nos resultados.
Resultados
De 59.935 palhetas analisadas, 53,3% estavam negativas, 86,1% tinham até 49 ovos e 2,6% ultrapassaram 200 ovos. Na estação chuvosa, 46,8% das armadilhas estavam negativas (n=29.397), 80,8% com até 49 ovos e 3,8% com mais de 200, representando 66% do total de ovos anual(1.066.680 ovos). Na estação seca, observou-se 59,5% de armadilhas negativas (n=30.538), 91,1% com até 49 ovos e 1,3% com mais de 200, representando 33% do total de ovos anual (543.962 ovos) conforme a menor atividade vetorial esperada para o período.
Conclusões/Considerações
Considerando que a contagem manual de ovos é lenta e desgastante, o uso de estimativas visuais em palhetas, como orienta o app ContaOvos, mostra-se uma alternativa viável para otimizar a rotina sem prejuízo à vigilância, dado a baixa frequência de palhetas com mais de 200 ovos. Recomenda-se sua padronização, validação, capacitação das equipes e monitoramento da acurácia como medida provisória até a adoção de tecnologias semiautomatizadas.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR CAUSAS MAL DEFINIDAS E INESPECÍFICAS NO ESTADO DE MINAS GERAIS
Pôster Eletrônico
1 SESMG
Apresentação/Introdução
Reconhecendo a relevância dos dados sobre mortalidade para as análises de situação de saúde da população e os desafios para a qualificação desses registros, foi realizado estudo com o objetivo de descrever o perfil epidemiológico dos óbitos por causas mal definidas e óbitos naturais por causas inespecíficas, segundo a Macrorregião de Saúde de Minas Gerais, nos anos de 2014 e 2024.
Objetivos
Contribuir para a qualificação dos registros de mortalidade que serão utilizados de maneira mais assertiva para o planejamento das políticas de saúde no estado.
Metodologia
Foi realizado estudo descritivo do perfil dos óbitos por causas mal definidas e óbitos naturais por causas inespecíficas, estratificados por residência nas Macrorregiões de Saúde de Minas Gerais, nos anos de 2014 e 2024. Os dados foram extraídos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) estadual para cálculo do indicador de “Proporção de óbitos por causas mal definidas” (capítulo XVIII da CID-10), em relação ao total de óbitos, e “Proporção de óbitos naturais por causas inespecíficas” em relação ao total de óbitos naturais.
Resultados
Em Minas Gerais, no ano de 2014, foram registrados 128.141 óbitos, sendo 7,8% atribuídos as causas mal definidas, reduzindo para 6,6% em 2024. Embora seja observado redução nesse agrupamento, persistem altos índices de óbitos por causas básicas inespecíficas, que representaram cerca de 38% dos registros de óbito por causas naturais no estado, em ambos os períodos, com maior concentração na Macrorregião de Saúde Centro (25,6%). Em 2024, a maioria dos óbitos por causas inespecíficas ocorreu em ambiente hospitalar, representando 63,2% desses óbitos em Minas Gerais, com destaque para a Macrorregião de Saúde do Triângulo do Sul, que apresentou 72,5% desses óbitos ocorridos em hospital.
Conclusões/Considerações
O estudo mostrou redução da mortalidade por causas mal definidas em Minas Gerais, entretanto, foram observados elevados índices de óbitos naturais por causas inespecíficas, principalmente na Macrorregião de Saúde Centro. Destaca-se a importância de implementar ações e serviços voltados para a investigação desses óbitos e capacitar profissionais, visando a qualificação dos registros e o planejamento mais eficiente das ações de saúde no estado.
VACINAÇÃO E VARIANTES DO VÍRUS DA COVID-19: CONTRIBUIÇÕES PARA A TENDÊNCIA DA MORBIMORTALIDADE HOSPITALAR NO ESTADO DA BAHIA, BRASIL
Pôster Eletrônico
1 Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB
2 Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia - ISC/UFBA
3 Secretaria de Saúde do Estado da Bahia - SESAB
Apresentação/Introdução
A pandemia causada pelo SARS-CoV-2 gerou impactos profundos e desiguais nos sistemas de saúde globais, especialmente no Brasil. Na Bahia, a morbimortalidade hospitalar refletiu diferenças regionais e de estágios da resposta à pandemia. Variantes de preocupação alteraram a dinâmica da doença e o perfil epidemiológico, enquanto que a vacinação foi crucial para a redução dos casos graves e óbitos.
Objetivos
Este estudo objetivou analisar as tendências temporais da morbimortalidade hospitalar por Covid-19, no estado da Bahia, considerando o impacto da vacinação e das variantes de preocupação (VOC) do SARS-CoV-2.
Metodologia
Realizou-se um estudo ecológico de séries temporais, utilizando dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) e do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI). Foram estimadas taxas de incremento semanal (TxIS) de hospitalização e de mortalidade por Covid-19 no estado da Bahia, Brasil, de 2020 até a semana epidemiológica (SE) 13 de 2025. A análise incluiu a correção para autocorrelação serial e ajustes para a vacinação em massa e para as ondas resultantes da entrada das VOC do vírus, como alfa, gama, delta e ômicron. Empregou-se a regressão de Prais-Winsten com nível de significância 0,05 para estimar as mudanças de tendência segundo ano pandêmico.
Resultados
Foram registrados, até a 13ª SE de 2025, 61.467 casos com hospitalização e 19.847 óbitos por Covid-19 na Bahia. A distribuição seguiu tendência decrescente de 2020 a 2025, com pico em 2021 (hospitalização: 202,94/100 mil hab; mortalidade: 60,96/100 mil hab) e queda até 2024 (5,59 e 0,81/100 mil hab, respectivamente). Em 2025, até a 13ª SE, as taxas foram de 0,33 e 0,08/100 mil hab, respectivamente. Houve tendência decrescente significativa de TxIS de hospitalização e mortalidade entre 2020 e 2025 (TxS -1,41%). Após correção para autocorrelação serial e ajustes por variáveis de exposição, manteve-se padrão decrescente com significância estatística (TxIS -1,61%; IC 95%: -1,619 a -1,611%).
Conclusões/Considerações
Portanto, a análise temporal da morbimortalidade hospitalar por Covid-19, na Bahia, permite compreender o impacto combinado das variantes e da vacinação, oferecendo subsídios para o fortalecimento das políticas públicas e melhoria da resposta regionalizada à crise sanitária. Evidencia-se a necessidade de intervenções pautadas no monitoramento genômico oportuno do SARS-CoV-2, bem como no alcance de altas coberturas vacinais em todo o estado.
PREVELÊNCIA DE INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) NO TERRITÓRIO DE IDENTIDADE DO SISAL BAHIA, BRASIL NO PERÍODO DE 2008 A 2024
Pôster Eletrônico
1 FARESI
2 Secretaria Municipal de Saúde de Serrinha-Bahia.
Apresentação/Introdução
A atenção à saúde a partir de redes regionalizadas requer o delineamento do perfil Epidemiológico e Vigilância para que a oferta de serviços atenda a demandas de forma estratégica. No entanto, muitos territórios se mostram invisíveis o que pode implicar em ausências de princípios como equidade, universalidade e integralidade. A magnitude de agravos pode contribuir para serviços resolutivos.
Objetivos
Descrever os casos de (IAM) e relação com variáveis sociodemográficas e analisar a prevalência de (IAM) a partir de uma distribuição no tempo e a relação entre homens e mulheres.
Metodologia
Estudo transversal descritivo, com dados dos casos coletados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). Foram incluídos todos casos de (IAM) no território de identidade do sisal, formado por 20 municípios. Sendo analisados os casos com internações aprovadas no período de 2008 a 2024. O cálculo de frequências absolutas e relativas foi realizado em relação a variáveis sociodemográficas como sexo, faixa etária, raça, regime de internação e caráter de atendimento. A prevalência foi calculada na série temporal, tendo como numerador casos de (IAM) e no denominador a população do território de identidade do sisal correspondente a cada ano, cuja fonte foi o IBGE.
Resultados
No território identificou-se 4.727 casos de (IAM), sendo 2.830 entre homens e 1.897 entre mulheres, correspondendo a uma razão de 1,5 para os homens. A faixa etária com maio número de casos foi 60 a 69 anos, sendo que entre 20 a 29 anos e 30 a 39 anos há um aumento de quase 3 vezes nos casos. Entre as demais variáveis a maior parte dos casos foi entre pardos, com regime de internação público e tendo como caráter de atendimento a urgência. A distribuição no tempo da prevalência mostra um aumento em série, sobretudo a partir de 2011 com maior valor nos anos 2022 e 2024. Para a análise foi utilizado o software R com apoio do pacote Commander.
Conclusões/Considerações
O território de identidade do sisal é marcado por desafios para promover saúde, vivenciando vulnerabilidades. A prevenção e tratamento de doenças são necessidades especificas. O estudo ao analisar a distribuição dos casos de (IAM) e a sua magnitude contribui para o planejamento da saúde coletiva, identificando populações mais vulneráveis, focando em estratégias de prevenção e tratamento, assim como, avalia políticas de saúde.
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) E TEMPERATURA MÉDIA MENSAL: UM ESTUDO ECOLÓGICO NO TERRITÓRIO DE IDENTIDADE DO SISAL, BAHIA, BRASIL EM 2024
Pôster Eletrônico
1 FARESI
2 Secretaria Municipal de Saúde de Serrinha-Bahia.
Apresentação/Introdução
As estratégias de descentralização, regionalização e a organização territorial das ações e serviços de saúde requerem que territórios sejam revelados em necessidades. Os Determinantes Sociais da Saúde (DSS) abordados em uma dimensão socioespacial, entre esses, as condições ambientais podem contribuir para entendimento de processos de adoecimento relacionados a fatores como mudanças climáticas.
Objetivos
Identificar diferenças na distribuição mensal dos casos (IAM) nos municípios do território de identidade do sisal e analisar a relação entre os casos e temperatura média mensal.
Metodologia
Estudo ecológico, com dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). Os casos de (IAM) com internação hospitalar, no ano de 2024 foram agrupados por unidade de análise geográfica dos municípios no território de identidade do sisal, categorizados pela distribuição (média/desvio padrão) e analisados mensalmente. A variável utilizada foi a medida ambiental temperatura média mensal, tendo como fonte o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). O gráfico de dispersão e a correlação de Spearman foram utilizados, sendo utilizado o software R com apoio do pacote Commander.
Resultados
Entre os municípios existem diferenças na distribuição mensal dos casos de (IAM), sendo que o maior número de casos se encontra entre os meses de abril a agosto, indicando uma sazonalidade e entre municípios de diferentes regiões de saúde. A maioria dos casos ficou entre temperaturas de 24ºC a 26º C. A correlação entre o número de casos e temperatura média mensal foi negativa, próxima a -1 e significante estatisticamente.
Conclusões/Considerações
Os achados mostram a importância do planejamento e da prevenção das ações de saúde, contribuindo para o delineamento de ações focais, especialmente em regiões com temperaturas mais baixas, uma vez que o território do sisal passa por frequentes extremos climáticos como ondas de frio que se prolongam.
TENDÊNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA TUBERCULOSE NA REGIÃO DE SAÚDE CARAJÁS, 2015 – 2021
Pôster Eletrônico
1 UNIFESSPA
Apresentação/Introdução
A tuberculose (TB) permanece como um importante problema de saúde pública no Brasil, especialmente em regiões com maior vulnerabilidade social. A Região de Saúde Carajás, no Estado do Pará, apresenta características epidemiológicas que exigem atenção específica quanto à incidência da doença entre adultos economicamente ativos.
Objetivos
Descrever aspectos epidemiológicos dos casos de tuberculose (TB) em adultos diagnosticados na Região de Saúde Carajás do Estado do Pará no período de 2015 a 2021.
Metodologia
Trata-se de um estudo epidemiológico observacional descritivo, com abordagem quantitativa. Os dados foram obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponível na plataforma eletrônica do DATASUS. As análises foram realizadas utilizando as ferramentas de tabulação de dados TABWIN e Microsoft Excel 2016.
Resultados
Foram identificados 1.444 casos notificados na faixa etária de 20 a 59 anos. As características mais frequentes entre os indivíduos com a doença foram: maior concentração na faixa etária de 20 a 29 anos (68,5%), predominância do sexo masculino (71%), entrada como novo caso (84%) e reingresso após abandono (8%). A forma clínica mais comum foi a pulmonar (90%). Como principais condições associadas destacaram-se o tabagismo (27%) e o alcoolismo (24%). Observou-se baixo índice de realização do Tratamento Diretamente Observado (TDO), com apenas 48% dos casos, e encerramento por cura em 58% dos registros, mas longe da média aceitável de abandono de tratamento 14%.
Conclusões/Considerações
A Região de Saúde Carajás apresentou um número crescente de pessoas com TB no período analisado, predominantemente em adultos jovens economicamente ativos do sexo masculino, contribuindo para o conhecimento da situação epidemiológica, indicando que esta doença representa um problema grave de saúde pública na região. Portanto, ações de vigilância epidemiológica e promoção da saúde devem ser utilizadas, contribuindo na redução e controle dos casos.
A IMPORTÂNCIA DOS DADOS DE SAÚDE NA ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE COLONIZAÇÃO E INFECÇÃO RELACIONADA À ASSISTÊNCIA À SAÚDE EM HOSPITAIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Pôster Eletrônico
1 FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) acometem milhões de pacientes em todo o mundo. Com a pandemia de COVID-19, a ocorrência de infecção hospitalar e resistência microbiana foram alertadas mundialmente. No sentido de controle das IRAS, os dados de saúde são importantes pois permitem a análise e formulação de políticas públicas de prevenção e controle de infecção mais eficientes.
Objetivos
Analisar a ocorrência de colonização e infecção nos hospitais do estado do Rio de Janeiro, durante o primeiro ano antes e após o início da pandemia de COVID-19, com base em dados secundários públicos de acesso restrito e irrestrito.
Metodologia
Foi realizado estudo observacional, com base em dados secundários, nos anos de 2019 e 2020. Foram consideradas todas as variáveis de colonização, de infecção e microrganismos causadores de IRAS relacionados aos dispositivos invasivos: IPCS-CVC, ITU-CVD e PAV, notificadas na base de dados ANVISA pelos representantes dos hospitais e encaminhados à CECIH/SES/RJ. O projeto foi submetido ao CEP da ENSP/FIOCRUZ e SES/RJ. O percentual de colonização foi maior que infecção. Em relação ao número de missing (registros perdidos), foram 29,8% registros de IPCSL/CVC em 2019 e 45,2% em 2020. ITU/CVD foram 44,2% em 2019 e 65,9% em 2020. PAV foi o menor registro, com 1,5% e 1,0%, respectivamente.
Resultados
Embora a padronização universal das IRAS tenha evoluído ao longo dos anos, ainda permanece sendo um desafio, sobretudo no primeiro ano após o início da pandemia, tendo em vista a dificuldade na definição de critérios de PAV em pacientes COVID-19 positivos, já que sintomas se sobrepuseram fortemente à PAV, invalidando tradicionalmente os critérios de diagnóstico clínico nesta população o que pode ter contribuído para uma subnotificação neste grupo de pacientes. O grande número de “missing” observado na base de dados de infecção e colonização, indica uma vulnerabilidade do sistema, podendo produzir interpretações equivocadas a respeito das IRAS.
Conclusões/Considerações
A discussão acerca da notificação da colonização e infecção de microrganismos multirresistentes torna-se ser uma valiosa contribuição, tendo em vista sua importância nos sistemas de vigilância em saúde vigentes. O estudo apresentado alerta os sistemas de informação em saúde, considerando os resultados encontrados, visando a criação de políticas públicas de prevenção e controle de infecção ainda mais confiáveis e eficientes.
COBERTURA VACINAL DA POLIOMIELITE NAS REGIÕES DO BRASIL NOS ANOS DE 2019 A 2022
Pôster Eletrônico
1 UEFS
2
Apresentação/Introdução
A poliomielite é uma doença viral grave, evitável por vacina. O Brasil, apesar de certificado como livre da pólio desde 1994, apresenta queda nas taxas vacinais nos últimos anos, o que pode representar risco de reintrodução do vírus.
Objetivos
Analisar a cobertura vacinal contra a poliomielite nas regiões brasileiras entre os anos de 2019 a 2022.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa descritiva com dados secundários coletados no DATASUS/TABNET, referente à cobertura vacinal contra a poliomielite no Brasil entre 2019 e 2022. Foram analisadas informações por região e comparadas as taxas percentuais ano a ano. Complementarmente, utilizou-se bibliografia científica relacionada à epidemiologia da poliomielite e fatores socioeconômicos que possam influenciar a adesão vacinal.
Resultados
Em 2019, a cobertura nacional foi de 84,19%. Nos anos seguintes, observou-se queda para 76,79% (2020) e 71,04% (2021), com leve recuperação em 2022 (77,20%). A região Norte apresentou os piores índices em todos os anos avaliados. A meta de 95% preconizada pelo Ministério da Saúde não foi atingida em nenhuma região durante o período analisado.
Conclusões/Considerações
Houve redução preocupante na cobertura vacinal da poliomielite no Brasil entre 2019 e 2022. A vulnerabilidade regional, aliada à desinformação, hesitação vacinal e impactos da pandemia de COVID-19, podem ter contribuído para esse cenário. Reforça-se a necessidade de estratégias específicas para elevar as taxas de vacinação e evitar o risco de reintrodução do vírus no país.
QUALIDADE DE PREENCHIMENTO DAS NOTIFICAÇÕES DOS ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO NO BRASIL NO PERÍODO DE 2015-2023
Pôster Eletrônico
1 UFBA
Apresentação/Introdução
Acidentes com animais peçonhentos representam um evitável problema de saúde pública e constituem um agravo de notificação compulsória no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Assim, a qualidade dos dados de notificação é essencial e a presença elevada de dados ausentes compromete a análise e dificulta a formulação de estratégias eficazes para o enfrentamento do problema.
Objetivos
O trabalho objetivou analisar a completude dos dados na notificação de acidentes com animais peçonhentos no Brasil (2015-2023) e a variação proporcional da completude para 2015 e 2023 nos três tipos de acidentes mais frequentes no período.
Metodologia
Realizou-se um estudo descritivo com dados de notificação de acidentes por animais peçonhentos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), considerando oito categorias (total, serpentes, aranhas, escorpiões, lagartas, abelhas, outros e ignorados) para Brasil e regiões. Avaliou-se a qualidade segundo percentual de incompletude das variáveis conforme Romero e Cunha (2006): excelente (≤5% de incompletude), boa (5 a 10%), regular (10 a 20%), ruim (20 a ≤ 50%) e muito ruim (>50%). Calculou-se a variação proporcional para o primeiro e último ano do período (2015 e 2023) nos tipos de acidentes mais frequentes. Os dados foram processados no RStudio e organizados no Google Sheets.
Resultados
Nordeste teve a pior completude em acidentes totais (41,7% de variáveis de escore “Regular”) e animais identificados. Escorpião teve melhor índice no Sudeste (63,6% “Excelente”); serpente (50%), aranha (41,7%), abelha (63,6%) e lagarta (58,3%) no Sul. Em animal ignorado, predominaram escores “Regular” (54,6%) e “Ruim” (23,6%). Completude foi baixa na identificação do animal (60% “Ruim” em lagarta e aranha) e a maior em “Manifestações Locais” (91,4% “Excelente”). Centro-Oeste teve a maior melhora nos totais (91,7% campos melhoraram), aranha e escorpião (100%); Norte em serpente (91,7%). Houve mais campos com piora no Sul em escorpião (90,9%) e no Sudeste em aranha (75%) e serpente (83,8%).
Conclusões/Considerações
Apesar de avanços em algumas regiões, certas lacunas na completude da notificação dos acidentes por animais peçonhentos persistem. Quedas em campos específicos, mesmo em regiões com bom desempenho, comprometem a qualidade dos dados. Assim, as diferenças regionais mostram a necessidade de estratégias específicas para melhorar a completude, especialmente em regiões com baixo preenchimento, e orientar ações eficazes no manejo desses acidentes.
PLANOS DE AMOSTRAGEM DA VIGILÂNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA NOS NÚCLEOS REGIONAIS DE SAÚDE DO OESTE DA BAHIA
Pôster Eletrônico
1 UFOB
Apresentação/Introdução
O Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua) é essencial para a promoção da saúde, especialmente em regiões com desigualdades. Os planos de amostragem do Vigiagua são ferramentas estratégicas para a gestão em saúde. Este estudo está realizando uma investigação do cumprimento dos planos de amostragem nos Núcleos Regionais de Saúde (NRS) do oeste da Bahia.
Objetivos
Verificar o cumprimento dos planos de amostragem do Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua) nos Núcleos Regionais de Saúde de Barreiras, Ibotirama e Santa Maria da Vitória.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, utilizando dados secundários disponíveis no Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (SISAGUA). Foram analisados os registros das coletas de amostra de água, realizadas pela vigilância, referentes aos NRS de Barreiras, Ibotirama e Santa Maria da Vitória no período de 2016 a 2024. Os dados foram organizados em planilhas no software Excel, e realizada a estatística descritiva das médias anuais e dos percentuais de cumprimento dos planos de amostragem.
Resultados
Os resultados preliminares identificaram que o NRS de Barreiras apresentou os melhores índices de cumprimento, superando 80% ao longo do período analisado. Já o NRS de Santa Maria da Vitória teve os menores índices, com percentuais abaixo de 60% em vários anos. Muitos municípios não lançaram dados em vários anos do período analisado. Em 2020, observou-se, nos três núcleos, uma queda significativa no atendimento aos planos de amostragem, podendo ser reflexo dos impactos da pandemia da COVID-19, especialmente em municípios com menor estrutura técnica e logística. A análise evidencia disparidades regionais importantes na execução dos planos de amostragem, com variações significativas ao longo do tempo.
Conclusões/Considerações
Os resultados preliminares reforçam a necessidade de fortalecer a capacitação técnica, a articulação entre os entes federativos e a implementação de protocolos de contingência e de incentivo aos municípios. Recomenda-se ainda a realização de estudos qualitativos junto aos municípios para compreender os fatores locais que influenciam a adesão aos planos de amostragem, visando aprimorar as ações do Vigiagua.
ENTRE SABERES POPULARES E RESISTÊNCIA: VIGILÂNCIA POPULAR EM SAÚDE E A ANÁLISE ORGANIZAÇÃO DA COMUNIDADE TRANS CONTRA A RESOLUÇÃO 2.427/2025 DO CFM
Pôster Eletrônico
1 UFRGS
Apresentação/Introdução
Este trabalho apresenta a análise das mobilizações organizadas no Brasil, após a publicação da resolução 2.427/2025 do Conselho Federal de Medicina (CFM), a partir do referencial Vigilância Popular em Saúde (VPS). A resolução apresenta restrições no uso de terapia hormonal em crianças e adolescentes e estabelece outras restrições para adultos.
Objetivos
O objetivo é analisar os regimes de resistências utilizados pela comunidade trans com foco em suas estratégias de organização e mobilização.
Metodologia
Foi realizado um estudo de caso que consiste em uma análise aprofundada de um fenômeno específico em seu contexto real. Tal fenômeno pode abranger um indivíduo, um grupo, uma comunidade ou até instituições complexas, como organizações políticas ou sistemas sociais. A unidade de análise foram manifestações da comunidade trans e seus regimes de resistência com foco em suas estratégias de organização e mobilização. O estudo de caso foi conduzido por meio da análise de documentos, mobilizações e produção na mídia sobre tais regimes de resistência e organização de mobilizações. Para a análise foi utilizado o referencial da (VPS) que afirma a autonomia das comunidades.
Resultados
Diversos coletivos organizaram uma reunião para coordenar uma mobilização nacional. Entre abril e maio, manifestações ocorreram em 22 cidades, concentrando-se principalmente em frente aos Conselhos Regionais de Medicina, onde foram realizados atos com discursos de repúdio. Foi divulgada também uma nota coletiva apontando que a resolução cria barreiras ao acesso em saúde da população trans, aumentando sua vulnerabilidade. A nota ressalta que a resolução interfere na atuação de outras pessoas profissionais das equipes multiprofissionais de saúde. As mobilizações contrárias à resolução do CFM apontam para um saber popular fundamental na luta pelo direito à existência e à autodeterminação.
Conclusões/Considerações
A VPS reconhece e valoriza os saberes populares e territoriais; estes saberes apontam que a resolução do CFM é transfóbica na medida em que opera a medicina colonizatória e controladora de corpos de pessoas trans, impedindo que as estas tenham autonomia sobre suas existências e experiências corporais. Os regimes de resistência apresentados têm como base o diálogo simétrico dos saberes territoriais, que favorecem processos emancipatórios.
DINÂMICA DA DENGUE NO BRASIL E NO CENTRO-OESTE (2014-2024): UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS TENDÊNCIAS E DESAFIOS.
Pôster Eletrônico
1 UNINOVE
2 UFSB
Apresentação/Introdução
A dengue é uma arbovirose de grande relevância para a saúde pública no Brasil, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, com expressivo aumento de casos na última década. A região Centro-Oeste, devido a fatores climáticos e urbanos, tem se destacado na incidência nacional. Este estudo analisa o perfil epidemiológico da doença entre 2014 e 2024, visando orientar medidas de controle mais eficazes.
Objetivos
Analisar o perfil epidemiológico dos casos de dengue na região Centro-Oeste do Brasil, entre 2014 e 2024, considerando a distribuição temporal, demográfica e espacial, para subsidiar ações de vigilância, prevenção e controle da doença.
Metodologia
Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo ecológico, retrospectivo e com abordagem quantitativa. Foram analisados os casos de dengue notificados no Brasil entre janeiro de 2014 e dezembro de 2024, a partir de dados secundários obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizados pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS). As variáveis consideradas incluíram ano do primeiro sintoma, região e unidade federativa de residência, classificação do caso, hospitalização e desfecho. As informações foram organizadas em frequências absolutas e relativas, sendo realizadas análises estatísticas descritivas para identificar padrões epidemiológicos.
Resultados
Entre 2014 e 2024, o Brasil notificou 16.676.343 casos de dengue, com aumento de 986,52% em 2024 em relação a 2014. A Região Sudeste concentrou 55,4% dos casos, seguida do Centro-Oeste (15%), Sul (14,7%), Nordeste (12,5%) e Norte (2,4%). No Centro-Oeste, 60,4% das notificações ocorreram nos últimos cinco anos, com 24% apenas em 2024. Goiás liderou com 56,4% dos casos, seguido do DF (21,5%), MS (12,4%) e MT (9,7%). A forma clássica foi predominante (80,5%), enquanto as formas com sinais de alarme (2,2%), grave (0,2%) e febre hemorrágica (0,0006%) foram menos frequentes. Quanto à evolução, 73,2% foram curados, 0,09% evoluíram para óbito e 4,6% exigiram hospitalização.
Conclusões/Considerações
Os dados evidenciam um crescimento expressivo da dengue na região Centro-Oeste, com acentuada concentração nos últimos anos e maior impacto no estado de Goiás. A predominância da forma clássica e a baixa letalidade sugerem avanços no manejo preventivo e clínico. Contudo, a elevada incidência reforça a urgência de políticas públicas articuladas, ações preventivas sustentadas e ampliação da vigilância epidemiológica regional.
SOBREPESO E OBESIDADE DE JOVENS DA AMAZÔNIA OCIDENTAL: UMA ANÁLISE DE TENDÊNCIA TEMPORAL DE 2006-2024 DA MAIOR CAPITAL GEOGRÁFICA DO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 UNIR
2 UFPel
Apresentação/Introdução
A prevalência global de sobrepeso e obesidade cresceu de forma alarmante, configurando um agravo insidioso com profundas implicações em saúde pública. As disparidades regionais brasileiras agravam o sobrepeso e a obesidade. Em Rondônia, vasto território e comunidades ribeirinhas acessíveis por rio intensificam desafios nutricionais, revelando lacuna em dados sobre escolares mais velhos em Porto Velho.
Objetivos
Este estudo teve como objetivo analisar as tendências temporais de sobrepeso e obesidade em jovens da maior capital geográfica do Brasil, no período de 2006 a 2024.
Metodologia
Estudo de delineamento transversal repetido. Participaram da pesquisa jovens de 6 a 19 anos de Porto Velho, Rondônia, Brasil. Foram avaliados 12.646 participantes. Estatura e massa corporal foram mensuradas com um estadiômetro com precisão de 0,1 cm e uma balança com precisão de 0,1 kg, respectivamente. O status nutricional foi determinado com base no índice de massa corporal (kg/m²), ajustado para sexo e idade de acordo com os pontos de corte da Organização Mundial da Saúde. As análises foram estratificadas por sexo (masculino e feminino) e faixa etária (6 a 10 e 11 a 19 anos). As tendências temporais foram avaliadas por meio da análise de regressão Joinpoint.
Resultados
No geral, 17,8% dos participantes foram classificados com sobrepeso e 8,6% foram classificados com obesidade. O estudo também descobriu que a prevalência de obesidade foi consistentemente maior entre as faixas etárias mais jovens em comparação aos adolescentes. Os resultados revelaram um aumento significativo na prevalência de obesidade entre meninas (variação percentual anual [VPA] = 5,81%; intervalo de 95% de confiança [IC95%] = 1,03-10,81; valor de p = 0,021) e crianças de 6 a 10 anos (VPA = 5,20%; IC95% = 1,17-9,39; valor de p = 0,017), enquanto nenhuma tendência significativa foi observada para sobrepeso ou para adolescentes do sexo masculino, ou adolescentes de 11 a 19 anos.
Conclusões/Considerações
Os achados fornecem insights cruciais sobre os padrões temporais de excesso de peso em crianças e adolescentes em uma região geográfica e culturalmente única do Brasil. Os resultados destacam a importância de programas de prevenção e intervenção precoce voltados para a obesidade infantojuvenil, particularmente entre meninas e crianças mais jovens, para mitigar as consequências a longo prazo para a saúde.
MORTALIDADE POR ESQUISTOSSOMOSE NO ESTADO DA BAHIA: UM ESTUDO ECOLÓGICO
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Saúde do Estado da Bahia
2 Fundação Estatal Saúde da Família
3 Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Apresentação/Introdução
A esquistossomose mansoni compõe o grupo das doenças tropicais negligenciadas, uma vez que afeta populações de baixa renda e regiões com condições sanitárias precárias, levando a uma significativa mortalidade no estado da Bahia.
Objetivos
Analisar o perfil epidemiológico e a distribuição espacial da mortalidade por esquistossomose no Estado da Bahia entre 2014 e 2023.
Metodologia
Estudo transversal, ecológico sobre óbitos por causa básica esquistossomose, residentes na Bahia, utilizando dados secundários do Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS). A análise foi realizada no software R (versão 4.2.3) e incluiu ainda a tabulação, gráficos e mapas elaborados com TabNet® e Excel®.
Resultados
: Entre 2014-2023, registraram-se 609 óbitos, média de 61 óbitos por ano. Destacaram-se sexo masculino (54,35%), 60-79 anos (48,11%), pardos (60,76%), com até 03 anos de instrução (47,12%), casados (36,12%) e ocorrência em hospitais (81,44%). A Região de Saúde de Salvador concentrou 18,39% e Vitória da Conquista, 12,25% dos óbitos. O coeficiente de mortalidade na série histórica (mediana) foi mais elevado nas regiões de Vitória da Conquista (1,25/100 mil), Alagoinhas (1,06/100 mil), Senhor do Bonfim (0,98/100mil), Seabra (0,79/100 mil) e Jequié (0,77/100 mil), evidenciando maior risco de óbito pela doença.
Conclusões/Considerações
A esquistossomose continua sendo uma doença de relevância para a saúde pública no estado da Bahia, onde persiste uma mortalidade importante. Os resultados apontam para a necessidade da manutenção das ações de vigilância para detecção precoce e tratamento adequado, além de investimentos em políticas intersetoriais voltadas ao controle da esquistossomose e de seus determinantes.
PERFIL DOS INSPETORES DE STC NA REGIÃO NORTE E AMAZÔNIA LEGAL: LEVANTAMENTO ESTRATÉGICO PARA APOIO ÀS AÇÕES REGULATÓRIAS E À COP 30
Pôster Eletrônico
1 Consultora ANVISA
2 ANVISA
Apresentação/Introdução
A Anvisa atua em inspeções nos serviços de Sangue, Tecidos e Células (STC), em parceria com vigilâncias locais, conforme as Diretrizes para a Qualificação dos Inspetores. Conhecer o número e perfil de inspetores habilitados na região Norte e Amazônia Legal é essencial para ações regulatórias e preparações voltadas à COP 30.
Objetivos
Levantar o número de inspetores aptos e em treinamento cadastrados até 15/05/2025 para atuação em STC na região Norte e Amazônia Legal, visando apoiar a preparação para a COP 30 e fortalecer ações regulatórias na região.
Metodologia
A análise utilizou dados do sistema LimeSurvey sobre inspetores de STC nos estados da região Norte e Amazônia Legal. Foram consideradas informações quantitativas, formação e área de atuação dos profissionais. Também foram avaliadas atualizações de cadastro, inconsistências no sistema e dados complementares fornecidos pelas vigilâncias estaduais e municipais, possibilitando um retrato mais acurado do cenário atual e dos desafios para a qualificação de inspetores locais.
Resultados
Amapá, Rondônia e Roraima, antes sem registros, informaram 2, 2 e 1 inspetor, respectivamente. Mato Grosso (11) e Pará (10) lideram em número de inspetores. Maranhão tem 5; Amazonas e Acre, 3 cada; Tocantins, 2. O Acre reduziu de 5 para 3. A maioria possui formação em Enfermagem, seguida por Biologia e Biomedicina. Há 17 inspetores aptos para o Ciclo do Sangue, 4 para Células e Tecidos Germinativos, 3 para Tecidos e 1 para Células Progenitoras Hematopoéticas, sendo este último caso inconsistente no sistema.
Conclusões/Considerações
O levantamento aponta escassez de inspetores habilitados, sobretudo em áreas com ações descentralizadas. A ausência de dados atualizados e a sobrecarga local dificultam o planejamento de inspeções. Reforça-se a necessidade de estratégias coordenadas para qualificação, atualização cadastral e fortalecimento das equipes locais, com foco nas demandas da Amazônia Legal e da COP 30.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE GESTANTES E CRIANÇAS EXPOSTAS À HEPATITE B NO DISTRITO FEDERAL DE 2020 A 2024
Pôster Eletrônico
1 Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz
2 Secretaria de Saúde do Distrito Federal
3 Ministério da Saúde
Apresentação/Introdução
A hepatite B, de alta transmissibilidade e potencial de evolução, sobretudo quando adquirida no período perinatal, representa desafio à saúde pública. Este estudo descreve o perfil epidemiológico de gestantes e crianças expostas no Distrito Federal (2020–2024), visando contribuir com estratégias de vigilância, prevenção e cuidado integral na saúde materno-infantil.
Objetivos
Identificar o perfil epidemiológico de gestantes e crianças expostas à hepatite B no Distrito Federal de 2020 a 2024.
Metodologia
Estudo qualitativo, descritivo e retrospectivo, com dados secundários de gestantes com hepatite B e crianças expostas no Distrito Federal (2020–2024), obtidos no banco da Gerência de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis. Serão incluídos casos notificados com HBsAg reagente e registros completos. As variáveis incluem dados sociodemográficos, pré-natal, parto, vacinação e evolução. A análise será feita no Excel, com estatísticas descritivas para identificar padrões e lacunas na linha de cuidado materno-infantil.
Resultados
Espera-se identificar o perfil epidemiológico de gestantes com hepatite B e crianças expostas no Distrito Federal, apontando características sociodemográficas, clínicas e assistenciais. Os resultados devem evidenciar possíveis fragilidades na linha de cuidado materno-infantil, especialmente na triagem, imunização e seguimento pós-parto, subsidiando o aprimoramento das ações de vigilância, prevenção e assistência à saúde no contexto da hepatite B.
Conclusões/Considerações
O estudo contribuirá para o entendimento do perfil epidemiológico de gestantes e crianças expostas à hepatite B no Distrito Federal, apontando lacunas na atenção materno-infantil. Os achados podem fortalecer políticas públicas de vigilância, prevenção e cuidado, promovendo a redução da transmissão vertical e melhorando os desfechos de saúde materna e infantil.
O PROGRAMA COZINHAS SOLIDÁRIAS SOB A PERSPECTIVA DA REGULAÇÃO SANITÁRIA DE ALIMENTOS
Pôster Eletrônico
1 INCQS/FIOCRUZ
2 Bio-Manguinhos / Fiocruz
Apresentação/Introdução
O Programa Cozinhas Solidárias (PGS) têm se mostrado uma solução eficaz para mitigar a fome e a insegurança alimentar. No entanto, as cozinhas participantes do PGS podem enfrentar barreiras regulatórias sanitárias. Nesse sentido, compreender essa conjuntura visa garantir alimentos adequados e seguros em observância aos padrões sanitários do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS).
Objetivos
Compreender e discutir o Programa Cozinhas Solidárias sob a perspectiva da regulação sanitária de alimentos.
Metodologia
O presente estudo adota como metodologia a análise documental da legislação brasileira, decretos do governo federal brasileiro e resoluções da ANVISA a que se sujeitam as cozinhas solidárias. Inicialmente foi feita uma revisão dessas legislações brasileiras sobre o Programa Cozinhas Solidárias e regulação sanitária de alimentos e, em seguida, discutidos os temas emergentes pertinentes à regulação sanitária de alimentos.
Resultados
Embora tenham que cumprir a RDC n.º 216/2004, que estabelece boas práticas para serviços de alimentação e a RDC n.º 275/2002, que regulamenta padrões microbiológicos para alimentos, a atuação da vigilância sanitária quanto à necessidade de expedição de alvará sanitário foi mitigada pela legislação superior que regulamenta o PCS.
Assim as cozinhas solidárias podem operar sem um controle inicial mais rigoroso, impondo à vigilância adotar uma postura reativa em vez de preventiva. A flexibilização excessiva acaba, assim, por complicar a atuação dos agentes reguladores e fiscalizadores, que precisam garantir a segurança dos alimentos sem o respaldo que um alvará proporcionaria.
Conclusões/Considerações
As iniciativas enfrentam barreiras regulatórias complexas devido à fragmentação das normas sanitárias e à coexistência de exigências locais e federais. O PCS avança na desburocratização para fomentar tecnologias sociais como resposta à insegurança alimentar, sendo necessário encontrar um equilíbrio regulatório que não comprometa a atuação das vigilâncias sanitárias locais e nem o funcionamento das cozinhas com segurança.
ZIKA VÍRUS NO DISTRITO FEDERAL: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS CONFIRMADOS DE 2019 A 2024.
Pôster Eletrônico
1 ESCOLA DE GOVERNO FIOCRUZ BRASÍLIA
2 SECRETARIA DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL
Apresentação/Introdução
O Zika Vírus (ZIKV) foi identificado no Brasil em 2015 e, desde então, é considerado endêmico nas Américas. A transmissão ocorre pela picada do mosquito Aedes aegypti, causando febre, cefaleia e artralgia, embora muitas infecções sejam assintomáticas. A infecção pelo ZIKV em gestantes está associada à microcefalia em fetos. No DF, o primeiro caso autóctone foi registrado em janeiro de 2016.
Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico dos casos confirmados de ZIKV no Distrito Federal, de 2019 a 2024.
Metodologia
Os dados são secundários oriundos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e foram obtidos através do TABNET/DataSUS, base de domínio público, considerando o período de 2019 a 2024. Foram considerados os casos de Zika encerrados com classificação final “confirmado”. As variáveis foram analisadas por meio de estatística descritiva no Microsoft Excel, sendo elas: ano de notificação, faixa etária, escolaridade, sexo, raça/cor e número de gestantes confirmadas.
Resultados
No período de 2019 a 2024 foram confirmados 85 casos para ZIKV no DF. O ano de 2019 teve o maior o número, com 66 (78%) casos. Quanto ao sexo, as mulheres foram mais acometidas, com 57 (67%) casos e 28 (33%) em homens. Destaca-se o predomínio para a raça/cor parda, com 46 (54%) casos. A variável escolaridade apresentou baixa completitude, com 40 (47%) casos em branco ou ignorado. As faixas etárias 20-39 e 40-59 anos apresentaram 30 (35%) e 20 (24%) casos, respectivamente. Considerando o risco de Síndrome Congênita associada à infecção pelo ZIKV (SCZ), foram confirmados 7 (8%) casos em gestantes. Em 2024, ano epidêmico para dengue no DF, dos 138 casos notificados, apenas 4 foram confirmados.
Conclusões/Considerações
Apesar da redução gradual do número de casos confirmados de ZIKV no DF no período, ressalta-se o caráter endêmico do vetor e de outras arboviroses no território, o que pode justificar o aumento das notificações por ZIKV de 68 em 2023 para 138 em 2024. Ademais, a faixa etária de mulheres acometidas (20-39 e 40-59 anos) corresponde a de mulheres em idade fértil (10 a 49 anos), alertando para medidas preventivas a fim de evitar a SCZ em gestantes.
QUEIMADAS, POLUIÇÃO E SAÚDE RESPIRATÓRIA: PROPOSIÇÃO DE UM MODELO SISTÊMICO DE VIGILÂNCIA PARA O ESTADO DE MATO GROSSO
Pôster Eletrônico
1 ENSP/FIOCRUZ
2 PROCC/FIOCRUZ
3 INPE
Apresentação/Introdução
A exacerbação da incidência e das manifestações clínicas de doenças respiratórias causada pela poluição atmosférica representa um dos grandes desafios da saúde pública contemporânea. Em Mato Grosso, a poluição decorrente de queimadas acarreta impactos significativos na saúde, exigindo estratégias mais integradas.
Objetivos
Propor um modelo sistêmico para a vigilância em saúde pública para apoiar intervenções da Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) no enfrentamento das doenças respiratórias associadas à poluição do ar causada por queimadas.
Metodologia
Este estudo adota uma abordagem qualitativa orientada pela teoria de sistemas, com aplicação da Metodologia Sistêmica para Ação (MSA), que estrutura mapas conceituais para apoiar decisões estratégicas em contextos complexos. A modelagem partiu da definição da situação-problema e da natureza da ação possível pelos atores envolvidos. Foram utilizados dados e documentos oficiais da SES-MT, SEMA-MT, INPE e literatura científica. O modelo foi construído de forma coletiva e iterativa por técnicos da SES-MT e especialistas em saúde pública, considerando subsistemas internos e externos, ciclos de retroalimentação e pontos de alavancagem.
Resultados
O modelo representou a dinâmica entre fatores ambientais, sociais, institucionais e sanitários que influenciam o agravamento das doenças respiratórias associadas à poluição por queimadas. A SES-MT foi definida como ponto central de intervenção, com papel articulador. A modelagem evidenciou pontos de alavancagem estratégicos, destacando a importância da articulação intersetorial e da integração entre monitoramento ambiental e vigilância em saúde para antecipar e mitigar os impactos sanitários.
Conclusões/Considerações
A modelagem sistêmica proposta permitiu representar a complexidade do problema, indicando caminhos viáveis para fortalecer a atuação da SES-MT na prevenção e resposta às doenças respiratórias relacionadas à poluição. Trata-se de um protótipo analítico que orienta decisões intersetoriais, reforçando a necessidade de abordagens adaptativas e integradas na gestão de riscos ambientais à saúde.
TENSÕES ENTRE VIGILÂNCIA E ATENÇÃO BÁSICA NO ENFRENTAMENTO DA SÍFILIS: PROCESSOS DE INSTITUCIONALIZAÇÃO EM EMERGÊNCIAS SANITÁRIAS.
Pôster Eletrônico
1 Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)
Apresentação/Introdução
A fim de estudar o tema da intersetorialidade em políticas de saúde no contexto de emergências sanitárias, esta pesquisa investiga as interseções entre a Vigilância em Saúde e a Atenção Primária à Saúde no enfrentamento da sífilis, no município de São Leopoldo, região metropolitana de Porto Alegre (RS), a partir do impacto e do processo de recuperação decorrentes das enchentes ocorridas em 2024.
Objetivos
O objetivo é descrever e compreender as tensões produzidas pelas lógicas que orientam as atividades desses dois setores do sistema de saúde, com foco nas práticas e nos sentidos atribuídos aos processos de institucionalização.
Metodologia
Trata-se de uma Análise Institucional, que utiliza os analisadores Transmissão, Cuidado e Prevenção para interpretar sínteses de processos instituídos e instituintes. O trabalho de campo empírico teve abordagem hermenêutica, centrada na compreensão dos sentidos acionados nos processos de trabalho, com atenção às situações práticas, aos objetos e às ações mobilizadas.
A coleta de dados foi realizada junto a profissionais da Vigilância em Saúde e da Atenção Primária, por meio da observação das rotinas de trabalho, da participação no Comitê Municipal de Eliminação da Transmissão Vertical da Sífilis, além da realização de entrevistas e grupos de discussão.
Resultados
A Vigilância em Saúde performa os analisadores a partir de uma lógica coletivizante, que opera com referentes diversos — como os conceitos de cicatriz e transmissão vertical — para orientar ações de controle, tais como a criação de planilhas, o monitoramento de casos, a organização das informações e o acompanhamento dos registros de aplicação de penicilina.
Na Atenção Primária à Saúde, por outro lado, predomina a lógica da emergência, que se desdobra tanto em perspectivas coercitivas — que mobilizam a gravidade da doença para a produção do cuidado — quanto em abordagens voltadas às necessidades imediatas de saúde dos usuários, frequentemente priorizando exclusivamente a cura da sífilis.
Conclusões/Considerações
As contradições do processo de institucionalização, geradas entre as lógicas coletivizante e emergencial, são agravadas pela fragilização dos vínculos entre usuários e serviços. Essa fragilização decorre de respostas às condições excepcionais causadas pela enchente, como a adoção de política de acesso aberto (sem adstrição) e a multiplicidade de vínculos trabalhistas na rede de saúde. O instituinte de novas soluções reproduz antigos problemas.
VACINAÇÃO CONTRA GRIPE E COVID COMO FATORES PROTETIVOS À HOSPITALIZAÇÃO POR SRAG EM CRIANÇAS DE 0-10 ANOS: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA PRELIMINAR DO BRASIL DE 2024-2025
Pôster Eletrônico
1 UFPR
2 UNIFATEC
Apresentação/Introdução
A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é uma condição clínica aguda respiratória com sinais de gravidade como dispneia, saturação <95O2 e hospitalização. A SRAG representa risco para crianças, que são mais vulneráveis pela imaturidade do sistema imunológico e predisposição a infecções respiratórias. Alguns agentes etiológicos são o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), Influenza e SARS-CoV-2.
Objetivos
Descrever os casos de SRAG em crianças de 0 a 10 anos no Brasil de acordo com as regiões do país, no período de janeiro de 2024 a maio de 2025, bem como identificar se há fatores de risco para a hospitalização.
Metodologia
Trata-se de um estudo transversal quantitativo, com dados secundários obtidos através da plataforma Open Datasus do Ministério da Saúde. Os dados foram tabulados em planilhas Excel e analisados em software estatístico (SPSS®). Foram realizadas análises de frequência, o teste de X² e estimativa de risco (OR) sobre as vacinas de gripe e Covid-19 em relação a hospitalização por SRAG.
Resultados
Dados de 144.357 crianças foram analisados, sendo 142.979 em 2024 e 1.378 até maio de 2025. A maioria (43,7%) de 1-11 meses de idade, do sexo masculino (55,5%), raça/cor parda (47%) e da região Sudeste (47%). Os sintomas mais prevalentes foram tosse (85,1%), febre (71%) e desconforto respiratório (70,4%). 97% dos casos foram hospitalizados, 45,2% por vírus não especificado. Crianças vacinadas para gripe tendem a ter menor proporção de ocorrência de hospitalização (X² = 9,339; GL = 1; p < 0,05; OR = 0,773; IC95% = 0,655 - 0,912). Quanto à vacinação para COVID, nossos resultados apontaram para a mesma conclusão (X² = 26,593; GL = 1; p < 0,05; OR = 0,669; IC95% = 0,574 - 0,780).
Conclusões/Considerações
Os casos de SRAG em crianças no Brasil mostra-se mais prevalente no Sudeste, nos menores de 1 ano, com elevado risco de hospitalização, especialmente para os não vacinados. Evidencia-se a necessidade de estratégias de prevenção mais eficazes, com foco no aumento da cobertura vacinal, fortalecimento da vigilância epidemiológica e oferta de cuidado adequado para essa faixa etária vulnerável, a fim de reduzir a morbimortalidade associada à síndrome.
FISCALIZA-SE O ESPAÇO, NÃO A VIOLÊNCIA: A INSPEÇÃO SANITÁRIA E A INVISIBILIDADE DO SOFRIMENTO
Pôster Eletrônico
1 SES-MG
Apresentação/Introdução
As políticas de drogas no Brasil seguiram a lógica da repressão, consolidando um modelo proibicionista. A Lei nº 11.343/2006 permitiu o financiamento de CTs, inseridas na RAPS. Contudo, persistem denúncias de violações de direitos e irregularidades sanitárias. Diante disso, cabe questionar o papel da VISA e a necessidade de atuação interinstitucional.
Objetivos
Discutir a necessidade de parcerias entre a Vigilância Sanitária e outros órgãos públicos (como Ministério Público, coordenações de saúde mental, entre outros) para qualificar e ampliar a efetividade das inspeções sanitárias em CTs.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa teórica, de natureza qualitativa e caráter exploratório, realizada por meio da análise de publicações disponíveis nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Google Scholar. Foram utilizados os descritores “comunidades terapêuticas” e “inspeção sanitária” com o objetivo de identificar a produção científica relacionada à temática.
Resultados
A atenção à saúde de usuários de drogas, historicamente ligada à criminalização e exclusão, favoreceu o surgimento das Comunidades Terapêuticas (CTs), hoje reconhecidas como estratégia de política pública. Contudo, nas inspeções sanitárias, é comum que se avalie apenas a estrutura física, sem analisar os processos terapêuticos. Inspeções mais aprofundadas ocorrem, em geral, apenas mediante denúncias. O desafio reside em fiscalizar instituições com pouca visibilidade e estrutura precária. Para qualificar esse processo, é essencial a atuação articulada entre a Vigilância Sanitária e demais órgãos públicos, ampliando a proteção dos usuários.
Conclusões/Considerações
As inspeções sanitárias, como estão estruturadas, são insuficientes para garantir a proteção dos usuários nas CTs. A ausência de fiscalização qualificada favorece práticas violadoras de direitos. Assim, é essencial a atuação conjunta da Vigilância Sanitária com outros órgãos públicos, a fim de ampliar a efetividade das inspeções e qualificar os serviços prestados.
VALIDAÇÃO DO FORMULÁRIO DE DIAGNÓSTICO INICIAL DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL UTILIZADO NO PROGRAMA CRIANÇA FELIZ
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal da Bahia
2 Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
3 Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde
4 Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Apresentação/Introdução
O desenvolvimento infantil envolve habilidades inter-relacionadas e interdependentes, que incluem a linguagem, as habilidades motoras, aspectos cognitivos e socioemocionais. A detecção de atrasos no desenvolvimento é crucial para ações de intervenção precoce. Porém, a escassez de instrumentos padronizados e validados no Brasil limita o monitoramento e restringe iniciativas para crianças em risco.
Objetivos
Validar a estrutura configural e métrica do Formulário de Diagnóstico do Desenvolvimento Infantil, utilizado para acompanhar as crianças beneficiárias do Programa Criança Feliz (PCF), instituído pelo Decreto nº 8.869, de 5 de outubro de 2016.
Metodologia
Dados de 184.734 avaliações de 82.797 crianças beneficiárias do PCF, com idade entre 0 e 3 anos, de 2020 a 2023, divididas em 7 módulos de avaliação, de acordo com a faixa-etária, foram obtidos do Sistema do PCF, disponibilizados pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde (CIDACS/ FIOCRUZ). Foram implementados Modelos Exploratórios de Equações Estruturais, seguidos de Análise Fatorial Confirmatória, para validação da estrutura dimensional. A validade fatorial convergente foi avaliada pela variância média extraída (VME). A validade fatorial discriminante foi avaliada nos módulos com estrutura multidimensional, através da correlação fatorial e da VME.
Resultados
Dados de 184.734 avaliações de 82.797 crianças beneficiárias do PCF, com idade entre 0 e 3 anos, de 2020 a 2023, divididas em 7 módulos de avaliação, de acordo com a faixa-etária, foram obtidos do Sistema do PCF, disponibilizados pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde (CIDACS/ FIOCRUZ). Foram implementados Modelos Exploratórios de Equações Estruturais, seguidos de Análise Fatorial Confirmatória, para validação da estrutura dimensional. A validade fatorial convergente foi avaliada pela variância média extraída (VME). A validade fatorial discriminante foi avaliada nos módulos com estrutura multidimensional, através da correlação fatorial e da VME.
Conclusões/Considerações
O Formulário de Diagnóstico do Desenvolvimento Infantil, utilizado para rastreio e monitoramento das crianças assistidas pelo PCF, possui validade configural e métrica, podendo ser útil para vigilância do desenvolvimento infantil de crianças em vulnerabilidade socioeconômica, no Brasil.
IMPACTO DAS SÍNDROMES HIPERTENSIVAS GESTACIONAIS NA MORTALIDADE MATERNA NO ESTADO DE SÃO PAULO NO PERÍODO DE 2012-2022
Pôster Eletrônico
1 FCMSCSP
Apresentação/Introdução
A mortalidade materna, definida como o óbito de uma mulher durante a gestação, parto ou puerpério, é um indicador que reflete a qualidade do sistema de saúde e o acesso ao pré-natal, já que 92% das mortes são evitáveis. As síndromes hipertensivas gestacionais representam 16% das mortes no mundo e 25% no Brasil, evidenciando a necessidade de ações de prevenção e assistência pré-natal qualificada.
Objetivos
Analisar a mortalidade materna e as síndromes hipertensivas no estado de São Paulo entre 2012 e 2022 e descrever o perfil epidemiológico das mulheres afetadas segundo idade, escolaridade, estado civil, momento do óbito e município de residência.
Metodologia
Estudo descritivo com dados de mortalidade materna extraídos do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) no estado de São Paulo, entre 2012 e 2022. Foram incluídas mulheres de 12 a 52 anos com óbito relacionado à gestação, parto ou puerpério até 42 dias. Analisaram-se causas básicas e associadas aos óbitos por síndromes hipertensivas (eclâmpsia e hipertensão), estratificadas por faixa etária, raça/cor, escolaridade, estado civil e momento do óbito. Para avaliar tendências temporais e a distribuição espacial nos municípios, segundo o coeficiente médio de mortalidade, e testar associações entre as variáveis categóricas, foram utilizados os softwares Joinpoint, Tabwin, OpenEpi e Stata.
Resultados
Houve 2756 óbitos no período, sendo 433 por síndromes hipertensivas. A tendência do coeficiente de mortalidade materna mostrou variações significativas no período. De 2012 a 2017 houve crescimento linear (+0,74 aa); entre 2017 e 2020, queda (-1,06 aa), seguido de aumento no período pandêmico (+0,45 aa). Apresentaram maior prevalência de causas hipertensivas as mulheres sem companheiro (RP=0,66;IC95%:0,54–0,82) e com óbito até 42 dias após o parto (RP=1,15;IC95%:0,96–1,39). Ter hipertensão essencial (RP=2,02;IC95%:1,50–2,73) e doença falciforme (RP=2,92;IC95%:1,52–5,60) também associaram-se à mortalidade. Gravidez gemelar teve associação não significativa (RP=2,46; IC95%: 1,23–4,92).
Conclusões/Considerações
As síndromes hipertensivas gestacionais são causas importantes de mortalidade materna no estado de São Paulo, com destaque para a associação com hipertensão essencial e doença falciforme. A pandemia de COVID-19 pode ter impactado negativamente a assistência, bem como corroborado o subdiagnóstico das doenças hipertensivas gestacionais e óbitos. Reforça-se a importância do pré-natal qualificado e da organização da rede para reduzir os riscos.
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE SERVIÇOS DE DIÁLISE DE ACORDO COM O RISCO POTENCIAL NO ESTADO DA BAHIA, 2023/2024.
Pôster Eletrônico
1 DIVISA/BA
Apresentação/Introdução
O Estado da Bahia possui vasta extensão geográfica, o que representa um desafio para a conformação de redes como a de Nefrologia. A distribuição de serviços no território garante acessibilidade e equidade, mas é importante ter serviços de boa qualidade com baixo risco potencial para uma rede qualificada, uma assistência eficaz e efetiva aos indivíduos que apresentam doença renal crônica.
Objetivos
Identificar regiões do Estado da Bahia com Serviços de Terapia Renal Substitutiva classificados a partir do método MARP, nos anos de 2023 e 2024.
Metodologia
O estudo foi realizado a partir de uma abordagem qualitativa e quantitativa dos dados extraídos do Painel Power BI da ANVISA/GGTES, considerando as variáveis: serviços de TRS inspecionados com o ROI, região de localização dos serviços e classificação de risco de cada serviço obtida pelo método MARP. Também foram consultados Relatórios internos da COVIS/DIVISA/BA para identificar o número total de serviços de diálise do estado e a sua localização conforme o PDR. Os dados foram tabulados utilizando o Microsoft Excell e analisados de acordo com o ano em que foi realizada a inspeção.
Resultados
O estado da Bahia possui 48 serviços de diálise, distribuídos em todas as 9 regiões de saúde, com maior concentração na região LE (19 serviços). O Painel BI indicou que apenas 48% dos serviços foram avaliados com o método, sendo em 2023, 20 e em 2024, 23. Quanto ao risco potencial em 2023, 11 foram classificados como Aceitável (5 na LE, 3 na SO, 2 na O e 1 na CL), Tolerável foram 9 (3 na S, 2NE, 2 SO, 1 CO e 1 O). Nenhum serviço foi Inaceitável. Já em 2024 dos 23 serviços 11 obtiveram classificação Aceitável (4 LE, 4 SO, 1 CL, 1 O e 1 S); com classificação Tolerável foram 11 (3 LE, 3 S, 2 NO, 2 EXS, 1CN) e 1 serviço teve classificação Inaceitável localizado na CL.
Conclusões/Considerações
Os resultados apontam a distribuição espacial como um fator importante, pois há regiões com pouca oferta. É importante a aplicação do ROI identificando o Risco Potencial, para corrigir as fragilidades. Nos serviços avaliados, é possível inferir que as regiões LE e SO apresentaram menor risco, indicando maior segurança. Já a região CL (2ª em número de serviços), apresentou o maior risco potencial, sendo necessário investir em melhorias.
ANÁLISE DE RISCO NOS SERVIÇOS DE DIÁLISE DO ESTADO DA BAHIA, 2023-2024
Pôster Eletrônico
1 DIVISA/BA
Apresentação/Introdução
O Risco Potencial é definido pelo professor Marcus Navarro como “a possibilidade de ocorrência de um agravo à saúde, sem a exigência da descrição desse agravo e de sua probabilidade de ocorrência”. Desse modo, entendemos que o papel da Vigilância Sanitária é o gerenciamento de riscos à saúde, conforme já aponta a Lei Orgânica (8080/90).
Objetivos
O objetivo desse estudo foi descrever o resultado da aplicação dos Roteiros Objetivos de Inspeção nos serviços de Diálise do estado da Bahia nos anos de 2023 e 2024.
Metodologia
O Método de Avaliação de Risco Potencial – MARP, aplicado através dos Roteiros Objetivos de Inspeção (ROI), auxiliam os técnicos de Vigilância Sanitária a classificar o Risco Potencial (RP) dos serviços. A análise de risco potencial contribui para prevenir riscos e direcionar investimentos na rede de nefrologia, visto que os Serviços de Diálise são altamente complexos e exigem altos investimentos em tecnologias de saúde e RH. O estudo foi desenvolvido através de um método descritivo, onde os dados dos Roteiros Objetivos de Inspeção alimentaram o Painel Power BI da ANVISA/GGTES e a partir desse Painel, dados relativos aos serviços de Diálise foram analisados de forma quanti e qualitativa.
Resultados
Observou-se que em 2023 foram alimentados 21 ROIs referente a 21 serviços. Já em 2024, foram preenchidos 26 ROIs, correspondente a 24 serviços. Ou seja, dois serviços foram monitorados em 2024. Quanto ao RP dos 21 serviços de 2023, 11 foram classificados como ACEITÁVEL e 10 como TOLERÁVEL. Para 2024, verificou-se que dos 24 serviços, 11 foram classificados como ACEITÁVEL e 12 como TOLERÁVEL, e 1 serviço teve a classificação INACEITÁVEL, sendo inspecionado duas vezes no ano e sem mudança de status. Nos dois anos estudados, 8 serviços se repetem, os quais tiveram Classificação de RP Tolerável e Aceitável mantido, com exceção de um serviço que melhorou para Aceitável.
Conclusões/Considerações
O RP proposto pela metodologia MARP e aplicado com os ROIs é um instrumento fundamental para diagnosticar os pontos críticos e envolver gestores melhorando a rede assistencial. Além disso, as ações de VISA podem ser priorizadas e a subjetividade do fator pessoal minimizada quando se trata da emissão de termos legais para aplicação do Poder de Polícia.
EVOLUÇÃO TEMPORAL DA MORTALIDADE MATERNA EM RONDÔNIA
Pôster Eletrônico
1 Agência Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia – AGEVISA/RO
2 Secretaria Municipal de Saúde de Porto Velho – SEMUSA/PVH
Apresentação/Introdução
A morte materna é uma das mais graves violações dos direitos humanos das mulheres e cerca de 92% destes óbitos poderiam ser evitados. A mortalidade materna é um indicador sensível do nível de pobreza, de desigualdade social e de avaliação da cobertura e qualidade dos serviços, portanto, faz-se necessário conhecer o atual cenário enfrentado pelo estado e o real impacto para a população obstétrica.
Objetivos
Descrever temporalmente o comportamento da Razão da Mortalidade Materna (RMM) e identificar o risco de morte materna por hipertensão, hemorragia e grupo etário, em Rondônia, no período 2013 a 2024.
Metodologia
Estudo transversal descritivo e quantitativo para analisar os óbitos de mulheres residentes do estado que ocorreram por causas maternas no período de 2013 a 2024. Calculou-se a RMM da série histórica e a RMM específica por faixa etária e das causas de morte por doenças hipertensivas e hemorragias, com base nos dados secundários do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), disponíveis no TabNet/AGEVISA-RO. Os dados foram tratados no Excel, os resultados apresentados em frequência absoluta(n) e relativa (%) e analisados por estatística descritiva.
Resultados
Ocorreram 203 mortes maternas (MM), com queda de 68,4% nas ocorrências de 2013 a 2024. Em 2021 foi registrado o maior número de óbitos (n=42) e o menor em 2024 (n=6). Houve redução de 60,2% na RMM, saindo de 70,1 MM/100 mil NV em 2013, para 27,9 MM/100 mil NV em 2024, com oscilações entre média e alta RMM e um pico de 165,1 MM/100 mil NV em 2021, atingindo uma RMM muito alta, atribuída alta mortalidade materna por Covid-19, com posterior declínio. O risco de morte foi maior para mulheres com idade entre 30 e 39 anos (103 MM/100 mil NV) e 40 ou mais anos (124 MM/100 mil NV). A RMM específica por doença hipertensiva variou de 4 e 29 MM/100 mil NV e de 4 a 18 MM/100 mil NV por hemorragias.
Conclusões/Considerações
Apesar da queda na RMM, as variações observadas não permitem afirmar que há estabilização. É essencial manter rigorosa vigilância dos óbitos de mulher em idade fértil, visando reduzir a subnotificação desses eventos. A mortalidade agravada pela Covid-19 e o risco de morte aumentado pela idade, retratam a fragilidade da rede de atenção à saúde da mulher e a necessidade de avançar em políticas públicas de cuidado integral a saúde materna.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE NO ESTADO DA PARAÍBA DE JANEIRO A MAIO DE 2025
Pôster Eletrônico
1 UFPB
2 UFPE
3 UFRN
4 SES-PB
5 LACEN-PB
Apresentação/Introdução
A síndrome respiratória aguda grave (SRAG) é uma patologia infecciosa resultante de diferentes tipos de vírus, tais como influenza, vírus sincicial respiratório (VSR), parainfluenza e adenovírus, que afetam o sistema respiratório superior. Trata-se de uma doença com elevado risco de complicações, como internação hospitalar em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e óbito.
Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no estado da Paraíba, no período de janeiro a maio de 2025, com base em dados secundários.
Metodologia
Estudo descritivo, retrospectivo, cujo os dados foram obtidos por meio de fonte secundária, compilados através do painel interativo desenvolvido em Power BI (SES/PB), oriundas do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), no período de janeiro a maio de 2025. Analisou-se as variáveis de faixa etária, sexo, raça/cor, município dos casos confirmados, agente etiológico, distribuição dos casos por semana epidemiológica, internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e evolução clínica (cura, óbito). Por se tratar de um estudo com dados secundários e de domínio público, a pesquisa está dispensada de apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados
Os dados indicam que o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) foi o agente viral mais frequentemente identificado em casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por RT-PCR, seguido pelo SARS-CoV-2. A maior incidência ocorreu em crianças menores de 1 ano (45,9%), com predomínio masculino (27,4% homens e 18,5% mulheres). A faixa etária de 1 a 4 anos representou 38,7% dos casos (21,6% masculinos e 17,1% femininos). Entre os casos confirmados, houve predominância masculina (53,1% vs. 46,9%). Em relação à raça, indivíduos pardos constituíram a maioria (86,3%), sendo 46,9% do sexo masculino e 39,4% feminino.
Conclusões/Considerações
Conclui-se que os dados analisados apontam para a necessidade de fortalecer políticas públicas voltadas à primeira infância, com foco em prevenção, diagnóstico precoce e atenção integral. Além disso, evidenciam-se possíveis desigualdades sociais que exigem ações direcionadas à promoção da equidade racial e de gênero no acesso à saúde.
ARTICULAÇÃO ENTRE VIGILÂNCIA SANITÁRIA E ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE PARA A INTEGRALIDADE DO CUIDADO: UTOPIA OU REALIDADE EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS?
Pôster Eletrônico
1 UEFS
Apresentação/Introdução
A Vigilância em Saúde é fundamental para reorientação do modelo assistencial no SUS. Dentro dela, a Vigilância Sanitária articula o controle de danos, riscos e causas e precisa estar integrada à Rede de Atenção à Saúde para promover a integralidade do cuidado, a fim de prevenir, proteger e promover a saúde. Assim, a integração entre APS e VISA é essencial para garantir a integralidade do cuidado.
Objetivos
Analisar a articulação entre a Vigilância Sanitária e a Atenção Primária à Saúde para a garantia da integralidade do cuidado nos municípios brasileiros.
Metodologia
Trata-se de uma Revisão Integrativa, com as seguintes etapas: formulação da questão “Como tem sido a articulação entre a VISA e a APS para a garantia da integralidade do cuidado nos municípios brasileiros?”. Os critérios de inclusão foram artigos científicos publicados no período de 2012 a 2022. A coleta de dados foi realizada entre novembro e dezembro de 2024 na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e no Portal de Periódicos da CAPES. Os Descritores em Ciências da Saúde (DECS) utilizados foram “Vigilância Sanitária”, “Atenção Primária à Saúde” e “colaboração intersetorial”. Os dados foram analisados por meio de um quadro que organizou as PC por objetivos, tipo de estudo, resultados e conclusão.
Resultados
Foram analisados quatro estudos, onde observa-se que há desconhecimento mútuo entre os profissionais da VISA e da APS sobre suas respectivas atribuições, o que compromete a integração entre os serviços e, consequentemente, interfere na garantia da integralidade do cuidado. A imagem da VISA como órgão apenas fiscalizador prevalece, obscurecendo seu papel na promoção da saúde. Ainda que existam iniciativas colaborativas pontuais, faltam espaços formais para articulação e formação conjunta. A Estratégia Saúde da Família (ESF) surge como potencial aliada na ampliação da atuação educativa e territorial da VISA, reforçando a importância de estratégias para fortalecer essa articulação.
Conclusões/Considerações
Os resultados evidenciam a necessidade urgente de fortalecer a articulação entre a Vigilância Sanitária e a Atenção Primária à Saúde. A superação da visão fragmentada e fiscalizatória da VISA e o reconhecimento de atividades e atribuições em comum com a APS são fundamentais para promover a integralidade do cuidado. Investir em espaços de diálogo e formação conjunta é fundamental para avançar na integração das práticas.
ÓBITOS POR CAUSAS MATERNAS COM MENÇÃO DE COVID-19: UMA ANÁLISE DE CAUSAS MÚLTIPLAS NO BRASIL, 2020-2022
Pôster Eletrônico
1 UFRJ
Apresentação/Introdução
A pandemia de COVID-19, iniciada em dezembro de 2019 em Wuhan, China, teve grande impacto na saúde global. Inicialmente, gestantes e puérperas não eram consideradas grupo de risco, mas o aumento das mortes nesse grupo foi alarmante, especialmente no Brasil, onde a razão de mortalidade materna subiu 104,7% em relação ao ano anterior à pandemia.
Objetivos
Analisar os óbitos por causas maternas com menção de COVID-19 ocorridos no Brasil, nos anos de 2020 a 2022, sob o enfoque das causas múltiplas de morte.
Metodologia
Estudo de série de casos, o qual consiste na análise dos óbitos por causas maternas com menção de COVID-19, sendo utilizado o método de análise de causas múltiplas de morte para fins de descrição e análise comparativa do perfil de causas básicas e associadas de óbitos entre gestantes e puérperas brasileiras. Os óbitos foram analisados segundo características relacionadas ao tempo, ao lugar e às pessoas. A análise dos dados foi realizada através do software R.
Resultados
Foram identificados 2.280 óbitos por causas maternas com menção de COVID-19, com maior proporção entre mulheres de 20 a 34 anos, negras, com escolaridade média, companheiros(as) e residentes no Sudeste. A maioria dos óbitos ocorreu na segunda onda da pandemia, enquanto os óbitos maternos tardios e por sequelas se concentraram entre a segunda e terceira onda. Cerca de 66,3% ocorreram até 42 dias após o parto. Doenças respiratórias foram as mais citadas, seguidas de diabetes, obesidade, transtornos hipertensivos, cardiovasculares, pneumonia e SRAG como causas associadas.
Conclusões/Considerações
A análise de causas múltiplas permitiu uma compreensão mais abrangente e precisa das circunstâncias que levam ao óbito por causas maternas, evidenciando a necessidade de considerar não apenas as causas básicas de morte relacionadas à gravidez e ao parto, mas também as condições subjacentes e contribuintes que influenciaram o desfecho.
INTERVENÇÃO DOS AGRAVOS RELACIONADOS DOENÇAS TROPICAIS NEGLIGENCIADAS: ACOMPANHAMENTO DAS AÇÕES DESENVOLVIDAS PELOS MUNICÍPIOS DA REGIONAL DE SAÚDE DO SUDOESTE DA BAHIA.
Pôster Eletrônico
1 CIEVS/OPAS/SESAB/Núcleo Regional de Saúde Sudoeste Bahia
2 SESAB/Núcleo Regional de Saúde Sudoeste da Bahia
3 FESF/ Núclo Regional de Saúde Sudoeste da Bahia
Apresentação/Introdução
Com a municipalização da saúde, os estados passaram a apoiar os municípios sendo responsáveis por treinamentos, orientações e avaliações das ações de saúde locais. Contudo, muitas doenças negligenciadas seguem sem a devida prioridade nos programas públicos, o que compromete o cuidado às populações expostas. Isso reforça a importância do acompanhamento contínuo das ações pelos municípios.
Objetivos
Fomentar programas municipais de doenças tropicais negligenciadas conforme o risco, sensibilizando gestores, capacitando técnicos, incentivando ações integradas e promovendo visitas técnicas para fortalecer o enfrentamento das doenças negligenciadas
Metodologia
baseou-se na educação permanente, apoio institucional e monitoramento de indicadores epidemiológicos. Como estratégia foi apresentado painel dinâmico em reuniões da Comissão Intergestores Regional, por meio de gráficos e indicadores, mostrando os avanços e desafios enfrentados por cada município. Essa visualização facilitou a análise comparativa, sensibilizando os gestores, estimulando o compromisso com o fortalecimento das ações locais. Em paralelo foram realizadas visitas técnicas aos municípios, acompanhadas de diagnósticos situacionais, rodas de conversa com gestores e técnicos, treinamentos específicos sobre vigilância em saúde e elaboração de estratégias de integração entre setores.
Resultados
Observou-se aumento no engajamento dos profissionais de saúde, maior compreensão por parte dos gestores quanto à importância das doenças negligenciadas e início da estruturação de programas locais voltados ao enfrentamento desses agravos, especialmente nos municípios classificados em áreas de maior risco. Destaca-se também a melhor integração e articulação das ações de forma contínua nos municípios visitados e monitorados, tal como a visualização dos gestores nas reuniões, em forma de alertas
Conclusões/Considerações
A articulação entre estado e município por meio de ações contínuas de apoio técnico e sensibilização demonstrou ser uma estratégia eficaz para impulsionar a implantação de programas de endemias e superar os entraves relacionados à baixa prioridade histórica das doenças negligenciadas. Fortalecer essas iniciativas é essencial para garantir a equidade no cuidado em saúde.
ASSOCIAÇÃO ENTRE COMPORTAMENTOS DE RISCO À SAÚDE E AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE: ESTUDO POPULACIONAL DE TRÊS PERÍODOS (2008, 2014 E 2023)
Pôster Eletrônico
1 UEL
Apresentação/Introdução
A autopercepção negativa de saúde (APNS) é uma medida amplamente usada em estudos epidemiológicos e é influenciada por aspectos objetivos e subjetivos. Tanto por isso, os comportamentos de risco à saúde (CRS) se tornaram fatores fortemente associados com APNS em adultos brasileiros. Neste sentido, é possível que esta associação pode variar ao longo do tempo
Objetivos
Analisar as associações entre cinco CRS com a APNS em 2008, 2014 e 2023 e investigar se houve mudanças nas associações neste período, utilizando dados da vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (VIGITEL)
Metodologia
Estudo epidemiológico temporal com dados de amostras transversais independentes do VIGITEL de 2008, 2014 e 2023, totalizando 116.039 adultos. Os CRS foram: a) fumo; b) inativo no tempo livre (INTL); c) consumo irregular de frutas, legumes e verduras (CIFLV); d) consumo regular de refrigerante; e) uso abusivo de álcool. A autopercepção de saúde foi coletada em cinco categorias: muito ruim, ruim, regular, bom e muito bom. Foram considerados com APNS os que responderam muito ruim, ruim e regular. Foram calculadas razões de chances (RC) para associação e interação para mudança entre os anos, sendo as análises ponderadas e ajustadas por fatores demográficos, comportamentos e doenças
Resultados
A prevalência de APNS foi 35,5%. Ao se tratar das associações, o fumo se associou a APNS apenas em 2014, com maior chance para fumantes (RC: 1,38; 1,16-1,64). INTL e CIFLV se associaram todos os anos, com a maior chance da INTL em 2023 (+92%) e do CIFLV em 2008 (+50%). O uso de álcool não teve associação. O consumo regular de refrigerante não teve diferença em 2008, mas em 2014 e 2023 maior chance para os que consumiam (+35% e +43%, resp.). Ao investigar a mudança entre os anos, apesar dos CRS terem valores relativos positivos, apenas o consumo de refrigerante aumentou a associação com APNS. Sendo 22% de aumento em 2014 e 45% em 2023 indicando um crescimento linear de +2,6% a cada período
Conclusões/Considerações
Alguns CRS mantiveram associação estável com APNS. INTL e CIFLV mostraram associações mais fortes. Ao longo do tempo, foi encontrado algumas variações. O consumo de refrigerantes que não se associou inicialmente à APNS teve uma tendência de aumento na sua associação em 2014 e 2023. Esse achado pode reforçar a fator subjetivo dos comportamentos, visto a contraindicação em relação ao consumo de ultraprocessados no Brasil
PERCEPÇÕES DA INFLUÊNCIA DA VULNERABILIDADE SOCIAL SOBRE OS ÓBITOS MATERNOS
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Saúde do Recife
Apresentação/Introdução
A mortalidade materna (MM) como relevante indicador de saúde pública, reflete desigualdades socioeconômicas e de gênero, assim como de acesso e qualidade dos serviços de saúde (Carvalho et al., 2023; Dias et al., 2015). Grupos vulnerabilizados são os mais afetados (Santos et al., 2023). A escassez de estudos que relacionam marcadores sociais à MM, exige investigação mais profunda dessas interseções.
Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico dos óbitos maternos, identificando fatores de risco e vulnerabilidade social, residentes em Recife, nos anos de 2023 e 2024.
Metodologia
Trata-se de uma pesquisa descritiva, retrospectiva, com recorte transversal, que inclui os óbitos maternos de residentes em Recife-PE, ocorridos entre 2023 e 2024. Os dados foram obtidos no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e nas fichas/relatórios de investigação dos óbitos. As variáveis investigadas incluíram faixa etária, raça/cor da pele, escolaridade e características assistenciais e causa básica, estratificadas segundo a associação ou não com o uso de substâncias psicoativas. Os dados foram analisados por frequência absoluta e relativa, assim como foi calculado a razão de mortalidade materna (RMM) por 100.000 nascidos vivos.
Resultados
Em 2023 e 2024, o Recife registrou 23 e 14 óbitos maternos (OM), com RMM de 134,9 e 87,0 por 100.000 nascidos vivos, respectivamente. Em 2023, dentre os 23 OM, 20 (86,9%) eram mulheres negras e 7 (30,4%) usuárias de drogas. Todas as usuárias de drogas eram negras, menores de 40 anos, sem ensino superior; 6 (85,7%) sem planejamento reprodutivo (PR) e 5 (71,4%) sem pré-natal (PN) adequado. A maioria das mortes nesse grupo decorreram de infecções evitáveis. Entre não usuárias, as causas foram mais complexas. Em 2024, ocorreu um OM associado ao uso de drogas, em uma mulher negra, de 39 anos, com fundamental I, sem PR, com PN e com causa do óbito infecciosa e evitável.
Conclusões/Considerações
As desigualdades sociais influenciam diretamente a mortalidade materna no Recife. O perfil das mulheres afetadas revela vulnerabilidades estruturais, sobretudo entre negras e usuárias de drogas. Isso reforça a necessidade de estratégias específicas de captação, acolhimento e cuidado contínuo para gestantes em situação de uso de substâncias, alinhada a Rede Alyne e a Política Nacional sobre Drogas.
NEVER EVENTS RELACIONADO A ÓBITO INTRAOPERATÓRIO OU IMEDIATAMENTE PÓS-OPERATÓRIO EM PACIENTES ASA 1: PERFIL DAS NOTIFICAÇÕES NO BRASIL (2019–2023)
Pôster Eletrônico
1 UFRN
2 UFCG
Apresentação/Introdução
Never events são eventos adversos graves que não deveriam ocorrer, como o óbito intra ou pós-operatório em pacientes ASA 1, considerados saudáveis e sem comorbidades. Esses casos representam falhas críticas evitáveis. A crescente atenção à Segurança do Paciente no Brasil, impulsionada por políticas públicas, exige monitoramento desses eventos para subsidiar ações de prevenção e gestão de riscos.
Objetivos
Descrever o perfil de notificações de never events relacionados a óbito intraoperatório ou imediatamente pós-operatório em pacientes ASA Classe 1 no Brasil entre 2019 e 2023.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem documental, com dados secundários extraídos dos relatórios de eventos adversos da ANVISA. Foram incluídos eventos adversos classificados como never events, relacionados a óbito intraoperatório ou imediatamente pós-operatório/pós-procedimento em pacientes ASA 1. A coleta ocorreu em outubro de 2024, contemplando notificações de 2019 a 2023 no Brasil. As variáveis analisadas foram ano, região e estado da notificação. A análise foi realizada por meio de estatística descritiva simples, com frequências absolutas e relativas organizadas em planilhas eletrônicas. A pesquisa utilizou dados públicos e, por isso, está dispensada de apreciação ética.
Resultados
Foram identificadas 150 notificações de óbitos intraoperatórios ou imediatamente pós-operatórios em pacientes ASA 1 no período analisado, com tendência de crescimento anual e maior ocorrência registrada em 2023 (52 casos). A maior concentração foi na região Sudeste (56,7%), especialmente nos estados de São Paulo (20%) e Rio de Janeiro (19,3%). As regiões Norte e Nordeste apresentaram menores frequências, havendo estados sem registros. Já a região Centro-Oeste evidenciou aumento expressivo nos anos finais do recorte analisado. A distribuição desigual dos registros pode refletir tanto diferenças reais na ocorrência dos eventos quanto disparidades na cultura de notificação e na estrutura dos Núcleos de Segurança do Paciente.
Conclusões/Considerações
Identificar esses eventos pode refletir a consolidação e o fortalecimento dos Núcleos de Segurança do Paciente além da valorização da cultura de notificação. No entanto, as desigualdades regionais persistem, comprometendo o monitoramento e reforçam a necessidade de fortalecer a cultura da segurança no país. Conhecer esse perfil é essencial para qualificar estratégias de prevenção, reduzir riscos e promover a equidade na assistência cirúrgica.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS NOTIFICAÇÕES DE VIOLÊNCIA AUTOPROVOCADA NA 5ª REGIÃO DE SAÚDE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE/RN
Pôster Eletrônico
1 SESAP/RN
Apresentação/Introdução
A violência autoprovocada é um grave problema de Saúde Pública em âmbito global, atitude que exige atenção da rede de saúde e da sociedade, em virtude de causar sérios prejuízos físicos e mentais. Conhecer o perfil epidemiológico desse agravo é decisivo para compreender a prevalência, distribuição e fatores de risco, permitindo a elaboração de estratégias de prevenção e intervenção mais eficazes.
Objetivos
Delinear o perfil epidemiológico das notificações de violência autoprovocada nos municípios da 5ª Região de Saúde no Estado do Rio Grande do Norte/RN, fundamental para a vigilância e o acompanhamento epidemiológico do agravo.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo. A análise partiu de um diagnóstico situacional utilizando dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), sobre a incidência, prevalência, distribuição por sexo, idade, raça/etnia, escolaridade, ocupação e fatores de risco, características das vítimas de violência autoprovocada nos 21 municípios que compõe a 5ª Região de Saúde, uma série histórica de 2020 a 2025.
Resultados
Observou-se após a análise epidemiológica que alguns municípios estão com elevados números de ocorrência desse agravo e com tendência a crescimento, foi identificado também que existe uma subnotificação em outra parcela dos municípios, durante os cinco anos analisados. A prevalência identificada de lesão autoprovocada foi em adolescentes, com mais incidência em grupos específicos, como meninos entre 15 e 19 anos, com deficiência, algum transtorno mental ou fatores familiares.
Conclusões/Considerações
A pesquisa mostrou uma tendência de aumento dos casos de lesão autoprovocada e de subnotificação nos municípios da 5ª Região de Saúde, o que chama atenção para elaboração de intervenções voltadas a saúde mental da população, em especial jovens. Conhecer e monitorar a evolução do perfil epidemiológico ao longo do tempo é primordial e possível avaliar a eficácia das intervenções implementadas identificando áreas que precisam ser aprimoradas.
ACIDENTES DE TRABALHO COM MATERIAL BIOLÓGICO: A CARACTERIZAÇÃO DOS CASOS E A ATUAÇÃO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE NO HCFMUSP - SP.
Pôster Eletrônico
1 EEUSP
2 HCFMUSP
3 FMUSP
Apresentação/Introdução
Nos serviços de saúde, os acidentes de trabalho com material biológico são mais comuns entre trabalhadores que manipulam fluidos biológicos cotidianamente. Tais eventos são de notificação compulsória (Portaria nº777/2004) e, através do registro, a realidade da saúde é conhecida. É crucial identificar os fatores que determinam a ocorrência desses eventos, vide o impacto na vida dos trabalhadores.
Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico dos acidentes com material biológico em colaboradores atendidos no Complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) no período de 2022 a 2023.
Metodologia
Estudo descritivo e retrospectivo dos casos de acidente com material biológico no Complexo do HCFMUSP-SP. Foram usados os bancos de dados do sistema SCAE-NUVE, com informações das fichas de notificação de acidente de trabalho, e dos prontuários eletrônicos dos sistemas MV e SIGH, que detalham o tipo de exposição, material biológico envolvido, circunstância do acidente, agente causador, uso de EPI, situação vacinal do acidentado, conduta no momento do acidente, exames laboratoriais realizados, preenchimento da CAT, e evolução do caso. Os sistemas de vigilância da SES-SP e do Ministério da Saúde foram consultados para identificar condutas adequadas para a intervenção nos casos.
Resultados
Foi observado que os profissionais com mais casos confirmados de acidentes com material biológico são técnicos de enfermagem(56%) e enfermeiros(13%). O perfil dos acidentados é de maioria branca(70%), do sexo feminino(86%), com ensino médio completo(63%), solteiro(65%), e residente da cidade de São Paulo(64%). Os acidentes concentram-se no Instituto Central do Hospital das Clínicas-ICHC(34%) e ocorrem majoritariamente durante as internações(66%), especialmente em procedimentos realizados nos centros cirúrgicos(18%), unidades de internação(15%) e unidades de tratamento intensivo(14,7%). Outro fator identificado foi a taxa de abandono do seguimento ambulatorial(17%).
Conclusões/Considerações
Os dados comprovam que a proximidade com fluidos de pacientes durante o processo de cuidado e o tempo de permanência de um indivíduo na instituição aumentam expressivamente as chances de um trabalhador sofrer um acidente. Além disso, as taxas de abandono são significativas, mesmo que o atendimento ocorra no local de trabalho. Assim, urge que medidas de reconvocação de acidentados sejam adotadas, e que uma cultura de uso do EPI seja fomentada
AUMENTO DE 134% PÓS-PANDEMIA: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA TOXOPLASMOSE CONGÊNITA NO BRASIL.
Pôster Eletrônico
1 UFSC
Apresentação/Introdução
A toxoplasmose congênita é uma infecção causada pela transmissão vertical do protozoário Toxoplasma gondii, podendo gerar complicações graves ao feto. Frequentemente, a doença gestacional é assintomática, dificultando o diagnóstico e tratamento. Assim, é fundamental entender o panorama da doença no Brasil nos últimos anos e os grupos mais afetados a fim de criar políticas melhor direcionadas.
Objetivos
Verificar o número de casos de toxoplasmose congênita no Brasil de 2019 a 2024, bem como traçar um perfil epidemiológico dos afetados.
Metodologia
Estudo ecológico, descritivo e de abordagem quantitativa, baseado na análise de dados secundários extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (TABNET/DATASUS). Foram selecionadas as notificações de toxoplasmose congênita registradas no período de 2019 a 2024, utilizando-se as variáveis ano, macrorregião, sexo, e raça/cor. Os dados foram organizados em planilhas para análise descritiva, para identificar tendências e padrões epidemiológicos.
Resultados
De 2019 a 2024, foram notificados 28.140 casos de toxoplasmose congênita, sendo que, ao longo dos anos, o número de casos foi de: 2.858, 3.058, 3.876, 4.583, 6.593 e 7.172, respectivamente. Assim, de 2020 para 2024, houve um aumento de 134,53% nas notificações da doença, demonstrando a relevância dessa doença dentro da saúde pública e a necessidade de políticas de conscientização, diagnóstico e tratamento. A região mais afetada foi a Sudeste (32,75%), com destaque para o Nordeste, que teve um aumento de 276,53% no número de casos de 2019 para 2024. Em relação ao perfil dos bebês mais afetados, não houve diferença estatística entre os sexos e a raça/cor mais afetada foi a parda (50,73%).
Conclusões/Considerações
A toxoplasmose congênita é uma doença que tem ganhado relevância dentro da saúde pública brasileira, com um aumento no número de casos desde a pandemia por COVID-19, principalmente na região Nordeste. Assim, é fundamental que sejam criadas políticas públicas de saúde que visem conscientizar a população sobre a infecção materna da doença, bem como melhorar a cobertura pré-natal para um diagnóstico e tratamento mais efetivos da protozoose.
PERFIL DO ÓBITO INFANTIL E FETAL COM MENÇÃO AO USO DE DROGA DURANTE A GESTAÇÃO
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Saúde do Recife
2 Programa de Residência Multiprofissional em Vigilância em Saúde
Apresentação/Introdução
Nas últimas décadas, verifica-se crescimento do consumo de drogas lícitas e ilícitas por mulheres, fazendo deste um problema social e sanitário que demanda políticas públicas para minimizar as consequências sociais e os agravos à saúde. O consumo destas drogas no período gestacional repercute tanto na gestante quanto no feto, podendo evoluir para o agravamento da sua saúde, resultando ao óbito.
Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico dos óbitos fetais e infantis de parturientes que mencionaram consumo de álcool e/ou outras drogas durante a gestação.
Metodologia
Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo seccional realizado com os dados dos óbitos fetais e infantis de parturientes residentes no Recife, ocorridos em 2023. Os dados foram obtidos a partir da consulta às Declarações de Óbito (DO) e às fichas de investigação e discussão. No Recife, os óbitos fetais e infantis são investigados e discutidos pela Vigilância do Óbito Infantil e Fetal (VOIF) desde 2003. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, frequência absoluta e relativa.
Resultados
Identificou-se 132 óbitos fetais e 208 óbitos infantis, tendo a menção de consumo de drogas pela gestante em 13 (9,8%) e 21 (10,1%) óbitos, respectivamente, sendo, destes, a causa básica em 7,7% e 9,5% e como contribuinte em 92,3% e 90,5%. Quanto às características maternas, nos óbitos fetais 84,6% tinham entre 20 a 40 anos, 61,5% até 9 anos de estudo, 23,1% estavam em situação de rua, 30,8% sem renda familiar (RF), 46,1% eram do lar, 23,1% sem pré-natal (PN) e 38,5% com 1 a 3 consultas. No óbito infantil, 71,3% tinham entre 20 a 40 anos, 66,7% até 9 anos de estudo, 9,5% em situação de rua, 23,8% com RF menos de 1 salário mínimo, 57,1% eram do lar, 23,8% sem PN e 28,5% de 1 a 3 consultas.
Conclusões/Considerações
Verificou-se a importância da investigação e discussão desses óbitos, visto que na DO original emitida pelo médico não havia menção do uso de álcool e/ou outras drogas. A VOIF pois possibilitou evidenciar que o uso de álcool e outras drogas durante a gestação influencia no óbito fetal e infantil, além de revelar esse uso pela população vulnerável e com insegurança financeira.
PREVALÊNCIA DA ASMA, RINITE E ECZEMA ATÓPICO EM ESCOLARES RESIDENTES NA REGIÃO CANAVIEIRA DA ZONA DA MATA DE PERNAMBUCO
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz
2 UFPE
Apresentação/Introdução
O Brasil lidera a produção mundial de cana-de-açúcar. No país, a queima da palha é responsável por cerca de 98% das emissões de gases de resíduos agrícolas. Na zona canavieira do Nordeste a queima antecede o corte. Os efeitos da exposição humana aos poluentes podem ser agudos ou crônicos, e têm repercussões importantes na saúde, de crianças e adolescentes, em idade escolar.
Objetivos
Avaliar a prevalência da asma, rinite e eczema atópico, assim como possíveis fatores de risco a elas relacionados, em escolares residentes dos municípios de Aliança, Itambé e Goiana, Zona da Mata Norte do estado de Pernambuco.
Metodologia
A análise epidemiológica da prevalência das doenças alérgicas foi realizada a partir da aplicação dos questionários do protocolo International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC), com estudantes de 13 e 14 anos, das escolas municipais, públicas e privadas, dos municípios pesquisados. A equipe de pesquisa visitou as escolas listadas pelas Secretarias municipais de Educação, conforme cálculo amostral, com representatividade de 90 a 95%, nível de significância 5% (desvio padrão 2%). O questionário escrito foi aplicado nas salas de aula, entre outubro de 2022 a maio de 2024, e o questionário complementar enviado para ser respondido pelas famílias dos estudantes.
Resultados
Dos 293 estudantes de Aliança, 24 tiveram asma no último ano, 60% apresentaram sinais e sintomas de rinite, 27,8% tiveram rinite no último ano, 18,7% reportaram coceira na pele e 13,31% relataram eczema no último ano. Em Itambé, dos 197 participantes, 19% indicaram sibilos no último ano, 51% apresentaram sintomas de rinite, 82 tiveram rinite, e 17,5% apresentaram coceira na pele no último ano. Em Goiana, dos 341 estudantes, 87 tiveram asma, 177 apresentaram rinite e 63 eczema atópico. Os resultados demonstram uma frequência importante de doenças alérgicas em adolescentes expostos a material particulado e outras emissões da queima da cana-de-açúcar, em áreas cercadas por grandes monocultivos.
Conclusões/Considerações
Estudos dessa natureza são uma importante estratégia para monitoramento das possíveis causas da asma e doenças alérgicas em territórios afetados pela poluição atmosférica. Nos municípios selecionados da Zona da Mata Norte, apesar da prática secular da queima anual da palha da cana-de-açúcar, o estudo é pioneiro e pode fortalecer estratégias locais de promoção da saúde, saúde ambiental e do trabalhador e prevenção de doenças.
SÍFILIS EM GESTANTES EM NITERÓI: ANÁLISE DOS CASOS DE 2023
Pôster Eletrônico
1 COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE/COVIG/NITERÓI/RJ/BR
Apresentação/Introdução
A SÍFILIS EM GESTANTES É UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA COM IMPACTOS NA SAÚDE MATERNO-INFANTIL. ESTE ESTUDO ANALISA O PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA SÍFILIS EM GESTANTES NO MUNICÍPIO DE NITERÓI/RJ EM 2023.
Objetivos
DESCREVER CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS, AVALIAR A QUALIDADE DOS DADOS, IDENTIFICAR FATORES RELACIONADOS AO NÃO TRATAMENTO DOS PARCEIROS E PROPÔR MELHORIAS NA VIGILÂNCIA.
Metodologia
ESTUDO DESCRITIVO, RETROSPECTIVO E QUANTITATIVO, ANALISOU 277 CASOS DE SÍFILIS EM GESTANTES NOTIFICADOS NO SINAN NO MUNICÍPIO DE NITERÓI, DURANTE 2023. FORAM EXAMINADOS DADOS DEMOGRÁFICOS, CLÍNICOS E DO TRATAMENTO DOS PARCEIROS.
Resultados
FORAM NOTIFICADOS 277 CASOS DE SÍFILIS EM GESTANTES EM 2023, CORRESPONDENDO A 56,6 CASOS POR 1.000 NASCIDOS VIVOS. 61% DOS DIAGNÓSTICOS OCORRERAM NO PRIMEIRO TRIMESTRE. A MÉDIA DE IDADE FOI 24,7 ANOS, MAIORIA MULHERES JOVENS, PARDAS E PRETAS. 64,6% DOS PARCEIROS NÃO RECEBERAM TRATAMENTO, PRINCIPALMENTE POR FALTA DE CONTATO, NÃO COMPARECIMENTO OU RECUSA.
Conclusões/Considerações
É NECESSÁRIO APRIMORAR A VIGILÂNCIA E O TRATAMENTO DOS PARCEIROS PARA CONTROLAR A SÍFILIS EM GESTANTES. RECOMENDA-SE AMPLIAR ACESSO AO PRÉ-NATAL, EDUCAÇÃO SOBRE ISTS E INCLUSÃO DOS PARCEIROS NAS ESTRATÉGIAS DE SAÚDE.
CENÁRIO EPIDEMIOLÓGICO DAS ANOMALIAS CONGÊNITAS EM RONDÔNIA
Pôster Eletrônico
1 AGEVISA
2 SEMUSA
Apresentação/Introdução
Anomalias congênitas (AC) são anormalidades estruturais ou funcionais, que ocorrem durante a vida intrauterina e podem ser detectadas antes, durante ou após o nascimento. A origem pode ser genética, infecciosa, ambiental ou nutricional e em muitos casos não é possível identificar a causa. Estima-se que de 2% a 3% dos recém-nascidos no mundo apresentam algum tipo de AC e no Brasil cerca de 1,1%.
Objetivos
Analisar o cenário epidemiológico das anomalias congênitas de nascidos vivos do estado de Rondônia no período de 2018 a 2024.
Metodologia
Estudo descritivo e transversal das AC de nascidos vivos (NV), de filhos de mães residentes de Rondônia no período de 2018 a 2024, com base em dados secundários do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). No TabWin foram selecionadas as seguintes variáveis: ano de nascimento e malformação congênita e/ou alteração cromossômica detectada, listadas no agrupamento anomalia 1 (códigos Q00 a Q99 e D18.0 da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – 10ª edição). Os dados foram tratados no Microsoft Office Excel, analisados por meio de estatística descritiva e os resultados expressos em medidas de frequência absoluta e relativa.
Resultados
Nos anos de estudo, foram registrados em Rondônia 176.719 NV e destes 1,16% (2.057 NV) tinham algum tipo de AC informada na Declaração de Nascido Vivos (DNV), com uma média de 294 casos/ano e prevalência de aproximadamente 12 casos a cada 10 mil NV. Observou-se um aumento progressivo na proporção das notificações de 0,86% em 2018 para 2,44% em 2024, representando um crescimento de 205% nos registros, atribuído ao resgate de casos não notificados ao nascer, nos últimos dois anos. As AC mais frequentes nas DNV de acordo com o sistema afetado foram as malformações osteomusculares e as do aparelho circulatório com prevalência de 32,5 e 12,8 casos a cada 10 mil NV, respectivamente.
Conclusões/Considerações
O fortalecimento da vigilância dessas condições é fundamental para conhecer o real cenário epidemiológico no estado. O aumento expressivo das notificações a partir de busca ativa iniciada em 2023 mostra a necessidade de implementar estratégias para ampliar o diagnóstico precoce das AC e o seu registro na DNV e SINASC e desta forma, diminuir as subnotificações.
PADRÃO SAZONAL DA DENGUE NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: IMPLICAÇÕES PARA A VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UFOPA
Apresentação/Introdução
A dengue é uma arbovirose endêmica no Brasil, com destaque para a região Amazônica, onde fatores ambientais favorecem a proliferação do vetor e influenciam a sazonalidade da doença.
Objetivos
Analisar o padrão sazonal dos casos confirmados de dengue na região Oeste do Pará entre 2014 a 2024, identificando o período de maior ocorrência.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, baseado na coleta e análise de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), referentes aos casos confirmados de dengue registrados na última década na região Oeste do Pará. As variáveis analisadas incluíram o número de casos por mês, permitindo identificar a distribuição temporal e o padrão sazonal da doença.
Resultados
Foram registrados 4.792 casos confirmados de dengue na região, dos quais 74,5% ocorreram nos primeiros meses do ano (janeiro a maio). Esse padrão evidencia uma forte sazonalidade associada ao início do período chuvoso, que favorece a reprodução do Aedes aegypti e, consequentemente, a transmissão do vírus. No entanto, também foram notificados casos durante os meses de estiagem, demonstrando que a dengue mantém circulação ao longo de todo o ano, ainda que com menor intensidade. Esse achado reforça a necessidade de manter ações de vigilância e controle contínuas, independentemente da estação.
Conclusões/Considerações
A concentração dos casos nos primeiros meses do ano demonstra a importância do planejamento antecipado das medidas de enfrentamento à dengue na região. Estratégias de prevenção devem ser reforçadas especialmente no início do período chuvoso, sem desconsiderar a ocorrência de casos no período seco, o que exige ações sustentadas durante todo o ano, visando reduzir a incidência e os impactos da doença sobre a população.
EVOLUÇÃO TEMPORAL DAS TAXAS DE MORTALIDADE POR ACIDENTES DE TRÂNSITO NO ESTADO DA BAHIA, NO PERÍODO DE 2017 A 2024
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Saúde do Estado da Bahia/ Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde/ Escola de Saúde Pública da Bahia/ Residência Multiprofissional em Vigilância da Saúde
2 Secretaria de Saúde do Estado da Bahia/ Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde/Diretoria de Vigilância Epidemiológica
3 Secretaria de Saúde do Estado da Bahia/ Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde/Diretoria de Vigilância Epidemiológica
Apresentação/Introdução
Os acidentes de trânsito configuram um importante problema de saúde pública no Brasil, que pode ser definido como “evento indesejado que ocasione danos materiais, lesão corporal ou óbito no trânsito". Em 2017, a Bahia passou a considerar os acidentes de trânsito como agravo de notificação compulsória. A medida foi motivada pelas elevadas taxas de mortalidade entre 2000 e 2017.
Objetivos
Analisar a tendência da mortalidade por acidentes de trânsito no estado da Bahia, entre
2017 a 2024.
Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico de análises de séries temporais. Foram utilizados dados secundários referentes a óbitos por acidentes de trânsito, segundo local de residência no Estado da Bahia, no período de 2017 a 2024. A coleta de dados ocorreu por meio de dados disponíveis no Departamento de Informática do SUS. Os óbitos foram contabilizados com base nas mortes por causas externas relacionadas a acidentes de trânsito, conforme as seguintes categorias do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Para a construção das taxas de mortalidade, foram coletados dados da projeção da população do estado por sexo e idade simples: 2000-2060.
Resultados
Foram notificados 203.479 acidentes de trânsito entre 2017 e 2024 na Bahia. Em relação ao perfil das vítimas, são predominantes do sexo masculino 152.629 (75%), faixa etária entre 20-34 anos de idade 90.534 (44,5%). Ao apresentar a caracterização dos óbitos por acidentes de trânsito, foram notificados 20.758 óbitos, as vítimas foram dominantemente do sexo masculino e com idade entre 35-44 anos, respectivamente 17.054 (82%) e 4.263 (20,5%). A média da taxa de mortalidade entre 2017 e 2024 foi de 16,76 a cada 100.000 habitantes. Ao analisar a evolução temporal da taxa de mortalidade, é possível observar uma curva ascendente da taxa de mortalidade, que era de 15,83/100.000 habitantes em 2017.
Conclusões/Considerações
É fundamental acompanhar a tendência temporal da taxa de mortalidade por acidentes de trânsito para o desenvolvimento e a orientação de políticas públicas específicas. Na Bahia, as taxas de mortalidade permanecem elevadas, evidenciando a necessidade de fortalecer estratégias de promoção e prevenção da saúde relacionadas à segurança no trânsito.
AVALIAÇÃO DOS ATRIBUTOS QUALITATIVOS DO APLICATIVO GUARDIÕES DA SAÚDE: CONTRIBUIÇÕES PARA A VIGILÂNCIA PARTICIPATIVA EM SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Coordenação de Atenção e Vigilância em Saúde, Universidade de Brasília
2 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília
3 Faculdade de Ciências e Tecnologias em Saúde, Universidade de Brasília
Apresentação/Introdução
O Guardiões da Saúde é um aplicativo utilizado como estratégia de vigilância ativa e participativa e foi utilizado durante a pandemia de Covid-19 na Universidade de Brasília. É um instrumento onde usuários registram seu estado de saúde diariamente, contribuindo para a detecção precoce de agravos de importância em saúde e para rápida adoção de medidas a fim de informar e proteger a população.
Objetivos
Analisar os atributos qualitativos do aplicativo Guardiões da Saúde utilizado na Universidade de Brasília durante a pandemia de Covid-19.
Metodologia
Estudo de avaliação com abordagem mista (quanti e qualitativa) do aplicativo Guardiões da Saúde utilizado na Universidade de Brasília, baseado nas diretrizes publicadas pelo CDC/Estados Unidos. Foram analisados os atributos qualitativos (simplicidade, flexibilidade, qualidade dos dados e aceitabilidade) a partir do banco de dados gerado pelo sistema e de questionário aplicado aos stakeholders. Foram analisados os dados do período de junho de 2020 a dezembro de 2022. A amostra foi composta por 379 usuários e 35 profissionais. A coleta de dados foi iniciada após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Saúde da UnB.
Resultados
O aplicativo foi considerado de fácil instalação e operação, com adequação para a investigação de casos e surtos. Forneceu dados de forma precisa e confiável, teve boa integração e interação com outros sistemas. Demonstrou flexibilidade, fornecendo relatórios e apoiando a formulação de políticas internas, para cumprir seu papel estratégico na tomada de decisões institucionais. A maioria dos usuários percebeu a importância do aplicativo para a saúde da comunidade, apesar de não o reconhecer como fonte útil de conhecimento. Profissionais reconheceram a importância do seu papel nas atividades, apesar da insuficiência de recursos.
Conclusões/Considerações
A estratégia implantada na UnB durante a pandemia configurou-se em uma atividade inovadora. O sistema alcançou ampla adesão e engajamento na comunidade universitária, cumprindo seu papel de vigilância participativa. Foi bem-sucedido em coletar e integrar dados relevantes, que contribuíram para o monitoramento da saúde da comunidade durante a pandemia. Persistem desafios: adoção e sustentabilidade no longo prazo; qualidade e validade dos dados.
CANCER: ANÁLISE DOS CASOS OCORRIDOS NOS MUNICÍPIOS DA MICRORREGIÃO DE SAÚDE DE UNAÍ/PARACATU, ENTRE 2019 A 2023
Pôster Eletrônico
1 SES/MG
Apresentação/Introdução
O câncer é uma das principais causas de morte mundialmente. A doença impacta a qualidade e diminui a expectativa de vida. A vigilância desse agravo é fundamental para o planejamento, monitoramento e avaliação das ações de controle. Esta pesquisa buscou responder como se apresentaram os casos de câncer ocorridos entre 2019 a 2023 nos doze municípios da microrregião de saúde de Unaí/Paracatu?
Objetivos
Analisar os registros de neoplasias malignas, através dos dados de internações hospitalares e de mortalidade na região, assim como divulgar informações relacionadas às práticas de vigilância epidemiológica.
Metodologia
Estudo epidemiológico, descritivo, documental e quantitativo. As informações relacionadas à pesquisa foram extraídas em julho de 2024 do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e dos Sistemas de Informação Hospitalar do SUS (SIH/SUS) e Ambulatorial (SIA), referente ao período de 2019 a 2023. As variáveis estudadas foram: número de óbitos no período de 2019 a 2023, óbitos segundo Grupo CID-10 de neoplasias, óbitos por locais de residência, óbitos por sexo e faixa etária, além de cirurgias e tratamentos ambulatoriais por locais de residência. Os dados foram apresentados através da estatística descritiva em gráficos, utilizando números absolutos e percentuais.
Resultados
Entre 2020 a 2023 elevou-se o número de óbitos por Neoplasias na microrregião de saúde de Unaí/Paracatu (aumento de 19%). O município de Paracatu apresentou o maior índice de óbitos, seguido daqueles ocorridos em Unaí. A principal causa de mortes dentre as neoplasias foram as ocorridas em órgãos digestivos, num total de 346 óbitos (219 em homens e 127 em mulheres), incluindo principalmente indivíduos na faixa etária entre 50 a 80 anos e mais. Houve um crescimento considerável das internações hospitalares para realização de cirurgias oncológicas entre os anos de 2021 e 2023 (27,7%). Entre 2021 a 2023, registraram-se 10.532 tratamentos oncológicos ambulatoriais em residentes da microrregião.
Conclusões/Considerações
O perfil dos casos de neoplasias no território estudado não apresentou variações relevantes se comparado aos dados nacionais. Presumindo o câncer como um problema de saúde complexo e multifatorial é necessário que as políticas de saúde, serviços locais e intersetoriais dos municípios investigados realizem ações que contemplem a prevenção, a detecção precoce, o tratamento, a reabilitação e os cuidados paliativos dos indivíduos acometidos.
MAPEAMENTO DA SITUAÇÃO DOS REGISTROS HOSPITALARES DE CÂNCER NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO EM 2025 - UMA ANÁLISE PARA O PLANEJAMENTO
Pôster Eletrônico
1 Instituto Nacional de Câncer
2 Secretaria Estadual de Saúde Do Rio de Janeiro
Apresentação/Introdução
Os Registros Hospitalares de Câncer (RHC) são sistemas de coleta, processamento e análise das informações dos casos confirmados de câncer atendidos nas instituições. As informações geradas permitem avaliar a qualidade da assistência e alocação de recursos no diagnóstico e tratamento do indivíduo com câncer.
Objetivos
Descrever e analisar o panorama dos RHC no estado do RJ sob a perspectiva de organização, funcionamento e envio dos dados coletados.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo com os hospitais e serviços habilitados na alta complexidade em oncologia no âmbito do SUS e instituições voluntárias cadastradas no IntegradorRHC. Foram avaliados indicadores de estrutura (presença de coordenação), funcionamento (regularidade no envio das bases) e adesão ao sistema informatizado de consolidação nacional dos dados. Os dados foram acessados no dia 07/04/2025. Outros aspectos analisados foram o número de profissionais capacitados e os suportes computados em relatórios internos e institucionais de gestão.
Resultados
O RJ possui 31 instituições habilitadas, responsáveis por 323.401 casos registrados entre 2000 e 2022. Destas, 80% contam com Coordenador de RHC ativo no sistema. Apenas 40% das instituições enviaram a base de dados com no mínimo dois anos de diferença do ano calendário e cerca de 30% apresentam atraso de cinco anos ou mais de atraso no envio dos dados. Do número total de suportes realizados para as equipes, em 2025, 15% foi para o RJ, superando o número de atendimentos efetuados para o estado nos dois anos anteriores. Na última oficina de temas relacionados aos registros de câncer, realizada em 2024, dos 12 profissionais capacitados, 8 foram da coordenação nacional e 4 da gestão estadual.
Conclusões/Considerações
O mapeamento evidenciou fragilidades na organização e no funcionamento dos RHC, em especial a baixa regularidade no envio de bases de dados. Esses resultados reforçam a necessidade de estratégias para fortalecimento dos registros, como o 1° Seminário de Atenção Especializada em Oncologia; ações de capacitação, visitas e suporte técnico. O próximo passo é avaliar o perfil dos profissionais do RHC.
ANÁLISE DOS PRINCIPAIS PROBLEMAS NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE A PARTIR DA VIGILÂNCIA DO ÓBITO INFANTIL EM RECIFE, 2024.
Pôster Eletrônico
1 Residência Multiprofissional em Vigilância em Saúde
2 Secretaria de Saúde do Recife
Apresentação/Introdução
A Vigilância do Óbito Infantil (VOI), instituída pela Portaria nº 72/2010 do Ministério da Saúde, é essencial para detectar falhas assistenciais, orientar ações para qualificar a atenção, reduzir desigualdades e prevenir os óbitos (LEAL et al., 2020). Em Recife, ocorre de forma descentralizada e participativa, envolvendo a vigilância epidemiológica do nível central e dos distritos sanitários.
Objetivos
Analisar os principais problemas na rede de atenção à saúde identificados pela investigação e discussão dos óbitos infantis de parturientes residentes no Recife, ocorridos em 2024.
Metodologia
Estudo descritivo, de abordagem quali-quantitativa, baseado na análise de dados dos óbitos infantis investigados e discutidos pela VOI, de parturientes no Recife, em 2024. As informações foram extraídas do sistema municipal de monitoramento da VOI – RedCap, onde são digitados os dados das Fichas de Investigação dos Óbitos Infantis e Fetais – Síntese, Conclusões e Recomendações. Os dados foram categorizados por áreas da assistência e analisados quantitativamente, por meio de frequência absoluta e relativa. Respostas abertas foram realocadas para campos fechados correspondentes as categorias pré-estabelecidas, evidenciando fragilidades na rede de atenção à saúde.
Resultados
Foram registrados 190 óbitos infantis, sendo todos investigados e discutidos pela VOI. Destes, em 175 (92,1%) foram identificadas falhas na rede de atenção. Os componentes da atenção que apresentaram o maior volume de falhas, foram: pré-natal (PN), com destaque a quantidade inadequada de consultas (39; 20,5%); organização do sistema / serviço de saúde, sobretudo a ausência de cobertura da atenção primária à saúde (APS) (83; 43,7%); e dificuldades da família, principalmente a adesão difícil/resistente da usuária aos cuidados prestados pela Estratégia Saúde da Família (ESF) (33; 17,4%).
Conclusões/Considerações
A VOI evidenciou fragilidades na estruturação da ESF que se refletem no óbito infantil, uma vez que a oferta inadequada do PN e a baixa adesão aos cuidados ofertados, estão diretamente relacionados a cobertura deficiente da APS no Recife. Nesse sentido, a gestão municipal tem investido na expansão da ESF, incluindo unidades com horário estendido. Essas ações representam um esforço para fortalecer a APS e qualificar a saúde materno-infantil.
EFEITOS DE ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO NA ADESÃO E NO SUCESSO DO TRATAMENTO DA TUBERCULOSE: REVISÃO SISTEMÁTICA E META-ANÁLISE
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de Viçosa (UFV)
2 Centro Universitário de Viçosa (UNIVIÇOSA)
Apresentação/Introdução
A tuberculose, apesar de curável, apresenta desafios relacionados à adesão terapêutica, comprometendo a efetividade do tratamento. Barreiras individuais, sociais e estruturais influenciam esse cenário. Diante das limitações do modelo convencional, tecnologias de apoio à adesão vêm sendo exploradas. Este estudo busca identificar abordagens comunicativas eficazes nesse contexto.
Objetivos
Identificar as estratégias de comunicação mais eficazes para otimizar a adesão ao tratamento e aumentar o sucesso terapêutico em pacientes diagnosticados com tuberculose.
Metodologia
Realizou-se uma revisão sistemática com meta-análise. Foram selecionados estudos publicados entre janeiro de 2005 e dezembro de 2024 nas bases de dados MEDLINE (via PubMed), EMBASE e SCOPUS, com a adoção dos seguintes descritores: Tuberculosis, Comunication, Communication strategies, Treatment Adherence, Compliance, Patient compliance e Patients. O desfecho primário foi a adesão e o sucesso no tratamento da tuberculose.
Resultados
As estratégias mais eficazes foram a combinação de dispositivos eletrônicos com SMS, a educação comunitária e a terapia observada diretamente por vídeo, que mostraram melhora significativa na adesão ao tratamento. Apenas as duas primeiras também impactaram positivamente no sucesso terapêutico. Já intervenções isoladas com SMS ou com tecnologias eletrônicas não demonstraram efetividade.
Conclusões/Considerações
A combinação de dispositivos eletrônicos com SMS e a educação comunitária são estratégias eficazes para melhorar a adesão e o sucesso terapêutico no tratamento da tuberculose. Intervenções isoladas com SMS ou tecnologias eletrônicas não mostraram resultados significativos. A adaptação das abordagens às realidades locais é crucial para otimizar os resultados.
PERFILAMENTO NOSOGRÁFICO DE CASOS CONFIRMADOS DE FEBRE MACULOSA COMO PROXY DA PRESENÇA DE VETORES E AGENTES RICKETTSIAIS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz/CDTS
2 Fiocruz/IOC/PPGVCV
3 SEMUS Nova Iguaçu
Apresentação/Introdução
A febre maculosa é uma doença causada por rickettsias e transmitida por carrapatos. Em territórios que coabitam agentes e reservatórios pode ser oportuno para a vigilância identificar, por meio de estudo do perfil de sintomas de pacientes confirmados para a doença, casos mais graves e óbitos como uma proxy de presença do carrapato e do agente rickettsial que potencializariam o risco para a doença
Objetivos
Identificar se a presença de sintomatologia grave, relacionada aos casos com hospitalização e óbito nas fichas de investigação, orienta uma proxy para a relação entre reservatórios e agentes rickettsiais causadores da febre maculosa no Rio de Janeiro
Metodologia
Os dados referentes aos casos confirmados da doença no estado do Rio de Janeiro, entre os anos de 2007 e 2019, foram obtidos pelo acesso aos microdados anonimizados na plataforma do DATASUS. Inicialmente extraídos em arquivos .dbf anuais, os microdados foram convertidos em arquivos .csv para serem tabulados e analisados pelo software Microsoft® Excel®. Utilizou-se as variáveis de confirmação da doença, contato com vetor, hospitalização e óbito, correspondendo aos campos “Classificação Final”, “Contato com animais”, “Ocorreu hospitalização” e “Evolução” da ficha de investigação, respectivamente. Não houve necessidade de submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa Humana
Resultados
Procuramos identificar os vetores e agentes rickettsiais intrinsicamente associados à ocorrência da doença no estado do Rio de Janeiro, promovendo uma proxy entre casos confirmados com hospitalização e/ou óbito e a presença do Amblyomma sculptum no possível cenário de infecção. Apesar de observamos importante relação entre confirmação de casos e exposição aos carrapatos, chegando a 75% do total da amostra, a ausência de dados sobre o vetor em parte considerável dos casos confirmados (24,43%) limitou a capacidade de usar essa informação como uma proxy confiável para a presença de Rickettsia rickettsii na área de estudo em casos de maior gravidade ou óbito
Conclusões/Considerações
A elevada proporção de campos considerados ignorados ou vazios para a variável “contato com vetor” entre casos confirmados da doença no período estudado reflete desafios operacionais persistentes e fragilidades nos sistemas de informação, compatíveis com estudos sobre subnotificação de zoonoses no Brasil que atribuem tais falhas à fragmentação dos sistemas de informação e à qualificação desigual de profissionais entre diferentes municípios
VIGILÂNCIA AMBIENTAL E QUALIDADE SANITÁRIA DA ÁGUA NOS MUNICÍPIOS DO RIO DE JANEIRO EM 2024: ANÁLISE REGIONAL DE COLIFORMES TOTAIS
Pôster Eletrônico
1 Projeto de Pesquisa Vigilância Popular em Saneamento e Saúde
2 Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente - FIOCRUZ/ENSP
3 FIOCRUZ/ENSP - Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental
4 3-Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente - FIOCRUZ/ENSP; 4-Projeto de Pesquisa Vigilância Popular em Saneamento e Saúde
Apresentação/Introdução
A presença de contaminantes microbiológicos em corpos hídricos representa riscos à saúde pública. O nível dos Coliformes Totais (CT) é utilizado como indicador indireto da qualidade sanitária da água, embora não sejam de origem exclusivamente fecal, sua detecção em água indica possível falha nos processos de tratamento ou contaminação na distribuição, exigindo investigação sanitária imediata.
Objetivos
Analisar criticamente dos dados do Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua), em relação ao parâmetro CT, disponibilizados no ano de 2024 para os municípios do Estado do Rio de Janeiro.
Metodologia
Estudo transversal, analítico, baseado em dados secundários obtidos no site do Sistema de Vigilância Ambiental do Estado do Rio de Janeiro no ano de 2024. Foram avaliados 21.729 dados de amostras de água quanto à conformidade para coliformes totais (CT), de acordo com a Portaria GM/MS nº 888/2021. Foi aplicado a análise do parâmetro CT para os 92 municípios do estado do Rio de Janeiro (ERJ), considerando o percentual de amostras em conformidade por região do estado, sendo considerado a média de dados não conformes por região, dando destaque para a região metropolitana I, que tem metrópole do ERJ, e esse com cerca de 70% da água distribuída pela rede pública.
Resultados
A Portaria GM/MS nº 888/2021 estabelece como padão a ausência de CT em água potável, visando garantir segurança ao consumo humano, contudo no ERJ, no total de 92 municípios, no ano de 2024 foram registradas dentre as 21.729 amostras analisadas para o parâmetro CT, verificou-se que 1.681 amostras (7.74%) estavam fora da conformidade. Sendo que a distribuição por dessa não conformidade por região foi de: região Norte (96,37%), Baixada Litorânea (94,93%), Noroeste (94,30%), Metropolitana I (93,52%) e Serrana (93,39%) foi a que teve melhores resultados. Baía da Ilha Grande (52,93%) e Centro Sul (11,41%) registraram os menores índices de conformidade, indicando disparidades territoriais.
Conclusões/Considerações
A análise de coliformes totais revelou acentuada heterogeneidade regional na qualidade da água no ERJ. Regiões com melhor infraestrutura apresentaram mais conformidade, enquanto áreas vulneráveis demandam intervenções prioritárias. Fortalecer a vigilância ambiental e ampliar o saneamento são medidas essenciais para assegurar o direito à água segura e promover equidade em saúde no Rio de Janeiro.
ANÁLISE DA RAZÃO DE MORTALIDADE MATERNA NO BRASIL POR MACRORREGIÃO DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 IFF/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
A mortalidade materna reflete desigualdades socioeconômicas e regionais no Brasil. Apesar de avanços, persistem disparidades no acesso e qualidade da atenção à gestante. A Razão de Mortalidade Materna (RMM) é um indicador essencial para avaliar políticas públicas e direcionar intervenções eficazes.
Objetivos
Analisar a razão de mortalidade materna no Brasil através do recorte por macrorregião de saúde de cada estado, subsidiando o planejamento da Rede de Atenção Materno Infantil.
Metodologia
A razão de mortalidade materna (RMM) foi calculada utilizando dados públicos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), utilizando a informação de óbitos maternos sobre o número de nascidos vivos, calculada por 100.000 nascidos vivos. O indicador de RMM foi calculado através de tabulação realizada no Excel, com as macrorregiões sendo tabuladas através do TabWin. Foi realizado geoprocessamento da RMM por macrorregião de saúde através do QGIS, no qual foram classificados em três categorias, sendo elas baixa (menor que 30), intermediária (de 30 a menor que 70) e alta (maior ou igual a 70).
Resultados
As regiões que apresentaram maior RMM foram a norte e nordeste, sendo o estado com RMM mais alta o de Roraima, com resultado de 145 mortes por 100 mil nascidos vivos. Analisando por macrorregião de saúde observou-se que a de Corumbá, localizada no Mato Grosso do Sul apresentou maior número, seguido pela macrorregião de Cerrados, localizada no Piauí.
Conclusões/Considerações
A persistência dessas desigualdades regionais ressalta a importância de estratégias e políticas direcionadas para reduzir a mortalidade materna, especialmente em áreas com maior vulnerabilidade. Este estudo busca auxiliar a compreensão desse fenômeno, destacando a relevância de ações regionalizadas e baseadas em evidências para a promoção da saúde materna no Brasil.
PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO E DESFECHOS DE CASOS DE TÉTANO ACIDENTAL EM RONDÔNIA
Pôster Eletrônico
1 AGEVISA
Apresentação/Introdução
Introdução: O tétano acidental é uma doença infecciosa grave, causada pela neurotoxina Clostridium tetani, ainda presente em regiões com baixa cobertura vacinal e acesso limitado a serviços de saúde. Em Rondônia, a Agência Estadual de Vigilância em Saúde Agevisa, tem alertado para a importância da vacinação, especialmente em homens com mais de 40 anos, grupo mais afetado pela doença.
Objetivos
Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico do tétano acidental, no Sistema de Informação (SINAN), em Rondônia no período de 2015 a 2024.
Metodologia
Métodos: Estudo retrospectivo, descritivo, baseado na ferramenta Sistema de Informação (SINAN), revisão da ficha de notificação evolução e encerramento dos casos de tétano acidental. Foram analisados dados demográficos, antecedentes vacinais, porta de entrada da infecção, faixa etária, manifestações clínicas, necessidade de suporte intensivo e desfecho hospitalar, e letalidade.
Resultados
Foram notificados 86 casos de tétano acidental, com predominância do sexo masculino 73, que correspondem a (85%) e média de idade mais atingida, estão os de 40 a 59+ que corresponde a (76%,) a maioria residente em áreas urbanas 57 chegando ao percentual de (66%), histórico vacinal desconhecido ou incompleto com total de 37 casos, e percentual de (43%), principais portas de entrada foram ferimentos perfurocortantes, e lesões contaminadas 54 casos, e (46%), pacientes apresentaram trismo 41 e (35%) e rigidez muscular; (41%), necessitaram de ventilação mecânica, a letalidade foi de (15%) associada principalmente à idade avançada e tempo prolongado entre o trauma e o início do tratamento.
Conclusões/Considerações
O tétano acidental permanece um agravo relevante em Rondônia, especialmente entre homens com mais de 40 anos, e residentes em áreas urbanas. Estratégias de educação em saúde, ampliação da vacinação e manejo precoce de feridas são essenciais para prevenção e redução da morbimortalidade.
ANÁLISE TEMPORAL DOS EVENTOS ADVERSOS DE INTERESSE ESPECIAL GRAVES NA VACINAÇÃO CONTRA A COVID-19 NO BRASIL COM DADOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 ENSP/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução
O monitoramento contínuo dos eventos adversos é necessário para a avaliação periódica da segurança de vacinas. A lista de eventos adversos de interesse especial (EAIE) que devem ser monitorados na vacinação contra a COVID-19 foi publicada pela Brighton Collaboration e recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Objetivos
Avaliar os efeitos da introdução da vacinação contra a COVID-19 sobre a distribuição temporal de internações hospitalares de adultos correspondentes aos EAIE graves no SUS.
Metodologia
A população do estudo é formada por adultos hospitalizados no SUS e o período de análise foi de janeiro de 2015 a dezembro de 2022. Aplicou-se o método de análise de séries temporais interrompidas (STI) com modelo ARIMA do pacote forecast do software R. O desfecho foi o total de EAIE graves por 100.000 internações/mês. Foram incluídas covariáveis para indicar o início da pandemia e da vacinação na série temporal via funções de transferência step e ramp. As condições correspondentes aos EAIE foram pesquisadas nos campos de diagnóstico principal e secundário das Autorizações de Internação Hospitalar do SUS.
Resultados
No período do estudo ocorreram 3.735.180 EAIE graves em um total de 76.290.015 internações hospitalares. A idade mediana foi de 63 anos (IIQ: 51-76), com 53,7% dos pacientes do sexo masculino. O efeito imediato da vacinação a partir de fevereiro de 2021 foi de -194,4 EAIE por 100.000 internações (IC 95% -404,2;15,4), seguido de uma diminuição sustentada de 1,4/100.000 (IC95%: -32,6;29,9) por mês até dezembro de 2022. De acordo com o contrafactual definido pelo modelo ARIMA, não há diferença estatisticamente significativa entre os períodos pré e pós vacinação com relação a hospitalizações por condições correspondentes aos EAIE
Conclusões/Considerações
Não foi detectado aumento nas internações hospitalares correspondentes aos EAIE graves no período de vacinação em massa contra a COVID-19 no Brasil. Essa análise de caráter ecológico e exploratório reforça a segurança das vacinas contra a COVID-19 no cenário nacional. No entanto, é fundamental a realização de estudos analíticos para melhor caracterização da incidência de EAIE durante a campanha de vacinação brasileira com dados do SUS
TENDÊNCIA TEMPORAL DOS ÓBITOS POR COVID-19 EM UMA CAPITAL DO NORDESTE DO BRASIL: ANÁLISE POR PONTOS DE INFLEXÃO, 2020 A 2022
Pôster Eletrônico
1 Instituto Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz
Apresentação/Introdução
Introdução: A pandemia pela Covid-19 foi um grande desafio global, revelando a vulnerabilidade dos sistemas de saúde. Até 2022, o Brasil registrou 693 mil óbitos, sendo o segundo país do mundo com mais mortes. Analisar a evolução temporal desses óbitos tornou-se fundamental para identificar tendências e aprimorar a resposta a futuras emergências de saúde pública.
Objetivos
Objetivo: analisar a série temporal dos óbitos por Covid-19 em Recife, Pernambuco, entre 2020 e 2022.
Metodologia
Metodologia: Estudo ecológico de série temporal realizado no Recife, PE, com todos os óbitos por Covid-19 de residentes entre março de 2020 e fevereiro de 2022 e confirmados com codificação B34.2 + U07.1 e B34.2 + U07.2, conforme a CID-10. Foram calculadas frequências absolutas dos óbitos e análise temporal mensal no Recife e em seus oito distritos sanitários. Utilizou-se a regressão de joinpoint para identificar mudanças significativas nas tendências ao longo do tempo, com base no Monthly Percentage Change (MPC) e intervalo de confiança de 95%. Os dados foram obtidos a partir do Sistema de Informação sobre Mortalidade, disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde do Recife.
Resultados
Resultados: Entre março de 2020 e fevereiro de 2022, o Recife registrou 6.319 óbitos por Covid-19 (190,6/100 mil hab.). No primeiro ano, foram 3.435 óbitos (207,7/100 mil hab.), e no segundo, 2.884 (173,6/100 mil hab.). A análise da tendência temporal apresentou cinco tendências, dessas, quatro foram estatisticamente significantes. Dentre essas tendências, houve uma elevação da ocorrência de óbitos entre duas delas, nos meses de agosto de 2020 e maio de 2021 (MPC=26,0; p < 0.001) e entre novembro de 2021 a fevereiro de 2022 (MPC=107,9; p =0.041). As tendências temporais identificadas para cada distrito sanitário apresentaram características semelhantes.
Conclusões/Considerações
Conclusões: A regressão de Joinpoint identificou tendências de aumento e redução nos óbitos por Covid-19, influenciadas por medidas de controle, vacinação e circulação de variantes, embora a fragilidade na coordenação federal tenha dificultado uma resposta mais eficiente no nível municipal. Os padrões observados nos distritos sanitários foram semelhantes, indicando ações de vigilância alinhadas.
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA DA VIOLÊNCIA AUTOPROVOCADA NO PARANÁ 2019 A 2023
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Estado da Saúde do Paraná
2 Fiocruz Brasília
Apresentação/Introdução
Fenômenos complexos e multicausais, de impacto individual e coletivo, o suicídio e as tentativas de autolesão, resultam em profundas consequências para a sociedade. No Brasil, a notificação de violência é compulsória e em 2014 foi atribuído caráter imediato à notificação de tentativa de suicídio. A qualidade dos dados é fundamental para gerar informação para a ação de forma adequada e oportuna.
Objetivos
Avaliar o atributo da qualidade da base de dados de notificação de violência autoprovocada do Sinan do estado do Paraná, Brasil, no período de 2019 a 2023.
Metodologia
Os componentes completitude e consistência foram avaliados para compor o atributo qualidade dos dados, a partir dos registros de violência autoprovocada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) acessados por meio da plataforma Tabnet, do Ministério da Saúde, que é de acesso público e irrestrito, atendendo à Resolução n° 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde. Como não houve acesso aos dados nominais, a duplicidade não foi analisada. A avaliação do atributo qualidade foi realizada em acordo com as diretrizes “Updated Guidelines for Evaluating Public Health Surveillance Systems do Centers for Diseases Control and Prevention (CDC)” dos Estados Unidos da América.
Resultados
Foram 59.147 notificações de violência autoprovocada, de 2019 a 2023, no Paraná. A completitude foi "excelente" (97,9%) para o bloco de variáveis de preenchimento obrigatório e "regular" (83,3%) para os de preenchimento essencial e parcialmente obrigatório, resultando em uma média de 92,4% (bom). Os campos orientação sexual e identidade de gênero apresentaram a maior redução na completitude nos 5 anos. A motivação da violência (81,9%) alcançou o menor percentual de completitude. Quanto à consistência, obteve-se um resultado "excelente” para todas as relações entre variáveis realizadas. A maior inconsistência foi na relação lesão autoprovocada com autor diferente da própria pessoa (2,1%).
Conclusões/Considerações
A qualidade global do banco de dados da violência autoprovocada no Estado foi satisfatória. Não foi possível avaliar o componente duplicidade, por se tratar de dados de acesso público. Encontrou-se oportunidades de melhorias, especialmente quanto à qualidade referente às variáveis orientação sexual e identidade de gênero, na perspectiva de implementação de políticas públicas para enfrentamento das violências.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO NA BAHIA ENTRE 2017 E 2024
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Saúde do Estado da Bahia
Apresentação/Introdução
Os acidentes de trânsito representam uma das principais causas externas de morbimortalidade no Brasil e no mundo. A análise de seus padrões epidemiológicos é essencial para subsidiar estratégias de prevenção, qualificar ações da Vigilância em Saúde e fortalecer políticas públicas de mobilidade segura, diante da elevada demanda por atendimentos e dos altos custos sociais e econômicos.
Objetivos
Analisar o perfil epidemiológico das notificações (2017–2024);
Avaliar incompletude e inconsistências dos dados.
Metodologia
Estudo descritivo, de abordagem quantitativa, baseado em 203.446 notificações de acidentes de trânsito registradas no SINAN, entre 2017 e 2024, na Bahia. Os dados foram coletados via TABNET/DIVEP/SESAB e analisados no Excel™. Foram calculadas frequências, proporções e taxas de incidência e mortalidade por 100 mil habitantes nas macrorregiões de saúde. Avaliou-se a qualidade dos dados quanto à incompletude e inconsistência interna, com base nos critérios de Romero e Cunha. Considerou-se o município de notificação como aproximação do local do evento. O estudo utilizou dados públicos, sem identificação individual, dispensando apreciação ética conforme Resolução CNS nº 510/2016.
Resultados
Foram analisadas 203.446 notificações de acidentes de trânsito na Bahia (2017–2024). O número aumentou de 167 em 2017 para 52.732 em 2024. As taxas de incidência e mortalidade cresceram em todas as macrorregiões. Houve predomínio masculino e maior concentração entre 20 e 34 anos (44,4%). A baixa qualidade dos dados compromete as análises: 79,6% ignoraram escolaridade, 46% raça/cor e 65,3% relação com o trabalho. Apenas 2,7% foram relacionados ao trabalho, com predominância de pedestres, motociclistas e ciclistas. No total, 48,2% evoluíram para cura, 1,4% para óbito relacionado e 0,03% por outras causas; 50,4% tinham evolução ignorada.
Conclusões/Considerações
O aumento das notificações de acidentes de trânsito na Bahia indica maior visibilidade do agravo, mas também pode refletir crescimento real das ocorrências. A baixa completude dos dados, especialmente sobre vínculo com o trabalho, compromete as análises e reforça a necessidade de qualificar as notificações e articular saúde, trabalho e mobilidade.
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS NASCIDOS VIVOS COM ANOMALIAS CONGÊNITAS NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL, 2014 A 2022
Pôster Eletrônico
1 Instituto Aggeu Magalhães/Fiocruz-PE
2 Fundação Joaquim Nabuco e Instituto Aggeu Magalhães/Fiocruz-PE
Apresentação/Introdução
As anomalias congênitas (AC) compreendem alterações funcionais, estruturais ou metabólicas que ocorrem durante o desenvolvimento embrionário ou fetal. Sua origem está associada a fatores genéticos, comportamentais, infecciosos, ambientais ou multifatoriais. São um importante componente da morbimortalidade pediátrica, sendo a segunda principal causa de mortalidade infantil no país.
Objetivos
Distribuir espacialmente a ocorrência de anomalias congênitas nos municípios do Nordeste (NE) brasileiro.
Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico, descritivo e transversal, cuja unidade espacial de análise foram os 1.794 municípios da região NE. Os dados foram obtidos no portal eletrônico do DATASUS, provenientes do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). O desfecho analisado foi a prevalência de AC por triênios (2014-2016, 2017-2019 e 2020-2022). A prevalência foi calculada para cada triênio e município por meio do software Microsoft Excel. O numerador consistiu no número de nascidos vivos (NV) com AC divido pelo total de NV (denominador) e multiplicado por 10.000 NV. A distribuição espacial do indicador foi analisada por meio do QGIS.
Resultados
Entre 2014 e 2022, nasceram 7.884.204 crianças nos municípios do NE, com variação entre 703.448 NV (2022) e 846.374 NV (2015). Desse total, 65.426 recém-nascidos apresentaram algum tipo de anomalia congênita, variando entre 5.489 casos (2014) e 7.395 casos (2016). As prevalências nos triênios 2014-2016, 2017-2019 e 2020-2022 foram, respectivamente, 81,4; 80,0; e 84,0 por 10.000 NV, registrando um aumento de 3,2% no período. A análise espacial evidenciou heterogeneidade entre os municípios, com variação na prevalência de NV com AC ao longo dos triênios.
Conclusões/Considerações
As AC são eventos complexos e multifatoriais. Os resultados deste estudo demonstraram variação na prevalência de nascidos vivos com anomalias congênitas no período analisado, com destaque para sua distribuição espacial heterogênea. Além de abordar uma temática relevante e ainda pouco explorada, esta pesquisa pode subsidiar gestores e pesquisadores no fortalecimento da vigilância epidemiológica deste evento.
ATUAÇÃO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA NA ATENÇÃO BÁSICA: UMA ANÁLISE DOCUMENTAL
Pôster Eletrônico
1 Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia
2 Universidade Federal da Bahia
Apresentação/Introdução
A Vigilância Sanitária desempenha papel estratégico na qualificação da Atenção Básica, especialmente por meio da regulação sanitária de serviços públicos de saúde. No entanto, são escassos os estudos que sistematizam sua atuação nesse nível de atenção. Este estudo analisa notificações sanitárias para compreender práticas e desafios na Atenção Básica em nível local.
Objetivos
Analisar a atuação da Vigilância Sanitária na Atenção Primária à Saúde (APS), com base nas notificações sanitárias emitidas em estabelecimentos de serviços públicos de saúde.
Metodologia
Estudo descritivo, de abordagem qualitativa, baseado na análise documental de notificações sanitárias emitidas entre 2024 e 2025, em um distrito sanitário de Salvador (BA). Foram examinados registros de inspeções realizadas pela Vigilância Sanitária em (17) unidades de saúde, considerando critérios de risco sanitário, frequência das ocorrências e as medidas adotadas posteriormente. A análise foi conduzida por triangulação entre os dados documentais, a legislação vigente e a literatura científica sobre regulação sanitária na APS.
Resultados
As notificações apontaram fragilidades recorrentes nas estruturas e processos das unidades, sobretudo no armazenamento de medicamentos, registros de higienização e gestão de resíduos. Verificou-se baixa reincidência de notificações em unidades que participaram de ações educativas promovidas pela vigilância sanitária. A atuação se mostrou majoritariamente reativa, om destaque para a ausência de planejamento intersetorial e de estratégias integradas à gestão da Atenção Básica.
Conclusões/Considerações
A atuação da Vigilância Sanitária na Atenção Primária foi majoritariamente corretiva e reativa. Apesar de ações educativas pontuais, a recorrência de falhas evidencia fragilidades institucionais. O fortalecimento da integração da Visa com a gestão e o cuidado é fundamental para consolidar uma regulação mais preventiva, educativa e articulada.
MORTALIDADE DE MULHERES EM IDADE FÉRTIL EM MATO GROSSO
Pôster Eletrônico
1 UFMT - Instituto de Saúde Coletiva
2 SECRETARIA DE SAÚDE DE CUIABÁ/ SECRETARIA DE SAÚDE DE MATO GROSSO
Apresentação/Introdução
Mato Grosso contabiliza aproximadamente 1.800.000 mulheres em idade fértil (MIF) (10 a 49 anos). A análise do perfil de óbitos de MIF constitui uma etapa fundamental na contextualização e compreensão da magnitude dos eventos de mortalidade e subsidia a identificação de fatores de risco e vulnerabilidades.
Objetivos
Analisar a taxa de mortalidade de mulheres em idade fértil no estado de Mato Grosso entre 2014 e 2023, segundo faixa etária, raça/cor da pele e escolaridade.
Metodologia
Estudo descritivo de todos os óbitos de MIF residentes de Mato Grosso, no período de 2014 a 2023, registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM/DATASUS). A taxa de mortalidade (TMIF) foi calculada dividindo-se o número de óbitos de MIF pela população de MIF (dados obtidos no site do IBGE), multiplicado por 100.000. As análises descritivas incluíram a distribuição dos óbitos segundo faixa etária, raça/cor da pele, principais causas de morte segundo capítulos da Classificação Internacional de Doenças (CID-10). As análises foram realizadas no Excel.
Resultados
Entre 2014 e 2023 ocorreram 12.895 óbitos de MIF no estado de Mato Grosso. A TMIF variou de 103,8 (2019) a 178,6/100 mil mulheres (2021). Maior proporção dos óbitos ocorreu entre mulheres de 20 a 39 anos e pardas. Causas externas de morbidade e mortalidade (acidente e violências) foi a primeira causa de morte (aproximadamente 25% dos óbitos). Em 2021, o capítulo de doenças infecciosas e parasitárias, em que a COVID-19 está incluída, liderou o ranking de óbitos, com 42,2% no ano. As neoplasias (tumores) e as doenças do aparelho circulatório também figuram entre as principais causas, contribuindo com 15,3% dos óbitos de MIF em 2023.
Conclusões/Considerações
A investigação da mortalidade de MIF possui um papel muito importante, tendo em vista que o padrão dos óbitos nessa faixa etária também é afetado por aspectos sociodemográficos e tem como principais causas as doenças e agravos não transmissíveis, motivadas por certos fatores que podem ser prevenidos. Os resultados subsidiam a elaboração de estratégias de enfrentamento deste problema.
DISCURSO E IDEOLOGIA EM INSTRUMENTOS DA POLÍTICA PÚBLICA DE SAÚDE: UM ESTUDO SOBRE A FICHA DE NOTIFICAÇÃO DA LEPTOSPIROSE HUMANA
Pôster Eletrônico
1 IS-SES/SP
2 UFSCar
3 PUC-SP
4 Universidade de São Paulo
Apresentação/Introdução
A leptospirose humana, uma doença tropical negligenciada, enfrenta desafios relacionados à sua notificação e investigação no Brasil. As fichas que registram os dados epidemiológicos dessa doença são essenciais para a gestão de informações, sendo fundamental compreender sua produção, circulação e uso pelos profissionais de saúde para identificar processos que afetam a entrada de dados no sistema.
Objetivos
Analisar criticamente as fichas de notificação e investigação da doença; identificar mudanças e permanências nos modelos adotados; caracterizar sua circulação no SUS; analisar seu uso nas redes de atenção e as ideologias emergentes nesse processo.
Metodologia
Pesquisa qualitativa, descritiva e analítica, combina técnicas de análise documental e crítica do discurso, para investigar a forma, a produção, a circulação e o uso das fichas. Foram entrevistadas 2 técnicas de análise e informação em saúde e epidemiologia e 5 agentes de controle de endemias de um município do Nordeste, observados em suas rotinas e também entrevistados. Modelos históricos e atuais das fichas foram utilizados como instrumentos de coleta; roteiros de entrevista e diários de campo. A sistematização dos dados incluiu a catalogação de modelos das fichas entre 1995 e 2025, analisadas textualmente para identificar mudanças e permanências.
Resultados
A aplicação da análise crítica do discurso evidenciou uma ideologia biomédica/mecanicista predominante no modelo atual das fichas; fragmentação institucional do conhecimento sobre a doença; e condições precárias de trabalho dos responsáveis pela coleta de dados. Embora apresentem importantes marcadores epidemiológicos, as fichas atuais apresentam definição de saúde ancorada no modelo clínico-laboratorial, que privilegia o caráter biológico do processo saúde-doença e promove o apagamento de um conjunto bem mais amplo de atores e de determinantes econômicos, sociais e ambientais mantém a doença como importante problema de saúde.
Conclusões/Considerações
Como aparatos sociotécnicos, as fichas são o resultado do conhecimento científico e da própria política pública operacionalizada por uma rede de atores (especialistas, gestores e profissionais da vigilância), portanto, expressão histórica e sociopolítica. Para fortalecer a vigilância epidemiológica e o enfrentamento à doença é preciso aprimorar o seu desenho e uso, considerando contextos institucionais, sociais e ambientais mais amplos.
MONITORAMENTO DA VIGILÂNCIA DE POPULAÇÃO EXPOSTAS AOS AGROTÓXICOS NA BAHIA (1)
Pôster Eletrônico
1 SESAB
Apresentação/Introdução
A VSPEA é fundamental para proteger a saúde pública na Bahia. Seu principal objetivo é identificar e mitigar os riscos da exposição a agrotóxicos, garantindo a segurança e o bem-estar das comunidades em áreas de intensa atividade agrícola. Isso envolve monitoramento, prevenção, controle e resposta a incidentes de intoxicação e contaminação ambiental.
Objetivos
Aprimorar o Monitoramento:
Monitorar de forma abrangente os 222 municípios prioritários da Bahia em relação à exposição a agrotóxicos.
Otimizar a coleta e análise de dados para fortalecer a vigilância.
Fortalecer a Implantação e Operacionalização da VSPEA:
Metodologia
A Coordenação de Vigilância em Saúde Ambiental (COVIAM) tem realizado um trabalho de monitoramento abrangente nos 222 municípios prioritários da Bahia. Para impulsionar a implantação e implementação da VSPEA nos municípios, a COVIAM tem promovido treinamentos específicos sobre a VSPEA para as macrorregiões de saúde, capacitando profissionais da saúde dos municípios para atuarem nas ações da VSPEA.
Resultados
Desde 2021, a VSPEA foi implantada em 105 municípios do estado, um avanço significativo. Para fortalecer ainda mais a vigilância e otimizar a coleta e análise de dados, um sistema VSPEA está em fase de implantação pela COVIAM, prometendo aprimorar a gestão das informações e a capacidade de resposta a incidentes com relação a exposição aos agrotóxicos.
Conclusões/Considerações
Para garantir a efetividade operacionalização da VSPEA na Bahia, é crucial sensibilizar os gestores sobre a importância da vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos. É fundamental, também, fortalecer a implantação de uma equipe mínima dedicada à Vigilância em Saúde Ambiental (VSA) e aprimorar os mecanismos de notificação para reduzir a subnotificação de casos de intoxicação por agrotóxicos.
PERCEPÇÕES PROFISSIONAIS SOBRE A UTILIZAÇÃO DA VIGILÂNCIA BASEADA EM EVENTOS NA DETECÇÃO DE POTENCIAIS EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA EM UM CIEVS
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde
Apresentação/Introdução
A organização do sistema de saúde brasileiro para prevenção, vigilância e resposta de potenciais Emergências em Saúde Pública (ESP) se desenvolve nos Centros de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs). Os Cievs são serviços de Vigilância Baseada em Eventos (VBE) e inteligência epidêmica com função de detectar de rumores, verificar, avaliar o risco, monitorar e comunicar ESP.
Objetivos
Descrever as percepções dos trabalhadores dos Cievs frente à utilização da VBE como ferramenta para detecção digital de potenciais ESP.
Metodologia
A organização do sistema de saúde brasileiro para prevenção, vigilância e resposta de potenciais Emergências em Saúde Pública (ESP) se desenvolve nos Centros de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs). Os Cievs são serviços de Vigilância Baseada em Eventos (VBE) e inteligência epidêmica com função de detectar de rumores, verificar, avaliar o risco, monitorar e comunicar ESP.
Resultados
Foram apontadas as vantagens da rapidez, eficácia e oportunidade da VBE em comparação à vigilância tradicional. Para os Cievs nacional e estaduais, o curto tempo-resposta na VBE é viabilizado pela fonte de dados não estruturados (rumores). Contudo, essa vigilância exige crítica dos técnicos sobre o contexto de captura do rumor. Para os Cievs de Capital, considerando que os rumores são construídos na intencionalidade, comoção e percepção de risco de um prescritor do senso comum, a VBE aponta preocupações sociais advindas do povo e da troca de ideias dos assuntos que se materializam em problema de saúde pública divulgado como rumor.
Conclusões/Considerações
As percepções profissionais evidenciaram que a VBE contribui significativamente para a detecção oportuna de potenciais ESP. O elemento das fontes não estruturadas reforça a VBE como ferramenta estratégica na inteligência epidêmica e como componente essencial da vigilância em saúde no SUS. Contudo, os achados também indicam a necessidade de análise crítica dos rumores para que tenham materialidade no contexto da saúde pública.
MAPEANDO A LACUNA: UMA AVALIAÇÃO DA COMPLETUDE E CONFIABILIDADE DOS DADOS DE CÂNCERES UROLÓGICOS MASCULINOS EM RHCS NO BRASIL (2000-2023)
Pôster Eletrônico
1 Escola Nacional de Saúde Pública/ENSP/Rio de Janeiro, Brasil.
2 Instituto Evandro Chagas (IEC/SVSA/MS)
3 Instituto Nacional de Infectologia, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Apresentação/Introdução
Os cânceres urológicos masculinos têm alta carga no Brasil. Embora amplamente utilizados, os dados dos Registros Hospitalares de Câncer carecem de avaliação sistemática. Incompletudes e inconsistências comprometem sua validade para análises epidemiológicas. Avaliar sua qualidade é essencial para o uso estratégico em políticas oncológicas.
Objetivos
Avaliar a qualidade dos dados de cânceres urológicos masculinos registrados no Brasil entre 2000 e 2023, com foco na completude e na identificação de inconsistências internas nos Registros Hospitalares de Câncer (RHC).
Metodologia
Estudo transversal descritivo com 634.331 registros de cânceres urológicos masculinos (próstata, pênis, testículo, bexiga, rim, pelve renal, ureter e uretra) notificados no RHC entre 2000 e 2023. Avaliadas 48 variáveis clínicas, sociodemográficas, comportamentais e assistenciais. A completude foi classificada como excelente (≥ 95%), boa (90–94,9%), regular (70–89,9%), ruim (50–69,9%) ou muito ruim (< 50%), segundo Romero & Cunha (2006). As inconsistências foram agrupadas em: códigos inválidos, idade extrema, erros na sequência cronológica de datas e anos, e incompatibilidades entre sexo e tipo de câncer. As análises em R (v4.3.3), com uso do pacote RHCgen, desenvolvido pelo autor.
Resultados
Tipo de caso, idade, localização primária, classificação morfológica, unidade hospitalar, sexo, data da primeira consulta e residência apresentaram completude excelente (≥ 95%). Variáveis assistenciais como estabelecimento hospitalar, clínica e datas de início do tratamento apresentaram boa completude, enquanto variáveis sociodemográficas e comportamentais como escolaridade, raça/cor, ocupação, tabagismo e álcool apresentaram preenchimento ruim ou muito ruim. Local provável do tumor apresentou 100% de códigos inválidos. Mais de 20% dos registros apresentaram inconsistências temporais e foram identificados 59 registros com incompatibilidade entre o sexo informado e o tipo de câncer.
Conclusões/Considerações
Apesar da alta completude das variáveis obrigatórias, a baixa qualidade de variáveis sociais, clínicas complementares e comportamentais compromete o uso analítico do RHC para vigilância e equidade. Investimentos em padronização, validação automatizada e capacitação são fundamentais para ampliar a confiabilidade dos registros oncológicos no país.
QUEDA: TERCEIRA CAUSA DE MORTALIDADE DENTRE AS CAUSAS EXTERNAS EM RESIDENTES NO ESPÍRITO SANTO, BRASIL, 2019-2024
Pôster Eletrônico
1 ICEPi
2 FIOCRUZ/SESA
Apresentação/Introdução
A queda é uma causa externa, causada por um conjunto de fatores biológicos, ambientais, comportamentais e socioeconômicos. É importante causa de incapacidade e mortalidade em todo o mundo, podendo levar à necessidade de tratamentos, incapacidade funcional e deficiências, ocasionando impactos sociais e econômicos para o indivíduo e para os serviços de saúde, sobretudo em bebês e pessoas idosas.
Objetivos
Destacar as quedas como importante agravo no perfil epidemiológico da mortalidade sobretudo na primeira infância, em homens e idosos residentes no estado do Espírito Santo, Brasil, no período de 2019 e 2024.
Metodologia
Estudo descritivo dos óbitos por queda no ES, Brasil, de 2019 a 2024. Analisou-se os óbitos com causa básica referente a queda; código CID-10: W00 a W19. A taxa de mortalidade foi calculada considerando o número de óbitos por queda em cada ano do estudo pela população do ES, multiplicada por 100 mil habitantes. Padronizou-se a população do censo de 2022/IBGE. Os dados secundários utilizados foram provenientes do SIM/Tabnet/ES, e analisados em EXCEL. Foram selecionadas como variáveis de interesse: ano de óbito, causa básica da morte, sexo, idade, raça/cor e município de residência, que sendo dados secundários, sem identificação dos indivíduos, não ocorreu parecer do CEP.
Resultados
Sendo 15,78% das causas externas (N=22.543), ocorreram 3.557 óbitos, neste período, com taxa: 15,46/100 mil habitantes com aumento de 22,61%. Do total, 57,63% (n=2.050) foram masculino; 42,34% (n=1.506) feminino. O número aumentou pós 30 anos, no entanto, mais de 80% (n=3.121) concentraram acima de 50 anos, sendo 42,35%, acima de 80, maioria negros (pardos 45,68%, n=1.625; pretos 4,86%, n=173), com 50,55% (n=1798); brancas 41,44% (n=1.474); amarelas (0,20%, n=7) e indígenas (0,03%, n=1) do total de óbitos. Cerca de 7,79% (n=277) estavam sem raça/cor. A Metropolitana concentrou 62,02% (n=2.172) dos óbitos. Maioria foi outras quedas no mesmo nível, com 46,84% (n=1.666) do total de óbitos.
Conclusões/Considerações
Embora os idosos sejam os mais atingidos na mortalidade por quedas, importa observar que um aumento da mortalidade começa a partir dos 30 anos e se estende por toda a população economicamente ativa até alcançar em maior grau de interferência na população hiper idosa. Demanda uma investigação mais precisa sobre se está considerando como quedas, algum tipo de acidente de trabalho, acidente de transporte, tentativa de autoextermínio ou até homicídios.
PREMATUTIDADE E ONDAS DE CALOR EM QUATORZE CIDADES BRASILEIRAS, 2000-2022: ATENÇÃO À SAÚDE PERINATAL DIANTE DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Pôster Eletrônico
1 UFRJ
Apresentação/Introdução
Episódios recentes de ondas de calor têm afetado bilhões de pessoas em todo o mundo, de forma a impactar diretamente na saúde da população, em especial de grupos mais vulneráveis, como gestantes e crianças. Desse modo, a literatura internacional aponta associação entre a saúde gestacional e extremos de temperatura, com impactos no aumento das taxas de prematuridade.
Objetivos
Descrever a ocorrência de nascimentos prematuros dentro do período de Onda de Calor.
Metodologia
Foram utilizados dados das declarações de nascidos vivos registrados no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), entre 2000 a 2022. A base de análise foi construída a partir da vinculação do SINASC com a ocorrência de onda de calor usando como chave datas de nascimento e onda de calor, considerando 14 cidades brasileiras. Em análise preliminar, foram elaboradas séries históricas anuais de nascimentos que ocorreram fora e dentro de uma onda de calor, segundo o critério de prematuridade, por cada cidade participante do estudo. Os nascimentos foram estratificados segundo sexo do feto, idade da mãe, escolaridade materna, tipo de parto, tipo de gravidez, consultas de pré-natal.
Resultados
Entre 2000 e 2022, foram observados 12.410.780 nascimentos nas cidades estudadas, dos quais 1.147.752 (9,3%) ocorreram simultaneamente a uma onda de calor. A ocorrência de nascimentos em onda de calor parece acontecer mais frequentemente em mães menores de 30 anos. A prematuridade ocorre mais frequentemente em ondas de calor para mães pardas e com pré-natal inadequado. Não foi identificada diferença entre os prematuros nascendo dentro ou fora de uma onda de calor quando avaliou-se estado civil e escolaridade maternos. Belém (30%), Manaus (20%) e Goiânia (14%) foram as capitais com percentuais de prematuridade ocorridos durante a onda de calor acima da média do conjunto.
Conclusões/Considerações
A pesquisa aponta que a maioria das cidades estudadas apresentaram resultados dentro do padrão da amostra, evidenciando aumento de nascimentos prematuros em períodos de ondas de calor. Percebe-se uma lacuna de publicações nacionais sobre o tema, contudo, de acordo com a amostra em análise, espera-se resultados promissores que promovam a compreensão do problema no contexto brasileiro.
PERFIL DAS PESSOAS INTOXICADAS DE FORMA AGUDA POR AGROTÓXICOS AGRÍCOLAS NO PLANALTO SANTARENO, OESTE DO PARÁ, NOS ÚLTIMOS 10 ANOS
Pôster Eletrônico
1 UFOPA e PET/IFII
2 UFOPA
Apresentação/Introdução
Cultivos de soja consomem 17,7 L de agrotóxicos por hectare plantado e intoxicações agudas são recorrentes em crianças, gestantes e idosos que sofrem ainda mais com os agravos. Doenças neurológicas, malformações fetais, infertilidade e cânceres são agravos correlacionados às intoxicações subagudas e crônicas. Conhecer o perfil de intoxicados pode auxiliar em medidas de prevenção de agravos.
Objetivos
Conhecer o perfil das pessoas intoxicadas de forma aguda por agrotóxicos agrícolas no Planalto Santareno, região Oeste do Pará, nos últimos 10 anos.
Metodologia
Levantamos os casos de intoxicações exógenas causadas pelo uso de agrotóxicos agrícolas nos municípios de Santarém, Belterra e Mojuí dos Campos que compõem o chamado Planalto Santareno (PS). Coletamos os dados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Departamento de Informação e Informática do SUS (DATASUS) referentes ao período de 2014 a 2023. Analisamos os perfis das pessoas intoxicadas a partir dos locais de residência, gênero, faixa etária, raça, circunstância de intoxicação e escolaridade.
Resultados
A região do PS consumiu cerca de 12 milhões de litros de agrotóxicos entre 2014 e 2023 e registrou 169 casos de intoxicações agudas por agrotóxicos agrícolas. As mulheres foram as que mais sofreram intoxicações (60%), a faixa etária mais afetada foi a de 40 a 59 anos (38%) e 20% dos intoxicados são menores de 20 anos. Em relação a raça, pretos e pardos corresponderam a 84% dos afetados e a causa ambiental é a principal circunstância de intoxicação (82%). Com relação à escolaridade, 21% possuem até o ensino fundamental, entretanto 56% das notificações não preencheram essa informação.
Conclusões/Considerações
No Brasil, as notificações e investigação das intoxicações por agrotóxicos são muito negligenciadas e o Planalto Santareno é um reflexo dessa realidade. Por meio das notificações é possível monitorar e realizar estratégias de controle de agravos. Recomenda-se a formação continuada de profissionais de saúde e comunitários acerca desse tema, enfatizado a importância das notificações, assim como, do preenchimento adequado das fichas de notificações.
IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DE INSTRUMENTOS DE COLETA PARA COMPREENDER A HESITAÇÃO VACINAL
Pôster Eletrônico
1 EE-USP
Apresentação/Introdução
A vacinação é reconhecida como uma das mais eficazes estratégias para preservar e fortalecer a saúde da população em geral. A hesitação vacinal é definida como o atraso ou recusa em receber as vacinas recomendadas, apesar da disponibilidade nos serviços de saúde, em 2019, a Organização Mundial da Saúde apontou a hesitação vacinal como uma das dez principais ameaças à saúde pública no mundo.
Objetivos
O objetivo desta revisão foi identificar e analisar quais são os instrumentos utilizados nas pesquisas para coleta de dados sobre a hesitação vacinal.
Metodologia
A revisão de escopo foi feita por meio de uma busca em bases de dados nacionais e internacionais, a partir de palavras chaves “hesitação vacinal” e “instrumento” nos anos de 2015 a 2024. A pergunta PICO: “Quais são os instrumentos utilizados nas pesquisas para coleta de dados sobre hesitação vacinal?” Os critérios de inclusão foram artigos em idiomas que não fossem português, espanhol e inglês; outros tipos de publicações tais como teses; estudos de revisão; artigos que não possuem a utilização de instrumento para avaliar hesitação vacinal.
Resultados
Foram encontrados 106 artigos sobre hesitação vacinal, mas 52 foram excluídos por não atenderem aos critérios. Dos 54 analisados, 4 eram de 2015 a 2019 e 50 de 2021 a 2024. Os estudos eram majoritariamente da Ásia (15), América do Sul e Caribe (17), sendo 13 do Brasil, e Europa (10). Os instrumentos analisavam, principalmente, a hesitação frente à vacina da COVID-19 (27) e às vacinas infantis (23). A aplicação dos instrumentos mostrou que a hesitação se relaciona à complacência, como preocupações com efeitos colaterais e eficácia, e à confiança, como segurança da vacina e desconfiança institucional. Destacaram-se os instrumentos de Parent Attitudes about Childhood Vaccines e Vaccine Hesitancy Scale.
Conclusões/Considerações
Conclui-se que os instrumentos utilizados nos estudos analisam a hesitação vacinal de forma limitada, sem abarcar os fatores socioeconômicos que influenciam a não vacinação. É necessário aprimorar essas ferramentas, incorporando questões de desigualdade social, para subsidiar políticas públicas mais eficazes no enfrentamento da hesitação vacinal e na promoção da equidade em saúde.
DISPARIDADES RACIAIS NA INCIDÊNCIA DE FEBRE CHIKUNGUNYA EM UBERLÂNDIA, MINAS GERAIS, 2025: UM ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO
Pôster Eletrônico
1 UFU
Apresentação/Introdução
A Chikungunya é uma arbovirose relacionada a fatores ambientais e sociais, como a presença do mosquito vetor em áreas urbanas com condições inadequadas de saneamento. Em municípios como Uberlândia (MG), aspectos sociodemográficos e raciais têm sido discutidos em estudos que buscam compreender a distribuição da doença no território.
Objetivos
Analisar o perfil epidemiológico dos casos de febre Chikungunya e os fatores associados à desigualdade racial no município de Uberlândia, Minas Gerais, em 2025.
Metodologia
Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo que analisou o perfil epidemiológico dos casos de Febre Chikungunya do município de Uberlândia, Minas Gerais, nas primeiras 22 semanas epidemiológicas de 2025. Os dados foram extraídos do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN). Foram incluídas no estudo as notificações de indivíduos que residiam em Uberlândia e cuja classificação final para Febre Chikungunya foi positiva. As variáveis analisadas foram: faixa etária em anos, sexo, raça/cor e escolaridade. Inicialmente, foi realizada a análise descritiva e, posteriormente, foi calculada a incidência dos casos conforme a raça/cor
Resultados
Em 2025, entre a 1ª e a 22ª semana epidemiológica, foram registrados 6.284 casos confirmados de Febre Chikungunya no município de Uberlândia, MG. No estado de Minas Gerais, foram 9.152 casos confirmados e, a nível nacional, 66.952. O município possui 68,6% dos casos positivos do estado e 9,3% a nível nacional. A faixa etária mais acometida está entre 20 a 39 anos (45,9%). As mulheres apresentaram maior percentual (58,1%) e a raça/cor parda (56,2%) foi a mais afetada. A maior incidência foi observada na população parda (1.244 casos/100.000 habitantes), seguida da população amarela (1.200 casos/100.000 habitantes) e, posteriormente, pela população preta (6.700 casos/100.000 habitantes)
Conclusões/Considerações
Os resultados do estudo indicam que o município registra o maior número de casos no estado e incidência particularmente elevada entre a população negra (pardos e pretos). Tal cenário reforça a urgência de implementar ações preventivas intersetoriais que considerem os determinantes sociais da saúde
PREDIÇÃO DE ÓBITO POR TUBERCULOSE COM MACHINE LEARNING: CONTRIBUIÇÕES PARA A VIGILÂNCIA A PARTIR DE DADOS DO SINAN
Pôster Eletrônico
1 USP
Apresentação/Introdução
A predição de desfechos graves em saúde pública tem sido impulsionada por técnicas de machine learning, mas ainda são escassas as comparações sistemáticas entre diferentes algoritmos aplicados a dados de vigilância. Este estudo teve como foco analisar a performance de diferentes modelos preditivos para óbito por tuberculose provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
Objetivos
Aplicar modelos de machine learning à base do SINAN para predizer óbito por tuberculose e discutir sua utilidade como ferramenta de apoio à vigilância epidemiológica, com ênfase em desempenho preditivo e interpretabilidade dos resultados.
Metodologia
Foram analisadas as notificações de tuberculose do estado de São Paulo entre 2013 e 2023. O evento de interesse foi o óbito por tuberculose registrado diretamente no campo “Situação de encerramento”. As variáveis preditoras foram selecionadas com base na literatura e plausibilidade epidemiológica. O banco foi dividido em treino (70%) e teste (30%), mantendo a proporção de óbitos. Foram analisados os resultados dos modelos Random Forest, XGBoost e LightGBM. Para analisar a interpretação dos preditores, utilizou-se a técnica SHAP. As métricas preditivas avaliadas incluíram AUC-ROC, precisão, sensibilidade, F1-score e tempo de execução.
Resultados
Todos os modelos apresentaram AUC-ROC acima de 0,90 no banco de teste. O modelo LightGBM apresentou o melhor desempenho preditivo (AUC = 0,9615), seguido por XGBoost (0,9613), CatBoost (0,9591) e Random Forest (0,9550). O LightGBM também se destacou pela maior capacidade de identificar corretamente casos positivos (recall = 0,83), ainda que com menor precisão. A análise SHAP indicou que a baciloscopia final, idade, uso de drogas, HIV e ausência de tratamento supervisionado foram os principais fatores associados ao risco de óbito. Modelos baseados em árvores com ajuste de peso para classes desbalanceadas se mostraram superiores em sensibilidade, sem comprometer a acurácia.
Conclusões/Considerações
O uso de algoritmos baseados de machine learning mostrou-se promissor para apoiar a vigilância da tuberculose, permitindo antecipar casos com maior probabilidade de óbito. A técnica SHAP contribuiu para a transparência na identificação de fatores relevantes. A abordagem pode ser adaptada para outros agravos, fortalecendo a capacidade analítica das vigilâncias e apoiando ações mais direcionadas no SUS.
COMPLETUDE DO CAMPO 37 DOS REGISTROS DE ÓBITOS DE MULHERES EM IDADE FÉRTIL NO SISTEMA DE INFORMAÇÃO SOBRE MORTALIDADE EM ESTADOS DO NORDESTE
Pôster Eletrônico
1 IAM/FIOCRUZ- PE
2 SES-PE
3 UFPE
4 SESAU - RECIFE
Apresentação/Introdução
A qualidade da Declaração de Óbito (DO) de mulheres em idade fértil no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) é essencial para a vigilância da morte materna. O Campo 37 identifica óbitos no período gravídico-puerperal e sua incompletude, frequente nas regiões socioeconomicamente vulneráveis, prejudica a precisão estatística e as ações de saúde pública.
Objetivos
Avaliar a completude do campo 37 dos registros de óbitos de mulheres em idade fértil nos estados do Nordeste do Brasil, antes e após a investigação pela vigilância, em 2022 e 2023.
Metodologia
Estudo descritivo com dados do SIM, descrevendo a frequência de completude do Campo 37 dos registros de óbitos de mulheres, com 10 a 49 anos de idade. O nível de completude do campo 37 foi aferido pelo cálculo da proporção de campos nulos (brancos ou ignorados) e classificação segundo o escore de Romero e Cunha (excelente <5%), bom (5%-9%), regular (10% a 19%), ruim (20% a 49%) e muito ruim (≥50%). O estudo utilizou dados de domínio público dispensando a avaliação ética.
Resultados
Em 2022, a completude do Campo 37 nas DO originais foi ruim (44%), sobretudo nos estados da Bahia (57%), Pernambuco (53%) e Paraíba (51%), que apresentaram completude muito ruim. Após a revisão pelos comitês de vigilância, a completude se elevou para 84% (regular) na região. Em 2023, houve redução da incompletude do campo: 37% nas DOs originais 14% após a revisão, mantendo a nível de completude regular. Neste ano, o estado do Ceará destacou-se com apenas 1% de incompletude pós-investigação (excelente), enquanto a Bahia (30%) e Maranhão (16%) apresentaram os maiores níveis de incompletude.
Conclusões/Considerações
A análise evidenciou que a investigação ativa pelos comitês contribuiu para a melhoria da completude do campo 37. No entanto, apesar dos avanços, desigualdades regionais ainda desafiam a vigilância da morte materna, ressaltando a necessidade de capacitação médica para o correto preenchimento dos campos essenciais para caracterização do óbito e do contínuo fortalecimento dos comitês de vigilância dos óbitos maternos.
CARACTERÍSTICAS DOS ÓBITOS MATERNOS COM A ITU ASSOCIADA, TOCANTINS, 2013 A 2024.
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins
2 Universidade Federal do Tocantins
Apresentação/Introdução
Estudos que tratam da infecção do trato urinário (ITU) na gestação são muito reduzidos no estado do Tocantins fato que contribui para a ausência de adoção de práticas na Atenção Primária à Saúde - APS que utilizem a promoção e prevenção dessa morbidade.
Objetivos
Conhecer a prevalência e descrever as características dos óbitos maternos com a ITU presente no estado do Tocantins, no período de 2013 a 2024.
Metodologia
Estudo epidemiológico e documental. Analisou-se a presença de ITU e as características relacionadas ao óbito, através de dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM e das fichas de investigação de óbitos maternos referentes a período de 2013 a 2024. A população de estudo foi composta pelos registros no SIM e das fichas dos óbitos maternos recebidos pela Vigilância do óbito estadual, ocorridos no período de 2023 a 2024, considerando óbito materno o óbito de mulher durante a gestação ou em até 42 dias após o seu término, excluindo causas externas.
Resultados
Foram registrados 218 óbitos maternos no período analisado, 85 destes (39%) apresentaram ITU em algum momento do ciclo gravídico-puerperal. A faixa etária mais prevalente foi a de 20 a 29 anos (47%), e a raça/cor parda representou 49% dos casos. Quanto à escolaridade, 51% das mulheres possuíam ensino médio completo, e a ocupação predominante foi a de donas de casa (38%). Em relação ao acompanhamento pré-natal, 49% das gestantes realizaram sete ou mais consultas. O diagnóstico da ITU ocorreu principalmente entre a 13ª e 26ª semana gestacional em 33% dos casos. Referente ao momento do óbito, 68% ocorreu no puerpério, enquanto 15% foram registrados no mesmo dia do parto.
Conclusões/Considerações
O desafio em reduzir a mortalidade materna no estado do Tocantins perpassa pelo o de implementar ações e estratégias que fortaleçam a qualificação da atenção ofertada à saúde das mulheres voltadas ao planejamento reprodutivo, a gravidez, ao parto e puerpério, para garantir um desfecho favorável tanto para a mãe quanto para o bebê.
ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA TUBERCULOSE NO ESPÍRITO SANTO DE 2020 A 2022
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Espírito Santo
2 Secretaria Estadual de Saude do Espírito Santo
Apresentação/Introdução
A tuberculose é uma doença infecciosa antiga e altamente transmissível. Devido a isso, é considerada um problema global para a atenção primária em saúde e atinge principalmente indivíduos que apresentam imunidade reduzida, ou que possuem condições e comorbidades específicas. O fator socioeconômico é um de seus determinantes, e influencia desde o diagnóstico até seu tratamento.
Objetivos
Realizar a distribuição espacial das notificações dos pacientes de Tuberculose no Espírito Santo no período de 2020 a 2022 e a relação da incidência às condições de vida da população através do Índice de Desenvolvimento Humano das cidades do estado.
Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico com análise espacial quantitativa. Os dados populacionais foram obtidos pelo IBGE e tabulados no Excel, com informações sociodemográficas e epidemiológicas da Ficha de Notificação do e-SUS. A análise estatística foi realizada no Stata 14, e o mapeamento espacial no GeoDa 1.20, com uso do Índice de Moran Global e Local. Observou-se agrupamento geográfico positivo (Moran 0,229), indicando taxas semelhantes entre municípios vizinhos.
Resultados
Diante dos desafios da doença, é crucial analisar o tempo e espaço para compreender o abandono do tratamento. Verifica-se maior prevalência em jovens do sexo masculino com evidência nos fatores socioeconômicos e comportamentais. Há incompletude quanto a raça/cor, escolaridade e HIV, mas os achados fundamentam o desenvolvimento de estratégias mais eficazes no ES, reforçando a análise em outros estados para fortalecer o controle da tuberculose.
Conclusões/Considerações
A análise espacial da tuberculose no Espírito Santo (2020–2022) revelou concentração da doença em áreas com baixo IDH, indicando forte relação com desigualdades sociais. Jovens do sexo masculino são os mais afetados. Os dados reforçam a necessidade de vigilância qualificada e políticas públicas intersetoriais para controle efetivo da tuberculose no estado.
MORTALIDADE MATERNA SEGUNDO TIPO E GRUPOS DE CAUSAS EM MATO GROSSO: 2014-2023
Pôster Eletrônico
1 UFMT
Apresentação/Introdução
A mortalidade materna consiste em um importante indicador de saúde pública que reflete as condições sociais, de qualidade de vida e de acesso aos serviços de saúde, avaliado por meio da Razão de Mortalidade Materna (RMM). Sua redução permanece como um importante desafio no estado de Mato Grosso, assim como em todo o país.
Objetivos
Analisar a RMM no estado de Mato Grosso, entre 2014 e 2023, segundo tipo e grupos de causas do óbito.
Metodologia
Estudo descritivo com óbitos maternos residentes de Mato Grosso, entre 2014 e 2023, registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e nascidos vivos no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Para o cálculo da RMM: ( nº de óbitos maternos/ nº de nascidos vivos) x 100 mil. Para a proporção de causa: 1) Causas diretas: Gravidez que termina em aborto, Causas hipertensivas na gravidez, parto ou puerpério, hemorragias obstétricas, Infecções relacionadas à gravidez, Outras complicações obstétricas, Complicações não antecipadas; 2) Causas indiretas: Complicações não obstétricas; 3) Causas não especificadas: Causas desconhecidas. As análises foram realizadas no Excel.
Resultados
A RMM por causas diretas variou de 42,5 em 2014, a 47,8 em 2023, com valores mais elevados em 2016 ( 54,2) e 2023 ( 47,8). Já por causas indiretas variou de 21,2 (2014) a 18,8 (2023), com um pico expressivo em 2021 ( 107,2). Em 2022 e 2023, 66,2% dos óbitos maternos foram atribuídos a causas diretas, com destaque para as complicações obstétricas diversas (19,1%), causas hipertensivas na gravidez, parto ou puerpério (17,6%), hemorragias obstétricas (14,7%), infecções relacionadas à gravidez ( 5,9%) e gravidez que termina em aborto ou puerpério (8,8%). As causas indiretas representaram 33,8% dos óbitos.
Conclusões/Considerações
A mortalidade materna em Mato Grosso mostrou-se elevada em relação a meta estabelecida, principalmente devido aos efeitos da pandemia de COVID-19. As causas diretas com complicações relacionadas às gravidez, parto e puerpério se destacaram mas verificou -se, também, relevância das condições pré-existentes ou intercorrências clínicas.
TENDÊNCIA DA MORTALIDADE MATERNA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (2018–2024): DESIGUALDADES RACIAIS E PERFIL DAS CAUSAS OBSTÉTRICAS
Pôster Eletrônico
1 SESRJ
Apresentação/Introdução
A mortalidade materna permanece como um dos principais indicadores das desigualdades no acesso e qualidade do cuidado obstétrico. No Brasil, a persistente maior mortalidade entre mulheres negras evidencia as desigualdades estruturais. Monitorar a razão de mortalidade materna (RMM) segundo raça/cor e causas obstétricas é essencial para orientar políticas públicas eficazes.
Objetivos
Descrever a tendência da razão de mortalidade materna (RMM) no estado do Rio de Janeiro entre 2018 e 2024, segundo raça/cor e tipo de causa obstétrica, com base nos dados do SIM.
Metodologia
Estudo ecológico, utilizando dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) sobre óbitos maternos (CID-10: O00–O99, A34) no estado do Rio de Janeiro entre 2018 e 2024. A razão de mortalidade materna (RMM) foi calculada por 100.000 nascidos vivos, a partir de dados do SINASC, e desagregada segundo raça/cor (negra e não negra) e tipo de causa obstétrica (direta ou indireta). Foram analisadas as variações anuais, principais causas básicas e as desigualdades raciais, com destaque para os impactos da pandemia de COVID-19.
Resultados
Entre 2018 e 2024, a RMM no estado do Rio de Janeiro apresentou variações significativas, atingindo 169,6 óbitos por 100 mil nascidos vivos em 2021, com queda nos anos seguintes, chegando a 62,4 em 2024. As mulheres negras apresentaram razões mais elevadas em todo o período, com destaque para 2021 (108,5) frente a 60,6 entre não negras. Em 2020 e 2021, causas obstétricas indiretas superaram as diretas, com maior impacto entre negras. Em 2024, doenças do aparelho circulatório tornaram-se a principal causa, superando hemorragias. Infecção puerperal, transtornos hipertensivos e aborto também se mantiveram entre as causas mais frequentes.
Conclusões/Considerações
Apesar da queda recente da RMM, a mortalidade materna no estado segue acima da meta nacional, com persistente desigualdade racial e mudança no perfil causal durante a pandemia. Os achados reforçam a necessidade de políticas antirracistas, intersetoriais e de vigilância contínua das causas evitáveis, com foco especial em populações historicamente vulnerabilizadas.
ANÁLISE DESCRITIVA DOS EVENTOS SUPOSTAMENTE ATRIBUÍVEIS À VACINAÇÃO E IMUNIZAÇÃO SEGUNDO AS UNIDADES NOTIFICADORAS DO SISTEMA NACIONAL DE VIGILÂNCIA, BRASIL, 2021 A 2023
Pôster Eletrônico
1 Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS (EpiSUS/FETP Brasil). Departamento de Emergências em Saúde Pública (DEMSP). Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA). Ministério da Saúde (MS).
2 Coordenação Geral de Farmacovigilância (CGFAM). Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI). Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA). Ministério da Saúde (MS)
3 Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (Renaveh). Departamento de Emergências em Saúde Pública (DEMSP). Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA). Ministério da Saúde (MS)
Apresentação/Introdução
Farmacovigilância é a ciência relativa à detecção, avaliação, compreensão e prevenção de eventos adversos relacionados a medicamentos e vacinas. Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação ou Imunização (ESAVI), são ocorrências médicas indesejadas após a vacinação, não possuindo necessariamente relação de causalidade com a vacina e são notificados por diferentes estabelecimentos de saúde.
Objetivos
Conhecer o perfil dos ESAVI, segundo fontes notificadoras dos sistemas de informação (SI) do Sistema Nacional de Vigilância (SNV)-ESAVI, no Brasil, entre 2021 e 2023.
Metodologia
Estudo observacional descritivo de casos notificados de ESAVI nos SI, do SNV-ESAVI: e-SUS Notifica; SI do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e VACIVIDA. Realizado linkage com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e da Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (Renaveh), para agregar informações dos estabelecimentos. Calculamos coeficiente de notificação (CN) por 100 mil doses aplicadas com dados de doses aplicadas fornecidos pelo Núcleo de Governança da Informação (NGI). Utilizou-se estatística descrita para análise dos dados. Estudo aprovado em Comitê de Ética em Pesquisa da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) com CAEE: 82083424.1.0000.0008.
Resultados
Foram administradas 871 milhões de doses, com notificação de 238.278 ESAVI, CN de 27,4 23.783 (9,98%) eram ESAVI Graves (EG), Roraima teve menor CN (2,9). Linkagem encontrou correspondência em 220.766 (92,7%) notificações. Principais estabelecimentos de saúde notificantes foram públicos (193.585; 87,7%), de gestão municipal (194.785; 87,7%), conveniados ao SUS (204.636; 92,69%), com principal atividade a atenção básica (78.468; 35,5%). Estabelecimentos públicos encerraram mais notificações (80,41%) que privados (66,87%). Hospitais notificam proporcionalmente mais EG (18,83%).
Conclusões/Considerações
Estabelecimentos públicos vinculados ao Sistema Único de Saúde, possuem o maior volume de notificações de ESAVI sendo em sua maioria unidades básicas de saúde, de nível de atenção primária e média complexidade. O perfil do evento muda a depender da fonte notificadora, com hospitais notificando proporcionalmente mais casos graves.
EPIDEMIA DE DENGUE NA REGIÃO DE SAÚDE SUDOESTE DO DISTRITO FEDERAL EM 2024
Pôster Eletrônico
1 Programa de Residência Multiprofissional em Vigilância em Saúde - Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Brasília, Brasil
2 Núcleo de Vigilância Epidemiológica e Imunização da Região de Saúde Sudoeste
Apresentação/Introdução
A dengue é um grave desafio de saúde pública no Brasil, registrando uma epidemia alarmante em 2024. O Distrito Federal (DF) foi uma das unidades federativas mais atingidas, o que levou ao decreto de estado de emergência. No DF, a Região de Saúde Sudoeste (SRSSO), a maior e mais populosa, registrou 57.582 casos e 130 óbitos.
Objetivos
Descrever a situação da epidemia de dengue na Região de Saúde Sudoeste do Distrito Federal em 2024, bem como apresentar as medidas adotadas pela SRSSO para o controle da doença.
Metodologia
Relato de pesquisa descritivo e retrospectivo. Foram utilizados os dados secundários disponíveis nos Boletins Epidemiológicos da Secretaria de Estado de Saúde (SES/DF), publicados em 2024. Uma análise documental do Plano de Contingência para Resposta às Emergências em Saúde Pública por Dengue, Chikungunya e Zika em âmbito regional da SRSSO foi realizada para identificar e descrever as medidas de controle e as ações estratégicas que foram implementadas para o enfrentamento da epidemia de dengue na região.
Resultados
Em 2024 a SRSSO registrou 57.582 casos prováveis e 130 óbitos de dengue. O período crítico foi a Semana Epidemiológica (SE) 1 até SE 18, com 52.689 casos prováveis e 120 óbitos. Para o enfrentamento, foi criado o Plano de Contingência para a gestão da crise, elaborando Índice de Vulnerabilidade Social e o Índice de Vulnerabilidade Territorial da Atenção Primária à Saúde do DF direcionando as ações. Foi criado cinco estágios operacionais para resposta à emergências, com roteiros de atuação, permitindo adaptação das estratégias ao cenário epidemiológico. Articulação entre as vigilâncias e reuniões foram essenciais para o monitorar os casos de arboviroses e avaliar a efetividade das ações.
Conclusões/Considerações
A epidemia de 2024 na SRSSO destacou a gravidade da dengue e a habilidade de resposta da região. A execução do plano de contingência, com base em fatores de vulnerabilidade, integração intersetorial e monitoramento foi de extrema importância para a gestão de crise. O estudo reforça o papel da vigilância em saúde no monitoramento, prevenção e controle de agravos que são uma ameaça à saúde pública, e o dever das regiões de saúde com o território.
QUALIDADE DA INFORMAÇÃO SOBRE MORTALIDADE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO AO LONGO DE 25 ANOS: UMA ABORDAGEM UTILIZANDO OS CÓDIGOS GARBAGE.
Pôster Eletrônico
1 UNESA e UFRJ-Macaé
Apresentação/Introdução
Estatísticas de mortalidade representam uma das mais valiosas fontes de informação em saúde, porém, a limitação dessas análises está na qualidade das informações. Os códigos garbage (CG) são diagnósticos indefinidos, incompletos ou inespecíficos que não apontam adequadamente a causa de morte. Uma alta proporção de CG dificulta a identificação de prioridades e o planejamento de políticas públicas.
Objetivos
Avaliar a qualidade da informação sobre mortalidade a partir da frequência de códigos garbage nos óbitos ocorridos entre 1998 e 2023 no Estado do Rio de Janeiro (ERJ).
Metodologia
Estudo descritivo utilizando dados secundários, onde foram analisadas as variações dos registros de códigos garbage como causa básica de óbitos ocorridos no Estado do Rio de Janeiro entre 1998 e 2023. A fonte para obtenção dos dados foi o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), cujo banco de dados encontra publicamente disponível no repositório de dados OpenDATASUS. A classificação das causas básicas de óbito como “garbage codes” foi realizada conforme proposta do estudo de Global Burden of Disease Study (2017), no qual os códigos da CID10 foram agrupados nas em quatro categorias: Muito alta implicação, alta implicação, média implicação e baixa implicação para políticas públicas.
Resultados
No período ocorreram 3.399.380 óbitos no estado do Rio de Janeiro. Destes, 44,4% foram identificados como GC. A maioria dos óbitos por CG faz parte do Nível 1, códigos com sérias implicações para políticas públicas (47,4%), com contribuição importante do código “Outras causas mal definidas e as não especificadas de mortalidade” (R99). Em seguida tem-se maior contribuição do nível 4 (29,9%), nível 2 (14,9%) e nível 3 (7,8%). Para o nível 2 o GC de maior frequência foi Hipertensão Primária (I10), no nível 3 Outros transtornos pulmonares (J984) e no nível 4 Pneumonia não especificada (J189). Ao longo do tempo observa-se estabilidade na proporção de GC, variando de 48% em 1998 até 46,3% em 2023.
Conclusões/Considerações
Este estudo destaca a importante contribuição dos CG nas estatísticas de morte do ERJ, merecendo destaque para o nível muito alto de implicação para a saúde pública. A magnitude deste conjunto de óbitos inespecíficos mostra-se alta e com tendência constante ao longo do tempo. Investir em estratégias de investigação destes óbitos pode contribuir para qualificação da informação de mortalidade e melhor proposição de políticas públicas.
TENDÊNCIA TEMPORAL DA INCOMPLETUDE DO BLOCO IV DA DECLARAÇÃO DE ÓBITO, JOÃO PESSOA/PB, 2004 A 2023
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa/PB
Apresentação/Introdução
A mortalidade infantil refere-se ao óbito de crianças antes de completarem um ano de vida. No Brasil, esses casos são de notificação compulsória e seus dados oficiais são registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). As informações específicas sobre mortalidade infantil e fetal são documentadas no bloco IV da Declaração de Óbito (DO), que é exclusivo para esse fim.
Objetivos
Analisar a tendência temporal da incompletude do bloco IV da declaração de óbitos de residentes em João Pessoa entre 2004 e 2023.
Metodologia
Estudo descritivo e transversal. Os dados foram obtidos por meio do sítio eletrônico do DATASUS. As variáveis analisadas foram todas as que compõem o bloco IV da DO, exceto “Número da declaração de nascido vivo”. Para o cálculo da incompletude considerou-se a soma dos valores não informados e ignorados; e a análise se deu à luz dos parâmetros definidos por Romero e Cunha (2007). Por fim, utilizou-se o software Joinpoint para a análise de tendência da incompletude de cada variável no período estudado.
Resultados
As variáveis “filhos vivos” e “filhos mortos” foram as únicas que apresentaram incompletude classificadas como excelente em todos os anos analisados, enquanto que a variável “ocupação” foi a única classificada como “muito ruim” em todo o período. As demais variáveis apresentaram incompletude variante ao longo da série histórica. A análise de tendência constatou redução na incompletude das variáveis “filhos mortos”, “óbito em relação ao parto” e “ocupação”, sendo esta a única estatisticamente significante (p<0,05%). Todas as demais apresentaram tendência de aumento sem significância estatística.
Conclusões/Considerações
Apesar dos avanços nas últimas décadas, a mortalidade infantil ainda se configura como um importante problema de saúde pública no país. Por esta razão, o adequado preenchimento dos campos na declaração de óbito se apresenta como estratégia fundamental para o enfrentamento deste evento, à medida que reflete a realidade epidemiológica e fortalece o planejamento de intervenções voltadas à sua redução.
USO DA TAFENOQUINA NO TRATAMENTO DA MALÁRIA NO BRASIL: UMA ANÁLISE DESCRITIVA DA INCORPORAÇÃO DA TECNOLOGIA
Pôster Eletrônico
1 UNB
Apresentação/Introdução
A tafenoquina, antimalárico de dose única, foi incorporada ao SUS como alternativa para tratar P. vivax, exigindo teste prévio de G6PD devido ao risco de hemólise. Seu uso e o do teste quantitativo foram autorizados pelo MS em junho de 2023, recomendados para maiores de 16 anos, com prazo de 180 dias para incorporação pela Portaria SECTICS/MS nº 27/2023.
Objetivos
Descrever a implementação da tafenoquina para o tratamento da Plasmodium vivax no Brasil.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo, do tipo ecológico, a partir de dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Malária (SIVEP-Malária), referentes ao período de julho de 2023 a maio de 2025. Foram analisados registros individuados por Unidade Federativa (UF) de notificação, mês-ano de notificação, número de casos que utilizaram a tafenoquina, exame da atividade de G6PD, idade e gestação no momento da notificação. A análise incluiu frequência absoluta, distribuição temporal por mês e espacial por UF. Os dados foram tabulados e analisados utilizando software Excel®.
Resultados
No período avaliado, notificaram-se 243.937 casos de malária por P. vivax. Realizaram-se 18.202 testes de G6PD, com 8,85% abaixo de 4,0 UI/gHb. Tafenoquina foi usada em 7.903 casos: 1 em 2023 (RO), 4.398 em 2024 e 3.504 em 2025 (até maio), com pico em nov/2024 (1.066). O AM concentrou 48,4% dos tratamentos (n=3.823), seguido por PA (1.348) e RO (1.251). Houve 16 registros em menores de 16 anos e 2 em gestantes. O MS distribuiu 117.090 doses de tafenoquina 150 mg e 5.253 kits de teste quantitativo de G6PD (25 testes cada) em todo o país.
Conclusões/Considerações
A tafenoquina vem sendo incorporada ao tratamento da malária no Brasil, com maior uso no AM, PA e RO. O teste de G6PD, critério de segurança, ainda tem cobertura limitada. Há registros em menores de 16 anos e gestantes, grupos para os quais o uso não é indicado. A distribuição nacional de doses e testes mostra esforço de ampliação, mas indica a necessidade de qualificação profissional.
ASSOCIAÇÃO ENTRE DIVERSIDADE ALIMENTAR MÍNIMA E POBREZA ALIMENTAR E INDICADORES SOCIOECONÔMICOS E DEMOGRÁFICOS EM CRIANÇAS BRASILEIRAS <2 ANOS REGISTRADAS NO SISVAN
Pôster Eletrônico
1 UFRJ
Apresentação/Introdução
É recomendada a oferta de variados grupos alimentares na alimentação complementar. No entanto, desigualdades sociais limitam o acesso a alimentos, agravando a insegurança alimentar. A OMS criou indicadores como a Diversidade Alimentar Mínima (DAM) para avaliar o consumo de crianças de 6 a 23 meses. Em 2022, a DAM insuficiente foi classificada pelo UNICEF como pobreza alimentar moderada (PAM) e grave (PAG)
Objetivos
Estimar a prevalência da DAM e pobreza alimentar em crianças brasileiras de 6 a 23 meses registradas no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (2015-2019) segundo macrorregiões, e a associação com variáveis socioeconômicas e demográficas.
Metodologia
Análise transversal com microdados de 553.925 crianças de 6-23 meses registradas no SISVAN entre 2015 e 2019. As crianças foram classificadas a partir do consumo de 8 grupos alimentares (leite materno; cereais; frutas e vegetais ricos em vitamina A; carnes; ovos; leguminosas; outras frutas e vegetais; e leite e derivados) em DAM (≥5 grupos), PAM (3-4 grupos) e PAG (≤2 grupos). Os dados do SISVAN foram vinculados a dados dos índices de desenvolvimento humano municipal (IDHM) e Gini e prevalência municipal de insegurança alimentar grave (IAG) em tercis. As análises incluíram cálculo de prevalências, intervalos de confiança (IC) 95% e regressão logística multinomial ajustada.
Resultados
A pobreza alimentar atingiu mais de 15% das crianças e refletiu desigualdades regionais, socioeconômicas e na diversidade do consumo alimentar. Crianças do Norte e Nordeste, e de municípios com baixo IDH, alta IAG e maior desigualdade de renda, foram as mais impactadas. A redução dessas iniquidades exige ações estruturais que promovam segurança alimentar e equidade desde a primeira infância.
Conclusões/Considerações
A pobreza alimentar associou-se à maior prevalência de magreza e baixa estatura entre crianças brasileiras de 6 a 23 meses. Esses resultados evidenciam os impactos de uma alimentação insuficientemente diversa nos primeiros anos de vida. Portanto, destaca-se a importância de políticas públicas que garantam acesso equitativo aos diversos grupos alimentares, especialmente entre populações socialmente vulneráveis.
MONITORAMENTO DE VETORES DE ARBOVIROSES COM OVITRAMPAS E MOBILIZAÇÃO SOCIAL EM CAMPUS UNIVERSITÁRIO NO CONTEXTO DA SAÚDE COLETIVA
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de Uberlândia (UFU) – Graduação em Saúde Coletiva
2 Universidade Federal de Uberlândia (UFU) – Escola Técnica de Saúde (ESTES)
Apresentação/Introdução
As ações humanas impactam ambientes naturais, favorecendo a presença de vetores de importância sanitária, como o Aedes aegypti, transmissor de doenças negligenciadas como Dengue, Zika e Chikungunya. Apesar dos altos investimentos, soluções simples como as ovitrampas, aqui tratadas como tecnologia social, são alternativas eficazes de monitoramento e controle, além da mobilização social.
Objetivos
Monitorar a presença de mosquitos vetores de arboviroses no Campus Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), por meio de ovitrampas e promover a sensibilização da comunidade interna e externa sobre o tema.
Metodologia
A pesquisa ocorre semanalmente no Campus Santa Mônica da UFU, onde seis (06) ovitrampas são monitoradas em pontos estratégicos, cobrindo cerca de 280.119 m². Em cada coleta, registram-se datas, troca de palhetas, volume de água (200ml), presença ou não de larvas e pupas, temperatura, umidade relativa do ar e nebulosidade. No laboratório, as palhetas são analisadas por estereomicroscopia, quantificando os ovos, sendo que os viáveis são colocados em copos com 70ml de água, em mosquitários, para acompanhar o ciclo do vetor. Os dados são analisados pelos Índices de Positividade de Ovitrampa, Pupa e Larvas, e, sempre que possível, divulgados com base nos princípios da Educação Popular em Saúde.
Resultados
Em 2024, todos os monitoramentos registraram ovos, larvas e pupas. Foram coletados cerca de 13.126 ovos, sendo 11.645 viáveis, 831 eclodidos e 650 danificados. A média de temperatura e umidade foi de 23 °C e 50% em campo, e 26 °C e 60% no laboratório, onde 95% dos ovos viáveis eclodiram. Em campo, divulgou-se a importância da mobilização social na eliminação de criadouros, com destaque para o uso da ovitrampa como tecnologia social, a fim de evitar a presença de vetores em diversos ambientes, em especial as residências. A equipe também participou de eventos científicos e de uma ação promovida pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação da UFU no terminal central de ônibus de Uberlândia.
Conclusões/Considerações
Nesse sentido, as campanhas de vigilância e controle dos vetores de arboviroses precisam ter efetiva participação de todos num mesmo plano de ações, que deve incluir diferentes setores da sociedade, de maneira prática e interdisciplinar. É importante que tais campanhas não sejam feitas apenas de maneira reativa e imediatista, mas de forma contínua, permanente e de mobilização coletiva, de forma preventiva e consciente.
CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICAS SOBRE A DOENÇA DE CHAGAS ENTRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE E PESSOAS ACOMETIDAS EM VITÓRIA DA CONQUISTA, BAHIA
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal da Bahia – Instituto Multidisciplinar em Saúde
2 Universidade Federal do Ceará – Programa de Pós-graduação em Saúde pública
Apresentação/Introdução
Apesar de ser responsável por significativo número de adoecimentos e óbitos, a doença de Chagas (DC) segue negligenciada, especialmente em regiões endêmicas, onde persiste de forma silenciosa. Há notáveis lacunas no que se refere ao conhecimento, às atitudes e às práticas (CAP) dos diferentes atores envolvidos no cuidado, controle e vigilância da doença.
Objetivos
Avaliar conhecimentos, atitudes e práticas (CAP) relativos à doença de Chagas entre pessoas acometidas e profissionais de saúde atuantes em territórios endêmicos no interior da Bahia.
Metodologia
Estudo transversal e descritivo, vinculado ao Projeto Integra-DTNs da Universidade Federal da Bahia, realizado entre 2023 e 2024 no município de Vitória da Conquista, no sudoeste baiano. Foram aplicados questionários CAP elaborados pelo projeto a 501 profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) e da vigilância entomológica local, sendo: 39 enfermeiros(as), 31 médicos(as), 337 agentes comunitários de saúde (ACS), 94 agentes de combate às endemias (ACE), além de 36 pessoas acometidas pela DC. A análise dos dados foi descritiva e apresentada em tabelas.
Resultados
Apenas 4,2% de médicos(as) e enfermeiros(as) (n=3) reconhecem como fator de risco o histórico familiar de DC. Poucos relataram ter atendido pessoas acometidas ou com suspeita da doença na APS (n=7; 9,9%), e apenas 21,1% (n=15) mencionaram ter prescrito tratamento etiológico. Entre os ACS e ACE, 13,8% (n=59) afirmaram conhecer alguém com DC, e mais da metade (n=233; 54,7%) declarou não saber como orientar pessoas acometidas. Entre os participantes com diagnóstico de DC, 75% (n=27) desconheciam o local onde são realizados os exames e 36,1% (n=13) não realizavam qualquer tipo de acompanhamento. Em relação ao acompanhamento médico anual, 61,1% (n=22) relataram não o realizar.
Conclusões/Considerações
Os baixos níveis de conhecimentos, atitudes e práticas em relação à doença de Chagas, tanto entre profissionais de saúde quanto entre pessoas acometidas, evidenciam a urgência de estratégias de educação permanente em saúde e de ações de educação popular voltadas ao fortalecimento da resposta local, com ênfase nas especificidades socioculturais dos territórios endêmicos.
RELATÓRIO SITUACIONAL DE ASMA EM RECIFE: UM ESTUDO BASEADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÕES NACIONAIS
Pôster Eletrônico
1 UPE
2 H H
3 M
4 T
5 L
Apresentação/Introdução
A asma é uma doença crônica respiratória que gera impacto na qualidade de vida e sobrecarga no sistema de saúde. Monitorar internações e gastos permite subsidiar políticas públicas e ações de prevenção, além de avaliar tendências e possíveis impactos, como os gerados pela pandemia de Covid-19.
Objetivos
Analisar indicadores de internações e gastos hospitalares por asma nos anos de 2012 a 2022 na cidade do Recife.
Metodologia
Estudo descritivo com dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), acessados via DATASUS. Foram analisadas características e tendências das internações e dos gastos hospitalares por asma no Recife entre 2012 e 2022. As taxas foram calculadas por 100.000 habitantes, utilizando dados populacionais do IBGE.
Resultados
No período analisado, Recife registrou 31.006 internações por asma, totalizando R$ 14.639.344,30 em gastos. Observou-se uma redução significativa das internações por 100.000 habitantes em 2020 (102,69), quase a metade em comparação aos anos anteriores (variando de 156,42 a 199,75). Os gastos também diminuíram neste ano (R$ 879.446,45), contrastando com anos anteriores que variaram de R$ 1.121.053,14 a R$ 1.542.519,61, exceto 2022, que apresentou aumento (R$ 2.050.716,93).
Conclusões/Considerações
O ano de 2020 apresentou cerca de metade dos registros de internações e gastos hospitalares por asma, possivelmente em decorrência das medidas de distanciamento social adotadas durante a pandemia de Covid-19, refletindo menor circulação de vírus respiratórios e menor exposição a fatores de risco ambientais.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS MENINGITES NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO DE 2019 A 2024: A INFLUENCIA DA COVID-19 NA IDENTIFICAÇÃO DOS CASOS.
Pôster Eletrônico
1 Uerj
2 Beneficência Portuguesa
3 UERj
4 UNIRIO
Apresentação/Introdução
A meningite é uma doença imunoprevenível de grande importância para a Saúde Pública. Apesar de ser imunoprevenível, nos últimos anos observa-se um aumento de notificações de casos e confirmação destas. A baixa cobertura vacinal pode ser um fator contribuinte para esse cenário. O MRJ é dividido em 10 área programáticas.
Objetivos
Analisar o perfil epidemiológico das meningites no Município do Rio de Janeiro(MRJ) no período de 2019 a 2024.
Metodologia
Este trabalho foi realizado através de uma extração de dados secundários do SINAN Net disponíveis na plataforma de domínio público TABNET Municipal. Sendo assim, dispensando submissão ao Comitê de Ética e Pesquisa e aplicação de TCLE. Os dados utilizados são anonimizados. A plataforma realização tabulação de cada variável disponível na ficha de notificação de meningite. Não sendo necessária a análise de software de análise estatística. Os gráficos foram elaborados no Microsoft Excel.
Resultados
Pode ser observado que no ano de 2019 o MRJ confirmou 538 casos de meningite, no entanto, nos anos de 2020 e 2021, foram confirmados respectivamente 189 e 214 casos. Nos anos de 2020 e 2021, o país estava vivenciando a pandemia de COVID-19. A partir do ano de 2022, já pode se observar que os casos confirmados voltam a aumentar. . Em relação aos casos confirmados pode ser observado que ao longo dos 6 anos, a metodologia de PCR foi a mais prevalente para identificar as meningites asséptica/viral, pneumocócica e meningite meningocócica. Ao observar a taxa de incidência no período do estudo as maiores são em 2019 com 7,7 e em 2023 com 7,38.
Conclusões/Considerações
Ao analisar os dados pode ser observado que os casos de meningite durante os dois anos de pandemia de COVID-19, 2020 e 2021, foram anos que se teve menos notificações e casos confirmados de meningite. Pode ser que estes casos tenham sido subnotificados devido ao olhar mais voltado para a COVID-19, não necessariamente não tivessem casos de meningite. Além disso, a baixa cobertura vacinal pode estar refletindo no aumento de casos de meningite.
A PRODUÇÃO ARTESANAL DA CARNE DE SOL DE ITORORÓ - BA: DESAFIOS ENTRE TRADIÇÃO E REQUISITOS SANITÁRIOS
Pôster Eletrônico
1 Estudante do Curso de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde – PPGANS-UFBA.
2 Estudante do Curso de Mestradodo Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde – PPGANS-UFBA.
3 Docente/Pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde – PPGANS-UFBA.
Apresentação/Introdução
A carne de sol é um produto artesanal, de amplo consumo, geralmente obtido por pequenos produtores, sem haver regulamentação técnica específica. Apesar da notoriedade deste produto, em diversos municípios do Nordeste, seus processos de elaboração e de comercialização associam riscos sanitários, o que demanda ações em saúde para preservar a cultura local e promover a proteção à saúde pública.
Objetivos
Caracterizar sistema produtivo da carne de sol no município de Itororó-BA, considerando o saber-fazer, tecnologias adotadas e riscos sanitários envolvidos.
Metodologia
Realizou-se um trabalho exploratório, in loco, com visita a estabelecimentos de produção e venda da carne de sol, considerando a indicação de produtores, obtidas junto a informantes-chave. Foram visitados 14 estabelecimentos de produção e comércio, com abordagem dos responsáveis, sendo investigados aspectos compreendendo: tradição e saber-fazer, critérios para obtenção da matéria prima e processos utilizados - os aspectos sanitários foram observados de forma transversal.
Resultados
Em Itororó, a carne de sol conforma um sistema tradicional, envolvendo gerações. O saber-fazer mostrou variações, alguns produtores relataram não mais fazer a exposição da carne ao sol ou ao sereno, realizando a sua conservação por refrigeração ou o congelamento. Entre os critérios para a matéria prima, a escolha de novilhas (gado nelore) e a criação a pasto resultavam em cortes com maior qualidade. Na perspectiva sanitária, duas condições constituíram maior preocupação, em grande parte dos comércios: os cortes obtidos procediam de abate não inspecionado, e as Boas Práticas de Produção não eram adequadamente atendidas, implicando em riscos potenciais de zoonoses e contaminações secundárias.
Conclusões/Considerações
A produção da carne de sol em Itororó segue uma tradição, que preserva o saber-fazer e a identidade cultural, apesar das modificações tecnológicas incorporadas. Os riscos sanitários identificados evidenciam a necessidade de ações públicas, junto à cadeia produtiva e atores envolvidos, com vistas à adequação às exigências sanitárias, à proteção da saúde pública e à promoção da segurança alimentar e nutricional.
NOTIFICAÇÕES DE QUEIXAS TÉCNICAS DE DISPOSITIVOS MÉDICOS NO BRASIL (2006-2024)
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz Pernambuco
2 Universidade Fderal Rural de Pernambuco
3 Fiocruz pernambuco
Apresentação/Introdução
A notificação de queixas técnicas de dispositivos médicos (DM) é fundamental para a segurança do paciente e serviços.No Brasil, a tecnovigilância identifica falhas em DM após comercialização. No Notivisa estão os registros que fortalecem o monitoramento e alinha o país às diretrizes internacionais. Analisar as notificações contribui para a regulação, fabricação e uso de produtos
Objetivos
Discutir as notificações de queixas técnicas relacionadas a dispositivos médicos no Brasil entre 2006 e 2024, identificando os cinco dispositivos mais notificados e suas implicações para a segurança do paciente e a tecnovigilância nacional.
Metodologia
Estudo seccional descritivo sobre dados do Notivisa (queixas técnicas) registradas entre 4/12/2006 a 31/12/2024. Foram incluídas as notificações de artigos médico-hospitalares, excluindo eventos adversos, equipamentos e kits diagnósticos. As variáveis incluíram unidade federada, produto, tipo de notificação, município detentor, UF notificante e empresa, classe de risco, ano/mês de notificação. Os dados em planilhas (Excel 365) foram classificados e analisados por frequência, gerando rankings dos mais notificados, gráficos e quadros. Os resultados foram discutidos à luz da legislação e literatura sobre segurança do paciente. O estudo utilizou informações públicas dispensando apreciação ética
Resultados
Foram analisadas 202.168 notificações de QT de DM, com predominância de artigos médico-hospitalares. Os 5 DM mais notificados foram equipos, cateteres, seringas, implantes dentários e luvas descartáveis. Observou-se que 41,93% das notificações são de classe II, com necessidade de monitoramento constante. As não conformidades incluíram quebras, rachaduras, degradação e estouro/rompimento. Identificou-se desafios como a subnotificação, atrasos na análise e falta de filtros, que podem limitar as ações de tecnovigilância. Os resultados possibilitam refletir sobre a avaliação de aspecto, embalagem e dizeres de rotulagem, desvios passíveis de serem observados com análise direta
Conclusões/Considerações
O estudo evidencia a importância das notificações de QT para a identificação de falhas. Destaca-se a necessidade de capacitação, transparência e colaboração entre fabricantes, profissionais e reguladores. O aprimoramento é fundamental para fortalecer a segurança dos DM, contribuindo para a qualidade assistencial e saúde pública. Destaca-se a necessidade de categorizações que simplifiquem estudos específicos de produtos e que retroalimente o registro
FLORAÇÃO DE ALGAS TÓXICAS E SAÚDE HUMANA: INVESTIGANDO OS RISCOS E AS DEMANDAS DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA
Pôster Eletrônico
1 UFRJ
Apresentação/Introdução
As florações de algas em ambiente costeiro e de interior têm se intensificado nas últimas décadas e pode estar associada às mudanças climáticas (Dai et al, 2023). Alguns tipos de algas são tóxicas à saúde humana, e sua dispersão em sistemas de fornecimento, vida marinha e animais que podem servir ao consumo humano, tornam a sua proliferação alvo de interesse à saúde pública.
Objetivos
Sistematizar o conhecimento produzido acerca dos riscos das Florações de Algas Tóxicas à saúde humana, e identificar as estratégias de monitoramento e alerta acerca de sua ocorrência.
Metodologia
Trata-se de estudo em andamento com método de revisão narrativa de publicações disponíveis na Base Pubmed, localizadas a partir de combinações entre os descritores human health, harmful algal blooms, water quality e remote sensing. Não foi aplicado critério temporal na seleção. Os critérios de exclusão foram: artigos de opinião ou outra publicação não artigo original e duplicatas. Com a utilização do aplicativo Rayyan foram consolidadas as buscas das diferentes combinações de descritores resultando em 210 publicações, das quais 108 publicações repetidas foram excluídas.
Resultados
Na análise preliminar identifica-se que os artigos foram publicados a partir de 1999, concentram-se em periódicos internacionais, com título e resumo e inglês. Os países que mais se destacam entre as publicações são China e Estados Unidos da América. Os estudos são provenientes de diferentes campos disciplinares, como química, oceanografia, biologia, sensoriamento remoto, no entanto chama a atenção que o tema não ocupa espaço em revistas de saúde pública.
Conclusões/Considerações
Os efeitos negativos das toxinas provenientes do aumento na floração de algas sobre a saúde permanecem como lacuna de conhecimento. Sistematizar meios de interlocução entre o alerta proveniente do monitoramento por SRO e a oferta de serviços onde chegam as pessoas com os sintomas dessa intoxicação são um desafio, e impõe a necessidade de capacitação integrada dos profissionais de saúde para agir diante de cenários em que forem realizados alertas.
DESAFIOS DA VIGILÂNCIA HOSPITALAR EPIDEMIOLÓGICA EM UM HOSPITAL MATERNO-INFANTIL, UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 UFRJ
Período de Realização
A experiência foi vivenciada durante os meses de abril de 2024 a agosto de 2024.
Objeto da experiência
As fragilidades institucionais e desafios de consolidação de um Núcleo Hospitalar de Epidemiologia de um hospital materno-infantil de ensino.
Objetivos
Descrever e analisar criticamente os desafios enfrentados pelo Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE) na implementação da vigilância epidemiológica hospitalar, com ênfase na qualificação das notificações compulsórias e nas estratégias para fortalecer sua atuação institucional.
Descrição da experiência
A autora integrou a rotina do NHE, com foco na vigilância ativa de casos de notificação compulsória. Atuou na leitura de prontuários físicos, conferência de censo hospitalar e interlocução com farmácia, laboratório e equipes assistenciais para captação e qualificação de dados. A ausência de prontuário eletrônico exigiu trabalho de campo intensivo e constante checagem das fichas preenchidas. Foram produzidos boletins epidemiológicos mensais como tentativa de sensibilização institucional.
Resultados
Identificou-se subnotificação sistemática, resistência dos profissionais ao preenchimento das fichas e baixa adesão institucional às recomendações do NHE. A atuação do núcleo mostrou-se limitada à coleta de dados, sem autonomia para a tomada de decisão ou indução de mudanças nos processos de trabalho.
Análise Crítica
O NHE permanece à margem da gestão hospitalar, ofuscado pela maior legitimidade institucional da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), cujas atribuições são frequentemente confundidas. A cultura biomédica hierarquizada e o entendimento das notificações como mera burocracia enfraquecem a vigilância epidemiológica.
Conclusões e/ou Recomendações
A consolidação do NHE como articulador entre assistência, gestão e vigilância exige: (1) Reconhecimento de sua autonomia técnica; (2) Criação de grupo de trabalho intersetorial; (3) Ampliação e discussão sistemática dos boletins epidemiológicos; (4) Educação permanente com simulações práticas; (5) Incorporação de indicadores de vigilância na avaliação da qualidade assistencial.
PROJETO TUTOR DE SEGURANÇA COMO AGENTE ATIVO NA PROMOÇÃO DE PRÁTICAS SEGURAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 Missão Sal da Terra (MSDT)
Período de Realização
Início em maio de 2024, mantendo-se ativo até o momento.
Objeto da experiência
A implementação da figura de um profissional responsável por segurança do paciente, por meio do projeto “Tutor de Segurança”
Objetivos
Referenciar um profissional para questões de segurança em cada unidade da Atenção Primária à Saúde, a fim de garantir orientação contínua, identificação e prevenção de riscos e promoção de uma cultura de cuidado seguro para todos, como uma extensão das ações do Núcleo de Segurança do Paciente.
Metodologia
O conhecimento em segurança do paciente, aliado à habilidade de propor e aplicar boas práticas de forma autônoma, é essencial para o perfil do tutor. O técnico de enfermagem foi escolhido como o mais adequado para atuar como tutor devido ao seu alto envolvimento nos processos assistenciais. Organizado workshop para divulgação da estratégia, aceite da equipe, treinamento e alinhamento das atividades a serem desenvolvidas.
Resultados
Referência para o processo de notificação de eventos (fomento/reconhecimento de riscos) - considerável aumento: média de 13 notificações/mês em 2023, 112 em 2024 e 144 em 2025; acesso aos perfis de notificação de cada unidade graças a divulgação pelos tutores; capacitação das equipes quanto às Práticas Organizacionais Requeridas; apoio estratégico para ações de segurança, como o uso do carimbo de dupla checagem e a busca ativa para vacinação, resultando em melhores índices de conformidade.
Análise Crítica
Representa uma estratégia exitosa, como ampliação das ações do Núcleo de Segurança de forma ativa e diária nas unidades, a fim de orientar e contribuir para a articulação e integração dos processos de gestão de risco, bem como, disseminação sistemática da cultura de segurança, em conformidade com o macroprocesso da Planificação da Atenção à Saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A segurança do cuidado é responsabilidade de todos, sendo essencial para a promoção de práticas seguras. Ter uma pessoa de referência para questões de segurança nas unidades reforça o valor dado à segurança do paciente pela instituição de saúde e à busca pela excelência assistencial, fortalecendo a cultura de cuidado coletivo e de qualidade.
ATUAÇÃO DO CIEVS REGIONAL DE BARREIRAS-BA NA RÁPIDA DETECÇÃO DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA EM ESCOLARES DE 07 A 08 ANOS DE IDADE NO MUNICÍPIO DE SANTA RITA DE CÁSSIA-BA
Pôster Eletrônico
1 CIEVS/NRS/OESTE
Período de Realização
Em outubro de 2023.
Objeto da experiência
Rápida detecção de intoxicação endógena em escolares de 07 a 08 anos de idade no município de santa Rita de Cássia-Ba.
Objetivos
Minimizar o impacto do evento, fortalecendo a capacidade de resposta .
Descrição da experiência
Em resposta o CIEVS: Acionou imediatamente as autoridades de saúde locais e estaduais; Iniciou investigação epidemiológica rápida, entrevistando pais, professores e funcionários, analisando prontuários e inspecionando o ambiente escolar; Analisou os dados e levantou a hipótese de intoxicação exógena aguda; Coletou e encaminhou amostras para análise toxicológica; Implementou comunicação de risco e medidas de controle.
Resultados
A atuação do CIEVS Regional resultou na identificação precoce da intoxicação exógena, permitindo que as crianças recebessem o atendimento médico adequado de forma imediata. A investigação constatou à identificação da fonte de contaminação, sendo o agrotóxico glifosato comumente utilizado no combate de pragas, aplicado através de helicópteros agrícolas no entorno da escola, possibilitando a implementação de medidas preventivas para evitar novos casos.
Aprendizado e análise crítica
A atuação ágil e coordenada do CIEVS Regional de Barreiras-BA foi fundamental para que a fonte da intoxicação fosse rapidamente identificada. A rápida detecção permitiu que as crianças afetadas recebessem o tratamento adequado em tempo hábil, evitando casos mais graves e óbitos. Além disso, as medidas de controle implementadas garantiram a segurança dos demais escolares e da comunidade.
Conclusões e/ou Recomendações
Esta experiência reforça a importância estratégica dos CIEVS regionais na resposta a emergências em saúde pública. A capacidade de articulação intersetorial, a agilidade na investigação epidemiológica e a comunicação eficaz foram os pilares para o sucesso da intervenção. O caso de Santa Rita de Cássia-Ba é um modelo de como a atuação proativa da vigilância em saúde pode proteger a população, especialmente grupos vulneráveis como as crianças.
TRANSFORMANDO CONFLITOS EM PARCERIAS: A EFICÁCIA DAS PENALIDADES EDUCATIVAS NA VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Pôster Eletrônico
1 PMI
Período de Realização
Trabalho iniciado em janeiro de 2024 até a presente data.
Objeto da experiência
Reduzir tensões entre Vigilância Sanitária e comerciantes usando penalidades educativas para promover o cumprimento voluntário das normas.
Objetivos
Implementar fiscalização que substitui multas por penalidades educativas, com capacitações e ações de sensibilização. O projeto conscientiza empresários e comunidade, aumenta adesão às normas, reduz infrações e melhora a saúde pública em Ipatinga.
Metodologia
A experiência foi realizada em estabelecimentos comerciais de Ipatinga, por meio de um projeto piloto que revisou autos de infração para identificar casos para conversão em penalidades educativas. Os proprietários participaram de reuniões e capacitações sobre boas práticas sanitárias. O projeto usou cartilhas, outdoors, jogos e brindes para sensibilizar a comunidade escolar. O impacto foi avaliado por indicadores como autos convertidos, participação e adequação dos estabelecimentos.
Resultados
Em ralação ao ano anterior, cerca de 95% dos autos de infração foram convertidos em penalidades educativas, mostrando boa receptividade. Aproximadamente 85% dos estabelecimentos participaram das capacitações e adotaram as correções. Houve mudança na percepção da Vigilância Sanitária, redução de 70% nas reincidências e aumento de 90% nos licenciamentos. O projeto atingiu 32 escolas e 2.000 crianças pelo EDUCAVISA, promovendo prevenção e conscientização sanitária.
Análise Crítica
O projeto mostrou que penalidades educativas podem fortalecer a colaboração entre Vigilância Sanitária e comerciantes, promovendo mudanças positivas nas práticas sanitárias. O aprendizado principal foi a eficácia da abordagem educativa na redução de infrações. Contudo, o projeto poderia ampliar o alcance das ações e investir mais na continuidade das capacitações para garantir resultados duradouros e envolver ainda mais a comunidade.
Conclusões e/ou Recomendações
A conversão de autos de infração em penalidades educativas mostrou-se eficaz para equilibrar a relação entre os setores público e privado. Incentivou o cumprimento das normas, criou colaboração e respeito mútuo, e transformou a Vigilância Sanitária em facilitadora. Destaca-se também a importância da prevenção de doenças e promoção da saúde no ambiente escolar, ampliando o impacto do projeto na comunidade.
ANOMALIAS CONGÊNITAS EM MATERNIDADE MUNICIPAL:RELATO DE EXPERIÊNCIA DA INVESTIGAÇÃO PELO CIEVS MUNICIPAL DE APARECIDA DE GOIÂNIA-GO.MAIO DE 2025.
Pôster Eletrônico
1 CIEVS MUNICIPAL DE APARECIDA DE GOIÂNIA-GO
2 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE APARECIDA DE GOIÂNIA-GO
3 SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE APARECIDA DE GOIÂNIA-GO
Período de Realização
MAIO DE 2025
Objeto da experiência
Investigar casos de anomalia congênitas em maternidade do município de Aparecida de Goiânia.
Objetivos
Investigar e caracterizar os casos de anomalias congênitas, com foco na identificação dos fatores de risco e no aprimoramento da vigilância epidemiológica do município.
Descrição da experiência
Em março de 2025, o CIEVS Aparecida de Goiânia recebeu notificação de cinco DNVs com anomalia congênita genital, ocorridos entre fevereiro e março. Dois casos eram do município. Foi feita análise de prontuários, registros hospitalares e visitas domiciliares com entrevistas às mães, que confirmaram pré-natal adequado e exames ultrassonográficos indicando sexo feminino. Inspeção física confirmou genitália feminina sem ambiguidade. Casos de outros municípios foram encaminhados.
Resultados
A investigação não identificou casos de genitália ambígua nas bebês, descartando-se a suspeita inicial. Todos os exames realizados, tanto ultrassonográficos quanto clínicos, indicaram que as recém-nascidas apresentavam características genitais femininas compatíveis, sem anomalias. A busca ativa do CIEVS Municipal confirmou a realização de exames adequados durante a gestação, sem alterações no diagnóstico genético, reforçando a segurança e a precisão das avaliações pré-natais.
Aprendizado e análise crítica
O principal aprendizado dessa experiência foi a importância da comunicação integrada entre CIEVS, área técnica do SIM/SINASC, Coordenação e Diretoria de Vigilância Epidemiológica, Atenção Primária à Saúde e Unidade hospitalar. Essa integração garantiu a continuidade do acompanhamento dos casos e assegurou a qualidade e a confiabilidade das informações coletadas, fortalecendo a resposta rápida e eficiente frente aos eventos notificados.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que os casos investigados não configuram anomalias de genitália ambígua, conforme suspeita inicial. A investigação destacou a importância do aprimoramento contínuo da capacitação das equipes para a identificação precoce e correta das anomalias. Reforça-se a necessidade de seguir rigorosamente os protocolos de vigilância e notificação, recomendando a continuidade das investigações e o acompanhamento pelo CIEVS municipal.
MINERAÇÃO DE TEXTO APLICADA À VIGILÂNCIA SINDRÔMICA: UMA ANÁLISE DA DETECÇÃO OPORTUNA EM UM HOSPITAL PEDIÁTRICO, NITERÓI/RJ
Pôster Eletrônico
1 FMS
Período de Realização
Projeto implantado em 2025, com banco de dados contendo informações a partir de janeiro de 2021
Objeto da experiência
Aplicação inclui técnicas de mineração de texto, modelagem estatística e aprendizado de máquina na vigilância sindrômica hospitalar
Objetivos
Implementar e avaliar o uso de técnicas de mineração de texto, modelos estatísticos e aprendizado de máquina como apoio à vigilância sindrômica; detectar oportunamente alterações nos padrões de atendimento por síndromes em um hospital pediátrico; subsidiar decisões estratégicas na gestão em saúde.
Metodologia
Os dados foram extraídos do prontuário eletrônico hospitalar, com foco em três principais síndromes: exantemáticas, diarreicas e respiratórias. Utilizou-se a linguagem R para mineração de texto, aplicando técnicas de limpeza e tratamento da variável de anamnese, com foco nos principais sintomas associados a cada síndrome (palavras-chaves). Para os alertas, empregou-se o método EWMA, amplamente usado na previsão de séries temporais, visando detectar anomalias e padrões de forma precoce.
Resultados
A análise das síndromes diarreica e respiratória aguda revela ciclos periódicos e padrões sazonais bem definidos. No caso da síndrome diarreica, foram identificados picos anuais (alertas vermelhos) entre as SE 08 e 14, consistentemente entre os anos de 2021 e 2025. De forma semelhante, a síndrome respiratória apresentou picos regulares entre as SE 10 e 22. Em contraste, as síndromes exantemáticas não demonstraram um padrão sazonal claro, com variações nos picos e nos alertas emitidos a cada ano
Análise Crítica
A experiência demonstrou o potencial da mineração de texto ao identificar padrões sazonais que se repetiram em 2025, conforme anos anteriores. Além disso, o método EWMA permitiu o alerta de possíveis surtos, possibilitando predições antes da ocorrência efetiva dos agravos por meio do aprendizado de máquina. Contudo, é importante ressaltar o trabalho minucioso na mineração de texto, que exige a definição precisa de palavras-chave — etapa fundamental para a correta identificação de síndromes.
Conclusões e/ou Recomendações
A aplicação da mineração de texto integrada ao modelo EWMA demonstrou-se uma ferramenta robusta para vigilância sindrômica, possibilitando a identificação de padrões sazonais e a emissão de alertas precoces em um hospital pediátrico. Recomenda-se a expansão da metodologia para bases do e-SUS, visando o monitoramento contínuo de síndromes na atenção primária de Niterói, com foco na detecção precoce a nível municipal e em todas as faixas etárias.
IMPLANTAÇÃO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE DAS POPULAÇÕES EXPOSTAS A AGROTÓXICOS, VSPEA, NOS MUNCÍPIOS DA REGIÃO DE SAÚDE DE JEQUIÉ-BAHIA
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Saúde do Estado da Bahia - SESAB
Período de Realização
O processo de implantação da VSPEA iniciou em 2021, permanecendo até o momento atual.
Objeto da experiência
Ações dos técnicos da Vigilância em Saúde Ambiental estadual, VSA, na implantação da VSPEA nos 26 municípios da Região de Saúde de Jequié-Ba.
Objetivos
Promover a implantação da VSPEA nos 26 municípios da área de abrangência da região de Saúde de Jequié-Ba; capacitar os técnicos municipais de VSA para o desenvolvimento das ações propostas pelo programa; mitigar os riscos à saúde relativos à intoxicação por agrotóxicos.
Descrição da experiência
Ação conduzida por técnicos da VSA da regional de Jequié-Ba, com apoio do nível central do estado, na qual teve a participação das vigilâncias e atenção básica. Foi criado o Grupo de Trabalho, GT VSPEA Regional de forma integrada e intersetorial. Realizaram-se reuniões para apresentação da VSPEA aos técnicos e secretários municipais de saúde, além de oficinas para confecção dos Planos de Ação municipais e capacitações in loco voltadas para a notificação de intoxicações por agrotóxicos.
Resultados
Foram realizadas 20 oficinas para implantação da VSPEA e 02 para implementação das ações. Entre os 26 municípios da região de saúde de Jequié, 18 (69,2%) tem a VSPEA implantada, com GT formalizado. Desses, 17 municípios foram classificados como prioritários para a Bahia, e um (Jaguaquara-Ba) também para o Ministério da Saúde. Dois municípios (7,7%) estão em fase de implantação. Apenas 12 municípios estão selecionados e realizando coletas para análise de agrotóxico na água para consumo humano.
Aprendizado e análise crítica
As estratégias variadas para implantação e implementação das ações da VSPEA nos municípios tiveram o êxito esperado, mas consideram-se algumas dificuldades. Entre essas, destacam-se: a rotatividade e número reduzido dos técnicos da VSA municipal que dificulta a continuidade das ações programadas; muitos desses técnicos exercem múltiplas funções no município; e o comprometimento insuficiente de alguns gestores municipais no tocante ao entendimento da importância da execução das ações programadas.
Conclusões e/ou Recomendações
A implantação da VSPEA na região de saúde de Jequié-Ba foi de suma importância para prevenção dos impactos na saúde da população exposta direta ou indiretamente aos agrotóxicos. Conclui-se que a integração entre as vigilâncias, atenção básica e gestão, além de setores como educação e agricultura, foram essenciais. A proteção da saúde das populações requer intervenções transversais, envolvendo diversos grupos, para o alcance efetivo dos objetivos.
IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA ESTADUAL DE AVALIAÇÃO DO RISCO POTENCIAL EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA (UTIS) ADULTO NO ESPÍRITO SANTO: CONTEXTO, METODOLOGIA E RESULTADOS
Pôster Eletrônico
1 SESA/NEVS
Período de Realização
Julho de 2023 a outubro de 2023
Objeto da experiência
Implementação do sistema de avaliação do risco potencial em UTIs adulto no Espírito Santo utilizando o ROI
Objetivos
Mapear e classificar riscos potenciais nas UTIs adulto do Espírito Santo para aprimorar os serviços e padronizar os processos de inspeção sanitária com uso do ROI.
Descrição da experiência
Relato de experiência da etapa diagnóstica do projeto de avaliação de risco potencial em UTIs adulto no ES. Foram coletados dados in loco em 86 UTIs, simulando aplicação do ROI. A ação permitiu verificar o cenário real dos serviços, incluindo fechamentos e unificações, e aplicar o ROI em 100% das UTIs ativas.
Resultados
Das 86 UTIs avaliadas, 78 (90,70%) apresentaram risco aceitável, 7 (8,14%) tolerável e 1 (1,16%) inaceitável. A região Metropolitana concentrou a maioria dos casos aceitáveis e toleráveis. A avaliação permitiu identificar e priorizar ações de melhoria nos serviços.
Aprendizado e análise crítica
Apesar do alto índice de risco aceitável, persistem desafios como infraestrutura deficitária, morosidade em reformas e 100% de ocupação dos leitos, dificultando melhorias. A ferramenta ROI mostrou-se eficaz ao subsidiar decisões e orientar ações para segurança do paciente.
Conclusões e/ou Recomendações
A adoção do ROI como ferramenta de avaliação estadual revelou-se estratégica para gestão do risco e melhoria contínua da qualidade nas UTIs. Recomenda-se seu uso regular, com apoio institucional para intervenções nas unidades com riscos elevados e fortalecimento da fiscalização.
DA ASSISTÊNCIA À VIGILÂNCIA: A FORMAÇÃO EM FISIOTERAPIA E O PAPEL NA NOTIFICAÇÃO DE AGRAVOS À SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 UESB
Período de Realização
As atividades foram desenvolvidas no período entre 1º de agosto de 2024 a 31 de maio de 2025.
Objeto da experiência
Inserção de discentes de Fisioterapia em ações de vigilância e notificação de agravos no Núcleo Hospitalar de Epidemiologia-HGPV, Jequié-BA.
Objetivos
Relatar as vivências de discentes no NHE-Hospital Geral Prado Valadares, analisando os desafios da formação assistencial frente à subnotificação de agravos e destacando como projetos de extensão promovem a incorporação de habilidades em vigilância, fortalecendo a Saúde Coletiva.
Descrição da experiência
No projeto de extensão “Vigilância Epidemiológica Hospitalar” (UESB, Jequié-BA), discentes da saúde atuaram no NHE-HGPV, estudando as DNC (Portaria nº 5.201/2024) e os sistemas de informação em saúde. Receberam treinamento em prontuário eletrônico e no preenchimento de fichas de notificação. Realizaram busca ativa diária nos setores, alimentação planilhas de diarreia, notificação de casos de SRAG e elaboração de boletins epidemiológicos.
Resultados
A busca ativa revelou subnotificações e das incompletude das fichas, como a variável ocupação e escolaridade, por falta de capacitação, escassez de profissionais e sobrecarga assistencial. Com a chegada dos discentes, houve redução da demanda reprimida no NHE e melhoria nos registros de agravos, como acidentes de trânsito, acidentes de trabalhos e violência interpessoal e autoprovocada.
Aprendizado e análise crítica
A formação em Fisioterapia, centrada na assistência, pouco aborda a vigilância, contribuindo para a subnotificação de agravos e fragilizando o SUS. O projeto desenvolveu competências negligenciadas nas diretrizes curriculares, como busca ativa e boletins. Porém, o SINAN, só acessível em um só computador, e a negligência de setores, que delegam notificações ao núcleo, revelam lacunas formativas. Essa visão individualista do cuidado impacta negativamente a saúde pública e as ações de vigilância.
Conclusões e/ou Recomendações
O projeto ampliou competências em vigilância epidemiológica e evidenciou o papel do fisioterapeuta na Saúde Coletiva. Contudo, a formação ainda centrada na assistência compromete a notificação de agravos. Recomenda-se integrar conteúdos de vigilância nos currículos, promover atividades de educação permanente fortalecer o trabalho interprofissional para reduzir a subnotificação no SUS.
A VIGILÂNCIA DOS ÓBITOS POR CAUSA GARBAGE NA REGIÃO CENTRAL DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Pôster Eletrônico
1 UFRJ
2 SMS-RJ
Período de Realização
Janeiro de 2024 a maio de 2025
Objeto da experiência
Vigilância do óbito por causas inespecíficas ou causas garbage
Objetivos
Relatar a experiência do processo de trabalho de Vigilância do Óbito por causas inespecíficas, ocorridos na região central do município do Rio de Janeiro, com causa básica original septicemia não especificada (A41.9), no período de janeiro de 2024 a maio de 2025.
Descrição da experiência
Foram selecionados óbitos codificados com a causa básica septicemia não especificada ocorridos em estabelecimentos de saúde da Área de Planejamento 1.0 do município do Rio de Janeiro. Estabeleceu-se um fluxo para a investigação: identificação dos óbitos por A41.9, solicitação de ficha de investigação hospitalar, a recodificação das causas do óbito e a qualificação da declaração de óbito (DO). Foram realizadas análises das DOs com os programas Microsoft Office Excel 2016 e Tab para Windows.
Resultados
Os 303 óbitos por A41.9, correspondem a 3,5% dos total de óbitos registrados no período. As mulheres eram 60% da população e 40% homens. Foram investigados 139 (46%) óbitos, foi recodificado a causa básica em 136 (98%) DO investigadas. Os óbitos, inicialmente causados por A41.9 tinham outras causas, como: Doenças do Aparelho Circulatório, 19%; Doenças do Aparelho Respiratório, 16%; Neoplasias, 14%; Doenças do aparelho digestivo, 12%; Doenças Endócrinas Nutricionais e Metabólicas, 12%.
Aprendizado e análise crítica
A recodificação de 98% dos óbitos enfatiza a relevância de adotar métodos que contribuem para a melhoria da qualidade da informação no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). O desempenho do SIM é afetado pelos óbitos por causas inespecíficas, como a septicemia não especificada, impossibilitando a proposição de políticas públicas adequadas para os fatores determinantes de mortalidade.
Conclusões e/ou Recomendações
Diante do exposto, percebe-se a relevância da investigação das causas garbages. Essa vigilância foi instituída em 2024 pelo manual "Vigilância do óbito de causa natural inespecífica no Brasil", mesmo com os desfechos positivos relatados neste trabalho são necessários estudos que compreendam sobre a rotina dessa vigilância integrada às demais vigilâncias do óbito e seus resultados nos diferentes territórios brasileiros.
MONITORAMENTO EM TEMPO REAL DE EVENTO DE MASSA PELO CIEVS-AM DURANTE O 57° FESTIVAL DE PARINTINS
Pôster Eletrônico
1 ILMD FIOCRUZ Amazônia; FVS-RCP
2 FVS-RCP
Período de Realização
28 a 30 de junho de 2024, durante o 57° Festival de Parintins.
Objeto da experiência
Monitoramento epidemiológico conduzido pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Amazonas em evento de massa de grande porte.
Objetivos
Relatar a experiência de vigilância em saúde durante o 57º Festival de Parintins, evidenciando o papel do CIEVS-AM na coleta, análise e resposta rápida aos agravos à saúde identificados no território, a fim de orientar ações oportunas e prevenir surtos em um contexto de elevada mobilidade populacional.
Metodologia
A vigilância foi conduzida pelo CIEVS-AM em cinco unidades de saúde estratégicas (dois hospitais, dois ambulatórios e uma UPA), com uso do REDCap para coleta e Tableau Desktop (v.2024.1) para análise em tempo real. Foram registradas 1.001 notificações em quatro dias, com prevalência de síndrome gripal (25%), mal-estar (19%) e gastroenterite (19%). A maioria dos atendidos era mulher (53%), entre 15 e 59 anos (79%) e parda (80%).
Resultados
A atuação do CIEVS-AM permitiu a detecção precoce de casos de gastroenterite, o mapeamento de áreas críticas e a implementação ágil de ações como controle de água e educação em saúde. O perfil epidemiológico orientou medidas direcionadas a residentes e turistas. O uso de tecnologias possibilitou monitoramento em tempo real, reforçando o papel da inteligência epidemiológica em eventos de grande porte.
Análise Crítica
A experiência reforçou o papel do CIEVS-AM como articulador de respostas rápidas em eventos de massa. O uso do REDCap e Tableau otimizou a gestão das informações. Destacou-se a importância da integração entre vigilância, unidades de saúde e gestores. Desafios incluíram padronização das notificações e limitações tecnológicas, mas o modelo demonstrou ser replicável, responsivo e centrado no território.
Conclusões e/ou Recomendações
A atuação no 57º Festival de Parintins mostrou-se eficaz e replicável. Recomendam-se investimentos em infraestrutura tecnológica, coleta e análise de dados em tempo real, além de formação de equipes multiprofissionais. A resposta rápida e a articulação intersetorial fortaleceram a vigilância em saúde diante da alta mobilidade e risco sanitário em eventos de massa.
VIGILÂNCIA EM SAÚDE NA REGIÃO NORDESTE II DE GOIÁS: LIÇÕES DO BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO (2019-2023) PARA FORTALECER A SAÚDE COLETIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS
Pôster Eletrônico
1 UFG
Período de Realização
Agosto de 2024 a maio de 2025
Objeto da experiência
Trata-se da confecção do primeiro Boletim Epidemiológico da Região Nordeste II de Goiás (2019-2023), que abrange 11 municípios.
Objetivos
Socializar o conhecimento do boletim para fortalecer a Saúde Coletiva e a vigilância epidemiológica. Fomentar o debate sobre monitoramento, prevenção e controle de agravos, destacando a integração e o papel das políticas públicas, visando reduzir desigualdades e otimizar serviços.
Descrição da experiência
O estudo, de delineamento ecológico descritivo. Para melhor registro, estes foram categorizados em Causas externas, arboviroses, hanseníase, tuberculose, outras doenças infecciosas e doenças de interesse materno infantil, com sobreposição em acidentes de trabalho, acidentes por animais peçonhentos e condições materno-infantis. Foram encontrados 19 agravos de notificação compulsória no Sinan Web (2019-2023) da Região Nordeste II de Goiás. .
Resultados
Em 2019, registraram-se 3595 notificações. Houve uma redução de 62,98% nas notificações entre 2019 e 2020. Nos anos de 2021 a 2023, a média foi de 1872 casos, representando uma queda de 47,92% em relação a 2019 (excluindo 2020). As arboviroses (71,68%) e causas externas (25,09%) totalizaram 96,77% das notificações. As causas externas incluíram: acidentes por animais peçonhentos (73,47%), violência interpessoal e autoprovocada (11,66%), acidentes de trabalho (9,96%) e outros...
Aprendizado e análise crítica
O estudo reforça a urgência de aprimorar a notificação e o monitoramento de agravos na Região Nordeste II. A notificação compulsória que é de responsabilidade dos profissionais de saúde, deve ser realizada com o preenchimento adequado das fichas, garantindo a alimentação fidedigna do SINAN.
Conclusões e/ou Recomendações
A qualidade e confiabilidade dos dados, essenciais para decisões assertivas, pois fornece conhecimento para os agentes públicos na formulação e implementação de ações.
O QUE HÁ NA ÁGUA? A EXPERIÊNCIA DE GUANAMBI (BA) FRENTE ÀS DENÚNCIAS SOBRE CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADOS
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde de Guanambi
2 SESAB
Período de Realização
Julho a Dezembro de 2024
Objeto da experiência
Vigilância da qualidade da água frente à suspeita de contaminação por metais pesados no município de Guanambi (BA).
Objetivos
Descrever a resposta intersetorial da Vigilância em Saúde Ambiental frente a denúncias sobre a qualidade da água em Guanambi (BA), relacionando o monitoramento com possíveis impactos da mineração e destacando a importância da vigilância contínua.
Metodologia
A experiência iniciou-se em junho de 2024 após denúncias sobre sedimentos escuros na água em bairros de Guanambi e na barragem de Ceraíma. A Nota Técnica nº 14/2024 – INEMA indicou aumento de ferro e alumínio. A Vigilância em Saúde Ambiental articulou a coleta emergencial de seis amostras com o LACEN-BA. Os resultados apontaram metais acima do limite, levando à priorização de Guanambi no monitoramento de metais conforme a Portaria GM/MS nº 888/2021.
Resultados
A integração entre saúde, meio ambiente e laboratório público proporcionou resposta técnica rápida às denúncias, fortalecendo a vigilância ambiental. A identificação de metais pesados na rede e o aumento de ferro e alumínio na barragem evidenciaram a vulnerabilidade da população à contaminação por pressões ambientais. A experiência ampliou o monitoramento e classificou o município como prioritário para controle de metais na água potável.
Análise Crítica
A experiência evidenciou a importância da escuta ativa às denúncias e da capacidade técnica da Vigilância em Saúde Ambiental em responder com agilidade. Revelou fragilidades frente a empreendimentos poluidores e a necessidade de integração com recursos hídricos, saneamento e meio ambiente. A ausência de estudos de impacto à saúde coletiva e o monitoramento limitado, expõem riscos, reforçando a relevância da resposta sanitária estratégica.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência em Guanambi demonstra que o fortalecimento da Vigilância em Saúde Ambiental é essencial para garantir água segura. Recomenda-se ampliar o monitoramento da qualidade da água, realizar estudos de impacto à saúde em grandes empreendimentos como mineração, e institucionalizar protocolos intersetoriais de resposta rápida. A valorização do conhecimento local e a escuta da população são práticas fundamentais.
AÇÕES DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA NO ENFRENTAMENTO À INTOXICAÇÃO OCULARES POR POMADAS CAPILARES EM CONTEXTO TURÍSTICO - CASO DE PORTO SEGURO E SANTA CRUZ DE CABRÁLIA/BA
Pôster Eletrônico
1 SESAB
2 Secretaria Municipal de Saúde de Guanambi
3 Secretaria Municipal de Saúde de Porto Seguro/Vigilância em Saúde
4 SESAB/DIVISA
Período de Realização
Dezembro de 2023 a janeiro de 2024
Objeto da experiência
Resposta intersetorial à exposição a pomadas capilares em praias e comércios do Extremo Sul da Bahia, com atuação da vigilância sanitária.
Objetivos
Descrever a resposta da vigilância sanitária frente a eventos adversos por pomadas capilares, destacando a atuação intersetorial para proteção da saúde pública e fiscalização de produtos irregulares na região turística da Costa do Descobrimento, Bahia.
Metodologia
Após denúncia de ceratite ocular por pomada capilar, a vigilância sanitária do NRS Extremo Sul articulou ações com municípios, ANVISA, DIVISA e setores locais. Realizou fiscalizações, apreensões, ações educativas em praias, salões e hotéis, cadastrou trancistas indígenas e não indígenas, e identificou produtos irregulares. A resposta integrou saúde, turismo, comércio, indústria, sec. de assuntos indígenas, aldeias indígenas da localidade com comunicação direta com consumidores e trabalhadores.
Resultados
Foram identificados 32 casos de ceratite ocular associada ao uso de pomadas modeladoras. Ações de fiscalização resultaram na apreensão de cosméticos irregulares. O aeroporto aderiu à campanha educativa com apoio do turismo. Trancistas indígenas e não indígenas foram sensibilizadas, cadastradas e incluídas em canais de comunicação. A articulação entre vigilância, turismo e saúde do trabalhador garantiu resposta rápida, mesmo com alta rotatividade turística.
Análise Crítica
A experiência evidenciou a importância da vigilância sanitária na articulação intersetorial para proteção da saúde em áreas turísticas. A informalidade da atividade de trancistas indígenas e não indígenas e a falta de controle sobre os produtos revelaram lacunas regulatórias. A resposta foi fortalecida por parcerias com turismo e comunicação, mas fragilizada pela demora nas notificações. Destaca-se a necessidade de capacitação contínua e ações adaptadas ao território.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se manter a articulação intersetorial para fiscalização e educação sanitária sobre cosméticos em áreas turísticas. Atualizar cadastro de trancistas indígenas e não indígenas, exigir termos de responsabilidade, garantir informação à população e intensificar ações na alta temporada. O controle sanitário descentralizado e coordenado com instâncias federais é essencial para prevenir riscos à saúde coletiva.
ATUAÇÃO ARTICULADA DAS VIGILÂNCIAS EM SURTO DE INTOXICAÇÃO POR DESINSETIZAÇÃO EM ESCOLA PÚBLICA RURAL NO MUNICÍPIO DE CARAVELAS, BAHIA
Pôster Eletrônico
1 SESAB
2 Secretaria Municipal de Saúde de Guanambi
3 Secretaria Municipal de Saúde de Caravelas/VIEP
4 Secretaria Municipal de Saúde de Caravelas/VISA/VISAT
5 Secretaria Municipal de Saúde de Caravelas/Vigilância em Saúde
Período de Realização
9 a 16 de Setembro de 2024.
Objeto da experiência
Resposta intersetorial ao surto de intoxicação exógena e acidente de trabalho em escola no distrito de Rancho Alegre, Caravelas (BA).
Objetivos
Relatar a articulação entre VIEP, VISA, saúde do trabalhador, atenção básica, UPA, hospital, equipe eMulti e instituições na resposta ao surto de intoxicação em escola pública; descrever fluxos de atendimento, notificações, visitas técnicas, ações educativas e refletir sobre desafios e aprendizados.
Descrição da experiência
Em 10/09/2024, alunos e funcionários da Escola Municipal Francisco Henrique dos Santos, em Rancho Alegre (Caravelas/BA), apresentaram sintomas de intoxicação após desinsetização no dia anterior. A resposta envolveu equipes de VIEP, VISA, VISAT, Atenção Básica, eMulti e CEREST, com acolhimento, transferências, visitas domiciliares, inspeções sanitárias, capacitação e apoio psicossocial. Notificações registraram intoxicação exógena e acidentes de trabalho.
Resultados
Foram atendidos 48 casos, sendo 45 alunos de 9 a 16 anos e 3 trabalhadores, com sintomas como cefaleia, prurido, náusea e dificuldade respiratória. Realizaram-se notificações no SINAN, inspeções na escola e na empresa prestadora do serviço, análise dos produtos aplicados e ações intersetoriais. O evento gerou capacitação das equipes escolares e de limpeza, reforço do uso de EPIs e descarte seguro de alimentos e água. A resposta rápida permitiu conter o surto com acolhimento adequado.
Aprendizado e análise crítica
A experiência mostrou que a articulação intersetorial é essencial em eventos agudos com múltiplos casos. A atuação conjunta das vigilâncias, atenção básica, setor hospitalar e gestão escolar revelou força institucional, mas expôs fragilidades, como ausência de documentação técnica da empresa desinsetizadora e desconhecimento das orientações de segurança. O apoio do NRS Ext. Sul e CEREST fortaleceu a condução, com mobilização rápida e fluxos definidos.
Conclusões e/ou Recomendações
É fundamental institucionalizar planos de resposta intersetorial para emergências em saúde pública. Recomenda-se intensificar a fiscalização de empresas desinsetizadoras, cobrar protocolos formais de comunicação antes e após a aplicação de saneantes domissanitários e capacitar continuamente equipes escolares sobre segurança química. Valorizar o território e escutar as comunidades fortalece a vigilância em saúde.
GRUPO TÉCNICO DE VIGILÂNCIA DO ÓBITO POR SUICÍDIO (GTVOS): RELATO DE EXPERIÊNCIA DE ITAJAÍ (SC)
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde de Itajaí (SC)
2 Hospital Infantil Pequeno Anjo (HIPA)
3 Hospital e Matqernidade Marieta Konder Bornhausen (HMMKB)
Período de Realização
De 2023 à 2025 (em vigência)
Objeto da experiência
Grupo técnico de vigilância dos óbitos por suicídio, implementado na Secretaria Municipal de Saúde por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica.
Objetivos
Investigar óbitos por suicídio analisando o atendimento no SUS; identificar a magnitude e os fatores associados ao suicídio; propor estratégias preventivas; qualificar a vigilância; fortalecer ações intersetoriais e promover atenção qualificada a indivíduos vulneráveis e em sofrimento psíquico.
Metodologia
O GTVOS, instituído por instrução normativa em agosto de 2023, reúne representantes de vigilância epidemiológica, atenção à saúde, urgência, emergência e hospitais. Funciona conforme regimento com reuniões mensais desde março de 2024 para estudo e investigação de casos, incluindo histórico clínico e registros oficiais. Membros rotacionam para investigação e relato. Decisões são tomadas conforme fragilidades identificadas. Reuniões são documentadas e arquivos compartilhados em drive.
Resultados
Realizaram-se 16 reuniões, incluindo 3 extraordinárias com equipes envolvidas. Investigaram-se 12 óbitos por suicídio, sendo que a predominância foi do sexo masculino, faixa etária entre 15 e 63 anos e métodos variados. Fragilidades identificadas: notificações ausentes, falta de plano terapêutico, registros precários, encaminhamentos insuficientes, acolhimento deficiente e má articulação em rede. Medidas tomadas: comunicações internas, reuniões para estudo de caso e elaboração de um Protocolo Municipal.
Análise Crítica
A investigação dos óbitos por suicídio permite identificar fragilidades estruturais e processuais no sistema de saúde, contribuindo para o aprimoramento dos serviços e do modelo assistencial no SUS. A atuação integrada do grupo técnico favorece o desenvolvimento de políticas públicas fundamentadas na humanização, na escuta qualificada e na abordagem intersetorial. Tal atuação potencializa a reformulação de fluxos e protocolos, visando a prevenção de novos óbitos e a qualificação da assistência.
Conclusões e/ou Recomendações
O GTVOS está alinhado à Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio (Lei nº 13.819/19), à Política Nacional de Redução da Morbidade por Acidentes e Violências (Portaria nº 737/2001) e aos objetivos de Desenvolvimento Sustentável Global. Constitui-se em uma ação estratégica para a prevenção de óbitos por suicídio; sendo uma prática exitosa de vigilância em saúde, ao transformar dados em informação e informação em ações.
APRENDIZAGEM DE ESTUDANTES DE FISIOTERAPIA NO NÚCLEO HOSPITALAR DE EPIDEMIOLOGIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 UESB
Período de Realização
Agosto de 2024 a maio de 2025.
Objeto da experiência
Ações de vigilância epidemiológica feitas por discentes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) em um Núcleo Hospitalar de Epidemiologia.
Objetivos
Relatar a participação de discentes de Fisioterapia da UESB em projeto de vigilância epidemiológica no Núcleo Hospitalar de Epidemiologia do Hospital Geral Prado Valadares (NHE-HGPV), em Jequié, Bahia, descrevendo as atividades realizadas, desafios enfrentados e os aprendizados adquiridos.
Metodologia
O projeto de extensão "Vigilância Epidemiológica Hospitalar", desenvolvido no NHE-HGPV, é uma ação interdisciplinar que realiza notificação de doenças e agravos, busca ativa de casos, elaboração de boletins epidemiológicos e Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) e uso do sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial. O relato da experiência se refere a nove meses de atuação dos discentes, período em que desenvolveram competências técnicas e científicas, e observaram desafios durante as ações.
Resultados
Durante a execução do projeto, os discentes do NHE-HGPV elaboraram boletins sobre acidentes com animais peçonhentos, exposição a material biológico, arboviroses urbanas, HIV/AIDS e violência interpessoal e autoprovocada, preencheram fichas de notificação no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, com maior incidência de acidentes de trânsito e violência autoprovocada, realizaram buscas ativas, identificando casos não notificados, desenvolveram POPs e participaram de eventos científicos.
Análise Crítica
A experiência destacou o papel da vigilância epidemiológica na preparação de profissionais críticos. Em Fisioterapia, cuja formação ainda privilegia o cuidado clínico e individual, o projeto possibilitou a ampliação da compreensão dos discentes para a integração entre práticas clínicas e ações de vigilância em saúde. Os desafios vivenciados evidenciaram a indispensabilidade da formação interdisciplinar.
Conclusões e/ou Recomendações
O projeto integrou teoria e prática, fortalecendo o cuidado humanizado e saúde pública. Recomenda-se ampliar ações integradas de vigilância e assistência no processo formativo dos estudantes, moldando profissionais sensíveis às demandas do SUS, proativos e comprometidos com a realidade social. A experiência reforça que a vigilância em saúde é indissociável da prática assistencial para todos os profissionais da área de saúde.
A PRIMEIRA EXPERIÊNCIA DE APRENDIZADO EM SERVIÇO DA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE COM CENÁRIO NA VIGILÂNCIA AMBIENTAL DO DISTRITO FEDERAL
Pôster Eletrônico
1 Escola de Governo Fiocruz Brasília
2 Secretaria de Saúde do Distrito Federal
3 CIEVS Nacional/MS
4 Ministério da Saúde
5 Fiocruz Brasília
Período de Realização
A experiência ocorreu entre 13 de março e 16 de setembro de 2024.
Objeto da experiência
Primeira experiência de ensino em serviço de residentes do Programa de Residência de Vigilância em Saúde da Fiocruz na Vigilância Ambiental do DF.
Objetivos
Relatar a primeira experiência de aprendizado em serviço de residentes do Programa de Residência Multiprofissional de Vigilância em Saúde (PRMVS) da Fiocruz Brasília na vigilância ambiental do DF, destacando os produtos desenvolvidos, desafios enfrentados e as contribuições para a formação e serviço.
Metodologia
A experiência vivida por cinco residentes do PRMVS da Fiocruz Brasília (três médicas veterinárias, um sanitarista e uma farmacêutica) entre março e setembro de 2024, ocorreu sob orientação da gerente da Gerência de Vigilância Ambiental de Zoonoses da Secretaria de Saúde do DF. Inseridos na rotina da vigilância ambiental, participaram de visitas técnicas, reuniões, análises epidemiológicas e produção técnico-científica, com base em registros, relatórios, supervisões e apresentações.
Resultados
Durante a vivência, os residentes atuaram diretamente em ações técnicas da vigilância ambiental, resultando em diversos produtos. Destacam-se: automatização da análise de dados de Leishmaniose Visceral Canina, elaboração de boletins epidemiológicos e documentos técnicos, ações de bloqueio vacinal, implementação de rotinas na vigilância da raiva animal através de informas e notas e trabalhos científicos apresentados no Epi 2024, demonstrando a integração entre formação e prática em saúde pública.
Análise Crítica
A experiência contribuiu para o aprimoramento técnico e crítico dos residentes, revelando a importância da atuação multiprofissional e da vigilância baseada em evidências. Contudo, desafios como a escassez de recursos tecnológicos, limitações de recursos humanos e a necessidade de maior articulação entre setores evidenciaram fragilidades que impactam a efetividade das ações e a consolidação da formação em serviço.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência evidenciou a força da formação em serviço na Vigilância em Saúde, promovendo integração entre saberes e práticas alinhadas à Saúde Única e ao SUS. A atuação multiprofissional ampliou a visão crítica e técnica dos residentes. Recomenda-se que outros estados invistam em residências multiprofissionais em vigilância, fortalecendo o SUS e a resposta às emergências em saúde pública.
DOENÇA DE CHAGAS EM FOCO: PARCERIA COM OS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (ACS) NAS AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE, REGIÃO DE SAÚDE DE JEQUIÉ-BA
Pôster Eletrônico
1 FUNDAÇÃO ESTATAL SAÚDE DA FAMÍLIA
2 SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA
Período de Realização
A experiência aconteceu no período de 2021 a 2025.
Objeto da experiência
Inserção de ações educativas sobre a doença de Chagas na rotina de visitas domiciliares dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS).
Objetivos
Integrar a vigilância em saúde e atenção primária para a execução de ações de educação em saúde para a Doença de Chagas nos municípios da Região de Saúde de Jequié, incorporando ações de educação em saúde no processo de trabalho dos ACS's.
Metodologia
A partir de 2021, foram realizadas capacitações por município, articulando uma parceria entre a vigilância em saúde e atenção primária. As atividades foram planejadas e executadas para deixar os ACS’s aptos a inserirem em sua rotina de visitas domiciliares um momento de educação em saúde, levando a temática da doença de chagas e realizando demonstrações de triatomíneos para facilitar a identificação e entrega nos Postos de Informação de Triatomíneos (PIT’s).
Resultados
Dos 26 municípios, apenas um não recebeu a capacitação, 25 (96,15%) municípios acolheram a proposta e receberam o treinamento, ao final, 263 localidades se encontram com PIT’s implantados, 25 modelos com exemplares de triatomíneos e predadores foram distribuídos, um por município, que passa por um rodizio entre os ACS’s para fazer as ações e demonstrações em seu território, dessa forma, em poucos meses todos os territórios conseguiram ter sua população contemplada com a ação.
Análise Crítica
A parceria com os ACS’s é algo inovador no estado da Bahia. O baixo quantitativo de agente de combate as endemias, principalmente para atuar nas ações do Programa de Controle da Doença de Chagas, é um grande gargalo que impede o avanço da efetivação das atividades que devem ser desenvolvidas, o que tornou ainda mais estratégica a parceria proposta, trazendo grandes benefícios para a região que hoje consegue desenvolver de forma mais efetiva a vigilância passiva de chagas.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência demonstrou a eficácia da integração dos ACS nas ações de educação em saúde sobre a doença de Chagas, ampliando a cobertura e fortalecendo das ações da vigilância. É recomendável que a iniciativa seja expandida para outras regiões, e garantir apoio contínuo aos profissionais e municípios, visando a sustentabilidade das ações implementadas.
MONITORAMENTO DE ESAVI NA ROTINA PROFISSIONAL: ESTRATÉGIAS PARA VIGILÂNCIA PÓS-VACINAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM ÁREA PROGRAMÁTICA DO RIO DE JANEIRO.
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal do Rio de Janeiro
2 Secretaria Municipal de Saúde - RJ
Período de Realização
Março a Maio de 2025, em unidades da área programática 3.3 do município do Rio de Janeiro.
Objeto da experiência
Implementação de estratégias para registro e acompanhamento de ESAVI na rotina das equipes de Atenção Primária em Saúde (APS).
Objetivos
Descrever a experiência de uma equipe de Vigilância em Saúde no apoio ao monitoramento de ESAVI nas rotinas das equipes de Saúde da Família (eSF), por meio de alertas da secretaria de saúde extraídos de prontuários de outros pontos da rede.
Descrição da experiência
A experiência envolveu a atuação conjunta da Divisão de Vigilância em Saúde e equipes da APS da AP 3.3, Rio de Janeiro. Foram realizados encontros com profissionais da eSF sobre ESAVI, fluxos de notificação e condutas clínicas. Desenvolveram-se materiais de apoio, capacitações e um grupo técnico para discutir casos e dúvidas do território.
Resultados
Após a intervenção, aumentaram as notificações de ESAVI graves e não-graves, mostrando maior sensibilidade da rede. As notificações foram mais completas e no prazo, permitindo ações rápidas da vigilância. Profissionais sentiram-se mais preparados para orientar usuários e registrar casos. A rotina da APS passou a incluir verificação ativa de sinais pós-vacinais em atendimentos subsequentes.
Aprendizado e análise crítica
A experiência demonstrou que, embora o monitoramento de ESAVI exija tempo e atenção, sua incorporação é possível quando há apoio técnico, sensibilização e instrumentos práticos. Houve resistência inicial por parte de alguns profissionais, principalmente devido à percepção de aumento de carga de trabalho. A inclusão do tema em processos de educação permanente e a valorização dos casos clínicos reais foram estratégias-chave para o engajamento.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que o monitoramento de ESAVI pode ser integrado com sucesso à rotina das APS, desde que haja suporte técnico, materiais acessíveis e articulação entre vigilância e assistência. Recomenda-se expansão do treinamento para outros pontos da Rede hospitalar e de Urgência e Emergência. Garantir espaços de discussão em equipe é fundamental para consolidar a cultura da segurança vacinal no território.
VIVÊNCIA NO LABORATÓRIO CENTRAL DE SAÚDE PÚBLICA - LACEN/BA COMO RESIDENTE EM VIGILÂNCIA EM SAÚDE: ARTICULAÇÃO ENTRE VIGILÂNCIA LABORATORIAL E PRÁTICAS DO SUS
Pôster Eletrônico
1 SESAB/ESPBA
2 SESAB
Período de Realização
Mar-Mai/2025 - Residência Multiprofissional em Vigilância em Saúde pela SESAB e pela ESPBA.
Objeto da experiência
Vivência formativa e observacional no LACEN/BA, com foco nos fluxos laboratoriais e sua articulação com ações de vigilância em saúde pública.
Objetivos
Observar e compreender o papel do LACEN/BA na vigilância em saúde, identificar os fluxos de entrada de amostras e notificações, conhecer os sistemas de informação utilizados, além de refletir sobre a integração entre a vigilância laboratorial e outras áreas do SUS.
Metodologia
Como residente em Vigilância em Saúde, acompanhei de forma observacional e formativa as rotinas do LACEN/BA, com foco nos fluxos laboratoriais, sistemas GAL e articulações institucionais. Participei de acolhimentos, capacitações e discussões com profissionais, acompanhando demandas de vigilância de agravos como arboviroses, infecções respiratórias dentre outros. A experiência reforçou a importância do laboratório como elo estratégico entre diagnóstico e ação em saúde pública.
Resultados
A vivência permitiu compreender os desafios e a relevância da vigilância laboratorial na saúde pública, evidenciando como os fluxos laboratoriais impactam a resposta a eventos. Reforçou-se a importância da integração entre vigilância epidemiológica e laboratorial, além do trabalho intersetorial. A experiência contribuiu para reflexões críticas sobre condições de trabalho, logística e o papel do Estado na garantia da saúde como direito.
Análise Crítica
A vivência no LACEN possibilitou compreender a complexidade da vigilância em saúde, destacando a importância do planejamento e precisão no diagnóstico laboratorial. Foram identificados desafios como sobrecarga de demanda, limitações estruturais e falhas na comunicação entre serviços. A formação em serviço mostrou-se potente na construção de um olhar sistêmico, evidenciando o papel dos dados laboratoriais no monitoramento de agravos e definição de estratégias de controle.
Conclusões e/ou Recomendações
A vivência no LACEN evidencia a vigilância laboratorial como suporte técnico-estratégico à saúde pública. É essencial fortalecer a integração entre níveis de vigilância, qualificar fluxos de informação e melhorar condições de trabalho. Para residentes, essas experiências devem ser ampliadas, pois promovem formação crítica, integrando o saber técnico do SUS à atuação territorial e coletiva.
A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO ARTICULADO EM VIGILÂNCIA EM SAÚDE: EXPERIÊNCIA NA CONDUÇÃO DE CASOS DE SUSPEITA DE SARAMPO EM UMA ÁREA PROGRAMÁTICA DO RIO DE JANEIRO
Pôster Eletrônico
1 SMSRJ
Período de Realização
Atuação da equipe da vigilância em saúde frente ao contexto do sarampo, de 2020 até 2025
Objeto da experiência
Fortalecimento dos processos de trabalho articulados para detecção, investigação e monitoramento de casos suspeitos de sarampo na vigilância em saúde
Objetivos
Aprimorar a integração entre os componentes da vigilância em saúde, a partir da vigilância epidemiológica e imunização, visando fortalecer a capacidade de resposta aos casos suspeitos de sarampo, com fluxos de trabalho viáveis para a Atenção Primária à Saúde e reduzindo os riscos de transmissão
Metodologia
Diante do risco de disseminação do sarampo, estruturou-se processos articulados entre a equipe da vigilância epidemiológica e imunização. Unidades de saúde foram capacitadas quanto a sensibilidade na notificação e a condução oportuna dos casos a partir de buscas mensais através de revisão de prontuário, busca ativa de casos em territórios e escolas. Reuniões técnicas garantiram o alinhamento das ações e o monitoramento informatizado e compartilhado otimizou a gestão de dados e tomada de decisão
Resultados
Houve melhora significativa na sensibilidade da identificação de casos suspeitos e a notificação oportuna de casos, tornando a área programática com maior número de notificações do município. As ações no território favoreceram a melhoria da qualidade da vigilância em saúde. Ademais, consolidou-se uma cultura organizacional pautada na cooperação compartilhada entre as equipes e na qualificação dos processos de trabalho
Análise Crítica
A experiência demonstrou que a articulação entre diferentes componentes do sistema de saúde é determinante para a efetividade das ações de vigilância e controle de doenças imunopreveníveis. Destacou-se a importância da capacitação das equipes e na manutenção de canais de comunicação eficientes. Contudo, a rotatividade de profissionais e a sobrecarga das equipes constituem desafios persistentes, exigindo estratégias de gestão que assegurem a sustentabilidade das ações
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que processos de trabalho articulados potencializam a capacidade de resposta das redes locais de saúde frente a eventos epidemiológicos relevantes, como o sarampo. Recomenda-se a institucionalização de fluxos integrados, a capacitação permanente das equipes e o fortalecimento das estruturas de vigilância, a fim de consolidar práticas sustentáveis e resilientes na prevenção e controle de doenças imunopreveníveis
VIGILÂNCIA COMO FERRAMENTA DE CUIDADO: EXPERIÊNCIA NA ANÁLISE DE VIOLÊNCIAS NA RESIDÊNCIA EM SAÚDE COLETIVA EM PALMAS - TO
Pôster Eletrônico
1 FESP
Período de Realização
Março de 2024 a Março de 2025, Área Técnica Causas Externas na Secretaria Municipal de Saúde Palmas - TO.
Objeto da experiência
Relatar a atuação de residentes em Saúde Coletiva na vigilância das violências, com foco na qualificação dos dados e cuidado às vítimas.
Objetivos
Apresentar vivências e reflexões da atuação de residentes em Saúde Coletiva na vigilância em saúde, com ênfase na análise das notificações de violências, destacando desafios, estratégias e o potencial da vigilância como ferramenta de cuidado, articulação e planejamento em saúde.
Descrição da experiência
A atuação dos residentes na Área Técnica de Causas Externas da Secretaria Municipal de Saúde de Palmas, com foco na qualificação das notificações de violências. As atividades envolveram análise de fichas do SINAN, produção de boletins e infográficos, articulação com a rede de atenção, ações educativas e participação em campanhas como Maio Amarelo, Maio Laranja e Setembro Amarelo. Também houve atuação no VIVA Inquérito e organização de eventos, integrando vigilância, cuidado e educação em saúde.
Resultados
A atuação resultou em produtos técnicos como boletins e infográficos, ampliação da qualidade das notificações e fortalecimento das discussões sobre saúde mental e violências no município. As atividades contribuíram para a sensibilização da rede de saúde e assistência, apesar dos desafios estruturais enfrentados: notificações incompletas, sistemas fragmentados, carência de recursos e fragilidade dos fluxos intersetoriais. A vigilância se revelou potente na produção de cuidado e na gestão em saúde.
Aprendizado e análise crítica
A experiência permitiu compreender a vigilância como ferramenta estratégica para identificar vulnerabilidades, planejar ações e fortalecer o cuidado. Atuando diretamente com dados sensíveis e contextos de sofrimento, proporcionou o desenvolvimento de competências em análise crítica, produção de informação e articulação em rede. No entanto, a vivência também evidenciou desafios como a subnotificação, dificuldades técnicas e a urgente necessidade de educação permanente nos serviços.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se o fortalecimento da vigilância em saúde enquanto prática integrada ao cuidado e à educação permanente. É essencial investir na qualificação das notificações, sensibilizar profissionais sobre seu papel no processo e estruturar melhor os sistemas de informação. A experiência aponta para a necessidade de consolidar fluxos entre os setores e reconhecer a vigilância como espaço legítimo de escuta, acolhimento e transformação das realidades.
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS ÓBITOS MATERNOS DA AP 3.2 NO MUNICÍPIO DO RJ
Pôster Eletrônico
1 DVS 3.2/ SVS/Rio de Janeiro
2 Coordenação 3.2/ SMS/ Rio de janeiro
Período de Realização
1º de janeiro de 2020 a 01 de junho de 2025
Objeto da experiência
Vigilância de óbito materno na Área Programática 3.2
Objetivos
Realizar uma análise epidemiológica dos óbitos maternos da Área Programática 3.2 do Município do Rio de Janeiro entre os anos de 2020 a 2025. Avaliar variáveis pertinentes à saúde, além de contexto social.
Descrição da experiência
A mortalidade materna é um indicador crítico da qualidade dos serviços de saúde, refletindo disparidades na assistência, especialmente no que se refere a idade materna, raça/etnia, comorbidades e impacto de crises sanitárias como a COVID‑19. Ao realizar a vigilância dos óbitos é possível analisar variáveis epidemiológicas, incluindo as disparidades raciais e etárias que embasam a tomada de decisões e construção de políticas voltadas para a área.
Resultados
A AP 3.2 registrou aumento na mortalidade materna, no ano de 2020 a RMM foi de 121.5/100.000 NV, em 2021 foi de 146.3/100.000 NV e no ano de 2022 houve uma redução para 60.2/100.000 NV, influenciada pela pandemia e agravada por desigualdades raciais e sociais, seguida da queda na razão no ano de 2022, e consequente aumento no ano de 2023. As causas básicas prevalentes refletem as falhas na assistência hospitalar e no acompanhamento puerperal das mulheres.
Aprendizado e análise crítica
Embora tenha havido melhoras no acesso e investigação, persistem lacunas significativas nos serviços de saúde, como diagnósticos tardios, falhas na vigilância pré-natal, assistência hospitalar e especializada, dentre outras. Intervenções específicas foram realizadas na área, com destaque na inclusão de enfermeiras obstétricas para compor a Equipe Multiprofissional na Atenção Primária à Saúde (e-multi) da área e presença da equipe técnica da Maternidade de referência.
Conclusões e/ou Recomendações
É primordial mudanças estruturais para alteramos o quadro atual de óbitos maternos. A introdução de enfermeiras obstétricas permitiu a revisão de práticas obstétricas, melhorar a formação dos profissionais assistenciais, além de aprimorar a infraestrutura de atendimento. Desta forma, fica claro que a tomada de decisões e novas práticas, baseados em análises oportunas e de qualidade possibilitam a ampliação do olhar e da prática assistencial.
IMPLANTAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO SANITÁRIO EM VASSOURAS-RJ: OTIMIZAÇÃO DO LICENCIAMENTO E AÇÕES DA VISA MUNICIPAL
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal de Vassouras
Período de Realização
Janeiro de 2022 a abril de 2025
Objeto da experiência
Implantação da classificação de risco sanitário no licenciamento de empresas do município de Vassouras-RJ.
Objetivos
Sistematizar dados técnicos, normativos e bibliográficos sobre risco sanitário; aplicar a classificação em empresas locais; melhorar a gestão das ações da vigilância sanitária municipal.
Descrição da experiência
Até 2022, o licenciamento sanitário em Vassouras era realizado sem categorização de risco por atividade econômica, dificultando a priorização e sobrecarregava a equipe. A partir de 2023, iniciou-se a sistematização baseada na Resolução SES nº 2191/2020 e cruzamento com as atividades das empresas descritas no CNPJ. Foi elaborada uma planilha com a identificação da atividade principal de categorização. Fiscais participaram de oficinas oferecidas pelo estado para implementação dessa nova normativa.
Resultados
A aplicação da classificação permitiu agilizar a dispensa de licenciamento do baixo risco, priorizar inspeções e licenciamento em médio e alto risco e organizar os fluxos internos da VISA. O tempo de tramitação reduziu significativamente. Foram identificados setores críticos como alimentos preparados e serviços para saúde. A nova forma de trabalho possibilitou relatório técnico de empresas por grau de risco, caminhos para revisão de normativas, rotinas e aumento do nível sanitário do município.
Aprendizado e análise crítica
Apesar dos avanços, ainda existem lacunas como necessidade de atualização de código sanitário e dificuldades técnicas sobre CNAE. A Lei da Liberdade Econômica trouxe desafios para o controle de MEIs de alto risco, que podem ser dispensados de licenciamento. A experiência evidenciou a necessidade de articulação intersetorial, atualização normativa e fortalecimento da VISA para garantir equilíbrio entre desburocratização e proteção da saúde pública para toda a população assistida.
Conclusões e/ou Recomendações
A classificação de risco mostrou-se eficaz para reorganizar o licenciamento sanitário e qualificar a fiscalização municipal. Recomenda-se seu uso rotineiro, com produção de instrumentos técnicos, capacitação contínua e diálogo com o setor regulado. A metodologia pode ser útil a pequenos municípios do RJ com desafios semelhantes, respeitando suas realidades e marcos legais.
MONITORAMENTO DE TRABALHADORES EXPOSTOS À IAAP NO DF POR MEIO DO GO.DATA: EXPERIÊNCIA DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA EM CONTEXTO DE SAÚDE ÚNICA
Pôster Eletrônico
1 Organização Pan-Americana de Saúde
2 Escola de Governo da Fiocruz Brasília
3 Secretaria de Saúde do Distrito Federal
Período de Realização
Do primeiro contato com os expostos até o fim do monitoramento: 29/05/2025 até 02/06/2025.
Objeto da experiência
Uso do software Go.Data para monitoramento dos expostos à ave confirmada para Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) no Distrito Federal (DF)
Objetivos
Relatar a experiência do uso do Go.Data pela vigilância epidemiológica do DF no monitoramento de trabalhadores expostos à ave silvestre confirmada para IAAP no DF.
Descrição da experiência
Após a notificação de ave suspeita de IAAP no DF, a vigilância epidemiológica identificou e orientou os trabalhadores que tiveram contato direto com o animal, avaliando o uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e a presença de sintomas gripais, por dez dias após a exposição. O monitoramento foi realizado pelo Go.Data, conforme diretrizes do Ministério da Saúde. A ave foi posteriormente confirmada para IAAP, sem registro de infecções humanas associadas.
Resultados
Após a notificação do animal suspeito, a vigilância iniciou o monitoramento dos 5 trabalhadores expostos à IAAP em 23/05/2025, na ocasião da morte de ave no Zoológico de Brasília. O Go.Data foi utilizado para registrar a ave e os seus respectivos contatos, com atualização do estado de saúde dos trabalhadores expostos a cada 2 dias, conforme protocolo. Todos foram cadastrados e acompanhados até 02/06/2025. A plataforma proporcionou organização das informações e rastreabilidade dos expostos.
Aprendizado e análise crítica
Em eventos como a IAAP, o Go.Data mostrou-se útil para organizar o acompanhamento de contatos humanos. Sua capacidade de vincular animais suspeitos como “caso inicial” é um diferencial em cenários de epizootias. No entanto, a utilização do sistema exige equipamentos mínimos e capacitação técnica, o que pode limitar sua adoção ampla pelos serviços locais de vigilância. Ainda assim, é uma ferramenta com potencial para outros agravos.
Conclusões e/ou Recomendações
A aplicação do Go.Data pela vigilância do DF reforça sua utilidade como ferramenta para o monitoramento de contatos expostos à IAAP. Além de cumprir as recomendações do Ministério da Saúde, a experiência demonstrou que o sistema pode ser incorporado a outras situações de vigilância, respeitando o conceito de saúde única. Recomenda-se ampliar o treinamento dos profissionais e fortalecer a infraestrutura para uso contínuo da plataforma.
ARTICULAÇÃO ENTRE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, AMBIENTAL, LACEN, EPIDEMIOLÓGICA, CIEVS E ATENÇÃO PRIMÁRIA NO CONTROLE DO SURTO DE DDA EM UM MUNICÍPIO NA BAHIA
Pôster Eletrônico
1 SESAB/NRS OESTE/BRS-Ibotirama
2 SMS de Guanambi
3 SESAB/NRS-SO/BRS-GUANAMBI
Período de Realização
20 de outubro a 4 de novembro de 2024
Objeto da experiência
Integração da VISA, VSA, LACEN, epidemiológica, CIEVS e atenção primária para investigar e controlar o surto de DDA em um município na Bahia
Objetivos
Investigar o surto de DDA em um município da Bahia; avaliar a qualidade da água com apoio do LACEN, identificar patógenos, articular ações entre VISA, VSA, epidemiológica, CIEVS e atenção primária, e propor medidas para controle e prevenção, garantindo a saúde da população e a potabilidade da água.
Metodologia
Entre 20 de outubro e 4 de novembro de 2024, um município da (BA) registrou um surto de DDA (894-1.340 casos). A vigilância sanitária e ambiental identificou falhas na ETA, com amostras analisadas pelo LACEN confirmando contaminação. A vigilância epidemiológica e CIEVS monitoraram casos, enquanto a atenção primária orientou a população. A baixa adesão limitou coletas de fezes. A SESAB coordenou ações intersetoriais, recomendando adequações na ETA e vigilância contínua.
Resultados
O LACEN confirmou contaminação da água por Chromobacterium violaceum, Rotavirus e outros patógenos, indicando falhas na ETA. A vigilância sanitária e ambiental identificou problemas estruturais, enquanto a epidemiológica monitorou casos. A atenção primária distribuiu hipoclorito, mas a baixa adesão dificultou análises. A articulação intersetorial, com suporte do LACEN, permitiu ações rápidas, como suspensão do consumo de água e recomendações para adequação do sistema.
Análise Crítica
A integração entre vigilância sanitária, ambiental, LACEN, epidemiológica CIEVS e atenção primária foi crucial, mas revelou desafios como baixa adesão e falhas no SIVEP-DDA. O LACEN identificou patógenos, enquanto as vigilâncias apontaram falhas na ETA. A atenção primária precisa de maior engajamento comunitário. A experiência destaca a importância de ações coordenadas pelo CIEVS e do papel do LACEN na análise laboratorial para prevenir surtos.
Conclusões e/ou Recomendações
O surto de DDA em um município da Bahia evidenciou a necessidade de articulação entre vigilância sanitária, ambiental, LACEN, epidemiológica, CIEVS e atenção primária. Recomenda-se: adequar a ETA, manter cloro residual, intensificar educação em saúde, distribuir hipoclorito, monitorar casos, qualidade da água e corrigir falhas no SIVEP-DDA. Ações integradas são cruciais para respostas rápidas frente a emergência em saúde pública e garantir água potável.
EDUCAÇÃO PERMANENTE COMO ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DAS EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA NA BAHIA: EXPERIÊNCIA DO CURSO DE INVESTIGAÇÃO DE SURTOS/EPIDEMIAS PARA REDE CIEVS
Pôster Eletrônico
1 CIEVS Bahia
Período de Realização
De maio a setembro de 2025, englobando três edições presenciais macrorregionais.
Objeto da experiência
Capacitação de profissionais da Vigilância em Saúde para investigar surtos e epidemias e responder a emergências em saúde pública de forma oportuna.
Objetivos
Capacitar profissionais para compreender os fundamentos epidemiológicos das etapas de investigação de surtos e epidemias, identificar precocemente modos de propagação, fontes de transmissão e agentes etiológicos, e desenvolver competências e estratégias de prevenção, mitigação e resposta eficaz.
Descrição da experiência
O curso “Investigação de Surtos e Epidemias” do CIEVS Bahia utilizou metodologias ativas e a aprendizagem baseada em problemas, inserindo os treinandos em problemas, cenários reais, considerando a articulação entre os níveis da rede. Planejado em três edições presenciais, com participação de 75 profissionais, contemplando os nove Núcleos Regionais de Saúde do estado, com foco em doenças respiratórias, diarreicas, transmitidas pela água, exantemáticas, hepatites, leptospirose e toxoplasmose.
Resultados
O curso gerou aprimoramento técnico através da utilização de ferramentas e instrumentos para o fortalecimento da resposta coordenada e maior articulação regional, aumentando a eficiência, produtividade e qualidade do trabalho prestado. Os participantes relataram ganhos significativos em competências técnicas para a identificação e resposta oportuna a surtos e epidemias, reduzindo os impactos na população, promovendo um ambiente colaborativo, reforçando a integração entre os níveis da vigilância.
Aprendizado e análise crítica
A realização do curso nas regionais de saúde otimizou a logística, ampliou a adesão e promoveu uma atuação mais prática e contextualizada dos profissionais. A proximidade com os territórios favoreceu o engajamento e a troca de experiências, evidenciando que a educação permanente em saúde deve ser planejada com base nas reais demandas da vigilância em saúde. Observou-se a relevância da capacitação prática e contínua como ferramenta essencial para o fortalecimento do sistema de resposta rápida.
Conclusões e/ou Recomendações
O curso reafirmou a educação permanente como pilar da resposta às emergências em saúde pública, fortalecendo a Rede CIEVS Bahia. Recomenda-se sua institucionalização periódica, com novas temáticas e públicos estratégicos. A abordagem locorregional deve ser mantida e ampliada como estratégia de qualificação prática. Como produto, destaca-se a construção de ferramenta padronizada e validada para acompanhar surtos e epidemias no estado da Bahia.
UM RELATO DE CASO “SURTO DE DIARREIA E VÔMITOS ASSOCIADO AO USO DE ÁGUAS RECREATIVAS” DEMONSTRANDO A EFICÁCIA DO PROGRAMA VIGIMINAS.
Pôster Eletrônico
1 SES MG
2 Secretaria Municipal de Saúde de Buritizeiro, Buritizeiro, MG, Brasil
Período de Realização
O caso ocorreu no mês de abril de 2025.
Objeto da experiência
Verificar a eficácia do programa VigiMinas.
Objetivos
Demonstrar e avaliar a eficácia do programa VigiMinas frente a uma urgência em saúde pública, identificar a fonte de contaminação, prevenir futuros surtos, educar e alertar a população e profissionais de saúde e contribuir para a promoção da saúde pública.
Descrição da experiência
Um surto de diarreia e vômito, ocorrido no mês de abril de 2025, foi reportado à Gerência Regional de Saúde de Pirapora. A suspeita principal era água contaminada da piscina, por ingestão acidental. Quatro adolescentes foram internados com quadro severo de vômitos e diarreia.
Resultados
A Vigilância Sanitária de Buritizeiro realizou inspeção sanitário no clube, coletou amostras da água da piscina para análise microbiológica. Foi detectado a presença da bactéria Escherichia coli, microrganismo responsável por produzir toxinas que danificam o cólon e causam inflamação intestinal grave.
O estabelecimento foi interditado cautelarmente, notificado a realizar tratamento da água e a apresentar análise da água, comprovando qualidade para o uso em recreação.
Aprendizado e análise crítica
Diante da necessidade de maior monitoramento foi elaborado um planejamento estratégico integrado e sistemático, estabelecendo um fluxo de acompanhamento dos estabelecimentos que possuem água de uso recreativo. Semestralmente será realizada análise físico/química e microbiológica da água no laboratório do SAAE de Buritizeiro com caráter orientativo e de rastreamento, caso seja detectado alguma anormalidade, será coletada amostras para análise fiscal em laboratório oficial (FUNED).
Conclusões e/ou Recomendações
Foi demonstrado a eficácia do Programa VigiMinas, através da articulação entre a vigilâncias da regional e municipal, permitindo uma resposta rápida e efetiva, uma investigação bem-sucedida, identificação da fonte, planejamento e programação futura para prevenir novos surtos.
A ESQUISTOSSOMOSE LEVADA A SÉRIO: MONITORAMENTO, TRATAMENTO E INTEGRAÇÃO ENTRE VIGILÂNCIA E ATENÇÃO BÁSICA EM SANTANA DO MUNDAÚ – AL
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Saúde de Santana do Mundaú
Período de Realização
Implementação contínua desde janeiro de 2017, com manutenção ativa das ações até os dias atuais.
Objeto da experiência
Avaliação e aprimoramento no Controle da Esquistossomose no Municipio de Santana do Mundaú
Objetivos
Avaliar dados epidemiológicos de Santana do Mundaú (2017-2024), planejar ações e propor recomendações para prevenção, diagnóstico e tratamento da esquistossomose no município.
Descrição da experiência
O município de Santana do Mundaú-AL, endêmico para esquistossomose, implementou desde 2017 estratégias integradas entre Atenção Básica e Vigilância em Saúde para garantir tratamento precoce aos casos positivos, com cobertura superior a 90%. O processo envolveu planejamento, capacitação das equipes, reuniões periódicas e busca ativa de pacientes, resultando em melhoria no acompanhamento, tratamento e redução da incidência da doença.
Resultados
Entre 2017 e 2024, foram realizados em média 2.439 exames/ano, com absenteísmo médio de 33,88%. Foram diagnosticados 568 casos positivos, com taxa média de positividade de 5,79%. O percentual de pacientes tratados ultrapassou 90% na maioria dos anos, exceto em 2020 (68,44%). Houve diminuição da incidência e adesão crescente às estratégias integradas.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância da integração entre Vigilância em Saúde e Atenção Básica para controle da esquistossomose. Identificaram-se barreiras como absenteísmo e dificuldades em áreas rurais, reforçando necessidade de estratégias contínuas de educação em saúde e suporte logístico para garantir cobertura dos exames e tratamento oportuno.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se intensificar campanhas educativas, garantir insumos e suporte laboratorial, fortalecer busca ativa e monitoramento sistemático. A integração intersetorial e capacitação contínua das equipes são fundamentais para a redução da transmissão e melhora do cenário epidemiológico da esquistossomose em Santana do Mundaú.
SURTO DE HEPATITE A: INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA COMO FERRAMENTA PARA O APRIMORAMENTO DAS PRÁTICAS EM SAÚDE
Pôster Eletrônico
1 SECRETARIA MUNICIPAL DE SAUDE CURITIBA
2 SECRETARIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE CURITIBA
Período de Realização
A investigação iniciou em fevereiro de 2024 até fevereiro 2025.
Objeto da experiência
Investigação, monitoramento dos casos e estudos epidemiológicos do surto de hepatite A no município de Curitiba, Paraná.
Objetivos
Investigar e identificar os fatores de exposição associados à infecção por Hepatite A; descrever os conhecimentos e práticas; estimar a prevalência do agravo e descrever características dos casos graves; investigar o perfil genotípico do vírus circulante
Metodologia
Após a identificação do aumento dos resultados de exames hepáticos alterados, aliado à notificação de dois casos de hepatite A fulminante, iniciou-se a investigação do surto. Medidas adotadas: avaliação dos casos; alerta a todos os serviços de saúde e à população; realizada ações intersetoriais com a vigilância ambiental para verificar a qualidade da água; georreferenciamento dos casos; elaboração e aplicação de inquérito e estudos epidemiológicos, bloqueio de contatos e vacinação em pessoas em PrEP.
Resultados
Foram notificados 564 casos, com idade de 20 a 39 anos, 73% do sexo masculino, como orientação homossexual ou bissexual, raça branca, ensino médio completo. Do total, mais de 40% são PVHA; 60% necessitaram de internamento (2,3% em UTI). Houve 5 óbitos e 2 transplantes hepáticos. Análises moleculares evidenciaram a circulação de estirpes relacionados às sequências de surtos ocorridos em anos anteriores em diferentes países do mundo.
Análise Crítica
Os estudos demonstraram que o surto estava relacionado às práticas sexuais; que a prevalência de óbitos em pessoas em situação de rua foi 9,7 vezes maior; que há baixo conhecimento sobre o tema entre adolescentes escolares; que a soroprevalência para IgG em crianças de 10 a 14 anos foi baixa comparativamente a literatura para Curitiba. O bloqueio vacinal, a ampliação do público-alvo para vacinação e as boas coberturas vacinais são medidas que impactaram na contenção do surto.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se intensificar as ações de vigilância e educação em saúde, incluindo as práticas sexuais seguras e comportamentos de risco e a importância da vacinação; direcionar oportunamente as pessoas em situação de rua aos serviços de saúde. Conclui-se que a investigação contribuiu para a ampliação vacina de hepatite A para pessoas em PrEP nacionalmente de forma a ampliar a prevenção do agravo e evitar/controlar o aumento de casos em adultos.
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DOS PLANOS DE AÇÃO MUNICIPAIS PARA FORTALECIMENTO DA VIGILÂNCIA DAS CAUSAS EXTERNAS, EM MINAS GERAIS
Pôster Eletrônico
1 SES MG
Período de Realização
Os planos de ação municipais tiveram vigência de janeiro de 2022 a dezembro de 2024.
Objeto da experiência
Fortalecimento da vigilância das causas externas (violências e acidentes de trânsito) em Minas Gerais a partir da instituição de incentivo financeiro.
Objetivos
Fortalecer as ações de vigilância das causas externas (violências e acidentes de trânsito) em Minas Gerais;
Analisar a elaboração e a implementação dos planos de ação municipais.
Descrição da experiência
Avaliação da implementação de incentivo financeiro, por meio de resolução estadual, para fortalecer a vigilância das causas externas, nos municípios de Minas Gerais, considerando o impacto no perfil de morbimortalidade da população. A execução do recurso foi vinculada à elaboração de planos de ação municipais nos eixos de vigilância das causas externas (violência, violência sexual e acidentes de trânsito), cuidado integral, articulação interinstitucional e mobilização social/educação em saúde.
Resultados
O incentivo financeiro foi repassado por meio da Resolução SES/MG nº 7.732, de 22 de setembro de 2021, com o objetivo de fortalecer a vigilância das causas externas nos municípios de Minas Gerais. Para adesão à resolução, os municípios elaboraram um plano de ação contendo 22 ações, cuja meta era de 90% de execução. Como estratégia de monitoramento foi elaborado um painel para inserção do status de cumprimento de cada ação, além de envio de comprovantes de sua execução.
Aprendizado e análise crítica
O repasse do incentivo financeiro potencializou a realização das ações e a execução dos planos de ação municipais foi uma importante estratégia que permitiu a priorização das ações planejadas e a inclusão da vigilância das causas externas nos instrumentos de gestão municipal. O monitoramento foi realizado em conjunto com as Unidades Regionais de Saúde para 848(99,4%) municípios. Fatores como sobrecarga de trabalho e alta rotatividade profissional limitaram o monitoramento de todos os municípios.
Conclusões e/ou Recomendações
A implementação das ações previstas nos eixos do plano de ação foi um avanço, considerando que foi a primeira vez em que houve repasse de recurso financeiro para fortalecimento e estruturação da vigilância de causas externas no território. Dentre as ações propostas, destacam-se o monitoramento da distribuição dos casos de violência e a adoção de estratégias de promoção da equidade no acesso aos serviços e capacitação dos profissionais de saúde.
INTEGRAÇÃO DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE E ATENÇÃO BÁSICA NO APOIO A MUNICÍPIOS PRIORITÁRIOS DO PROGRAMA VACINA BAHIA – REGIÃO LESTE, 2023 A 2025
Pôster Eletrônico
1 SESAB
Período de Realização
Fevereiro de 2023 a junho de 2025, com ações organizadas em etapas nos municípios prioritários da Região Leste
Objeto da experiência
Apoio técnico integrado da Vigilância em Saúde e Atenção Básica aos municípios prioritários do Programa Vacina Bahia.
Objetivos
Fortalecer a cobertura vacinal por meio da integração das áreas técnicas regionais (VISA, VIEP e AB) no apoio à qualificação das ações municipais de imunização.
Descrição da experiência
O projeto foi dividido em três etapas: diagnóstico situacional das unidades de saúde e coordenações municipais; apoio regional à realização do Dia D da campanha de vacinação contra Influenza; e inspeções sanitárias em salas de vacina com base em normativas da ANVISA. As atividades foram realizadas pelas equipes regionais com participação ativa dos profissionais locais.
Resultados
A primeira etapa foi concluída parcialmente, identificando falhas em infraestrutura, recursos e processos. No Dia D, foi evidente a necessidade de reestruturação da Rede de Frio e qualificação das salas de vacina. As inspeções previstas na terceira etapa visam aprofundar o diagnóstico e orientar a gestão para ações estruturantes e de educação permanente.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância da atuação intersetorial para qualificar os serviços de imunização. As visitas permitiram uma visão ampliada dos fatores que comprometem as metas vacinais, reforçando a necessidade de apoio técnico contínuo e diálogo com os gestores municipais.
Conclusões e/ou Recomendações
O apoio regional integrado mostrou-se estratégico para identificar fragilidades e propor soluções viáveis. Recomenda-se a continuidade dessa abordagem, com fortalecimento da capacitação permanente, melhoria da estrutura física e institucionalização de rotinas de monitoramento e avaliação.
INTEGRAÇÃO ENTRE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E APS NO ENFRENTAMENTO DA TUBERCULOSE EM PORTO VELHO: QUALIFICAÇÃO, MONITORAMENTO
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal de Rondônia
2 Secretaria Municipal de Saúde
Período de Realização
Março de 2025 até o presente momento (junho de 2025).
Objeto da experiência
Fortalecimento das ações de vigilância epidemiológica e qualificação do cuidado aos casos de Tuberculose (TB) em um Estado da Amazônia Ocidental.
Objetivos
Aprimorar a articulação entre a vigilância epidemiológica e a APS no acompanhamento da tb, fortalecer a adesão ao tratamento e qualificar o uso da informação, por meio de estratégias educativas, boletins de monitoramento e refletir sobre estigmas e barreiras profissionais no manejo da doença.
Metodologia
Experiência ocorre no Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Porto Velho, no Programa de Tuberculose, com atuação como residente em Saúde da Família. As ações envolvem qualificação e digitação de fichas, envio de boletins via e-mail e entrega física, além de visitas técnicas. A comunicação é fragmentada, com perdas de dados. Está em fase de aprovação a implantação de planilha digital compartilhada para centralizar as informações.
Resultados
Foi possível identificar fragilidades na devolutiva dos boletins pelas unidades, com registros incompletos, ausentes ou até mesmo sem devolutivas. As visitas às unidades revelaram também a falta de conhecimento sobre a doença e em alguns o receio em ter contato com os pacientes com TB, motivados por estigmas e medo de contágio. Apesar disso houve maior abertura ao diálogo e valorização das ações de vigilância nas unidades com visitas frequentes.
Análise Crítica
A experiência evidenciou que a ausência de fluxos padronizados e ferramentas digitais dificulta a continuidade do cuidado. O estigma entre os profissionais da APS em relação à tuberculose compromete a humanização e adesão ao TDO. A vigilância tem papel essencial como ponte entre dados, educação e apoio técnico às unidades. A construção de confiança e o enfrentamento do medo são estratégias tão importantes quanto a melhoria dos sistemas de informação.
Conclusões e/ou Recomendações
A integração entre vigilância e APS é essencial no enfrentamento do abandono da tuberculose. Recomenda-se a adoção de sistemas digitais e ações educativas para reduzir estigmas entre profissionais. A vigilância deve atuar como parceira no cuidado, contribuindo na formação e no suporte às equipes de saúde.
PERCURSO ESTRUTURADO PARA ELABORAR MATERIAL DE ENSINO EM APOIO À FORMAÇÃO EM EPIDEMIOLOGIA PARA GESTORES
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde
Período de Realização
de 2023 a 2025
Objeto da experiência
Anualmente, ocorre o curso Programa Certificado de Epidemiologia para Gestores (PCE), parceria entre o MS, a OPAS e a Univ. Johns Hopkins (JHU).
Objetivos
Objetivo: Elaborar texto didático a partir de monografias produzidas no curso PCE 2023, curso consolidado na área de epidemiologia de gestão.
Descrição da experiência
A partir da metodologia do curso PCE e das monografias geradas na turma de 2023 foi elaborado material didático específico. Os professores responsáveis pelo curso elaboram o capítulo introdutório, explicando a metodologia e seus aspectos diferenciadores. Quatro pontos focais, um para cada monografia, juntamente com seus respectivos tutores/orientadores, revisaram as quatro monografias, que haviam sido aprovadas pela JHU, em novembro de 2023.
Resultados
Foi elaborado material didático (livro) contendo capítulo inicial com explicação sobre a importância da metodologia de gestão e os passos para elaboração de projeto de intervenção, chamado Projeto de Saúde Pública (PSP), com o detalhamento para elaboração de cada uma das 10 seções que o compõe, incluindo, por exemplo: Características da equipe do projeto de saúde pública; Magnitude do problema; Implementação e avaliação da intervenção e/ou política; Saúde e direitos humanos.
Aprendizado e análise crítica
O texto publicado contém, além do capítulo de explicação do método dp PSP, as quatro monografias da turma de 2023. O livro encontra-se disponível na Biblioteca Virtual em Saúde: “Programa de epidemiologia para gestores de saúde : metodologia consolidada para resolução de problemas de saúde pública”, nas versões em português e espanhol:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/programa_epidemiologia_gestores_saude2ed.pdf
Conclusões e/ou Recomendações
O material didático é uma contribuição à formação em epidemiologia para gestão. Colabora com a transparência da aplicação de investimentos públicos na ação.
NOTIFICAÇÃO DE FEBRE AMARELA: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM SAÚDE PÚBLICA
Pôster Eletrônico
1 FAAMA
Período de Realização
Relato vivenciado em abril de 2023 pela equipe de vigilância epidemiológica municipal.
Objeto da experiência
Notificação de caso suspeito de Febre Amarela e resposta da equipe de vigilância em saúde pública.
Objetivos
Relatar a experiência vivida pela equipe de vigilância epidemiológica diante da notificação de um caso suspeito de Febre Amarela, destacando as ações adotadas e os aprendizados relacionados à prevenção e controle da doença.
Metodologia
Relato da atuação da equipe de vigilância epidemiológica de um município paraense frente à notificação de um caso suspeito de FA em abril de 2023. A experiência envolveu visitas domiciliares, bloqueio vacinal e observação participante, aliadas à revisão de literatura em saúde pública.
Resultados
As equipes foram divididas em três grupos para atuar em um raio de 500 metros com busca ativa, vacinação e orientação sobre a FA e o calendário vacinal. Houve abordagem educativa junto à população visando à conscientização sanitária e aumento da cobertura vacinal contra a Febre Amarela.
Análise Crítica
A vivência reforçou a importância da notificação imediata de FA, doença endêmica na região Amazônica, e o papel dos profissionais de saúde em informar sobre sinais clínicos e doenças que devem ser descartadas, como dengue, malária e leptospirose.
Conclusões e/ou Recomendações
Recomenda-se evitar uso de AAS, anti-inflamatórios e paracetamol. A FA é grave, porém evitável com vacinação. A baixa cobertura vacinal aumenta a vulnerabilidade coletiva, sendo essencial intensificar campanhas informativas em áreas urbanas e rurais.
PROJETO VIGILÂNCIA NA RODA: INTEGRAÇÃO ENTRE ASSISTÊNCIA, GESTÃO E NÚCLEO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA EM MATERNIDADE PÚBLICA DO RIO DE JANEIRO
Pôster Eletrônico
1 HMCD/SMSRJ
2 IESC/UFRJ
Período de Realização
Janeiro de 2023 a junho de 2025, com atividades em curso no Hospital Maternidade Carmela Dutra.
Objeto da experiência
Integração do Núcleo Hospitalar de Vigilância Epidemiológica com setores assistenciais e gestão na maternidade.
Objetivos
Fortalecer a gestão e a prática da Vigilância Epidemiológica Hospitalar, promovendo integração entre profissionais assistenciais, setores estratégicos e gestão, visando ampliar a notificação, detecção precoce de eventos de interesse em saúde pública e apoiar políticas de cuidado equitativo.
Descrição da experiência
No Hospital Maternidade Carmela Dutra, o Núcleo Hospitalar de Vigilância Epidemiológica implantou o Projeto Vigilância na Roda. Foram organizados boletins epidemiológicos, reuniões intersetoriais, capacitações periódicas, integração com comissões de controle de infecção e núcleo de segurança do paciente, análise de óbitos, revisão de prontuários e articulação com vigilâncias externas, envolvendo profissionais assistenciais, residentes e graduandos de Saúde Coletiva.
Resultados
A experiência possibilitou melhoria na notificação oportuna de doenças, maior interação entre setores, fortalecimento da análise de dados de morbimortalidade e adesão de profissionais à cultura de vigilância em saúde. Houve aumento na qualidade das informações epidemiológicas utilizadas para subsidiar decisões de gestão e cuidado, além de maior participação em comissões e reuniões estratégicas, promovendo resposta mais eficaz aos eventos de saúde pública.
Aprendizado e análise crítica
Evidenciou-se que a vigilância epidemiológica hospitalar, quando integrada de forma horizontal, potencializa o uso de informações para gestão e assistência, contribuindo para reduzir subnotificação e melhorar indicadores de morbimortalidade materno-infantil. A experiência reforça a importância de investir em processos educativos permanentes, espaços de diálogo intersetorial e valorização do trabalho coletivo para consolidar a vigilância como ferramenta de qualificação do cuidado.
Conclusões e/ou Recomendações
O Projeto Vigilância na Roda demonstra que a articulação entre assistência, gestão e vigilância hospitalar amplia a efetividade das ações em saúde coletiva. Recomenda-se a manutenção de estratégias de educação permanente, ampliação de parcerias com a atenção básica e fortalecimento das redes de vigilância para consolidar a cultura de notificação e resposta rápida a agravos no ambiente hospitalar.
VIVÊNCIAS DE UM RESIDENTE EM SAÚDE COLETIVA NO SETOR DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA EM UM DISTRITO SANITÁRIO DA CIDADE DO RECIFE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 Instituto Aggeu Magalhães/Fiocruz
Período de Realização
O período da experiência ocorreu entre os meses de abril e maio de 2025.
Objeto da experiência
A experiência trata-se da alocação de um residente no setor de Vigilância Epidemiológica e as experiências vividas nas pastas existentes.
Objetivos
Relatar a experiência proporcionada pelo Programa de Saúde Coletiva do Instituto Aggeu Magalhães, Pernambuco, no setor de Vigilância Epidemiológica em um Distrito Sanitário da cidade do Recife.
Descrição da experiência
O Programa de Residência em Saúde Coletiva estimula aos residentes que realizem estágios inicialmente em locais de gestão mais próximas aos serviços assistenciais, a exemplo dos Distritos Sanitários do Recife, com objetivo de inteirar-se no âmbito administrativo local. Ao chegar no serviço, um dos campos ofertados foi o setor de Vigilância Epidemiológica, onde seria desenvolvido uma visão do sanitarista na prática da vigilância de doenças e agravos de importância para a saúde do território.
Resultados
Durante o estágio, foram ofertadas a alocação nas seguintes pastas e ações: vigilância do óbito infantil-fetal, que ofertou a coleta de dados, preparo de relatórios e participação das discussões de caso; vigilância das arboviroses e leptospirose, ofertando visitas em território, bem como investigação de casos e óbitos por essas doenças; e vigilância da tuberculose e hanseníase, com preparo, organização e preenchimento de planilhas e educação permanente dos profissionais de Saúde da Família.
Aprendizado e análise crítica
O campo da Vigilância Epidemiológica é muito rico para o aprendizado de futuros profissionais sanitaristas, pois trata de dados multifatoriais e eventos como reunião de gestores, surtos e ações de prevenção e promoção da saúde, que condizem com a realidade e necessidades da população. Ademais, prepara o residente para melhor articular o serviço com a gestão, técnicos, profissionais da assistência e usuários para questões como orientação, intervenção, educação e saúde e planejamento de ações.
Conclusões e/ou Recomendações
Destarte, durante a formação de pós-graduação lato sensu em Saúde Coletiva, nota-se ser crucial a vivência de residentes em setores de Vigilância Epidemiológica, pois consiste em um local de grande produção técnica, científica e articuladora entre gestão, assistência e usuário, por isso, consegue preparar para trabalhar com diversos instrumentos tecnológicos e de comunicação, bem como no planejamento de atividades e articulações.
REDUÇÃO DO RISCO DE DESASTRES COMO FUNÇÃO ESSENCIAL DA SAÚDE PÚBLICA: EXPERIÊNCIA DO NÚCLEO REGIONAL DE SAÚDE LESTE/SESAB NO TRIÊNIO 2023 A 2025
Pôster Eletrônico
1 NRSL / SESAB
Período de Realização
Triênio 2023 a 2025
Objeto da experiência
Inserção da VISAU/NRS Leste na resposta a desastres via ações educativas, simulados e capacitações em municípios com barragens (2023–2025).
Objetivos
Inserir a VISAU e APS nas ações intersetoriais de preparação e resposta para desastres do território; fortalecer a APS nos contextos de risco; mobilizar ACS/ACE como multiplicadores com foco no VIGIDESASTRES, PAE e PLACON e qualificar a atuação nos simulados de emergência.
Metodologia
O NRS Leste atua em 47 municípios da Bahia, incluindo áreas com risco de desastres. Desde 2023, integrou-se aos simulados de emergência e ações do Plano de Contingência com a empresa responsável pela barragem e Usina Hidroelétrica na região e encontros com ACS, ACE, CIEVS e secretarias. Em 2024, participou de reuniões on-line e da Comissão Mista do PAE com diversos atores. Em 2025, capacitações presenciais com a APS dos municípios prioritários, com foco no VIGIDESASTRES, PAE e PLACON.
Resultados
Em 2023, 208 profissionais participaram dos encontros preparatórios ao simulado, com envolvimento de forças de segurança e saúde e integração da VISAU à rede intersetorial. Em 2024, houve 2 reuniões on-line e 2 encontros presenciais da Comissão Mista do PAE. Em 2025, ocorreram 2 reuniões on-line e capacitação presencial de 150 profissionais da APS sobre VIGIDESASTRES, PAE e PLACON.
Análise Crítica
A experiência revelou a importância da integração entre VISAU, APS e demais setores. A realização de simulados não apenas testou a capacidade de resposta, mas também fortaleceu vínculos institucionais e aumentou a percepção de risco entre os profissionais. Observou-se a necessidade de ampliar o número de profissionais de saúde municipais capacitados e de garantir a continuidade das ações formativas. Destaca-se o desafio de manter o engajamento intersetorial fora dos momentos de simulado.
Conclusões e/ou Recomendações
A inserção da VISAU e APS do NRS Leste nas ações de preparação e resposta a desastres (2023–2025) é estratégica para reduzir riscos em saúde pública. Houve avanços na articulação e resposta a emergências. Recomenda-se institucionalizar formações sobre PAE/PLACON, fortalecer redes de comunicação e ampliar capacitações, garantindo equipes preparadas. A experiência reforça a importância da saúde nas ações de prevenção e resposta a desastres.
ANÁLISE DE SURTO EM ESCOLA DE PALMAS-TO E O PAPEL DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 FESP-PALMAS
Período de Realização
02 e 03 de abril de 2025
Objeto da experiência
Atuação da Vigilância em Saúde Ambiental (VSA) na análise de possível surto em escola de Palmas-TO.
Objetivos
Demonstrar o papel e a importância da Vigilância em Saúde Ambiental no contexto de monitoramento e prevenção de doenças de veiculação hídrica, com base em uma situação real de suspeita de surto.
Metodologia
Em 02/05/2025, a VSA investigou um possível surto de Doença Diarreica Aguda (DDA) em uma escola de Palmas (TO) após cerca de 50 alunos apresentarem vômito e diarreia. Foram feitas coletas e análise da água de 5 pontos distintos. As análises seguiram os parâmetros da Portaria GM/MS nº 888/2021, contemplando: cloro residual livre, turbidez, pH e microbiologia para coliformes totais e Escherichia coli.
Resultados
Todos os parâmetros realizados estavam dentro dos padrões de potabilidade exigidos pela legislação. As amostras não positivaram para coliformes totais nem Escherichia coli, desprezando a água como possível fonte do surto. Os dados contribuíram para o direcionamento da investigação a outros fatores relacionados à alimentação e manipulação dos alimentos, sob responsabilidade da Vigilância Sanitária.
Análise Crítica
A vivência destaca o papel investigativo e preventivo da Vigilância em Saúde Ambiental em situações de surtos. A coleta, análise de dados e comunicação entre equipes de vigilância são fundamentais para o controle de riscos à saúde pública. A experiência remete ao estudo de John Snow sobre a cólera em Londres (1854), que identificou a água contaminada como fonte da epidemia, evidenciando a vigilância como ferramenta estratégica na contenção de doenças.
Conclusões e/ou Recomendações
A Vigilância em Saúde Ambiental foi essencial para garantir a segurança da água consumida na escola, atuando com agilidade e base técnica. A ação amplia conhecimentos práticos, por meio da atuação na coleta, análise e interpretação de dados para refutar a hipótese do surto. Tal conduta fortalece competências em raciocínio epidemiológico, compreensão do território e domínio de protocolos, enriquecendo a formação do sanitarista.
FLUXO DE INVESTIGAÇÃO DE ÓBITO EM UMA UNIDADE HOSPITALAR PÚBLICA NO RIO DE JANEIRO: VIGILÂNCIA DE ÓBITOS PRIORITÁRIOS E NÃO PRIORITÁRIOS
Pôster Eletrônico
1 IESC, UFRJ
2 Hospital Municipal Evandro Freire
Período de Realização
Março a junho de 2025.
Objeto da experiência
Elaboração de documento e fluxo de investigação de óbito, a partir da atuação da residência na vigilância crítica para as causas não prioritárias.
Objetivos
Promover uma análise sobre a condução da vigilância do óbito (VO) no município do RJ, que ocorre por demanda das causas prioritárias de investigação. Busca-se entender o processo de análise da mortalidade no SUS e a chance de identificação de padrões que podem influenciar políticas públicas.
Descrição da experiência
Foi realizada uma revisão de normativas oficiais para entender o fluxo de investigação de óbitos por causas prioritárias e não prioritárias no RJ, considerando os critérios de elegibilidade e as razões da investigação. Propor um fluxo que abranja diversas causas estimula a vigilância crítica dos óbitos. Além disso, essa construção foi feita com base nos casos do Hospital Municipal Evandro Freire, que serviram como referência para o aprimoramento dos fluxos de investigação.
Resultados
A revisão permitiu acesso a documentos oficiais que indicaram diferenças regionais expressivas. No município do RJ, observou-se que os serviços de saúde podem não estar orientados a investigar espontaneamente as ocorrências de óbitos por causas não prioritárias ou menos incidentes, apesar de serem prescritas por políticas nacionais. Com vista a nortear a condução de análise de óbitos, foi elaborado um documento interno relacionando as causas de óbitos, pela perspectiva da epidemiologia social.
Aprendizado e análise crítica
Verificou-se que as informações normativas sobre a vigilância de óbitos não compõem um documento agrupado para todas as causas investigáveis. Esta lacuna pode se atribuir a ausência do SVO na região metropolitana, instância que investiga o real perfil dos óbitos. Este trabalho se projeta de grande valia para a saúde pública pela possibilidade de ordenamento das investigações nos serviços de saúde podendo orientar a tomada de decisões clínicas e influenciar a condução da saúde pública.
Conclusões e/ou Recomendações
A VO na cidade do RJ apresenta oportunidade na articulação com os serviços de saúde para estruturação de normativas que possam abranger todas as possibilidades de investigação de óbitos. A ausência de um SVO na região metropolitana apresenta um possível impacto no fluxo de investigação das causas dos óbitos. A criação de tais estruturas possibilitaria agir preventivamente na análise de mortalidade para identificação de padrões no perfil de óbitos.
O EFEITO DA QUALIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO NO REGISTRO DE CÂNCER DE BASE POPULACIONAL DO RECIFE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Saúde do Recife
2 Universidade de Pernambuco
Período de Realização
A experiência ocorreu entre janeiro e maio de 2025.
Objeto da experiência
A incompletude de dados dos casos de câncer coletados em Fontes Notificadoras pelo Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP) Recife.
Objetivos
Este relato de experiência tem como objetivo apontar estratégias adotadas e resultados do processo de qualificação de dados dos casos de câncer diagnosticados em residentes do Recife/PE.
Metodologia
O processo de qualificação se deu por constatação da ausência de informações básicas, como Nome da Mãe (NM), Raça/Cor (RC) e Data de Nascimento (DN), no banco de dados do Sistema de Informação (SI) Base Populacional Web (BPW), do INCA. Para sanar o problema e pela falta de interoperabilidade entre ele e os SI do Ministério da Saúde (MS), foi aplicada estratégia de busca nos sistemas: Cadastro Nacional Usuários do SUS (CadSUS Web), e-SUS APS e Minha Vacina, da plataforma municipal Conecta Recife.
Resultados
O banco de dados do RCBP Recife, entre 2016-2020, possuía 23783 casos de câncer primário, cujos valores de incompletude analisadas foram: NM, 922 (3,9%); DN, 213 (0,9%); e RC, 2695 (11,3%). Após processo de qualificação, houve redução das variáveis “Sem informação/Em branco” de: 94,4% em NM; 98,1% em DN; e 58,6% em RC. Salienta-se que as variáveis NM e DN são cruciais para identificação de duplicidades (“limpeza” do banco de dados) e eleição dos casos definitivos para cálculo da incidência.
Análise Crítica
Com a experiência, observou-se a importância da construção de alternativas imediatas à qualificação de dados, tão essenciais ao planejamento de ações e políticas públicas de saúde. Assim, é possível ter o real perfil da população com câncer. Ademais, evidencia-se a necessidade da interoperabilidade entre SI dos órgãos federais da saúde, essa, considerada tardia em tempos de vertiginosos avanços tecnológicos, a fim de facilitar processamento/análise dos dados nas instâncias estadual e municipal.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência possibilitou a qualificação de informações de saúde do Registro de Câncer, com consequente redução de incompletudes de até 98,1%. Recomenda-se que haja investimento no processo de integração dos SI, a fim de unificar os dados básicos de identificação individual, reduzindo os erros, inconsistências e duplicidades em tais sistemas, propiciando ainda análises de saúde mais confiáveis e adequadas ao perfil da população.
ESCOLHAS CONSCIENTES: PLANEJAMENTO E SAÚDE REPRODUTIVA
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Saúde de Sergipe
Período de Realização
Janeiro a dezembro de 2024
Objeto da experiência
Ações de Educomunicação voltadas ao Planejamento Reprodutivo
Objetivos
Fomentar ações coletivas de educomunicação sobre a saúde sexual e reprodutiva nos territórios da Atenção Primária
Descrição da experiência
Ação desencadeada por recomendações do Comitê de Prevenção da Morte Materna, Infantil e Fetal, entendendo a importância de investir no acesso a informações sobre planejamento reprodutivo. Considerando a Vigilância em Saúde (VS) como um campo que contribui e desenvolve ações de educação, prevenção e promoção em saúde, a equipe da Secretaria Estadual de Saúde desencadeou a elaboração e publicação de um material audiovisual, priorizando uma linguagem artística lúdica para tratar sobre a temática.
Resultados
Após discussão com a equipe técnica da VS, um grupo de teatro local contratado para este fim elaborou 03 vídeos com os seguintes enfoques: "Ter Filho é Coisa Séria" - sexualidade e desafios na criação de filhos, maternidade e paternidade responsáveis; "Compartilhando Responsabilidades" - escolha pelo casal do melhor método contraceptivo, vantagens, desvantagens e tabus; "Reconhecendo Riscos Pré-concepcionais" - prevenção de riscos na gestação, parto e puerpério, em grupos com comorbidades.
Aprendizado e análise crítica
A disponibilização dos vídeos no site institucional da Fundação Estadual de Saúde (http://bit.ly/43ZhbYy) demandou a elaboração de um tutorial com questões disparadoras para guiar as discussões sobre os temas abordados; ainda, recomendamos que os profissionais da APS discutam em equipe, antes de assistir aos vídeos com sua comunidade, priorizando maiores de 16 anos. Pela temática, observou-se que é necessário um investimento direcionado para a realização de grupos no território.
Conclusões e/ou Recomendações
A incorporação de uma estratégia lúdica para tratar da saúde sexual e reprodutiva parece ser promissora, mas o tema ainda está envolto em tabus culturais. Além disso, a disponibilidade de materiais educativos necessita estar atrelada a um conjunto de outras ações específicas. A expectativa é que os vídeos possam ser utilizados e que novos materiais sejam produzidos em conjunto com grupos específicos, como jovens e estudantes da área de saúde.
VIGILÂNCIA DE POPULAÇÕES EXPOSTAS A AGROTÓXICOS (VSPEA) EM MINAS GERAIS: UMA INTERFACE ENTRE VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL (VSA) E VIGILÂNCIA SAÚDE DO TRABALHADOR (VISAT)
Pôster Eletrônico
1 SES-MG
Período de Realização
O projeto de fortalecimento da VSPEA iniciou-se em 2021, nos municípios prioritários do estado.
Objeto da experiência
Fortalecer, de forma contínua, a VSPEA em Minas Gerais, para reduzir, controlar ou eliminar a vulnerabilidade e os riscos à saúde dessas populações.
Objetivos
a. Fortalecer as ações de Vigilância em Saúde Ambiental (VSA) e Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) no contexto da VSPEA; b. Fortalecer a integração da VISAT e VSA intra e intersetorialmente; c. Promover melhoria de qualidade de vida dessas populações.
Descrição da experiência
Os municípios prioritários para implantação da VSPEA em Minas Gerais foram definidos utilizando os critérios: inclusão no Plano Nacional de Saúde (PNS); participação no Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA); sedes de Unidades Regionais de Saúde (URS); monitoramento de agrotóxicos em água (Sisagua e VSPEA); área plantada e uso de agrotóxicos (IBGE); e notificações de intoxicações exógenas por agrotóxicos (Sinan).
Resultados
A implementação é coordenada pela VSA e VISAT, com metas: formação de Grupos de Trabalho intersetoriais, elaboração de Planos de Ação transversais, análise de água para consumo humano e notificação de intoxicações por agrotóxicos. Os municípios são orientados e acompanhados bimestralmente desde 2021, com foco nos 10 prioritários do PNS e recente expansão para 216 municípios. A implantação da VSPEA no PNS passou de 60% dos municípios prioritários no quadriênio 2020-2023 para 50% em 2024-2027.
Aprendizado e análise crítica
Devido a diversas dificuldades, como a incipiência do projeto, falta de recursos locais, humanos e tecnológicos, percebe-se o reflexo nos resultados. Com a expansão para 216 municípios no total a partir de 2025, o desafio torna-se maior. Assim, o projeto de fortalecimento da VSPEA trabalha a sensibilização das redes de atenção à saúde, com disponibilização de curso remoto na temática, com cinco módulos em vídeos curtos e didáticos, linguagem simples e indicadores específicos da VSPEA.
Conclusões e/ou Recomendações
De forma a auxiliar nos desafios encontrados no território, as equipes de VSA e VISAT oferecem suporte técnico e matricial para a realização das ações previstas para implantação da VSPEA. Além disso, há previsão de repasse de recursos aos municípios no próximo ano no Programa Vigiminas, assim como incentivo constante a integração das áreas VSA e VISAT a nível regional e municipal.
RECIFE LIDERA INICIATIVA PIONEIRA NO BRASIL: IMPLANTAÇÃO DA MÉTRICA 7-1-7 PARA O FORTALECENDO O SISTEMA DE SAÚDE LOCAL
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Saúde do Recife
2 Vital Strategies
Período de Realização
2022 a 2024
Objeto da experiência
Relatar a experiência da Secretaria de Saúde do Recife na implantação da métrica 7-1-7
Objetivos
Implantar a métrica 7-1-7 no sistema de saúde do Recife para melhoria da oportunidade de detecção, notificação e resposta a eventos de saúde pública
Descrição da experiência
Em Recife, a métrica 7-1-7 foi apresentada pela Vital Strategies à Secretaria de Saúde em 2022, com workshops e encontros semanais remotos entre a Vital e o Cievs Recife. Em 2023, houve piloto no Carnaval e reestruturação do formulário Simoresp via REDCap, incluindo variáveis da métrica. Em 2024, a métrica foi implantada oficialmente, abrangendo todos os eventos monitorados pelo Cievs e Comitê Came, com capacitação contínua dos profissionais.
Resultados
Entre os principais resultados, o número de eventos detectados aumentou 90,5%. Em 2023, 74% dos eventos foram detectados em até 7 dias, 90% notificados em 1 dia e 60% receberam resposta em 7 dias; em 2024, esses índices foram 70%, 93% e 67%, respectivamente. Dificultadores incluíram a ausência da vigilância hospitalar nos fins de semana, fragilidade nas investigações de campo e atrasos na notificação.
Aprendizado e análise crítica
A implantação da Métrica 7-1-7 representou avanço para a vigilância em saúde do Recife, avaliando desempenho na detecção, notificação e resposta a ESP, permitindo monitoramento contínuo e identificação de fragilidades. Facilitou ações corretivas e ajustes integrados para prevenir surtos, reduzir casos e óbitos. Tornou-se ferramenta essencial, fortalecendo o sistema local e recomendada para ampliação no Recife e replicação em outros municípios e estados do Brasil.
Conclusões e/ou Recomendações
A implantação da métrica 7-1-7 tornou as equipes mais críticas sobre detecção, notificação e resposta. Alguns eventos exigem mais tempo pela sua tipologia e magnitude. É essencial expandir as métricas à rede de saúde para identificar facilitadores e dificultadores. Também é importante fortalecer o CAME como espaço permanente para discutir esses aspectos e aprimorar os processos nos Eventos de Saúde Pública.
DESCENTRALIZAÇÃO DA VIGILÂNCIA LABORATORIAL NA REGIÃO NORDESTE DE MINAS GERAIS – REFLEXÕES SOBRE O PASSADO, LIÇÕES PARA O FUTURO
Pôster Eletrônico
1 CTCM/UFVJM
2 UFES
Período de Realização
As experiências relatadas abrangem o período de março de 2020 a junho de 2025.
Objeto da experiência
A descentralização da vigilância laboratorial na Macrorregião Nordeste de Minas Gerais, em ação intersetorial entre universidade e serviços de saúde.
Objetivos
Descrever a experiência do Comitê Técnico, Científico e Multidisciplinar (CTCM) da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) na criação e implantação de serviços de vigilância laboratorial descentralizada em território com acesso limitado a estes serviços.
Descrição da experiência
No início da emergência sanitária da Covid-19, um grupo de 35 servidores da UFVJM constituiu o CTCM para enfrentamento à pandemia no Nordeste de Minas Gerais. Em parceria com os serviços de saúde e o poder judiciário, foi estruturado um Laboratório de Biologia Molecular para vigilância da Covid-19, arboviroses e outros vírus respiratórios. Posteriormente, foram incorporadas estruturas de vigilância da qualidade da água, vigilância da doença de Chagas e de Infecções Sexualmente Transmissíveis.
Resultados
A descentralização da vigilância laboratorial possibilitou ampliar o número de testes realizados com redução do tempo de liberação do resultado em comparação ao período anterior à descentralização. A testagem de Covid-19 foi implantada na região, alcançando 3929 exames, a testagem de arboviroses aumentou em 467%, com 47010 análises, as IST tiveram 9576 testes, as análises de água totalizaram 10429. Todos os 57 municípios da Macrorregião de Saúde Nordeste foram atendidos no período.
Aprendizado e análise crítica
A implantação de um serviço de vigilância laboratorial por meio de parceria interinstitucional permitiu ampliar o acesso da população de uma das regiões mais vulneráveis do estado de Minas Gerais a serviços outrora indisponíveis. A integração entre os diferentes atores sociais no processo viabilizou o uso da informação gerada no laboratório para a tomada de decisão nas ações de prevenção e controle de doenças.
Conclusões e/ou Recomendações
A descentralização da vigilância laboratorial aumenta a resolubilidade da rede de saúde em nível regional. Neste contexto, a reorientação do papel das Instituições Federais de Ensino Superior no desenvolvimento de soluções voltadas aos territórios em que estão inseridas, em cooperação com atores estratégicos, oportuniza a aproximação dos centros de formação aos problemas do mundo real do Sistema Único de Saúde.
AVALIANDO INDICADORES DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS UNIDADES DE SAÚDE ESTADUAIS, NO SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO DAS UNIDADES DE SAÚDE – SIGUS, GOIÁS, 2021
Pôster Eletrônico
1 SESGO
Período de Realização
A vivência apresentada iniciou – se em 2021, com continuidade até os dias atuais e futuros.
Objeto da experiência
Implantação do sistema de avaliação de indicadores de desempenho dos Núcleos de Epidemiologia nas Unidades de Saúde Estaduais.
Objetivos
Descrever o sistema de avaliação de indicadores de desempenho das Unidades Estaduais, que são administradas por Organizações Sociais (OS) e ou Organizações Sociais da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) em Goiás. Apresentar os indicadores e a periodicidade das avaliações.
Descrição da experiência
A equipe de Tecnologia e Informação da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás criou o Sistema Integrado de Gestão das Unidades de Saúde (SIGUS) para monitorar e avaliar unidades estaduais administradas por OS ou OSCIP. O SIGUS reúne indicadores de desempenho e qualidade, abrangendo todos os setores das unidades, da gestão à vigilância em saúde. Esses indicadores são organizados em grupos e subdivididos em naturezas, como grupo Vigilância, que inclui a natureza Núcleo Hospitalar de Epidemiologia.
Resultados
São avaliados 25 hospitais, 6 Policlínicas e a Rede de Hemoterapia de Goiás, com base em indicadores de desempenho e qualidade das ações de vigilância epidemiológica. No Grupo Vigilância, avaliam-se as naturezas Núcleo Hospitalar de Epidemiologia, Núcleo de Epidemiologia Ambulatorial e da Rede HEMO. Os indicadores são operacionais, estruturais e de aperfeiçoamento. Com periodicidade mensal e trimestral, resultando em aprovação, aprovação com ressalvas ou reprovação, conforme metas estabelecidas.
Aprendizado e análise crítica
A avaliação das ações de epidemiologia nas unidades de saúde possibilita a análise do perfil epidemiológico, especialmente quanto às notificações de doenças, agravos e eventos de interesse público. Isso fornece informações essenciais para a tomada de decisão dos gestores, permitindo ajustes nos processos de trabalho e comunicação. Dessa forma, os serviços prestados pelas OS/OSCIP nas unidades estaduais são qualificados, promovendo melhorias contínuas na gestão da saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
Manter um sistema próprio de avaliação de indicadores proporciona as áreas técnicas da secretaria uma maior autonomia para o monitoramento das ações , bem como a constante avaliação desses serviços. Permitindo a análise crítica e o aprimoramento dos processos de trabalho e comunicação entre unidades de saúde e vigilância. Avaliar indicadores em todos os níveis de gestão é essencial para garantir eficiência e qualidade nos serviços prestados.
VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO TRABALHADOR: A EXPERIÊNCIA DE UM MÉDICO-VETERINÁRIO RESIDENTE EM VIGILÂNCIA EM SAÚDE NO ESTADO DA BAHIA.
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB)/ Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde do Estado da Bahia (SUVISA)/ Escola de Saúde Pública da Bahia (ESPBA)/ Residência Multiprofissional em Vigilância da Saúde.
2 Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), Diretoria de Vigilância em Saúde do Trabalhador (DIVAST), Salvador, BA, Brasil.
Período de Realização
De 22/05/2025 a 30/06/2025.
Objeto da experiência
Relatar a experiência de um médico-veterinário residente atuando na DIVAST, no âmbito da Vigilância em Saúde na Bahia.
Objetivos
Evidenciar como a atuação de um médico-veterinário residente contribui para proteção, prevenção e promoção da Saúde do Trabalhador, além de demonstrar como suas ações intervêm sobre os fatores determinantes de agravos e acidentes de trabalho, eliminando, atenuando ou controlando riscos.
Metodologia
Durante sua atuação, o residente participou de câmaras técnicas para investigação de óbitos relacionados ao trabalho, inspeções sanitárias voltadas para identificação, avaliação e controle de riscos em ambientes e processos de trabalho e fiscalizações que auxiliam no estabelecimento de nexo causal entre o trabalho e os agravos. Além disso, contribuiu na elaboração de tecnologias leves específicas para a Saúde do Trabalhador, como orientações técnicas, cartilhas e fluxos de encaminhamento.
Resultados
A atuação na VISAT tem aprofundado a compreensão sobre os processos de adoecimento relacionados ao trabalho. As trocas efetivas com a equipe têm fortalecido o caráter multiprofissional. Espera-se cooperar, através das fiscalizações, na elaboração de documentos técnicos que previnam agravos e acidentes e promovam um ambiente de trabalho seguro. Ainda, prevê-se que a produção da orientação técnica sobre a atuação da VISAT frente às mudanças climáticas subsidie o trabalho dos técnicos da Renast.
Análise Crítica
A experiência proporciona a compreensão do papel estratégico da Saúde do Trabalhador na vigilância dos processos de adoecimento e na promoção da integralidade do cuidado. O residente vem desenvolvendo competências relacionadas à elaboração de documentos técnicos, análise de ambientes e processos de trabalho, bem como a identificação de riscos. A participação em inspeções sanitárias fortalece o domínio sobre os protocolos técnico-operacionais e a atuação interprofissional.
Conclusões e/ou Recomendações
O veterinário pode ser um importante ator na elaboração e execução de políticas públicas voltadas à Saúde do Trabalhador. Quando atualizado sobre as legislações e normas técnicas da área, pode identificar e prevenir zoonoses ocupacionais como brucelose, gripe aviária, hantavirose, leptospirose e outras. Sua atuação contribui para análise de riscos e produção de materiais técnicos, fortalecendo a vigilância e a proteção à saúde dos trabalhadores.
AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO LABORATÓRIO DE MONITORAMENTO EXTERNO DA QUALIDADE DOS EXAMES CITOPATOLÓGICOS (LABMEQ) NO ESTADO DO PARANÁ
Pôster Eletrônico
1 UNIOESTE
2 SESA PR
Período de Realização
O LABMEQ iniciou suas atividades em janeiro de 2021 e segue em funcionamento até o momento.
Objeto da experiência
Avaliar o impacto das ações do LABMEQ no Programa Estadual de Câncer do Colo do Útero do Paraná, por meio do desempenho dos Laboratórios Tipo I
Objetivos
Estimar os percentuais de concordância observada e a concordância esperada ao acaso entre os laboratórios monitorados e o LABMEQ, utilizando o índice Kappa.
Metodologia
Foi elaborada uma lista dos Laboratórios Tipo I com base nos indicadores do Monitoramento Interno da Qualidade (MIQ). A seleção considerou critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde: percentual de amostras insatisfatórias; percentual de exames com diagnóstico de células escamosas atípicas (ASC); percentual de ASC entre os exames alterados; razão entre ASC e lesões intraepiteliais; índice de positividade; e percentual de exames com diagnóstico de lesão intraepitelial de alto grau (HSIL%).
Resultados
Entre 2021 e 2025, foram avaliadas 5.156 lâminas citopatológicas do colo do útero de 22 Laboratórios Tipo I. A análise da concordância foi realizada por meio do índice Kappa.
Os resultados revelaram que 57% dos laboratórios apresentaram concordância excelente, indicando alta precisão na interpretação dos exames. Outros 21% alcançaram concordância boa, demonstrando desempenho satisfatório. Já 11% dos laboratórios tiveram concordância moderada e 11% concordância pobre.
Análise Crítica
Esses índices devem ser interpretados com os indicadores do MIQ, pois são complementares para promover a melhoria contínua dos exames citopatológicos.
Os dados demonstram que a maioria dos Laboratórios Tipo I apresentaram concordância excelente, o que evidencia bom desempenho, refletindo a efetividade das ações de monitoramento e capacitação implementadas. A presença de laboratórios com níveis moderados e pobres ressalta a necessidade ações de forma contínua no aprimoramento.
Conclusões e/ou Recomendações
Após a avaliação realizada pelo LABMEQ, os casos com discordâncias são revisados em conjunto com o Laboratório Tipo I, visando alcançar um consenso final. Esse estudo contribui para a padronização na interpretação dos critérios citomorfológicos, reduzindo os índices de exames falso-negativos e falso-positivos. Essa prática integra a estratégia de garantia e aprimoramento contínuo da qualidade dos exames citopatológicos realizados no estado do Paraná.
CICLOS DE ESTUDO EM ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SAÚDE DO ESTADO DE MATO GROSSO: UM RELATO EXPERIÊNCIA DA OPERACIONALIZAÇÃO ARTICULADA DA PESQUISA E EXTENSÃO
Pôster Eletrônico
1 ISC-UFMT
2 FAMED- UFMT
Período de Realização
Agosto, setembro e outubro 2024, Março e abril 2025.
Objeto da experiência
Pesquisa e extensão universitária “Análise da Situação de Saúde (ASIS) do Estado de Mato Grosso: subsídios para a tomada de decisão
Objetivos
Relatar a operacionalização prática de um projeto de pesquisa por meio de atividades formativas de extensão.
Descrição da experiência
Realizado por meio de encontros presenciais, a vivência proporcionou aos participantes a oportunidade de aprender e discutir temas relevantes para realizar a pesquisa sobre análise da situação de saúde de Mato Grosso. Foram abordados os seguintes temas: elaboração de projetos de pesquisa; escrita científica; normalização ABNT; Análise da Situação de Saúde; acesso e manejo de dados pelo TabWin e TabNet; construção de indicadores sobre doenças, agravos, condições de vida, ambiente e saúde.
Resultados
O público foi composto por discentes de graduação em Medicina, Saúde Coletiva e Odontologia, além de egressos da Saúde Coletiva, trabalhadores da saúde vinculados aos Sistema Único de Saúde. Com uma participação proativa, os integrantes ficaram satisfeitos e avaliaram que o curso atendeu às suas expectativas e ofereceu o conhecimento necessário para a construção de um subprojeto de pesquisa vinculado ao projeto maior. Sugeriram maior divulgação para maior participação.
Aprendizado e análise crítica
A experiência reforça o papel da extensão e pesquisa como atividades essenciais para a formação completa e o desenvolvimento da sociedade, interagindo de forma complementar e proporcionando um ciclo de produção e aplicação de conhecimento. O diálogo entre estudantes e trabalhadores ampliou o olhar sobre os desafios reais do SUS e reforçou o papel da universidade nesse processo. A procura pela temática demonstra tanto interesse na atuação profissional e a pouca oferta do tema na grade curricular.
Conclusões e/ou Recomendações
O projeto reforçou a ASIS como instrumento fundamental para a tomada de decisão no SUS. A formação baseada no uso de dados fortalece o raciocínio crítico, científico e ético dos participantes, contribuindo para a atuação qualificada na pesquisa e prática profissional em saúde, além de ampliar a inserção social e acadêmica, uma vez que atua como elo entre comunidade externa, ambiente universitário e os distintos campos de atuação acadêmico-profissional.
A VISÃO DE UM RESIDENTE FARMACÊUTICO EM UM NÚCLEO DE INSPEÇÃO E A IMPORTÂNCIA DA PROFISSÃO PARA A VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Pôster Eletrônico
1 UnB
2 Fiocruz
3 DIVISA/SES-DF
Período de Realização
De 17 de março de 2025 aos dias atuais
Objeto da experiência
Relatar a experiência de um residente de 1º ano em vigilância sanitária, aplicando conhecimentos farmacêuticos na prática diária.
Objetivos
Apresentar as principais ações dos núcleos regionais de inspeção de vigilância sanitária (VISA), combinando com informações da formação acadêmica, sanitária e legislatória de farmacêutico e a importância desta profissão para a VISA local de cada Estado brasileiro.
Descrição da experiência
O farmacêutico é essencial na saúde, com atuação que vai além das drogarias, incluindo a vigilância sanitária, onde é legalmente habilitado para fiscalizar, auditar e inspecionar. Como residente no DF, aplico conhecimentos acadêmicos em inspeções e no controle de receituários especiais. Implantei atendimentos agendados para orientar e prevenir erros. A atuação em equipe multidisciplinar aprimora a fiscalização e contribui para meu desenvolvimento profissional.
Resultados
O trabalho iniciado no dia 17 de março de 2025 tem apresentado resultado significativo na redução de notificações de receituários que apresentaram venda errada, além de identificar pontos de atenção na rede de comércio de drogas na região e identificar prescritores que necessitam de acompanhamento contínuo, visto a contínua problemática de receituários.
Aprendizado e análise crítica
O aprendizado de estar em um núcleo de alto impacto para a saúde humana do Distrito Federal é imenso, não mensurável. Todo dia tem algo novo para aprender. E é um importante meio para difusão da importância do profissional farmacêutico para a sociedade, que ainda é vista apenas como vendedor de remédios em drogarias. Estar em inspeção sanitária é prezar pelo bem social e pelo correto cumprimento da lei.
Conclusões e/ou Recomendações
A profissão farmacêutica, valorizada ao longo dos anos, apresenta maior inserção no sistema de saúde nas Vigilâncias Sanitárias. Além de melhorar a qualidade de fiscalizações em estabelecimentos que contém responsável farmacêutico, o amplo conhecimento adquirido na graduação colabora para a garantia da mitigação de riscos sanitários e sociais.
INTEGRAÇÃO ENTRE EQUIPES DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE: UM PROJETO DE INTERVENÇÃO NO MERCADO DE CASA AMARELA NA CIDADE DO RECIFE
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura do Recife
2 UPE
Período de Realização
A ação foi realizada em Abril de 2023 no Mercado de Casa Público de Amarela em Recife-PE.
Objeto da experiência
Atuação conjunta das Vigilâncias em Saúde no Mercado de Casa Público de Amarela em Recife-PE.
Objetivos
Apresentar ação integrada sob as condições de risco e saúde presentes no Mercado Público de Casa Amarela;
Construir um instrumento de inspeção entre as Vigilâncias na perspectiva do desenvolvimento de ações integradas.
Descrição da experiência
A ação integrada no Mercado de Casa Amarela foi desenvolvida por meio de ciclos de reuniões intersetoriais entre equipes de Vigilância. Foram elaborados roteiros de inspeção por cada Vigilância para levantamento de condições de risco e saúde. foi realizada a integração dos roteiros em um único instrumento, de abordagem multifacetada, capaz de identificar amplamente riscos e condições de saúde no mercado público.
Resultados
A análise dos dados coletados por meio da aplicação do Instrumento de Inspeção, foi realizada e apresentada na forma de tabelas e gráficos gerados pelo software da Microsoft®. Os dados mais relevantes serviram para subsidiar ações de saúde no Mercado Público de Casa Amarela possibilitando uma visão ampliada de forma integrada entre as equipes; bem como relacionado com as definições e formulações de metas e ações conjuntas necessárias de acordo com as reais necessidades de saúde da população.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a necessidade de um Plano de Intervenção que fortaleça e amplie as ações integradas das Vigilâncias em Saúde e promova ambientes saudáveis no Mercado de Casa Amarela. O desafio reside em construir elementos e práticas na perspectiva de integração entre os setores, que seja de fácil aplicabilidade, alinhadas às competências de cada equipe e ao interesse público, norteando o conhecimento territorial e as ações de saúde.
Conclusões e/ou Recomendações
A experiência evidenciou que intervenções isoladas, embora significativas, demandam suporte para assegurar maior frequência e promover mudanças duradouras nas práticas de trabalho. Recomenda-se o fortalecimento sistemático das ações de inspeção e educação com articulação intersetorial visando à adesão às boas práticas e à construção de políticas integradoras que promovam o empoderamento sanitário, social e educacional do território.
IMPLANTAÇÃO DE CULTURA E FLUXO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA NA ATENÇÃO SECUNDÁRIA DA REGIÃO CENTRO-SUL DO DISTRITO FEDERAL
Pôster Eletrônico
1 Escola Superior de Ciências da Saúde / FEPECS
Período de Realização
Junho de 2024 a Novembro de 2024
Objeto da experiência
Fortalecer a vigilância epidemiológica por meio da organização de fluxos e capacitação na atenção secundária.
Objetivos
Fortalecer a cultura de vigilância epidemiológica na atenção secundária por meio da organização de fluxos, elaboração de manuais, definição de pontos focais e capacitação das equipes, visando reduzir a subnotificação e integrar os serviços à rede de vigilância.
Descrição da experiência
O projeto foi apresentado à DIRASE e aprovado em colegiado. Após indicação dos pontos focais pelas unidades, foram realizados treinamentos in loco, entrega de materiais e estruturação de fluxos de notificação. Criaram-se manuais, folders, planilhas de controle e um modelo padronizado de fluxo articulado com o SINAN, fortalecendo a prática de notificação compulsória e promovendo a integração com a rede de vigilância.
Resultados
Houve institucionalização de fluxos de notificação, capacitação de pontos focais e melhoria da articulação com a vigilância. Mesmo sem núcleo formal, a estratégia de multiplicadores resultou em maior adesão das equipes, melhor organização das notificações e redução da subnotificação, consolidando a vigilância como prática na rotina da atenção secundária.
Aprendizado e análise crítica
A experiência revelou que resistências iniciais e a ausência de um núcleo estruturado dificultam a sustentabilidade do projeto. A estratégia de formação de pontos focais foi eficaz, mas demonstrou que o êxito da vigilância depende de compromisso institucional e da incorporação das notificações à rotina assistencial. A educação permanente e o engajamento das lideranças são essenciais para a continuidade.
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se que a vigilância pode ser fortalecida na atenção secundária com planejamento, capacitação e articulação intersetorial. Recomenda-se a criação de um núcleo próprio de vigilância para esse nível de atenção e a realização contínua de treinamentos, assegurando a integração das ações com os demais níveis de cuidado e a sustentabilidade da cultura de notificação.
INTEGRAÇÃO DE ÁREAS TÉCNICAS NA REUNIÃO DO GRUPO TÉCNICO DE DISCUSSÃO DE ÓBITO INFANTIL E FETAL NA XII GERES DE PERNAMBUCO: ATENÇÃO PRIMÁRIA, REGULAÇÃO E VIGILÂNCIA
Pôster Eletrônico
1 XII Gerência Regional de Saúde
2 Escola de Governo em Saúde Pública de Pernambuco
Período de Realização
31/10/2024 a 04/06/2025
Objeto da experiência
Reuniões de discussões de óbito infantil e fetal com o Grupo Técnico Regional das áreas de Atenção Primária, Regulação e Vigilância.
Objetivos
Descrever a importância de representantes das áreas técnicas de Atenção Primária, Regulação e Vigilância nas discussões de óbito infantil e fetal, apresentar a resolução da Comissão Intergestores Regional da instituição do grupo técnico regional de discussão de óbito infantil e fetal da XII GERES.
Metodologia
A primeira reunião do Grupo Técnico Regional de discussão de óbito infantil e fetal na XII GERES, ocorreu em 31/10/2024 e segue mensalmente realizando discussões junto aos municípios que integram as discussões. A aprovação do GTR de discussão dos óbitos foi por meio da resolução CIR/PE Nº 309, com coordenação de Vigilância em Saúde e Codificação de Óbito, apoio de Vigilância do Óbito, coordenação de Atenção à Saúde, médica, apoio de Regulação e coordenação do Programa Mãe Coruja.
Resultados
As discussões são conduzidas pelos representantes do município, geralmente da Vigilância Epidemiológica e profissionais da Unidade Básica de Saúde do caso, comumente enfermeiro(a) e Agente Comunitário(a) de Saúde, ocorrendo a mediação pelo apoio de vigilância do óbito da GERES. Quando algum entrave ou encaminhamento envolve a atenção primária, média e alta complexidade, programas de saúde ou fluxos e processos de regulação Estadual, se torna imprescindível representantes dessas áreas técnicas.
Análise Crítica
O óbito infantil ou fetal, quando no caso evitável, se dá por alguma falha no acesso ou assistência, e ainda na rede de saúde. A organização de Redes de Atenção à Saúde, é um processo complexo que necessita de envolvimento da gestão em saúde em todas as suas áreas técnicas, portanto, a integração representa uma estratégia potente de melhoria que reflete no cuidado materno-infantil no território.
Conclusões e/ou Recomendações
As Discussões e composição do Grupo Técnico Regional da XII GERES com representações da Atenção Primária, Regulação e Vigilância, permite melhor investigação e estabelecimento de encaminhamentos, corroborando em maior evitabilidade dos óbitos infantis e fetais, e qualificação do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC).
INTEGRAÇÃO DE DADOS EM SAÚDE PARA PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PESSOAS COM TEA EM PERNAMBUCO: UMA EXPERIÊNCIA INTERSETORIAL EM CONSTRUÇÃO
Pôster Eletrônico
1 SES/PE
Período de Realização
Maio a Junho de 2023
Objeto da experiência
Sistema integrado de informações para construção de perfil epidemiológico das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em Pernambuco.
Objetivos
Descrever a experiência da SES/PE na construção de um sistema de dados para mapear a população com TEA no estado, com vistas a subsidiar políticas públicas baseadas em evidências.
Descrição da experiência
A ação foi conduzida pela Diretoria Geral de Políticas Estratégicas e Transversais (DGPET), da SES/PE, com foco inicial na integração das bases SIA/SUS, SIH/SUS, SISAB, SINAN e da Carteira de Identificação da Pessoa com TEA (CIPTEA/PE).
Resultados
Observou-se um aumento expressivo de atendimentos relacionados ao TEA e outras neurodiversidades entre 2020 e 2024: crescimento de 175% nas consultas ambulatoriais, 85,3% nas internações hospitalares e 889,89% nos atendimentos na APS relacionados ao TEA, segundo o SISAB e destacaram vulnerabilidades críticas. Esses dados revelam lacunas na identificação precoce e no cuidado longitudinal.
Aprendizado e análise crítica
A análise aponta para avanços quanto a sistematização e coleta de dados, mas também revela limitações estruturais dos sistemas de informação. A ausência de campos específicos para TEA e neurodiversidades dificulta a identificação de casos e a qualificação do cuidado. A experiência reforça a importância do diagnóstico oportuno e da integração entre vigilância, atenção básica e especializada.
Conclusões e/ou Recomendações
A construção do perfil epidemiológico das pessoas com TEA e outras neurodiversidades em Pernambuco representa um marco técnico e político para a vigilância em saúde no Brasil. A experiência demonstra que a integração de dados permite identificar desigualdades, aprimorar o planejamento e orientar políticas públicas mais justas.
PROTOCOLO PADRONIZADO DE AÇÃO EM VIGILÂNCIA SANITÁRIA - NOVA RDC-ANVISA 855/2024 DOS DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS PARA FUMAR (DEFS) OU “DOS CIGARROS ELETRÔNICOS”.
Pôster Eletrônico
1 SES - MS
Período de Realização
maio de 2024 a maio de 2025
Objeto da experiência
Implementação do Protocolo de 05 passos para o Enfrentamento aos Dispositivos Eletrônicos para Fumar - DEFs, em Mato Grosso do Sul.
Objetivos
Instituir um protocolo no âmbito da Vagilância Sanitária do Estado de Mato Grosso do Sul em apoio técnico às Vigilâncias Sanitárias municipais para o enfrentamento dos DEFs.
Metodologia
Disseminação do protocolo e sua execução em apoio técnico às Vigilância Sanitárias municipais.
Resultados
Realização de: palestras e workshops para a capacitação das Vigilâncias Sanitárias municipais no enfrentamento dos DEFs em seus respectivos territórios; entrevistas de rádio e TV para a conscientização da população sobre os malefícios a saúde dos DEFs; palestras em escolas para a conscientização dos jovens sobre os malefícios a saúde dos DEFs; ações de fiscalização da Visa Estadual em apoio às Visasa municipais. Engajamento da sociedade e de profissionais de saúde/educação.
Análise Crítica
Necessidade de diversos atores institucionais assumirem as suas funções no enfrentamento dos DEFs, não somente a Vigilância Sanitária .
Conclusões e/ou Recomendações
Necessidade de investimento e apoio institucional no aprofundamento da aplicação do protocolo .
IMPLANTAÇÃO DO GO.DATA PARA O MONITORAMENTO DAS MICOBACTÉRIAS NÃO TUBERCULOSAS DE CRESCIMENTO RÁPIDO ASSOCIADAS A PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Pôster Eletrônico
1 Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ)
Período de Realização
2024, com monitoramento em andamento pela SES-RJ em municípios do ERJ.
Objeto da experiência
Implantação do Go.Data como ferramenta de vigilância ativa de casos de MNT-CR associadas a procedimentos estéticos.
Objetivos
Descrever a experiência da implementação do Go.Data como instrumento de apoio à vigilância das MNT-CR associadas a procedimentos estéticos no estado do Rio de Janeiro, visando o monitoramento adequado, integração de áreas técnicas e apoio à gestão estadual.
Descrição da experiência
Para o monitoramento dos casos de MNT-CR que obtém 24 meses de acompanhamento, a SES-RJ implantou dois formulários na ferramenta do Go.Data: um para a vigilância epidemiológica, contemplando dados clínicos, laboratoriais, histórico de procedimentos, sinais e sintomas, perfil do profissional e informações sobre a evolução do caso . O segundo, voltado à vigilância sanitária, contempla dados sobre o estabelecimento, licenciamento, equipe técnica e condições sanitárias.
Resultados
O Go.Data para a vigilância dos casos, preenchidos pelas vigilâncias epidemiológica e sanitária municipais, permitiu à SES-RJ monitorar os casos de MNT-CR de forma mais qualificada, com o perfil dos casos, os locais de maior ocorrência, os profissionais envolvidos, tipos de procedimentos e os microrganismos isolados. As informações forneceram ajustes em documentos técnicos da vigilância, ampliaram a compreensão do agravo e contribuíram para o direcionamento das ações da gestão ERJ.
Aprendizado e análise crítica
A experiência evidenciou a importância do Go.Data para o enfrentamento de infecções de longa duração, além da integração entre vigilâncias epidemiológica e sanitária. O uso do Go.Data permitiu análises efetivas, respostas articuladas entre níveis de gestão e fortalecimento da vigilância e assistência em saúde. Reforça-se a necessidade de qualificação contínua da ferramenta, treinamentos acerca do agravo e valorização de tecnologias digitais como suporte à gestão e manejo de agravos.
Conclusões e/ou Recomendações
A implantação do Go.Data foi fundamental para a vigilância das MNT-CR, promovendo integração entre áreas técnicas, permitindo análises mais direcionadas e completas. A experiência reforça a importância do uso das tecnologias digitais e inovação acerca do enfrentamento de agravos de longo acompanhamento, contribuindo para decisões mais eficazes.
OFICINA PARA A CONSTRUÇÃO DE INDICADORES PARA AS AÇÕES DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA DOS MUNICÍPIOS DA I GERÊNCIA REGIONAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO
Pôster Eletrônico
1 Universidade Federal Rural de Pernambuco
2 SESAU - Pernambuco
3 Fiocruz Pernambuco
Período de Realização
Nos dias de 26 e 27 de março de 2025
Objeto da experiência
Construção de indicadores mínimos iniciais para serem implementados nos municípios da I GERES/PE
Objetivos
Apresentar a importância das ferramentas da qualidade para as ações de VISA e através de dinâmica construir indicadores para gestores e técnicos no 1º Encontro Regional de Vigilância Sanitária da 1ª Gerência Regional de Saúde/PE, com o tema “Construindo Ferramentas de Qualidade para Gestão”
Descrição da experiência
O evento foi financiado para o fortalecimento das ações de Vigilância. Jaboatão era responsável em executar a atividade. A construção técnico-científica responsabilidade da Residência Multiprofissional do IAM e pelo laboratório LEGIS VISA -NESC. O SUPERSUS apresentou jogos visando reflexões. Visa em Debate divulgou periódico de VISA. No dia 1, 2 pesquisadoras apresentaram a base teórica. No dia 2 houve a construção dos indicadores (Dinâmicas de resolução de problemas)
Resultados
O evento foi dividido em 3 partes: construção teórica e valorização profissional, com parrticipação da APEVISA que apresentou os indicadores Estaduais. Parte 2: oficina ocorreu com foco na troca de saberes e construção coletiva. Os participantes, divididos em 5grupos, responderam a 4 questões sobre indicadores, aspectos técnicos e estruturais, desafios e potencialidades. As respostas, compiladas (com variações) formaram a parte 3.
Aprendizado e análise crítica
Através da discussão foi possível formular indicadores, em especial, a troca de vivencias tornou rica e aproximou os municípios. Houve dificuldade na construção e evidente a necessidade de suporte técnico da Fiocruz. Apesar disso, de nada foi diminuída a oficina, já que, as necessidades, as dificuldades e as grandes lacunas para ferramentas da qualidade puderam ser identificadas. Os residentes tiveram protagonismo reiterando a integração academia-serviço.
Conclusões e/ou Recomendações
Os desdobramentos do evento e da dinâmica realizada têm potencial para contribuir significativamente como base para a implementação efetiva de indicadores em Pernambuco. Essa iniciativa reforça a relevância de integrar as instituições de ensino às ações desenvolvidas pelos serviços de saúde, promovendo a troca de saberes, o fortalecimento das práticas sanitárias voltadas à proteção e promoção da saúde da população.
GUIA DE AVALIAÇÃO PÓS-EVENTO PARA EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA: METODOLOGIA PARA REFLEXÃO COLETIVA, APRENDIZAGEM E APRIMORAMENTO DO SUS
Pôster Eletrônico
1 Ministério da Saúde
Período de Realização
Julho de 2023 a junho de 2025.
Objeto da produção
Elaboração de Guia metodológico nacional para condução de Avaliação Pós-Evento (APE) para emergências em saúde pública no Brasil.
Objetivos
Propor um modelo padronizado, aplicável e adaptado ao SUS para a condução de avaliações pós-evento em emergências em saúde pública, promovendo o aprendizado institucional e o fortalecimento das capacidades de resposta em nível nacional e subnacional.
Descrição da produção
O guia começou a ser desenvolvido a partir da experiência prática com APE da emergência Yanomami (2023) e das enchentes no Rio Grande do Sul (2024), adaptando referenciais da OMS à realidade brasileira. O processo envolveu construção colaborativa entre técnicos do Ministério da Saúde, especialistas da OPAS/OMS e validação por revisão técnica externa. A produção inclui metodologias combinadas (oficinas, debriefings e formulários individuais), pilares avaliativos e instrumentos padronizados.
Resultados
Foi produzido um guia completo com orientações metodológicas e operacionais para condução de APE no SUS. O documento sistematiza quatro metodologias avaliativas, descreve papéis e responsabilidades da equipe de coordenação, apresenta sugestões de estrutura de oficinas e exemplos de instrumentos. O material foi utilizado com sucesso em três respostas nacionais recentes, além da aplicação em alguns estados, e está sendo disseminado nacionalmente para ampliar sua aplicação.
Análise crítica e impactos da produção
A produção preenche uma lacuna metodológica no SUS ao propor pela primeira vez uma diretriz nacional para APE com uma abordagem sistematizada, participativa e adaptável à realidade brasileira. Favorece a institucionalização das APE, o fortalecimento da governança das respostas e a valorização da memória institucional. O caráter inovador está na integração de métodos e na ênfase na aprendizagem coletiva, com potencial de replicabilidade em diferentes níveis de gestão e cenários de crise.
Considerações finais
O Guia representa um avanço estratégico para o aprimoramento da resposta às emergências no Brasil. Ao consolidar aprendizados e orientar melhorias, contribui para respostas mais eficazes, articuladas e seguras. Sua adoção amplia a cultura de avaliação no SUS com base nas recomendações do Regulamento Sanitário Internacional e fortalece a capacidade nacional de preparação e resposta frente a emergências sanitárias.
GEORREFERENCIAMENTO DE CASOS DE DENGUE COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO E VIGILÂNCIA EM SAÚDE NO DISTRITO FEDERAL.
Pôster Eletrônico
1 Escola de Governo da Fiocruz Brasília
2 Escola de Saúde Pública do Distrito Federal
3 Secretaria de Saúde do Distrito Federal
4 Ministério da Saúde
5 Universidade de Brasília
Período de Realização
Março a agosto de 2024.
Objeto da produção
Mapas de casos de dengue usados para direcionar ações territoriais de controle durante a epidemia de dengue em 2024, no Distrito Federal.
Objetivos
Relatar o uso do georreferenciamento como estratégia de gestão e vigilância na Região de Saúde Leste do Distrito Federal.
Demonstrar como a análise espacial contribuiu para tomada de decisões no cenário de emergência em saúde pública.
Descrição da produção
Foram elaborados mapas com casos de dengue confirmados laboratorialmente, considerando as pessoas residentes da Região de Saúde Leste (Itapoã, Jardim Botânico, Paranoá e São Sebastião) entre março e agosto de 2024. Os dados foram extraídos do TrakCare e geocodificados por técnica de geocode, viabilizando a criação de mapas por meio do software QGIS, versão 3.36. Para isso, foi utilizado o Sistema de Referência Geocêntrico para a América do Sul com o Parâmetro Geodésico 4989.
Resultados
Foram elaborados mapas de polígonos, pontos e de densidade kernel com o objetivo de subsidiar os informes epidemiológicos quinzenais da Região de Saúde. Sua principal aplicação era informar os profissionais de saúde quanto ao cenário epidemiológico da doença e nortear os atores do Grupo Executivo Intersetorial de Planejamento de Ações e Combate à Dengue (GEIPlan-Dengue) quanto às áreas mais afetadas pela arbovirose, visando priorizar localidades mais acometidas nas ações de prevenção e controle.
Análise crítica e impactos da produção
O georreferenciamento mostrou-se uma estratégia eficiente e oportuna para nortear ações práticas de controle de arboviroses no contexto epidêmico. O GEIPlan-Dengue é constituído por profissionais de órgãos de diversas áreas de governo, facilitando a articulação de atividades de controle que não estão vinculadas apenas ao setor saúde, tais como: aplicação de inseticidas, recolhimento de entulhos, campanhas de educação em escolas, fiscalização de terrenos abandonados, dentre outras.
Considerações finais
O uso de análise espacial deve ser incentivado no contexto da vigilância em saúde, sobretudo em doenças que são diretamente afetadas por fatores ambientais, como é o caso da dengue. Os mapas devem ser elaborados com base no que se deseja elucidar e representam o uso de inovação tecnológica nos processos de vigilância em saúde.
DIÁLOGO E AÇÃO EM REDE: EDUCAÇÃO CONTINUADA COMO ESTRATÉGIA PARA O ENFRENTAMENTO DA MORTALIDADE INFANTIL E FETAL EM CURITIBA.
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde - Curitiba
Período de Realização
Mar/2024, implementada como processo de trabalho para vigilância do óbito infantil e fetal.
Objeto da produção
Educação permanente para qualificar vigilância de óbitos infantil/fetal em Curitiba. Encontros trimestrais com foco em análise de causas-raiz.
Objetivos
Qualificação da vigilância da mortalidade infantil/fetal em Curitiba. Implementa educação permanente via análise causas-raiz, descrevendo a agenda de encontros. Aborda aplicabilidade da análise na identificação de fatores e seu impacto na melhoria de fluxos e lacunas em protocolos de atenção materno-infantil.
Descrição da produção
A produção técnica implementa educação permanente na vigilância da mortalidade infantil/fetal de Curitiba, iniciada Mar/2024. Metodologia: encontros trimestrais de consensos com as Câmaras de Mortalidade dos 10 Distritos Sanitários, agrupados. Usa análise de causas-raiz como ferramenta ativa para a construção coletiva do conhecimento sobre óbitos. Integra protocolos da rede e avaliação do Programa Saúde Materno-Infantil. Visa gerar consensos e subsidiar planejamento e ações de melhoria.
Resultados
A produção técnica evidenciou melhorias na vigilância da mortalidade infantil e fetal. Pré-implementação (2023): 42% (113 de 266 óbitos:142 inf./124fet.) das análises distritais necessitavam de alteração na revisão. Após o início da metodologia (2024), observou-se uma queda para 32% (79 de 244 obitos:124 inf./120 fet.) de alterações. Tal resultado reflete o ganho de qualificação nas investigações e discussões em rede fortalecendo a precisão e o impacto das análises da vigilância do óbito.
Análise crítica e impactos da produção
Esta produção técnica transformou práticas da vigilância do óbito, indo além da descrição para análise crítica. Seu caráter inovador: estruturar um processo contínuo de qualificação em rede, usando a análise de causas-raiz como instrumento de gestão. Impacto: aprimoramento da identificação de lacunas assistenciais e na formulação de planos de ação mais efetivos, contribuindo para atenção materno-infantil mais equitativa. Desafio inicial superado pela demonstração dos resultados.
Considerações finais
Está produção técnica avança gestão do conhecimento em saúde materno-infantil. A metodologia de análise de causas-raiz, integrada à educação permanente, qualifica o trabalho em rede, fortalece o SUS e instrumentaliza as equipes para vigilância e intervenção. Perspectivas futuras: avaliação de impacto direto na mortalidade e disseminação da experiência, consolidando cultura de vigilância ativa e proativa no enfrentamento das iniquidades em saúde.
BOLETIM DE DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA: INSTRUMENTO DE MONITORAMENTO DOS CASOS DE ARBOVIROSES E ÓBITOS NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ, MATO GROSSO
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá
Período de Realização
Monitoramento de óbitos por arboviroses em Cuiabá (SE 1 a 22/2025), via Boletim DCZ.
Objeto da produção
O Boletim DCZ como instrumento de monitoramento dos casos de Arboviroses e dos óbitos provocados por esses agravos.
Objetivos
- Destacar a importância da elaboração de instrumentos que auxiliem no monitoramento dos agravos, sobretudo óbitos;
- Fornecer dados estratégicos para o enfrentamento de agravos causados pelos vetores, assim como epizootias quando correlacionadas, auxiliando na tomada de decisões pelos gestores.
Descrição da produção
Documento semanal do CIEVS Cuiabá, em parceria com Zoonoses e Vigilância Epidemiológica, apresenta casos notificados e confirmados de DCZ, com destaque para gestantes (Zika), devido ao risco de microcefalia. Informa ações de controle vetorial, como imóveis e depósitos tratados/eliminados, além de gráficos comparativos (2024 e 2025) e análise final com dados de óbitos, orientações e correlações com as ações realizadas.
Resultados
Em Cuiabá, houve queda nos casos de Dengue e Chikungunya; Zika não teve novas notificações. A Dengue deixou de representar risco de emergência. Apesar da redução, Chikungunya ainda apresenta números elevados. Foram 27 óbitos confirmados e 12 em investigação. A ESP foi encerrada em 23/05 (Decreto 10.926/2025), mas a vigilância continua. A população deve manter os cuidados, pois chuvas podem favorecer novos focos do mosquito.
Análise crítica e impactos da produção
O desafio é criar materiais acessíveis aos gestores e à sociedade, empoderando-a com informações. As arboviroses, transmitidas pelo Aedes aegypti, têm potencial epidêmico e são um grave problema de saúde pública. A Dengue é a mais relevante nas Américas, mas outras doenças, como Zika e Chikungunya, também preocupam. A participação da sociedade é essencial para o controle, prevenindo surtos, colapso do sistema de saúde e óbitos.
Considerações finais
Ações com base em dados epidemiológicos orientam decisões assertivas e uso eficiente de recursos. A articulação entre setores amplia a capacidade de resposta e prevenção. É essencial integrar esforços para mitigar agravos e evitar o colapso da saúde pública. A população deve manter o ambiente limpo, e o poder público, adotar medidas contínuas contra o Aedes aegypti para prevenir doenças e óbitos.
ENFRENTAMENTO DA MORTALIDADE MATERNA DAS MULHERES NEGRAS NA APS DE UM MUNICÍPIO DE GRANDE PORTE DO NORDESTE
Pôster Eletrônico
1 Secretaria Municipal de Saúde de Salvador
Período de Realização
Entre Abril/2024 e Abril/2025
Objeto da produção
Capacitação e reestruturação do processo de trbaalho das equipes na APS
Objetivos
Redução da mortalidade materna no município; reorganizar o processo de trabalho nas equipes; qualificar prevenção de pré-eclâmpsia; manejo e encaminhamento seguro das urgências; replicar as ações do projeto Todas as Mães Importam, PROADI-SUS ao qual o município participou entre 2022-23.
Descrição da produção
O projeto possui duas etapas: A primeira referente a educação permanente, visando qualificar a atenção a saúde ao público que gesta, com foco na garantia de equidade, debatendo questões étnico-raciais e organizando o processo de trabalho das equipes para manejo qualificado da hipertensão na gestação, incluindo seus episódios de agudização. A etapa subsequente inclui a compra, normatização e distribuição de aparelhos de aferição da pressão arterial para gestantes hipertensas.
Resultados
A atividade alcançou 314 profissionais da rede municipal em 62% das unidades básicas. Discutir o racismo é essencial considerando 87% gestantes pretas ou pardas. A capacitação é teórico-prática, os participantes definem um plano de cuidados para casos clínicos, considerando os insumos disponíveis. Os casos trazem as Condições Potencialmente Ameaçadoras da Vida, priorizando síndromes hipertensivas prevenção, tratamento e manejo das principais urgências na APS.
Análise crítica e impactos da produção
A atividade ocorreu 98% de avaliação satisfatória, com relação aos domínios avaliados. Os profissionais são convidados a multiplicar a formação em suas unidades, além de reorganizar o trabalho e o manejo de urgências hipertensivas nas gestantes na APS. Alguns profissionais desconheciam os medicamentos disponíveis na REMUME. Alguns encaminhariam gestante com crise hipertensiva para o pronto atendimento por meios próprios, o que não se alinha aos princípios do encaminhamento seguro na saúde.
Considerações finais
São necessárias ações contínuas de educação permanente, tendo em vista a alta rotatividade de profissionais sobretudo dos médicos. A atividade conseguiu capturar a atenção dos participantes, a partir de metodologia ativa, considerando os insumos disponíveis na sua realidade. Pensada a partir da realidade da rede básica, promovendo sensibilização e deslocamento com relação a questões étnico-raciais na saúde.
USO DE REALIDADE AUMENTADA APLICADA AO DESIGN EDUCACIONAL: CONHECENDO OS VETORES DA FEBRE MACULOSA NO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 Fiocruz/CDTS
2 IFRJ
3 Fiocruz/IOC
Período de Realização
O aplicativo foi desenvolvido entre agosto de 2023 e fevereiro de 2025
Objeto da produção
Aplicativo com tecnologia de realidade aumentada embarcada para apoiar a identificação de carrapatos de importância epidemiológica no Brasil.
Objetivos
Oferecer ao profissional de saúde competência básica em taxonomia para reconhecer carrapatos de importância para a transmissão da febre maculosa no Brasil, assim como informações acerca da ecologia das rickettsioses, seus hospedeiros animais e reservatórios artrópodes envolvidos em sua patogenia.
Descrição da produção
Etapas de desenvolvimento: Estudo da taxonomia de vetores da febre maculosa; Modelagem 3D dos vetores, baseada em parâmetros morfológicos reais; Prototipagem no Unity 3D com Vuforia, garantindo interatividade e precisão científica; Testes de usabilidade com profissionais de saúde e público leigo, avaliando intuitividade e eficácia educacional; e Ajustes finais. A ferramenta foi validada em ambiente controlado, integrando ludicidade e rigor técnico para utilização na vigilância da febre maculosa.
Resultados
A tecnologia adotada demonstrou potencial uso na qualificação profissional, agilizando o reconhecimento de vetores da febre maculosa por meio de modelos 3D interativos. Além disso, promoveu engajamento do público leigo na identificação de potenciais vetores, alinhando-se ao conceito Ciência Cidadã. A abordagem lúdica ampliou o conhecimento sobre a doença, reforçando a vigilância em saúde e a prevenção. A ferramenta mostrou potencial para ser integrada a estratégias educativas em saúde pública.
Análise crítica e impactos da produção
A ferramenta de realidade aumentada embarcada em smartphones democratiza o acesso ao conhecimento científico, qualificando profissionais e oferecendo conhecimento à população em áreas de transmissão da doença. Projetos como Mosquito Alert (Espanha) já demonstraram que tecnologias imersivas melhoram a vigilância em saúde. Ainda que dependente de infraestrutura digital, sua escalabilidade e baixo custo favorecem a educação popular, fortalecendo ações preventivas para a febre maculosa no Brasil.
Considerações finais
O app de realidade aumentada se mostrou uma ferramenta inovadora na qualificação para Saúde. Sua aplicação em áreas de transmissão pode ampliar o conhecimento sobre os vetores, fortalecendo a vigilância e prevenção para a febre maculosa. A integração entre tecnologia móvel e educação popular demonstra potencial para replicação em outras doenças, reforçando a importância de soluções digitais inclusivas na saúde pública brasileira.
IMPLANTAÇÃO DO FLUXO LABORATORIAL PARA O DIAGNÓSTICO DA ESPOROTRICOSE NO MUNICIPIO DE SÃO LUÍS-MA
Pôster Eletrônico
1 Laboratório Central do Município de São Luís
2 Laboratório Central do Estado do Maranhão
3 Universidade Federal do Maranhão
Período de Realização
A intervenção foi realizada no período entre novembro de 2024 a março de 2025.
Objeto da produção
Fluxo para o diagnóstico laboratorial da esporotricose humana no município de São Luís-MA.
Objetivos
Implantar o fluxo para o diagnóstico laboratorial da esporotricose no municipio de São Luís-MA.
Construir um fluxograma de trabalho;
Estabelecer parâmetros a serem seguidos;
Desenvolver treinamentos para equipe que faz parte do cenário laboratorial;
Fornecer material gráfico educativo.
Descrição da produção
O processo teve início a partir do aumento da demanda por diagnóstico laboratorial para esporotricose humana no município de São Luís. Diante disso, foi proposto um levantamento sobre ao materiais necessários, recursos humanos, infraestrutura compatível que cumprisse os critérios de biossegurança.
Assim como critérios para obtenção da amostra, acondicionamento, transporte, unidade processante e acompanhamento dos resultados para fechamentos dos casos.
Resultados
Após análise da literatura sobre o perfil epidemiológico e clínico da esporotricose humana, a equipe da rede laboratorial do município de São Luís foi treinada para acolher os pacientes com suspeita de esporotricose humana, assim como foi proposto uma integração entre o laboratório, vigilância epidemiológica, atenção primária à saúde e rede assistencial. Dessa forma o fluxo para diagnóstico laboratorial foi proposto e disponibilizado para toda a rede municipal.
Análise crítica e impactos da produção
A esporotricose humana atualmente é uma doença de notificação compulsória no município de São Luís. Corresponde a uma doença causada por fungos do gênero Sporothrix spp. Os serviços de saúde públicos desse município não possuíam um processo estruturado que garantisse o diagnóstico correto e oportuno da doença o que impactava negativamente no tratamento e continuidade do cuidado. Com a implantação do fluxo laboratorial essa problemática foi resolvida garantindo acesso e cuidado aos pacientes.
Considerações finais
A implantação do fluxo laboratorial para o diagnóstico da esporotricose humana oportunizou a integração entre setores importantes da saúde que são peças fundamentais frente aos agravos de saúde pública.
A aproximação entre essas áreas demonstra que o serviço público pode atuar de forma efetiva em prol da saúde pública, melhorando o acesso e fazendo o SUS , como direito a saúde garantido de forma constitucional, acontecer na prática.
ELABORAÇÃO DE FORMULÁRIO DE COMUNICAÇÃO ENTRE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL PARA INVESTIGAÇÃO DE LEPTOSPIROSE E ARBOVIROSES PARA UM DISTRITO SANITÁRIO NO RECIFE
Pôster Eletrônico
1 Instituto Aggeu Magalhães/Fiocruz
Período de Realização
O formulário foi discutido e elaborado ao longo do mês de maio de 2025.
Objeto da produção
O objeto construído consiste em um documento a ser preenchido com informações sobre casos de interesse entre setores de vigilância em saúde.
Objetivos
O objetivo, portanto, foi padronizar o encaminhamento de casos notificados de leptospirose e arboviroses para investigação conjunta da Vigilância Epidemiológica (VE) para Vigilância Ambiental (VA) de um Distrito Sanitário da cidade do Recife.
Descrição da produção
Para construção de um formulário mais efetivo, foram coletadas as necessidades de informação entre os profissionais da VE, tanto para o envio de ciência da VA, quanto o retorno requisitado de informações após investigação do caso e as conduções tomadas pelos agentes de combate à endemias e coordenadores, com isso, foi construído um questionário semiestruturado e objetivo para atendimento dessa demanda.
Resultados
O formulário possui 3 seções: a primeira etapa consiste nas informações gerais (se leptospirose, arbovirose ou óbito, data da notificação e envio entre setores, nível de urgência e qual profissional recebeu a demanda na VA); na segunda etapa, será preenchido os dados do caso (nome, número do SUS ou CPF, telefone, endereço e unidade de referência); e na terceira etapa o andamento da investigação (data da visita, se houve bloqueio e utilização de materiais e um campo para descrição do ambiente).
Análise crítica e impactos da produção
Esse formulário permite uma troca de informações entre setores de maneira objetiva e clara para as necessidades requisitadas pela VE, a qual demandava frequentemente da falta de um guia para informações importantes que a VA pode coletar durante as investigações referentes às atividades desse setor para ciência da continuidade do caso e preenchimento de relatórios.
Considerações finais
Destarte, a criação de formulários para coleta de dados referentes à investigação de tais doenças pode ser efetivo, desde que haja um recebimento prévio do que precisa ser elaborado no constructo, com isso, contribuir nas demandas laborais dos setores de Vigilância durante a investigação, interpretação e elaboração de planos para combater esses casos com apoio de informações precisas.
INCONSISTÊNCIAS ENTRE E-SUS SINAN E GAL NA VIGILÂNCIA DA FEBRE DE OROPOUCHE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2025
Pôster Eletrônico
1 SES-RJ
2 Estácio
Período de Realização
A análise foi feita de janeiro a maio de 2025.
Objeto da produção
Análise de inconsistências entre e-SUS Sinan e GAL (LACEN-RJ) na vigilância laboratorial da febre Oropouche no estado do Rio de Janeiro, 2025.
Objetivos
Analisar a consistência e a completude dos dados dos casos notificados de Febre de Oropouche no e-SUS SINAN do estado do Rio de Janeiro, entre janeiro e maio de 2025, por meio do cruzamento com os registros laboratoriais do GAL (LACEN-RJ).
Descrição da produção
Estudo descritivo de casos de Oropouche no e-SUS Sinan em 2025 no RJ, vinculados ao GAL. As bases foram tratadas no software R, com padronização e uso de identificadores comuns. Avaliou-se a completude das variáveis critério, evolução e classificação. Aplicaram-se quatro regras para identificar inconsistências. Os achados foram consolidados por município
Resultados
Foram registradas 385 inconsistências: 51,9% em casos confirmados sem encerramento, 44,9% sem município provável de infecção e 3,1% descartados por critério laboratorial sem encerramento. A completude indicou ausência ou ignorado em 43,8% dos registros de evolução e 8,0% na classificação final. As inconsistências concentraram-se em Guapimirim, Macaé e Rio de Janeiro, nas semanas epidemiológicas 5, 6, 10 e 11.
Análise crítica e impactos da produção
As inconsistências observadas revelam fragilidades na vigilância da febre de Oropouche, com impacto na qualidade e na oportunidade da informação. A ausência de encerramento em grande parte dos casos confirmados aponta para a necessidade de capacitação técnica e aprimoramento dos processos locais. A análise subsidia ações voltadas à qualificação do encerramento e à integração entre os sistemas clínico-epidemiológico e laboratorial.
Considerações finais
A qualificação da vigilância da Febre de Oropouche depende da integração entre sistemas de notificação e laboratórios. As inconsistências observadas reforçam a necessidade de capacitação das equipes locais, padronização das rotinas de encerramento e fortalecimento dos fluxos de informação, especialmente nos períodos de maior carga de trabalho nos serviços de saúde.
PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA O ENFRENTAMENTO ÀS ARBOVIROSES URBANAS CAUSADAS PELO AEDES AEGYPTI E O CONTROLE SOCIAL
Pôster Eletrônico
1 Conselho Municipal de Saúde de Niterói
Período de Realização
Do ano de 2024 a 2026.
Objeto da experiência
A inclusão de metas específicas para o controle social no Plano de Contingência tem como objetivo engajar a população nas políticas públicas de saúde
Objetivos
Estimular e ampliar a mobilização comunitária para a partir dos conselhos de Saúde locais, das associações de moradores, realizar ações educativas para a população contínuas sobre o tema, qualificar os conselheiros.
Metodologia
O município utiliza o método Wolbachia em todo o território para controlar as arboviroses, aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde em 2015 e implementado com controle social. O Plano de Contingência visa manter esse controle nas políticas públicas sobre arboviroses. Foi debatido pelo Conselho de Niterói, com foco na participação dos usuários e no protagonismo deles, tornando-os agentes multiplicadores para transformar seu contexto social.
Resultados
O município utiliza o método Wolbachia em todo o território para controlar as arboviroses, aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde em 2015 e implementado com controle social. O Plano de Contingência visa manter esse controle nas políticas públicas sobre arboviroses. Foi debatido pelo Conselho de Niterói, com foco na participação dos usuários e no protagonismo deles, tornando-os agentes multiplicadores para transformar seu contexto social.
Análise Crítica
A sociedade civil organizada deve ser representada pelo CMS/NIT, Conselhos Locais, movimentos sociais, associação de moradores e outras instituições populares para que as políticas públicas sejam construídas coletivamente com a participação da população.
Conclusões e/ou Recomendações
A medida em que empoderamos as pessoas com informação nos territórios, fortalecemos a democracia e o exercício de cidadania com a construção coletiva de políticas públicas.
AVANÇOS NA REGULAMENTAÇÃO, CONTROLE E MONITORAMENTO DE DETERGENTES ENZIMÁTICOS EM EAS: O PAPEL DO INCQS
Pôster Eletrônico
1 INCQS
Período de Realização
De 2009 a 2024, com ênfase nas ações regulatórias e laboratoriais coordenadas pelo INCQS
Objeto da experiência
Relato da trajetória de regulamentação e controle de qualidade de detergentes enzimáticos de uso restrito em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde
Objetivos
Relatar a trajetória regulatória e analítica dos detergentes enzimáticos no Brasil, destacando ações da Anvisa e do INCQS na capacitação laboratorial, validação de métodos, oferta de ensaio de proficiência e monitoramento pós-registro, visando à segurança sanitária em EAS
Descrição da experiência
Relatos de ineficácia de detergentes enzimáticos em EAS motivaram a elaboração da RDC N° 55/2012. O INCQS, em parceria com laboratórios privados e públicos, desenvolveu métodos analíticos incorporados à legislação. Houve capacitação dos laboratórios da rede Reblas e Lacens e intensificação do monitoramento dos produtos. Em 2022, a RDC foi revogada pela RDC N° 703 e em 2024, ocorreu o 1º ensaio de proficiência. Novos métodos enzimáticos e estudos de eficácia seguem em desenvolvimento
Resultados
Os métodos enzimáticos validados mostraram-se robustos e precisos. No monitoramento de amostras comerciais, 70% apresentaram baixa atividade, associado a um pH inadequado ou falta de estabilizantes. Apenas produtos com alta atividade e pH ideal tiveram desempenho de limpeza satisfatório. O monitoramento identificou não conformidades e subsidiou ações regulatórias. O ensaio de proficiência de 2024 avaliou a competência dos laboratórios. Novos métodos promoverão ações de vigilância sanitária
Aprendizado e análise crítica
A atuação integrada entre Anvisa, INCQS e laboratórios analíticos foi essencial para garantir a qualidade dos detergentes enzimáticos. A validação de métodos e sua incorporação à RDC fortaleceram o controle da qualidade dos detergentes. Verificou-se que apenas a presença de enzimas não assegura eficácia sem avaliação das formulações. A capacitação e os ensaios de proficiência aumentaram a confiança nos resultados. Persistem desafios, como métodos para novas enzimas e contínua revisão normativa
Conclusões e/ou Recomendações
A regulamentação dos detergentes enzimáticos trouxe avanços significativos nos processos de limpeza em EAS. Recomenda-se ampliar o monitoramento de produtos, desenvolver novos métodos enzimáticos, estudar a eficácia das formulações, assim como fortalecer a capacitação dos laboratórios. Sendo assim, o papel do INCQS como referência nacional deve ser reforçado com investimentos em pesquisa, inovação para subsidiar ações de vigilância sanitária
CLASSIFICAÇÃO DOS NÍVEIS DE TRANSMISSÃO DE DENGUE NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO E RESPOSTA EM SAÚDE PÚBLICA
Pôster Eletrônico
1 SMS São Paulo
Período de Realização
Iniciada em janeiro de 2024, a iniciativa segue em andamento durante o ano de 2025.
Objeto da experiência
Metodologia para classificação dos níveis de transmissão da dengue por distrito administrativo do município de São Paulo.
Objetivos
Desenvolver metodologia para classificar os níveis de transmissão de dengue que reflita sua sazonalidade e que seja sensível o bastante para detectar precocemente o aumento ou a redução de casos e a intensidade dessa variação, a fim de subsidiar uma resposta mais ágil direcionada por parte da gestão.
Descrição da experiência
A COVISA adotou o nowcasting para estimar casos de dengue, calcular a taxa de incidência acumulada (TIA) e a inclinação da curva de transmissão (Sen’s Slope), com base nas 12 semanas anteriores, exceto a mais recente. Os parâmetros foram definidos por simulações com dados históricos. Classificação: baixo (TIA < 60 ou slope < 0,03), médio (TIA ≥ 60 e slope ≥ 0,03) e alto (TIA ≥ 300 e slope ≥ 0,1). Consideram-se casos confirmados com início de sintomas entre setembro e agosto.
Resultados
No início de 2024, a metodologia foi divulgada aos gestores locais em reuniões técnicas. Desde então, os níveis de transmissão passaram a ser atualizados semanalmente e disponibilizados na Intranet da COVISA, acompanhados de mapas, gráficos e tabelas. A experiência foi apresentada no evento “Preparação para a Sazonalidade da Dengue e Demais Arboviroses em 2025”, realizado em 05/12/2024.
Aprendizado e análise crítica
A experiência reforça a importância de métodos que integrem magnitude e tendência da transmissão, possibilitando a classificação oportuna dos níveis de transmissão, o aprimoramento da análise da situação epidemiológica e o fortalecimento do protagonismo da vigilância municipal na resposta rápida. Entre os principais desafios, destacam-se a melhoria da qualidade e da tempestividade dos dados, bem como a capacitação das equipes para a interpretação dos indicadores.
Conclusões e/ou Recomendações
A classificação dos níveis de transmissão tem se mostrado uma ferramenta robusta para o monitoramento da dengue. Recomenda-se o aprimoramento dos sistemas de informação e o investimento contínuo na capacitação das equipes, a fim de fortalecer a resposta em saúde pública.
ANÁLISE DO PERFIL DOS ESTABELECIMENTOS QUE COMERCIALIZAM ALIMENTOS DENUNCIADOS NO ANO DE 2023 NO MUNICÍPIO DE PINHAIS -PR
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal de Pinhais
Período de Realização
Os dados do trabalho foram coletados entre os meses de Janeiro à Dezembro de 2023.
Objeto da experiência
Conhecer o perfil dos estabelecimento de Pinhais que comercializam alimentos denunciados no ano de 2023.
Objetivos
Analisar e conhecer o perfil dos estabelecimentos denunciados, a fim de direcionar e focar ações corretivas necessárias, bem como priorizar inspeções nestes locais. Desta forma, poderemos minimizar os riscos à saúde da população com intuito de garantir a segurança alimentar e nutricional.
Descrição da experiência
Os locais denunciados foram classificados de acordo com a sua atividade principal e agrupados em 13 categorias: Supermercados; Atacadista/Varejista; Lanchonetes/Cantinas; Restaurantes; Padaria com produção; Fabricação de produtos de panificação industrial; Casa de festas e eventos; Fabricação de embalagens de material plástico; Bar; Serviços ambulantes de alimentação; Moagem de trigo e fabricação de derivados; Açougue; Atividades de ensino.
Resultados
Verificou-se que 35% dos estabelecimentos eram supermercados; 11% varejistas ou atacadistas; 11% locais muito similares à mercados. Os restaurantes representaram 25% dos estabelecimentos denunciados; as padarias com produção 10%, as lanchonetes e cantinas 7%. Com 4% das denúncias, encontram-se as atividades de panificação industrial; com 2% as embalagens de material plástico. O restante das categorias tiveram uma denúncia durante todo o ano de 2023 (1%).
Aprendizado e análise crítica
Através da análise dos perfis dos estabelecimentos denunciados, concluímos que 97 deles (90%) são classificados como grau de risco médio, que, de acordo com o Código Sanitário Municipal, a renovação da licença sanitária dá-se automaticamente, sem necessidade de vistoria prévia. Vimos que a primeira e terceira categorias de estabelecimentos mais citados (hipermercados, supermercados, atacadistas e varejistas) representam quase metade das reclamações (46%) e os restaurantes um quarto delas (25%).
Conclusões e/ou Recomendações
Conclui-se quão importante é a existência do canal de ouvidoria e a necessidade de maior vigilância, monitoramento e ações de educação sanitária principalmente em supermercados e restaurantes, a fim de garantir mais segurança e saúde para os consumidores dos alimentos comercializados nestes locais.
PROVIDÊNCIAS TOMADAS QUANTO ÀS DENÚNCIAS RELACIONADAS À ALIMENTOS NO ANO DE 2023 NO MUNICÍPIO DE PINHAIS -PR
Pôster Eletrônico
1 Prefeitura Municipal de Pinhais
Período de Realização
Os dados do trabalho foram coletados entre os meses de Janeiro à Dezembro de 2023.
Objeto da experiência
Conhecer as providências que foram tomadas das 108 denúncias sobre alimentos recebidas no ano de 2023.
Objetivos
O objetivo deste estudo é a melhoria da qualidade higiênico sanitária dos alimentos produzidos nos estabelecimentos do município a fim de garantir a segurança alimentar e nutricional da população e diminuir os riscos à saúde.
Descrição da experiência
Através do levantamento da planilha de controle de protocolos da Gerência de Vigilância Sanitária e Saúde do Trabalhador, os desfechos das denúncias foram classificados em 8 categorias: Auto de Infração, Termo de Interdição Cautelar, Termo de Intimação, Orientação verbal, Solicitação de Documentos, Não foi necessária nenhuma medida administrativa, Nova instrução em Processo Administrativo Sanitário já existente e Vistoria não foi possível.
Resultados
Dos 82 estabelecimentos fiscalizados, 59% procediam quanto ao motivo relatado e 41% não. Nas categorias temos que em 6% das reclamações foram aplicados Infração, em 4% a Interdição Cautelar e em 27% a Intimação. A Orientação verbal foi adotada em 30% dos casos, em 2% houve Solicitação de Documentos, em 9% nenhuma medida administrativa, em 13% adicionou-se Nova instrução em Processo Sanitário Administrativo já existente e em 9% a Vistoria não foi possível.
Aprendizado e análise crítica
O recebimento de denúncias proporciona a realização de inspeções sanitárias em estabelecimentos de baixo risco, que não possuem necessidade de vistoria prévia à liberação da licença sanitária, de acordo com o Código de Vigilância em Saúde de Pinhais. Através da análise das reclamações, percebemos a importância de identificar estabelecimentos que trabalham de forma irregular oferecendo riscos à saúde pública, visto que a maioria das denúncias procede quanto ao teor relatado.
Conclusões e/ou Recomendações
Após as providências a serem tomadas, observamos que a maioria dos locais buscou adequar-se e sanar as não conformidades. O estudo mostra que, após as denúncias apuradas, houve melhora da qualidade higiênico sanitária nos estabelecimentos inspecionados, diminuindo riscos à saúde e garantindo segurança sanitária para a população que consome esses alimentos.
UM NOVO SISTEMA DE NOTIFICAÇÃO E A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL ESTRATÉGICA DEDICADA AO CIDADÃO: ANÁLISE DA COMUNICAÇÃO DOS DADOS DE DESVIO DE QUALIDADE DOS DISPOSITIVOS MÉDICOS
Pôster Eletrônico
1 GETEC/GGMON/DIRE5/ANVISA
2 ANVISA
Apresentação/Introdução
O avanço das tecnologias e crescente utilização reforça a necessidade de captação de informações sobre desvios de qualidade dos dispositivos médicos (DM). A Anvisa lançou o e-Notivisa permitindo ao cidadão notificar problemas diretamente ao fabricante. A empresa investiga e responde ao usuário sobre as medidas adotadas, o que facilita a comunicação e atende à proposta de simplificação da OCDE.
Objetivos
O trabalho tem como objetivo apresentar o conjunto das notificações no período de um ano do lançamento do e-Notivisa e discutir a oportunidade de comunicação entre cidadão-regulado-regulador que a ferramenta oferece, à luz da saúde pública.
Metodologia
Estudo descritivo retrospectivo a partir de dados extraídos do e-Notivisa relacionados aos dispositivos médicos e consolidados em planilha Excell. Utilizou-se a ferramenta de chatbot e dashboard do próprio sistema. As variáveis foram categorizadas segundo o perfil do notificante e o tipo de DM envolvido no desvio de qualidade.
Resultados
Do total de 141 notificações associadas a DM, 47 (33,3%) foram enviados por cidadãos e 94 (66,6%) por profissionais de saúde.
A maioria dos cidadãos notificou desvios de qualidade associados a glicosímetros (18; 40%). Enquanto os profissionais de saúde relataram problemas com testes para diagnóstico (16; 17,02%) e artigos como cateteres, seringas e agulhas, além de reclamações sobre equipamentos de apoio (20; 21,27%), como cadeira de rodas. Verificou-se que, sobre a oportunidade de comunicação, das 29 notificações avaliadas e concluídas pela empresa responsável pelo produto, 10 foram respondidas ao cidadão em até 71 dias (mediana), sendo a causalidade confirmada em apenas 3 casos.
Conclusões/Considerações
O e-Notivisa foi desenvolvido para receber reclamações dos cidadãos. Entretanto, o uso pelos profissionais de saúde, justifica-se pelo seu fácil acesso e simplificação ao preencher o formulário, quando comparado ao sistema vigente.
Ampliar a divulgação aos cidadãos e aumentar a capacidade de resposta das empresas, são desafios a serem perseguidos no intuito de aumentar a eficiência das ações de monitoramento pós-mercado e segurança sanitária.
PANORAMA DA IMPORTAÇÃO DE DISPOSITIVOS MÉDICOS NO BRASIL
Pôster Eletrônico
1 ANVISA
Período de Realização
01/05/2024 a 01/05/2025
Objeto da experiência
Critérios vigentes aplicáveis à importação de dispositivos médicos no Brasil e dados gerais relativos aos dispositivos médicos importados.
Objetivos
1) Discorrer acerca dos critérios vigentes aplicáveis à importação dos dispositivos médicos, necessários à adequada importação desses produtos sujeitos à vigilância sanitária; 2) Apresentar dados referentes a um (01) ano de importação de dispositivos médicos no Brasil.
Descrição da experiência
Foram analisados os critérios sanitários para a importação de dispositivos médicos, bem como realizado levantamento quantitativo dos processos conforme as finalidades: comercial / industrial; feiras / eventos; doação; testes, ensino / treinamento; uso exclusivo em unidade de saúde; pesquisas (clínica; científica ou tecnológica); abastecimento de meios de transporte internacional; importação para Ministério da Saúde e entidades públicas vinculadas.
Resultados
Os critérios para importação de dispositivos médicos variam conforme a finalidade de importação e constam na RDC nº 81/2008, RDC nº 172/2017, RDC nº 10/2015, RDC nº 13/2004, RDC nº 488/2021 e RDC nº 203/2017. No período de 01/05/2024 a 01/05/2025, a Anvisa distribuiu para análise 284.099 processos de importação. Destes, 83,66% eram processos de importação com finalidade comercial ou industrial, 11,78% a importação pelo regime de depósito aduaneiro especial e 1,62% por unidades de saúde.
Aprendizado e análise crítica
Os dados mostram predominância de importações com finalidade comercial/industrial (83,66%), alinhada ao perfil do mercado nacional. A normativa vigente, com RDCs específicas, assegura critérios técnicos por finalidade. A exigência de documentos específicos contribui para rastreabilidade e segurança. O alto volume processado reflete a capacidade da Anvisa e a maturidade do sistema regulatório para manter o controle sanitário.
Conclusões e/ou Recomendações
A Anvisa tem conseguido aplicar, de forma técnica, critérios específicos para distintas finalidades de importação, assegurando o cumprimento dos requisitos sanitários. A distribuição dos processos por finalidade confirma a adequação do marco normativo às necessidades do mercado. Essa experiência reforça a importância da atuação da Anvisa como órgão regulador estratégico, promovendo a facilitação do acesso a dispositivos médicos de qualidade.
Realização: